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Caracterização energética do país e do Algarve

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Academic year: 2021

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Armando Inverno

António Lamarão

Área Eng. Mecânica EST/UAlg

Caracterização Energética

do País e do Algarve

Uma Breve Abordagem

Introdução

A dependência energética de Portugal, particularmente em relação aos produtos petrolíferos, é do conhecimento geral. A quantificação dessa dependência encontra-se feita através de um conjunto de publicações, principalmente da Direcção Geral de Energia (DGE), mas, a sua relação com os indicadores económicos não se encontra tão divulgada.

Consumo de Energia Primária em PORTUGAL - 1998

Le nha s e res íduo s * 5,1% C a rvã o 14,8% P etró leo 71,6% Gá s na tura l 3,2% Ele c tric ida de (s a ldo

impo rta do r) 0,1%

Ene rgia elé c trica (hídric a, e ó lic a e ge o térmic a)*

5,2%

Fo nte: Direcção Geral d e Energ ia * o rig em nacio nal

Atendendo a que as questões energéticas são hoje um tema que se relaciona com quase todos os sectores de actividade, tal a dependência energética da nossa sociedade, o texto que a seguir se apresenta, pretende constituir uma síntese cuja finalidade é a sua fácil leitura e interpretação.

O primeiro conjunto de informação que se apresenta refere-se à caracterização energética de Portugal e o refere-segundo à da região do Algarve. Se relativamente ao primeiro é fácil dispor de dados de natureza económica, já o mesmo não se pode dizer relativamente à região do Algarve e, por isso, embora com alguma insatisfação, não é possível caracterizá-la melhor.

A situação energética

portuguesa

A energia desempenha um papel fundamental na economia e no seu desenvolvimento. Os problemas ambientais resultantes principalmente do consumo de combustíveis de origem fóssil, a escassez de recursos energéticos e os problemas sócio-políticos podem, no futuro, limitar o progresso e o crescimento económico. A diversificação das fontes energéticas, sobretudo com base nas energias renováveis, e a eficiência energética, são as duas formas capazes de assegurar o desenvolvimento económico, minimizando os efeitos nocivos, quer para a humanidade, quer para o sistema ecológico, do crescimento contínuo do consumo de energia.

Atendendo a que Portugal não possui recursos energéticos fósseis, o país importa a generalidade da energia que consome, possuindo uma dependência energética do exterior bastante superior à da média comunitária, para além de uma estrutura de consumo claramente mais baseada nos derivados do petróleo – em 1998, 89,7% da energia primária consumida foi importada, sendo 71,6% petróleo.

Figura 1 – Desagregação do Consumo de Energia Primária em Portugal, 1998. (Fonte: Direcção Geral de Energia)

Os poucos recursos energéticos utilizados actualmente em Portugal, são de natureza renovável (utilização da biomassa e dos recursos hídricos, eólicos e geotérmicos). No entanto, Portugal é um país com apreciáveis potencialidades de utilização de recursos desta natureza.

A nível da União Europeia (UE-15), Portugal é, logo a seguir à Grécia, dos países que apresenta maior Intensidade Energética do PIB, sendo o seu valor, em 1997, (337,6 tep/1990 MEUR) bastante superior à média europeia (237,2 tep/1990 MEUR). Preocupante é o facto da evolução deste indicador, ao contrário do que acontece com a média da UE-15, ser crescente nos últimos anos, conforme se pode observar na figura seguinte.

Conteúdo Energético do PIB

Energia Primária 200 250 300 350 400 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 [t e p /1 99 0 M EU R ] UE-15 Portugal Font e: European Commission, 1999 - Annual Energy Review

Figura 2 – Comparação da evolução do Conteúdo Energético do PIB, no período 1985-1997, em Portugal e na UE-15. (Fonte:

Comissão Europeia – Direcção Geral de Energia e Transportes)

Este facto poderá revelar problemas de produtividade da economia, assim como problemas de eficiência energética. Na realidade, embora se tivesse observado, nos últimos anos, a um crescimento económico a uma taxa superior à média da UE-15, o consumo de energia primária cresceu a uma taxa bastante superior – v. figura.

(2)

Figura 3 – Comparação das evoluções do PIB e do Consumo de Energia Final, no período 1985-1997, em Portugal e na UE-15.

(Fonte: Comissão Europeia – Direcção Geral de Energia e Transportes)

Portugal é, no entanto, o país da UE-15 que apresenta menor consumo de energia primária per capita – 2142,2 kgep/habitante, em 1997. No caso do Luxemburgo, este indicador assume o seu valor máximo dentro da UE-15, de 7950,8 kgep/habitante, ou seja, cerca de 3,7 vezes o consumo per capita observado em Portugal.

Contudo, comparativamente à média da UE-15, a taxa de crescimento do consumo energético per capita é bastante superior, sendo Portugal o país onde se observou o maior crescimento – entre 1985 e 1997 o aumento observado foi de 73,5%, sendo de 8,7% para a UE-15 e 40% para Espanha, imediatamente a seguir a Portugal.

Figura 4 – Comparação da evolução do Consumo Energético per

capita, no período 1985-1997, em Portugal e na UE-15. (Fonte: Comissão Europeia – Direcção Geral de Energia e Transportes)

Feita a desagregação do consumo de energia primária em Portugal e a comparação de alguns indicadores energéticos com a UE-15, é interessante agora procurar conhecer de que forma se encontra repartido o consumo total de energia final em Portugal pelos diferentes tipos de utilização (Figura 5), bem como a evolução verificada nos últimos anos (Figura 6).

Figura 5 – Desagregação, por tipo de utilização, do Consumo de Energia Final em Portugal, 1998. (Fonte: Direcção Geral de

Energia)

Como se pode observar, a Indústria e os Transportes representam mais de 70% do consumo total de energia final em Portugal. Os Serviços e os utilizadores domésticos representam, na sua totalidade, cerca de 20% do consumo total – este valor é aproximadamente metade do verificado na UE-15, em 1997, para o conjunto destes dois utilizadores.

PIB e Energia Final - UE-15 vs PORTUGAL

60 70 80 90 100 110 120 130 140 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 Ín d ice s ( 1990 =1 00 )

Energia Final UE-15 Energia Final PORTUGAL PIB UE-15 PIB PORTUGAL Font e: European Commission, 1999 - Annual Energy Review

Consumo de Energia Final em PORTUGAL

0 5000 10000 15000 20000 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 [k te p]

Indústria Transpo rtes Doméstico Serviço s Outro s Font e: Direcção Geral de Energia

Figura 6 – Evolução do Consumo Final de Energia, por tipo de utilização, no período 1985-1998, em Portugal. (Fonte: Direcção

Geral de Energia)

O consumo total de energia final em Portugal aumentou 81,1%, no período de 1985 a 1998, tendo o maior aumento sido verificado nos Serviços e nos Transportes, respectivamente, com 136,4% e com 135,5% – v. quadro seguinte. Quadro 1 [ktep] Sectores 1985 1998 1985-1998 Indústria 4334 6324 45,9% Transportes 2476 5832 135,5% Doméstico 1220 1973 61,7% Serviços 619 1464 136,4% Outros 756 1438 90,2% TOTAL 9405 17030 81,1%

Fonte: Direcção Geral de Energia

Consumo Energético per capita

Energia Primária 1000 2000 3000 4000 5000 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 [k ge p/ ha bi ta nt e ] UE-15 Portugal Font e: European Commission, 1999 - Annual Energy Review

O elevado crescimento do consumo de energia final observado nos transportes, associado ao facto de este ser dos utilizadores com maior peso no consumo total de energia final, imediatamente a seguir à indústria, terá sido o principal responsável pelo elevado aumento do crescimento de energia per capita observado em Portugal.

Os objectivos da política energética portuguesa parecem apontar na direcção que conduz à redução da fraqueza do sistema energético do país e ao reforço das condições de desenvolvimento dos seus recursos endógenos, conforme se pode ler da figura seguinte.

Reduzir a dependência externa Desenvolver os recursos endógenos Reduzir a dependência do petróleo

Diversificar fontes e origens Reduzir efeitos ambientais da produção/utilização da energia

Diminuir a factura energética

Aumentar a eficiência da oferta

Energias renováveis Utilização Racional de Energia

Eficiência Energética Gás Natural Reestruturação do sector eléctrico Liberalização do sector petrolífero

Objectivos Políticas

Fonte: Direcção Geral de Energia Consumo de Energia Final em PORTUGAL - 1998

Trans po rtes 34% Do mé s tico 12% Se rviço s 9% Outro s 8% Indús tria 37%

Fo nte: Direcção Geral d e Energ ia

Figura 7 – Objectivos da política energética portuguesa. (Fonte:

(3)

Contudo, apesar de se considerarem as Energias Renováveis, a Utilização Racional de Energia e a Eficiência Energética como formas de reduzir a dependência externa, sobretudo do petróleo, de reduzir os efeitos ambientais da utilização da energia e de diminuir a factura energética, na realidade, o grande investimento que se tem feito nos últimos anos em Portugal, tem sido no Gás Natural, pelo que, desta forma, grande parte destes objectivos não serão atingidos.

Um outro aspecto que deverá ser abordado com mais atenção pela política energética portuguesa, decorrente da observação feita anteriormente, é o que diz respeito ao consumo de energia no sector dos Transportes visto que, como se viu, é aquele que tem verificado maior crescimento e, simultaneamente, contribui já hoje com cerca de 1/3 do consumo total de energia.

Caracterização da situação

energética na região do Algarve

O levantamento de dados existentes em diversas publicações, entre as quais se inclui o Plano energético Regional (PER), permitem, de forma sintética, caracterizar a situação energética regional.

Assim, no que se refere ao consumo de combustíveis, a situação pode ser quase rigorosamente caracterizada, uma vez que o gráfico da Figura 8 mostra a evolução da venda de combustíveis1, no período de 1985 a 1998. De referir

que não estão aqui considerados alguns derivados do petróleo como lubrificantes, asfaltos, parafinas e solventes.

Figura 8 – Evolução da venda de combustíveis, por tipo de combustível, no período 1980 – 1998, na região do Algarve. Não inclui venda nas bancas e à aviação. (Fonte: Direcção Geral de

Energia)

O consumo de energia eléctrica na região para o mesmo período, é apresentado no gráfico da Figura 92.

1 Os dados publicados pela DGE referem-se à venda de

combustíveis e não ao seu consumo uma vez que este, em grande parte dos casos, nomeadamente nos transportes, não é possível precisar.

2 Os dados disponibilizados pela DGE até 1993

encontram-se desagregados por tipo de utilização, encontram-sendo que a partir de 1994, a desagregação passou igualmente a ser feita por sector de actividade. [G W h ]

Consumo Total de Energia Eléctrica no Algarve

0 200 400 600 800 1.000 1.200 1.400 1.600 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 Do méstico Restauração , Ho telaria e similares Outro s serviço s Co mércio po r gro sso e retalho

Indústria cerâmica, vidro e cimento Agricultura e pescas Banco s e seguro s Alimentação , bebidas e tabaco Co nstrução e o bras públicas Outro s

onte: Direcção Geral de Energia

Figura 9 – Evolução do consumo de energia eléctrica, por tipo de utilização, no período 1985 – 1999, na região do Algarve. (Fonte:

Direcção-Geral de Energia)

Relativamente à distribuição por sector de actividade ela é representada na Figura 10 e na Figura 11, respectivamente para a venda de combustíveis e para o consumo de energia eléctrica. De referir que a classificação dos sectores de actividade difere nas duas figuras, sendo, no entanto, as que constam nas publicações da DGE. No caso da venda de combustíveis, por exemplo, não é possível determinar exactamente qual o consumo doméstico (incluído no grupo “Serv. Prestados e Outros”), o mesmo não acontecendo com a electricidade, por razões que parecem óbvias. De referir igualmente que a contabilização dos dados relativos ao consumo de energia eléctrica, além de ser mais precisa que os da venda de combustíveis, é mais fácil de apurar, pelo que é disponibilizada com maior actualidade.

Figura 10 – Distribuição da venda de combustíveis por tipo de combustível e sector de actividade, para 1996, na região do Algarve. (Fonte: Direcção Geral de Energia)

Figura 11 – Distribuição do consumo de energia eléctrica, por sector de actividade, para 1999, na região do Algarve. (Fonte: Direcção Geral de Energia)

Dos dados apresentados sob a forma gráfica nas duas figuras anteriores, é possível tirar algumas conclusões que parecem demasiado evidentes:

a venda de combustíveis na região aumentou cerca de 72% no período de 1985 a 1998 (14 anos);

F

Desagregação da Venda de Combustíveis, por Sector de Actividade, no Algarve 1996 0 20 40 60 80 100 120 140

Butano Propano Gasolinas Gasóleo Fuelóleos Outros

[1

0

3 to

n]

Serviços Prestados e Outros Bancos e outras Instituições Financeiras Transportes, Armazenagem e Comunicações Comércio por Grosso e a Retalho, Hotéis, Restaurantes e Similares Construção

Produção e Distribuição de Electricidade, Gás e Água

Indústrias Transfomadoras Indústrias Extractivas

Agricultura, Produção Animal, Silvicultura, Caça e Pesca

Actividades mal definidas

Fonte: Direcção Geral de Energia

Venda de Combustíveis no Algarve

50 100 150 200 250 300 350 400 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 [k te p ]

Butano Propano Gasolinas Petróleos Gasóleo Gasolinas

Fonte: Direcção Geral de Energia Distribuição por Sector de Actividade do Consumo de Energia Eléctrica no Algarve

1999 Doméstico 34,7% Restauração, Hotelaria e similares 17,5% Outros serviços 20,3% Comércio por grosso e

retalho 10,0% Indústria cerâmica, vidro

e cimento 5,7% Agricultura e pescas 4,7% Outros 7,2%

(4)

• • • •

no total dos combustíveis, a parcela referente aos GPL (Gases de Petróleo Liquefeito), embora tenha sofrido um aumento no mesmo período, de 73,2%, não foi tão significativo quanto o verificado nos restantes combustíveis, nomeadamente na gasolina e no gasóleo (117,3%);

as gasolinas e o gasóleo, utilizados sobretudo nos transportes, representam mais de 75% das vendas de combustíveis;

o consumo de energia eléctrica triplicou nos últimos 15 anos (1985 a 1999);

o sector doméstico e de serviços (nos quais se destaca os “Restaurantes, Hotéis e Similares”), representam cerca de 80% do consumo de energia eléctrica;

os sectores da agricultura e da indústria, têm pouco peso nos consumos de energia da região.

Será também interessante conhecer o contributo das energias renováveis no total da energia utilizada nos diferentes sectores de actividade. Essa caracterização não se encontra ainda feita e os dados mais elaborados que nos permitem ter uma panorâmica geral, são os que constam no PER. Assim, e de acordo com esse documento, em 1990, a Energia Solar representava 0,2 ktep, valor que não tinha qualquer significado no consumo total de energia da região (≈500 ktep). Por outro lado, a biomassa aparecia com uma contribuição de 36,6 ktep, ou seja, cerca 7,4 % do consumo total. Nos cenários estudados pelo mesmo PER, a projecção até 2010 para o contributo das energias renováveis não era audaciosa. Por exemplo, o contributo da energia eólica não foi sequer tido em consideração e, no entanto, nos últimos anos da década de 90 verificou-se um incremento da instalação de parques eólicos, tendo até ao presente sido instalados dois no Algarve, com um total de 12 MW de potência instalada.

À data de realização do PER, 1990, a procura de energia final distribuída por sectores de actividade é a que consta do quadro seguinte, assim como a projecção efectuada no cenário mais realista (Cenário A), para 2000:

Quadro 2 [ktep] Sectores 1990 2000 Residencial 63,4 91,4 Terciário 38,9 67,9 Agricultura e Pescas 43,6 44,1 Indústria Extractiva 2,8 3,3 Indústria Transformadora 86,8 113,8 Construção Civil 9,8 13,2 Transportes 251,8 341,7 TOTAL 497,1 675,4

Fonte: Plano Energético Regional

Por forma de energia, a procura de energia final, à mesma data, 1990, e para o mesmo cenário, é:

Quadro 3 [ktep] Sectores 1990 2000 Electricidade 70,2 107,4 Gás 35,1 58,5 Derivados petróleo 319,6 420,1 Carvão 35,6 43,6 Biomassa 36,6 45,3 Solar 0,2 0,5 TOTAL 497,2 675,4

Fonte: Plano Energético Regional

Da observação dos valores apresentados nos quadros anteriores, duas conclusões são evidentes:

grande peso do sector dos transportes, o qual se reflecte também na venda dos derivados do petróleo, nomeadamente das gasolinas e do gasóleo, e conforme acima se viu;

peso significativo na procura de energia por parte do sector doméstico, em que a electricidade e o gás (butano e propano), são as formas de energia seguramente mais utilizadas.

Será interessante ter uma ideia de que forma evoluíram o crescimento económico da região e os respectivos consumos de energia. Para tal, apresentam-se no quadro seguinte os valores médios, no período 1990-1995, das taxas de crescimento do PIB, do consumo de energia eléctrica e da venda de combustíveis, para o Algarve e para Portugal (incluindo Regiões Autónomas):

Quadro 4

Algarve Portugal

PIB* 0,3% 1,7%

Consumo de Energia Eléctrica** 6,2% 4,5%

Venda de Combustíveis** 2,8% 4,7%

* Fonte: Instituto Nacional de Estatística

** Fonte: Direcção Geral de Energia

A principal conclusão que se pode retirar da observação dos valores do quadro anterior é a de que a taxa de crescimento do PIB é bastante inferior à dos consumos de energia, ou seja, a taxa de crescimento da intensidade energética do PIB é positiva, ao contrário do que se passa, em termos médios, na UE-15.

Considerações Finais

Como foi possível observar nesta breve abordagem efectuada à caracterização dos consumos de energia em Portugal e, em particular, na região do Algarve, este é um assunto que levanta grandes preocupações e que exige, de todos nós, uma cuidada reflexão, tendo não só em consideração os aspectos ambientais decorrentes do consumo de combustíveis de origem fóssil (assim como da electricidade, de uma forma indirecta), como também os aspectos económicos associados à ineficiência energética ou, se se preferir, à baixa produtividade energética.

Não deixa de ser um contra-senso o facto de Portugal ser dos países da Europa com maiores potencialidades para o aproveitamento de recursos energéticos renováveis, como é o caso da energia solar e que tão pouco partido tira dessas potencialidades (excepção feita à energia hidro-eléctrica). A implementação de acções estruturantes e sustentadas neste domínio, bem como no da utilização racional e eficiente de energia, são decerto as duas formas capazes de inverter a evolução e a tendência de crescimento da intensidade da utilização de energia em Portugal, contribuindo assim para uma melhoria da produtividade energética da sua economia..

São várias as acções e os projectos para aproveitamento de recursos renováveis existentes por toda a Europa, em relação aos quais Portugal poderia seguir o exemplo. Não deixa de ser constrangedor, contudo, que em alguns casos,

(5)

nomeadamente no aproveitamento da energia solar, dadas as suas reconhecidas potencialidades, Portugal poderia servir de exemplo. A realidade é bem diferente e a fraca aposta nas energias renováveis, é justificada, quase sempre, pela (in)viabilidade económica dos projectos – é aqui que, numa fase inicial, o apoio e incentivo governamental desempenha um papel fundamental.

Pretende-se com este trabalho dar início ao debate das questões energéticas, em particular aos que dizem respeito à região e, por isso, terá continuidade através da abordagem detalhada de soluções energéticas ao nível sectorial, com particular relevo para a hotelaria.

Bibliografia

• Direcção Geral de Energia, Informação Energia, n.ºs 10

a 23, Edições de 1985 a 1998

• Comissão Europeia – 1999-Annual Energy Review • Direcção Geral de Energia – Consumo de Energia

Eléctrica por Concelho, Edições de 1985 a 1990 e

1997/98

• Plano Energético Regional, Perform Energia, 1993.

• FERREIRA, João de Jesus e FERREIRA, Tereza de Jesus –

Economia e Gestão da Energia

• Instituto Nacional de Estatística – Contas Regionais

1995

• Instituto Nacional de Estatística – Anuário Estatístico –

Imagem

Figura 2 – Comparação da evolução do Conteúdo Energético do  PIB, no período 1985-1997, em Portugal e na UE-15
Figura 4 – Comparação da evolução do Consumo Energético per  capita, no período 1985-1997, em Portugal e na UE-15
Figura 10 – Distribuição da venda de combustíveis por tipo de  combustível e sector de actividade, para 1996, na região do  Algarve

Referências

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