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O Louvor e a Adoração Através da Dança

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Academic year: 2020

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Resumo: este artigo tem como tema algo bastante discutido no seio das igrejas evangélicas, especialmente aquelas classificadas como tradicionais: a dança como louvor (adoração), nos momentos de culto. Esse tema tem levantado bastante polêmica no meio evangélico, dividindo pastores e membros, o que nos incentivou, como professores de Educação Física cristãos, a desenvolvê-lo como forma de contribuição nesse debate estabelecido, com o objetivo de colocar os nossos conhecimentos, tanto cristãos quanto “seculares”, a serviço do Reino.

Palavras-chave: adoração, louvor, dança, igreja Edson Leonel Rocha, Maria Aparecida Teles Rocha O LOUVOR E A ADORAÇÃO

ATRAVÉS DA DANÇA

P

rocuramos falar um pouco sobre a história da dança, utilizando para tanto autores renomados na área da Educação Física, bem como autores evangélicos que trabalham com a dança, tendo como maior fonte de pesquisa a Bíblia, que é a base de toda a discussão proposta.

Enfocamos, ainda, “personagens bíblicos” que se envolveram em situa-ções que se referem à dança. Assim, fizemos uma análise tanto do personagem quanto da situação. Dentre esses personagens ou fatos, destacamos o povo de Israel, que no momento de grande livramento, após a travessia do Mar Vermelho, guiados pela profetisa Miriã, irmã de Moisés, louva (adora) ao Senhor com danças. Analisamos também Davi, o homem segundo o coração de Deus e que “... dançava diante de Deus com todas as suas forças”. Temos, ainda, Jeremias, profeta que sofreu tanto por ver Judá se entregando a idolatria, que foi o mensageiro da esperança que o Senhor envou ao povo “... Então a virgem se alegrará na dança, e também os jovens e os velhos...”.

Finalmente, falamos um pouco sobre a alegria de se louvar ao Senhor com a dança, expressão tão natural na criança, que pode se manifestar como

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forma de louvor e adoração, desde que, como nos diz Romanos 12,2 “E não vos conformeis a este mundo, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus”. Alegria por pertencer ao povo de Deus, da mesma forma como o músico toca ou canta, o poeta recita, o pastor prega...

[...] Pois assim como em um corpo temos muitos membros, e nem todos os membros têm a mesma função,assim nós, embora muitos, somos um só corpo em Cristo, e individualmente uns dos outros.De modo que, ‘tendo diferentes dons segundo a graça que nos foi dada’, se é profecia, seja ela segundo a medida da fé;se é ministério, seja em ministrar; se é ensinar, haja dedicação ao ensino;ou que exorta, use esse dom em exortar; o que reparte, faça-o com liberalidade; o que preside, com zelo; o que usa de misericórdia, com alegria (Romanos 12,4-8).

E por falar em dançar... Dançar é “Movimentar continuamente o corpo, de acordo com certo ritmo, em certo espaço” (CHAMPLIN, p. 4093, 2001).

Já louvar significa “Magnificar, aprovar, honrar, glorificar, oferecer ações de graças, elogiar, adorar, aclamar”. (CHAMPLIN, p. 4093, 2001).

Os termos hebraicos mais comuns para louvor são: Halal, cuja raiz significa fazer barulho; Yada, palavra associada aos movimentos corporais que exprimem o louvor; e Zamar, que indica o louvor expresso mediante cânticos ou instrumentos musicais... O louvor brota do coração que sente gratidão... (CHAMPLIN, p. 4661, 2001).

Louvor é a expressão de gratidão que o coração do homem expressa diante do seu criador, e o corpo é a maior forma de expressão criada pelo Senhor Deus. O salmo 150 nos chama:

Louvai ao Senhor! Louvai a Deus no seu santuário; louvai-o no firma-mento do seu poder! Louvai-o pelos seus atos poderosos; louvai-o conforme a excelência da sua grandeza! Louvai-o ao som de trombeta; louvai-o com saltério e com harpa! ‘Louvai-o com adufe e com danças’; louvai-o com instrumentos de cordas e com flauta!Louvai-o com címbalos sonoros; louvai-o com címbalos altissonantes!

Tudo quanto tem fôlego louve ao Senhor. Louvai ao Senhor!

Em pesquisa realizada no site da Igreja Metodista Central de Londrina, encontramos a seguinte tradução do hebraico ao português do salmo 150:

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‘HALELÚ.IÁH Louvai ao Senhor’ HALELÚ.ÉL Louvai a Deus BE.QODSHÔ No seu Santuário

HALELÚ.HÚ BE.TÔF Louvai-o Com Pandeiros ’U.MAHÔL E Danças’

HALELÚ.HÚ BE. MINÍM Louvai-o com instrumentos de cordas VE. ‘ UGÁV e com flautas

HALELÚ- HÚ BE TSILTSELÊ SHÁMA’ Louvai-o com campainhas Sonoras HALELÚ.HÚ BE TSILTSELÊ TRU’ÁH Louvai-o com campainhas Retumbantes

Podemos perceber várias formas de louvor nesse salmo, e em nenhum momento ele explicita o louvor apenas pelo canto ou sons produzidos exclusivamente pela voz humana. Em nenhum momento ele elimina o movimento corporal e a variedade de sons como forma de louvor. O que nós podemos perceber é o convite explícito do Senhor Deus ao homem, no sentido de que esse se prostre e o adore, pois só Ele é digno de louvor e adoração e nós temos e privilégio de poder adorá-lo em todo o tempo, em todo o lugar, com todo o nosso coração e com toda a nossa força, pois, só o Senhor é digno de louvor.

Coimbra (2003), em seu livro Dança: movimento em adoração, faz uma análise comparativa entre louvor e adoração:

LOUVOR ADORAÇÃO

Conduz a adoração Consequência do louvor Por causa dos feitos de Deus Por que ele é Deus

Nasce na alma Nasce do Espírito

Emoção Devoção

Expressão de vida Estilo de vida Leva-nos aos átrios Diante do trono de Deus

Relacionamento Intimidade

Conforme a Bíblia (2000) “Deus é espírito e importa que os seus ado-radores o adorem em espírito e em verdade [...] de todo o nosso coração”. Deus tem nos chamado para um novo tempo com Ele. Nós somos feitos “...à imagem e semelhança de Deus”. Somos corpo, alma e espírito, e não tem como não se emocionar, não se quebrantar, não se alegrar diante do Deus Todo Poderoso, criador dos Céus e da terra, que foi quem nos fez...

A bíblia compara a igreja com a noiva e Jesus com o noivo, e o senti-mento da noiva que aguarda o seu casasenti-mento é de extrema alegria, ansiedade,

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sonhando com o maravilhoso dia de seu casamento. Ele diz que nós temos de ter sede Dele, e esperar com ansiedade a sua volta. A forma de expressão de louvor e adoração é individual, é pessoal.

Deus que nos fez, sonda o nosso coração e nos conhece (Sl 139). HISTÓRIA DA DANÇA

Dançar é uma manifestação instintiva do ser humano. Antes de polir pedra e construir abrigos, os homens já se movimentavam ritmicamente para se aquecer e se comunicar.

A dança se revelou desde muito cedo. Por meio de pinturas nas cavernas pré-históricas, percebe-se as primeiras tentativas de mostrar o homem primitivo dançando instintivamente, usando seus movimentos e gestos para comemorar vitórias, enfim o homem dançava em cada mani-festação de vida.

Assim, percebemos que a dança sempre esteve presente na história da humanidade (nascimento, casamento, plantio, colheita, morte) refletindo na necessidade de comunhão, de celebração, de união entre as pessoas e reverência aos deuses.

Ossona (1988), em seu livro A educação pela dança, fala sobre a influência da música no homem em seus primórdios : “Para o homem pri-mitivo não existe a divisão entre religião e vida, a vida é religião, sua dança é vida, é uma ação derivada de sua crença”.

Nos primórdios da vida humana, a dança era uma transferência de-sordenada de sentimentos. Os mais variados com grande carga emocional, sem uma estrutura corporal clara associada a uma atração rítmica. Com o tempo ela se torna ritual, cerimônia, celebração, chegando a ponto de tornar-se uma diversão.

Na Grécia a dança era tida como essencial para a educação, para culto e para o teatro. O filósofo grego Platão aconselhava que todos os cidadãos gregos aprendessem a dançar para desenvolver o autocontrole e o desembaraço na arte da guerra. Danças com armas faziam parte da educação dos jovens Atenienses e Espartanos e as danças sociais eram realizadas em ocasiões festivas e nos jogos olímpicos.

Na Idade Antiga existiam as danças tidas como sagradas e profanas. No antigo Egito o povo se dedicava à agricultura, por isso suas festas religiosas se concentravam em danças para homenagear Osíris, o deus da vegetação. A função da dança não era artística, em forma de espetáculo, como vemos hoje secularmente. No princípio deste processo o homem usava

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a dança como invocação ou como uma forma de mostrar sua crença, ou de dominar os fenômenos naturais e amoldá-los à sua vontade! Dizemos isso sobre o homem natural, sem Deus, mas, ansioso por descobri-lo! Um homem em desespero por agradar ao Ser Supremo sem conhecê-lo! Agora, como vamos analisar os cristãos quanto a essa atitude então?

A primeira citação que a Bíblia Sagrada faz sobre dança sagrada é no livro de Êxodo 15,20: “Então Miriã, a profetisa, irmã de Arão, tomou na mão um tamboril, e todas as mulheres saíram atrás dela com tamboris, e com danças”.

Esse momento houve uma celebração pelo livramento que o verdadeiro Deus concedeu ao povo de Israel. Os movimentos corporais expressavam a grande alegria do povo de Deus pelo livramento do cativeiro do Egito.

Entretanto, no mesmo livro do Êxodo 32,19: “Chegando ele ao arraial e vendo o bezerro e as danças, acendeu-se-lhe a ira, e ele arremessou das mãos as tábuas, e as despedaçou ao pé do monte”.

Temos aqui, um exemplo de dança profana. No entanto, o que levou Moisés a se irar contra o povo hebreu, teve como princípio funda-mental a desobediência e a idolatria do povo, revelado pelas estátuas e pelas manifestações da música e da dança, o que demonstra que o pecado não é meramente a expressão corporal e, sim, a idolatria.

Durante a Idade Média, o cristianismo tornou-se a força mais influente na Europa e as danças teatrais foram proibidas por representantes da igreja, pois, para eles algumas delas apresentavam movimentos muito sensuais.

A dança passou a ser mal vista pelas autoridades eclesiásticas. Como exemplo temos: um decreto do papa Zacarias, no anos de 774, “contra os movimentos indecentes da dança ou carola” (carola era uma dança típica da época); outro decreto do concílio de Avignon (1209), determinando que “ durante a vigília dos Santos não deve haver nas igrejas espetáculos de dança ou carola”. Contudo, mesmo com toda a repressão as pessoas continuavam a dançar em festas comemorativas. A primeira sendo uma dança de roda e a segunda uma dança em três tempos, na qual os participantes não se tocavam. Eram danças de celebrações ao som de cantos Gregorianos, e ritmadas com tambores e tamborins.

Dessa forma, a carola era dançada por qualquer pessoa, porém, em ocasiões não religiosas. Era uma dança livre, popular que representava co-munhão porque eram dançadas em grupos, em rodas e em fileiras.

Nessa ocasião, as camadas privilegiadas, buscaram uma forma de se diferenciar e inventaram uma dança mais sofisticada, onde o corpo acompanhava uma métrica musical e ao mesmo tempo, buscava beleza dos movimentos e das formas. Assim surge uma dança erudita, das camadas

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privilegiadas, destacando-se das danças popularer e com isso, a ciência que estudava as regras que regem o corpo, começava a ganhar espaço.

Faz-se necessário alertar para a fase que vivia o cristianismo nessa época, totalmente influenciado e dominado pelos dogmas da Igreja Católica, que se colocava como legítima representante do Cristianismo, por meio de decretos e concílios, contrariando a igreja criada por Jesus Cristo, regida pelo amor sacrifical da cruz de Cristo em busca da salvação do homem.

Nessa fase a Igreja Romana se valia do medo dos fiéis, por causa da ignorância em relação aos ensinamentos reais de Jesus, e por meio de ameaças, vendas de indulgências entre outras barbaridades em nome de Deus. Essas proibições ditadas pelos Papas e demais autoridades eclesiásticas facilitava o domínio da igreja sobre o povo, e manutenção de sua hegemonia no poder. FATOS E PERSONAGENS CITADOS NA BÍBLIA

Davi, o Homem “Segundo o Coração de Deus”

Davi era o irmão mais novo de uma família de oito irmãos, pastor de ovelhas e, segundo I SM 16,18, ele era “[...] Filho de Jessé, o belemita, que ‘sabe tocar bem, e é forte e destemido, homem de guerra, sisudo em palavras, e de gentil aspecto; e o Senhor é com ele’”.

Amava a Deus, era muito corajoso e zeloso pelo nome do Senhor. Ao chegar ao arraial e ouvir a afronta do filisteu Golias ao Deus de Israel, ele se indigna pelo nome do Senhor:

[...] Pois quem é esse incircunciso filisteu, para afrontar os exércitos do Deus vivo?...E Davi disse a Saul: Não desfaleça o coração de ninguém por causa dele; teu servo irá, e pelejará contra este filisteu... Saul, porém, disse a Davi: Não poderás ir contra esse filisteu para pelejar com ele, pois tu ainda és moço, e ele homem de guerra desde a sua mocidade... Então disse Davi a Saul: Teu servo apascentava as ovelhas de seu pai, e sempre que vinha um leão, ou um urso, e tomava um cordeiro do rebanho, eu saía após ele, e o matava, e lho arrancava da boca; levantando-se ele contra mim, segurava-o pela queixada, e o feria e matava... O teu servo matava tanto ao leão como ao urso; e este incircunciso filisteu será como um deles, porquanto afrontou os exércitos do Deus vivo... Disse mais Davi: ‘O Senhor, que me livrou das garras do leão, e das garras do urso, me livrará da mão deste filisteu’ (I Sm. 17: 26,32-37).

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E como todo ser humano, era sujeito às mesmas paixões que nós:

Ora, aconteceu que, numa tarde, Davi se levantou do seu leito e se pôs a passear no terraço da casa real; e do terraço viu uma mulher que se estava lavando; e era esta mulher mui formosa à vista... Tendo Davi enviado a indagar a respeito daquela mulher, disseram-lhe: Porventura não é Bate-Seba, filha de Eliã, mulher de Urias, o heteu?... Então Davi mandou mensageiros para trazê-la; e ela veio a ele, e ele se deitou com ela; depois ela voltou para sua casa (II Sm. 11: 2-4)

Mas reconhecia os seus erros e não tinha medo de pedir perdão a Deus: Bem-aventurado aquele cuja transgressão é perdoada, e cujo pecado é coberto. Bem-aventurado o homem a quem o Senhor não atribui a ini-qüidade, e em cujo espírito não há dolo. Porque de dia e de noite a tua mão pesava sobre mim; o meu humor se tornou em sequidão de estio. Enquanto guardei silêncio, consumiram-se os meus ossos pelo meu bramido durante o dia todo. Confessei-te o meu pecado, e a minha iniqüidade não encobri. Disse eu: Confessarei ao Senhor as minhas transgressões; e tu perdoaste a culpa do meu pecado (Salmos 32,1-5).

Deus escolhe pessoas que sejam segundo o coração d’Ele, ele sonda o insondável pelo homem. Davi amava a Deus e o buscava todo o tempo e se arrependia sempre quando desagradava a Deus. E Davi dançava...

Davi, vestindo um manto sacerdotal de linho, dançou com todo o entu-siasmo em louvor a Deus, o SENHOR.

E assim ele e todos os israelitas levaram a arca da aliança para Jerusa-lém, com gritos de alegria e sons de trombetas (Bíblia NVI; II Samuel 6,14-15).

E o objetivo dele era louvar e engrandecer o nome do Senhor, não se importando com o que as pessoas pensariam de seus atos, pois ele sabia que Deus conhecia o seu coração, que era reto diante do Senhor...

Quando a arca estava entrando na cidade, Mical, filha de Saul, olhou pela janela, viu o rei Davi pulando e dançando em louvor ao SENHOR. Então sentiu por ele um profundo desprezo.

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Saul, saiu para encontrá-lo. Ela disse: - Que bela figura fez hoje o rei de Israel! Parecia um sem-vergonha, mostrando o corpo para as empregadas dos seus funcionários!

Davi respondeu: - ’Eu estava dançando em louvor ao SENHOR”, que preferiu me escolher em vez de escolher o seu pai e os descendentes dele e me fez o líder de Israel, o seu povo. ‘Pois eu continuarei a dançar em louvor ao SENHOR’. ‘E me humilharei ainda mais diante dele’. Você pode pensar que eu não sou nada, mas aquelas moças de quem você falou vão me dar muito valor! E Mical, filha de Saul, nunca teve filhos (II Samuel 16,20-23). Como Deus conhecia o coração de Davi, conhecia também o de Mical, que era mal e invejoso, e ela recebeu o castigo para o seu pecado. Não ter filhos para a época era a pior coisa para uma mulher. Mical no começo amava Davi, porém se tornou amarga de ciúmes e inveja e deixou de ser companheira e benção. Os olhos dela viam conforme o seu coração.

A Alegria de Dançar diante do Senhor Prometida a Jeremias

Jeremias sofreu muito por Judá, pelo seu povo que insistia em afas-tar-se de Deus e “comer” qualquer palavra que trouxesse alívio “imediato” diante da turbulência que vivia o povo de Israel, política e espiritualmente! Jeremias foi um homem chamado por Deus para levantar-se contra a ido-latria que reinava em Israel.

O capítulo 31 de Jeremias nos traz uma palavra de Deus para o povo em meio a tanta confusão e ausência de identidade:

naquele tempo, serei o Deus de todas as tribos de Israel e elas serão meu povo...eu irei e darei descanso a Israel

[...] com amor eterno eu te amei; por isso com benignidade te atraí [...] ainda te edificarei e serás edificada ó virgem de Israel Ainda serás ador-nada com teus adufes e sairás com o coro dos que dançam.

[...]’Então a virgem se alegrará na dança, e também os jovens e os velhos’; tornarei o seu pranto em júbilo e os consolarei; transformarei em regozijo sua tristeza (Jeremias 31,1-4; 13).

A qual período Deus está se referindo? Quando é que Deus restaurará a sorte de Israel, se não é nesse tempo em que vivemos?

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Infelizmente, nós tivemos um péssimo exemplo de dança na Bíblia, que tem servido de referência para a maioria das pessoas que discordam da dança como uma expressão de louvor e adoração: a dança de Salomé, filha de Herodias, quando essa pediu a Herodes a cabeça de João Batista.

Um único exemplo claro de dança profana e sensual, mas que tem apagado as outras manifestações corporais, expressões de louvor e adoração por meio da dança na bíblia. O próprio Jesus ao relatar a parábola do filho pródigo em Lucas 15,25 fala das danças que aconteceram pela volta do filho à casa: “Ora, o seu filho mais velho estava no campo; e quando voltava, ao aproximar-se de casa, ouviu a música e as danças”.

Outra afirmação muito comum usada hoje é a de que as danças na bíblia eram manifestações folclóricas para a época do velho testamento. Porém, em que se baseia tal afirmação nós não sabemos, o que importa dizer é que a dança é uma manifestação genuína de adoração a Deus e a negação desse fato acaba se caracterizando como um posicionamento pessoal das pessoas que são contrárias ao desenvolvimento desse ministério nas igrejas, sob a desculpa de que devemos fugir da “aparência do mal”.

Conta-se a história de um pai que ao deparar com a filha em um namoro “avançado” no sofá da sala, “solucionou” o problema tirando o sofá da sala. Não seria melhor trabalhar o coração da filha, ao invés de mascarar a solução do problema? Então será que negar a dança é solução para que nossos jovens não se envolvam ou se encantem com a dança, ao invés de trabalharmos os seus corações quanto ao que é certo ou não ao se dançar?

A “boca” fala daquilo que o coração está cheio. A dança nada mais é do que a expressão do que se encontra no coração do homem. Se esses sentimentos são direcionados ao criador dos Céus e da terra e de todo o movimento hu-mano, é isso que será expresso. Não adianta mascararmos o fato de que o ser humano é grandemente formado de emoções e que o corpo fala muitíssimo. Precisamos orientar os nossos jovens e adolescentes sobre o certo e o errado em todas as áreas da vida deles e a dança não é diferente. Não adianta negar o fascínio e a influência que a música e o movimento corporal causam em nossos jovens e adolescentes, e, sim, orientá-los e direcioná-los ao Senhor. COLHENDO OS FRUTOS DO TRABALHO “MAL FEITO”

O que temos visto muito nas igrejas que nós observamos é a falta de pessoas capacitadas para realizar esse ministério que é algo tão sério, o que tem redundado em um verdadeiro desastre.

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Como todas as áreas da igreja, não seriam diferentes as necessidades de pessoas capacitadas para desenvolver esse trabalho. No entanto, o que se vê é o modismo entrando nas igrejas, sem nenhum critério. Está na moda, alguém que sabe “uns passinhos” ou fez dança “no mundo”, começa um grupo de dança, tipo equipe de adoração. Usam músicas inadequadas, roupas e movimentos inadequados e as pessoas ao assistirem “aquilo” dizem que é impróprio para a igreja.

Segundo Caetano (data), precisamos entender que, em todas as prá-ticas, inclusive as artísprá-ticas, há sempre o bom e o mau. Existe má literatura, mas continuamos a ler bons livros. Existe má fotografia, mas continuamos a tirar e a ver fotografias. Existe má pintura, mas continuamos a pintar e a apreciar as artes plásticas. Existe mau cinema, mas continuamos a valorizar grandes obras cinematográficas. Existe mau e o bom teatro; má e boa es-cultura; péssimos e excelentes programas de televisão, etc..

“Examinai tudo, retende o bom”, aconselhou o apóstolo Paulo (I Tess, 5,21).

Poderíamos dizer, ainda, que, infelizmente dentro das igrejas, também existe o bom e o mau. Há pessoas sinceras e outras hipócritas, há cristãos honestos e outros que não o são, há muita vaidade, maledicência, falsa santidade, inveja e fanatismo...

Na maioria dos conceitos sobre a dança diz que ela induz às expressões carnais, o que não é verdade quando há uma atitude pura, feita no espírito diante do Senhor.

Ao Senhor e só a Ele compete separar o joio do trigo.

Acreditamos ser a dança uma genuína expressão de louvor e adoração, assim como a música e toda a espécie de arte criada por Deus.

Referências

A BÍBLIA Sagrada. Traduzida em português por João Ferreira de Almeida. 2. ed. rev. atual. Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 2000.

CHAMPLIN, Russel Norman. O Antigo Testamento interpretado: versículo por versículo. 2. ed. São Paulo: Hagnos, 2001.

COIMBRA, Isabel. Dança: movimento em adoração. Belo Horizonte: Athikté, 2003. COIMBRA, Isabel. Louvai a Deus com danças. Belo Horizonte: Athikté, 2003.

DIOGO, Adriana Pinheiro. Manual para grupos de Adoração Criativa. 2.ed. [s.l]: Ministério Luz para os povos, 2005

OSSOMA, Paulina. A educação pela dança. Tradução de Norberto Abreu Neto. São Paulo: Summus, 1988.

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WALLING, Jeff. Ouse dançar com Deus: caminhando para os braços de Deus. Tradução de Neyd Siqueira. Barra Funda: Editora e Publicadora Quadrangular, 1996.

SITE: <www.lagoinha.com/bibliaonline>. SITE: <www.vivos.com.br>. SITE: <www.dancapelasnacoes.com.br>. SITE: <http//dancadoceu.zip.net>. SITE: <www.amigosdonoivo.com.br>. SITE: <www.metodistalondrina.com.br>. SITE: <www.ibmorumbi.org.br/>. SITE: <www.ibeldorado.com.br/>. SITE: <www.teatroevangelico.com.br>. SITE: <www.pibpa.org.br>. SITE: <www.americanobatista.com.br>.

Abstract: this article focuses on something very controversial within the evangelical churches, especially those classified as traditional: the dance as praise (worship), in moments of worship. This issue has raised much controversy among evangeli-cal pastors and dividing, which encouraged us as teachers of Physievangeli-cal Education Christians to develop it as a contribution to this debate out in order to put our knowledge, both Christians as “secular”, for the Kingdom.

Key words: worship, praise, dance, church EDSON LEONEL ROCHA

Especialização em Educação Física pela Universidade Federal de Goiás. Professor de Educação Física na Universidade Salgado de Oliveira.

MARIA APARECIDA TELES ROCHA

Mestre em Ciências do Ensino Superior pela Univerdidad de Habana, Cuba. Professora de Educação Física.

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