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PROJETO DE RESIDÊNCIA PEDAGÓGICA A SEMIÓTICA DA CANÇÃO EM SALA DE AULA: A SEMIÓTICA DA CANÇÃO EM SALA DE AULA | REGRASP - Revista para Graduandos / IFSP-Campus São Paulo

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Academic year: 2021

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PROJETO DE RESIDÊNCIA PEDAGÓGICA: A SEMIÓTICA DA

CANÇÃO EM SALA DE AULA

Viviane da Silva PINTO1 Licencianda em Letras IFSP/Câmpus São Paulo

RESUMO

Este artigo apresenta um plano de atividades da Residência Pedagógica a serem desenvolvidas pelos bolsistas de Licenciatura em Letras do Instituto Federal de São Paulo/Câmpus São Paulo (IFSP-SPO), em conjunto à coordenação, ao corpo docente e ao discente da Escola Estadual Buenos Aires. A proposta visa explicitar a importância da análise semiótica da canção, idealizada por Tatit (2016), que permite que façamos um trabalho de construção de sentido mais completo em relação ao texto musical trabalhado, pois garante que sejam incluídas na análise as valorações presentes na entonação que se encontra na voz da comunicação humana levada para a composição das canções. Para isso, a proposta traz um embasamento teórico semiótico e a aplicação de uma análise da canção Tempo de Pipa, de Cícero Lins (2011), composta e interpretada por ele mesmo no álbum “Canções de Apartamento”, com base nos parâmetros da semiótica da canção de linha greimasiana estabelecidos por Luiz Tatit (2016). Tal análise possibilita compreender como se dá a associação do que é dito e de como é dito, o que direciona e dá efeitos de sentido nas unidades entoativas da canção. Sendo assim, essa proposta de projeto acadêmico possibilitará ajudar os alunos a desenvolverem habilidades de interpretação de sentidos construídos na integração de diferentes linguagens.

Palavras-chave: Semiótica; Música; Canção.

Introdução

A proposta pedagógica ora apresentada visa ao ensino de canções em sala de aula mediante os projetos realizados para a Residência Pedagógica, programa que

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integra a Política Nacional de Formação de Professores, e possui, como um dos objetivos, a imersão do licenciando no espaço escolar do ensino básico.

O Plano de Projeto consiste em promover a ampliação das ferramentas de análise de músicas populares brasileiras, entre as quais seriam levadas em conta não somente a letra escrita das canções, mas também a tonalidade que as compõem, permitindo ao aluno identificar como a linguagem entoada produz efeitos de sentido que vão além dos efeitos de sentido produzidos apenas pela letra escrita.

Para melhor compreensão do projeto que será proposto a seguir, é importante explicar como a análise das canções considerando todo o âmbito do texto é fundamental e como a semiótica compreende a noção de sentido construído pela integração da linguagem escrita e entoada. Sendo assim, é importante explicitar o que se define por

Semiótica. Essa consiste em uma área da linguística, área que trata do processo de

sentido nos atos da comunicação humana. Ou seja, não só o sentido que se tem diante dos textos, mas quais foram as especificidades do processo para se obterem tais efeitos de sentido (em outras palavras, o resultado final).

Entre as muitas definições dadas para essa teoria, Barros (2005, p. 8) a define segundo a teoria desenvolvida por A. J. Greimas, e afirma que se trata de uma “teoria que procura explicar o ou os sentidos do texto pelo exame, em primeiro lugar, de seu plano de conteúdo”. A análise greimasiana, também utilizada por Luiz Tatit (2016) na sua teoria da Semiótica da Canção, visa uma análise que abrange elementos constituídos historicamente, culturalmente e ideologicamente:

A semiótica, como se afirmou desde o início, procura hoje determinar o que o texto diz, como o diz e para que o faz. Em outras palavras, analisa os textos da história, da literatura, os discursos políticos e religiosos, os filmes e as operetas, os quadrinhos e as conversas de todos os dias, para construir-lhes os sentidos pelo exame acurado de seus procedimentos e recuperar, no jogo da intertextualidade, a trama ou o enredo da sociedade e da história. (BARROS, 2005, p. 78, grifo nosso).

Para a análise das músicas, compreendemos que os alunos não têm a necessidade de entender e decorar termos científicos, mas é importante que o professor compreenda como se dá o efeito de sentido construído nas canções pela linguagem entoada, e, para esse embasamento teórico, o docente pode fazer uso dos fundamentos

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da teoria da Semiótica da Canção, de Tatit (2016), e dos fundamentos teóricos sobre a semiótica greimasiana entendidos no livro Teoria Semiótica do Texto de Diana Luz Pessoa de Barros.

Sendo assim, na Semiótica da Canção, a análise é ampliada, pois considera-se não apenas a letra da música, mas também a tonicidade que a compõe, absorvendo mais possibilidades de entendimento da mensagem transmitida.

Pois então, essa é uma das formas de pensar a relação letra/melodia em seus mecanismos de compatibilização. [...] O que o compositor nos apresenta é uma proposta de integração e não uma proposta de justaposição de linguagem paralelas. (TATIT, 2007, p. 104, grifo nosso).

Deve-se destacar que as relações entre letra e melodia apresentam efeitos de sentido que podem, ou não, ser opostos. Quando falamos de integração entre as linguagens e não de uma justaposição, na qual uma poderia se ver superior ou independente da outra, é preciso lembrar que, por se tratarem de duas linguagens diferentes, podem possuir efeitos de sentidos diferentes em suas expressões. Por esse motivo, é possível que venham a se complementar e se reafirmar, ou simplesmente se contradizer e acabar expressando ideias opostas.

A forma como é dada a integração entre esses dois tipos de linguagens é um aspecto fundamental dentro da teoria da Semiótica da Canção, pois o trabalho com a tonicidade presente na comunicação verbal está carregado de valorações que podem ser dicotômicas, podendo causar por exemplo, um efeito de ironia no que é dito.

[...] é na entonação que a valoração encontra a sua expressão mais pura. A entonação estabelece um vínculo estreito entre a palavra e o contexto extraverbal: a entonação viva parece conduzir a palavra além das fronteiras verbais. (VOLOCHÍNOV, 2013, p. 81).

Por esse motivo, ao observar como a tonicidade usada em um ponto crucial da música apresenta um sentido totalmente oposto ao que é explicitado se observada apenas pela letra, fica evidente a limitação da compreensão dos efeitos de sentido da canção como um todo quando a análise observa apenas o texto escrito.

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Unir melodia e letra não é apenas um ato de combinação de acento entre fases melódicas e frases linguísticas nem de climas (vibrante, melancólicos, românticos etc) gerados por ambos componentes. Essa união representa sempre a revelação de um terceiro elemento: o “modo de dizer”. (TATIT, 2006, p. 85-86, grifo nosso).

Além da parte entonacional da canção, a qual será retomada mais à frente, faremos a seguir um levantamento das questões que contextualizam a elaboração da música, tornando possível a compreensão dos elementos que constituíram a composição do álbum e da música em análise, momento fundamental para compreensão dos alunos sobre as questões sociais e culturais que envolvem o texto analisado.

Exemplo de análise

Ponto 1: Contextualização da obra analisada

É importante que os alunos se atentem à origem da obra analisada. Isso inclui informações sobre o álbum ao qual a música pertence, o ano de lançamento e a contextualização histórica, cultural e social que envolveu o processo de criação e/ou interpretação da música. Além disso, também se deve levar em conta que as letras das músicas podem ser repletas de figuras de linguagens e podem tratar de assuntos ligados ao amor e aos sentimentos.

Segundo Dietrich (2008, p. 10), “a canção foi eleita lugar privilegiado para a manifestação das ideias e ideais da cultura brasileira”, e na canção Tempo de Pipa, tem-se uma ambientalização muito rica em relação aos aspectos da infância do compositor vividos na cidade do Rio de janeiro, além do costume de soltar pipa, brincadeira comum em diversas regiões do Brasil. Juntamente com isso, a imagem passada de céu limpo e paisagem, propícios à prática de soltar pipa, trazendo a memória discursiva do Rio de Janeiro como a Cidade Maravilhosa ou Rio 40 graus, com referenciais de calor e céu azul. Com isso é possível perceber como a análise da música pode direcionar o aluno a identificar elementos do seu próprio dia a dia subentendidos nas canções.

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Ponto 2: Procedimentos de análise

No resumo de Barros (2005) sobre o percurso da geratividade, são apontados três níveis de análise. O mais simples e abstrato recebe o nome de nível fundamental ou de estruturas fundamentais. O segundo é denominado de nível narrativo ou nível das estruturas narrativas. Por último, o terceiro nível é o das estruturas discursivas, no qual a narrativa é assumida pelo sujeito da enunciação. Juntamente com o percurso gerativo, será possível observar o comportamento da tonicidade distribuída na canção através da aplicação do modelo de diagrama elaborado por Tatit (2016).

Outra forma de se trabalhar a análise das canções pode voltar-se à contagem de estrofes, sílabas poéticas e rimas presentes na música.

Segundo Barros (2005, p. 14), “no nível das estruturas fundamentais é preciso determinar a oposição ou as oposições semânticas a partir das quais se constrói o sentido do texto”. Sendo assim, ao considerar o interdiscurso possivelmente presente nas canções, o aluno poderá desenvolver habilidades que o ajudem a identificar ideologias presentes nos discursos das canções. Barros (2005, p. 14) também diz que “as categorias fundamentais são determinadas como positivas ou eufóricas e negativas ou disfóricas”, o que direciona o discernimento entre valores expostos no texto.

Agora, retomando a ideia de dicotomia no discurso, um fator que deixa clara a ambiguidade dos sentimentos do sujeito nessa canção na relação letra-melodia está no grande salto na tessitura no primeiro verso do refrão, no qual o sujeito admite a possibilidade da rejeição. Esse tipo de característica na tessitura, com salto ascendente, não constitui uma unidade entoativa capaz de convencer o ouvinte, ou seja, quando o sujeito afirma estar tudo bem, na realidade não está tudo bem. Porém, logo após sofrer essa desilusão ao admitir a possibilidade da rejeição, o sujeito faz, de imediato, uma busca por uma forma de amenizar o sentimento disfórico. É possível observar esse ganho e queda na tessitura no diagrama a seguir:

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Figura 1 — Refrão de Tempo de Pipa

Fonte: Autora

Considerações a partir dos dados da análise

A análise semiótica da canção proposta por Tatit (2016) permite que façamos um trabalho de construção de sentido mais completo em relação ao texto musical trabalhado, pois garante que sejam incluídos na análise as valorações presentes na entonação que se encontra na voz da comunicação humana levada para a composição das canções.

Considerar tais entonações pode nos indicar padrões nos quais se encaixam todas as canções segundo a sua tipologia. Por isso, através da análise feita da tessitura da canção Tempo de Pipa, foi possível identificar os aspectos passionais e a forma como eles estão diretamente ligados à temática da música, sendo ela sobre a busca do ser ou objeto amado, aspectos esses presentes não só na letra mas expressos também através dos grandes saltos na tessitura e na desaceleração do andamento.

Sendo assim, destaca-se a relevância desse tipo de análise para construção de sentido, no qual os efeitos causados no uso da tonicidade escolhida pelo compositor diz algo dicotômico em relação ao que diz a letra escrita da canção, revelando a importância de se considerar todo o contexto, histórico e cultural, e tipos de linguagens envolvidos no ato da comunicação, no caso, a canção, uma linguagem entoada, garantindo, assim,

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compreender como se deu o processo de construção de sentido e a mensagem passível de ser interpretada pelos ouvintes.

Prática em sala de aula

Para prática dessa teoria, foi escolhida uma sala de aproximadamente 40 alunos do sexto ano do ensino fundamental da Escola Estadual Orestes Guimarães, localizada Rua Canindé, 153 – Canindé, São Paulo - SP, 03053-000. Telefone: (11) 3229-1816.

Para sequência didática foi pensada uma aula na qual seria introduzido o tema de diversidade cultural presente em elementos artísticos, primeiramente, na literatura. Por isso, foi falado de um livro de origem sueca, Pippi Meialonga, de Astrid Lingren (2016). Para esta aula inicial, focamos mais em uma resenha sobre os temas abordados no livro e alguns aspectos culturais presentes como exemplo: i) violência contra a mulher; ii) resolver os problemas com força sobrenatural, iii) sobre ter férias férias e iv) Escola não ser a única fonte de conhecimento. Depois de ter discutido esses temas com os alunos, eles receberam a letra da música Tempo de Pipa, do Cicero Lins (2011), e, como dever de casa, deveriam lê-la, ouvirem a música se pudessem e trouxessem um desenho que a representasse.

Na aula seguinte, discutimos sobre a música após ouvi-la, e, então, destacamos detalhes do sentido construído que não seriam possíveis de entender sem ouvir a música entoada como o compositor a fez.

Os pontos focados foram exatamente os explicados na análise apresentada. A construção de sentido na entonação do eu-lírico, que finge não se importar com o desprezo, mas, subliminarmente, demonstra se importar de fato.

Aprendizado dos alunos:

Na prática, muito raramente o professor dá e sabe dar explicações estilísticas para as formas gramaticais estudadas. Às vezes ele até aborda a estilística nas aulas de literatura (aliás, muito pouco e de modo superficial), mas o conteúdo das aulas de língua materna é a gramática pura. (BAKHTIN, 2013, p. 23).

Portanto, a luta pelos direitos humanos abrange a luta por um estado de coisas em que todos possam ter acesso aos diferentes níveis da cultura. A distinção entre cultura popular e cultura erudita não deve servir para justificar e manter uma separação iníqua, como se do ponto de vista cultural a sociedade fosse dividida em esferas

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incomunicáveis, dando lugar a dois tipos incomunicáveis de fruidores. Uma sociedade justa pressupõe respeito aos direitos humanos e a fruição da arte e da literatura em todas as modalidades e em todos os níveis é um direito inalienável (CANDIDO, 1988, p. 191).

Considerações finais

A partir dessa exposição é possível enxergar como o texto musical predispõe uma variedade de características linguísticas que vão além da comunicação textual apenas escrita. Compreender a maneira como essas linguagens (escrita e entoada) se relacionam, e ter propriedade em falar e usar tais técnicas de análise, é um ferramenta de grande importância na formação do profissional da educação e como formação pessoal do aluno em seu desenvolvimento como cidadão crítico.

Finalizo reafirmando o aproveito do conhecimento mais profundo da linguagem cancional na sala de aula, para que o entendimento e a aprendizagem da parte dos alunos sejam melhor conduzidos e, assim, professor e aluno poderão desenvolver trabalhos de análise mais completos, e portanto, agregar uma bagagem de habilidades linguísticas ainda mais equipada.

Referências

BAKHTIN, M. Questões estilísticas no ensino da língua. São Paulo: Editora 34, 2013.

BARROS, D. P. L. Teoria semiótica do texto. 4. ed. São Paulo: Ática, 2005.

CANDIDO, A. O direito à literatura. In: CANDIDO, A. Vários escritos. Rio de Janeiro: Ouro sobre azul; São Paulo: Duas Cidades, 1988. p. 169-191.

DIETRICH, P. Semiótica do discurso musical: Uma discussão a partir das canções de Chico Buarque. 2008. Tese (Doutorado em Linguística) — Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2008.

LINDGREN, A. Píppi meialonga. Ilustrações: Ingrid Vang Nyman. Tradução do sueco: Maria de Macedo. 2. ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2016.

LINS, C. Tempo de Pipa. In: Canções de apartamento. Rio de Janeiro: DeckDisc, 2011. 1 CD. Faixa 1.

TATIT, L. Estimar canções: estimativas íntimas na formação do sentido. Cotia: Ateliê Editorial, 2016.

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VOLOCHÍNOV, V. N. A construção da enunciação e outros ensaios. São Carlos: Pedro & João Editores, 2013.

PEDAGOGICAL RESIDENCE PROJECT: THE SEMIOTICS OF SONG IN THE CLASSROOM

ABSTRACT

This project aims to present a plan of activities for the Pedagogical Residency to be developed by the scholarship holders in Language Studies at the Federal Institute of São Paulo (IFSP-SPO), together with the coordination, faculty and student of the Buenos Aires State School. The proposal aims to explain the importance of the Semiotic Analysis of the Song, proposed by Tatit, which allows us to do a complete sense of meaningful construction in relation to the musical text ensuring the values are present in the intonation. For this, the proposal provides a theoretical basis and the application of an analysis of the song “Tempo de Pipa”, by Cícero Lins, composed and interpreted by himself in the album “Canções de Apartamento”, based on the semiotic parameters of the song by greimasiana line established by Luiz Tatit. Such analysis makes it possible to understand how the association of what is said and how it is said occurs, what directs and gives meaning effects in the intonation units of the song, therefore, this academic project proposal will enable students to develop interpretation skills of meanings built on the integration of different languages.

Keywords: Semiotics; Music; Song.

Envio: março/2020 Aceito para publicação: junho/2020

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Figura 1 — Refrão de Tempo de Pipa

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