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Modelização da previsão do consumo retalhista : qual a contribuição dos stocks para o resultado da empresa?

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Academic year: 2020

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Neide Cristina Pacheco Dias

UMinho|20 12 Outubro 2012 Neide Cristina P ac heco Dias

Modelização da Previsão do Consumo Ret

alhist a: Qual a Contribuição dos Stocks para o Result ado da Empresa?

Universidade do Minho

Escola de Economia e Gestão

Modelização da Previsão do Consumo

Retalhista: Qual a Contribuição dos Stocks

para o Resultado da Empresa?

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Dissertação de Mestrado

Mestrado de Economia Monetária, Bancária e Financeira

Trabalho realizado sob a orientação do

Professor Doutor Carlos Alberto Arriaga

Taboleiros Costa

e do

Professor Doutor Miguel Ângelo dos Reis Portela

Neide Cristina Pacheco Dias

Outubro 2012

Universidade do Minho

Escola de Economia e Gestão

Modelização da Previsão do Consumo

Retalhista: Qual a Contribuição dos Stocks

para o Resultado da Empresa?

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DECLARAÇÃO

Nome: Neide Cristina Pacheco Dias Endereço eletrónico: neidecpdias@hotmail

Título tese: Modelização da Previsão do Consumo Retalhista: Qual a Contribuição dos Stocks para o Resultado da Empresa?

Orientadores: Professor Doutor Carlos Alberto Arriaga Taboleiros Costa e Professor Doutor Miguel Ângelo dos Reis Portela

Ano de conclusão: 2012

Designação do Mestrado: Mestrado de Economia Monetária, Bancária e Financeira

É AUTORIZADA A REPRODUÇÃO INTEGRAL DESTA TESE/TRABALHO APENAS PARA EFEITOS DE INVESTIGAÇÃO, MEDIANTE DECLARAÇÃO ESCRITA DO INTERESSADO, QUE A TAL SE COMPROMETE.

Universidade do Minho, ___/___/______

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DECLARAÇÃO

Nome: Neide Cristina Pacheco Dias Endereço eletrónico: neidecpdias@hotmail

Título tese: Modelização da Previsão do Consumo Retalhista: Qual a Contribuição dos Stocks para o Resultado da Empresa?

Orientadores: Professor Doutor Carlos Alberto Arriaga Taboleiros Costa e Professor Doutor Miguel Ângelo dos Reis Portela

Ano de conclusão: 2012

Designação do Mestrado: Mestrado de Economia Monetária, Bancária e Financeira

É AUTORIZADA A REPRODUÇÃO INTEGRAL DESTA TESE/TRABALHO APENAS PARA EFEITOS DE INVESTIGAÇÃO, MEDIANTE DECLARAÇÃO ESCRITA DO INTERESSADO, QUE A TAL SE COMPROMETE.

Universidade do Minho, ___/___/______

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AGRADECIMENTOS

Após este longo e árduo caminho quero simplesmente mostrar a minha gratidão para com as pessoas que me apoiaram e que contribuíram para a realização desta tese.

Em primeiro lugar, quero agradecer aos meus pais pela confiança depositada em mim e a força que me deram desde o primeiro momento. Obrigada pelo vosso amor. Agradeço a oportunidade que me proporcionaram para poder frequentar um curso superior e por me tentarem dar uma vida melhor. Aos meus irmãos pela amizade e preocupação. À minha madrinha, tio e primos que sempre acreditaram em mim e me apoiaram incansavelmente. Aos meus avós pelo amor. E a ti avó Lurdes, pela preocupação e ternura, a dor da tua perda não sairá dos nossos corações. A ti, Marcelo meu amigo, namorado e companheiro. Obrigada pelas palavras certas nos momentos em que mais precisei, por acreditares em mim e por me apoiares de forma incondicional. Muitas vezes acreditaste mais em mim e no meu trabalho do que eu mesma. Aos meus orientadores, professor Carlos Arriaga e professor Miguel Portela por me apoiarem, por toda a atenção e dedicação. Obrigada por todas as críticas construtivas ao longo desta tese, pois contribuíram para o meu desempenho e motivação. À professora Cristina Amado por todo o carinho e amizade com que me recebeu e pelo apresso que demonstrou em ajudar a esclarecer todas as dúvidas que eu ia colocando.

À Universidade do Minho, em especial á Escola de Economia e Gestão pela qualidade académica e científica do meu mestrado e das condições de excelência que nos proporcionam.

A todas as pessoas que me receberam de braços abertos na empresa e que me ajudam em todos os momentos. Este trabalho deve-se também a essa equipa fantástica.

Por fim, e não menos importante, quero agradecer a todos os meus amigos que me ajudaram e apoiaram. Obrigada por terem paciência para me ouvirem e por mostrarem interesse por um assunto que muitas vezes vos aborrecia. Queria agradecer a uma amiga em especial, a ti Elsa, que tiveste a paciência de passar comigo estes meses a rever toda a parte ortográfica desta tese. Sem a tua paciência e companheirismo este trabalho também não seria o mesmo.

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MODELIZAÇÃO DA PREVISÃO DO CONSUMO RETALHISTA: QUAL A CONTRIBUIÇÃO DOS STOCKS PARA O RESULTADO DA EMPRESA?

RESUMO

A recessão económica de 2008 promoveu um incremento da competitividade do mercado atual, com efeitos não só no panorama macroeconómico, mas também microeconómico. As decisões estratégicas são um dos elementos que distingue o desempenho e a capacidade das empresas numa economia de mercado. No retalho, o stock é um fator que influencia de forma decisiva o desempenho financeiro das operações. Devido à crescente volatilidade da procura, por parte dos consumidores finais, e aos efeitos da recessão económica e financeira, a previsão daquela pode ser definida como um fator diferenciador para o sucesso da empresa no mercado.

O objetivo deste trabalho é promover um aumento da eficiência no controlo de desequilíbrios de stock e eficiência da cadeia de abastecimento. Para tal, o trabalho centra-se na previsão do consumo retalhista de uma empresa portuguesa, doravante designada por “Empresa Portuguesa” considerando as seguintes categorias: Categoria A (lazer), Categoria B (casa), Categoria C (arrumação), Categoria D (cultura), Categoria E (bricolagem), Categoria F (animais e plantas) e Categoria G (parcerias de marketing). Neste sentido, foram aplicados modelos de previsão de séries temporais utilizando-se os dados históricos entre o período diário de 02 de janeiro de 2009 a 31 de março de 2012 considerando uma empresa de retalho que opera a nível nacional.

Foram utilizados os modelos ARMA, SARMA e GARCH, por forma a considerar as sazonalidades inerentes e o facto de se tratar de uma amostra de elevada frequência. Através da previsão, considerando o modelo mais adequado através dos critérios de precisão de previsão referidos por Chu e Zhang (2003), conseguiu-se delinear o consumo futuro da Empresa Portuguesa. Devido à forte sazonalidade e heteroscedasticidade da amostra, os resultados obtidos pelos modelos empíricos SARMA e ARMA-GARCH revelam-se os mais apropriados para a previsão da procura do consumo retalhista.

Palavras-Chave: modelos de previsão; previsão e simulação: modelos e aplicações; comércio retalhista.

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MODELING THE RETAILER CONSUMPTION FORECAST: THE IMPORTANCE OF STOCKS IN THE COMPANY'S OUTCOME?

ABSTRAT

The 2008 economic recession promoted the increase of market competitiveness, - affecting both- macroeconomic and microeconomic perspectives. Strategic decisions are one of the elements that distinguish the performance and firms in a market economy. In retail, stock is one of the aspects that influence most significantly the financial performance of operations. Due to the increasing volatility of demand by end consumers created by economic recession and financial crisis, forecasting that demand, can be a differentiating factor in the success of the company in the market.

The objective of this paper is to promote the increase of efficiency in stock control imbalances and reduce costs. to this end, this paper focuses on forecasting the consumption of a retail Portuguese company, henceforth designed “Portuguese Company” considering the following categories: Category A (leisure), Category B (home), Category C (storage), Category D (culture), Category E (DIY), Category F (animals and plants) and Category G (marketing partnerships). With that in mind, models were applied for time series forecasting using historical data from the diary period of 02 January 2009 to 31 March 2012 considering a retail company in the domestic market.

We have used the ARMA, SARMA and ARMA-GARCH templates in order to consider the intrinsic seasonality and the high frequency of the sample. Through prediction, considering the most appropriate model using the criteria of predictive accuracy considered by Chu and Zhang (2003), we have managed to outline the future consumption of the Portuguese Company. Due to strong seasonality and heteroscedasticity of the sample, the results obtained by empirical models SARMA and ARMA-GARCH are the most adequate in forecasting the demand for retail consumption.

Key-Words: forecasting models; forecasting and simulation: models and applications; retail and wholesale trade.

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ÍNDICE

CAPÍTULO I ... 1

1. INTRODUÇÃO ... 1

1.1. TEMA E PROBLEMA DE PESQUISA ... 1

1.2. OBJETIVOS ... 3

1.2.1. OBJETIVO GERAL ... 3

1.2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS ... 3

1.3. JUSTIFICATIVA ... 3

1.4. LIMITAÇÕES DAS FONTES DE INFORMAÇÃO... 5

1.5. ESTRUTURA DA TESE ... 5

CAPÍTULO II ... 7

2. REVISÃO DE LITERATURA ... 7

2.1. LOGÍSTICA E CADEIA DE ABASTECIMENTO DAS EMPRESAS DE RETALHO ... 7

2.2. FUNDAMENTOS DA PROCURA E OTIMIZAÇÃO DE STOCK ... 12

2.3. A IMPORTÂNCIA DA PREVISÃO NAS EMPRESAS ... 18

CAPÍTULO III ... 26

3. MODELOS EMPÍRICOS DE MODELIZAÇÃO UNIVARIADA DE SÉRIES TEMPORAIS ... 26

3.1. MODELOS DE PREVISÃO DE SÉRIES TEMPORAIS ... 26

3.1.1. MODELO ARMA ... 27

3.1.2. MODELO SARMA ... 29

3.2. METODOLOGIA DE BOX-JENKINS ... 30

3.3. MODELIZAÇÃO DOS EFEITOS ARCH ... 31

3.4. PRECISÃO DA PREVISÃO ... 32

CAPÍTULO IV ... 35

4. METODOLOGIA, ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ... 35

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4.2. ESPECIFICAÇÃO DO MODELO ... 42

4.3. AVALIAÇÃO DA PRECISÃO DO MODELO ... 53

4.4. PREVISÃO DAS VENDAS DIÁRIAS ... 56

CAPÍTULO V ... 63

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS, LIMITAÇÕES E SUGESTÕES PARA FUTURAS PESQUISAS ... 63

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... 66

ANEXOS ... 72

ÍNDICE DE TABELAS TABELA 4.1: ESTATÍSTICAS DESCRITIVAS ... 36

TABELA 4.2: TESTE DE DICKEY-FULLER ... 45

TABELA 4.3: RESULTADOS DO TESTE DE EFEITOS ARCH ... 50

TABELA 4.4: MODELIZAÇÃO ARMA, SARMA E ARMA-GARCH POR CATEGORIA ... 52

TABELA 4.5: PRECISÃO DA PREVISÃO DOS MODELOS ... 54

TABELA 4.6: AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DAS PREVISÕES ... 61

ÍNDICE DE FIGURAS FIGURA 4.1: SÉRIE TEMPORAL BAZAR LIGEIRO ... 37

FIGURA 4.2: SÉRIE TEMPORAL CATEGORIA A... 38

FIGURA 4.3: SÉRIE TEMPORAL CATEGORIA B ... 38

FIGURA 4.4: SÉRIE TEMPORAL CATEGORIA C ... 39

FIGURA 4.5: SÉRIE TEMPORAL CATEGORIA D ... 39

FIGURA 4.6: SÉRIE TEMPORAL CATEGORIA E... 40

FIGURA 4.7: SÉRIE TEMPORAL CATEGORIA F ... 40

FIGURA 4.8: SÉRIE TEMPORAL CATEGORIA G ... 41

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FIGURA 4.10: CORRELOGRAMA CATEGORIA A ... 44

FIGURA 4.11: CORRELOGRAMA CATEGORIA C ... 45

FIGURA 4.12: CORRELOGRAMA CATEGORIA B ... 45

FIGURA 4.13: CORRELOGRAMA CATEGORIA D ... 46

FIGURA 4.14: CORRELOGRAMA CATEGORIA E ... 46

FIGURA 4.15: CORRELOGRAMA CATEGORIA F... 47

FIGURA 4.16: CORRELOGRAMA CATEGORIA G ... 47

FIGURA 4.17: PREVISÃO BAZAR LIGEIRO ... 56

FIGURA 4.18: PREVISÃO CATEGORIA A ... 57

FIGURA 4.19: PREVISÃO CATEGORIA B ... 57

FIGURA 4.20: PREVISÃO CATEGORIA C ... 58

FIGURA 4.21: PREVISÃO CATEGORIA D ... 58

FIGURA 4.22: PREVISÃO CATEGORIA E ... 59

FIGURA 4.23: PREVISÃO CATEGORIA F... 59

FIGURA 4.24: PREVISÃO CATEGORIA G ... 60

ANEXOS ANEXO A.1: MODELOS ARMA(P,Q) ... 73

ANEXO A.2: MODELOS SARMA(P,Q)S ... 81

ANEXO A.3: MODELOS ARMA(P,Q)-GARCH(P,Q) ... 89

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SIGLAS

AR Processo Autoregressivo

ACF Função de Correlação Parcial

AIC Critério de Akaike

ARCH Modelo Autoregressivo de Heterocedasticidade Condicionada

ARMA Modelo Autoregressivo de Médias Móveis

BIC Critério de Schwarz

DF Dickey-Fuller

GARCH Modelo Autoregressivo Generalizado de Heterocedasticidade Condicionada

MA Processo de Médias Móveis

MAE Erro Médio Absoluto

MAPE Erro Absoluto Médio Percentual

MSE Soma do Quadrado dos Erros

PACF Função de Correlação

RMSE Erro Unitário Médio Quadrado

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CAPÍTULO I

1. INTRODUÇÃO

Neste primeiro capítulo será realizada uma breve descrição do problema que se pretende analisar nesta tese. Inicialmente é descrita a problemática em análise, e de seguida explicaremos a sua relevância. Segue-se a descrição dos principais objetivos e hipóteses que se pretendem testar e a metodologia a ser aplicada. Posteriormente, indicaremos as principais limitações das fontes de informação e concluiremos o capítulo com a apresentação da estrutura da tese

1.1. TEMA E PROBLEMA DE PESQUISA

Face à crise económica atual, e a intensa concorrência entre as empresas, torna-se importante definir estratégias que visem a otimização das operações e resultados. No caso das empresas de retalho, o stock é uma componente que tem um grande impacto no desempenho. Assim sendo, se não forem adotadas estratégias que visem aumentar a eficiência das operações da empresa, por forma a promover um escoamento deste stock, constatar-se-á que este terá um impacto negativo sobre a posição financeira da mesma.

Para as empresas de retalho a volatilidade da procura dos consumidores é um fator determinante, na medida em que as compras de stock são efetuadas com um período desfasado. Assim, a previsão desta mesma volatilidade constitui uma componente importante do desempenho operacional e financeiro da empresa. A crise económica acentua a probabilidade de um fraco desempenho financeiro por parte das empresas, na medida em que a sua rentabilidade está fortemente relacionada com a procura dos consumidores finais. A volatilidade da procura tem, assim, um papel acentuado acrescido devido aos efeitos da recessão económica iniciada em 20081.

Face à retração da procura, um problema importante para as empresas que operam neste mercado é o excesso de stock. Este traduz-se numa perda de vendas e num incremento

1Como refere Swedberg (2009), esta resultou da crise financeira internacional caracterizada como a crise do subprime. Esta crise fomentou a

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significativo em quebras, na medida em que se verifica uma deterioração do stock acumulado que não consegue ser escoado pela empresa.

A eficiência da cadeia de abastecimento, é um fatores que contribui para a eficiência das empresas de retalho no mercado. Esta é influenciada de critérios distintos, tais como: (1) o planeamento da capacidade produtiva, (2) custos de produção estratégias de logística, a procura do consumidor e (3) pelo stock. Holton (1957) refere que uma vez que as empresas de retalho estão normalmente associadas à procura de distintos bens e maximização do lucro está subjacente a custos fixos elevados estes fatores tornam-se especialmente críticos.

A previsão da procura dos consumidores finais torna-se essencial para as empresas com o objetivo de, por um lado, determinar a quantidade e o custo de stock ótimo para a empresa, que permita operar de uma forma produtiva no mercado, e, por outro lado, contribui para a eficiência da cadeia de abastecimento.

O objetivo deste trabalho consiste em aplicar modelos de previsão, seguindo a metodologia de modelos lineares aplicada por Chu e Zhang (2003), para uma seleção de produtos de uma empresa de retalho que opera a nível nacional, promovendo assim um aumento da eficiência no controlo de excesso de stock e de redução dos custos. Os modelos de previsão de séries temporais foram aplicados com base na utilização de dados históricos para o período mensal de 2 de janeiro de 2009 a 31 de março de 2012.

O tema proposto para este estudo académico foi inserido num programa de traineeship entre a Universidade do Minho e a empresa em questão. Por razões de confidencialidade, ao longo do trabalho científico nunca será mencionado o nome da empresa, sendo a mesma identificada como “Empresa Portuguesa”. A Empresa Portuguesa é uma multinacional com capital social em Portugal, que opera na área de retalho, sendo uma referência no mercado. Esta é responsável por uma alteração dos hábitos de consumo e do panorama comercial português com a implementação das suas lojas no mercado nacional.

Uma vez que a Empresa Portuguesa é caraterizada por uma cadeia de abastecimento com uma elevada diversidade de produtos, com ciclos de vida curtos, com tempos de latência reduzidos muito restritos e uma procura sazonal deve existir uma gestão rigorosa. Assim, torna-se importante a existência de uma previsão rigorosa que tenha como fim último aumentar a

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eficiência das operações de toma de decisão. Por estes motivos entende-se que o processo de previsão da procura desempenha um papel fulcral para as empresas de retalho.

1.2. OBJETIVOS

1.2.1. OBJETIVO GERAL

Atualmente, em resultado da forte concorrência, torna-se relevante as empresas adotarem estratégias que visem otimizar as suas operações, com o objetivo de se tornarem rentáveis e competitivas no mercado em que operam. Esta tese tem como objetivo discutir uma metodologia de previsão do consumo no mercado retalhista, permitindo assim uma definição prévia das suas estratégias de otimização e aprimorar a posição financeira da empresa face à crise económica atual.

1.2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Os objetivos específicos desta tese são os seguintes:

 Analisar estatística das diferentes categorias de produtos com o objetivo de compreender o comportamento, a tendência e a sazonalidade da série temporal ao longo do período definido;

 Selecionar o método de previsão adequado à série temporal considerada como amostra;

 Analisar a eficiência dos métodos de previsão aplicados aos modelos, por forma a minimizar os erros de previsão;

 Determinar a previsão de vendas para as diferentes categorias de artigos com o modelo selecionado.

1.3. JUSTIFICATIVA

A atual recessão económica induz, em certa medida, a necessidade por parte das empresas de se diferenciarem de outras empresas do setor do retalho. Neste contexto, a previsão da procura assume-se com um dos fatores que pode contribuir para a eficiência da cadeia de abastecimento

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empresa, como referem Aburto e Weber (2007). De acordo com Bala (2010) o retalho tem vindo a passar por um período de mudanças sem precedentes com a alteração das preferências dos clientes e por uma intensificação da concorrência entre os retalhistas.

A previsão da procura do consumidor final através das vendas contribui para um aumento da eficiência da empresa, uma vez que permite delinear antecipadamente o comportamento das tendências futuras dos consumidores. Esta é essencial para o planeamento do stock a encomendar e para a otimização das ordens de encomenda, uma vez que permite evitar custos excessivos.

O consumo retalhista é caracterizado pela sua sazonalidade. A modelização da previsão da procura dos agentes económicos, tendo em conta essa sazonalidade, permite otimizar a gestão de stock da empresa, bem como, as decisões estratégicas da empresa no mercado. A previsão da procura dos consumidores finais desempenha um papel determinante no planeamento da produção das empresas, sendo um elemento indispensável para o processo de tomada de decisões. Sem a existência de previsões, as empresas não têm ao seu dispor informação essencial para o planeamento adequado de acontecimentos futuros. A ausência desta informação faz com que as empresas reajam apenas no imediato e não exista o delineamento de um plano preventivo e estratégico.

Este estudo difere de outros trabalhos na medida em que pretende analisar a previsão da procura dos consumidores em Portugal, considerando a atividade e uma empresa especifica, ou seja, a Empresa Portuguesa, que lidera o mercado de retalho a nível nacional. Numa face inicial será discutida a importância e o peso de cada categoria, tentando obter uma perceção do portefólio de negócios da empresa. Considerou-se a metodologia dos modelos de previsão univariados, considerando uma vertente principal: as vendas dos artigos de cada categoria para o período temporal disponibilizado.

A finalidade deste trabalho consiste em aplicar o modelo de previsão de séries temporais mais adequado, por forma a contribuir para a eficiência das decisões estratégicas da empresa, e consequentemente a ganhos de eficiência na cadeia de abastecimento, tendo como principal foco o consumo retalhista. Assim sendo, quanto melhor a precisão da previsão, melhor será o desempenho da Empresa Portuguesa no mercado. Promover a uma otimização das compras de

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stock tendo como base a precisão do consumo irá evitar desequilíbrios de stock e consequentes desequilíbrios no desempenho financeiro das operações.

1.4. LIMITAÇÕES DAS FONTES DE INFORMAÇÃO

Os dados disponíveis referem-se apenas a produtos provenientes da Empresa Portuguesa que apresentam características distintas e estão inseridos num meio específico, o que dificulta uma possível comparação com as diferentes empresas do mesmo setor.

Outra dificuldade relacionada com a verificação empírica do modelo refere-se à propriedade dos dados. A previsão da procura dos consumidores finais - utilizando modelos univariados de séries temporais - está associada à existência de tendência referente aos dados históricos. Por um lado, trata-se de uma amostra com periodicidade diária, por outro, a sazonalidade é característica da procura do consumo retalhista. A utilização de modelos que permitam avaliar a sazonalidade e métodos de previsão que considerem o efeito das flutuações sazonais da procura torna-se relevante.

Este estudo irá abordar apenas uma parte do problema, focando principalmente os aspetos como a previsão do consumo como forma de evitar excessos de stock. No entanto, e a título de exemplo, a presente análise não inclui variáveis financeiras, quer por limitação do tempo de exercício da atividade da empresa, quer pela indisponibilidade dos dados.

1.5. ESTRUTURA DA TESE

O presente estudo será estruturado em seis capítulos. No primeiro será apresentada a problemática a abordar ao longo do estudo empírico. Primeiramente será apresentado o problema em questão, os principais objetivos, a relevância do presente estudo, a descrição dos métodos e as técnicas aplicadas na sequência dos objetivos apresentados. Posteriormente, serão apresentadas as principais limitações impostas ao longo do trabalho, da estrutura e do conteúdo. Esta discussão ocorrerá em cada um dos capítulos da tese. No segundo capítulo, respeitante à revisão de literatura, são identificados e analisados os principais estudos que envolvem a problemática em questão, por forma a sustentar o ponto de vista teórico. No terceiro

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capítulo é descrita a metodologia aplicada no estudo. Assim sendo, são identificados e descritos todos os modelos utilizados e critérios para testar as hipóteses, de forma a atingir os objetivos delineados. Segue-se o quarto capítulo onde são apresentados e analisados os resultados obtidos através dos modelos de previsão e as hipóteses que assumem significância estatística. Por fim, no quinto capítulo, são apresentadas as principais conclusões do estudo, são discutidas as limitações associadas à investigação e são apresentadas linhas possíveis para futuras investigações.

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CAPÍTULO II

2. REVISÃO DE LITERATURA

Neste capítulo são apresentados e analisados os principais estudos científicos que envolvem a problemática em questão. Apresentar-se-á a teoria económica mais relevante relacionada com o estudo. O principal objetivo consiste assim em definir o tema, apresentar as principais perspetivas sobre o referencial teórico em análise baseado em pesquisas realizadas, enunciando os modelos utilizados pelos investigadores e as suas principais conclusões.

Primeiramente serão apresentadas as principais justificativas que suportam a importância da logística nas empresas de retalho, evidenciando as principais razões da sua importância. Em seguimento serão expostas as principais contribuições dos modelos de controlo de stock e qual a sua importância para a cadeia de abastecimento e consequentemente para a empresa de retalho. Por último, demonstrar-se-á a importância da previsão e qual a sua intervenção para a eficiência das empresas.

2.1. LOGÍSTICA E CADEIA DE ABASTECIMENTO DAS EMPRESAS DE RETALHO

Várias teorias económicas tem-se debruçado, cada vez mais, sobre a análise do comportamento das empresas no mercado. Kawasaki et al. (1983) evidência na sua obra Cournot como um dos pioneiros nesta análise. O seu estudo recaíu, maioritáriamente, sobre: a incerteza da procura por parte dos consumidores, a diferenciação e a dinâmica do produto no mercado. Samuelson e Nordhaus (2005) referem que numa economia de mercado as empresas desempenham um papel fulcral como agentes económicos, na medida em que garantem a produção e distribuição dos bens e serviços. Thompson e Formby (1993) na sua análise já tinham também evidenciado a importância das empresas no mercado como sendo o centro da atividade económica e a eficiência com que desempenham as suas atividades torna-se num elemento determinante para o bem-estar económico da sociedade.

O objetivo das empresas, segundo Aburto e Weber (2007), consiste em otimizar a gestão do stock que possuí, de forma a maximizar a sua rentabilidade, reduzir os custos logísticos e otimizar o volume de stock. De encontro com esta teoria Wanke e Zinn (2004) afirmam que as

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empresas de retalho podem otimizar as suas operações partindo das essenciais, ou seja, a logística. Rahman (2010) segue esta linha de pensamento referindo que a delineação antecipada de estratégias é um fator crítico de sucesso para as empresas. Assim, a eficiência das operações de logística permitem não só diminuir os custos inerentes a cada atividade, mas também contribuir para uma melhoria dos seus resultados financeiros.

Halldórsson e Kovács (2010) afirmam que a logística tem evoluído rapidamente devido ao crescimento das necessidades da indústria e dos consumidores. Como principais desenvolvimentos destaca a elevada terciarização e estratégias que promovem uma maior integração de todos os componentes da logística. Assim sendo, a globalização teve um impacto significativo no desenvolvimento do conceito de logística para as empresas. De acordo com Ballou (1997) a globalização das empresas depende em grande parte da eficiência da logística. Esta tornou-se num fator diferenciador em termos de competitividade e redução dos custos. Não existe uma definição concreta sobre o conceito de logística. No entanto, Ballou (1997) considera a descrição de Council of Logistics Management que afirma que a logística é definida como sendo que envolve três componentes: o planeamento, implementação e controlo do fluxo, de forma eficiente envolvendo custos controlados de matérias-primas, de bens em produção e acabados, bem como toda a informação relacionada com o processo, desde o ponto de origem até ao ponto de consumo, com o objetivo de satisfazer o consumidor final.

Ballou (1997) refere que a logística assume um papel fulcral, na medida em que é uma mais-valia tanto para a empresa como para os consumidores finais, pois garante um tempo de latência reduzido ideal do produto entre o fornecedor e o consumidor final. Assim, a logística em termos de estratégia para a empresa subdivide-se em: estratégia de stock, de transporte e de armazenamento. A estratégia de stock consiste no controlo dos métodos de armazenamento, no nível e na implantação do stock. Na estratégia do transporte são considerados os modelos que mais se adequam à posição e plano da empresa no mercado, a consolidação e o agendamento das encomendas. Por último, o armazenamento consiste na definição de pontos estratégicos de armazenamento para a empresa, tendo em consideração o tamanho e localização das instalações e a transferência da procura para locais próximos dos armazéns.

Segundo, Dunn et al. (1994) a logística incorpora todas as atividades necessárias para a movimentação e manuseamento de mercadorias e materiais, estabelecendo uma relação entre fornecedor e o consumidor final. Segundo o autor, os sistemas de informação, as infraestruturas

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e recursos constituem os elementos mais importantes na prestação de serviços de logística. Assim sendo, o desempenho da logística tem um grande impacto nos custos, qualidade de serviço e competitividade no mercado.

Wanke e Zinn (2004) defendem que a logística desempenha um papel importante sobre a delineação da estratégia implantada pela empresa. A sua eficiente gestão permite às empresas aplicarem as melhores estratégias no que respeita à gestão da incerteza da procura por parte dos consumidores. Os autores referem que as decisões estratégicas em volta da logística dependem de três critérios:

 Make Order or Make To Stock - este critério envolve seis aspetos: o progresso tecnológico, degradação do produto, perecibilidade, tempo de latência entre o fornecedor e o consumidor, processo de encomenda e de entrega ao fornecedor e o coeficiente de variação das vendas;

 Push vs. Pull Inventory Deployment Logic - a informação sobre a procura por parte dos consumidores e custo dos bens vendidos são os principais aspetos que influenciam os critérios de decisão deste elemento. De uma forma mais específica no primeiro caso os produtos são encomendados tendo em conta apenas previsões, enquanto no segundo as encomendas são realizadas de acordo com a procura verificada no mercado;

 Inventory Centralization vs. Descentralization - a intensidade dos custos, o coeficiente de variação das vendas, a rotatividade do stock e o tempo de entrega do artigo por parte do fornecedor, são os critérios que fundamentam a decisão de centralização ou descentralização do inventário.

Tseng et al. (2005) referem que a logística depende de três elementos: os serviços, os processos de informação e as infraestruturas. A interação entre estas três variáveis permite a distribuição de materiais e de produtos. A falta de um sistema de transporte bem desenvolvido não traz vantagens em remuneração integral na logística. Além disso, um sistema de transporte eficiente proporciona uma melhor eficácia das operações, reduz o custo de operação e promove a qualidade de serviço. Tseng et al. (2005) evidenciam ainda que a logística incorpora assim atividades físicas como o transporte e a armazenagem, mas também atividades “não físicas” como a cadeia de abastecimento. Contrariamente, Ballou (1997) afirma que todos estes fatores estão dependentes da estruturação cadeia de abastecimento.

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Segundo Ballou (2004) a logística consiste na criação de valor não só para os clientes, mas também para os fornecedores e a empresa. O autor refere que este valor evidencia-se em termos de tempo e lugar, assim, os bens e os serviços têm uma agregação de valor quando se encontram disponíveis para os consumidores. Uma gestão eficiente da logística proporciona uma maior eficácia das operações integradas na cadeia de abastecimento.

Segundo, Dunn et al. (1994) é fundamental para as empresas analisar o impacto da logística sobre as receitas e os custos. A análise desses custos fornece uma contribuição importante para as decisões da empresa. No entanto, o conceito cadeia de abastecimento tem uma contribuição significativa na logística para o lucro da empresa. Desta forma, uma entrega eficiente dos produtos permite ao fornecedor obter um preço que lhe permite maximizar a sua receita. Uma vez que a cadeia de abastecimento é composta por diversas componentes interrelacionadas, torna-se importante a empresa assegurar uma perfeita coordenação de todas estas componentes, ou seja, estabelecer a fiabilidade das operações a longo prazo e garantir a cooperação entre todos os intervenientes fundamentais neste processo.

Beamon (1998), refere que a cadeia de abastecimento pode ser definida como um sendo um processo integrado cujo principal objetivo consiste em adquirir matérias-primas, convertê-las em produtos finais e proceder à distribuição desses produtos pelos retalhistas. A cadeia de abastecimento é então caracterizada por um fluxo de troca de informação e de produtos. A autora refere ainda que o conceito da cadeia de abastecimento tem evoluído devido ao aumento dos custos de produção, da redução do ciclo de vida dos produtos, às economias de escala e da globalização das economias de mercado. Segundo a mesma a cadeia de abastecimento divide-se em duas etapas principais: a primeira é definida como divide-sendo o processo de planeamento e de gestão do stock e a segunda envolve o distribuição e a logística.

Chopra (2003) refere que a gestão eficiente da cadeia de abastecimento constitui um fator fulcral para a otimização dos resultados das empresas de retalho. Esta é suportada por um conjunto de componentes, tais como: o planeamento, os custos de produção, o nível de stock, a distribuição e a procura do consumidor final. Assim, torna-se importante a existência de uma perfeita coordenação de todas as operações.

Segundo Tan (2002) a cadeia de abastecimento consiste na integração das decisões das operações de uma empresa para com outras empresas, sendo esta a sua principal função. Os

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fluxos financeiros e de informação devem ser integrados a partir de uma operação em comum entre as empresas. Tal facto demonstra que a cadeia de abastecimento está relacionada com as atividades gerais e funcionais de cada empresa. Tendo em vista a otimização do desempenho da logística da cadeia de abastecimento, a sua gestão envolve a coordenação de atividades logísticas. Assim, segundo o autor, os processos logísticos podem e devem ser coordenados e integrados. Este realça ainda que o processo da logística integrada na cadeia de abastecimento envolve quatro elementos: a integração física, de informação, de coordenação e de estrutura. A integração física pressupõe a melhoria do desempenho de todos os intervenientes da cadeia de abastecimento, de forma a garantir uma reciprocidade entre as partes envolventes. A integração de informação consiste na existência de critérios comuns de partilha de informação entre todos os intermediários, evitando situações de informação assimétrica que podem afetar negativamente as operações. A integração de coordenação visa a melhoria do desempenho de todas as operações da cadeia de abastecimento, garantindo uma eficiência das operações. Por fim, a integração de estrutura tenta garantir uma coordenação de todos os processos envolventes na cadeia de abastecimento, tendo como objetivo promover uma eficiência da logística ao longo de todo o processo.

Tan (2002) refere também que a gestão da cadeia de abastecimento contribui para o aumento da rentabilidade de todos os seus intervenientes, na medida em promove um aumento da satisfação do cliente. Seguindo a mesma linha de pensamento Fabble-Costes e Jahre (2008) evidencia que o processo da cadeia de abastecimento se divide também em quatro fases: integração de fluxos (de informação, físicos e financeiros); dos processos e atividades; das tecnologias e sistemas; e da estrutura e organizações.

Somuyiwa e Adewoye (2010) afirmam que uma eficiente comunicação na cadeia de abastecimento é uma condição essencial para garantir a acessibilidade às informações sobre a logística de todos os parceiros envolvidos. O acesso e a disponibilidade de informações na cadeia de abastecimento permite não só reduzir os erros nas operações como também garante que estas sejam efetuadas de uma forma produtiva. A existência de uma base de dados permite acentuar a eficiência das relações entre os operadores e tornar-se num elemento relevante para situações de tomada de decisão.

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2.2. FUNDAMENTOS DA PROCURA E OTIMIZAÇÃO DE STOCK

De acordo com Ballou (2004), o armazenamento dos produtos está relacionado com o constante desequilíbrio entre a procura e a oferta no mercado. A oscilação entre a escassez e o excesso de produtos em stock por parte das empresas está normalmente associado às flutuações da procura por parte dos consumidores. Segundo Padmanabhan e Png (1997), a procura de stock por parte dos retalhistas depende essencialmente de dois fatores: em primeiro do próprio produto em si e em segundo a perceção e sensibilidade dos consumidores face ao valor do produto no mercado. A procura de um produto, de acordo com os autores, consiste na quantidade de um bem em função de um preço que os consumidores estão dispostos a pagar em determinado período de tempo.

Smith e Agrawal (2000) referem que a procura por parte dos consumidores influência o nível e a forma de armazenamento de cada bem, por parte da empresa. Não obstante, um acréscimo significativo da procura pode provocar a rutura de certos bens, levando os consumidores a procurar bens substitutos, resultando um aumento da procura desses bens, afetando assim o nível de equilíbrio do stock.

Segundo Blinder (1980), existem duas razões principais para as empresas possuirem stocks: prevenção contra futuras alterações dos preços que se especulam vir a aumentar e como forma respoder a choques de curto prazo da procura. Assim, as empresas podem também possuir, para além de stocks de produtos finais, stocks de matérias-primas como variável estratégica. No caso das empresas que armazenam matérias-primas, o autor, defende que o fazem apenas como uma forma de proteção contra futuros aumentos de preços. O stock visa assim minimizar custos dentro do processo da procura (reduzindo desfasamentos de entrega) ou como estratégia de redução dos custos de produção. Assim, conforme o mencionado a gestão do stock deve ser rigorosa, na medida em que estão subjacentes elevados investimentos e custos monetários. A opção de uma empresa integrar um produto como stock deve também considerar o ciclo de vida do bem. O ciclo de vida do produto – em termos de vendas – desempenha um papel importante na delineação das estratégias definidas pelas empresas podendo assim potenciar o produto e torná-lo mais atrativo e competitivo no mercado. Komninos (2002) realça a importância da análise do ciclo de vida do produto como elemento determinante para a delineação estratégia do mesmo no mercado. Não obstante, defende também que a análise o

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ciclo de vida difere de acordo com as características do produto. Kazemi et al. (2011) reportam também a importância do ciclo de vida do produto propondo um modelo um modelo dinâmico de apoio à tomada de decisão. Este método permitiu compreender toda a complexidade do produto nos seus diferentes estágios e simular um modelo de análise. Assim, estabeleceram-se de critérios que caracterizam os diferentes estágios do ciclo de vida do produto. As estratégias de procura de stock por parte das empresas devem considerar este fator como elemento estratégico.

A procura e a oferta diferem no mercado provocando um desequilíbrio nas quantidades de stock abastecido e encomendado. Esta diferença provem essencialmente de quatro razões: o tempo, a economia, a descontinuidade e a incerteza quanto á procura por parte dos consumidores. Ballou (2004) faz a distinção entre procura estável e inconstante. Por um lado, a procura estável está relacionada com três critérios: tendência do mercado, sazonalidade e aleatoriedade. Por outro lado, a procura pode ser inconstante, pois está associada a diversos fatores que podem ocorrer de forma inesperada no mercado. Assim sendo, a incerteza da procura por parte dos consumidores ocorre por diversos motivos, tais que: a procura momentânea e significativa de um bem, a procura de bens complementares devido à diminuição de preço de um bem e, por fim, a procura em situações muito especificas como catástrofes naturais.

O vendedor tem como principal objetivo maximizar lucro esperado. Assim, Mantrala e Raman (1999) defendem que este incorre no risco de aumentar a quantidade encomendada devido a um acréscimo momentâneo da procura. Devido à incerteza da procura por parte dos consumidores, os autores defendem a existência de contratos entre o retalhista e o fornecedor que permitam uma política de retorno. Consequentemente, existe um compromisso do fornecedor em aceitar novamente de volta o stock não vendido pelo retalhista num período definido. Para que o vendedor se torne adverso ao risco, os autores reforçam que as quantidades compradas aos fornecedores devem ser iguais à procura esperada, independentemente do nível de incerteza da procura. O estudo de Mantrala e Raman (1999) demostra que a atitude de risco assumida pelo vendedor é controlável pelo fornecedor. Este último rege-se por três estratégias que induzem não só o vendedor a encomendar quantidades elevadas, mas também a que as suas encomendas sejam cada vez maiores face a um aumento da incerteza da procura ao invés de serem mais controladas. Assim, as estratégias utilizadas pelo fornecedor correspondem à redução do preço do vendedor perante o consumidor final ou

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ao aumento do preço de recompra por parte do vendedor ao fornecedor ou num aumento dos custos do retalhista em artigos que registem ruturas de stock.

Outro dos elementos relacionado com a estratégia de procura de stock por parte das empresas relaciona-se com a formação dos preços. A discriminação de preços tem especial importância numa economia de mercado na análise entre a relação entre a empresa e o consumidor final. Devido à competitividade das empresas no mercado atual, constata-se que ao contrário do que acontecia no passado não existe uma definição intemporal dos preços. Estes são constantemente sujeitos a alterações impulsionadas quer pelas empresas quer pelos consumidores. Assim, a competitividade do mercado para além de afetar os preços tem também impactos sobre os lucros das empresas. Bayer (2009) refere que os consumidores são agentes racionais que normalmente rejeitam o preço de equilíbrio verificado no mercado de monopólio e aceitam o do mercado de perfeita concorrência. O autor refere que a competitividade entre as empresas altera a eficiência do mercado. No entanto, esta torna-se benéfica quando se verifica a condição de intemporalidade dos preços, na medida em que aumenta de forma significativa o excedente do consumidor. Consequentemente, esta condição também se verifica para os lucros da empresa na medida em que numa situação de monopólio existe um maior controlo dos preços no mercado do que numa situação de concorrência perfeita, devido à competitividade entre as empresas.

A discriminação de preços ocorre diversos nos mercados, tanto nos mercados competitivos bem como nos não competitivas. Esta proporciona um aumento do bem-estar, em dois sentidos. Por um lado promove uma produção mais elevada, por outro lado impulsiona que o investimento no mercado. Além disso, a discriminação de preços permite que empresas aumentem a concorrência numa economia de mercado. Apesar do termo de discriminação de preços ser frequentemente utilizado na literatura económica, não existe uma definição concreta. Church e Roger (2000) referem que a definição frequente de discriminação de preço pressupõe a venda do mesmo bem, a preços diferentes, ajustados aos diferentes custos. Os autores realçam que é difícil especificar ainda mais esta definição. No entanto, esta torna-se útil para reconhecer que todas estas estratégias não lineares de preços são tentativas para identificar o excedente do consumidor estratégico no mercado. Philips (1999) evidencia que uma definição correta de discriminação de preços deve compreender todas as conjunturas de discriminação de preços, não só as que se verificam no presente, mas também as que surgem na literatura. Assim, o

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autor refere que a discriminação de preços pode ser descrita como quando o mesmo agregado de bens é vendido a diferentes consumidores a preços distintos.

Holton, (1957) refere que as empresas de retalho, principalmente os supermercados, selecionam os seus produtos e preços, considerando não só as diversas elasticidades da procura, mas também as procuras inter-relacionadas dos bens. Uma vez que os bens estão concentrados no mesmo espaço físico, neste padrão de empresas, as elasticidades cruzadas da procura, segundo o autor, são negativas entre as diferentes combinações de bens. Assim, a maximização dos lucros através dos preços deve considerar estas elasticidades cruzadas. A alteração dos preços por parte do retalhista consiste numa estratégia que visa incentivar a procura por parte do consumidor. Epstein (1998) relaciona o impacto da redução dos preços por parte do retalhista tendo como pressuposto inicial o modelo de Bode e Van Praag (1992). Segundo o autor, após a alteração do preço de um bem, este dificilmente voltará ao preço original, sendo que a tendência normalmente é descer e, em situações muito específicas, aumentar. A tendência da redução dos preços é um tema muitas vezes abordado na literatura. Epstein (1998) foi um dos autores que se debruçou sobre este tema, referindo que a redução dos preços deve-se ao facto de aumentarem os consumidores e à redução do preço de uma determinada categoria de bens que pode potenciar a redução em uma categoria distinta. O modelo adotado por este autor parte dos pressupostos de Van Praag e Bode formulados em 1992 mas, contrariamente a estes autores que apenas assumem a existência de um bem e de um vendedor, estes assumem um modelo com múltiplos períodos considerando diferentes produtos e lojas. O principal pressuposto do modelo está relacionado com o facto que a venda dos bens estar, segundo o autor, associada a três estratégias cruciais: em primeiro, se um bem não apresentar vendas no primeiro período o retalhista possui ainda a possibilidade de vender o mesmo bem nos períodos seguintes; em segundo, o resultado de um período representa para o retalhista uma informação mais completa e precisa, permitindo-lhe definir de forma mais exata o novo preço do bem; em terceiro, a diminuição do preço de um determinado bem aumenta o número de potenciais consumidores para todos os produtos, levando o retalhista a aumentar o preço desses bens.

Como é referido por Epstein (1998), no caso de bens complementares a redução do preço de um irá provocar o aumento da procura do(s) outro(s). No entanto, a complementaridade entre dois ou mais bens não implica necessariamente uma relação direta entre eles, esta pode surgir

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pela proximidade dos bens na loja. O autor demonstra que uma política ótima de redução de preços não se aplica igualmente em diferentes produtos. No caso do modelo de múltiplos períodos constata-se que a estratégia de redução do preço de um bem deve ser realizada ao longo dos diferentes períodos de forma a aumentar as vendas. O preço do bem que está sujeito a reduções do preço no primeiro período será o mesmo que sofrerá alterações nos períodos seguintes. No entanto, quando se reduz o preço de um bem, naturalmente, o preço de outro deverá aumentar.

Determinar um nível de stock ótimo permite otimizar a rentabilidade das empresas de retalho, por forma a evitar a excedência ou escassez de stock. Mantrala e Raman (1999) referem que a variabilidade da procura desempenha um papel crítico na decisão do vendedor quanto à quantidade ótima a encomendar. Padmanabhan e Png (1997) referem que a existência de stock nas empresas desempenha um papel fulcral e o facto da procura, por parte dos consumidores, ser uma variável imprevista promove a que o retalhista por vezes tenha um excesso significativo de stock. Assim, um nível de stock ótimo que permite a delineação das estratégias para as diferentes afluências da procura com o tempo de latência de entrega dos fornecedores.

Blinder (1980) refere a importância dos stocks de forma empírica e teórica. Segundo o autor, na evidência empírica os stocks assumem importância para o desenvolvimento dos ciclos de negócios da empresa. O investimento em stocks assume um papel fulcral para o desempenho da empresa em termos microeconómicos. “A teoria padrão” das empresas fundamenta-se no não armazenamento de bens que constituem o output da empresa. No entanto, quando o output é armazenável as empresas têm um grau de liberdade adicional, ou seja, podem diferir a produção das vendas num determinado período. Não obstante, em termos microeconómicos, o armazenamento de bens por parte das empresas é explicado por dois fatores, como refere o autor:

 em primeiro, a existência de stock proporciona uma nova compreensão sobre equilíbrio do mercado. Uma vez que a situação ótima para as empresas se reflete na situação onde o stock diverge das vendas, não há razão para pensar que este equilíbrio se autorregula no mercado autonomamente. O equilíbrio ótimo é aquele que reflete a condição em que a quantidade que os fornecedores querem vender é equitativa à que os clientes a pretendem comprar;

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O autor reforça ainda a visão Keynesiana com o objetivo de transpor a sua análise microeconómica para uma análise macroeconómica. Considerando o modelo clássico de Keynes, o autor considera a variável dos stocks das empresas estabelecendo assim um modelo de preço fixo. Assim se o produto for superior à despesa nacional (considerando o modelo Keynesiano simples), as empresas irão aumentar o seu nível de stock fazendo com que o excesso de stock armazenado provoque uma redução na produção nacional. Este fenómeno constitui um dos fatores responsáveis pelo desequilíbrio de grande parte dos modelos macroeconómicos. Adotando o modelo de Barro-Grossman, o autor conclui ainda que face a reduções da procura as empresas estão sujeitas a desfasamentos do stock prejudicando assim o seu desempenho no mercado.

Segundo Scheuffele e Kulshreshtha (2007) a crescente complexidade na produção e distribuição devido à maior variabilidade e incerteza em toda a cadeia de abastecimento faz com que surja uma nova abordagem de controlo e redução dos níveis de stock necessário. Os autores evidenciam que a globalização tem promovido uma maior competitividade entre as empresas e aumentando a exigência por parte dos consumidores na disponibilidade dos produtos, levando a uma adoção de politicas rigorosas de abastecimento do stock. Os autores defendem a importância de estratégias de otimização de stock devido à sua associação com as oportunidades de introdução de elementos tecnológicos que permitam controlar os stocks e consequentemente reduzir os custos. A otimização do stock é defendida pelos autores como a aplicação de um conjunto de novas técnicas e tecnologias por forma a melhorar o planeamento e a gestão do stock através de uma extensa cadeia de abastecimento. Estes reforçam ainda que a aplicação da estratégia de otimização de stock pode ser introduzida em operações específicas da cadeia de abastecimento, mais precisamente nas atividades de planeamento.

Guo et al. (2009) relacionam a otimização da estratégia de posse de stock com risco de custo e preço num só período aleatório, assim, as empresas devem possuir uma política eficaz para anteciparem o nível ótimo do stock. Estes evidenciaram o problema de otimização dos lucros através de um modelo de controlo bidimensional singular, ou seja, desenvolvem um modelo considerando que a empresa pode aumentar ou diminuir o stock com compras e vendas realizadas para prevenir eventuais alterações significativas dos preços.

Chen e Simchi-Levi (2004) consideram um modelo que define um nível de stock ótimo para as empresas com uma estratégia de preço e maximização do lucro durante um determinado

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período. Scheuffele e Kulshreshtha (2007) reforçam que os vendedores face à incerteza da procura possuem níveis de stock significativos para fazer face a esporádicos aumentos da procura. Esta tendência promove uma maior flexibilidade na cadeia de abastecimento, reduzindo o tempo de entrega e a incerteza devido a um acréscimo da precisão das previsões da procura. Por seu lado, Lubik e Teo (2009) relacionaram o investimento de stocks por parte das empresas com o desempenho da política monetária ótima. Admitindo os stocks no Novo Modelo Keynesiano de Equilíbrio Geral Dinâmico Estocástico pretenderam estruturar uma política monetária ótima, assumindo a possibilidade de que o investimento em stock altera o mecanismo de transmissão do modelo. Comparativamente à política de Ramsey, investigada pelos autores, que visa otimizar o bem-estar dos agentes económicos tendo em conta o equilíbrio do setor privado, introduziram o conceito de stock no Novo Modelo Keynesiano, assumindo que a introdução desta variável intensifica as vendas. Através da metodologia aplicada concluíram que a política ótima de Ramsey se afasta de uma inflação estável no modelo que considera os stocks.

2.3. A IMPORTÂNCIA DA PREVISÃO NAS EMPRESAS

Um dos principais problemas relacionados com as empresas de retalho, segundo Graves (1999), consiste na incerteza da procura por parte dos consumidores finais. Por um lado, a previsão da procura é um elemento determinante para as empresas, apesar de a estimação nem sempre ser fácil devido à sazonalidade dos dados. Por outro lado, devido à concorrência o ciclo de vida dos produtos tem-se tornado cada vez mais curto, o que provoca uma maior aleatoriedade e incerteza da previsão da procura. O autor reforça também que estes processos de previsão baseiam-se em séries temporais sustentadas por modelos econometricos. Pressupõe-se que estas previsões baseiam-se no fato de que as observações mais recentes são melhores previsores para a procura futura. Na prática, os processos de procura e a gestão do stock dependem cada vez mais de previsões baseadas em séries temporais que tem como base o histórico da procura. Armstrong (1988) menciona que as empresas com o objetivo de antecipar acontecimentos futuros suportam-se na previsão da procura. Segundo o autor, a previsão do consumo permite às empresas delinear de forma antecipada e precisa o planeamento e as decisões estratégicas.

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Winklhofer et al. (1996) fazem uma profunda análise sobre a relevância empírica da utilização da previsão. A previsão tem assumido um papel cada vez mais imprescindível no âmbito organizacional, os autores realçam este facto suportando-se no estudo de Makridakis, Wheelwrigt e McGee de 1983. Segundo o estudo destes autores os fatores que justificam a crescente a importância da previsão numa organização são a crescente complexidade das empresas e o aumento da concorrência. As previsões constituem um elemento decisivo para as operações estratégicas no mercado, o crescente desenvolvimento dos métodos de previsão e sua aplicação prática tem proporcionado uma crescente compreensão da aplicação destas técnicas. Relativamente aos critérios fundamentados por Makridakis, Wheelwrigt e McGee de 1983, Winklhofer et al. (1996) referem que relativamente ao último ponto que a previsão é apenas útil na organização e nas decisões estratégicas e nos processos de planeamento.

Os autores realçam que a previsão nas organizações é principalmente utilizada para prever o consumo futuro dos agentes económicos ao invés de ser utlizada como elemento estratégico de definir o potencial da empresa no mercado, em termos de competitividade. Para focar a relevância desta questão, os autores evidenciam os estudos realizados por Levenbach e Clearvy entre 1981, 1982 e 1984 e de Armstrong, Brodie e McIntyre em 1987, distinguindo em três faces distintas a problemática da previsão:

 Design issues - considera a finalidade e o tipo de previsão a realizar, bem como os recursos necessários para a realização da previsão e a série temporal considerada;

 Selection/specification - consiste na identificação dos parâmetros que definem o modelo que utiliza o menor conjunto de parâmetros possível para seu ajustamento, bem como na identificação do modelo de previsão adequado às características da série temporal;

 Evaluation issues - fundamenta-se na análise da previsão associada ao modelo identificado na fase anterior e na avaliação do desempenho e precisão da previsão obtida.

Winklhofer et al. (1996) referem que estas três etapas resumem todo o processo de previsão. Os autores afirmam ainda que estas estão interligadas em si e que cada fase tem inevitavelmente implicações para as restantes fases do processo. Assim, a utilização de um determinado método

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de previsão terá implicações para a precisão das previsões e consequentemente na viabilidade dessa mesma previsão.

Os autores referem que a previsão é um tema sob significativa investigação na literatura, existindo assim um esforço em desenvolver uma análise completa sobre o tema. No entanto, apesar da investigação sobre a previsão nas empresas, nem todas as questões têm recebido a mesma atenção. Por um lado, os métodos de previsão utilizados e a importância da previsão para a empresa tem sido sujeitos a um estudo pormenorizado. Por outro lado, os recursos disponíveis e a precisão das previsões têm também estado no foco da investigação, mas a fonte da série temporal não tem sido considerada um elemento relevante.

Existem variáveis diretamente relacionadas com as metodologias de previsão aplicadas, como por exemplo a dimensão da empresa e o tipo de indústria. Considerando o horizonte temporal da previsão e a precisão da mesma, os autores consideram relevante a análise de três elementos: em primeiro lugar, relacionar o ambiente organizacional e variáveis que afetam a previsão; em segundo lugar, analisar o impacto de fatores estratégicos específicos da empresa e dos fatores específicos da previsão; e por último, analisar os elementos organizacionais que influenciam negativamente a precisão da previsão.

Lindberg e Zackrisson (1991) referem que as previsões podem ser utilizadas não apenas para o propósito da previsão, mas também com o intuito do delineamento antecipado das decisões estratégicas. A previsão da procura constitui em um elemento estratégico para empresa em termos de médio e longo prazo e é decisiva para o controlo das atividades a curto prazo. A combinação destes três horizontes temporais de previsão permitem definir e identificar os pontos estratégicos sobre os quais a empresa deve decidir e potenciar o seu desempenho. Os autores referem ainda que a utilização de previsões pode ser defendida como uma componente de diminuição do grau de incerteza associado com o futuro e permite também evitar uma falsa sensação de segurança. Os autores associam ainda a previsão a quatro problemas, tais como: a incerteza sobre os acontecimentos futuros que podem influenciar a precisão da previsão; a escolha do modelo adequado que permite descrever a previsão; a qualidade e precisão do modelo de previsão apresentado; e a adequada interpretação dos resultados expostos pelo modelo como elemento determinante para o processo de tomada de decisão da empresa.

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Sanders e Manrodt (1994) evidenciam que os modelos lineares como fundamentais para previsão do consumo dos agentes económicos. Através destes modelos, os autores evidenciam a importância da precisão das previsões como um elemento determinante para o desempenho das organizações. Apesar de existirem estes métodos de previsão, os autores realçam que as empresas baseiam-se fundamentalmente numa previsão subjetiva devido principalmente às dificuldades subjacentes na utilização dos métodos de previsão quantitativos, da escassez de dados pertinentes e do baixo apoio organizacional.

Moon et al. (1998) referem que a previsão da procura consiste numa estimativa sobre a procura futura subjacente a determinadas conjeturas. Segundo os autores um pleno conhecimento das diferentes metodologias da previsão permite aplicar a mesma com maior precisão e qualidade. No entanto, como refere Kahn (2002) a utilização inadequada dos métodos de previsão proporciona a um enviesamento e inviabilidade dos resultados obtidos podendo influenciar de forma adversa a análise. De Gooijer e Franses (1997) reportam a existência da sazonalidade nas previsões. Os autores realçam que existem principalmente dois modelos de séries temporais tendência sazonal são: modelos com um ou mais raízes unitárias sazonais e modelos periódicos, possivelmente com raízes unitárias. A utilização de dados que incluem flutuações sazonais conduziu a um interesse em técnicas de modelização sazonal. Segundo os autores, a literatura tem-se focado principalmente na análise de testes de desenvolvimento de raízes unitárias sazonais e testes para de variação periódica. No entanto, não existe uma preocupação focada em modelos que realização previsão out-the-sample, ou seja, para além do período definido pela série temporal.

Fildes et al. (2003) referem que a previsão do consumo é uma atividade comum na maioria das empresas e está diretamente relacionada com as operações e o planeamento das atividades da empresa. Assim, numa empresa a previsão das vendas não se fundamenta apenas na escolha no método de previsão mais adequado, mas também na forma em como a previsão poderá influenciar as atividades e o sistema de informação. Os autores referem que os estudos relativos à prática de previsão focam-se apenas na análise de casos e de inquéritos, enquanto estes consideram a previsão numa perspetiva macro. Assim, ao contrário de trabalhos anteriores, os autores consideram o impacto da previsão em todas as atividades organizacionais e no planeamento das organizações. Assim sendo, a existência de uma auditoria à previsão do

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consumo torna-se particularmente importante uma vez que erros de previsão significativos podem ser prejudiciais para a viabilidade organizacional.

Mccarthy et al. (2006) referem que a técnicas de previsão para determinar o consumo tem quatro finalidades: a familiaridade, a satisfação, a utilização e a aplicação. Os autores afirmam que as metodologias aplicadas na previsão desde o início de 2000 são idênticas às aplicadas nas décadas de 1980 e 1990. Através da análise comparativa dos diferentes métodos de previsão os autores concluíram que atualmente verifica-se uma diminuição da utilização das técnicas de previsão quantitativas e qualitativas. Outra das conclusões dos autores é que atualmente se verifica uma diminuição da precisão das previsões, tais fatos devem-se a uma inadequada aplicação das técnicas em geral.

Kahn e Mentzer (1995) realçam a distinção entre empresas de retalho e empresas industriais, no que respeita à prática da previsão. Os autores definem que no primeiro tipo de empresas os consumidores são normalmente caracterizados como sendo famílias cujo principal objetivo consiste na compra de bens para o consumo final. Enquanto o segundo tipo de empresas pressupõem a aquisição de bens e/ou serviços para a produção de outros bens e serviços. Segundo os autores, a previsão da procura difere quanto à sua metodologia de aplicação e no tipo de mercado em que esta é aplicada, assim as empresas industriais são caraterizadas por um reduzido número de consumidores e que procura a curto prazo é inelástica e a de longo-prazo é elástica contrariamente às empresas de retalho. Assim sendo, as diferenças entre estes dois tipos de empresas refletem-se na prática das suas atividades. Para os autores, as empresas de retalho apresentam uma maior preferência por uma previsão mais constante, na medida em que existe uma relação mais estreita entre este tipo de empresas e os seus consumidores, utilizando-se assim a previsão do consumo como forma de melhorar a sua capacidade de vendas.

Alon et al. (2001) realçam o fato das previsões do consumo retalhista estarem associadas a uma forte sazonalidade e tendência. As previsões são especialmente úteis para grandes retalhistas, na medida em que tem uma maior participação no mercado. No entanto, modelos de previsão aplicados individualmente às vendas das lojas e não à totalidade das vendas da empresa incluem, por vezes, suposições sobre toda a indústria e sobre a quota de mercado. Assim sendo, os modelos de previsão devem incorporar o agregado de vendas do retalhista como uma variável determinante na previsão. Esta agregação permite melhorar as previsões do consumo nas

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diferentes lojas e deve-se a três principais razões: em primeiro lugar, ao fato de as séries temporais associadas ao consumo retalhista serem normalmente caracterizadas pela existência de tendências e de sazonalidade, o que implica a comparação de métodos de previsão entre diferentes modelos; em segundo lugar, quanto mais precisas forem as previsões maior será o potencial do retalhista aumentar a sua rentabilidade e dos seus fornecedores, na medida em que existe uma análise prévia e precisa do padrão do consumo num futuro próximo; em terceiro lugar, a previsão do consumo retalhista é relevante para a definição do plano estratégico da empresa no mercado. Assim, uma previsão que traduza a queda do consumo irá levar a empresa a aplicar de imediato uma política expansionista.

A precisão da previsão contribui não só para uma melhoria da carteira de investimentos e da capacidade dos investidores em prever os movimentos do preço do stock, mas também, para situações pontuais de oportunidades de ganhos de capital com a alteração do padrão de consumo dos agentes económicos.

Considerando os modelos de previsão lineares e não lineares, os autores realçam que estes têm um forte impacto nas implicações práticas dos mesmos. Assim, as empresas devem avaliar os custos e benefícios de cada modelo antes de selecionar uma ferramenta de previsão apropriada. No seu estudo os autores consideram simultaneamente uma previsão multi-step ahead e single-step ahead. Segundo os mesmos, a previsão, considerando a primeira metodologia, é importante para o planeamento estratégico de longo-prazo de tomada de decisão, na medida em que permite projetar a série temporal por mais de um período. Enquanto a segunda metodologia permite definir as decisões estratégicas a curto prazo, projetando a série temporal num período curto. Alon et al. (2001) realçam a importância das duas metodologias, mas concluem que a previsão multi-step ahead é mais eficiente. Tal conclusão evidencia que em situações de instabilidade macroeconómica esta metodologia pode proporcionar resultados melhores do que a previsão single-step ahead, na medida em que a informação mais recente sobre o consumo retalhista durante o período de instabilidade pode, por vezes, reduzir a precisão do modelo em vez de a melhorar.

Chu e Zhang (2003), considerando o critério da sazonalidade das séries temporais como De Gooijer e Franses (1997), analisam a previsão da procura dos consumidores no mercado retalhista. Devido às fortes flutuações sazonais observadas nas vendas do retalho os autores optam pela comparação de modelos de previsão lineares e não lineares. As previsões futuras

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Tabela 4.1: Estatísticas descritivas
Figura 4.1: Série Temporal Bazar Ligeiro
Figura 4.2: Série Temporal Categoria A
Figura 4.4: Série Temporal Categoria C
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Referências

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