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Avaliação de habitat da mastofauna, em um remanescente florestal, na área de influência da rodovia BR-230, município de Novo Repartimento/PA

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Academic year: 2017

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Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa

Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Planejamento e

Gestão Ambiental

   

AVALIAÇÃO DE HABITAT DA MASTOFAUNA, EM UM

REMANESCENTE FLORESTAL, NA ÁREA DE INFLUÊNCIA DA

RODOVIA BR-230, MUNICÍPIO DE NOVO REPARTIMENTO/PA

Brasília - DF

2012

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THIAGO ALEXANDRE DE ANDRADE COSTA

AVALIAÇÃO DE HABITAT DA MASTOFAUNA, EM UM REMANESCENTE FLORESTAL, NA ÁREA DE INFLUÊNCIA DA RODOVIA BR-230, MUNICÍPIO DE

NOVO REPARTIMENTO/PA

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu e Planejamento e Gestão Ambiental da Universidade Católica de Brasília, como requisito parcial para obtenção do Título de Mestre em Planejamento e Gestão Ambiental.

Orientador: Prof. Dr. Perseu Fernando dos Santos

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AGRADECIMENTOS

Gostaria de agradecer:

ao meu orientador Perseu Fernando dos Santos pelo apoio ao meu trabalho e por acreditar na minha capacidade, mesmo diante dos momentos críticos;

ao amigo biólogo Thiago Barros pelas conversas e convivência no campo; à empresa TB Soluções pelo apoio e logística de campo;

à Thaisa Melo por entender e apoiar os momentos de distância durante as campanhas de campo;

à minha família por acreditar na minha profissão e ambições profissionais;

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“A Amazônia de hoje é o inacreditável lugar onde parecem de mãos dadas a fantasia e o real; o épico e o impossível; a epopeia e a lenda.”

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RESUMO

Referência: COSTA, T.A.A. Título: Avaliação de hábitat da mastofauna, em um remanescente florestal, na área e influência da BR-230, município de Novo Repartimento/PA. 62 f. Planejamento e Gestão Ambiental – Universidade Católica de Brasília, Brasília/DF, 2012.

Este trabalho foi realizado na área de influência da BR-230/PA, no município de Novo Repartimento no Estado do Pará, e teve como objetivo avaliar a preferência de hábitat em um remanescente florestal e verificar se este remanescente comporta a mastofauna prevista para o bioma amazônico. Para isso foi elaborado, inicialmente, um check list com toda a fauna de vertebrados terrestres esperada para a área do estudo. Após análise de imagens de satélite e mapas da vegetação, foi selecionada um remanescente de aproximadamente 7.000 ha, o qual foi validada em campo quanto ao seu estado de conservação e vias de acesso, e processada para melhor visualização dos hábitats. No remanescente foi instalada uma área de amostragem, com 10 km2, formada por trilhas externas e internas e 12 subunidades amostrais (parcelas). O módulo seguiu as premissas do proposto pelo Programa de Pesquisa em Biodiversidade (PPBio). O remanescente, formado por uma Floresta Ombrófila Densa de Dossel Uniforme, está inserido em uma matriz de pastagem. A expedição de levantamento ocorreu no mês de maio e teve a duração de 13 dias, com sete dias de coleta de dados. Para o levantamento de mamíferos foram utilizadas armadilhas do tipo Live trap, Pitfall trap e armadilhas fotográficas, além de transectos para busca de vestígios. O esforço amostral foi de 1.764 armadilhas-noites para Live e Pitfall trap, 1.680 armadilhas-horas para armadilhas fotográficas e 56 horas/observado nos transectos. Foi observada uma ocorrência de 45 espécies de mamíferos, das 89 esperadas. Ao todo foram 18 famílias e 8 ordens inventariadas. No grupo dos médios e grandes mamíferos as ordens mais representativas foram Artiodactyla e Carnivora, sendo Primates a menos representativa. Para os mamíferos de pequeno porte a ordem Rodentia se sobressaiu em relação a Didelphimorphia. A avaliação de hábitat mostrou uma preferência dos mamíferos pela mata de transição entre a borda e o centro do fragmento.

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ABSTRACT

This study was conducted in the area of influence BR-230/PA in the city of New Repartimento in Para State, and aimed to habitat evaluate preference in a remnant forest and see if it holds the remaining mammals due to the biome Amazon. For it was designed, initially, a check lists with all the expected terrestrial vertebrate fauna to the area of study. After analysis of satellite images and maps of vegetation, was selected a remnant of approximately 7,000 ha, which was validated in the field as to their state of preservation and access roads, and processed for better visualization of the habitats. In the remainder was installed a sampling area, 10 km2, consisting of external and internal trails and 12 subunits sample (plots). The module followed the assumptions proposed by the Programme Biodiversity Research (PPBio). The remainder, consisting of a Rain Forest with Uniform Canopy, is embedded in a matrix pasture. Surveing expedition occurred in may and lasted 13 days with seven days of data collection. For the survey of mammals were used traps Live Trap, Pitfall trap and camera traps, and transects to search for traces. The sampling effort was 1764 trap-nights for Live and Pitfall Trap, 1680 traps-hours and camera traps hours and 56 hours / observation in the transects. There was found 45 species of mammals, but was expected 89. In all, 18 families and 8 orders scheduled. In the group of medium and large mammals were most representative Artiodactyla and Carnivora orders, and Primates less representative. For small mammals the order Rodentia stood out against Didelphimorphia. The evaluation showed a habitat preference of mammals in the forest transition between the edge and the centred of the fragment.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO...09

2 OBJETIVOS...13

2.1 OBJETIVO GERAL...13

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS...13

3 REVISÃO DA LITERATURA...14

4 MATERIAL E MÉTODOS...18

4.1 ÁREA DE ESTUDO...19

4.2 ESCOLHA DO FRAGMENTO...20

4.3 AVALIAÇÃO DE HÁBITAT...22

4.4 DESENHO AMOSTRAL...26

4.5 COLETA DE DADOS DE FAUNA...27

4.5.1 Logística e equipe...27

4.5.2 Metodologias de coleta de dados...28

4.5.2.1 Levantamento de pequenos mamíferos não-voadores...28

4.5.2.2 Levantamento de mamíferos de médio e grande porte...30

4.5.2.3 Procedimento de coleta, fixação e deposição...30

5 RESULTADOS...32

5.1 LEVANTAMENTO BIBLIOGRÁFICO – CHECK LIST...32

5.2 LEVANTAMENTO QUANTITATIVO...35

5.3 AVALIAÇÃO DE HABITAT...49

6 DISCUSSÃO...53

7 CONCLUSÃO...59

REFERÊNCIAS...60

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1 INTRODUÇÃO

A rodovia BR-230/PA apresenta intensa importância social e econômica para a região Norte do país, ligando o interior do Pará com as regiões Nordeste e Centro-Oeste, formando uma malha rodoviária de elevada relevância socioeconômica no contexto nacional onde sua área de influência abrange a uma população de mais de 2.500.000 habitantes.

A Transamazônica, como é conhecida, estende-se no sentido leste-oeste; corta os estados brasileiros da Paraíba, Ceará, Piauí, Maranhão, Tocantins, Pará e Amazonas. Os extremos da rodovia são respectivamente em Cabedelo - PB e Lábrea - AM (o projeto previa chegar até Benjamin Constant - AM e de lá ligando Iquitos no Peru e Quito no Equador, totalizando oito mil quilômetros asfaltados). Essa obra atualmente faz parte do Programa de Aceleração do Crescimento – PAC, porém seu início se deu ainda na década de 70, no governo Médici.

Inaugurada em 1972 com o intuito de ligar a região Norte com o resto do país, possui, no estado do Pará, uma grande extensão apenas terraplanada, em fase inicial de pavimentação. Ao longo dos 30 anos de implantação da rodovia os impactos sobre o meio ambiente se mostram presentes.

Vários são os impactos decorrentes da instalação e operação da BR-230 sobre a fauna local, sendo o principal a perda e, consequente, fragmentação de áreas de vegetação nativa. Fragmentar uma área florestal para construção de uma rodovia, por exemplo, implica em uma série de consequências que atua como efeito cascata.

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A abertura de uma estrada facilita a entrada do homem em áreas inicialmente isoladas, iniciando um processo chamado de “espinha de peixe”, no qual estradas secundárias são abertas a partir da principal até chegar em rios ou clareiras, onde madeira é extraída. Sendo um processo muito como ao longo das rodovias amazônicas. Tal situação agrava ainda mais o processo de fragmentação. Somado a estes processos tem-se a caça ilegal dos animais silvestres e os atropelamentos cada vez mais constantes.

Apesar da grande dimensão do bioma Amazônico, com mais de 4.871.000 km2, da sua riqueza de espécies e da diversidade de ambientes, as lacunas no conhecimento sobre a biodiversidade e processos ecológicos nesta região são enormes, tornando o processo de escolha de áreas para a conservação da biodiversidade um desafio. Simplesmente não conhecemos o suficiente sobre a distribuição da maioria dos organismos que vivem neste bioma para que áreas de interesse crucial para conservação sejam identificadas (FERREIRA, 2001). Deve-se levar em conta o modo como se dá o desmatamento na Amazônia, acompanhando sempre as rodovias que são implantadas na região.

Em termos de megadiversidade o Brasil é o primeiro país do mundo tanto em número de espécies, (ALBAGLI, 2001) representando aproximadamente 14% da biota mundial, quanto em níveis de endemismo. A região amazônica é considerada um mosaico de distintos centros de endemismo, separadas entre si pelos principais rios. Oito centros de endemismo principais foram reconhecidos na Amazônia, cinco dos quais (Guiana, Belém, Xingu, Tapajós e Rondônia) estendem-se ao Estado do Pará. A Amazônia Continental é a região de maior diversidade biológica do planeta. Em apenas 5% da superfície terrestre acredita-se que esteja mais de ¼ de todas as espécies vivas (MEIRELLES FILHO, 2006).

O Brasil abriga uma das mais diversas avifaunas do mundo, com o número de espécies estimado em mais de 1.690. Isto equivale a aproximadamente 57% das espécies de aves registradas em toda América do Sul. Mais de 10% dessas espécies são endêmicas ao Brasil, fazendo deste país um dos mais importantes para investimentos em conservação (SICK, 1993). A Amazônia e a Mata Atlântica são os dois biomas com o maior número de espécies de aves e com os maiores níveis de endemismo. 92% das aves brasileiras são espécies residentes, sendo apenas 8% espécies migrantes (SICK, 1993).

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(MITTERMEIER et al., 2003), seguida pela Mata Atlântica, com 1.020 espécies (18% endêmicas) (MMA, 2000).

De acordo com Meirelles Filho (2006), a Amazônia é o maior conjunto contínuo de florestas tropicais do planeta, possuindo assim alta diversidade de espécies, entre elas 427 espécies de mamíferos, formando cerca de 7% do total mundial. Desse total 22 espécies são de marsupiais, 72 de roedores e uma de lagomorfo (lebre). Considerando a atual lista oficial de espécies da fauna brasileira ameaçadas de extinção, existem 69 táxons de mamíferos indicados como ameaçados e entre eles 17 de pequenos mamíferos, sendo quase a metade deles (45,2%) com ocorrência na região amazônica (MACHADO, DRUMMOND e PAGLIA, 2008).

Marsupiais e pequenos roedores formam o grupo ecológico mais diversificado de mamíferos das florestas neotropicais, com mais de 190 espécies atualmente, e além de sua importância numérica, o conjunto das informações sobre a ecologia das espécies e das comunidades de pequenos mamíferos não-voadores indica que o grupo exerce forte influência na dinâmica das florestas Neotropicais e são bons indicadores tanto de alterações locais do habitat como alterações da paisagem.

Prontamente, o que se observa é uma área de extrema riqueza de espécies, pertencente ao bioma consagrado como um dos mais rico em aves, serpentes, morcegos, marsupiais e demais táxons, porém com grandes lacunas de conhecimento a respeito desta biodiversidade, o que conduz a uma diversidade subestimada. Os impactos sobre a fauna se manifestam tanto na perda habitats, quanto na fragmentação do ambiente. No final, o que se observa é uma grande perda da diversidade biológica, manifestada em suas múltiplas facetas. Sendo assim, é de suma relevância que se executem inventários nestes fragmentos, para que um diagnóstico da fauna seja feito e novos conhecimentos a respeito das espécies ameaçadas, raras e bioindicadores sejam discutidos.

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Quando se trata de conservação e manejo de mamíferos um questionamento se torna de suma importância: existe uma relação ou ordem previsível de perda de espécies em ambientes que são fragmentados? A resposta a esta pergunta depende, certamente, das características biológicas que cada espécie possui, seu grau de suscetibilidade a destruição do hábitat e ao isolamento dos recursos. Porém, o mais importante em termos de conservação é buscar entender a características das matriz onde os fragmentos se encontram.

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2 OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

Avaliar se o remanescente florestal comporta a mastofauna prevista para o bioma amazônico.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

• Analisar a diversidade de mamíferos terrestres presente no fragmento;

• Avaliar as diferenças na composição das espécies no ambiente;

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3. REVISÃO DA LITERATURA

O processo de fragmentação, através do qual uma área continua de habitat é reduzida em tamanho e dividida em fragmentos separados por um entorno ou ‘matriz’ de habitats diferentes do original (FRANKLIN e LINDENMAYER, 2009), é um dos principais responsáveis pela extinção de espécies e perda da diversidade biológica (HENLE et al., 2004). Esse processo pode levar ao isolamento de pequenas populações, o que aumenta a chance de ocorrer extinções locais devido a eventos estocásticos de cunho genético, demográfico e ambiental (SIMBERLOFFL, 1992).

O processo de fragmentação leva a uma perda acentuada da diversidade biológica, iniciada pela imediata perda de hábitat e seguida do isolamento das populações (FERNANDEZ, 1997). A perda de hábitat atinge principalmente aquelas espécies consideradas raras ou muito especialistas, as quais podem sofrer extinções locais (SHAFER, 1981). Por outro lado, o isolamento a longo prazo agem naquelas espécies generalistas, que suportam incialmente a redução de hábitat, mas que ficam impossibilitadas de colonizarem novas áreas ou manter um fluxo gênico (SHAFER, 1981).

Malcolm (1997) estudou a diversidade de pequenos mamíferos em remanescentes na Floresta Amazônica e observou que a riqueza e abundância deste táxon é grande mesmo em fragmentos menores de mata. Igualmente, Pardini et al. (2005) analisou, também no bioma amazônico, como a influência das estruturas florestais e o tamanho dos fragmentos interagem com a diversidade de pequenos mamíferos. Ele observou um acréscimo na população de pequenos mamíferos em ambientes sujeitos a níveis maiores de perturbação e em remanescentes florestais em início de regeneração.

Vieira (2010) comparou a composição de comunidades de pequenos mamíferos entre diferentes hábitats em uma paisagem fragmentada composta por dois remanescentes de 8 e 17 ha. Foram utilizadas armadilhas do tipo Sherman e Pitfall, as quais capturaram 137 indivíduos de seis espécies distintas, sendo quatro de roedores e duas de marsupiais.

Chiarello (1999), em estudo na Mata Atlântica, sugeriu que o tamanho mínimo de um fragmento florestal para sustentar comunidades de mamíferos seria de 20.000 ha. Bastos Neto

(15)

hábitos generalistas. Três espécies merecem destaque por suas posições na cadeia alimentar, área de vida e status de conservação. São elas: lobo-guará (Chrysocyon brachyurus), onça-parda (Puma concolor) e jaguatirica (Leopardus pardalis). O artigo não foi conclusivo ao afirmar se o remanescente apresenta populações viáveis destes carnívoros ou se a área é o suficiente para a sobrevivência a longo prazo destes animais. Porém, é mencionado que possivelmente estas populações sobrevivam utilizando áreas próximas.

Bastos Neto et al. (2009) levantou como umas das principais ameaças a fauna silvestre no remanescente estudado, a ocorrência de espécies exóticas, incluindo o cão doméstico (Canis familiaris), registrado nas armadilhas fotográficas. Em entrevista com a população local foi relatado que este canídeo caça animais na área, principalmente gambás e tatus. O que representa um pressão sobre os vertebrados da área. Segundo Galetti e Sazima (2006), estes animais não matam as presas apenas para a alimentação, e podem ser responsáveis pela extinção de várias espécies em fragmentos.

Dalavéquia (2012) avaliou a diversidade de médios e grandes mamíferos em uma área com fragmentos florestais nativos entremeados por fragmentos de Pinus sp. A área do estudo apresenta uma área total de 484 ha. Ao todo foram três expedições de 48 horas cada. A amostragem dos mamíferos se deu por busca por vestígios e transectos lineares (esforço total de 24 horas/observador), e armadilha fotográfica (esforço total de 288 armadilhas-horas). No estudo foram identificadas 15 espécies de mamíferos, pertencentes a nove ordens e 11 famílias.

A conservação dos mamíferos em remanescentes florestais vai depender de uma maior conhecimento acerca da ecologia nos animais, dos seus comportamentos frente a uma redução da sua área de vida e, principalmente, dos desenvolvimento de estratégias de gestão e manejo destes fragmentos.

É interessante perceber que, no que se refere a pequenos mamíferos, os registros destas espécies e o estudo das suas populações dependem da influência de cada tipo de armadilha utilizada, uma vez que a escolha da armadilha e a técnica empregada na instalação selecionam as espécies capturadas dependem da influência de cada tipo de armadilha na seleção dos animais capturados (O’FARRELL et al., 1994).

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Barros, Neto e Andriolo (2007) utilizaram de um remanescente particular periurbano, no estado de Minas Gerais, de aproximadamente 400 ha, para avaliar a composição de fauna em ambientes fragmentados. Para o inventário dos mamíferos de médio e grande porte foram utilizadas armadilhas fotográfica, transectos por busca de vestígios e parcelas de areia. Foram identificadas 27 espécies, realçando a importância da área para a conservação da mastofauna.

Moura (2003) avaliaram a relação entre a área do fragmento florestal, a estrutura da floresta e a riqueza de espécies de mamíferos em fragmentos da Mata Atlântica, no sul da Bahia. Foi verificado que a riqueza de mamíferos destes fragmentos reposde de forma mais expressiva às alterações na estrutura da floresta (e.a., abertura do dossel) do que a redução da área do fragmento florestal em si.

Por meio de técnicas de sensoriamento remoto e de análise de paisagens, Rempel et al. (2008), selecionaram remanescentes com diferentes características físicas, de distribuição e de conectividade para avaliar as comunidades de fauna e flora presentes nestes fragmentos. O objetivo era propor estratégias de preservação baseados em parâmetros ecológicos. Foi observado que a informaçãoo geográfica e de análise de métricas de paisagem são adquadas e constituem excelentes ferramentas para análise de problemas em ecologia teórica, já que permite analisar, cruzar, sobrepor e especializar dados de diferentes origens.

A presença animal está relacionada a um conjunto de condições ambientais ideais requerido por cada espécie. A vegetação reflete o conjunto dessas diferentes condições ambientais, e seu estudo pode, muitas vezes, ser um instrumento para a avaliação faunística, determinando atributos das populações de animais, ou seja, presença, abundância, densidade, freqüência. Se as áreas de borda entre diferentes tipos de vegetação ou unidades estruturais apresentam maior riqueza e densidade de espécies, a identificação e mapeamento dessas áreas pode constituir-se num instrumento útil ao processo de planejamento.

A estrutura da vegetação tem grande influência no habitat das diferentes espécies e consequentemente na composição faunística do ecossistema, sendo que hábitats diferentes abrigam espécies diferentes (ALHO, 1978). Magro (1988) baseados no pressuposto que as bordas dos hábitats eram mais ricos e diversos em espécies, apresentou, por meio de uma metodologia de avaliação de hábitats, o tamanho e contrastes destas bordas.

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conversação dos mamíferos, sendo identificados algumas espécies importantes como:

Panthera onca, Mazama sp, Tapirus terrestres e Cyclopodes didactylus.

Calouro (1999) com o objetivo de listar a riqueza de mamíferos do Parque Nacional da Serra do Divisor, por meio de uma Avaliação Ecológica Rápida. O parque com 843.012 ha situa-se no nordeste do Acre, na divisa com o Peru. Foram identificadas 43 espécies de mamíferos terrestre, duas aquáticas e duas de pequeno porte.

Em um levantamento conduzido no Parque Nacional do Jaú, Iwanaga (2004), inventariou os mamíferos diurnos de médio e grande porte por meio de censos de transecção linear. Os censos totalizaram 449,7 km percorridos em quatro sítios, nos quais constataram uma biomassa de primata menor em áreas de mata e igapó em comparação às áreas interfluviais de terra firme.

Oliveira (2008) avaliou, no Parque Nacional Cavernas do Peruaçu, se o mosaico de hábitat influencia na composição das comunidades de mamíferos e na diversidade desses ambientes, bem como as diferentes espécies utilizam estes hábitats. Para tanto, foram utilizadas caixas de areia, as quais somaram 215 registros de 14 espécies de mamíferos. Observou-se que não existe diferença significativa entre a riqueza e abundância em cada hábitat. Ou seja, a comunidade estudada pode ser considerada generalista quanto à ocorrência em diferentes tipos de hábitat.

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4 MATERIAL E MÉTODOS

Inicialmente foi elaborado um check list contendo toda a fauna de mamíferos terrestre de distribuição esperada para a área de influência da BR-230/PA. Esta lista servirá como fator de comparação, para saber a representatividade da amostragem, ou seja, se o que foi registrado está próximo, ou não, das espécies que poderiam estar ali e, com isso, inferir se o fragmento está conservado ou não.

Na produção do check list, para maior segurança dos dados, e balizar a triagem, foi considerada uma área macro de interesse, a leste do rio Tapajós, a oeste do rio Araguaia e ao sul do rio Amazonas. Assim, espécies com distribuição entre estes rios foram consideradas de potencial distribuição e de registros esperadas para a BR-230. Na ausência de informações detalhadas quanto a distribuição da espécie o estado do Pará, a espécie foi considerada como de distribuição para a área.

A triagem dos dados secundários foi norteada pela recém publicada Lista Anotada dos Mamíferos do Brasil (PAGLIA et al., 2012) e complementada por notas de distribuição do Museu Paraense Emílio Goeldi. Por sua vez, as publicações de Reis et al. (2011) e Emmons e Feer (1997) serviram para traçar considerações ecológicas e confirmar as distribuições das espécies registradas para a área.

A escolha do fragmento foi conduzida na análise do tamanho, formato e tipo de vegetação dos remanescentes existentes na área de influencia da rodovia. Buscou-se aquele com um porte maior, para facilitar a avaliação do uso e ocupação do hábitat, de formato que tivesse menos efeito de borda e com a fitofisionomia mais representativa da área.

Para se avaliar o uso de ocupação dos diferentes tipos de hábitat existentes no fragmento pelos mamíferos, a imagem de satélite do remanescente foi processada no programa ENVI, de modo a realçar a densidade da copa, por meio da análise da penetrância e reflectância. No final, foram gerados grupos de interesse, os quais foram classificados.

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4.1 ÁREA DO ESTUDO

A análise deste estudo abrange a área de influência da BR-230, constituída de uma faixa de 50 quilômetros para cada lado da rodovia, entre as cidades de Rurópolis e Palestina do Pará, divisa com o estado do Tocantins (Figura 1).

Figura 1 – Área de influência do estudo: sua localização no estado, sua extensão e os municípios que englobam.

Fonte: EIA da BR-230 (com adaptações).

O trecho em questão é de grande relevância ambiental, já que intercepta total ou parcialmente 7 unidades de conservação, das quais apenas uma é de Proteção Integral, localizada na porção mais a leste na área de estudo – o Parque Estadual Martirius-Andorinha. Contudo, somente 32% da área do Parque Estadual encontram-se dentro da área analisada neste estudo.

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Figura 2 – A área do estudo contempla 17 área protegidas, entre Terras Indígenas e Unidades de Conservação.

Fonte: EIA da BR-230 (com adaptações).

4.2 ESCOLHA DO FRAGMENTO

A região do estudo possui seis tipos de fitofisionomias: Floresta Ombrófila Densa com Dossel Uniforme, Floresta Ombrófila Densa Aluvial, Floresta Ombrófila Aberta Submontana, Foresta Ombrófila/contato Savana, Floresta Ombrófila Densa Aluvial, Formações Pioneiras com influência fluvial e lacuste, e Savana arborizada. Dessas, as duas primeiras são as mais representativas na área, com predominância de 47,3% e 8,4% respectivamente (Figura 3).

Figura 3 – Área do estudo com distribuição das fitofisionomias e uso e ocupação do solo.

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Justificada pelo domínio da fitofisionomia na região do estudo, o remanescente escolhido como área do estudo encontra-se inserido em uma vegetação do tipo ombrófila densa com o dossel uniforme (Figura 4). Também denominada floresta pluvial tropical, exibe a vegetação de maior expressividade da região Norte, tanto pela sua heterogeneidade quanto pela extensão territorial, cobrindo diferentes ambientes ecológicos (MAIA MELO, 2003).

Figura 4 – Localização remanescente e desenho amostral (explicado a frente).

Fonte: Google Earth (com adaptações).

A principal característica dos ambientes ombrófilos está ligada aos fatores climáticos tropicais de elevadas temperaturas (médias de 25°C) e de precipitação alta e bem distribuída durante o ano (de 0 a 60 dias secos), o que determina uma situação bioecológica praticamente sem período seco (MAIA MELO, 2003).

Dominam nos ambientes dessa floresta os latossolos, com características distróficas e raramente eutróficas, originados de vários tipos de rocha, desde os granitos e gnaisses até os arenitos com derrames vulcânicos de variados períodos geológicos, (Maia Melo, 2003).

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4.3 AVALIAÇÃO DE HÁBITAT

Para se avaliar os diferentes tipos de hábitats existentes no remanescente estudado foi conduzido um processamento digital da imagem de satélite pelo programa ENVI, sendo os diferentes tipos de vegetação/entrada conferidas em campo.

A imagem de satélite do tipo Landsat ETM+ 224-63 Surface Reflectance, GeoTIFF, foi obtida gratuitamente no site da Global Land Cover Facility (GLCF), pela entrada das coordenadas -4.10/-4.40 - -50.10/-50.30. A imagem foi carregada em RGB pela bandas 4, 5 e 3, respectivamente.

Como o sistema visual do homem só consegue discriminar cerca de 30 tons de cinza, torna-se necessário o tratamento das imagens pelo método do aumento do contraste. O contraste de uma imagem é uma medida do espalhamento dos níveis de cinza que nela ocorrem.

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Figura 5 – Área do estudo com contraste gaussiano.

Fonte: Global Land Cover Facility (com adaptações).

Como o remanescente apresenta áreas de intensidade uniforme, foi conduzido, em seguida, um realce controlado por equalização do histograma. Este tipo de aumento de contraste possibilita reconhecer, nestas áreas uniformes, detalhes antes imperceptíveis. Sendo assim, a banda R, com comprimento de onda inicial variando entre 143 a 6.916 e picos entre 1.245 a 4.325, foi trabalhada para realçar aqueles comprimentos de onda existentes entre 2.897 a 3.167 (Figura 6).

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Figura 6 – Área do estudo com realce controlado.

Fonte: Global Land Cover Facility (com adaptações).

Finalizado o realce, as imagens foram classificadas de modo não supervisionado do tipo

ISODATA e K-Means (Figuras 7 e 8). O intuito foi destacar melhor a mata do remanescente quanto aos três hábitats já visualizados, ou seja, nos três níveis de interferência no ambiente.

Figura 7 – Área do estudo classificada pelo método não supervisionado K-Means.

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Figura 8 – Área do estudo classificada pelo método não supervisionado ISODATA.

Fonte: Global Land Cover Facility (com adaptações).

Na classificação por ISODATA percebe cinco classes de cores principais: vemelha (mata fechada, bastante úmida e densa), amarelo (mata fechada de transição), verde (mata fechada mais aberta), azul escuro (mata com dossel mais aberto, estágio mais avançado de desmatamento) e ciano (campo, matriz de pasto). Para a classificação por K-Means percebe-se quatro classes principais: vemelha (mata fechada, bastante úmida e densa), azul escuro (mata fechada de transição), amarelo (mata com dossel mais aberto, estágio mais avançado de desmatamento) e ciano (campo, matriz de pasto).

Sendo assim, para fins de avaliação de hábitat serão estudados três ambientes: mata preservada com dossel fechado, mata fechada de transição e mata fechada com dossel aberto. Os três hábitat serão avaliados quanto ao uso e ocupação pelos mamíferos presentes no remanescente.

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4.4 DESENHO AMOSTRAL

A amplitude da amostragem corresponde a uma área de 10 km2, com três trilhas de 5 km paralelas entre si, intercaladas por seis trilhas de 2 km. Entre as trilhas de 5 km externas foram instaladas 12 parcelas ou unidades amostrais menores, espaçadas 1 km uma da outra. A disposição das parcelas nas trilhas internas, e não nas externas, se justifica para minimizar a interferência que levantados nas trilhas principais (e.g. transectos lineares) poderiam causar as parcelas (Figura 8 e 9). A área amostral foi disposta no remanescente de modo a englobar os três hábitats a serem avaliados, sendo quatro parcelas alocadas em cada hábitat: mata preservada com dossel fechado (MPF), mata fechada de transição (MFT) e mata fechada com dossel aberto (MDA).

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Figura 9 – Esquema da área amostral no remanescente selecionado.

Fonte: Google Earth (com adaptações).

4.5 COLETA DE DADOS DA FAUNA

4.5.1 Logística e equipe

O estudo contou com a participação de dois biólogos, cinco auxiliares, três mateiros, cinco motorista e um cozinheiro. O remanescente foi inventariado por 13 dias: quatro dias para instalar os equipamento, sete para amostragem e mais dois para desmobilizar, no mês de maio de 2012.

A logística contou com: cinco caminhonetes, laboratório de triagem, laboratório de taxidermia, escritório móvel e estruturas para acampamento (Figura 10).

Figura 10 – Estruturas da base de campo.

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Laboratório de triagem Alojamento

4.5.2 Metodologias de coleta de dados

4.5.2.1 Levantamento de pequenos mamíferos não-voadores

Para amostragem dos roedores e marsupiais foram utilizados métodos de coleta com armadilhas do tipo Live trap (armadilhas de gaiola e de chapa galvanizada, Tomahawk e Sherman respectivamente), Pitfall Trap (armadilhas de queda) e, de modo complementar, capturas manuais.

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área. Os baldes serão enterrados no solo com espaçamento de cinco metros entre si e interligados por uma cerca-guia de lona preta com um metro de altura.

Esforço amostral – 1.344 armadilhas-noites (192 armadilhas x 7 noites), para Live trap, e 420 armadilhas-noites (60 grids x 7 noites), para Pitfall trap.

Figura 11 – Desenho ou delineamento amostral Live trap. Os retângulos vermelhos e brancos representam as parcelas.

(30)

4.5.2.2 Levantamento de mamíferos de médio e grande porte

Para a amostragem dos mamíferos de médio e grande porte foi utilizado o método RAP proposto por Fonseca (2001), que consiste na combinação do maior número possível de métodos para a detecção de organismos de interesse. Os métodos utilizados foram: procura por vestígios, armadilhas fotográficas e transectos lineares. Os levantamentos feitos em trilhas foram realizados nos dois turnos. Os censos diurnos e noturnos serão conduzidos conforme o protocolo previsto por Peres (1999) e as recomendações feitas em Buckland et al. (2001), diferindo apenas no uso de lanterna no último caso.

Na procura por vestígios utilizaremos das experiências de publicações como Peres (1999) e Carrillo et al. (2000). Nesse sentido, a procura por vestígios se deu por censo diurno, no qual rastros, fezes, arranhados, ossos e tocas serão procurados. A procura foi conduzida ao longo das trilhas externas e atenção especial dada as porções do hábitat onde há maior chances de ocorrência dos vestígios. Rastro fora, porém próximos a trilha, também foram registrados, assim como animais em movimento na trilha. Para animais de bandos ou gregários cada conjunto de rastros foi considerado um único registro. Todos as amostras foram georeferenciados.

A amostragem por transectos lineares foi realizada em toda a extensão das quatro trilhas (contando com a trilha interna de 5 km), totalizando 20 km. As trilhas foram percorridas em busca de registros visuais dos animais.

Ao todo foram utilizadas dez armadilhas fotográficas, dispostas em locais estratégicos dentro da área amostral: em baixo de árvores com frutos e flores de consumo pelos animais, na entrada de tocas ou em carreiras dos animais. As armadilhas eram trocadas a cada três dias. Para otimizar as amostragens foram utilizados cevas de banana, sal grosso, abacaxi, manga e pedaços de fígado de boi.

Esforço amostral – 1.680 armadilhas-noites (10 armadilhas x 24 horas x 7 dias), para armadilhas fotográficas, e 56 horas/observador (8 horas x 7 dias), para transectos.

4.5.2.3 Procedimentos de coleta, fixação e deposição

(31)
(32)

5 RESULTADOS

5.1. LEVANTAMENTO BIBLIOGRÁFICO – CHECK LIST

O check list produzido para a região do estudo levantou 89 espécies com distribuição para a área, sendo 50 de médios e grandes mamíferos e 39 de pequenos mamíferos (Quadro 1). O levantamento soma 9 ordens e 27 famílias.

Para o médios e grandes mamíferos as ordens Carnivora e Primates foram as mais ricas com 18 e 13 espécies, respectivamente, enquanto as ordens Perissodactyla e Lagomorpha, por possuírem apenas uma espécie foram as menos representativas. Pilosa e Cingulata ficaram com seis espécies, e Artiodactyla com cinco espécies, divididas em três cervídeos e dois taiassudes.

Os pequenos mamíferos são compostos apenas por duas ordens, Didelphimorphia e Rodentia, sendo a última com maior número de espécies com distribuição para a área (23 vs 16).

A representatividade das ordens e famílias inventariadas será avaliada no levantamento quantitativo.

Quadro 1 – Espécies de mamíferos de pequeno, médio e grande porte com distribuição para a região. Espécies consideradas ameaçadas nacionalmente (MACHADO et al., 2005). Espécies consideradas ameaçadas regionalmente (CHIARELLO et al., 2008). O endemismo corresponde para o estado do Pará ou para o bioma amazônico. D = Deficiente em dados; Q = Quase ameaçada; V = Vulnerável; P = Em perigo

Classe Mammalia - Médios e grandes mamíferos

Táxon Nome Popular Ameaça

IUCN Nacional Regional Endêmica Ordem Artiodactyla

Cervidae

Mazama americana Veado-mateiro Mazama gouazoubira Veado-catingueiro

Mazama nemovivaga Fuboca D

Tayassuidae

Pecari tajacu Caititu Tayassu pecari Queixada

Ordem Carnivora Canidae

Atelocynus microtis Cachorro-do-mato Cerdocyon thous Cachorro-do-mato

Speothos venaticus Cachorro-vinagre Q V

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Classe Mammalia - Médios e grandes mamíferos Táxon Nome Popular Ameaça

IUCN Nacional Regional Endêmica

Leopardus pardalis Jaguatirica V

Leopardus tigrinus Gato-do-mato-pequeno V V Leopardus wiedii Gato-maracajá Q V

Panthera onca Onça-pintada Q V

Puma concolor Onça-parda

Puma yagouaroundi Jaguarundi Q V

Mephitidae

Conepatus semistriatus Jaritataca

Mustelidae

Eira barbara Irara Galictis vittata Furão

Lontra longicaudis Lontra D Q

Mustela africana Doninha Q

Pteronura brasiliensis Ariranha P V V

Procyonidae

Nasua nasua Quati Potos flavus Jupará Procyon cancrivorus Mão-pelada

Ordem Cingulata Dasypodidae

Cabassous unicinctus Tatu-de-rabo-mole Dasypus kappleri Tatu-quinze-quilos Dasypus novemcinctus Tatu-galinha Dasypus septemcinctus Tatuí Euphractus sexcinctus Tatu-peba

Priodontes maximus Tatu-canastra V V

Ordem Lagomorpha Leporidae

Sylvilagus brasiliensis Tapeti

Ordem Perissodactyla Tapiriidae

Tapirus terrestris Anta V

Ordem Pilosa Bradypodidae

Bradypus tridactylus Preguiça X

Bradypus variegatus Preguiça comum

Cyclopedidae

Cyclopes didactylus Tamanduaí

Megalonychidae

Choloepus didactylus Preguiça-real

Myrmecophagidae

Myrmecophaga tridactyla Tamanduá-bandeira Q V

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Classe Mammalia - Médios e grandes mamíferos Táxon Nome Popular Ameaça

IUCN Nacional Regional Endêmica Ordem Primates

Aotidae

Aotus sp Macaco-da-noite

Atelidae

Alouatta sp Guariba P

Ateles sp Macaco-aranha V

Lagothrix sp Macaco-barrigudo V

Callitrichidae

Mico sp Mico D

Saguinus sp Sagui P

Cebidae

Cebus sp Macaco-prego

Samiri sp Macaco-de-cheiro V

Pitheciidae

Cacajao sp Uacari V

Callicebus sp Zogue-zogue

Chiropotes sp Cuxiú P V

Pithecia sp Parauacu V X

Ordem Rodentia Caviidae

Hydrochoerus hydrochaeris Capivara

Classe Mammalia - Pequenos mamíferos Ordem Didelphimorphia

Didelphidae

Caluromys philander Cuíca D

Chironectes minimus Cuíca-d'água Didelphis marsupialis Saruê

Glironia venusta Cuíca D

Gracilinanus emilae Cuíca D D

Marmosa lepida Cuíca D

Marmosa murina Cuíca Marmosops noctivagus Cuíca Marmosops parvidens Cuíca Marmosops pinheroi Cuíca

Metachirus nudicaudatus Cuíca-quatro-olhos Micoureus demerarae Cuíca

Monodidelphis brevicaudata Cuíca Monodidelphis emiliae Cuíca Monodidelphis glirina Cuíca

Philander opossum Cuíca-quatro-olhos

Ordem Rodentia Cricetidae

(35)

Classe Mammalia - Médios e grandes mamíferos Táxon Nome Popular Ameaça

IUCN Nacional Regional Endêmica

Holochilus sciureus Rato Hylaeamys sp (2) Rato Neacomys paracou Rato Necromys urichi Rato Nectomys rattus Rato Oecomys sp (3) Rato Oligoryzomys sp (2) Rato Oxymycterus amazonicus Rato Rhipidomys sp (3) Rato Zygodontomys brevicaudata Rato

Cuniculidae

Cuniculus paca Paca

Dasyproctidae

Dasyprocta croconata Cutia Myoprocta acouchy Cotiara

Echimyidae

Echimys sp (2) Rato-de-espinhos Lonchothrix emiliae Rato-de-espinhos Makalata sp (2) Rato-de-espinhos Mesomys sp (2) Rato-de-espinhos Proechimys sp (3) Rato-de-espinhos Toromys grandis Rato-de-espinhos

Erethizontidae

Coendu sp (2) Ouriço

Sciuridae

Guerlinguetus gilvigularis Caxinguelês

Sciurillus pusillus Caxinguelês

5.2 LEVANTAMENTO QUANTITATIVO

(36)

Quadro 2 – Mamíferos registrados para o remanescente estudado.

Táxon Nome popular Regist. Vegetação

Status

Reg. Nac. IUCN CITES

ARTIODACTYLA

Cervidae

Mazama americana Veado-mateiro Pg F.O.D.D.U. - NA -

Mazama nemorivaga Fuboca Pg, Tr F.O.D.D.U. - Di -

Mazama gouazoubira Veado-catingueiro Pg, Af F.O.D.D.U. - NA -

Tayassuidae

Pecari tajacu Catitu Pg, Tr, Af F.O.D.D.U. - NA - II

Tayassu pecari Queixada Pg, Tr F.O.D.D.U. - NA QA -

CARNIVORA

Canidae

Cerdocyon thous Cachorro-do-mato Pg, Tr, Af F.O.D.D.U. - NA PP II

Felidae

Leopardus pardalis Jaguatirica Pg, Af F.O.D.D.U. - VU NA I

Leopardus tigrinus Gato-do-mato-pequeno Pg F.O.D.D.U. - VU VU I

Leopardus wiedii Gato-maracajá Pg, Af F.O.D.D.U. - VU QA I

Puma concolor Onça-parda Pg, Af F.O.D.D.U. VU NA NA I

Puma yagouaroundi Jaguarundi Pg, Af F.O.D.D.U. - NA NA II

Phantera onca Onça-pintada Pg F.O.D.D.U. - VU QA I

Procyonidae

Nasua nasua Quati Pg, Tr, Af F.O.D.D.U. - NA PP -

Procyon cancrivorus Mão pelada Pg, Tr F.O.D.D.U. - NA PP -

Eira barbara Irara Pg F.O.D.D.U. - NA PP III

CINGULATA

Dasypodidae

Dasypus novemcinctus Tatu galinha Tr F.O.D.D.U. - NA MP -

DIDELPHIMORPHIA

Didelphidae

Didelphis marsupialis Saruê Tm F.O.D.D.U. - NA PM -

Marmosa murina Cuíca Sh, Pt F.O.D.D.U. - NA PM -

Marmosops parvidens Cuíca Sh, Pt F.O.D.D.U. - NA PM -

Marmosops pinheroi Cuíca Pt F.O.D.D.U. - NA PM -

Philander opossum Cuíca-de-quatro-olhos Tm F.O.D.D.U. - NA MP -

PERISSODACTYLA

Tapiridae

Tapirus terrestris Anta Pg, Tr, Af F.O.D.D.U. - NA VU -

PILOSA

Bradypodidae

Bradypus variegatus Preguiça-comum Tr F.O.D.D.U. - - MP -

Myrmecophagidae

Myrmecophaga tridactyla Tamanduá-bandeira Pg, Tr F.O.D.D.U. - VU QA II

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Táxon Nome popular Regist. Vegetação

Status

Reg. Nac. IUCN CITES

PRIMATES

Aotidae

Aotus infulatus Macaco-da-noite Tr F.O.D.D.U. - NA NA -

Atelidae

Alouatta sp Guariba Tr F.O.D.D.U. - NA EP, VU -

Cebidae

Cebus apella Macaco-prego Tr F.O.D.D.U. - NA - -

Mico sp Mico Tr F.O.D.D.U. - NA DI -

Saguinus niger Sagui Tr F.O.D.D.U. - NA EP -

RODENTIA

Cavidae

Cavia aperea Preá Pt F.O.D.D.U. - NA NA -

Hydrochoerus hydrochaeris Capivara Pg, Tr F.O.D.D.U. - NA NA -

Cricetidae

Euryoryzomys aff. emmonsae Rato de espinho Pt F.O.D.D.U. - NA NA -

Neacomys paracou Rato Pt F.O.D.D.U. - NA NA -

Oecomys sp Rato pequeno Pt, Tm F.O.D.D.U. - NA NA -

Oxymycterus amazonicus Rato Pt F.O.D.D.U. - NA NA -

Rhipidomys leucodactylus Rato Pt F.O.D.D.U. - NA NA -

Rhipidomys sp Rato Pt F.O.D.D.U. - NA NA -

Cuniculidae

Cuniculus paca Paca Pg F.O.D.D.U. - NA NA -

Dasyproctidae

Myoprocta pratti Cotiara En F.O.D.D.U. - NA NA -

Dasyprocta croconata Cutia Pg, Tr F.O.D.D.U. - NA NA -

Echimydae

Echimys sp Rato de espinho Pt F.O.D.D.U. - NA NA -

Echimys chrysurus Rato de espinho Pt F.O.D.D.U. - NA NA -

Mesomys sp Rato de espinho Pt F.O.D.D.U. - NA NA -

Proechimys sp Rato de espinho Pt F.O.D.D.U. - NA NA - Legenda:

Registros: Re = rede, En = entrevista, Tr = transsecto, Pt = pitfall, Sh = sherman, Tm = tomahawk, Pg = pegada, Af = armadilha fotográfica

Vegetação: F.O.D.D.U. = Floresta Ombrófila Densa de Dossel Uniforme

Status: NA = não ameaçado, EP = em perigo, DI = dados insuficientes, VU = vulnerável, QA = quase ameaçados,

MP = menor preocupação, PP = pouco preocupante, PM = preocupação menor

(38)

Figura 13 – Comparativo da riqueza esperada com a inventariada no remanescente, classificadas por ordem.

Das espécies inventariadas, apenas Puma concolor (onça-parda) possui registro de ameaça regional (COEMA, 2007), sendo classificada como Vulnerável. Com exceção do tamanduá-bandeira (Myrmecophaga tridactyla), todas as outras espécies classificadas como Vulnerável na Lista da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção pertencem a família Felidae (MACHADO et al., 2005). Apresenta ainda, Mazama nemorivaga como espécie Deficiente em Dados. Pela Lista Vermelha mundial da IUCN (IUCN, 2010) foram registradas duas espécies Vulneráveis: Leopardus tigrinus e Tapirus terrestres. Outras quatro espécies foram consideradas como Quase Ameaçadas, a citar: Panthera onca, Myrmecophaga tridactyla, Tayassu pecari e Leopardus wiedii.

Quanto as formas de registros, verificou-se uma heterogeneidade muito grande nas amostras, nas quais o número de indivíduos registrados em rastros, para médios e grandes, e

(39)

Figura 14 – Comparativo da eficácia das técnicas de amostragem utilizadas para o levantamento dos mamíferos na área do estudo. Gráfico esquerdo para o grupo de médios e grandes mamíferos e gráfico superior direito para os mamíferos de pequeno porte. Ni representa o número total de indivíduos levantados, enquanto Ne mostra o número total de espécies.

(40)

pelos hábitos crípticos de suas espécies. As espécies de cingulatos possui hábitos fossoreais. Somado as características de seus nichos, tem-se, ainda, a questão da densidade relativa destes animais na floresta, quando comparado aos roedores, por exemplo.

Figura 15 – Representatividade de amostragem, individualizados por ordem, dos mamíferos de médio e grande porte. A representatividade mostra a percentagem em que a ordem foi contemplada, ou seja, a relação das espécies inventariadas e as espécies esperadas.

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Figura 16 – Abundância absoluta, riqueza e representatividade das ordens de mamíferos de pequeno porte. Legenda: R2 = representatividade das ordens em riqueza, Nte = total de espécies identificadas na área, Ne = total de espécies identificadas na ordem, R1 = representatividade das ordens em abundância, Nti = total de indivíduos identificados na área, e Ni = total de indivíduos na ordem.

Figura 17 – Representatividade, em riqueza e abundância absoluta, das famílias de Rodentia identificadas na área do estudo. Legenda: R2 = representatividade das famílias em riqueza, Nte = total de espécies identificadas na área, Ne = total de espécies identificadas na família, R1 = representatividade das ordens em abundância, Nti = total de indivíduos identificados na área, e Ni = total de indivíduos na família.

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dominantes, faz-se necessário dividir 1 pelo número de espécies inventariadas para a área. Aquelas espécies que possuírem sua frequência maior que este resultado é considerada dominante na área. A frequência e a dominância refletem a abundância da espécie, ou o tamanho da população, ou ainda o número de populações.

Com relação aos mamíferos de pequeno porte observou-se uma homogeneidade no que se refere a frequência das espécies (Figura 18), com muitas espécies consideradas dominantes, ou seja, com alta abundância para a área. Entre as espécies mais frequentes estão:

Didelphis marsupialis (saruê), Mesomys sp (rato de espinhos) e Philander opossum (cuíca-de-quatro-olhos). A maior frequência destas espécies no ambiente pode estar relacionado com hábito de forrageamento e preferencias de hábitat, o que favorece a sua captura e registro. Por outro lado, a baixa frequência de Echimys sp e Marmosops pinheroi, pode estar relaciona aos seus hábitos arborícolas (Tabela 1).

Tabela 1 – Cálculo de frequência (Pi) e dominância (Do) para os mamíferos pequeno porte inventariados.

Espécie pi Do

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Figura 18 – Comparativo de frequência para os mamíferos de pequeno porte inventariados e a proporção de dominância na área do estudo.

Ao contrário do observado para os mamíferos de pequeno porte, os mamíferos de médio e grande porte possuem populações marcantemente dominantes (Tabela 2 e Figura 19), como é o caso do Alouatta sp (guariba), dos roedores Dasyprocta croconata (cutia) e

Hydrochoerus hydrochaeris (capivara), do procionídeo Nasua nasua (quati) e do perissodáctilo Tapirus terrestres (anta).

Verificou-se nesta área de estudo um maior registro de médios e grandes mamíferos por meio de pegadas e demais rastros. Ressalta-se novamente a correlação existente entre a frequência e a facilidade de registro do animal. A cutia apresenta uma grande abundância na área estudada, uma vez que apresenta uma alta frequência e a presença de um caráter dominância na comunidade. Esta constatação pode ser confirmada com o grande número de rastros e avistamentos ocasionais.

Outro ponto a se considerar é a posição na cadeia alimentar que os mamíferos de médio e grande porte se encontram. Quanto maior o nível trófico, menos abundante tende ser a população.

Tabela 2 – Cálculo de frequência (Pi) e dominância (Do) para mamíferos de médio e grande porte inventariados por transectos.

Espécie pi Do

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Espécie pi Do

Dasyprocta croconata 0,233333333 Dominante Dasypus novemcinctus 0,033333333 Não dominante Hydrochoerus hydrochaeris 0,1 Dominante Mazama nemorivaga 0,033333333 Não dominante Mico sp 0,033333333 Não dominante Nasua nasua 0,066666667 Dominante Pecari tajacu 0,033333333 Não dominante Procyon cancrivorus 0,033333333 Não dominante Saguinus niger 0,033333333 Não dominante Saimiri sciureus 0,033333333 Não dominante Tapirus terrestris 0,066666667 Dominante Tayassu pecari 0,033333333 Não dominante

Figura 19 – Comparativo de frequência para os mamíferos de médio e grande porte inventariados por meio de transectos e a proporção de dominância na área do estudo.

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conhecimento das populações levantadas (Tabela 3). O calculo do índice se dá pela divisão do número de registro (pegadas) da espécie estudada pela área amostral (38.000 m2).

Tabela 3 – Índice de Densidade (ID) para os mamíferos de médio e grande porte inventariados na área de estudo por meio de registros de pegadas.

Espécie ID

Leopardus pardalis 0,157894737 Leopardus tigrinus 0,105263158 Leopardus wiedii 0,05263 Puma concolor 0,05263 Puma yagouaroundi 0,131578947 Phantera onca 0,02632 Cerdocyon thous 0,236842105 Nasua nasua 0,131578947 Procyon cancrivorus 0,684210526 Eira barbara 0,052631579 Tapirus terrestris 1,289473684 Pecari tajacu 2,157894737 Tayassu pecari 0,210526316 Mazama americana 0,473684211 Mazama nemorivaga 0,842105263 Mazama gouazoubira 0,05263 Hidrochoerus hydrochaeris 0,605263158 Dasyprocta sp 2,421052632 Cuniculus paca 1,026315789 Myrmecophaga tridactyla 0,07895 Dasypus sp 1,421052632

Total 12,21052632

Três espécies se destacaram quanto a sua densidade na área: Dasyprocta sp (cutia),

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Figura 20 – Índice de Densidade para os mamíferos de médio e grande porte inventariados na área do estudo. Índice variando de 0,026 a 2,42.

O Índice Pontual de Abundância (IPA) foi obtido pela diferença entre o número total de registros para a espécie nos transectos (visualização e vocalização) e o número de amostra (111 pontos). Apenas duas espécies se destacaram na amostragem (Tabela 4): Dasypus sp

(cutia) e Alouatta sp (guariba), com 0,063 e 0,036, respectivamente.

Tabela 4 – Índice Pontual de Abundância (IPA) dos mamíferos de médio e grande porte inventariados por meio de transectos.

Espécie IPA

Alouatta sp 0,036036036

Aotus infulatus 0,009009009 Bradypus variegatus 0,009009009 Cebus apella 0,009009009 Cerdocyon thous 0,009009009 Cuniculus paca 0,009009009 Dasyprocta croconata 0,063063063 Dasypus novemcinctus 0,009009009 Hydrochoerus hydrochaeris 0,027027027 Mazama nemorivaga 0,009009009

Mico sp 0,009009009

Nasua nasua 0,018018018

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Espécie IPA

Tayassu pecari 0,009009009

Além destes dois, a capivara (Hydrochoerus hydrochaeris), o quati (Nasua nasua) e a anta (Tapirus terrestris) se destacaram na amostragem, com uma abundância superior a média encontrada (Figura 21). Percebe-se que a apenas duas amostras distoaram da média, representadas por Dasypus sp (cutia) e Alouatta sp (guariba).

Figura 21 – Média dos IPAs calculados para os mamíferos de médio e grande porte.

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Figura 22 – Curva de incremento de espécie para a área estudada. Canto superior esquerdo, pequenos mamíferos; canto superior direito, médios e grandes mamíferos.

Para se chegar a diversidade alfa da área, calculou-se o índice de Shannon-Wiener

(H), no qual mede a ocorrência proporcional das espécies em determinada área. O valores obtidos por este índice variam de zero a um valor máximo qualquer. Na prática, raramente ultrapassa o valor de 4,5 e normalmente situam-se entre 1,5 e 3,5. O índice H será igual a zero somente quando houver uma única espécie na amostra e assumirá seu valor máximo, somente quando todas as espécies existentes na amostra apresentarem o mesmo número de indivíduos. Para determinar o grau de igualdade das comunidades estudadas foi calculado o índice de equitabilidade de Pielou (E). Este índice reflete a forma através da qual os indivíduos encontram-se distribuídos entre as espécies presentes na amostra. O índice varia de 0 a 1, conforme a homogeneidade da amostra.

(49)

e grande porte, se justificada em primeiro plano por sua alta riqueza (ni=29;16). Logo, a diferença na diversidade entre estes dois grupos está em maior grau associado a riqueza, mas sim, ao conjunto da diferença quantitativa das espécies somado a distribuição dos indivíduos na comunidade.

Figura 23 – Comparativo dos índices de diversidade de Shannon-Wiener (H) e Equitabilidade de Pielou (E) encontrados na área do estudo.

5.3 AVALIAÇÃO DE HÁBITAT

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Tabela 5 – Frequência de uso de hábitat dos mamíferos inventariados no remanescente. MPF = Mata preservada fechada; MFT = Mata fechada de transição; MDA = Mata de dossel aberto.

Táxon Nome Popular

Frequência MPF MFT MDA ARTODACTYLA

Mazama americana Veado-mateiro 0,37 0,32 0,32 Mazama nemorivaga Fuboca 0,30 0,33 0,37

Mazama gouazoubira Veado-catingueiro 0,32 0,37 0,32

Pecari tajacu Catitu 0,18 0,45 0,36

Tayassu pecari Queixada 0,60 0,40 0,00

CARNIVORA

Cerdocyon thous Cachorro-do-mato 0,13 0,35 0,52

Eira barbra Irara 0,26 0,40 0,34

Leopardus pardalis Jaguatirica 0,38 0,25 0,38

Leopardus tigrinus Gato-do-mato-pequeno 0,36 0,27 0,36

Leopardus wiedii Gato-maracajá 0,43 0,57 0,00

Nasua nasua Quati 0,28 0,31 0,41

Phantera onca Onça-pintada 0,50 0,50 0,00 Procyon cancrivorus Mão pelada 0,27 0,32 0,41

Puma concolor Onça-parda 0,25 0,44 0,31 Puma yagouaroundi Jaguarundi 0,33 0,40 0,27

CINGULATA

Dasypus novemcinctus Tatu galinha 0,31 0,39 0,30

DIDELPHIMORPHIA

Didelphis marsupialis Saruê 0,24 0,26 0,50

Marmosa murina Cuíca 0,27 0,33 0,40

Marmosops parvidens Cuíca 0,40 0,27 0,33 Marmosops pinheroi Cuíca 0,45 0,27 0,27 Philander opossum Cuíca-de-quatro-olhos 0,13 0,35 0,52

PERISSODACTYLA

Tapirus terrestris Anta 0,44 0,22 0,33

PILOSA

Bradypus variegatus preguiça-comum 1,00 0,00 0,00 Myrmecophaga tridactyla Tamanduá-bandeira 0,25 0,50 0,25 Tamandua tetradactyla Tamanduá-mirim 0,27 0,33 0,40

PRIMATES

Aotus infulatus Macaco-da-noite 0,25 0,38 0,38

Alouatta sp Guariba 0,28 0,31 0,41

Cebus apella Macaco-prego 0,25 0,25 0,50

Mico sp Mico 0,27 0,27 0,45

Saguinus niger Sagui 0,25 0,25 0,50

RODENTIA

Cavia aperea Preá 0,22 0,44 0,33

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Táxon Nome Popular

Frequência MPF MFT MDA

Dasyprocta croconata Cutia 0,33 0,38 0,29 Echimys chrysurus Rato de espinho 0,75 0,25 0,00 Euryoryzomys aff. emmonsae Rato de espinho 0,00 1,00 0,00 Hydrochoerus hydrochaeris Capivara 0,17 0,33 0,50

Mesomys sp Rato de espinho 0,33 0,33 0,33

Myoprocta pratti Cotiara 0,00 0,67 0,33 Neacomys paracou Rato 0,25 0,75 0,00 Oecomys sp Rato pequeno 0,50 0,00 0,50

Oxymycterus amazonicus Rato 0,67 0,33 0,00 Proechimys sp Rato de espinho 0,29 0,43 0,29 Rhipidomys leucodactylus Rato 0,50 0,50 0,00

Rhipidomys sp Rato 0,33 0,67 0,00

Total 14,73 16,52 12,75

Não se obteve um resultado expressivo de uso e ocupação dos hábitat pelo mamíferos, com valores bem próximos da média de 14,68 (Figura 24). Ainda assim, a mata de transição (MFT) obteve uma maior frequência de uso, seguida da mata mais preservada e úmida (MPF). A borda do remanescente, aqui representada pelo hábitat (MDA), foi de menor ocorrência de registros, sendo mais evidente naquelas espécies consideradas oportunistas, de nicho mais amplo e estratégia de forrageamento mais generalista. Caso, por exemplo, do

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6 DISCUSSÃO

No estudo da mastofauna várias espécies de mamíferos foram consideradas acidentais nas amostragens, o que pode indicar certo grau de regionalismo ou endemismo nas amostragens. Por outro lado, algumas espécies, como Dasyprocta croconata, Mazama americana e Alouatta sp apresentaram uma constância máxima (n=100). Esse dado somado ao hábitat generalista destas espécies indica uma possível distribuição abundante destes animais no estado do Pará.

Para os médios e grandes mamíferos a família com menor registro foi Mustelidae, com ausência da espécie Galictis vittata e Mustela africana. Embora a primeira tenha ocorrência preferencial na região norte, sua distribuição sul e leste n país ainda é incerta e existe a possibilidade do animal não ocorrer na área do estudo. A Mustela africana apesar de possuir registros em floresta de terra firme em áreas de remanescentes florestais no nordeste do estado do Pará (STONE et al., 2009), esta espécie habita preferencialmente florestas ripárias úmidas. Fiofisionomia essa não encontra nos módulos. Tem-se ainda o fato de que o registro deste animal se daria por encontros eventuais na área de amostragem, uma vez que o estudo não apresentava armadilha adequada para a captura deste animal. Ainda assim são duas espécies não ameaçadas.

As outras duas espécies de mustelídeos não registradas são Lontra longicaudis e

Pteronura brasiliensis. O possível motivo são os seus hábitos semi-aquáticos. A ariranha é um animal que busca cursos d’água de maior porte, condição esta não encontrada no remanescente. Por outro lado, o não registro da lontra se deve ao maior enfoque no meio terrestre, uma vez que não foi realizada nenhuma excursão aos córregos inseridos nos remanescentes para a busca direta ou indireta do animal.

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O gênero Cacajao possui duas espécies de distribuição na Amazônia, sendo ambas listadas como Vulneráveis na Lista Vermelha da IUCN. O fato deste primata não ter sido registrado no levantamento se deve ao tipo de florestas que eles habitam, sazonalmente alagadas pelo rio Amazonas e seus afluentes.

Os demais primatas não registrados para o remanescente, a citar Pithecia sp e Lagothrix sp, possuem sua distribuição compatíveis com a localização, porém, a movimentação no interior da mata acaba por espantar estes animais, que possuem uma percepção muito boa.

No caso do marsupial Chironectes minimu, não há registro desta espécie em grande parte da Amazônia, com exceção das áreas marginais (BROWN, 2004). Devido a esta distribuição mais restrita e a necessidade de armadilhagem diferenciada para a captura, em virtude de seu hábito semi-aquático, este marsupial dificilmente seria amostrado na área estudada. Se for considerado os estudos publicados por Steins e Patton (2008), a área de vida deste animal se restringiria ao lado leste do rio Tocantins.

Bernarde e Machado (2008) consideram a distribuição da espécie Glironia venusta

restrita ao lado leste do estado, porém sem maiores detalhes quanto a bacia hidrográfica. Os raros relatos de visualização desta espécie indicam comportamento noturno, arborícola e solitário, com agilidade na locomoção e salto entre galhos (EMMONS e FEER, 1997). Bernarde e Machado (2008) observaram um indivíduo a noite em um tronco cerca de quatro metros de altura. Mesmo trabalhando com armadilhas instaladas no sub-bosque, devido ao seu hábito arborícola dificilmente esta cuíca seria capturada.

Holochilus sciureus apresenta hábito semi-aquático e alimenta-se de capins ribeirinhos, dos quais aproveitam as folhas e o colmo açucarado. Devido ao seu nicho ecológico, associado ao particularidades metodológicas (disposição das armadilhas nas parcelas), trata-se de um animal de difícil captura.

Toromys grandis ocorre no estado do Pará, no baixo e médio Tapajós, ao longo de ambas as margens do rio. Este roedor equimídeo possui um porto muito grande e hábito arborícola, o que restringe a sua captura nas armadilhas Tomahawk instaladas no sub-bosque da floresta, limitando em muito o sucesso de captura para inventários rápidos.

Coendu sp por ser um animal arborícola torna seu registrado em inventários e levantamentos dificultoso. Embora suscetível a captura em armadilhas do tipo Live trap, o sucesso de captura é muito baixo.

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da BR-230, com apenas 37 registros. A justificativa para um maior registro em Belo Monte se deve ao esforço no registro de mamíferos aquáticos (devido as particularidades da obra). Situação não muito favorável no presente trabalho, o qual eram inventariados fragmentos florestais. Tem-se ainda a opção de seleções de hábitats mais favoráveis a ocorrência de espécies, próximo aos cursos de água. Ao contrário do presente trabalho que realizou as amostragens de modo padronizado no interior das parcelas. Ainda assim, comparado aos dois estudos ambientais, o trabalho em questão apresentou uma eficácia considerável na amostragem da fauna local, principalmente para os táxons Artiodactyla, Carnivora, Pilosa e Rodentia. Tem-se ainda o fato do presente trabalho não ter trabalho com morcegos, ao contrário dos dois estudos citados.

Todas as espécies identificadas no estudo de Bocchiglieri, Mendonça e Henriques (2010) também foram inventariadas neste estudo, com exceção daquelas específicas para o bioma Cerrado, como o lobo-guará. Ao que parece, a curto prazo, a redução de hábitat não afeta aquelas espécies generalistas, como: o mão-pelada (Procyon cancrivorus), cachorro-do-mato (Cerdocyon thous), tatu (Dasypus novemcinctus) e quati (Nasua nasua), por exemplo. Estas espécies no presente estudo tiveram uma preferência pela borda e ambientes de transição. Também foram identificadas as espécies Leopadus pardalis e Puma concolor, felinos com área de vida maior que as espécies generalistas citadas. Assim como no estudo de Barros, estas espécies aproveitaram bem o ambiente, com o uso dos três hábitats.

Foi observado a presença de grandes mamíferos no fragmento estudado. Por exmelo,

Panthera onca, Puma concolor e Tapirus terrestres. Tal averiguação vai ao encontro com o estudado por Chiarello (1999), o qual observou comunidades mais ricas e complexas (predadores de topo) apenas em fragmentos de maior porte. Embora diferenças no bioma dos estudos, Mata Atlântica e Floresta Amazônica, possa influenciar nas diferenças de conectividade dos fragmentos.

Imagem

Figura 1 – Área de influência do estudo: sua localização no estado, sua extensão e os municípios que  englobam
Figura  2  –  A  área  do  estudo  contempla  17  área  protegidas,  entre  Terras  Indígenas  e  Unidades  de  Conservação
Figura 4 – Localização remanescente e desenho amostral (explicado a frente).
Figura 5 – Área do estudo com contraste gaussiano.
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Referências

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