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Gestão ambiental de áreas do comando da aeronáutica, o caso da base aérea de Anápolis, Anápolis -GO

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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE BRASÍLIA PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU

EM PLANEJAMENTO E GESTÃO AMBIENTAL

Werner Wilhelm Bonnet

GESTÃO AMBIENTAL DE ÁREAS DO COMANDO

DA AERONÁUTICA, O CASO DA BASE AÉREA

DE ANÁPOLIS, ANÁPOLIS, GO.

(2)

WERNER WILHELM BONNET

GESTÃO AMBIENTAL DE ÁREAS DO COMANDO

DA AERONÁUTICA, O CASO DA BASE AÉREA DE ANÁPOLIS, ANÁPOLIS, GO.

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Planejamento e Gestão Ambiental da Universidade Católica de Brasília, como requisito parcial para a obtenção do título de mestre em Planejamento e Gestão Ambiental.

Orientador: Prof. Dr. Ricardo Seixas Brites

(3)

À minha Mãe

(4)

RESUMO

(5)

ABSTRACT

(6)

SUMÁRIO

RESUMO... 3

ABSTRACT ... 4

LISTA DE FIGURAS ... 7

LISTA DE ABREVIATURA ... 8

1. INTRODUÇÃO ... 10

1.1 APRESENTAÇÃO ... 10

1.2 JUSTIFICATIVA... 15

1.3 OBJETIVOS... 18

1.4 A GESTÃO AMBIENTAL DE ÁREAS MILITARES ... 19

1.4.1 Programas de Gestão Ambiental ...19

1.4.2 O Exemplo Americano ...20

1.4.3 A Iniciativa Européia...21

1.4.4 Outros Exemplos...22

1.5 POR QUÊ ADOTAR AS NORMAS ISO SÉRIE 14000? ... 23

1.6 A BASE AÉREA DE ANÁPOLIS... 26

1.6.1 Histórico ...26

1.6.2 Caracterização da Área, Meio Físico e Biótico...27

1.6.2.1 Hidrologia... 27

1.6.2.2 Geologia ... 28

1.6.2.3 Clima... 28

1.6.2.4 Vegetação... 29

1.6.3 Instalações, Usos e Impactos ...30

2. MATERIAL E MÉTODOS ... 42

2.1 ESTABELECIMENTO DA POLÍTICA AMBIENTAL ... 43

2.1.1 Escolha da EquipeAmbiental ...43

2.1.2 Orçamento e Recursos ...44

2.1.3 Avaliação Ambiental Inicial... 44

2.1.3.1 Atividades, Aspectos e Impactos ... 45

2.1.3.2 Legislação Ambiental... 50

2.1.3.3 Atuais Processos de Gestão... 51

2.1.4 Redação da Política Ambiental ...52

2.2 PLANEJAMENTO... 55

2.2.1 Objetivos ...55

2.2.2 Metas ...57

2.3 IMPLEMENTAÇÃO E OPERAÇÃO ... 64

2.3.1 Estrutura e Responsabilidade ...64

2.3.1.1 Funções, Responsabilidades e Autoridades... 65

2.3.1.2 Designação de Representante Ambiental... 67

2.3.1.3 Disponibilização de Recursos... 67

2.3.2 Treinamento, Conscientização e Competência...68

2.3.3 Comunicação ...71

2.3.3.1 Comunicação Interna... 72

2.3.3.2 Comunicação Externa ... 73

2.3.4 Documentação ...74

2.3.5 Controle dos Documentos...76

(7)

2.3.7 Preparação e Reação à Emergências...77

2.4 VERIFICAÇÃO E AÇÃO CORRETIVA ... 79

2.4.1 Monitoramento e Medição...79

2.4.2 Não-Conformidade e Ação Corretiva e Preventiva...79

2.4.3 Registros ...81

2.4.4 Auditorias do Sistema de Gestão Ambiental ...82

2.5 ANÁLISE CRÍTICA PELA ADMINISTRAÇÃO ... 82

2.6 CLASSIFICAÇÃO DOS TIPOS FITOFISIONÔMICOS ... 83

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO... 85

3.1 ESTABELECIMENTO DA POLÍTICA AMBIENTAL ... 85

3.1.1 Escolha da Equipe Ambiental ...85

3.1.2 Avaliação Ambiental Inicial... 87

3.1.2.1 Entradas, Processos e Saídas... 87

3.1.2.2 Levantamento da Área... 88

3.1.2.3 Registro dos Aspectos e Impactos em Formulários... 90

3.1.2.4 Análise dos Impactos... 91

3.1.2.5 Análise dos Escores de Significância ... 92

3.1.2.6 Levantamento da Legislação Ambiental ... 93

3.1.2.7 Regulamentação Interna e Gestão Atual... 105

3.1.3 Redação da Política Ambiental da BAAN...109

3.2 PLANEJAMENTO... 111

3.2.1 Redação dos Objetivos Ambientais...111

3.3 PERSPECTIVAS E DIFICULDADES... 111

4. CONCLUSÕES ... 114

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... 116

(8)

LISTA DE FIGURAS

01 – Área de Cerrado ralo... 30

02 - Lagoa de decantação... 31

03 - Trecho de cerrado stricto sensu... 34

04 – Área de solo exposto... 36

05 – Antiga erosão em processo de estabilização ... 37

06 – Localização da erosão em relação aos limites da BAAN ... 38

07 – Restrições de uso do solo na área dos paióis ... 89

08 – Localização da lagoa e do córrego receptor... 91

09 – Local de depósito de resíduos sólidos... 101

(9)

LISTA DE ABREVIATURAS

AAI = Avaliação Ambiental Inicial ALADA = Ala de Defesa Aérea

ANVISA = Agência Nacional de Vigilância Sanitária ASA = Área de Segurança Aeroportuária

BAAN = Base Aérea de Anápolis

BRAC = Base Realignment and Closure (Readequação e Fechamento de Bases) CA = Coordenador Ambiental

CCMS = Committee on the Challenges of Modern Society (Comitê dos Desafios da Sociedade Moderna)

CECOMSAER = Centro de Comunicação Social da Aeronáutica CLBA = Centro de Lançamentos da Base de Alcântara

COMAER = Comando da Aeronáutica COMDA = Comando de Defesa Aérea COMGAR = Comando Geral do Ar

CONAMA = Conselho Nacional de Meio Ambiente

DERP = Defense Environmental Restoration Program (Programa de Recuperação Ambiental da Defesa)

DoD = Departamento de Defesa EA = Equipe Ambiental

EAPC = The Euro-Atlantic Partnership Council (Conselho Euro-Atlântico de Parcerias)

EIE = Esquadrão de Infraestrutura

EMAS = Eco-Management and Auditing Scheme (Esquema de Gestão e Auditoria Ecológica)

EPA = Environmental Protection Agency (Agência de Proteção Ambiental ) ESM = Esquadrão de Suprimento e Manutenção

ESOH = Environmental, Safety and Occupational Health programs (Programas Ambientais, de Segurança e de Saúde Ocupacional)

ESOHMS = Environmental, Safety and Occupational Health Management System (Sistema de Gestão Ambiental, de Segurança e de Saúde Ocupacional)

ETA = Estação de Tratamento de Água

FUDS = Formely Used Defense Sites (Áreas de Defesa anteriormente Utilizadas) GSB = Grupamento de Serviços de Base

INFRAERO = Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária INTRAER = Rede do tipo intranet do COMAER

IPA = Indicador de Performance Ambiental

ISO = Organização Internacional para Normatização MMA = Ministério do Meio Ambiente

MMA = Manual do Ministério da Aeronáutica

NACC = North Atlantic Co-operation Council (Conselho de Cooperação do Atlântico-Norte)

NATO = OTAN

(10)

OTAN = Organização da Aliança do Tratado do Atlântico Norte PA = Política Ambiental

PEA = Plano de Emergência de Aeródromo

PGRSS = Programa de Gestão de Resíduos dos Serviços de Saúde RA = Representante Ambiental

RDA = Regiões de Defesa Aérea

RSS = Resíduos dos Serviços de Saúde

SEBRAE = Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas SGA = Sistemas de Gestão Ambiental

(11)
(12)

1. INTRODUÇÃO

1.1 APRESENTAÇÃO

O crescimento do grau de preocupação com os aspectos ambientais em nível mundial vem perpassando, nos últimos trinta anos, praticamente todos os setores da

atividade humana.

O tema Ecologia tornou-se preocupação de cidadãos comuns e de partidos políticos, de instituições governamentais e não-governamentais, de

universidades e dos meios de comunicação de massa. O Clube de Roma, em seu relatório “Limits to Growth” de 1972, levantou a necessidade de “salvar o planeta” e

alterar a relação do Homem e da sociedade com o meio ambiente e, ao longo do tempo, foram surgindo uma série de iniciativas dispostas a criar novas propostas de convivência do ser humano com o meio que o cerca (CALLEMBACH et al. 1993).

Os desastres de Seveso, Bhopal, Chernobyl e Basel mobilizaram a Europa enquanto o derramamento de óleo do Exxon Valdez, no Alasca, alertou a população nos Estados Unidos. De outro lado, governos divulgavam cifras que representavam

os danos ambientais acumulados. Na Alemanha, segundo suas regulamentações legais, o passivo ambiental, em 1984, superava os U$ 58 bilhões e alcançava 6% do PIB (CALLEMBACH et al. 1993).

As primeiras iniciativas governamentais foram no sentido de desenvolver uma legislação ambiental de caráter punitivo, baseada no modelo que impõe normas e

exerce controle, buscando o desenvolvimento de novas políticas econômicas e de outras medidas que fomentassem a proteção ambiental, aliadas à demanda de

(13)

medidas foi tornando-se mais evidente na medida em que foram sendo efetuados

estudos mais profundos e desenvolvidos novos equipamentos para avaliar o grau de degradação do ambiente.

A segunda geração de medidas, mais restritivas e já com algum enfoque

preventivo, ocasionou uma necessidade de transformação dos processos produtivos e fomentou algumas iniciativas, de economia de meios e práticas de reciclagem de

materiais.

O cumprimento da legislação ambiental e os esforços despendidos, bem como os altos custos envolvidos, não foram capazes de trazer os resultados

consistentes esperados e uma nova geração de propostas começou a surgir. Surgiu o modelo de gerenciamento ambiental completamente integrado à Organização. A

partir daí começaram a ser desenvolvidas normas que permitiram a sistematização num modelo único de gestão.

A Organização Internacional para Normatização (International Organization

for Standardization - ISO) reuniu em um conjunto denominado série ISO 14000 as normas existentes de gerenciamento ambiental e a ISO 14001 prevê o modelo de Sistema de Gestão Ambiental.

A gestão ambiental passou a ser vista como um sistema que contém processos contínuos e que visam a melhoria constante, reduzindo os impactos

ambientais existentes e a possibilidade de ocorrência de outros.

A norma técnica ISO 14001 especifica os requisitos mínimos necessários e estabelece os principais elementos para sistemas de gestão ambiental, constituídos

de: política ambiental, planejamento, implantação e operação, monitoramento, ação corretiva e revisão da gestão, dentro do conceito de aperfeiçoamento permanente

(14)

No Brasil, a legislação evoluiu em resposta à mudança do cenário externo. No

entanto, a implantação de modernas medidas gerenciais e a adoção de atitudes pró-ativas no sentido de diminuir os impactos sobre o ambiente vem restringindo-se a grandes empresas e setores de maior competitividade e com atuação no exterior.

Segundo ALMEIDA (2000), no Brasil, apenas 20% do total investido em melhorias no desempenho ambiental das empresas é gasto em equipamentos de

controle, que incorporam a prevenção mediante processos integrados e de substituição de produtos, enquanto 80% dos investimentos ainda são representados pelas tecnologias de “fim de linha” ou seja, aquelas que procuram eliminar ou

minimizar, no final do processo produtivo, os impactos anteriormente gerados.

No entanto, várias organizações e instituições governamentais e

não-governamentais começaram a construir agendas ambientais e o governo, através do Ministério do Meio Ambiente e mais diretamente, através da Secretaria de Políticas para o Desenvolvimento Sustentável, está desenvolvendo o Programa Agenda

Ambiental na Administração Pública – A3P (MMA, 2003)

No entanto, não existe ainda uma política pública e orçamentária clara e de caráter imperativo para a implementação de sistemas de gerenciamento ambiental

no setor público. Além da falta de recursos, a ausência de uma estrutura fiscalizadora deixa claro que o envolvimento dos governantes é insuficiente para

mudar o quadro da crescente degradação ambiental no país.

Por sua vez, o Ministério da Defesa não prevê verbas específicas para implantação de Sistemas de Gestão Ambiental em seus Comandos e não existem

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normalmente tomadas em caráter reativo o seja, após terem sido constatados os

impactos.

Em outros países ocorrem grandes avanços e dois blocos projetam-se na vanguarda. Os Estados Unidos da América já implantaram os seus Planos de

Gestão Ambiental em um grande número de organizações do Departamento de Defesa (DoD), inseridos num arcabouço maior, o Centro Nacional de Excelência

Ambiental (National Defense Center for Environmental Excellence – NDCEE). Esse centro prevê a ativação de um Sistema de Gestão Ambiental (EMS), nos moldes do que prevê a ISO 14001 e apoiado por uma série de programas e projetos paralelos.

Adicionalmente, o NDCEE provê estudos e apoios à pesquisa que possibilitem o desenvolvimento e a transição para materiais e processos

ambientalmente aceitáveis (NDCEE, 2003).

A Organização da Aliança do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) é uma organização de cunho militar e tem, como países-membros, Bélgica, Canadá,

República Tcheca, Dinamarca, França, Alemanha, Grécia, Hungria, Islândia, Itália, Luxemburgo, Países Baixos, Noruega, Polônia, Portugal, Espanha, Turquia, Reino Unido e Estados Unidos. Quando do início da implantação dos sistemas de gestão

ambiental no âmbito do organismo, processo esse que ainda está em andamento, essa organização constatou a preocupação, em diversos países membros, de que a

implementação de programas de gerenciamento ambiental viesse a gerar mais custos, bem como interferir no treinamento e na capacidade das Forças Armadas de cumprirem suas missões constitucionais.

COULSON (2001) afirma que a OTAN através do Comitê dos Desafios da Sociedade Moderna (Committee on the Challenges of Modern Society - CCMS) é

(16)

fase do programa que já possui mais de 20 anos, observou-se a necessidade de

mudança de atitude dos próprios militares quanto às mudanças das realidades sociais e políticas dos anos 80. Desenvolveram-se planos piloto concentrados em estudos sobre ruídos provocados por aeronaves e consciência ambiental nas forças

armadas. A segunda fase foi despendida na construção de um relacionamento de confiança mútua entre a OTAN e os países ex-integrantes do Pacto de Varsóvia e

agora reunidos no Conselho de Cooperação do Atlântico-Norte (North Atlantic Co-operation Council - NACC) através de projetos piloto, simpósios e “workshops”. Finalmente, a fase atual é de “maturidade nos estudos de segurança ambiental”,

Ainda segundo Coulson (2001), é quando os cientistas profissionais da área ambiental e responsáveis pela política podem trabalhar em conjunto com as

autoridades militares a fim de alicerçar a ética ambiental entre os militares.

No Comando da Aeronáutica (COMAER), a preocupação com o aspecto ambiental recai sobre os comandantes das organizações administrativas existentes

e os possíveis custos envolvidos são disponibilizados a partir das verbas destinadas à vida vegetativa de suas unidades ou solicitadas como despesa extraordinária.

A grande maioria das áreas da União sob responsabilidade do Comando da

Aeronáutica, não possui nenhuma espécie de plano de gerenciamento ambiental ou monitoramento ambiental, apesar de algumas apresentarem características

especiais e reunirem diferentes tipos fitofisionômicos e uma variedade de usos, inclusive a ocupação para fins residenciais e captação de água potável.

O COMAER possui mais de 15 áreas de grandes dimensões, necessárias às

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escassamente ocupados tornam possível a existência de amostras significativas de

diversos tipos de vegetação de importância para a preservação e estudo.

1.2 JUSTIFICATIVA

As organizações típicas do Comando da Aeronáutica são as Bases Aéreas, unidades administrativas com a finalidade principal de sediar Unidades Aéreas (UAe). As UAe por sua vez, tem como atribuição principal o cumprimento das

missões operacionais e são normalmente dotadas de aeronaves.

Uma Base Aérea reúne, em função de sua importância e número de UAe

sediadas, um completo conjunto de infraestrutura e de serviços tais como refeitório, lavanderia, estrutura administrativa e de segurança, hospital ou posto de saúde, estação de tratamento de água, garagem, paiol de munição, oficina, depósitos de

provisões, equipamentos, combustíveis, etc. Existe também a estrutura para a acomodação dos seus efetivos como alojamentos e vilas residenciais.

Além das atividades já citadas, onde ocorrem aspectos com capacidades de

gerar impactos ambientais diversos, as bases aéreas concentram atividades específicas relacionadas com a atividade aérea e com características especiais tais

como:

• Pousos, decolagens e operação no solo de aeronaves de motor

a pistão e à reação;

• Manutenções e revisões periódicas de aeronaves e

componentes;

• Usinagem de componentes, modificações e revitalizações de

componentes e aeronaves;

(18)

• Estocagem de grandes quantidades de combustíveis e

lubrificantes em reservatórios subterrâneos e de superfície;

• Manuseio e emprego de artefatos explosivos e produtos

inflamáveis de diferentes categorias;

• Atividades de remoção de armamento lançado e não-detonado; • Atividade de controle da avifauna e da vegetação na área dos

aeródromos a fim de evitar acidentes aeronáuticos;

• Movimentações de terra em obras de terraplanagem para a

construção/ampliação de pátios e pistas e impermeabilização de grandes áreas;

• Implantação e manutenção de programas de controle e proteção

contra ruídos, radiações, incêndios além de programas de

segurança de vôo;

As Bases Aéreas são portanto, organizações que comportam um conjunto de

atividades específicas e que geram uma variedade de aspectos potencialmente impactantes sobre o meio ambiente. Vários dos impactos gerados pela atividade militar tem características peculiares mas guardam similaridade entre si, nas

diversas organizações do COMAER.

O desenvolvimento de um plano de gestão ambiental para uma dessas Bases

Aéreas possibilitará o levantamento de processos e o desenvolvimento de métodos de gestão ambiental, também úteis às outras organizações militares similares.

Deve-se ressaltar ainda que as Bases Aéreas geralmente possuem grandes

dimensões geográficas, por exigência das atividades aéreas ali desenvolvidas, mas com uma limitada ocupação antrópica dessas superfícies, o que acaba permitindo a

existência de diversos ecossistemas preservados e diferentes tipos de vegetação, no interior dessas organizações.

Como exemplo podem ser citadas as Bases de Santa Cruz, no município do

(19)

de Alcântara (CLBA), junto ao litoral maranhense e a Base Aérea de Florianópolis na

Ilha de Santa Catarina, todas abrigando extensas áreas de manguezais.

Na Base Aérea de Cachimbo-MT, com uma área de 21.588 km² (o que equivale à área do Estado de Sergipe), foi descoberta e descrita uma nova espécie

da família Orchidaceae e a organização tem que ser sobrevoada mensalmente, na busca de madeireiros que efetuam a extração ilegal do mogno.

Em Pirassununga, no Estado de São Paulo, a Academia da Força Aérea abriga importante área de cerrado e exemplares de fauna como os lobos-guará (Chrysocyon brachyurus) .

Em muitas localidades, as áreas do Comando da Aeronáutica tornam-se refúgios da avifauna local devido ao avanço da mancha urbana e/ou de atividades

agropecuárias nos arredores. Como exemplos, a Base Aérea de Brasília; a área pertencente ao COMAER, na entrada da cidade do Gama-DF; a Base Aérea de Canoas-RS e a Academia da Força Aérea -SP.

A existência de tais ecossistemas e a crescente importância da possibilidade e necessidade de manutenção dos mesmos, reforça a necessidade do desenvolvimento de planos de gestão ambiental para as áreas do COMAER.

A Base Aérea de Anápolis (BAAN), escolhida para estudo de caso, inclui áreas de cerrado com graus diversos de preservação. Parte das áreas é submetida

ao efeito da ação do fogo, devido aos processos de queima de pastagens das fazendas próximas, e outros tipos de ação antrópica. Observa-se ainda, trechos de mata de galeria e mais de dez nascentes, no perímetro da BAAN.

A existência de um plano de gestão permitiria um monitoramento mais efetivo dessas áreas, a introdução de medidas mitigadoras de impactos acidentais e de

(20)

1.3 OBJETIVOS

Esta dissertação tem como objetivo principal a elaboração de uma metodologia de gestão ambiental de áreas militares do COMAER, tendo como

estudo de caso a Base Aérea de Anápolis.

Analiticamente, esse objetivo pode ser desdobrado nos seguintes

objetivos específicos:

1. Efetuar um levantamento de todos os usos atuais existentes e

usos potenciais de toda a área da BAAN;

2. Levantar os aspectos ocasionados por ações antrópicas que

tenham provocado, estejam provocando ou tenham potencial para causarem impactos ambientais à área em questão ou áreas adjacentes a cursos d’água que atravessem a área ou então à

atmosfera;

3. Efetuar o levantamento dos procedimentos de preservação ambiental e programas de qualidade já existentes, bem como dos

requisitos legais vigentes e outros critérios internos (Normas e procedimentos militares);

4. Propor um modelo de Política Ambiental adequado à BAAN;

5. Propor a elaboração de um plano de ação para atender aos requisitos da política ambiental estabelecida e

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visando a melhoria contínua, com o envio da documentação ao

comando superior.

1.4 O ESTADO DA ARTE DA GESTÃO AMBIENTAL DE ÁREAS MILITARES

1.4.1 Programas de Gestão Ambiental

Existem diversos exemplos de modelos de gestão ambiental, implantados e em funcionamento, em organizações públicas, no Brasil.

No entanto, em sua grande maioria tratam-se de iniciativas isoladas daquelas organizações ao invés de serem fruto de uma política governamental de grande

amplitude. Adicionalmente, tais organizações guardam pouca similaridade com as organizações típicas do Comando da Aeronáutica e suas atividades funcionais.

O Programa denominado Agenda Ambiental na Administração Pública, do

MMA, limita-se a incentivar a adoção, por parte dos funcionários, instituições e organizações públicas, de um modelo de gestão pública que corrija e diminua os impactos negativos gerados. (MMA, 2001).

O Ministério do Meio Ambiente cita ainda o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão como autor de dois programas, “Qualidade no Serviço Público”

e “Gestão Empreendedora” que conteriam assuntos ligados às questões ambientais. Porém, entre os objetivos dos referidos programas, disponíveis na rede mundial, não foram encontradas citações a respeito da questão ambiental e sua importância na

(22)

A Embrapa é um exemplo de instituição pública que, embora já viesse

aplicando os princípios de sustentabilidade em seus projetos,assumiu recentemente um compromisso institucional com o meio ambiente:

“A realização de pesquisas científicas e tecnológicas que contribuam para o

desenvolvimento sustentável da agricultura brasileira é uma das principais linhas de atuação estabelecidas na política ambiental da Embrapa que inclui ainda, a

implantação de projetos para a formação de agentes multiplicadores de educação agroambiental” (EMBRAPA, 2003).

Ainda segundo seu “site” institucional na rede mundial de computadores

(INTERNET), a Embrapa tem o compromisso ambiental de buscar o fomento da participação da empresa na sociedade, contribuindo para a educação ambiental, por

meio de ações pró-ativas voltadas para a cidadania, com destaque para a gestão ambiental das áreas rurais.

Visa, também,...”estabelecer uma cultura institucional que leve a atitudes

saudáveis em relação ao meio ambiente por parte dos empregados, colaboradores, parceiros e clientes” (EMBRAPA, 2003).

1.4.2 O Exemplo Americano

Nos EUA, o Departamento de Defesa (DoD) demonstra um completo envolvimento com a preservação ambiental e com os princípios de sustentabilidade.

O subsecretário do DoD estabeleceu a implantação de sistemas de gestão ambiental em toda as suas áreas de atuação e considera um melhor gerenciamento

ambiental essencial e uma ferramenta indispensável ao cumprimento da missão constitucional com maior eficiência. O objetivo é manter a confiabilidade, evitar riscos e poluição, instruir e informar o público e promover a interoperabilidade com

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sistema de gestão ambiental da norma ISO 14001, embora não exista a

preocupação com a certificação. (NDCEE, 2003).

Isso pode ser comprovado a partir da existência de toda uma infraestrutura de pesquisa montada, com o NDCEE e o apoio direto do Environmental Protection

Agency – EPA (Agência de Proteção Ambiental), além de departamentos com atividades específicas como as de limpeza e descontaminação de áreas militares do

Departamento de Defesa Americano. (DEPARTMENT OF DEFENSE

ENVIRONMENTAL CLEANUP, 2003).

Ali existem programas como o Defense Environmental Restoration Program” -

DERP (Programa de Recuperação Ambiental da Defesa), incluindo a recuperação de áreas contaminadas como também o manuseio de armamentos não detonados

existentes em diversas áreas.

O “Base Realignment and Closure” (BRAC) tem como função a preparação de áreas militares para a reutilização pela população civil e o “Formely Used

Defense Sites” (FUDS), para limpeza e descontaminação de áreas que, em alguma época, foram de uso militar.

1.4.3 A Iniciativa Européia

A Organização da Aliança do Tratado do Atlântico Norte/Committee on the Challenges of Modern Society (Comitê dos Desafios da Sociedade Moderna)

-OTAN/CCMS tem estabelecido planos de cooperação e oferecido a possibilidade de

desenvolver estudos-piloto, com duração média de três ou quatro anos com o objetivo de equacionar problemas e questões ambientais em países interessados e a partir daí, permitir o desenvolvimento de projetos e programas ambientais

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Após a criação do Conselho Euro-Atlântico de Parcerias (The Euro-Atlantic

Partnership Council –EAPC) que veio substituir o North Atlantic Co-operation Council (Conselho de Cooperação do Atlântico-Norte) - NACC, a partir de maio de 1997, a OTAN/CCMS, através de uma acordo de cooperação, oferece aos seguintes países

os seus planos e projetos de gerenciamento ambiental: Albânia, Armênia, Áustria, Azerbaijão, Bielorússia, Bulgária, Croácia, Estônia, Finlândia, Geórgia, Irlanda,

Cazaquistão, Letônia, Lituânia, Moldóvia, Romênia, Federação Russa, República Eslovaca, Eslovênia, Suécia, Suíça, Tajaquistão, Macedônia, Turqmenistão, Ucrânia e Uzbequistão.

No caso da OTAN/CCMS não existe o envolvimento direto da instituição com a pesquisa, mas sim o patrocínio e o apoio aos estudos necessários e de interesse

do país apoiado que também é responsável pela divulgação dos resultados.

Os estudos versam sobre questões das mais diversas: limpeza ambiental, desenvolvimento de tecnologias que possibilitem atividades militares “mais

sustentáveis”, estudos de impacto ambiental, educação ambiental para militares, etc. A OTAN/CCMS não estabelece modelos de gestão ambiental para seus países membros ou apoiados (NATO-CCMS, 2000).

1.4.4 Outros Exemplos

A Austrália desenvolveu seu próprio “Defense Environmental Management System” que segue a norma ISO 14001. Também não existe a preocupação em obter-se a certificação. Além disso, o governo australiano segue as normas

ambientais do “Commonwealth”.

O sistema de gestão ambiental australiano encontra-se em processo de

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grande preocupação com a descontaminação de ambientes utilizados para o

emprego de armamento no passado e que somam mais de 1100 áreas separadas. Os planos de gestão ambiental das áreas do departamento de defesa australiano datam de 1997 e estão sendo revistos a fim de integrarem os sistemas

de gestão ambiental. Auditorias ambientais realizadas comprovaram a pertinência dos planos (DEFENCE ESTATE MANAGEMENT GUIDE, 2003).

1.5 POR QUÊ ADOTAR AS NORMAS ISO DA SÉRIE 14000?

O uso de programas ou planos de gestão para áreas militares é, segundo as

pesquisas, inédito no país. Em outros países, no entanto, diversos programas de gestão vêm sendo implantados e utilizados, segundo a orientação dos mais altos escalões dos ministérios militares. Pode-se citar o exemplo dos Estados Unidos da

América, da Austrália, do conjunto de países integrantes da OTAN, do Canadá, da República Tcheca, da Suécia e outros.

Na OTAN, os estudos sobre a viabilidade de um modelo comum de gestão

ambiental para organizações militares, revelaram as vantagens da adoção do “Sistema de Gestão Ambiental” segundo as normas da ISO 14001 por ser um

sistema de simples implantação e tratar-se de um conjunto de normas aceito em ambos os lados do Atlântico (NATO-CCMS, 2000). Além disso, a adoção do padrão ISO 14001 demanda um aprimoramento contínuo da performance ambiental das

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Embora a União Européia esteja atrelada ao modelo do EMAS

(Eco-Management and Auditing Scheme) que é mais específico e detalhado em alguns aspectos se comparado às normas ISO, a OTAN acabou por recomendar a adoção da série ISO 14000 para ser utilizada não somente no interior do ambiente da NATO

com também pelas forças de paz.

No Brasil, as normas ISO são as mais difundidas, principalmente as da série

9000. Além da facilidade de implantação gerada pelo conhecimento das normas ISO e pela existência de documentos-guia (ISO14004), a adoção das mesmas pelo COMAER também facilitaria o livre intercâmbio de conhecimentos com outras forças

aéreas.

Outro aspecto que vem adquirindo importância nos últimos anos é o da

necessidade da FAB de operar com a USAF (Força Aérea dos EUA) e FAF (Força Aérea Francesa) e, em algumas vezes, em forças de coalizão. Essas operações geram uma responsabilidade ambiental comum e exigem a adoção de normas

regulamentares também partilhadas, inclusive quanto à observância de legislações ambientais locais.

Existem ainda países que implantaram sistemas de gestão ambiental em seus

departamentos de defesa, baseados em normas como as Eco-Management and Auditing Scheme (EMAS) e a BS 7750, e já realizaram ou estão realizando a

transição para as normas ISO. É o caso da Dinamarca que introduziu a BS7750 em seu ministério da defesa e a manteve por quatro anos, até adotar as normas ISO, por orientação da OTAN. O Reino Unido e a República Tcheca também reconhecem

(27)

A Força Aérea dos EUA vem adotando um conjunto de programas

independentes designados “Environmental, Safety and Occupational Health programs” (ESOH).

Atualmente, por orientação do DoD, será criado um plano de gestão

denominado “Environmental, Safety and Occupational Health Management System (ESOHMS) que será capaz de integrar esforços e dar aos comandantes uma visão

holística dos três programas. Segundo o secretário da USAF, o plano de gestão guardará semelhança com as normas da série ISO 14000, mas os programas continuarão tendo orçamentos independentes.

A “US NAVY” (Marinha dos EUA) também deve implantar seu próprio sistema de gestão ambiental, compatibilizando-o com diversas outras normas e entre elas as

da série ISO 14000. O “US ARMY” (Exército dos EUA) por sua vez, adotou as normas da ISO 14000 integralmente.

Verifica-se portanto, que a maioria dos países desenvolvidos e que possuem

forças armadas tradicionalmente bem estruturadas, adotaram as normas ISO ambientais para seus departamentos de defesa ou então, tornaram seus programas de gestão compatíveis com essas normas.

Levando-se em conta ainda que, em função da facilidade de implementação que as normas ISO 14000 oferecem e o fato de que as normas da série ISO 9000 já

estarem difundidas no país, optou-se então pela aplicação do modelo de gestão concebido na ISO 14001 como modelo básico para este trabalho.

A partir do modelo, serão agora propostas as adaptações necessárias à

realidade do setor militar e mais especificamente, às organizações do COMAER. A dinâmica propiciada pelo modelo de gestão ambiental, proposto pelas

(28)

que albergar, a qualquer momento, uma nova Unidade Aérea, que traz consigo

novas atividades e aspectos, causando impactos diversos.

Um exemplo seria o deslocamento de um esquadrão de reconhecimento para a BAAN. A unidade poderia trazer consigo equipamentos para a revelação dos

filmes utilizados nos casulos de reconhecimento de suas aeronaves.

Nesse caso, teriam que ser estabelecidos procedimentos para a coleta,

armazenagem, descarte ou reciclagem de produtos químicos como reveladores e fixadores, por exemplo.

1.6 A BASE AÉREA DE ANÁPOLIS - BAAN

1.6.1 Histórico

Nos arquivos históricos da organização levantou-se o seguinte: Base Aérea

de Anápolis foi inaugurada em 05 de abril de 1972, como uma resposta da Força Aérea Brasileira à necessidade de implantar Centros Integrados de Defesa Aérea e Controle do Espaço Aéreo.

O Estado Maior da Aeronáutica decidiu então dividir o território nacional em cinco Regiões de Defesa Aérea (RDA), e a defesa da RDA1, a primeira a ser

implantada, caberia a 1ª ALADA – (Ala de Defesa Aérea), como braço armado do também recém-criado COMDA (Comando de Defesa Aéreo). A sede dessa unidade aérea seria a Base Aérea de Anápolis, a ser construída (LORCH, 2003, p.

42).

O local mais apropriado para a implantação da BAAN foi estabelecido após

(29)

área esta que chegou a ser adquirida pelo então Ministério da Aeronáutica, mostrou

ser impraticável por causar interferência no tráfego das aeronaves comerciais que se destinavam à Brasília; a segunda, na época ocupada pelo aeroporto de Anápolis, obrigaria as aeronaves a sobrevoarem a cidade, causando sério desconforto à

população devido principalmente, ao ruído causado pelas aeronaves à reação. Finalmente foi escolhido o topo de um grande platô desabitado, nas

imediações de Anápolis, como local ideal para a implantação da BAAN e em onze meses foi construída a pista e as instalações básicas para o funcionamento do Esquadrão.

Em outubro de 1972, os primeiros Mirage III começaram a decolar da pista de 2400 m, enquanto as motoniveladoras trabalhavam no aterramento da parte final

visando aumentar sua extensão total.

1.6.2 Caracterização da Área, Meio Físico e Biótico

A BAAN está situada a 2 km ao norte da cidade de Anápolis-GO, às margens da rodovia BR-414 que liga Anápolis a Corumbá de Goiás. Sua área total é de aproximadamente 16,385 km² e o perímetro aproximado é de 30,664 km.

Toda a área da Base está concentrada sobre um platô típico na região e que traz características próprias aos limites da propriedade do Comando da

Aeronáutica. Junto às cercas limítrofes, o terreno apresenta-se acidentado, com um desnível na direção das propriedades vizinhas e com a ocorrência de diversas nascentes e pequenos cursos d’água ao redor da área.

(30)

A pista da BAAN situa-se a 1.200 metros de altitude em relação ao nível

médio do mar e toda a área encontra-se entre os córregos Sobradinho a oeste e norte; córrego Anicunsinho a nordeste e Córrego da Olaria a sudeste, todos pertencentes à bacia do Rio Corumbá. Merece destaque o fato do Córrego

Sobradinho ser tributário do Ribeirão Piancó, utilizado para o abastecimento da cidade de Anápolis pela SANEAGO – Saneamento de Goiás S.A.

1.6.2.2 Geologia

O município de Anápolis, Goiás, está inserido na Província Tocantis, mais

especificamente, no Complexo Granulítico Anápolis-Itauçu (RESENDE et al, 2001). Ainda segundo o autor, esse complexo é formado for rochas gnáissicas de alto grau,

orto e paraderivadas e tectonicamente intercaladas, com direção geral NW-SE que afloram na porção SE do Estado de Goiás entre as cidades de Itaguaru e Pires do Rio.

Já o cascalho, existente e já explorado no interior da BAAN, é proveniente de coberturas lateríticas sobre topos de superfícies aplainadas, constituindo extensas chapadas e chapadões. Os lateritos são encontrados sob a forma de crostas, blocos

e fragmentos de rocha e material argilo-arenoso, impregnados e cimentados por manganês e ferro (RESENDE et al, 2001).

RESENDE et al (2001) classificou os solos da BAAN como sendo Latossolo

Vermelho-Escuro e Vermelho-Amarelo distróficos, utilizando-se das cartas do projeto RADAMBRASIL, de 1983. Nas cartas de solo do IBGE, na escala de 1:5.000.000, os

(31)

1.6.2.3 Clima

Em Anápolis, pode-se observar o clima Cwa, na classificação de Köppen, típico das áreas de clima mais ameno, ao sul do bioma, e dos locais mais altos da região central, entre 1000 e 1200 metros (RESENDE et al, 2001).

1.6.2.4 Vegetação

A BAAN está situada na região central da área ocupada pelo bioma Cerrado, segundo RIBEIRO & WALTER (1998). Ainda segundo os autores, o Cerrado é caracterizado pela ocorrência de duas estações bem caracterizadas: o inverno seco

e o verão chuvoso, de outubro a março. No interior da BAAN foram observados os seguintes tipos fitofisionômicos:

- A Mata de Galeria é representativa no interior da BAAN por

estar presente junto aos córregos de, pelo menos, 7 conjuntos de nascentes;

- A Mata Seca foi identificada em pequenas áreas, como no

caso da que fica à sudeste da área administrativa da organização;

- O Campo Limpo foi observado em pequenas faixas de terra,

não podendo ser distinguido de áreas previamente

antropizadas e que se encontram em estágio de regeneração;

- O Campo Sujo não é representativo na BAAN, ocupando

pequenas extensões. Parte das áreas que ocupa sofreram

(32)

- O Cerrado Ralo é abundante no interior da organização e

engloba grandes extensões de vegetação preservada (Figura 01);

- O Cerrado stricto sensu é abundante e apresenta-se com

diversos graus de alteração antrópica e na forma preservada;

- O Cerrado Denso tem ocorrência limitada, na BAAN.

Figura 01 – Área de cerrado ralo em primeiro plano e Cerrado stricto sensu e mata de galeria em segundo plano.

1.6.3 Instalações, Usos e Impactos Ambientais

Efetuou-se o levantamento de antigos usos dados às áreas no interior da

(33)

legislação vigente e aparentam ser potencialmente impactantes para o meio

ambiente.

A inspeção foi realizada no interior da área não urbanizada da base e em seu perímetro revelou a existência de uma lagoa de decantação para efluentes líquidos

com capacidade cúbica aproximada de 1.500 metros cúbicos. O reservatório encontra-se parcialmente tomado por vegetação invasiva proveniente das margens,

além da vegetação flutuante que ocupa completamente a superfície do reservatório.

Figura 02 - Lagoa de Decantação

Constatou-se também, a existência de uma segunda lagoa, desativada, de dimensões semelhantes, situada a 50m da borda sul do reservatório em operação.

(34)

encosta, constatou uma contaminação em seu poço. Verificou-se que vinha

ocorrendo um vazamento e posterior percolação dos efluentes desse reservatório. Ainda segundo o funcionário, o reservatório foi abandonado e optou-se por operar apenas o reservatório até então secundário que permanece em uso até os dias de

hoje.

Apesar da proximidade entre os reservatórios, não foi constatada nenhuma

nova contaminação e nem houve outra reclamação por parte dos vizinhos que também fazem uso, para a irrigação de hortigranjeiros, das águas do córrego que recebe os efluentes da lagoas de decantação em questão.

Após a implantação da BAAN e da lagoa de decantação de efluentes líquidos, no ano de 1973, a organização cresceu no número de instalações e no efetivo,

tendo recentemente, recebido mais um esquadrão aéreo. Ocorreu portanto, nos últimos anos, um incremento na demanda de água tratada e na geração de efluentes líquidos.

O consumo estimado de água tratada varia entre 500 e 600 mil litros por dia, tomando-se por base o volume total bombeado pela Estação de Tratamento de Águas (ETA).

Apesar de não existir uma estimativa das perdas que ocorrem no sistema de distribuição e do volume total que não retorna ao sistema de coleta de efluentes

líquidos (irrigação de gramados, perdas por evaporação, etc.), estima-se que o volume total da lagoa de decantação em uso possa ser insuficiente para permitir a ocorrência completa do processo de decantação e degradação aeróbica/e ou

anaeróbica.

A existência de apenas um reservatório pode impedir ou dificultar os

(35)

reparo na estrutura da lagoa. Segundo informações do funcionário do EIE, o

reservatório não é limpo há quatro anos.

No lado leste da pista, pode-se observar três conjuntos de nascentes, todos perenes, segundo relato do funcionário do EIE. Enumerando-se as nascentes a

partir do sudoeste para o nordeste, o primeiro conjunto não é utilizado para a captação de água da ETA, apesar de apresentar uma vazão semelhante aos dos

dois seguintes.

Esse primeiro conjunto de nascentes, localizado numa área de topografia acidentada, forma dois córregos e um deles recebe os efluentes da lagoa de

decantação. O córrego em questão tem uma vazão inferior a 1l/s (um litro por segundo), na época de secas. Os dois córregos formados são utilizados pelo vizinho

da propriedade mais próxima para irrigar hortaliças e frutas destinadas à comercialização e consumo próprio.

As cabeceiras e os córregos formados estão protegidos por mata de galeria

enquanto fluem no interior da área da BAAN.

O segundo conjunto de nascentes, recebe o escoamento de um sistema de calhas que coleta as águas das chuvas junto à parte do pátio de estacionamento e

da pista de táxi, numa extensão de mais de 1500 metros.

Considerando-se que parte da captação de água para envio à ETA ocorre à

jusante do ponto de escoamento dos sistemas de águas pluviais da pista de táxi, é válido afirmar que a água coletada nesse ponto sofre real risco de contaminação por resíduos de borracha, óleos e combustíveis que venham a ser lavados do pátio de

estacionamento e da pista de táxi.

Toda a área que se estende entre o segundo e o terceiro conjunto de

(36)

(cerrado stricto sensu), contrastando com o entorno e levando a crer que a

profundidade do lençol freático deva ser reduzida.

Figura 03 – Ilustração do trecho de cerrado stricto sensu, entre a 2o e3 o conjunto de nascentes (em segundo plano).

Essa mesma área é protegida de processos erosivos pela vegetação intacta

do local e por ter sido “emoldurada” por um sistema de calhas de concreto que coletam as águas da chuva nas proximidades da pista de táxi e as canalizam entorno da terceira nascente, até o lago a aproximadamente 300 m à jusante da

ETA.

O segundo e terceiro conjunto de nascentes, ou seja, o 3º e 4º córregos, são

(37)

feito para dimensionar a captação em relação à vazão total das nascentes,

principalmente na época de secas, a fim de evitar o comprometimento do ecossistema integrado aos diversos cursos d’água.

O terceiro e quarto córregos fluem naturalmente para a área do lago

construído pela mão do homem e cuja barragem de contenção tem apenas uma distância de 30 ou 40m para a cerca perimetral. A partir da barragem, ainda no

interior da BAAN, o córrego formado é protegido por uma mata de galeria até o limite da cerca.

A partir da ETA, ainda na “face leste” da base, sempre considerando-se a

pista de pouso como a linha divisória, existe mais um córrego de proporções semelhantes ao quarto mas sem sofrer nenhuma captação no interior da BAAN.

A nascente e as margens são protegidas por vegetação intacta, ainda que haja uma estrada de terra que a cruza, a menos de 50 m à jusante da nascente. Fora dos limites da cerca, o córrego é represado e a água é coletada para uso

desconhecido.

Mais adiante, já além dos limites da pista de pouso, existem dois olhos d’água que foram “alargados” em forma de cacimba e a partir desse ponto, moradores

vizinhos à cerca perimetral, canalizaram a água em tubos de ¾’ para o uso familiar, provavelmente também como água potável.

A construção de uma cerca de tela de 2 m de altura e com a adição de fios de arame farpado em sua parte superior poderá causar um conflito de uso, uma vez que a captação dificilmente irá continuar acontecendo sem a autorização expressa

do comando da base ou então, as custas da destruição parcial da cerca.

A partir desse ponto, ainda em direção nordeste, a vegetação da face leste da

(38)

entanto, em diversas áreas em que a camada de solo foi removida para obtenção de

terra, na execução do aterro e construção da pista de pouso, não resta nenhum tipo de vegetação e o terreno está exposto as intempéries desde o ano de 1972. Nesses locais nota-se um processo de laterização do solo, o que vem a agravar mais ainda

o processo de degradação dessas áreas (Figura 04).

Figura 04 – Área de solo exposto

Na face oeste da BAAN, enumerando-se as nascentes de nordeste para sudoeste, observou-se que a primeira coincide com o ponto de descarga de um sistema de calhas de concreto que envolve a cabeceira nordeste e parte da lateral

(39)

Apesar do processo erosivo, a vegetação adensou-se ainda mais no local e

toda a superfície superior em torno da erosão bem como o próprio sulco abriga espécies de árvores, arvoretas e arbustos, além de exemplares isolados de fanerógamas, demonstrando que a revegetação natural está em processo

adiantado.

Figura 05 – Antiga erosão em processo de estabilização

O exame do fundo do sulco também leva a concluir que, devido ao baixo

volume de sendimentos que o curso d’água vem carreando, a voçoroca encontra-se praticamente estabilizada.

Apesar disso, é provável que grandes enxurradas possam, devido à

canalização de um grande volume d’água proveniente da área da pista, voltar a causar processos erosivos no interior do sulco. A voçoroca está localizada quase

(40)

Figura 06 – Posição da erosão em relação aos limites da BAAN.

A oeste da pista e praticamente ao longo de toda sua extensão, pode-se observar três grandes superfícies, em forma de faixas de 50 a 80 m de largura,

paralelas à pista e com extensão total de mais de 2500 m. Essas áreas de solo exposto, a exemplo das demais descritas anteriormente, foram utilizadas para

obtenção de terra para o nivelamento de parte da área da pista de pouso. Ali ocorreu a total remoção da camada de solo e a recuperação natural da vegetação mostrou-se inviável e terá que mostrou-ser executada através de um projeto de recomposição da

cobertura vegetal adaptado às condições ora existentes.

O uso atual do solo sobre essas faixas de terreno degradado é restrito à seis

(41)

pontos da área, com o objetivo de conter processos erosivos, construiu-se um

estande de tiro de armas portáteis, o que ocasionou a contaminação do barranco existente por trás dos alvos. Nessa área deverá ser estabelecida uma restrição definitiva para outros usos futuros, uma vez que a remoção dos projéteis e

fragmentos é custosa e se faz necessária uma avaliação do nível de contaminação do solo.

Outra atividade exercida na área de solo exposto é a de montagem de alvos para serem utilizadas por aeronaves em trajetórias simuladas de “tiro terrestre” e bombardeio. Essas atividades deverão ser consideradas quando da elaboração dos

projetos de recuperação do terreno.

A BAAN mantém ainda três instalações em pontos isolados, sobre as faixas

de terreno exposto.Uma delas abriga um paiol de munições, a segunda um posto de guarda e a outra é uma instalação de geradores e transformadores para a iluminação da pista de pouso.

No caso do paiol, certamente existem normas internas de segurança das instalações que devem ser cumpridas e que estabelecem faixas de terreno livre de obstáculos e de vegetação a serem mantidas.

O posto de guarda por sua vez, deve estar em uma área livre e com boa visibilidade ao redor das instalações e cercas a fim de prevenir a aproximação de

pessoas não autorizadas

No caso da instalação de geradores, o isolamento adequado contra o fogo também é importante, uma vez que o simples aumento de temperatura junto aos

disjuntores ou cabos de transmissão é capaz de desarmar o sistema e impedir o pouso seguro de alguma aeronave, por falta de iluminação adequada na pista de

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As faixas de superfície degradada das áreas de empréstimo, a oeste da pista,

estão envoltas por uma larga área de cerrado preservado, pelo lado oeste, até a cerca perimetral. Esse espaço é coberto por cerrado ralo, cerrado “stricto sensu”. Fora dos limites da BAAN desenvolve-se o pastoreio, a agricultura de subsistência e

a agricultura intensiva, com o uso de irrigação, utilizando-se a água de nascentes existentes no interior da base a partir dos córregos formados. Existem, nesse setor

da Base, diversas estradas de terra que cruzam as áreas de cerrado e que eram utilizadas por moradores das vizinhanças para encurtar a distância de suas residências até a rodovia pavimentada. Atualmente essas estradas estão sendo

interrompidas e desativadas pela construção da cerca perimetral da BAAN.

Observa-se que a pressão antrópica sobre o ambiente, além dos limites da

BAAN, vem causando a escassez de áreas cobertas por vegetação nativa preservada, transformando a organização militar numa mancha de verde mais escuro entre as diversas chácaras e propriedades.

Na extremidade sudoeste/sul da base, verifica-se extensa área de campo sujo, cerrado ralo e cerrado “stricto sensu” e, junto à estrada de acesso secundário da BAAN, existe uma cascalheira de onde foi retirada a camada superficial do solo

para servir como camada de revestimento das estradas internas de terra. Atualmente o local encontra-se abandonado e uma escassa faixa de vegetação de

gramíneas tomou conta da superfície. A profundidade do corte no terreno varia de 0,5 a 1,5 m.

A partir da estrada asfaltada da entrada secundária da base, em direção

sudeste, observa-se uma escavação mais profunda no solo, onde foi retirado material para aterros. Essa área possui de 1 a 2 m de profundidade, por 200m de

(43)

totalmente removida e posteriormente não se desenvolveu qualquer tipo de

vegetação no local.

Nesse mesmo acesso secundário, encontram-se as instalações de combustíveis, operados por uma empresa que presta serviços à Petrobrás. O exame

dessas instalações deverá revelar a conformidade das mesmas com a legislação ambiental vigente

No setor sudeste da organização, observa-se também uma área de vegetação preservada (Mata Seca) sobre um terreno acidentado onde se abrem dois profundos grotões. Segundo relatos do funcionário do EIE, era possível avistar

pequenos primatas, provavelmente macacos-prego, nesta região. Neste local foram observados vários pequenos depósitos irregulares de resíduos sólidos resultantes

de reformas e material potencialmente tóxico como o de lâmpadas fluorescentes, por exemplo.

A área localizada à beira do acesso principal da BAAN, (acesso leste) é

composta por terrenos que no passado, sofreram intensas movimentações de terra e não apresentam cobertura vegetal de nenhuma espécie. Quando o terreno deixa de ser plano e desce para os dois lados, à medida que se afasta da estrada de acesso,

pode-se então observar a vegetação de campo sujo, cerrado ralo e cerrado “stricto sensu”. No lado leste da estrada de acesso, a vegetação sofre os efeitos da ação

anual do fogo, proveniente da queima dos campos em terrenos vizinhos. Não foram observados processos erosivos significativos a partir das bordas do terreno o que deve ter sido evitado pelas obras realizadas no terreno e inclui bacias de contenção

(44)

2. MATERIAL E MÉTODOS

A fim de eleger a metodologia mais apropriada ao caso brasileiro e, mais especificamente, ao Comando da Aeronáutica, decidiu-se fazer uso de alguns

modelos e metodologias disponíveis e já implantados e justificar as opções adotadas, quando estas se diferenciarem do modelo “padrão” da ISO 14001.

Foram utilizados como subsídios, o estudo-piloto da OTAN para SGA no setor militar; o modelo de manual de gestão ambiental da força aérea americana, preparado para o complexo logístico e base aérea de Robins, Geórgia; o manual de

gestão ambiental, de Fort Lewis, Washington, e o manual-guia para implantação de SGA (ISO14001), ambos do exército americano, além do guia de sistemas de gestão

ambiental para órgãos e instalações federais, da agência ambiental americana (EPA).

O processo de desenvolvimento, implementação e manutenção de um

“sistema de gestão ambiental” segundo a ISO 14001, segue as cinco fases: a) Política Ambiental;

b) Planejamento;

c) Implementação e Operação; d) Verificação e Ações Corretivas; e

e) Revisão da gestão.

A principal característica da norma ISO 14001 é a conexão das cinco fases

num processo contínuo que se realimenta e permite o aperfeiçoamento da gestão. O aperfeiçoamento contínuo do processo é importante para o modelo

(45)

deslocamentos de UAe, ocorrem freqüentes transformações nas atividades, nos

aspectos e impactos ambientais gerados nas diversas organizações apoiadoras.

2.1 ESTABELECIMENTO DA POLÍTICA AMBIENTAL

2.1.1 Escolha da Equipe Ambiental

O modelo proposto estabelece que o primeiro passo a ser dado no desenvolvimento da Política Ambiental (PA) é a escolha da equipe ambiental.

O primeiro a ser nomeado é o Coordenador Ambiental (CA), a exemplo do

que preconiza a ISO 14001. Nas bases aéreas, a função será melhor exercida por um oficial que esteja comandando o Esquadrão de Infraestrutura (EIE).

Este militar já tem, sob seu comando, todas as atividades relacionadas com a conservação do patrimônio da organização, sejam instalações, cercas limítrofes, sistemas de abastecimento de água e energia elétrica, depósito de combustíveis de

veículos, sistema de coleta de resíduos, etc.

O chefe do EIE deve participar das reuniões administrativas que ocorrem no interior da base, normalmente uma vez por semana.

A reunião semanal, com a presença de todos os chefes ou representantes de UAe e demais setores administrativos, será o evento mais apropriado para a

disseminação rápida de informações relativas à gestão ambiental.

O Representante Ambiental (RA) deverá ser o Chefe do Grupamento de Serviço de Base (GSB), o segundo oficial na hierarquia de uma base aérea e

responsável pela gestão financeira e contábil da organização.

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procedimento visa a integração de todo o efetivo num único esforço e permite uma

maior visibilidade da equipe sobre todas as atividades, aspectos e impactos no interior da base.

Os demais membros deverão ser recrutados entre os graduados do efetivo da

base que tenham perspectiva de permanecer na localidade por cinco anos ou mais ou então, por funcionários civis do EIE.

Embora não faça parte da equipe ambiental, o Comandante de cada UAe é responsável por todas as ações e ocorrências ambientais nas atividades de sua UAe e na área sob seu comando e deverá ser mantido informado pelo seu representante

na EA.

O treinamento dos membros da equipe e as atividades de educação

ambiental serão abordados posteriormente.

2.1.2 Orçamento e Recursos

O Orçamento não será estabelecido na fase anterior à elaboração da Política ambiental, como preconiza a norma ISO 14001. No modelo proposto, considerando-se a dinâmica administrativa do COMAER, os recursos serão obtidos

a partir do estabelecimento de prioridades, na política ambiental (PA), e solicitados ao órgão superior. Para tal, o Comandante deverá ter acesso a uma avaliação

ambiental inicial.

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Para que o Comandante da organização e/ou o Coordenador Ambiental

possa(m) elaborar o texto da Política Ambiental da organização, deverá ser desenvolvido um conjunto de atividades denominado Avaliação Ambiental Inicial (AAI) (SEBRAE, 2001)

A Avaliação Ambiental Inicial deverá conter, no mínimo, os seguintes passos: o levantamento inicial de todas as atividades, produtos e serviços existentes e os

conseqüentes aspectos e impactos gerados, reais ou potenciais, em condições normais ou de emergência; uma completa pesquisa sobre a legislação ambiental vigente; e um levantamento dos processos atuais de gestão, medidas mitigadoras

de impactos já existentes e procedimentos relacionados com o meio ambiente.

2.1.3.1 Atividades, Aspectos e Impactos Ambientais

Deverá ser efetuado um levantamento inicial de todas as atividades, produtos e serviços existentes e de seus conseqüentes aspectos e impactos

gerados no interior da organização, junto à comunidade local, fornecedores, empresas de coleta de resíduos, etc.

A experiência demonstrou que a AAI (“initial environmental review” no texto

original) permite que se identifiquem as áreas prioritárias para focar a política e fundamentá-la na real situação ambiental (NATO-CCMS, 2000).

A ISO 14001, ao contrário, prevê o levantamento completo de aspectos e impactos apenas para a fase de planejamento, após a elaboração da Política Ambiental.

A adoção da seqüência sugerida pela OTAN-CCMS justifica-se pela necessidade de melhor assessorar o comandante. O chefe militar de uma base

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da unidade quando assume o comando. Assim sendo, a avaliação inicial passa a

ter uma importância ainda maior na tarefa de fornecer uma completa “radiografia” da organização, sob o enfoque ambiental.

Foram desenvolvidas algumas ferramentas, na forma de formulários-guia,

para orientar o coordenador ambiental e sua equipe e facilitar a tarefa de levantamento, minimizando falhas e omissões causadas pelo desconhecimento do

tema ambiental.

O primeiro documento a ser preenchido pelo chefe do setor, é o formulário das entradas, processos e saídas e será denominado “formulário 1” Este

documento foi proposto por facilitar a identificação de saídas intencionais e não-intencionais a partir do levantamento das entradas do processo, bem conhecidas e

de fácil identificação (ANEXO B).

As saídas por sua vez, facilitarão a identificação dos aspectos e impactos ambientais (SEBRAE, 2001).

Na maior parte dos casos, o aspecto ambiental é a própria “saída” constante do formulário sendo necessário por vezes, reescrevê-la de modo mais sucinto. Uma vez identificados, os aspectos deverão ser analisados segundo a significância

de seus impactos (PUBLIC WORKS, 1999).

Para tal, foi desenvolvido o Formulário de Aspectos e Impactos Ambientais que é um documento produzido a partir do modelo estabelecido no “Environmental

Management Manual” de “Fort Lewis”, do Exército Americano (PUBLIC WORKS, 1999). O documento foi adaptado para uso nas organizações do COMAER e será

denominado “formulário 2” (ANEXO C).

O objetivo do documento é levantar, para cada um dos processos ou tipos de

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atribuído, ainda no mesmo documento, um grau de significância. Cabe ao CA

conferir as “saídas” identificadas em cada setor e preencher o formulário 2.

A pontuação gerada permite ao coordenador ambiental e ao comandante da organização, uma melhor avaliação da importância de cada uma das questões

observadas. Desta maneira, as prioridades de ação poderão ser corretamente estabelecidas na PA.

A principal alteração introduzida no formulário, a partir do modelo original, foi a exclusão do critério “Probabilidade” e a inclusão do critério “Efeito” no cálculo da significância do impacto.

Dos modelos analisados, a “fórmula” utilizada na proposta do SEBRAE foi considerada muito simples, uma vez que só avalia a gravidade e abrangência.

Como exemplo, a emissão de escapamentos de veículos receberia, no modelo SEBRAE, significância máxima por ter abrangência global (abrangência alta=3) e por causar danos irreversíveis (gravidade alta=3). Em outro exemplo, uma

contaminação de uma nascente por óleos poderia ter gravidade baixa ou média (danos ao meio ambiente reversíveis=2) e abrangência local (abrangência média =2).

Considerando-se que no primeiro caso (pontuação de significância=6), a organização pode estar em perfeita conformidade com a legislação ambiental e no

segundo caso, considerado menos grave (pontuação =4) facilmente poderá estar caracterizado um crime ambiental, conclui-se que é desejável que o modelo também leve em conta os aspectos legais.

Todos os modelos utilizados para a determinação da significância que foram analisados, levaram em consideração a “gravidade” do impacto, também presente

(50)

severidade está ligada ao conceito de dano à saúde pública e ao ambiente e

abrangência do dano.

A reversibilidade ou o grau de reversibilidade do dano também foi considerado importante para a avaliação da significância e incluído no modelo

proposto sob a designação de “Efeito”.

Outro critério existente no modelo americano e mantido para a aplicação no

COMAER foi o fator “Freqüência” do impacto. A quantidade de vezes que o impacto ocorre, em uma unidade de tempo, está diretamente relacionada com os danos ambientais acumulados e afeta a capacidade de “auto-regulação” (resiliência

+ resistência) dos ecossistemas.

O critério “probabilidade” do impacto foi suprimido do formulário pois não foi

encontrado um método para orientar o usuário na eleição dos diferentes graus de probabilidade de cada impacto. Existe também a possibilidade de haver confusão entre os critérios “freqüência” e “probabilidade”.

O manual guia para SGA do Exército Americano avalia o impacto pelos critérios de severidade, freqüência ou probabilidade, implicações legais e imagem pública. Neste caso pode-se constatar a soma dos conceitos de freqüência e

probabilidade em um critério único.

O critério “imagem pública” não foi considerado isoladamente pois

considerou-se que dentro da realidade brasileira, a imagem pública estará sendo afetada quando o impacto for ilegal sendo então, incluído em “riscos legais”.

Na seção que relaciona os aspectos, observou-se que os itens “Materiais

(51)

Neste trabalho, o item “Energia Consumida” será utilizado como sendo a

citação das principais fontes de energia utilizadas, caso haja consumo energético, e a avaliação da eficiência desse consumo, considerando-se então o impacto que o consumo daquela forma de energia acarreta, ainda que não no interior da

organização avaliada.

Como exemplo, poder-se-ia citar os refeitórios que, ao invés de utilizarem o

gás natural, poderiam estar empregando caldeiras movidas a óleo diesel, com um grau de eficiência menor e causando impactos ambientais de maior seriedade.

De modo análogo, o item “Materiais Consumidos” será empregado na citação

dos materiais que a organização emprega, na avaliação da propriedade em se escolher aquele tipo de material, em detrimento de outros, causadores de impactos

de maior ou menor extensão, e a eficiência com que o material será utilizado.

O estabelecimento de indicadores ambientais adequados e a realização de medições e análises técnicas deverão minimizar o efeito da subjetividade introduzido

pelo “avaliador” na determinação das dimensões dos impactos ambientais a serem observados.

A determinação dos “Graus de Significância” porém, permanecerá com um

componente subjetivo, uma vez que o caráter de “abrangência” do impacto é, na maior parte dos casos, difícil de se estabelecer e mensurar. Do mesmo modo, os

critérios de “Efeito do Impacto” e “Riscos Legais” são de difícil determinação.

Além de apresentar o conjunto de formulários 2 preenchidos, o CA deverá confeccionar uma relação contendo todos os impactos da Organização,

Imagem

Figura 01 – Área de cerrado ralo em primeiro plano e       Cerrado stricto sensu  e mata de galeria em segundo plano
Figura 02 - Lagoa de Decantação
Figura 03 – Ilustração do trecho de cerrado stricto sensu,  entre a 2 o  e3  o  conjunto de nascentes (em segundo plano)
Figura 04 – Área de solo exposto
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Referências

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