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Rev. esc. enferm. USP vol.1 número1

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Academic year: 2018

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A I M P O R T A N C I A D O P L A N E J A M E N T O D O C E N T R O C I R Ú R G I C O

Jeny Gibertoni

INTRODUÇÃO

Não constitui novidade pana o s organizado r e s e administradores de hospitais o fato de s e r o Centro Ci r ú r g i c o uma das unidades de planejamento mais difícil e que mais discussões suscitam quando s e procura organizar ou r e modelar e s s e setor. Costuma-se r e f e r i r a essa dependencia tão importante do conjunto hospitalar c o m o a "sala de visita" do hospital; do m e s m o modo, costuma-se avaliar a eficiencia de multas unidades do hospital pelo funcionamento de seu Centro C i r ú r g i c o .

Infelizmente o planejamento inicial do Cen_ tro C i r ú r g i c o nem sempre tem m e r e c i d o a atenção que lhe e de vida. C o m o conseqüência, a maioria dos Centros Cirúrgicos de n o s s o s hospitais p r e c i s a m de remodelação para seu bom fun cionamento, ate m e s m o os de construção recente. Diariamente temos presenciado a demolição e substituição de paredes, ou a construção de compartimentos adaptados para suprir falhas nao previstas no estudo original. T o d o s nós sabemos as dificulda des encontradas nas adaptações e as implicações derivadas das m e s m a s , que nunca trazem o resultado esperado. Tais adapta_ ç o e s não seriam necessárias s e tivesse havido preocupação pré via e cuidadosa de planejamento de todas as atividades a s e r e m desenvolvidas e das necessidades decorrentes.

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£ qual a razão d e s s e estado de c o i s a s ? A resposta está na falta de preocupação dos interessados na cons trução de um hospital, em entregar o seu estudo a especialis tas para i s s o credenciados e que tenham vivencia dos problemas encontrados em um Centro Cirúrgico.

A maioria das v e z e s o planejamento do Cen tro Cirúrgico tem sido deixado apenas ao engenheiro ou ar quite to, ou m e s m o a políticos, c o m o tivemos ocasião de v e r recen_ temente em uma pequena cidade do interior do Estado. Os en carregados do projeto devem ser especialistas no assunto e ter em mente que o objetivo do Centro Cirúrgico é servir aopacien te. Seus estudos devem ser feitos de modo a assegurar condi ç õ e s ideais de assepsia, a facilitar bons cuidados ao paciente na sala de cirurgia, a proporcionar aos membr J S da equipe ci rúrgica facilidade na realizações de suas funções e a promo v e r ambiente seguro e satisfação no trabalho.

O plano do Centro Cirúrgico deve c o m e ç a r muito antes que o engenheiro ou o arquiteto e s b o c e o seu primei_ r o desenho. O seu estudo deve s e r confiado a uma equipe de planejamento.

E q u i p e d e p l a n e j a m e n t o

O c r i t é r i o na constituição da Comissão en carregada do planejamento do Centro Cirúrgico varia segundo se trate de remodelação do já existente ou construção de um no v o .

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fim de c o l a b o r a r em a ««untos relacionados c o m a sua especiali dade, devendo participar de s u b - c o m i s s õ e s para estudo de de terminados aspectos do projeto e posterior elaboração de roti nas. São elesros chefes dos seguintes s e r v i ç o s : Almoxarifado, Laboratório Anatomo- Patológico, Lavanderia, Farmácia, Raio X, Limpeza, Unidade de Enfermagem, e t c . O arquiteto e enge nheiro responsáveis pelo desenho e pela realização do empreen_ dimento devem atuar em todas as C o m i s s õ e s , sendo a sua cola b o r a ç a o indispensável no planejamento de todas as atividades estudadas.

No c a s o da construção de um novo Centro Ci rurgico, a C o m i s s ã o e as s u b - c o m i s s õ e s serão integradas de especialistas no assunto, para i s s o convidados, de preferencia o s m e s m o s elementos que i r ã o integrar o s respectivos c a r g o s para o s quais estão dando sua contribuição.

A importancia da participação da enferme^ ra na equipe de planejamento do Centro Cirúrgico s o ultimamen te vem sendo salientada. De fato, sendo ela a coordenadora das atividades do Centro Cirúrgico, não pode ficar alheia a fatores que irão interferir favorável ou desfavorávelmente na execução de suas funções.

A fim de a habilitar a dar uma colaboração eficiente, existem hoje c u r s o s de pos-graduação em Enferma gem aplicada ao Centro Cirúrgico e de Administração Hospita_ lar, onde sao estudados os elementos n e c e s s á r i o s a organização e a o funcionamento de um Centro C i r ú r g i c o .

G u i a p a r a P l a n e j a m e n t o d o C e n t r o C i r ú r g i c o

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F a s e P r e p a r a t ó r i a

A primeira atividade da C o m i s s ã o , imediata mente após a indicação dos nomes do Presidente e do Secreta r i o e determinação de local e hora das reuniões é um estudo preliminar c o m objetivos do empreendimento.

É essencial que todos o s componentes do gru po de trabalho tenham a mesma filosofia a qual deve s e r basea da no conceito de que a pessoa mais importante no Centro Ci_ rúrgico é o paciente e que qualquer cirurgia, por menor que sje ja, m e r e c e o máximo de cuidados.

Os tipo8 de especialidades c i r ú r g i c a s a sje r e m realizadas, a s s i m c o m o os elementos a c e s s ó r i o s que inte grarao o conjunto do Centro Cirúrgico precisam s e r determina dos.

Um plano de trabalho deve s e r estabelecido para que as atividades possam se desenvolver de maneira orde nada e satisfatória, e num ambiente harmônico.

Todos o s m e m b r o s da C o m i s s ã o devem es_ tar familiarizados c o m o s símbolos e leitura de uma planta físi c a , assim c o m o atualizados no que há de mais moderno nas úl timas pesquisas efetuadas em Centro C i r ú r g i c o . I s s o s e obtém objetivo, isto é, ou organizar um novo Centro Cirúrgico ou re_ modelar o ja existente. No c a s o de remodelação, torna-se m i s ter o levantamento de toda a situação da unidade quanto a planta física e organização, para posteriormente s e r e m estudados o s aspectos onde as modificações se tornam n e c e s s á r i a s .

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P l a n t a F í s i c a e E q u i p a m e n t o

Inicialmente, a localização ideal do Centro Cirúrgico será motivo de estudos acurados, pela importância que representa no entrosamento c o m as Unidades Cirúrgicas, o s departamentos afins ao Centro Cirúrgico e no estabelecimento de um ambiente de privatividade que permita a realização da c i rurgia em condições ideais de assepsia, segurança e calma.

Em seguida serão determinados o numero de salas de cirurgia, forma, tamanho e detalhes de construção ne

cessar ios a elaboração da planta física provisoria, para o que

c o n c o r r e r ã o as resoluções anteriores sobre a determinação dos elementos a c e s s ó r i o s n e c e s s á r i o s e especialidades c i r ú r g i c a s .

O desenho da planta física será baseado na a plicaçao do estudo de tempo e movimento nas diversas ativida des do Centro Cirúrgico, através da determinação planejada do fluxo de trabalho nos seus vários setores e do controle de movi mento no Centro C i r ú r g i c o . Este será estudado para determi nação dos locais de entrada e saída de pacientes, m e m b r o s da

equipe cirúrgica, técnicos eventuais, pessoal das Unidades de Enfermagem que procuram o Centro de Material para obtenção de material esterilizado, serviçais responsáveis pelo recebi_ mento de roupa da lavanderia e r e m o ç ã o da roupa usada, do U. xo, e t c .

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F u n c i o n a m e n t o

Nenhuma unidade funcionara eficientemente sem que seja determinada a sua situação dentro do conjunto hoa pitalar. Saber quem é subordinada a quem,quem tem responsa b ilida de sobre quem, e á dependencia e entro samento dos diver s o s Departamentos e Serviços, torna-se imprescindível para o todas a s atividades desenvolvi das no conjunto será de grande uti lida de na determinação do tamanho das áreas que o contem e da sua localização. A avaliação das funções da equipe cirúrgica na sala de operações é indispensável para a determinação do lo cal mais apropriado para dispor o mobiliario e o equipamento nessa sala; do m e s m o modo o estudo da seqüência dos movimen tos de uma funcionária, que prepara o material no Centro de Material, e do tempo gasto nesse trabalho, possibilitara a de terminação da melhor maneira de dispor o mobiliario de modo a facilitar a execução do trabalho.

Dada a suma importância que a localização do mobiliário representa na simplificação de toda técnica execu ta da no Centro Cirúrgico, maquetes c o m a disposição de minia turas de mobiliário nas diversas áreas possibilitarão o estudo das funções do p e s s o a l .

A seleção e compra do equipamento deverão estar a c a r g o de duas s u b - c o m i s s õ e s . Antes da compra são re_ comendadas visitas as indústrias fornecedoras, para constata ç a o da excelencia dos seus produtos e a abertura de concorren cia publica. £ também recomendável que os responsáveis pela pompra do material procurem obter informações sobre o s mes mos c o m pessoas habilitadas a u s á - l o s , tais como enfermeiras supervisoras ou funcionarios do Centro C i r ú r g i c o .

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funcionamento perfeito do Centro Cirúrgico. I s s o e conseguido c o m a confecção do organograma da Unidade, o qual dá ao con junto a dinâmica de seu funcionamento.

A s r e l a ç õ e s interdepartamentais serão apoi adas em rotinas administrativas que nortearão os passos a se rem seguidos no entrosamento c o m o s diversos setores afins. Essas rotinas dizem respeito a : distribuição de cirurgias dia rias, programação e controle das cirurgia s, preparo dos paci entes para a cirurgia, transporte dos m e s m o s , exames anató

P mm mm K

mo-patologicos, hemotransfusoes, requisição de material a Farmácia e ao Almoxarifado, controle de tóxicos, recebimento e entrega de roupa, r e m o ç ã o de lixo, conservação e reparo de material, etc. O preparo de i m p r e s s o s ou fichas será indispen savel para e s s e entrosamento.

A s diversas técnicas executadas no Centro Cirúrgico serão ostudadas e elaboradas detalhadamente. Como as rotinas, deverão s e r escritas e conservadas em local a c e s s i vel a todos.

A s normas de funcionamento serão regidas pelo Regulamento do Centro Cirúrgico, o qual, após estudado e aprovado pelo órgão de cúpula do hospital, será divulgado conve nientemente para conhecimento de todos o s interessados.

Desde o início das atividades, o hospital o> v e r á constituir uma Comissão de Centro C i r ú r g i c o , para aya Ilação do trabalho desenvolvido e formação de s u b - c o m i s s õ e s para estudo dos problemas que forem s e apresentando.

P e s s o a l

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a s s i m c o m o o c r i t é r i o de s e l e ç ã o doe candidatos s e r ã o estabe l e c i d o s .

A enfermeira supervisora do Centro Cirúr g i c o é responsável p o r tudo quanto diz respeito ao pessoal aturi l i a r : orientação inicial, definição de funções, avaliação do tra balho, bem c o m o realização de programa contínuo de educação em s e r v i ç o .

C o n c l u s õ e s

Considerando-se o volume de trabalho de um Centro Cirúrgico e o custo de sua construção e de seu funciona mento, o s prejuízos causados pelas r e m o d e l a ç õ e s de sua plan ta física, inevitáveis nos hospitais sem o n e c e s s á r i o plane jamen to prévio; a má qualidade de alguns materiais e equipamentos a venda no mercado e o s gastos adicionais acarretados para a ins tituição que o s adquire; as dificuldades administrativas causa das pela falta de boa organização Inicial; o s p e r i g o s que a falta de estudo relacionado a segurança do paciente e do pessoal acarretam, é de suma importancia o planejamento do Centro Cirúrgico em todos o s setores que o c o m p õ e . P e l o s conheci mentos especializados que a enfermeira^possui sobre o assunto e a experiencia acumulada em anos de vivência no campo, a sua inclusão na C o m i s s ã o de planejamento assume grande Importan cia pela contribuição valiosa que ela pode o f e r e c e r quando s e procura organizar ou remodelar um Centro C i r ú r g i c o .

R e f e r e n c i a s B i b l i o g r á f i c a s

1. ALEXANDER, E . L . - Operating Room Technique. 3rd ed. Saint Louis, 1958 p . 21-24.

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GILBERTONI, J. - A importan cia do planejamento do centro e l r ú r g i c o . Revista da Escola de Enfermagem da USP, H l ) : 7 9 - 8 7 , 1967.

3.GIFFORD, D . L . - P r o p e r Planning of the Operating Room Suite. The manual of sterilization, disinfection and re lated surgical techniques, 15(1):15-17, f e b . , 1959.

Referências

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