• Nenhum resultado encontrado

Terapia Interpessoal: teoria, formação e prática clínica em um serviço de pesquisa e atendimento em violência

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Terapia Interpessoal: teoria, formação e prática clínica em um serviço de pesquisa e atendimento em violência"

Copied!
12
0
0

Texto

(1)

Terapia Interpessoal: teoria, formação

e prática clínica em um serviço de pesquisa

e atendimento em violência

Rodrigo Almeida Carvalho*

Mariana Cadrobbi Pupo**

Marcelo Feijó Mello***

* Médico psiquiatra e terapeuta interpessoal. Colaborador do Programa de Atendimento e

Pesquisa em Violência (PROVE), SP, Brasil.

**Psicóloga clínica, estudante de doutorado, coordenadora do PROVE, Departamento de

Psiquiatria, UNIFESP, SP, Brasil.

***Professor Adjunto do departamento de Psiquiatria da Escola Paulista de Medicina (UNIFESP).

Coordenador do PROVE, SP, Brasil.

Instituição: Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), SP, Brasil.

Resumo

A psicoterapia interpessoal (TIP) é uma terapia estruturada breve e focal de-senvolvida inicialmente para o tratamento da depressão. Esse modelo psicoterápico foi adaptado para outros transtornos mentais, incluindo trans-torno do estresse pós-traumático. O programa de atendimento e pesquisa em violência (PROVE) é um ambulatório ligado à Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) que presta assistência a vítimas de violência. A terapia interpessoal individual e de grupo é umas das formas de atendimento psico-lógico utilizado no PROVE. Um curso de formação anual é realizado com o objetivo de produção de conhecimento e pesquisa em TIP.

Palavras-chave: Ensino, Psicoterapia, Psicoterapia Interpessoal, TIP,

Pesqui-sa, Violência, Assistência, Psicoterapia de Grupo, Transtorno de Estresse Pós-Traumático, TEPT.

Considerações iniciais

A terapia interpessoal (TIP) é uma psicoterapia breve e focal desenvol-vida inicialmente para o tratamento de pacientes deprimidos unipolares e

www.rbp.celg.org.br

(2)

não psicóticos. Foi definida em um manual por Gerald Klerman e cols.1 e

pos-teriormente atualizada por Weisman e cols.2

Ao longo dos anos, a terapia interpessoal foi intensamente avaliada em relação à sua eficácia por vários ensaios clínicos controlados para o trata-mento da depressão. Duas metanálises foram realizadas com esse intuito3,4. A

primeira avaliou 13 estudos, a segunda analisou 38 ensaios clínicos. Pode-mos afirmar com forte evidência científica que a TIP é uma terapia eficaz no tratamento da depressão, tanto para a fase aguda como na prevenção da recorrência. É um dos tratamentos mais bem avaliados para esse transtorno, seja sozinha ou combinada com medicamentos, devendo ser considerada dentro das diretrizes de conduta para o tratamento da depressão.

O modelo psicoterápico para depressão foi adaptado e mostrou-se efi-caz para o tratamento de inúmeros outros transtornos psiquiátricos, incluin-do depressão recorrente5, distimia6, 7, ansiedade8, transtorno bipolar 9, estresse

pós-traumático 10, 11, transtornos alimentares12(entre os quais, bulimia

nervo-sa 13 e transtorno de compulsão alimentar periódica)14, quadros depressivos

em grupos especiais de pacientes – adolescentes15 e idosos16, 17 e pacientes

deprimidos com HIV 18.

Bases teóricas da terapia interpessoal

A TIP baseia-se em um modelo biopsicossocial para compressão dos transtornos mentais, ou seja, a doença mental é resultado da interação de fatores biológicos e interpessoais. Pessoas que apresentam uma predisposi-ção genética maior para transtornos mentais quando passam por uma situa-ção de estresse interpessoal tem maior chance de desenvolvê-lo. Suas bases referências são a teoria do apego (Bowlby), da comunicação (Kiesler e Benja-min), social (Henderson) e interpessoal (Sullivan)19.

Todos os serem humanos têm uma predisposição biológica intrínseca e instintiva para formar relacionamentos. A capacidade para desenvolver rela-cionamentos íntimos é crucial para a sobrevivência. A teoria do apego des-creve as formas nas quais os indivíduos formam, mantêm e interrompem re-lacionamentos e, consequentemente, os problemas que decorrem disso. O estilo de apego (seguro ou inseguro) determina o comportamento da pessoa nos seus relacionamentos com os outros. O desejo de ser amado e ser ajuda-do são parte integral da experiência humana desde a infância à vida adulta sendo aumentado em momentos de dificuldades ou doença. Para a TIP, os problemas psicológicos ocorrem quando necessidades de apego não são sa-tisfeitas.

(3)

Pessoas com estilo de apego mal adaptativo possuem uma comunicação ina-dequada, ou seja, relacionamentos interpessoais disfuncionais são caracteri-zados por formas de comunicação disfuncionais. A teoria social vê o baixo suporte social como um fator causal para problemas psicológicos, sendo a qualidade dos relacionamentos mais importante que a quantidade. A inter-venção nos relacionamentos interpessoais atuais promoverá melhora do fun-cionamento.

Assim, indivíduos com estilo de apego inseguro, ao vivenciarem uma situação de estresse, tendem de se comunicar mal e não procurar ajuda no seu meio social. No fim, eles não têm suas necessidades de apego satisfeitas, sentem-se frustrados e isolados e apresentam maior propensão a desenvol-ver algum transtorno mental.

Princípios básicos

A terapia interpessoal é uma forma de tratamento de tempo limitado, focal, centrado no aqui e agora, que tem por objetivo aliviar o sofrimento através da melhora do funcionamento interpessoal. O terapeuta irá intervir nos relacionamentos interpessoais atuais do paciente melhorando sua capa-cidade de comunicação e ajudando-o a usar seu suporte social.

A TIP contextualiza os problemas interpessoais em quatro áreas pro-blemas, consideradas focos do trabalho ao longo da terapia. São elas:

1. Luto complicado 2. Disputas interpessoais 3. Transição de papéis 4. Sensibilidade interpessoal

As problemáticas interpessoais podem agir como desencadeadores ou mantenedores dos sintomas psiquiátricos.

(4)

A TIP está dividida em três fases de tratamento (inicial, intermediária e final), existindo a possibilidade de manutenção para casos específicos. O modelo clássico de tratamento está estruturado em 12 sessões.

Estrutura de tratamento

Fase inicial

A fase inicial tem duração de duas a quatro sessões e terá por objetivo: 1) diagnóstico do transtorno mental, 2) inventário interpessoal e 3) identifi-cação da área problema, 4) formulação interpessoal do caso, 5) verificar se há indicação para TIP, 6) contrato terapêutico.

Através da revisão dos sintomas, confirma-se o diagnóstico, conforme algum critério padronizado (CID-10 e DSM-IVR). Este diagnóstico é informado ao paciente dentro de um processo de psicoeducação, com o intuito de dar ao paciente o papel de doente. Dar ao paciente esse papel pode aliviar sua culpa por não atingir um bom funcionamento social e ocupacional assim como passa a responsabilidade em promover sua melhora ao longo da terapia ao próprio paciente. O papel de doente é transitório e ligado ao período de tratamento.

O inventário se dá com a revisão dos relacionamentos atuais e antigos e permite identificar a área-problema (foco). Apesar de o terapeuta interpessoal investigar os relacionamentos antigos em busca de estilo de apego e vulnerabilidades, o foco sempre serão os relacionamentos atuais, particularmen-te mudanças recenparticularmen-tes que poderão estar relacionadas ao foco do tratamento.

Através do inventário interpessoal e da identificação da área proble-ma, o terapeuta constrói uma formulação interpessoal do caso para o pacien-te. Esta é uma hipótese sobre o contexto associado ao desenvolvimento do transtorno mental, os fatores de manutenção e o que pode ser feito, incluin-do como a TIP ajudará o paciente a melhorar os seus sintomas. A fase inicial termina quando terapeuta e paciente concordam sobre qual área está pro-blemática e que será o foco da fase intermediária.

Fase intermediária

Tem duração de quatro a oito sessões, onde terapeuta e paciente tra-balharão juntos para resolver o foco interpessoal responsável pelo apareci-mento dos sintomas. Existirão estratégias específicas conforme a área interpessoal problemática.

Luto

(5)

afetiva e funcional do paciente. O terapeuta irá trabalhar a relação existen-te entre o pacienexisten-te e o falecido. Os objetivos do tratamento será ajudar o paciente: 1) passar por esse processo e 2) incentivar o desenvolvimento de novos relacionamentos.

As estratégias utilizadas serão relacionar o início dos sintomas depressivos à perda da pessoa querida, aceitar os afetos difíceis ligados à perda, reconstruir a relação do paciente com o falecido, explorar aspectos negativos e positivos e considerar maneiras possíveis de se envolver com outras pessoas.

Disputas de papéis interpessoais

É caracterizada por um conflito em uma relação significativa. São co-muns os conflitos conjugais e nas relações profissionais. Nestes casos existe uma falta de acordo entre os participantes da relação conflituosa quanto ao que cada um pensa sobre o próprio papel e do outro. Criam-se assim disputas pela imposição das opiniões discordantes. As disputas podem estar em varia-dos estágios: confronto ou distanciamento (“guerra fria”). Cabe ao terapeuta e o paciente conseguir encontrar qual seria a meta a ser atingida no trabalho de foco: a dissolução, a reaproximação ou retomada do diálogo para se en-contrar o objetivo. Pacientes deprimidos frequentemente têm dificuldade em ser assertivos sobre seus desejos e necessidades, e também em expressar raiva de forma adequada, o que dificulta a capacidade dos mesmos em resol-ver as situações que podem ter desencadeado o processo depressivo, tor-nando-se assim um fator de manutenção do quadro depressivo.

As metas são 1) ajudar o paciente a entender a natureza da disputa e reconhecer seus sentimentos conflitantes de raiva, medo e tristeza e 2) en-contrar estratégias para manejá-los e evitar situações onde estes possam surgir. A estratégia será de estabelecer uma comunicação e tentar um novo acordo entre os participantes do conflito.

Transição de papeis interpessoais

É diagnosticado quando a pessoa apresenta dificuldades em lidar com mudanças na vida. Como exemplo, podemos pensar na aposentadoria, na aquisição de uma posição hierárquica superior que exige muita responsabili-dade, na perda de uma situação de poder ou econômica, ou ainda em uma doença, divórcio e até situações mais sutis como a perda do lazer em função do nascimento de um filho. Nessa situação, o indivíduo não consegue se adap-tar ao novo papel e tem a tendência de olhar o passado como maravilhoso e o presente e o futuro como algo caótico e miserável.

(6)

Sensibilidade interpessoal

A última área problemática é a mais difícil de lidar por ser geralmente crônica. Esta se caracteriza pela dificuldade do paciente em se relacionar de-vido à sua forma de ser. Pacientes com tal deficiência podem nunca ter esta-belecido uma relação íntima e duradoura ou ter sentimentos persistentes de solidão e isolamento social, não especificamente relacionados a transições recentes ou disputas interpessoais. Muitas vezes, na TIP, o paciente consegue detectar este problema e relacioná-lo ao seu transtorno psiquiátrico, levando a uma melhora da sintomatologia depressiva.

As metas do tratamento serão 1) reduzir o isolamento social do pacien-te e 2) encorajar a formação de novos relacionamentos. Em geral, espacien-te paci-ente deve ser encaminhado para uma forma de psicoterapia tradicional, não focal, após a melhora sintomática.

Fase final

Ao longo das três a quatro últimas sessões, terapeuta e paciente vão revisar o processo terapêutico. Novamente correlacionam-se os sintomas com o contexto interpessoal e com a melhora ou não das habilidades sociais, in-cluindo a comunicação e o uso do suporte social. Essa fase tem por finalidade promover o senso de independência e competência do paciente na resolução dos seus problemas e a consolidação dos ganhos terapêuticos. O terapeuta também ajuda o paciente a antecipar e desenvolver maneiras de identificar e lidar com sintomas, caso eles surjam no futuro.

Fase de manutenção

Deve ser considerada para os pacientes que responderam ao tratamen-to, mas apresentam grande risco de recaída ou recorrência. Essa fase é me-nos intensa, com sessões meme-nos frequentes (quinzenais ou mensais). Ao in-vés do tratamento de uma crise interpessoal atual, tem por finalidade man-ter o funcionamento adquirido e prevenir o retorno dos sintomas.

Adaptações da técnica

(7)

ao estresse. No transtorno bipolar há a existência de um quinto foco de trata-mento (perda do self saudável) e a inclusão da terapia dos ritmos sociais para regularização dos ritmos biológicos. Na TIP para crianças, o brincar e a parti-cipação dos pais são tidos como ferramenta de trabalho no setting terapêutico. Nos transtornos alimentares a avaliação social negativa pode operar como promotora de disfunções interpessoais.

O Centro de Terapia Interpessoal e o trabalho de

psicoterapia no PROVE/UNIFESP

O centro de terapia interpessoal (C-TIP) iniciou suas atividades em 2007 com um grupo de psicólogos e psiquiatras liderados pelo representan-te da técnica no Brasil, Marcelo Feijó de Mello. Vinculada ao PROVE, representan-tem como objetivos a formação de terapeutas e a produção de conhecimento e pesquisa em TIP. As atividades de ensino são desenvolvidas através de cur-sos anuais de formação teórica-prática de terapeutas e curcur-sos específicos de adaptações da TIP para outras condições clinicas. Mais de 100 terapeutas das diversas regiões do Brasil foram formados e hoje praticam a técnica individualmente e/ou em grupo no tratamento de varias condições clinicas, como depressão, transtornos alimentares, distimia, transtorno bipolar e TEPT. Desde sua origem em 2004, a proposta do PROVE consiste em dar as-sistência ao sujeito vítima da violência e não somente da doença. Diante da ruptura causada pelo traumático na estrutura do indivíduo e de sua família, o trabalho de psicoterapia significa, antes de tudo, não permitir que o sujeito traumatizado permaneça em silêncio, preso na repetição do trauma. O foco na clínica visa à organização da vivencia traumática como parte da história do indivíduo, possibilitando o seu reconhecimento como não atual. O paciente com TEPT apresenta uma vivência de medo e desconfiança que interfere nas relações interpessoais e também na adesão ao tratamento.

A ligação entre o C-TIP e a psicoterapia do Prove deve-se à estreita relação entre os integrantes de ambos os serviços e também à percepção da equipe do quanto a TIP poderia beneficiar esses pacientes na adesão ao tra-tamento e na melhora deste funcionamento interpessoal tão prejudicado.

Formação em Terapia Interpessoal pelo C-TIP

(8)

ca-sos de depressão. A parte teórica inclui desde aulas expositivas a seminários clínicos apresentados pelos alunos. A parte prática consta de atendimento, supervisão geral e em minigrupos e treino de técnicas interpessoais, como role-playing, em oficinas. Além do curso introdutório, são ministrados cur-sos das adaptações da TIP a outros contextos clínicos, tais como: transtorno bipolar, transtorno alimentares, TEPT e terapia interpessoal de grupo. O curso segue as diretrizes propostas pela Sociedade Internacional de Terapia Interpessoal (ISIPT). A avaliação dos alunos leva em conta presença no cur-so, atendimento de casos e participação nas atividades propostas. No ano de 2009 o grupo do C-TIP e colaboradores convidados publicaram o livro

Psicoterapia Interpessoal Teoria e Prática18.

Adaptação da TIP para o TEPT no PROVE

O paradigma no tratamento de TEPT é a confrontação da evitação, ou seja, a habituação ao trauma por exposição imaginária ou in vivo a memórias ou lembranças ambientais que levam a uma diminuição da ativação das vias do circuito do medo. Inegavelmente a terapia de exposição prolongada e a tera-pia cognitivo-comportamental atingem esses objetivos. Entretanto, muitos pa-cientes não toleram essas modalidades de tratamento focadas na exposição.

Na própria classificação do DSM-IVR, notamos a existência de muitos aspectos interpessoais no TEPT: “evitar conversações e pessoas que relembram o trauma, sentimento de estranhamento e distanciamento das outras pesso-as, sensação de futuro abreviado, incluindo contextos de carreira, casamento e de filhos”. Os aspectos interpessoais no TEPT estão relacionados ao desen-volvimento, cronificação e possibilidade de tratamento. Markowitz (2009) propõe uma adaptação da TIP para o tratamento do TEPT18. Ele sugere

direcionar a terapia para a ruptura provocada pelo trauma no funcionamento interpessoal do paciente.

O foco se baseia no prejuízo que o trauma acarretou na capacidade do indivíduo de utilizar os recursos do meio ambiente para processar e elabo-rar a experiência traumática, perdendo a confiança nos relacionamentos so-ciais e destruindo a noção de segurança e pertencimento com o mundo. Ao experimentar o mundo e os relacionamentos como inseguros, o sujeito passa a apresentar um comportamento funcional mal adaptado que perpetua (cronifica) o TEPT. Os sintomas, por outro lado, reforçam o distanciamento e o mau funcionamento.

(9)

situações e lembranças que evoquem o trauma. Há alguns estudos na litera-tura que demonstram resultados positivos da TIP para o TEPT 10, 20-28.

A TIP em grupo foi desenvolvida Wilfley e cols.21 e adaptada para o

tratamento do TEPT por Krupnick e Markowitz. No PROVE, utilizamos essa adaptação, acrescida de sessões individuais, visando à melhora da adesão ao tratamento. Os objetivos do grupo são semelhantes aos do tratamento indi-vidual, mas esse formato permite também que se trabalhem questões como o isolamento, desconfiança e identificação entre os integrantes. O grupo será como um laboratório interpessoal para vivência e treino de novas habilidades sociais e de comunicação.

Além disso, o grupo propicia a reintegração social e a percepção pelo sujeito de que ele não é o único a apresentar dificuldades. Os indivíduos, an-tes isolados pela incompreensão de sua rede social sobre a vivência disruptiva do trauma, identificam-se com o sofrimento uns dos outros, aproximando-se deles e ao mesmo tempo percebendo a dimensão subjetiva da experiência, uma vez que cada um significa a experiência de um modo muito particular e singular. A experiência deixa de ser vivida como uma situação estritamente individual e de responsabilidade do individuo. O grupo promove apoio mú-tuo e fornece suporte a cada um de seus integrantes. Um estudo realizado no PROVE avaliando a eficácia do TIP-Grupo como add-on no tratamento de pa-cientes com TEPT11, demonstrou resultados positivos na redução de sintomas

e na melhora do funcionamento interpessoal dos pacientes.

Atendimento psicológico no PROVE

A entrada dos pacientes no ambulatório se dá através de uma avalia-ção multiprofissional composta por um acolhimento realizado pela enferma-gem, avaliação médica-psiquiátrica e aplicação de escalas por médicos e psi-cólogos. Posteriormente, todos os casos são discutidos em reunião de tria-gem com o objetivo de verificar o critério de inclusão e exclusão do ambula-tório e planejamento terapêutico inicial dos casos.

O trabalho de psicoterapia do PROVE pode ser realizado em grupo ou individualmente. Como dito previamente, o grupo funciona como um labora-tório para vivência e treino das habilidades sociais e de comunicação. Entre-tanto, a modalidade individual é indicada para casos de violência doméstica, casos expostos à mídia e situações clínicas graves, como risco de suicídio e pessoas usuárias de drogas e álcool ou com comportamento caprichoso e teatral como nos transtornos de personalidade.

(10)

mai-oria, os casos são atendidos por profissionais do PROVE/CTIP, mas, contamos também com residentes e estagiários de psicologia que poderão atender com um olhar interpessoal através da supervisão.

Os pacientes com indicação para um atendimento psicológico de longo prazo após o manejo focal no trauma pela TIP são encaminhados para insti-tuições parceiras ou a rede publica.

Referências

1. Klerman GL, Weissman MM, Rounsavile BJ. Interpersonal Psychotherapy of Depression. New York: Basic Books; 1984.

2. Weissman MM, Markowitz JC, Klerman GL. Comprehensive Guide to Interpersonal Psychotherapy. New York: Basic Books; 2000.

3. Cuijpers P, et al. Interpersonal psychotherapy for depression: a meta-analysis. Am J Psychiatry. 2011;168(6):581-92.

4. Mello MFM, Bacaltchuk J. A Systematic Review of Research Findings on the Efficacy of Interpersonal Therapy for Depressive Disorder. J Affect Dis. 2002. Submitted.

5. Frank E, et al. Randomized trial of weekly, twice-monthly, and monthly interpersonal psychotherapy as maintenance treatment for women with recurrent depression. Am J Psychiatry. 2007;164(5):761-7.

6. Browne G, et al. Sertraline and/or interpersonal psychotherapy for patients with dysthymic disorder in primary care: 6-month comparison with longitudinal 2-year follow-up of effectiveness and costs. J Affect Disord. 2002;68(2-3):317-30.

7. Mello MF, Myczcowisk LM, Menezes PR. A randomized controlled trial comparing moclobemide and moclobemide plus interpersonal psychotherapy in the treatment of dysthymic disorder. J Psychother Pract Res. 2001;10(2):117-23.

8. Lipsitz JD, et al. Open trial of interpersonal psychotherapy for the treatment of social phobia. Am J Psychiatry. 1999;156(11):1814-6.

9. Frank E, et al. Inducing lifestyle regularity in recovering bipolar disorder patients: results from the maintenance therapies in bipolar disorder protocol. Biological Psychiatry. 1997;41(12):1165-73.

10. Markowitz JC, et al. Interpersonal factors in understanding and treating posttraumatic stress disorder. J Psychiatr Pract. 2009;15(2):133-40. 11. Campanini RF, et al. Efficacy of interpersonal therapy-group format adapted

(11)

12. Rieger E, et al. An eating disorder-specific model of interpersonal psychotherapy (IPT-ED): causal pathways and treatment implications. Clinical psychology review. 2010;30(4):400-10.

13. Arcelus J, et al. A case series evaluation of a modified version of interpersonal psychotherapy (IPT) for the treatment of bulimic eating disorders: a pilot study. European eating disorders review : the journal of the Eating Disorders Association. 2009;17(4):260-8.

14. Wilfley DE, et al. Group cognitive-behavioral therapy and group interpersonal psychotherapy for the nonpurging bulimic individual: a controlled comparison. J Consult Clin Psychol. 1993;61(2):296-305. 15. Mufson L, et al. A randomized effectiveness trial of interpersonal

psychotherapy for depressed adolescents. Arch Gen Psychiatry. 2004;61(6):577-84.

16. Reynolds CF, et al. Combined pharmacotherapy and psychotherapy in the acute and continuation treatment of elderly patients with recurrent major depression: a preliminary report. Am J Psychiatry. 1992;149(12):1687-92. 17. Reynolds CF, et al. Maintenance treatment of major depression in old age.

The New England journal of medicine. 2006;354(11):1130-8.

18. Rounsaville BJ, et al. Cross system agreement for substance use disorders: DSM-III-R, DSM-IV and ICD-10. Addiction. 1993;88(3):337-48.

19. Schoedl AF, Lacaz FS, Mello MF, Pupo MC, Campanini RF. Terapia Interpessoal. Teoria e Prática. Sao Paulo: LMP; 2009.

20. Campanini RF, et al. Efficacy of interpersonal therapy-group format adapted to post-traumatic stress disorder: an open-label add-on trial. Depression and anxiety. 2010;27(1):72-7.

21. Bleiberg KL, Markowitz JC. A pilot study of interpersonal psychotherapy for posttraumatic stress disorder. Am J Psychiatry. 2005;162(1):181-3. 22. Rafaeli AK, Markowitz JC. Interpersonal psychotherapy (IPT) for PTSD: a

case study. American journal of psychotherapy. 2011;65(3):205-23. 23. Markowitz JD. Post-traumatic stress disorder in an elderly combat veteran:

a case report. Mil Med. 2007;172(6):659-62.

24. Zlotnick C, Capezza NM, Parker D. An interpersonally based intervention for low-income pregnant women with intimate partner violence: a pilot study. Archives of women’s mental health. 2011;14(1):55-65.

(12)

26. Ray RD, Webster R. Group interpersonal psychotherapy for veterans with posttraumatic stress disorder: a pilot study. International journal of group psychotherapy. 2010;60(1):131-40.

27. Krupnick JL, et al. Group interpersonal psychotherapy for low-income women with posttraumatic stress disorder. Psychotherapy research: journal of the Society for Psychotherapy Research. 2008;18(5):497-507. 28. Robertson M. Interpersonal psychotherapy (IPT) for post traumatic stress

disorder. Sante mentale au Quebec. 2008;33(2):133-50.

Correspondência:

Instituto Prove

Referências

Documentos relacionados

(grifos nossos). b) Em observância ao princípio da impessoalidade, a Administração não pode atuar com vistas a prejudicar ou beneficiar pessoas determinadas, vez que é

É primeiramente no plano clínico que a noção de inconscien- te começa a se impor, antes que as dificuldades conceituais envolvi- das na sua formulação comecem a ser

A nossa proposta de pesquisa compõe-se de uma sequência didática para o ensino dos tópicos: planos, cilindros e quádricas, onde foi explorada a visualização com o traçado dessas

DATA: 17/out PERÍODO: MATUTINO ( ) VESPERTINO ( X ) NOTURNO ( ) LOCAL: Bloco XXIB - sala 11. Horário Nº Trabalho Título do trabalho

2016: SEMINÁRIO EM ANTA GORDA: INÍCIO DO PLEITO PARA CÂMARA SETORIAL E PROGRAMA Seminário e reuniões na SEAPI para construção.. do

Itumirim/MG, Itutinga/MG, Jacuí/MG, Jacutinga/MG, Jesuânia/MG, Juruaia/MG, Lambari/MG, Liberdade/MG, Luminárias/MG, Machado/MG, Maria da Fé/MG,Marmelópolis/MG, Minduri/MG,

Os candidatos reclassificados deverão cumprir os mesmos procedimentos estabelecidos nos subitens 5.1.1, 5.1.1.1, e 5.1.2 deste Edital, no período de 15 e 16 de junho de 2021,

Desta maneira, observando a figura 2A e 2C para os genótipos 6 e 8, nota-se que os valores de captura da energia luminosa (TRo/RC) são maiores que o de absorção (ABS/RC) e