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Comissão Sindical Nacional Comissão Nacional de Organização do PCdoB Março/2005

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Anexo 2 - QUEM SÃO OS TRABALHADORES BRASILEIROS

A seguir você terá uma apresentação da realidade atual do proletariado no Brasil. É um esforço inicial, uma aproximação, de buscar um retrato do proletariado brasileiro, em sua dimensão, os setores de atividade econômica, grau de escolaridade, faixa etária, faixa salarial e sexo.

A leitura deve levar em conta os desafios que esse trabalho encerra, desde aqueles conceituais, de fundo, que orientam as opções na tabulação da informação, até os mais prosaicos, mas não menos importantes, de como executar essas tabulações e sua apresentação.

Encabeçado por Márcio Pochmann e Alexandre Barbosa o trabalho cruza dados das bases do PNAD e do RAIS. É um trabalho autoral que trás rica contribuição ao esforço que os comunistas desenvolvem na abordagem de uma política do PCdoB para os trabalhadores.

Aqui fixamos nossos agradecimentos. Obrigado ao Márcio, ao Alexandre, a Cláudia Garcia e a Cláudia Cirino.

Comissão Sindical Nacional

Comissão Nacional de Organização do PCdoB Março/2005

(2)

82.731.431 22.845.576 12.218.039 6.772.162 22.091.240 18.804.414 22,7 100,0 27,6 14,8 8,2 26,7 -10.000.000 20.000.000 30.000.000 40.000.000 50.000.000 60.000.000 70.000.000 80.000.000 90.000.000 pea -empregadores classe operária (mercado primário) classe operária (mercado secundário)

classe média setor não-capitalista exército industrial de reserva 0,0 20,0 40,0 60,0 80,0 100,0 120,0

A CLASSE OPERÁRIA NO BRASIL

Classe potencialmente trabalhadora e distribuição no mercado de trabalho – Brasil, 2002

Fonte: PNAD, IBGE

Classe potencialmente trabalhadora  Classe operária (Mercado primário)

Ocupados com carteira ou estatutários que desempenham atividades manuais ou simples (exclusive atividades de gerência ou que exigem conhecimento técnico/científico. Fonte: Rais.)

 Classe operária (Mercado secundário)

Empregados sem carteira com renda mensal superior ou igual a 1/2 sm. Fonte: PNAD.  Classe média

Ocupados com carteira e estatutários em atividades de gerência ou que exigem

conhecimento técnico/profissional; e ocupados sem carteira, autônomos e desempregados com curso superior. Fonte: PNAD

 Setor não capitalista

Autônomos sem curso superior e com renda superior ou igual a 1/2 sm, trabalhadores domésticos que recebem 1/2 sm ou mais e trabalhadores no setor de subsistência. Fonte: PNAD.

 Exército industrial de reserva

Trabalhadores sem carteira autônomos e empregados domésticos com renda inferior a 1/2 sm, desempregados abertos e não-remunerados Fonte: PNAD.

Classe operária: mercado de trabalho primário

 Trabalhadores com vínculo empregatício (carteira assinada)  Estão empregados em ocupações simples:

metalúrgicos e siderúrgicos; trabalhadores braçais;

agentes da administração pública; vendedores e empregados no comércio; trabalhadores agropecuários, etc.

(3)

6,4

93,9

59,8

295,9

43,9

Indústria Comércio Serviços Agropecuária Total

-8,8 126,3

-37,0

25,8

9,6

Indústria Comércio Serviços Agropecuária Total

Base de dados: RAIS

Crescimento da classe operária entre os anos de 1985 e 2002, segundo setor de atividade econômica - Brasil

Fonte: RAIS

 Classe operária industrial: crescimento marginal  Expansão nos setores de serviços e comércio  Formalização do emprego na agricultura

Variação da massa salarial da classe operária entre os anos de 1985 e 2002, segundo setor de atividade econômica - Brasil

Fonte: RAIS

 Queda da massa salarial  Redução do custo do trabalho  Rebaixamento dos salários

(4)

70,0

30,0

Masculino Feminino 37,0 63,0 Masculino Feminino

77,2

22,8

Masculino Feminino 75,7 24,3 Masculino Feminino 77,2 22,8 Masculino Feminino

Classe operária, segundo gênero e setor de atividade econômica Total

1985 2002

Fonte: RAIS

 Tendência de feminização da classe operária

Classe operária, segundo gênero e setor de atividade econômica Indústria

1985 2002

(5)

66,5

33,5

M asculino Feminino

61,6

38,4

Masculino Feminino

63,8

36,2

Masculino Feminino

54,6

45,4

Masculino Feminino Classe operária, segundo gênero e setor de atividade econômica

Comércio

1985 2002

Fonte: RAIS

Classe operária, segundo gênero e setor de atividade econômica Serviços

1985 2002

(6)

29,8 0,4 61,0 7,7 0,5 10 a 14 15 a 24 25 a 49 50 a 64 65 ou mais

0,2

5,9

61,9

0,6

30,8

10 a 14

15 a 24

25 a 49

50 a 64

65 ou mais

0,4 7,7 71,8 0,0 26,4 10 a 14 15 a 24 25 a 49 50 a 64 65 ou mais 0,7 9,8 66,5 0,0 23,0 10 a 14 15 a 24 25 a 49 50 a 64 65 ou mais Classe operária, segundo faixa etária e setor de atividade econômica

Total

1985 2002

Fonte: RAIS

 Tendência de envelhecimento relativo da classe operária

Classe operária, segundo faixa etária e setor de atividade econômica Indústria

1985 2002

(7)

24,3 0,2 64,2 10,0 0,7 10 a 14 15 a 24 25 a 49 50 a 64 65 ou mais 16,5 0,0 69,3 13,2 1,0 10 a 14 15 a 24 25 a 49 50 a 64 65 ou mais

Classe operária, segundo faixa etária e setor de atividade econômica Comércio

1985 2002

1985 2002

Fonte: RAIS

Classe operária, segundo faixa etária e setor de atividade econômica Serviços 1985 2002 Fonte: RAIS 44,1 0,6 49,8 4,4 0,2 10 a 14 15 a 24 25 a 49 50 a 64 65 ou mais 0,3 4,5 58,3 0,0 36,9 10 a 14 15 a 24 25 a 49 50 a 64 65 ou mais

(8)

Classe operária, segundo faixa etária e setor de atividade econômica Agropecuária

1985 2002

Fonte: RAIS

Classe operária, segundo grau de instrução e setor de atividade econômica Total

1985 2002

Fonte: RAIS

 Maior escolaridade e qualificação da classe operária

1,0

12,2

67,1

0,0

19,7

10 a 14

15 a 24

25 a 49

50 a 64

65 ou mais

0,8

8,6

56,9

1,0

31,8

10 a 14

15 a 24

25 a 49

50 a 64

65 ou mais

20,8

61,3

14,6

2,6

Analfabeto a 8ª série incompleta 8ª série completa a 2º grau incompleto 2º grau completo a superior incompleto Superior completo

4,3 30,5

35,2 30,1

Analfabeto a 8ª série incompleta 8ª série completa a 2º grau incompleto 2º grau completo a superior incompleto Superior completo

(9)

1,1 7,7

74,0 16,6

Analfabeto a 8ª série incompleta 8ª série completa a 2º grau incompleto 2º grau completo a superior incompleto Superior completo

1,9

22,8

42,9 32,4

Analfabeto a 8ª série incompleta 8ª série completa a 2º grau incompleto 2º grau completo a superior incompleto Superior completo

Classe operária, segundo grau de instrução e setor de atividade econômica Indústria

1985 2002

Fonte: RAIS

Classe operária, segundo grau de instrução e setor de atividade econômica Comércio 1985 2002 Fonte: RAIS 32,2 50,4 15,6 1,0

Analfabeto a 8ª série incompleta 8ª série completa a 2º grau incompleto 2º grau completo a superior incompleto Superior completo

1,5

36,9

23,4

38,3

Analfabeto a 8ª série incompleta 8ª série completa a 2º grau incompleto 2º grau completo a superior incompleto Superior completo

(10)

4,4

20,6

52,5 21,5

Analfabeto a 8ª série incompleta 8ª série completa a 2º grau incompleto 2º grau completo a superior incompleto Superior completo

26,5

32,4

34,1

7,0

Analfabeto a 8ª série incompleta 8ª série completa a 2º grau incompleto 2º grau completo a superior incompleto Superior completo

Classe operária, segundo grau de instrução e setor de atividade econômica Serviços

1985 2002

Fonte: RAIS

Classe operária, segundo grau de instrução e setor de atividade econômica Agropecuária 1985 2002 Fonte: RAIS 0,7 4,6 87,0 7,1

Analfabeto a 8ª série incompleta 8ª série completa a 2º grau incompleto 2º grau completo a superior incompleto Superior completo

0,6

5,7

78,3 15,5

Analfabeto a 8ª série incompleta 8ª série completa a 2º grau incompleto 2º grau completo a superior incompleto Superior completo

(11)

8,4 25,5 5,9 58,7 De 0,00 a 1,00 SM De 1,01 a 3,00 SM De 3,01 a 7,00 SM Mais de 7,01 SM 8,3 24,8 2,4 64,3 De 0,00 a 1,00 SM De 1,01 a 3,00 SM De 3,01 a 7,00 SM Mais de 7,01 SM Classe Operária, segundo faixa salarial e setor de atividade econômica

Total

1985 2002

Fonte: RAIS

Classe operária, segundo faixa salarial e setor de atividade econômica Indústria 1985 2002 Fonte: RAIS 6,7 21,3 8,6 61,6 De 0,00 a 1,00 SM De 1,01 a 3,00 SM De 3,01 a 7,00 SM Mais de 7,01 SM 7,3 22,8 4,6 65,1 De 0,00 a 1,00 SM De 1,01 a 3,00 SM De 3,01 a 7,00 SM Mais de 7,01 SM

(12)

2,1

11,8

12,0

72,9

De 0,00 a 1,00 SM De 1,01 a 3,00 SM De 3,01 a 7,00 SM Mais de 7,01 SM 2,0 14,0 4,3 79,6 De 0,00 a 1,00 SM De 1,01 a 3,00 SM De 3,01 a 7,00 SM Mais de 7,01 SM

59,8

8,7

22,1

7,2

De 0,00 a 1,00 SM De 1,01 a 3,00 SM De 3,01 a 7,00 SM Mais de 7,01 SM 9,4 26,2 5,4 58,7 De 0,00 a 1,00 SM De 1,01 a 3,00 SM De 3,01 a 7,00 SM Mais de 7,01 SM Classe operária, segundo faixa salarial e setor de atividade econômica

Comércio

1985 2002

Fonte: RAIS

Classe operária, segundo faixa salarial e setor de atividade econômica Serviços

1985 2002

(13)

0,8

11,0

16,1

70,9

De 0,00 a 1,00 SM De 1,01 a 3,00 SM De 3,01 a 7,00 SM Mais de 7,01 SM 78,0 11,8 9,1 0,8 De 0,00 a 1,00 SM De 1,01 a 3,00 SM De 3,01 a 7,00 SM Mais de 7,01 SM Classe operária, segundo faixa salarial e setor de atividade econômica

Agropecuária

1985 2002

(14)

Classe operária, segundo CBO e setor de atividade econômica Total 1985 2002 2002/1985 variação renda em SM - 2002 Trab serv administrativos, trab assemelh n/classif.

s/out epígrafes 2.360.650 2.734.804 15,8 3,8

Trab serv admin, conserv, limp de edifícios lograd

publ trab assem 829.345 2.221.483 167,9 1,9

Agentes de administração pública 826.177 1.860.882 125,2 6,3

Vendedores, empregados de comércio e trabalhadores

assemelhados 867.667 1.555.181 79,2 2,3

Trabalhadores braçais não classificados sob outras

epígrafes 1.741.648 1.280.257 -26,5 2,4

Condutores de veículos de transportes e trab

assemelhados 730.002 1.166.632 59,8 3,5

Trabalhadores de serviços de proteção e segurança 551.821 859.519 55,8 3,5 Trabalhadores da construção civil e trabalhadores

assemelhados 490.745 796.192 62,2 2,3

Cozinheiros, garçons, barmen e trabalhadores

assemelhados 361.771 768.644 112,5 1,9

Trabalhadores de serviço de contabilidade caixas e

trab assemelhados 540.276 683.141 26,4 3,6

Trabalhadores de comércio e trab assemelh n/classif

s/out epígrafes 185.737 640.144 244,7 2,0

Trab serviços de higiene e embelezamento e

trabalhadores assemelhados 283.558 491.628 73,4 3,2

Ajustad mec montadores e mec de máquinas veiculos

instr precisão 424.261 456.478 7,6 4,3

Trabalhadores de preparação de alimentos e bebidas 315.214 449.699 42,7 2,2 Trabalhadores de costuras, estofadores e

trabalhadores assemelhados 313.861 428.500 36,5 1,8

Trabalhadores agropecuários polivalente e trab

assemelhados 176.588 396.849 124,7 1,6

Trab manipulação merc materiais oper maq const civil

trab assem 301.153 391.244 29,9 3,1

Eletricistas eletrônicos e trabalhadores assemelhados 307.339 345.231 12,3 4,0

Trabalhadores da usinagem de metais 320.689 334.896 4,4 4,6

Trabalhadores metalúrgicos e siderúrgicos 283.380 290.866 2,6 3,6

Total 15.081.704 21.703.298 43,9 3,2

(15)

Classe operária, segundo CBO e setor de atividade econômica Indústria 1985 2002 variação 2002/19 85 renda em SM - 2002 Trabalhadores braçais não classificados sob outras

epígrafes 644.313 426.285 -33,8 2,4

Trab serv administrativos,trab assemelh n/classif.

s/out epígrafes 441.873 397.494 -10,0 4,2

Trabalhadores de costuras, estofadores e

trabalhadores assemelhados 278.078 362.962 30,5 1,8

Trabalhadores de preparação de alimentos e bebidas 228.404 319.410 39,8 2,3

Trabalhadores da usinagem de metais 284.185 286.835 0,9 4,8

Trabalhadores metalúrgicos e siderúrgicos 265.539 252.072 -5,1 3,7 Trabalhadores da fabricação de calcados e artefatos de

couro 224.459 242.512 8,0 1,9

Ajustad mec montadores e mec de máquinas veículos

instr precisão 214.945 189.936 -11,6 5,6

Trabalhadores de fabricação de produtos de borracha

e plástico 141.678 167.993 18,6 2,9

Trab serv admin, conserv, limp de edifícios lograd publ

trab assemelhados 69.919 165.233 136,3 1,9

Fiandeiros tecelões tingidores e trabalhadores

assemelhados 231.069 151.523 -34,4 2,5

Eletricistas eletrônicos e trabalhadores assemelhados 169.568 133.441 -21,3 5,5 Condutores de veículos de transportes e trab

assemelhados 124.990 132.210 5,8 3,6

Operadores de máquinas fixas e de equipamentos

similares 76.488 131.059 71,3 4,5

Encanad soldad chapeadores caldeireiros mont

estruturas metálicas 119.421 120.886 1,2 4,5

Marceneiros,oper máquinas de lavrar madeira e trab

assemelhados 95.992 114.889 19,7 2,2

Trabalhadores de tratamento da madeira, de

fabricação papel, papelão 79.350 113.819 43,4 2,5

Trab manipulação merc materiais oper maq const civil

trab assemelhados 102.499 110.308 7,6 3,4

Trabalhadores das artes gráficas 88.673 103.763 17,0 4,2

Vendedores,empregados de comércio e trabalhadores

assemelhados 60.161 101.091 68,0 3,0

Total 4.809.381 4.921.282 2,3 3,4

(16)

Classe operária, segundo CBO e setor de atividade econômica Comércio 1985 2002 2002/1985 variação renda em SM - 2002 Vendedores,empregados de comércio e trabalhadores assemelhados 728.094 1.331.025 82,8 2,2

Trab serv administrativos,trab assemelh n/classif.

s/out epígrafes 402.854 618.566 53,5 2,4

Trabalhadores de comercio e trab assemelh n/classif

s/out epígrafes 154.859 497.971 221,6 2,0

Trabalhadores de serviço de contabilidade caixas e

trab assemelhados 169.109 307.145 81,6 2,2

Condutores de veículos de transportes e trab

assemelhados 101.419 242.607 139,2 2,8

Trabalhadores braçais não classificados sob outras

epígrafes 130.327 202.089 55,1 2,2

Trab serv admin, conserv, limp de edifícios lograd

publ trab assemelhados 46.379 172.102 271,1 1,5

Ajustad mec montadores e mec de máquinas

veículos instr precisão 77.661 148.642 91,4 2,8

Trabalhadores de preparação de alimentos e bebidas 57.360 92.038 60,5 2,1 Cozinheiros, garçons, barmen e trabalhadores

assemelhados 33.192 69.632 109,8 1,8

Total 2.231.039 4.326.200 93,9 2,3

(17)

Anexo 2 - ALGUMAS CARACTERÍSTICAS DO MOVIMENTO SINDICAL BRASILEIRO

Existe hoje no Brasil um movimento sindical (trabalhista) relativamente amplo e forte, que abarca todos os setores da economia nacional e centenas de categorias profissionais e ramos de atividade. Há, aqui como em quase todo o mundo, uma acirrada luta ideológica e concorrência pela influência, controle e hegemonia sobre os trabalhadores e suas organizações, traduzida na ação de diferentes correntes e concepções políticas e sindicais.

Entre as tendências existentes, de variados matizes, cabe destacar as que se orientam pelo pensamento reformista de cunho social-democrata, diferentes organizações trotskistas e esquerdistas, o peleguismo clássico, o oportunismo de direita alinhado ao neoliberalismo tucano e correntes que advogam mudanças revolucionárias na estrutura social, caso da Corrente Sindical Classista.

Uma ampla pesquisa realizada em 2002 pelo IBGE (*) revela que em 2001 existiam 11354 sindicatos de trabalhadores no Brasil, ao passo que em 1992 existiam 7612, o que indica uma taxa média anual de crescimento de 4,5% no número de entidades durante o período considerado. Cerca de 60% representavam trabalhadores urbanos em 1992 e, como a taxa de crescimento dos sindicatos urbanos (4,9% ao ano) foi bem superior à dos sindicatos rurais, este índice subiu para 64% em 2001.

Distribuição dos sindicatos de trabalhadores Por setores da economia

Setores econômicos 1992 2001

Primário (agricultura) 39% 34%

Secundário (indústria) 21% 16%

Terciário (comércio e serviços) 40% 49%

Outras categorias 0% 1%

Fonte: IBGE-2002

O declínio da participação relativa da indústria e da agricultura reflete não só a redução do emprego (ou da ocupação) nesses dois setores da economia nacional como também a constituição e/ou legalização de sindicatos de servidores públicos (só permitida pela Constituição de 1988), que respondiam por 23% das entidades do setor terciário em 1992, percentual que pulou para 35% em 2001; em relação ao número total de sindicatos existentes esta participação saltou de 9% em 1992 para 17% em 2001. Para os técnicos do IBGE que elaboraram o estudo também “pode-se afirmar que a organização sindical na indústria encontra-se devidamente consolidada e que alterações em termos de representatividade da base sindical no interior de cada grupo ou o surgimento de novas categorias não vêm se traduzindo no desmembramento dos grupos ou das representações sindicais de trabalhadores já existentes”.

Numero de Sindicato por Setor ou Ramo Econômico

Setor ou ramo

econômico sindicatos total de

Indústria 1822 Comércio 1579 Transportes marítimos 221 Transportes terrestres 656 Comunicação e publicidade 137 Sistema financeiro 235 Educação e cultura 266 Profissionais liberais 488 Agricultura 3912 Servidores públicos 1947 Outras categorias 87 Sem registro no MT 4 Fonte: IBGE-2002

(18)

A taxa geral de sindicalização dos trabalhadores em 2001 era de 23% em relação à População Economicamente Ativa (PEA), de 26% como proporção das pessoas ocupadas e de 36% em relação ao número de trabalhadores abrangidos pela base. Em números absolutos, o IBGE registrou um total de 19,5 milhões de associados (10,3 milhões urbanos e 9,2 milhões rurais) frente a uma PEA 83,2 milhões, sendo 75,4 milhões de pessoas ocupadas e 54 milhões na base.

Cabe notar que esses percentuais são bem distintos quando se destacam as entidades urbanas e rurais. O índice de sindicalização aos sindicatos urbanos é inferior ao dos rurais, chegando a 15% da PEA, 17% das pessoas ocupadas e 28% dos trabalhadores da base em 2001, ao passo que para os sindicatos rurais os percentuais eram respectivamente de 62, 63 e 53. Assim, os trabalhadores na agricultura são responsáveis por 47% do total de associados a sindicatos de trabalhadores e 32% do total de trabalhadores na base, sendo o número médio de sócios por sindicato é de 2336.

Já a indústria tem uma participação de 14% no total de associados, sendo que deste conjunto 27% são da indústria da construção e do mobiliário, 23% da indústria metalúrgica, mecânica e de material elétrico, 13% da indústria de alimentação. O número médio de sócios dos sindicatos das indústrias urbanas é de 2334 e nos ramos metalúrgico, mecânica e material elétrico chega a 2579.

A distribuição regional do número de sindicatos e sócios indica que enquanto nas regiões Norte, Sudeste, Sul e Centro-Oeste predominam os sindicatos de trabalhadores urbanos (representando, respectivamente, 65%, 78%, 69% e 72% do total de trabalhadores de cada uma das regiões citadas), na região Nordeste 53% das entidades são de trabalhadores rurais. No caso de empregados urbanos 38% concentram-se no Sudeste, 27% no Sul e apenas 19% no Nordeste. Em vista da forte concentração dos sindicatos de trabalhadores rurais no Nordeste, e uma vez que o número médio de sócios é significativamente superior no campo (2336 por sindicato rural contra 1518 do urbano) o número de associados no Nordeste em relação ao total nacional é apenas ligeiramente inferior ao do Sudeste (34% contra 36%).

O estudo do instituto indica também que, em 2001, 58 sindicatos de empregados (excluindo, portanto, trabalhadores autônomos) tinham base nacional; 1432, estadual; 5934, municipal; 40 interestadual e

2505 intermunicipal. Registrou-se a existência de cinco centrais sindicais com certa representatividade, sendo elas por ordem

a Central Única dos Trabalhadores (CUT), Força Sindical (FS), Social Democracia Sindical (SDS), Confederação Geral dos Trabalhadores (CGT) e Central Autônoma dos Trabalhadores (CAT). A CGTB (Confederação Geral dos Trabalhadores Brasileiros), vinculada ao MR-8 não é mais que um traço na pesquisa realizada pelo IBGE sobre o número total de sindicatos vinculados às centrais. A CUT é de longe a mais representativa, sendo seguida pela Força Sindical. Os percentuais são os seguintes, para 2001:

A Força das Centrais Centrais filiados (%) sindicatos

CUT 65,85 FS 19,49 SDS 6,71 CGT 5,53 CAT 2,00 Outra 0,42** Fonte: IBGE 2002

Atuam também no movimento sindical outras entidades de nível superior – federações e confederações, algumas oficialmente registradas no Ministério do Trabalho, que recolhem parte do imposto sindical, outras criadas mais recentemente pelas centrais sindicais, que não têm reconhecimento legal dentro da atual estrutura sindical.

Nosso Partido atua no movimento através da Corrente Sindical Classista (CSC), que por sua vez é uma das tendências políticas agrupadas na Central Única dos Trabalhadores (CUT). Aberta também a lideranças progressistas que não são comunistas, a CSC defende uma concepção classista de

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sindicalismo e de sociedade, batalha por um movimento sindical democrático, unitário e de massa; procura representar os interesses imediatos e futuros do proletariado brasileiro, tendo por eixo e bandeira um novo projeto de desenvolvimento, fundado na valorização do trabalho e na soberania nacional; opõe-se ao capitalismo e a todas as formas de exploração do homem pelo homem e proclama como objetivo estratégico a construção de uma nova sociedade - o socialismo.

Notas:

*A pesquisa do IBGE fornece o mais amplo e detalhado retrato do atual movimento sindical brasileiro; maiores informações a respeito podem ser obtidas no sítio do Instituto na Internet.

** Embora o IBGE não esclareça, é provável que o percentual de 0,42% registrado para “outra central sindical” seja da CGTB criada pelo MR-8.

Referências

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