Aula 20 – O Meio Terrestre I: tipos de solos,
características e contaminação do solo
2º Semestre/ 2015
Ciências do Ambiente
Universidade Federal do Paraná
Engenharia Civil
O Meio terrestre
Problemas ambientais no solo
Mecanismos de transporte
Processo de formação dos solos:
Intemperismo: ações físicas, químicas e biológicas
Ações físicas:
Erosão pela água e vento Variações bruscas de temperatura Congelamento da água em fissuras
Ações químicas:
Reações ácido-base (chuvaácida, rochas calcárias) “Ataque” pela água proporcionando reações Reações de diferentes compostos
Ações biológicas:
Decomposição Liberação de enzimas Movimentação e aeração das camadas de soloAção combinada de 5 fatores:
Clima (pluviosidade, umidade, temperatura) Natureza dos organismos (vegetação, microrganismos decompositores, animais) Material de origem Relevo IdadeProcesso de formação:
Características gerais do solos
5% de matéria orgânica 25% de ar 25% de água 45% de elementos mineraisQual a importância ambiental com relação ao
processo de formação dos solos?
Processo de formação do solo
• Ciclo hidrológico e regime dos cursos d’água em uma região → solos mais ou menos permeáveis → capacidade de
infiltração
• Natureza agrícola → manejo do solo → maior ou menor potencial de ocorrência de erosão & uso de produtos químicos
• Potencial para exploração de minérios
• Capacidade de suportar cargas ou de transformar-se em material de construção
Características gerais do solos
• Solo desempenha funções diversificadas e
fundamentais:
– Elemento de fixação e nutrição da vida vegetal – Substrato essencial para produção de alimentos e
matérias-primas
– Fundação e suporte para edificações, estradas e obras de engenharia
– Recurso mineral, utilizado no setor da construção civil e na manufatura de diversos produtos
Características ecologicamente importantes
do solos
Cor
Granulometria
Estrutura
Consistência
Espessura dos horizontes
Grau de acidez
Composição
Transporte de poluentes em solos
Importante e necessário para:
• Aperfeiçoamento do projeto de disposição de
resíduos
• Diagnóstico da contaminação
• Projeto de remediação de áreas contaminadas
Transporte de poluentes em solos
Qualidade da água no solo – fator limitante para o
aproveitamento dos recursos hídricos
• Águas superficiais: menos protegidas contra a poluição
• Águas subterrâneas: quando contaminadas, têm maior
dificuldade em retornar ao seu estado original e a
detecção da deterioração é também mais difícil
Transporte de poluentes em solos
Principal forma de contaminação de águas
subterrâneas – contaminação do solo
• Contaminação direta via aplicação de fertilizantes,
pesticidas, lodo de estação de tratamento de
esgoto, esterco, etc.
• Contaminação indireta por aerossóis de automóveis
e indústrias, combustão do carvão, por disposição
de resíduos e por incineração de lixo
Transporte de poluentes em solos
• Contaminação do solo – processo lento e
geralmente sem consequência imediata, mas
com sérios efeitos a longo prazo
• Movimento dos contaminantes no solo é
lento – tempo necessário para a
contaminação da água subterrânea pode
variar de alguns anos a séculos
Mecanismos de transporte de poluentes em solos
• Conceitos importantes:
– Soluto: massa de poluente
– Solvente: água
– Meio poroso: solo (movimento ocorre nos interstícios
do solo)
O transporte de solutos na água do subsolo é
estudado como transporte de massa em meios
porosos, tanto na zona saturada como na insaturada
Mecanismos de transporte de poluentes em solos
Principais mecanismos envolvidos no
transporte de um soluto em meio poroso:
• Advecção
• Dispersão mecânica
• Difusão
• Reações químicas entre o soluto e os sólidos
• Reações químicas do próprio soluto
Mecanismos de transporte de poluentes em solos
• Advecção:
– O soluto é carregado pela água em movimento, mantendo-se
constante a concentração da solução.
– Fluxo químico causado por um gradiente hidráulico: a água dos vazios contendo o soluto escoa sob a ação de um gradiente hidráulico e carrega consigo partículas de
Mecanismos de transporte de poluentes em solos
• Dispersão mecânica ou hidráulica:
– Mistura mecânica que ocorre durante a advecção – Causada inteiramente pelo movimento do fluido – Processo de mistura com efeito qualitativo similar à
Mecanismos de transporte de poluentes em solos
• Difusão:
– Resulta de variações na concentração de soluto na fase líquida
– Sentido do fluxo: da maior concentração para a menor concentração
– Ocorre mesmo na ausência de
qualquer movimento hidráulico da solução
– Não ocorre difusão quando os
gradientes de concentração deixam de existir
Mecanismos de transporte de poluentes em solos
• Dispersão hidrodinâmica:
– Espalhamento ao nível macroscópico resultante
tanto da dispersão mecânica (escala microscópica)
como da difusão (nível microscópico)
Mecanismos de transporte de poluentes em solos
• Reações químicas:
– Mudanças de concentração podem ocorrer na fase
líquida ou nas fases sólida e gasosa
– Reações químicas e bioquímicas:
• Adsorção-desorção • Ácido - base • Dissolução – precipitação • Oxidação – redução • Complexação • Degradação • Decaimento radioativo • Síntese microbiana, etc
Mecanismos de transporte de poluentes em solos
• Formulação do
transporte de
poluentes no solo:
– Lei de Fick
• Formação de plumas
- modelagem
matemática
Poluição do Solo
Consiste na deposição, disposição, descarga,
infiltração, acumulação, injeção ou aterramento no
solo de substâncias ou produtos poluentes, em
Poluição do Solo
Processos erosivos do solo
Poluição do solo rural (adubos)
Salinização
Contaminação por resíduos sólidos – rejeitos de
mineração, lodos de ETA e ETE, resíduos da
Processos erosivos do solo
Erosão: processo de desagregação, transporte e
deposição dos solos, sub-solo e rochas em
decomposição, pelas águas, ventos ou geleiras
Processos erosivos do solo
Conceitos:
• Erosão geológica ou natural
• Erosão acelerada
• Erosão bruta
• Taxa de erosão
• Voçoroca
Processos erosivos do solo
Causas:
• Fator humano
• Fator chuva
• Fator solo
• Fator topográfico
• Fator clima
Processos erosivos do solo
Consequências:
• Perda da camada mais superficial do solo (fértil)
onde se desenvolvem os processos biológicos
• Acúmulo de solo transportado pode acarretar o
assoreamento de rios, lagos e reservatórios, podendo
provocar
enchentes
(sedimentação
e
transbordamento de rios)
Poluição do solo rural – Fertilizantes
O excedente incorpora-se no solo, fixando-se à sua
porção sólida ou solubilizando-se e movimentando-se
em conjunto com sua fração líquida
FERTILIZANTES SINTÉTICOS:
mesmo com boas técnicas de aplicação, a eficiência
não é de 100%
Poluição do solo rural – Fertilizantes
Incorporação no solo: pode tornar o solo impróprio para o cultivo (excesso de algum elemento)
Transporte em meio aquoso: problemas de contaminação de águas e de eutrofização (excesso de nutrientes intensifica o
crescimento de algas)
Incorporação no tecido das plantas: excesso de nitratos e outros elementos (não se conhece ainda as possíveis implicações nos
Poluição do solo rural – Defensivos agrícolas
Substâncias tóxicas ou resistentes à decomposição no ambiente (p. ex. DDT, metais pesados, etc)
DEFENSIVOS AGRÍCOLAS:
Poluição do solo rural – Defensivos agrícolas
Mortandade inespecífica – perda da biodiversidade
Redução da natalidade e fecundidade de espécies
Poluição do solo rural – Alternativas
Manipulação genética para controle de pragas
Cultivo orgânico ou com uso menor de adubos e
pesticidas
Salinização
Aumento do teor de sais na camada superficial do solo
Ação antrópica: exploração agrícola feita com auxílio de irrigação
Ocorre mais frequentemente em solos naturalmente
susceptíveis (natureza do material de origem, maior aridez do clima ou condições de relevo do local)
Salinização
Prejuízos: perda de áreas agrícolas
Medidas de controle: manejo adequado
Resíduos sólidos – rejeitos, lodos e resíduos
Rejeitos de mineração
Lodo de estação de tratamento de água (ETA)
Rejeitos de mineração
Mineração – impactos na supressão da
vegetação, exposição do solo aos processos
erosivos, exposição de compostos perigosos
Lodos de estação de tratamento de água (ETA)
Tratamento de água: remoção das impurezas
para tornar a água potável e palatável
Etapas Tratamento Convencional de Água
Manancial Coagulação Floculação Sedimentação Filtração Desinfecção Fluoretação Correção de pH Água final Agente oxidanteCAP (Carvão ativado em pó) Coagulante
Alcalinizante Agente oxidante Polímero
Polímero / Agente oxidante
Agente oxidante
Flúor Alcalinizante
Flotação
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Características do lodo de ETAs
Lodos de ETAs podem variar em função de:
• Qualidade da água bruta
• Técnica utilizada para tratar a água
• De como ocorre o processo de coagulação
• Da quantidade e dos tipos de produtos químicos utilizados durante o tratamento da água
• Dos locais onde foram gerados (decantador, floculador, filtros, etc)
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Características do lodo de ETAs
Composição básica:
• Microrganismos
• Sólidos orgânicos e inorgânicos
• Sólidos do próprio coagulante e de outros produtos químicos utilizados para o tratamento
As características químicas e físicas do lodo estão relacionadas com as características da água do manancial, com os produtos químicos
utilizados e com o modo como a coagulação ocorre.
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Características do lodo de ETAs
Potencial tóxico depende de:
• Teor de metais presentes (Alumínio, cobre, chumbo, níquel, etc)
• Reações sofridas durante o processo • Forma e tempo de retenção
• Características do curso d’água
• Composição e impureza dos coagulantes e outros produtos químicos utilizados
Desidratação do lodo de ETAs
A função de desidratar o lodo de ETAs é importante para:
• Redução dos custos de transporte e disposição final (menor volume)
• Facilidade para o manuseio do lodo desidratado quando comparado com ele ainda com alto teor de umidade
Espessamento
Desidratação
Desidratação do lodo de ETAs
Formas de desidratação do lodo de ETAs:
• Desidratação Natural • Leitos de Secagem • Desidratação Mecânica
• Filtros Prensa de Esteira • Centrífugas
• Filtro Prensa Parafuso • Filtros Prensa de Placas
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Disposição do lodo de ETAs
Disposição – função do teor de sólidos presente:
• Aterros sanitários (teor de sólidos > 30%)
• Disposição controlada em certos tipos de solos
• Co-disposição com biossólidos gerados em estações de tratamento de esgotos
• Incineração dos resíduos
• Lançamento em rede coletora de esgotos
• Aplicações industriais diversas, tais como fabricação de tijolos ou outros materiais de construção