UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ
DEPARTAMENTO DE QUÍMICA ORGÂNICA E INORGÂNICA PÓS-GRADUAÇÃO EM QUÍMICA INORGÂNICA
Síntese, caracterização e reatividade de novos nitrosilo complexos de rutênio, tendo como ligante auxiliar a 2,2′-bipiridina
Francisco Ordelei Nascimento da Silva
Orientador: Dr. Luiz Gonzaga de França Lopes
Dissertação submetida à Coordenação do Curso de Pós-Graduação em Química Inorgânica como requisito parcial para obtenção do grau de mestre.
RESUMO
Neste trabalho foram realizados a síntese, caracterização e estudo da
reatividade dos complexos cis-[Ru(bpy)2LNO](PF6) (L = imidazol, isonicotinamida e
sulfito) e trans-[Ru(bpy)2SO3NO](PF6), objetivando a modulação de nitrosilos
complexos capazes de atuar como doadores de NO em sistemas biológicos.
Os espectros de infravermelho dos complexos cis-[Ru(bipy)2L(NO)](PF6)n e trans-[Ru(bpy)2SO3NO](PF6) apresentaram freqüências ν(NO) relativamente elevadas
indicando que o óxido nítrico encontra-se coordenado ao centro metálico na forma
linear NO+. Estas freqüências foram utilizadas como um indicativo da influência dos ligantes L de acordo com a seguinte ordem decrescente do poder π-receptor do ligante L: Isn > Im > SO3-2, onde o cis-[Ru(bipy)2Isn(NO)](PF6)3 apresenta o maior valor de
ν(NO+).
As características dos espectros de 1H RMN e 13C RMN dos compostos L = Isn, ImN, são consistentes com a proposta de coordenação ao centro metálico de tais
ligantes e que os anéis piridínicos da bipiridina encontram-se na conformação
isomérica cis. Esta conclusão é baseada na presença de vários sinais nos espectros de H1 RMN e 13C RMN, referentes aos 16 prótons e 20 carbonos das duas bipiridinas. O aparecimento de apenas 4 sinais no espectro de ressonância magnética nuclear de 1H para o complexo trans-[Ru(bpy)2SO3NO](PF6), indicam que as duas bipiridinas
encontra-se coordenada ao rutênio em uma conformação trans uma a outra.
O estudo da interconversão nitrosil-nitro para os complexos cis
-[Ru(bipy)2SO3(NO)](PF6) e trans-[Ru(bpy)2SO3NO](PF6), utilizando o método
espectrofotométrico, revelou que somente em valores de pH acima de 9,0 metade das
espécies contendo o fragmento NO+, terão sofrido ataque nucleofílico pela hidroxila, formando NO2-.As constantes de equilíbrio, Keq para reação:
Cis, trans-[Ru(bpy)2LNO]+n + 2OH- Cis, trans-[Ru(bpy)2LNO2]+n + H2O
foram calculadas em NaTFA 0,5 Mol L-1 apresentando os seguintes valores: 2,55 x 1025 L2 mol-2, 2,97 x 1016 L2 mol-2 e 2,08 x 107 L2 mol-2 para os complexos com a isonicotinamida, imidazol e sulfito, respectivamente.
Pelo estudo eletroquímico dos nitrosilos complexos conclui-se que ao atingir um
potencial de –300 mV vs Ag/AgCl, ocorre a redução do ligante NO+, levando o mesmo a NO0. Esse processo é seguido por uma reação química onde ocorre à liberação NO0 e formação do aquo complexo. Foi observada uma correlação entre os valores ν(NO) e E1/2 para o processo quase reversível deste ligante.
Os estudos preliminares do comportamento fotoquímico dos nitrosil complexos
evidenciam a formação de óxido nítrico e da espécie cis e trans-[RuIII(bpy)2H2OL]n+,
ABSTRACT
In this work were carried out the synthesis, characterization and the reactivity
study of the cis-[Ru(bipy)2LNO](PF6)n (L = imidazole, isonicotinamide and sulphite) and trans-[Ru(bipy)2SO3NO](PF6) complexes, aiming the modulation of the nitrosyl
complexes that can act as NO donors in biological systems.
The infrared spectra of the cis-[Ru(bipy)2LNO](PF6)n and trans
-[Ru(bipy)2SO3NO](PF6) complexes presented ν(NO) frequencies relatively high
indicating that the nitric oxide is coordinated to the metal center in linear form, NO+. These frequencies were utilized as an indicative of the influence of the L ligands
according to the decreasing order of the p-acceptor character of the ligand L: Isn > Im >
SO32–, where cis-[Ru(bipy)2IsnNO](PF6)3 presents the higher value of the ν (NO).
The characteristics of the 1H NMR and 13C NMR spectra of the compounds L = Isn, ImN are consistent with the position of the coordination to metal center of such
ligands and that the pyridine rings of the bipyridine are in the cis isomeric form. This conclusion is based on the presence of several signs in the 1H NMR and 13C NMR spectra, due to 16 protons and 20 carbon of the two bipyridine. The presence of only
four signals in the 1H NMR spectrum for the trans-[Ru(bipy)2SO3NO](PF6), suggests that
the two bipyridine are coordinated to the ruthenium in a trans conformation one each
other.
The study of the nitrosyl-nitro interconvertion reaction to the
cis-[Ru(bipy)2SO3NO](PF6) and trans-[Ru(bipy)2SO3NO](PF6), using the spectrophotometric
method reveled that only in the pH values above 9,0 half of the species containing the
NO+ fragment suffered nucleuphilic attack by the hydroxide, producing the NO2–
species. The equilibrium constants, Keq to the reaction:
Cis, trans-[Ru(bpy)2LNO]+n + 2OH- Cis, trans-[Ru(bpy)2LNO2]+n + H2O
Were calculated in NaTFA 0,5 Mol L–1 presenting the following values: 1,80 x 1025 L2 mol-2, 1,42 x 1016 L2 mol-2, 1,74 x 107 L2 mol-2 for the complexes with the isonicotinamide, imidazole and sulphite, respectively.
By the electrochemical study of the nitrosyl complexes it can be concluded that in
release and the formation of the aqua complex. It was observed one correlation
between the ν(NO) and E1/2 values for the quasi-reversible process centered in this
ligand.
The preliminary studies of the photochemical behavior of the nitrosyl complexes
conducted to the conclusion of the formation of nitric oxide and the cis and trans -[RuIII(bipy)2H2OL]n+ specie, when the complexes are irradiated in aqueous solution and
ABREVIATURAS
bpy
Isn
ImN
P(OEt)3
ImK2
SO3-2
2,2’ – Bipiridina
Isonicotinamida
Imidazol (coordenação via átomo de nitrogênio)
Trietilfosfito
Imidazol (coordenação via átomo de carbono)
Sulfito
N N
N
O NH2
N
N
M
P
C
2H
5O
OC
2H
5OC
2H
5N
N
HTFA
NaTFA
E1/2
V
Keq
KBr
Ácido trifluoracético
Trifluoracetato de sódio
Potencial de meia-onda
Velocidade
Constante de Equilíbrio
SUMÁRIO
1- INTRODUÇÃO...
011.1. Características e síntese do NO... 02
1.2. -Aspectos Fisiológicos do NO... 03
1.2.1-Relaxação muscular e funções vasodilatadoras... 03
1.2.2-Ação no sistema imunológico... 04
1.2.3-Mensageiro no sistema nervoso central... 04
1.2.4. Óxido nítrico e intestino... 05
2- JUSTIFICATIVAS E OBJETIVOS...
063- PARTE EXPERIMENTAL...
073.1. Reagentes e solventes... 07
3.2. Aparelhos e técnicas experimentais... 09
3.3. Determinação da Constante de Equilíbrio... 10
3.4. Sínteses... 11
3.4.1. Síntese do complexo cis-[Ru(bipy)2Cl2]... 11
3.4.2. Síntese do complexo trans-[Ru(NH3)4SO2Cl]Cl... 11
3.4.3. Síntese do complexo cis-[Ru(bipy)2SO3H2O]... 11
3.4.4. Síntese do complexo cis-[Ru(bipy)2ImNO2](PF6)... 11
3.4.5. Síntese do complexo cis-[Ru(bipy)2IsnNO2](PF6)... 11
3.4.6. Síntese dos complexos cis-Na[Ru(bipy)2SO3NO2]... 12
3.4.7. Síntese do complexo trans-[Ru(bipy)2SO3(NO)](PF6)... 12
3.4.8. Síntese do complexo cis-[Ru(bpy)2ImNNO](PF6)3... 12
3.4.9. Síntese do complexo cis-[Ru(bpy)2IsnNO](PF6)3... 12
3.4.10. Síntese do complexo cis-[Ru(bpy)2SO3NO](PF6)... 13
4- RESULTADOS E DISCUSSÃO...
144.1.1. Espectroscopia eletrônica na região do UV-visível... 14
4.1.2. Espectroscopia Vibracional na Região do infravermelho... 21
4.1.3. Voltametria Cíclica... 29
4.2. Caracterização dos complexos cis-[Ru(bpy)2LNO](PF6) (L = ImN, Isn e SO32) e trans-[Ru(bpy)2SO3NO](PF6)... 33
4.2.1. Cromatografia Liquida de Alta Eficiência(CLAE)... 33
4.2.1.1. Estudo da interconveção NO2/NO do complexo cis -[Ru(bpy)2ImNL](PF6)n utilizando o HPLC... 38
4.2.2. Espectroscopia eletrônica na região do UV-visível... .... 42
4.2.3. Espectroscopia Vibracional na Região do infravermelho... 20
4.2.4. Espectroscopia de Ressonância Magnética Nuclear de 1H e 13C... 55
4.2.5. Voltametria Cíclica... 65
4.3. Estudo da reatividade dos complexos cis-[Ru(bpy)2LNO2](PF6)n (L = ImN, Isn e SO32–) e cis-[Ru(bipy)2SO3NO](PF6)... 72
4.3.1. Reação ácido-base e interconversão nitrosil-nitrito... 72
4.3.2. Voltametria de Onda Quadrada... 78
4.3.3. Acompanhamento da eletrólise por espectroscopia eletrônica na região do UV-Visível... 83
4.3.4. Estudo fotoquímico dos nitrosilos complexos com luz branca... 88
5- CONSIDERAÇÕES FINAIS...
946- CONCLUSÃO...
96ÍNDICE DE FIGURA
FIGURA 1 - Reação química de formação do NO... 02
FIGURA 2 – 2, 2’ bipiridina (bpy)... 06
FIGURA 3 – Espectros eletrônicos do complexo cis-[Ru(bipy)2ImNNO2](PF6)
em: (―)água e (―) acetonitrila. . [Ru] = 2,5 x 10-5 Mol L-1... 16
FIGURA 4 – Espectros eletrônicos do complexo cis-[Ru(bpy)2IsnNO2](PF6)
em: (―)água e (―) acetonitrila. [Ru] = 3,5 x 10-5 Mol L-1...
17
FIGURA 5 – Espectros eletrônicos dos complexo cis-Na[Ru(bipy)2SO3NO2]
em em: (―)água e (―) acetonitrila... 17
FIGURA 6 – Espectros eletrônicos do complexo cis-[Ru(bpy)2SO3H2O] em:
(―)água. [Ru] = 2,31 X 10-5 Mol L-1... 19
FIGURA 7 – Espectro vibracional na região do infravermelho do complexo cis -[Ru(bipy)2ImNNO2](PF6) em pastilha de KBr... 22
FIGURA 08 – Espectro vibracional na região do infravermelho do complexo
cis-[Ru(bpy)2ImNNO2](PF6), de 1700 a 400 cm-1... 23
FIGURA 09 – Espectro vibracional na região do infravermelho do complexo
cis- [Ru(bpy)2IsnNO2](PF6) em pastilha de KBr... 23
FIGURA 10 – Espectro vibracional na região do infravermelho do complexo
cis- [Ru(bpy)2IsnNO2](PF6), de 1800 a 400 cm-1... 24
FIGURA 11 – Espectro vibracional na região do infravermelho do complexo
FIGURA 12 – Espectro vibracional na região do infravermelho do complexo
cis- Na[Ru(bpy)2SO3NO2], de 1700 a 400 cm-1... 25
FIGURA 13 – Espectro vibracional na região do infravermelho do complexo
cis- [Ru(bpy)2SO3H2O] em pastilha de KBr... 27
FIGURA 14 – Espectro vibracional na região do infravermelho do complexo
cis- [Ru(bpy)2SO3H2O], de 1700 a 400 cm-1... 28
FIGURA 15 – Voltamograma cíclico de uma solução aquosa, NaCF3COO 1 M,
contendo o íon complexo cis-[Ru(bipy)2ImNNO2]+. Potencial aplicado usando
eletrodo de carbono vítreo como trabalho, e Ag/AgCl como referência. V =
100 mV/s... 30
FIGURA 16 – Voltamograma cíclico de uma solução aquosa, NaCF3COO 1,0
Mol L–1, contendo o íon complexo cis-[Ru(bipy)2IsnNO2]+. Potencial aplicado
usando eletrodo de carbono vítreo como trabalho, e Ag/AgCl como referência.
V = 100 mV/s... 31
FIGURA 17 – Voltamograma cíclico de uma solução aquosa, NaCF3COO 1,0
Mol L–1, contendo o íon complexo cis-[Ru(bipy)2SO3NO2]-. Potencial aplicado
usando eletrodo de carbono vítreo como trabalho, e Ag/AgCl como referência.
V = 100 mV/s... 31
FIGURA 18 – Voltamograma cíclico de uma solução aquosa, NaCF3COO 1,0
Mol L–1, contendo o íon complexo cis-[Ru(bipy)2SO3H2O]. Potencial aplicado
usando eletrodo de carbono vítreo como trabalho, e Ag/AgCl como referência.
V = 100 mV/s... 32
FIGURA 19 – Cromatograma do íon complexo cis-[Ru(bipy)2ImNO]+3
λ
analítico =325 nm, fase móvel = acetonitrila 20% (pH = 3,5), fluxo de 1 mL/ min, coluna
c-18 μBondapak Waters(10μm; 3,9 mm x 300
FIGURA 20- Cromatograma do íon complexo cis-[Ru(bipy)2IsnNO]+3
λ
analítico =325 nm, fase móvel = acetonitrila 20% (pH = 3,5), fluxo de 1 mL/ min, coluna
c-18 μBondapak Waters(10μm; 3,9 mm x 300 mm)... 35
FIGURA 21- Cormatograma do íon complexo cis-[Ru(bipy)2SO3NO]+
λ
analítico =325 nm, fase móvel = acetomitrila 20% (pH = 3,5), fluxo de 1 mL/ min, coluna
c-18 μBondapak Waters(10μm; 3,9 mm x 300 mm)... 36
FIGURA 22 - Cromatograma do íon complexo Trans-[Ru(bpy)2SO3NO]+
λ
analítico = 325 nm, fase móvel = acetonitrila 20% (pH = 3,5), fluxo de 1 mL/min, coluna c-18 μ-Bondapak Waters(10μm; 3,9 mm x 300 mm)... 37
FIGURA 23 - a) Cromatograma do íon complexo cis-[Ru(bpy)2ImNNO2]+
λ
analítico = 325 nm, fase móvel = acetonitrila 20% em pH = 3,5; b) Em pH = 2,5;c) Produto isolado da reação do cis-[Ru(bipy)2ImN(NO2)]+ em pH = 3,5... 40
FIGURA 24 - Espectro eletrônico do íon complexo cis-[Ru(bpy)2ImNNO]+3,
obtido a partir do cromatograma c referente ao produto isolado... 41
FIGURA 25 - Espectro eletrônico do íon complexo cis-[Ru(bpy)2ImNNO2]+,
obtido a partir do cromatograma a... 41
FIGURA 26 – Espectro eletrônico do íon complexo cis-[Ru(bpy)2ImNNO]+3,
em NaTFA 1,0 Mol L-1. [Ru] = 2,11 X 10-5 Mol L-1... 43
FIGURA 27 – Espectro eletrônico do íon complexo cis-[Ru(bipy)2IsnNO]+3, em
NaTFA 1,0 Mol L-1. [Ru] = 1,31 X 10-5 Mol L-1... 43
FIGURA 28 – Espectro eletrônico do íon complexo cis-[Ru(bipy)2SO3NO]+, em
FIGURA 29 – Espectro eletrônico do íon complexo trans-[Ru(bipy)2SO3NO]+,
em NaTFA 1,0 Mol L-1. [Ru] = 2,2 X 10-5 Mol L-1... 44
FIGURA30- Possíveis formas de coordenação do NO a um centro metálico... 46
FIGURA 31 – Diagrama do orbital molecular do ligante NO... 47
FIGURA 32- Espectro vibracional na região do infravermelho do complexo cis -[Ru(bipy)2ImNO](PF6)3 em pastilha de KBr... 49
FIGURA 33 – Espectro vibracional na região do infravermelho do complexo
cis-[Ru(bpy)2ImNNO](PF6)3, de 1700 a 400 cm-1... 49
FIGURA 34 - Espectro vibracional na região do infravermelho do complexo
cis-[Ru(bipy)2IsnNO](PF6)3 em pastilha de KBr... 50
FIGURA 35 – Espectro vibracional na região do infravermelho do complexo
cis-[Ru(bpy)2IsnNO](PF6)3, de 2050 a 405 cm-1... 50
FIGURA 36 – Espectro vibracional na região do infravermelho do complexo
cis- [Ru(bpy)2SO3NO](PF6) em pastilha de KBr... 51
FIGURA 37 - Espectro vibracional na região do infravermelho do complexo
cis-[Ru(bipy)2SO3NO](PF6),de 2050 a 405 cm-1... 51
FIGURA 38 – Espectro vibracional na região do infravermelho do complexo
trans- [Ru(bpy)2SO3NO](PF6) em pastilha de KBr... 53
FIGURA 39 - Espectro vibracional na região do infravermelho do complexo
trans-[Ru(bipy)2SO3NO](PF6),de 2000 a 405 cm-1... 54
complexos cis-[Ru(bpy)2ImNO](PF6)3 e cis-[Ru(bpy)2SO3NO](PF6)... 56
FIGURA 41 – Espectro de Ressonância Magnética Nuclear de 1H para o íon complexo Cis-[Ru(bipy)2ImNO]+3 em acetona deuterada... 57
FIGURA 42 – Espectro de Ressonância Magnética Nuclear de 13C para o íon complexo Cis-[Ru(bipy)2ImNO]+3 em acetona deuterada... 57
FIGURA 43 – Espectro de Ressonância Magnética Nuclear de 1H para o íon complexo Cis-[Ru(bipy)2SO3NO]+ em acetona deuterada... 58
FIGURA 44 – Espectro de Ressonância Magnética Nuclear de 1H para o íon complexo Cis-[Ru(bpy)2IsnNO]+3 em acetona deuterada... 61
FIGURA 45 – Espectro de Ressonância Magnética Nuclear 13C para o íon complexo Cis-[Ru(bipy)2IsnNO]+3 em acetona deuterada... 61
FIGURA 46 – Espectro de Ressonância Magnética Nuclear de 1H para o íon complexo cis -[Ru(bpy)2SO3H2O] em D2O... 63
FIGURA 47 – Espectro de Ressonância Magnética Nuclear de 1H para o íon complexo trans-[Ru(bpy)2SO3NO]+ em acetona deuterada... 64
FIGURA 48 – Voltamograma cíclico de uma solução aquosa, NaCF3COO 1
Mol L-1, contendo o íon complexo cis-[Ru(bpy)2ImNNO]+3. Potencial aplicado
usando eletrodo de carbono vítreo como trabalho, e Ag/AgCl como referência.
[Ru] = 1 x 10-3 Mol L-1... 67
FIGURA 49 – Voltamograma cíclico de uma solução aquosa, NaCF3COO 1
Mol L-1, contendo o íon complexo cis-[Ru(bipy)2IsnNO]+3. Potencial aplicado
usando eletrodo de carbono vítreo como trabalho, e Ag/AgCl como referência.
FIGURA 50 – Voltamograma cíclico de uma solução aquosa, NaCF3COO 1
Mol L-1, contendo o íon complexo cis-[Ru(bpy)2SO3NO]+. Potencial aplicado
usando eletrodo de carbono vítreo como trabalho, e Ag/AgCl como referência.
[Ru] = 1 x 10-3 Mol L-1, v = 100 mV/s... 69
FIGURA 51 – Voltamograma cíclico de uma solução aquosa, NaCF3COO 1
Mol L-1, contendo o íon complexo trans-[Ru(bpy)2SO3NO]+. Potencial aplicado
usando eletrodo de carbono vítreo como trabalho, e Ag/AgCl como referência.
[Ru] = 1 x 10-3 Mol L-1, v = 100 mV/s... 70
FIGURA 52 - Correlação entre ν(NO) para os complexos trans e cis -[Ru(bpy)2LNO](PF6)n e E1/2 para a reação redox trans e cis-[RuII(bipy)2LNO+]+n
+ e- Cis e trans-[RuII(bipy)2LNO0]+n, vs Ag/AgCl... 71
Figura 53 – Gráfico de absorbância versus pH dos complexos Cis
-[Ru(bpy)2LNO](PF6)n... 73
Figura 54 - Espectro eletrônico do íon complexo cis-[Ru(bpy)2ImNNO]3+, em
diferentes valores de pH... 74
Figura 55 - Espectro eletrônico do íon complexo cis-[Ru(bpy)2Isn(NO)]3+, em
diferentes valores de pH... 75
Figura 56 - Espectro eletrônico do íon complexo cis-[Ru(bpy)2SO3(NO)]+, em
diferentes valores de pH... 75
Figura 57- Determinação do valor da Keq para a interconversão nitrosilo-nitrito
do complexo com o imidazol... 77
FIGURA 58 - Voltamograma de onda quadrada do íon complexo cis
-[Ru(bpy)2ImNNO]3+, em NaCF3COO 0,5 Mol L-1. Potencial aplicado usando
eletrodo de carbono vítreo como trabalho, e Ag/AgCl como referência. [Ru] =
FIGURA 59 - Voltamograma de onda quadrada do íon complexo
cis-[Ru(bpy)2IsnNO]3+, em NaCF3COO 0,5 Mol L-1. Potencial aplicado usando
eletrodo de carbono vítreo como trabalho, e Ag/AgCl como referência. [Ru] =
1 x 10-3 Mol L-1, V = 60 mV/s... 80
FIGURA 60 - Voltamograma de onda quadrada do íon complexo
cis-[Ru(bpy)2(NO)SO3]+, em NaCF3COO 0,5 Mol L-1. Potencial aplicado usando
eletrodo de carbono vítreo como trabalho, e Ag/AgCl como referência. [Ru] =
1 x 10-3 Mol L-1, V = 60 mV/s... 81
FIGURA 61 - Voltamograma de onda quadrada do íon complexo trans
-[Ru(bpy)2(NO)SO3]+, em NaCF3COO 0,5 Mol L-1. Potencial aplicado usando
eletrodo de carbono vítreo como trabalho, e Ag/AgCl como referência. [Ru] =
1 x 10-3 Mol L-1, V = 60 mV/s... 82
FIGURA 62- Espectros eletrônicos referente ao acompanhamento da
eletrolise do íon complexo cis-[Ru(bipy)2ImNNO]+3, em luz branca... 84
FIGURA 63 – Espectro eletrônico referente ao acompanhamento da eletrolise
do íon complexo cis-[Ru(bpy)2SO3NO]+, em tampão acetato pH = 3,0... 85
FIGURA 64 – Espectro eletrônico referente ao acompanhamento da eletrolise
do íon complexo cis-[Ru(bpy)2IsnNO]3+, em tampão acetato pH = 3,0... 86
FIGURA 65 – Espectro eletrônico referente ao acompanhamento da eletrolise
do íon complexo trans-[Ru(bpy)2SO3NO]+, em tampão acetato pH = 3,0... 87
FIGURA 66 - Espectros eletrônicos correspondentes a fotólise do íon
complexo cis-[Ru(bipy)2ImN(NO)]+3, em luz branca... 89
FIGURA 67 - Espectros eletrônicos correspondentes à fotólise do íon
FIGURA 68- Espectros eletrônicos correspondentes a fotólise do íon
complexo cis-[Ru(bipy)2SO3(NO)]+, em luz branca... 90
FIGURA 69 - Espectros eletrônicos correspondentes a fotólise do íon
complexo Trans-[Ru(bipy)2SO3(NO)]+, em luz branca... 91
FIGURA 70 - Espectros vibracionais na região do infravermelho
correspondentes a fotólise, em luz branca, do íon complexo cis
-[Ru(bipy)2ImN(NO)]+3, em pastilha de KBr.
92
FIGURA 71 - Espectros vibracionais na região do infravermelho
correspondentes a fotólise, em luz branca, do íon complexo cis
-[Ru(bipy)2SO3(NO)]+, em pastilha de KBr... 92
FIGURA 72 - Espectros vibracionais na região do infravermelho
correspondentes a fotólise, em luz branca, do íon complexo cis
ÍNDICE DE TABELAS
TABELA 01- Dados de UV-visível para os íons complexos cis -[Ru(bpy)2LNO2](PF6)n, em água... 20
TABELA 02- Dados de infravermelho dos compostos cis -[Ru(bpy)2L(NO2)](PF6)n em pastilha de KBr... 26
TABELA 03- Dados de infravermelho dos compostos cis-[Ru(bpy)2SO3H2O]
em pastilha de KBr... 28
TABELA 04.Valores de E1/2 para os íons complexos Cis-[Ru(bpy)2LNO2]+/2+... 33
TABELA 05 – tempos de retenção dos complexos cis-[Ru(bpy)2LNO](PF6), trans-[Ru(bpy)2SO3NO](PF6) e cis-[Ru(bpy)2LNO2](PF6)...
37
TABELA 06 - Dados de UV-visível para os íons complexos cis -[Ru(bpy)2LNO](PF6)n e Trans-[Ru(bipy)2SO3NO](PF6), em NaTFA... 45
TABELA 07 - Dados de infravermelho do composto cis-[Ru(bpy)2L(NO)](PF6)n
em pastilha de KBr... 52
TABELA 08 - Dados de infravermelho dos compostos trans -[Ru(bipy)2SO3NO](PF6) em pastilha de KBr... 54
TABELA 09 - Deslocamento químicos (RMN 1H e 13C) do ligante bipiridina observados para os complexos cis-[Ru(bpy)2ImNNO](PF6)3 (1) e cis
-[Ru(bpy)2SO3NO](PF6) (2) , em acetona deuterada... 59
TABELA 10 - Deslocamento químicos (RMN 1H e 13C) dos ligantes bipiridina e isonicotinamida, observados para o complexo cis-[Ru(bipy)2IsnNO](PF6)3,
TABELA 11 - Valores de E1/2 e ν(NO) para os íons complexos Cis
-[Ru(bpy)2LNO]+3 e trans-[Ru(bpy)2SO3NO]+... 71
1. INTRODUÇÃO
Há algum tempo, o óxido nítrico era associado apenas com problemas de
poluição ambiental[1] e aplicações em catálise[1]. O NO é produzido por descargas
elétricas[2] que provoca a reação entre o nitrogênio e o oxigênio, e pela ação de
microorganismos do solo ao agirem sobre a matéria orgânica. Entretanto, é na
combustão de derivados de petróleo em motores de explosão (principalmente
automóveis) que se encontram a maior fonte do NO atmosférico[3]. Em altas
temperaturas, nas quais esses motores trabalham, ocorre a reação entre o oxigênio e o
nitrogênio atmosférico produzindo o NO. Existem atualmente inúmeras fontes
poluidoras com NO, como por exemplo, a indústria de produção de nylon que é
responsável por aproximadamente 6% do aumento anual do NO atmosférico[4]. Os
gases NOx são responsáveis por parte das complicações respiratórias sofridas pelos
habitantes dos grandes centros, bem como os problemas decorrentes da chuva ácida.
Apesar das diversas aplicações do óxido nítrico nesses dois campos, são suas
funções e aplicações biológicas que tem despertado grande interesse nos últimos
anos[5-12]. Um aspecto marcante desta molécula é a sua capacidade de ser benéfica
ou potencialmente tóxica conforme a concentração ou depuração tecidual. O NO é um
importante mensageiro intercelular nos mamíferos superiores. O mecanismo de
sinalização intercelular é, em geral, realizado através de receptores de membrana
celular na célula alvo; estes receptores são, habitualmente, transmembranosos tendo
contato com citoplasma e desencadeando uma “cascata” de sinais intracelulares que
finalizarão em uma mudança na célula. Pelas suas características químicas de alta
difusibilidade, a sinalização do NO é exercida diretamente em nível intracelular, sem
receptores transmembranosos[8]. Devido à sua penetração intracelular sem
intermediários membranosos, o organismo utiliza o NO em funções fisiológicas em que
é necessária uma resposta rápida. O NO é sintetizado no organismo por uma série de
classes de animais como os insetos (barbeiro, mosca da fruta), peixes (truta), aves e
seres humanos. O NO atua sempre como mensageiro biológico em grande variedade
de processos fisiológicos[5-9, 13].
1.1. Características e síntese do NO
O óxido nítrico é uma molécula gasosa simples, habitualmente encontrada no ar
atmosférico em pequenas quantidades, altamente tóxica devido à presença de radical
livre (elétron extra) que a torna um agente químico altamente reativo. Quando diluído, o
NO tem uma meia vida de menos de 10 segundos devido à sua rápida oxidação a
nitrito e nitrato. O NO liga-se à hemoglobina e outras proteínas que contém o núcleo
heme levando ao término de sua atividade biológica[14, 15] . A fig. 1 indica a clássica
reação química de formação do NO, em que a L-arginina é transformada em um
intermediário, a N G -hidroxi-L-arginina com a presença de
nicotinamida-adenina-dinucleotídeo- fostato-hidrogênio (NADPH) e Ca2+ sendo necessário mais NADPH e O2
para a formação de L-citrulina e NO. O oxido nítrico (NO) é sintetizado a partir da
L-arginina pela sitetase do oxido nítrico[14].
FIGURA 1 - Reação química de formação do NO.
NH NH2 NH2
COO H3N
+ + -O2 1.0NADPH NH N NH2 COO H3N
+ + -O2 0.5NADPH OH H NH NH2 O COO H3N
+
-+ N O
L-Arginina
N
G1.2. Aspectos Fisiológicos do NO
1.2.1. Relaxação muscular e funções vasodilatadoras
Atualmente, há evidências de que o NO é o principal regulador da pressão
sangüínea e este controle é efetuado a partir da produção de óxido nítrico nas células
endoteliais[16]10. Neste processo observa-se que vários mensageiros químicos, incluindo alguns hormônios e acetilcolina (Ach), podem ativar a enzima NO sintetase
endotelial (eNOS), ligando-se a receptores apropriados na membrana da célula
endotelial. Estas ligações provocam a abertura de canais, que permitem que o cálcio
penetre na célula, levando a um aumento na concentração de cálcio dentro da mesma,
e ativando a enzima eNOS. O óxido nítrico produzido difunde-se da célula endotelial
para a célula muscular, onde ativa a enzima guanilato ciclase (GC), causando aumento
dos níveis de guanosina monofosfato cíclico (cGMP). Esse aumento diminui a
quantidade de Ca2+ livre na célula muscular, causando sua relaxação. Ou seja, a contração muscular requer Ca2+, e a força de contração é reduzida quando o nível de Ca2+ diminui[14, 17, 18].
A manutenção da pressão sangüínea normal requer que as células endoteliais
sintetizem constantemente NO. Quando este nível não é atingido, seja porque a
produção é bloqueada pela administração de um inibidor eNOS ou em estados
patológicos como a arteriosclerose, o músculo não relaxa apropriadamente. Então, a
vasoconstrição resultante, aumenta a pressão sangüínea e pode ser responsável por
algumas formas de hipertensão[16].
Nitrosilos complexos de rutênio vêm sendo estudados para uso como
vasodilatadores e em terapias fotodinâmicas[19-26]. Estudos recentes envolvendo os
compostos trans-[Ru(NH3)4P(OEt)3NO]3+ e o trans-[Ru(NH3)4Imk2NO]3+ com respeito à
liberação de NO[5, 27-29], mostraram que os mesmos apresentaram baixa toxidez bem
como seus prováveis metabólitos[30].Testes em células de hipocampo de cérebro de
rato[31], demonstraram a capacidade destes dois complexos liberarem NO em cultura.
Testes em ratos hipertensos, com o fosfito complexo, demonstraram possuir o íon
trans-[Ru(NH3)4P(OEt)3NO]3+ uma capacidade vasodilatadora semelhante ao
nitroprussiato. Este fato foi comprovado com testes de relaxação muscular em íleo de
1.2.2. Ação no sistema imunológico
A resposta imunológica é a reação do corpo através da qual materiais estranhos
são neutralizados ou destruídos e os macrófagos e as células brancas do sangue, que
são ativos no processo inflamatório, apresentam-se como elementos-chave para o
sucesso desta resposta, uma vez que é capaz de engolfar e matar células de tumores
e de bactérias. Para que um macrófago atue, ele precisa ser ativado por moléculas
conhecidas como citocinas, que são liberadas por algumas células do sistema
imunológico[32, 33].
A liberação descontrolada de NO dentro das células é acompanhada por uma
série de eventos, onde, após o NO em excesso reagir com as espécies O2-, O2 ou
H2O2, ocorre à formação de peroxinitrito (ONO2-), NO2, N2O3 e HO•. Estes radicais
livres podem ocasionar clivagem do DNA ou até mesmo a morte celular[34, 35]. Por
outro lado, a liberação controlada do NO dentro de uma célula alvo pode ser uma
maneira de destruir células de tumores malignos. Foram feitos estudos com o
complexo RuCl3(NO)(H2O)2 , o qual apresentou fotolabilização do NO[19, 20], mas com
um baixo rendimento quântico, que pode ser amenizado pela presença de ligantes π -doador, e sua biodistribuição é incerta e provavelmente não específica[19, 20].
1.1.3. Mensageiro no sistema nervoso central
Os neurotransmissores enquadram-se em diferentes classes químicas. Os
primeiros neurotransmissores conhecidos, descobertos entre 1930 e 1960, eram todas
aminas, moléculas orgânicas derivadas da amônia (NH3), e que têm no grupo do
nitrogênio seu principal mecanismo de sinalização. Na década de 1960, os
pesquisadores começaram a perceber que também aminoácidos eram
neurotransmissores. A terceira classe abrange os peptídeos[31]. Nos últimos anos, o
trabalho em diversos laboratórios de pesquisa[36], levou ao reconhecimento de uma
quarta e extraordinária classe de neurotransmissores, que inclui o óxido nítrico e o
monóxido de carbono. De fato, observou-se que o NO muitas vezes funciona como um
neurotransmissor, porém, não se assemelha ou age como qualquer outro
neurotransmissor conhecido[36-38]. Quando um neurônio é ativado, libera
neurotransmissores que se encontram armazenados em vesículas especiais, em uma
neurotransmissor e é ativada. O NO não é armazenado em vesículas e não apresenta
mecanismos especiais de liberação, sendo produzido onde e quando se faz
necessário[37, 38]. Além disso, enquanto a maioria dos neurotransmissores acopla-se
precisamente a um receptor específico na superfície da célula, o NO não necessita de
receptores específicos para penetrar na mesma e é capaz de difundir-se livremente do
ponto onde foi sintetizado até sítios intracelulares em células vizinhas[39, 40].
Supõe-se que o NO atue como mensageiro entre neurônios, coordenando a
memória e as funções motoras[41]. Os neurônios produtores de NO também foram
encontrados em muitos tecidos periféricos, incluindo os sistemas cardiovasculares,
respiratórios e digestivos.
1.2.4. Óxido nítrico e intestino
Nos últimos anos, o trato gastrintestinal passou a ocupar um lugar de destaque
na fisiopatogenia do processo séptico. Este território é um dos primeiros a sofrer
conseqüências nas situações em que ocorre hipofluxo ou em decorrência de processo
séptico. No intestino existe produção de NO em alguns tecidos, como no epitélio, na
musculatura lisa, no plexo neural e nos mastócitos. Além disso, NO pode ser produzido
nos leucócitos (neutrófilos e monócitos) existentes no seu território, através da redução
de nitrito no estômago, e através da denitrificação por anaeróbios. Em condições
normais, a perfusão da mucosa é regulada pelo NO produzido no endotélio vascular do
território mesentérico. Além desta regulação da circulação, o NO participa da peristalse
e da ação dos esfíncteres[42, 43].
Nos processos inflamatórios existe liberação da NOSi com conseqüente
produção de NO em excesso. Isto acarreta uma hiperemia da mucosa.
Fisiologicamente, o NO mantém uma perfusão adequada no intestino, inibindo a
adesão de neutrófilos no endotélio, bloqueando a adesão de plaquetas e prevenindo a
ativação de macrófagos[42-44]. Nas condições inflamatórias, em que existe produção
maior de NO, ocorre uma lesão da mucosa, hiperemia e quebra da barreira,
propiciando a translocação bacteriana. Desta maneira o processo séptico pode se
iniciar ou perpetuar-se. O uso de inibidores da NOSi melhora a disfunção da barreira e
a permeabilidade[42, 45]. Da mesma forma que em outras circunstâncias, a inibição
seletiva da NOSi e a manutenção da NOSc poderia ser benéfica e ter um efeito
2. Justificativas e Objetivos
O grande desafio presente no estudo químico do NO é o desenvolvimento de
compostos que possam atuar como doadores e/ou receptores de NO em sistemas
biológicos, uma vez que essa molécula atua em uma diversidade de processos
fisiológicos.
A hipótese de que o efeito π-receptor dos ligantes em torno do fragmento [MNO]3+ pode ser usado para controlar a liberação e captação do NO em nitrosilo metalofarmacêuticos será utilizada como principal estratégia. Os compostos
trans-[Ru(NH3)4P(OEt)3NO]3+ [31] e trans-[Ru(NH3)Imk2NO]3+ [46] (Imk2 = imidazol com
coordenação via átomo de carbono) mostraram-se ativos facilitando a população de
neurônios em partes do cérebro responsável pela memória, além de testes com o
fosfito-complexo demonstrarem que o mesmo apresenta propriedades
vasodilatadoras[31]. Esta atividade foi relacionada com o efeito trans-labilizante dos
ligantes P(OEt)3 e Imk2[47] que induzem a liberação do óxido nítrico em ambientes
biológicos.
Este trabalho tem como objetivo principal o estudo da reatividade dos sistemas
cis-[Ru(bpy)2L(NO)](PF6)n ( onde L = Imidazol, isonicotinamida e Sulfito) e trans
-[Ru(bipy)2SO3(NO)](PF6) objetivando a modulação de nitrosilo complexos, capazes de
atuar como doadores de NO em sistemas biológicos. Este sistema foi escolhido devido
o ligante 2,2’-bipiridina (Figura 2) ser capaz de realizar ligações π do tipo MLCT. Desta forma espera-se ocorrer um decréscimo da densidade eletrônica do centro metálico,
fazendo com que diminua também a intensidade da back-bonding Ru→NO+, facilitando a redução do NO+, em relação as tetraaminas.
FIGURA 2 – 2, 2’ bipiridina (bpy)
3. Parte Experimental
3.1. Reagentes e soluções
Ácido Trifluoracético
CF3COOH, 99 % de pureza, de procedência Merck, foi utilizado nas sínteses dos
nitrosilos complexos e nas alterações dos valores de pH das soluções empregadas nos
experimentos eletroquímicos.
Água
A água utilizada em todos os experimentos foi bidestilada com KMO4 e KOH,
com o objetivo de remover traços de íons e eliminar qualquer tipo de matéria orgânica.
Argônio
Argônio, de procedência WHITE MARTINS, foi utilizado nos experimentos a
atmosfera inerte. Possíveis traços de oxigênio foram eliminados da presença do gás,
conduzindo o mesmo através de frascos lavadores contendo íons Cr+2 em meio ácido e aquoso. Em seguida, o fluxo de gás foi conduzido por frascos borbulhadores, nos quais
foram realizados os experimentos, através de conecções e torneiras adequadas a uma
linha de vidro, com juntas esféricas.
Solventes Orgânicos
Etanol absoluto, de procedência Synth.
Metanol, de procedência Merck, foi utilizado sem purificação prévia.
Tricloreto de Rutênio Hidratado
RuCl3.XH2O, de procedência Aldrich, 99 % de pureza, foi utilizado na síntese do
Iodeto de Sódio
NaI, de procedência Vetec, foi utilizado em solução alcoólica saturada para a
precipitação do complexo cis-[Ru(bipy)2SO3NO2]Na.
Hexafluorofosfato de Amônio
NH4PF6, de procedência Aldrich, foi utilizado como agente precipitante na
síntese dos complexos.
Nitrito de Sódio
NaNO2, de procedência Merck, foi utilizado na síntese dos complexos cis
-[Ru(bipy)2L(NO)](PF6)n ( onde L = Imidazol, 2-metilimidazol, Sulfito e Isonicotinamida).
Ligantes
C6H6N2O (isonicotinamida), de procedência Aldrich, 99 % de pureza, foi utilizado
na síntese do complexo cis-[Ru(bipy)2L(NO)](PF6)n ( onde L = Isonicotinamida).
C3H4N2 (Imidazol), de procedência Aldrich, 99 % de pureza, foi utilizado na
síntese do complexo cis-[Ru(bipy)2L(NO)](PF6)n ( onde L = Imidazol).
Na2SO3 (Sulfito de Sódio), de procedência Vetec, 98 % de pureza, foi utilizado
na síntese do complexo cis-[Ru(bipy)2L(NO)](PF6)n ( onde L = Sulfito).
C10H8N2 (2,2` bipiridina), de procedência Aldrich, 99 % de pureza, foi utilizado na
3.2. Aparelhos e Técnicas Experimentais
CROMATOGRAFIA LÍQUIDA DE ALTA EFICIÊNCIA (CLAE)
Os cromatogramas foram obtidos através de um sistema cromatográfico, HPLC
Shimadzu, consistindo de duas bombas modelo LC -10AD, operando isocraticamente,
detector diode array modelo SPD – M10A Shimadzu. Uma coluna c-18 μBondapak
Waters (10μm; 3,9 mm x 300 mm) foi utilizada sob fluxo de 1 mL/min. Todas as fases móveis foram filtradas e deaeradas antes de uso.
ESPECTROSCOPIA ELETRÔNICA
Os espectros eletrônicos, nas regiões do visível e do ultravioleta, foram obtidos
em um espectrofotômetro Hewlett-Packard, modelo 8453 Diode-Array. As amostras
foram analisadas em solução utilizando célula de quartzo retangular de caminho óptico
de 1,0 cm.
As medidas das absorbâncias foram efetuadas pela leitura direta dos espectros,
usando-se como branco o respectivo solvente. Os valores das absortividade molares
foram calculados pela lei de Lambert-Beer, através das medidas das absorbâncias das
amostras em solução e em diversas concentrações, preparadas a partir de diferentes
massas.
ELETROQUÍMICA
Os experimentos voltamétricos foram realizados utilizando-se um sistema
eletroquímico da Bioanalytical System Inc., Modelo BAS100Bw. Empregou-se para
tanto uma cela convencional de três eletrodos: platina, carbono vítreo e prata/cloreto de
prata como eletrodos auxiliar, de trabalho e de referência, respectivamente. As análises
ESPECTROSCOPIA VIBRACIONAL
Os espectros vibracionais, na região do infravermelho, foram obtidos a partir de
amostras dispersas em pastilhas de brometo de potássio (KBr), utilizando-se um
espectrômetro FT-IR Shimadzu, modelo IRPrestige – 21, com janela espectral de 400 a
4000 cm-1.
RESSONÂNCIA MAGNÉTICA NUCLEAR
Os espectros de Ressonância Magnética Nuclear de carbono, 13C e de
Hidrogênio, 1H, foram obtidos em um espectrômetro AVANCE DPX 300 Bruker, a 300 MHz. Utilizou-se como padrão interno o composto 2,2’-dimetil-2-silapentano-5-sulfonato
de sódio.
3.3. Determinação da Constante de Equilíbrio
A determinação da constante de equilíbrio para o sistema (equação 1)
Cis, trans-[Ru(bpy)2LNO]+n + 2OH- Cis, trans-[Ru(bpy)2LNO2]+n + H2O (1)
A B
L = imN, Isn e SO3-2
Foi efetuada usando método espectrofotométrico (as medidas de absorbâncias foram
em 429 e 415 nm para o imN e SO3-2, respectivamente) descrito por Albert e
Serjeant[48]. Manteve-se a força iônica constante com NaTFA 0,5 Mol L-1. Utilizou-se para os cálculos da constante de equilíbrio a seguinte equação 2:
2pOH = -pKeq + log (A – Af) / (Ao – A) (2)
Onde:
Ao = Absorbância da espécie A
Af = Absorbância da espécie B
3.4. Sínteses
3.4.1. Síntese do complexo cis-[Ru(bipy)2Cl2]
O complexo foi sintetizado de acordo com método citado na literatura[49, 50].
3.4.2. Síntese do complexo trans-[Ru(NH3)4SO2Cl]Cl
O complexo foi sintetizado de acordo com método citado na literatura[51].
3.4.3. Síntese do complexo cis-[Ru(bipy)2SO3H2O]
80 mg (0,26 mmol) de trans-[Ru(NH3)4SO2Cl]Cl foram dissolvidos em 5,0 mL de
água, sob fluxo de argônio. Em seguida adicionou-se 82,25 mg (0,52 mmol) de
bipiridina (bpy), deixando reagir por 2 horas. Após este tempo evaporou-se o solvente
até a secura e coletou-se o precipitado com a adição de etanol. O sólido foi filtrado e
estocado sob vácuo.
3.4.4. Síntese do complexo cis-[Ru(bpy)2ImNNO2](PF6)
200 mg (0,41 mmol) de cis-[Ru(bpy)2Cl2] e 33,50 mg (0,49 mmol) de imidazol
foram dissolvidos em 20 mL de uma solução(1:1 etanol/água), deixando em refluxo por
1 hora. Em seguida adicionou-se 33,95 mg (0,49 mmol) de NaNO2, ficando sob
agitação e em refluxo por 2 horas. Após este tempo evaporou-se o solvente até
reduzido o volume à metade e coletou-se o precipitado pela adição de uma solução
saturada com NH4PF6. O sólido foi filtrado e estocado sob vácuo.
3.4.5. Síntese do complexo cis-[Ru(bipy)2IsnNO2](PF6)
200 mg (0,41 mmol) de cis-[Ru(bipy)2Cl2] e 60 mg (0,49 mmol) de
isonicotinamida foram dissolvidos em 20 mL de uma solução (1:1 etanol/água),
deixando em refluxo por 1 hora. Em seguida adicionou-se 33,95 mg (0,49 mmol) de
NaNO2, ficando sob agitação e em refluxo por 2 horas. Após este tempo evaporou-se o
solvente até reduzido o volume à metade e coletou-se o precipitado pela adição de
3.4.6. Síntese do complexo cis-Na[Ru(bpy)2SO3NO2]
200 mg (0,41 mmol) de cis-[Ru(bpy)2Cl2] e 62 mg (0,49 mmol) de sulfito de
sódio foram dissolvidos em 20 mL de uma solução (1:1 etanol/água), deixando em
refluxo por 1 hora. Em seguida adicionou-se 33,95 mg (0,49 mmol) de NaNO2, ficando
sob agitação e em refluxo por 2 horas. Após este tempo evaporou-se o solvente até
próximo a secura e coletou-se o precipitado pela adição de uma solução saturada com
NaI. O sólido foi filtrado e estocado sob vácuo.
3.4.7. Síntese do complexo trans-[Ru(bipy)2SO3(NO)](PF6)
60 mg (0,11 mmol) de Cis-[Ru(bipy)2(SO3)(H2O)], foram dissolvido em 5,0 mL
CF3COOH 2 Mol L-1, sob fluxo de argônio. Em seguida adicionou-se 0,58 mmol de
NaNO2, deixando reagir por 2 horas. Após este tempo evaporou-se o solvente até a
secura e coletou-se o precipitado com a adição de 1 mL de uma solução aquosa
saturada com NH4PF6. O sólido foi filtrado e estocado sob vácuo.
3.4.8. Síntese do complexo cis-[Ru(bpy)2ImNNO](PF6)3
150 mg (0,22 mmol) de cis-[Ru(bpy)2ImNNO2](PF6)foram dissolvidos em 15 mL
de metanol sob fluxo de argônio e agitação. Em seguida adicionou-se 2 mL de uma
solução aquosa de CF3COOH 70%, deixando reagir por 1 hora. Após este tempo
coletou-se o precipitado pela adição de uma solução aquosa saturada com NH4PF6. O
sólido foi filtrado e estocado sob vácuo.
3.4.9. Síntese do complexo cis-[Ru(bpy)2IsnNO](PF6)3
150 mg de (0,20 mmol) cis-[Ru(bpy)2IsnNO2](PF6) foram dissolvidos em 15 mL
de metanol sob fluxo de argônio e agitação. Em seguida adicionou-se 2 mL de uma
solução aquosa de CF3COOH 70%, deixando reagir por 1 hora. Após este tempo
coletou-se o precipitado pela adição de uma solução aquosa saturada com NH4PF6. O
3.4.10. Síntese do complexo cis-[Ru(bpy)2SO3NO](PF6)
150 mg (0,27 mmol) de cis-Na[Ru(bpy)2SO3NO2] foram dissolvidos em 15 mL de
metanol sob fluxo de argônio e agitação. Em seguida adicionou-se 2 mL de uma
solução aquosa de CF3COOH 70%, deixando reagir por 1 hora. Após este tempo
coletou-se o precipitado pela adição de uma solução aquosa saturada com NH4PF6. O
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1. Caracterização dos complexos cis-[Ru(bpy)2LNO2](PF6) (L = ImN, Isn e SO32–) e cis-[Ru(bipy)2SO3H2O]
4.1.1. Espectroscopia eletrônica na região do UV-visível
Os complexos metálicos apresentam, em geral, quatro tipos característicos de
bandas em seus espectros que são atribuídas às seguintes transições eletrônicas.
1. Transições de campo de ligante (d→d) – Ocorrem entre os níveis de energia originados pelo desdobramento dos orbitais d dos íons metálicos, decorrentes
das interações eletrostáticas com os ligantes.
2. Transições de transferência de carga ligante-metal (LMCT) – Ocorrem devido às transferências de densidade eletrônica dos orbitais dos ligantes para os
orbitais de energias mais apropriadas no metal.
3. Transições de transferências de carga metal-ligante (MLCT) – Ocorrem devido às transferências de densidade eletrônica dos orbitais dπ do metal para os orbitais de energias mais apropriadas nos ligantes.
4. Transições interna dos ligantes – São geralmente provenientes das transições n → π* e π → π* que os ligantes livres de coordenação apresentam em seus espectros eletrônicos.
A análise dos espectros foi feita de maneira simplificada, já que uma análise
mais profunda necessita de cálculos e experimentos mais detalhados. Desse modo, a
análise a seguir é feita em comparação com sistemas semelhantes reportados na
literatura.
Os espectros eletrônicos, na região do Uv-visível, dos complexos cis
-[Ru(bipy)2LNO2](PF6) (L = Imidazol, isonicotinamida e Sulfito), em meio aquoso, são
apresentados nas figuras 3, 4 e 5 respectivamente. A partir da análise dos espectros
os complexos, atribuídas à transição π Æ π* do ligante bipiridina, visto que foram observadas bandas de absorção idênticas em complexos relacionados na
literatura[52-54], onde foram atribuídas a essas transições. As mesmas transições são observadas
no espectro da bipiridina livre, o que reforça essa atribuição.
Os espectros eletrônicos na região do UV-visível para os nitritos complexos em
água são caracterizados pela presença de bandas intensas (ε ≈ IO3 Mol L–1 cm–1)[55, 56] em torno de 410 nm (tabela 1) que são relativamente afetadas pela natureza do
solvente, visto que os mesmos complexos em acetonitrila apresentaram um
deslocamento dessas bandas para uma região de menor energia, como também o
aparecimento de outras bandas que estavam encoberta pela transição intraligante da
bipiridina do tipo π →π∗ . De acordo com Meyer e Colaboradores[52-54], essas bandas observadas em complexos bis-(2,2'-bipiridina) de Ru(II) em torno de 412 nm podem ser
razoavelmente atribuídas a transições de transferência de carga do metal para o ligante
(MLCT) do tipo dπ(Ru) Æπ*(bpy).
As bandas de transferências de carga, ao contrário das bandas de campo ligante
(dd), mostram dependência quanto à mudança da natureza do solvente no qual o
espectro é obtido[57]. No estado fundamental, o solvente é organizado com seu dipolo
orientado para interagir com o dipolo do estado fundamental do complexo. O dipolo do
estado de transferência de carga excitado é diferente, em direção ou magnitude do
dipolo do estado fundamental. O tempo requerido para uma nova orientação dos
dipolos não é compatível com o da transição. Portanto, dependendo da natureza do
solvente e da mudança do dipolo, o estado excitado pode ser estabilizado ou
desestabilizado[57]. Em ambos os casos, a energia da transição de transferência de
carga dependerá do solvente, particularmente de sua polaridade.
Trabalhos de complexos do tipo cis-RuII(bpy)2L2[53, 54] tem mostrado que a
back-bonding do tipo dπ(Ru) Æ L estabiliza os níveis dos orbitais dπ(Ru) mas permite que os níveis π*(bpy) não sejam relativamente afetados. Como uma conseqüência, as energias das transições de transferência de carga metal-ligante (MLCT) para uma série
de complexos relacionados provêem da habilidade do grupo L de funcionar como um
ligante π-receptor quando coordenado a Ru(II). Por este raciocínio, os ligantes isonicotinamida, imidazol e o nitrito funcionam como forte π-receptor de elétrons mais do que os ligantes piridina e acetonitrila nos complexos do tipo [RuII(bpy)2(py)L], onde
300 400 500 600 700 800 0.0
0.2 0.4 0.6 0.8 1.0
Ab
s
Comprimento de Onda (nm)
FIGURA 03 – Espectros eletrônicos do complexo cis-[Ru(bpy)2ImNNO2](PF6)
em: (―)água e (―) acetonitrila. [Ru] = 2,5 x 10-5 Mol L-1.
300 400 500 600 700 800
0.0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0 1.2 1.4
Ab
s
FIGURA 04 – Espectros eletrônicos do complexo cis-[Ru(bpy)2IsnNO2](PF6) em:
(―)água e (―) acetonitrila. [Ru] = 3,5 x 10-5 Mol L-1.
300 400 500 600 700
0.00 0.25 0.50 0.75 1.00 1.25 1.50
Ab
s
Comprimento de Onda (nm)
FIGURA 05 – Espectros eletrônicos dos complexo cis-Na[Ru(bpy)2SO3NO2] em:
(―)água e (―) acetonitrila. [Ru] = 2,56 X 10-5 Mol L-1.
O espectro eletrônico do complexo cis-[Ru(bipy)2SO3H2O] em água é
apresentado na figura 6 e sendo encontrados na tabela 1, os valores dos seus
respectivos coeficientes de extinção molar, bem como suas atribuições. As bandas de
maior energia em 243 e 294 nm (ε ≈ 104 Mol L-1 cm-1) são atribuídas a transição interna do ligante bipiridina do tipo π Æ π* , já que as mesmas encontram-se no espectro eletrônico da bipiridina livre. As bandas em 340 nm (ε = 5.32 × 103 Mol L-1 cm-1) e 464 nm (ε = 3.78 × 103 Mol L-1 cm-1) observada neste complexo são atribuídas a transições de transferência de carga do metal para o ligante (MLCT) do tipo dπ(Ru) Æ π*( bpy), com base nos altos valores para os coeficientes de extinção molar e comparação feita
com complexos semelhantes relacionados na literatura[58].
O aparecimento de duas bandas de transferências de carga bem definidas, com
coeficientes de extinção molar muito próximo, são característicos de sistemas na
trans apresentam uma diferença significativa nos valores de
ε
para essas duas bandas. Normalmente a banda em torno de 465 nm apresenta um deslocamento para menorenergia e um aumento no seu coeficiente de extinção molar. Um exemplo disso são
íons os complexos cis e trans-[Ru(bpy)2(H2O)2]2+ [59, 60], onde o isômero cis apresenta
as bandas de absorção em 387 e 480 nm, e isômero trans apresenta um deslocamento
das bandas de absorção para 427 e 495 nm. Com base nos dados obtidos, o complexo
cis-[Ru(bipy)2SO3H2O] apresenta uma conformação isomérica cis.
300 400 500 600 700
0.0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0
Ab
s
Comprimento de Onda (nm)
FIGURA 06 – Espectros eletrônicos do complexo cis-[Ru(bpy)2SO3H2O] em
TABELA 1- Dados de UV-visível para os íons complexos cis -[Ru(bpy)2LNO2](PF6)n, em água.
Complexos λ (nm) (ε, mol-1 Lcm-1) Atribuição
Água Acetonitrila
cis-[Ru(bpy)2ImNNO2](PF6) 243 (2,19 × 104) 243 (2,25 x 104) IL (π→π∗(bpy)) 286 (4.45 × 104) 289 (4.25 × 104) IL (π→π∗(bpy))
412 (7,3 × 103) 340 (7,15 × 103) MLCT (dπRuII→π∗(bpy))
- 475 (8,3 × 103) MLCT (dπRuII→π∗(bpy))
cis-Na[Ru(bpy)2SO3NO2] 242 (1,25 x 104) 242 (1,35 x 104) IL (π→π∗(bpy)) 286 (6,20 x 104) 289 (6,45 x 104) IL (π→π∗(bpy)) 405 (1,02 x 103) 420 (1,22 x 103) MLCT (dπRuII→π∗(bpy)) cis-[Ru(bipy)2IsnNO2](PF6) 243(1,80 x 104) 242 (1,95 x 104) IL (π→π∗(bpy))
285(3,75 x 104) 290 (3,92 x 104) IL (π→π∗(bpy)) 408(9,04 x 103) 340 (9,24 x 103) MLCT (dπRuII→π∗(bpy))
- 440 (9,36 x 103) MLCT (dπRuII→π∗(bpy)) Cis-[Ru(bipy)2SO3H2O] 243 (1,67 × 104) - IL (π→π∗(bpy))
294 (4,18 × 104) - IL (π→π∗(bpy))
4.1.2. Espectroscopia Vibracional na Região do infravermelho
A espectroscopia vibracional é uma técnica de análise na qual se utiliza radiação
eletromagnética para testar o comportamento vibracional de moléculas observando-se
a absorção ou espalhamento dessa radiação. Esta, tem sido utilizada como técnica
para análises tanto qualitativa quanto quantitativa, sendo extremamente útil na
elucidação de eventos que podem ser associados ao movimento vibracional, tais como
a identificação de grupos químicos, tautômeros, interações intermoleculares, modos de
coordenação em complexos metálicos e outros[61-66].
Os espectros vibracionais na região do infravermelho dos complexos cis
-[Ru(bpy)2ImNNO2](PF6), cis-Na[Ru(bpy)2SO3NO2] e cis-[Ru(bpy)2IsnNO2](PF6) em
pastilha de Kbr são apresentados nas Figura 7, 8, 9, 10, 11 e 12 respectivamente e
sendo resumidas na tabela 2 as atribuições das bandas para todos os complexos. A
partir dos resultados obtidos, foi observada banda do ligante imidazol em torno de 2958
e 2874 cm-1, atribuída ao estiramento simétrico CH do anel imidazólico; e em torno de
1465 cm-1, associada a estiramentos simétricos C=C. Também foram verificadas bandas características do ligante bipiridina em torno de 3138 cm-1, atribuída ao νC-H, em torno de 1465 e 1443 cm-1, associada aos estiramentos simétricos C=C e C=N, respectivamente e em torno de 767 cm-1 referente à deformação C-H.
Em relação ao complexo com o ligante isonicotinamida foram observadas
bandas típicas deste ligante em 3454 cm-1 associada ao estiramento simétrico N-H; em 3120 e 3080 cm-1 referente ao estiramento simétrico C-H e em torno 1684 cm-1 atribuída ao estiramento simétrico C=O. Além disso, foram verificadas bandas
características do ligante bipiridina, bem como as bandas características do ligante
nitro coordenado via átomo de nitrogênio.
O aparecimento das bandas na região de 1340 e 1280 cm-1 nos complexos cis -[Ru(bpy)2ImNNO2](PF6), cis- [Ru(bpy)2IsnNO2](PF6) e cis-Na[Ru(bpy)2SO3NO2],
atribuída aos estiramentos simétrico e assimétrico do grupo NO2-, mostrou que este
ligante também faz parte da esfera de coordenação. Este resultado mostra que a
coordenação deste ligante se dar via átomo de nitrogênio, visto que a diferença entre o
estiramento assimétrico e simétrico está abaixo de 100 cm-1. De acordo com
Nakamoto[66, 67], quando se obtém uma diferença mínima entre os dois modos
vibracionais a coordenação deste ligante se dar pelo nitrogênio. Se o nitrito estiver
dados de infravermelhos dos complexos deste trabalho, verifica-se que este ligante
encontra-se coordenado ao centro metálico via átomo de nitrogênio.
O complexo com o ligante sulfito além de serem observadas bandas associadas
a bipiridina, também apresentaram bandas típicas em torno de 1031, 962, 626 e 516
cm-1 associada aos quatro modos de estiramento do grupo SO. O ligante sulfito livre pertence ao grupo de simetria C3v, sendo observadas quatro freqüências vibracionais
em 967, 933, 620 e 469 cm-1 associadas aos estiramentos ν1(Α1), ν3(E), ν2(Α1), e ν4(E)
deste ligante, ativas no infravermelho[66]. Se a coordenação deste ligante com o íon
metálico ocorrer pelo enxofre, a simetria do íon livre é preservada, e na região de 900
cm-1 aparece uma única banda associada a vibração duplamente degenerada ν3(E). Se
a coordenação for pelo átomo de oxigênio, a simetria neste ligante diminui para Cs,
causando a quebra dessa degenerescência. Com isso, ocorre o aparecimento no
espectro de duas bandas na região de 1000 cm-1, referente a ν3(E). Os dados de
infravermelho para o complexo apresentado aqui são consistentes com a simetria C3V,
e mostram que o sulfito encontra-se coordenado ao Ru(II) com um ligante
monodentado via átomo de enxofre[66, 68-70].
3 5 0 0 3 0 0 0 2 5 0 0 2 0 0 0 1 5 0 0 1 0 0 0 5 0 0 0
2 0 4 0 6 0 8 0 1 0 0
8 4 4 1 0 7 0
5 5 9
7 6 5 1 4 6 5 1 2 8 0
1 3 4 0 2 8 7 4
2 9 5 8 3 1 3 8
% T
N ú m ero d e O n da (cm-1)
1 6 0 0 1 4 0 0 1 2 0 0 1 0 0 0 8 0 0 6 0 0 4 0 0 0 2 0 4 0 6 0 8 0 1 0 0
1 4 4 5 1 4 6 5
1 2 8 0
1 3 4 0
1 0 7 0
7 6 5
5 5 9
% T
N ú m e r o d e O n d a ( c m- 1)
FIGURA 08 – Espectro vibracional na região do infravermelho do complexo cis -[Ru(bpy)2ImNNO2](PF6), de 1700 a 400 cm-1.
3 5 0 0 3 0 0 0 2 5 0 0 2 0 0 0 1 5 0 0 1 0 0 0 5 0 0 3 0 4 0 5 0 6 0 7 0 8 0 9 0 1 0 0
8 4 6 5 5 7
7 6 9
1 3 0 1 1 3 3 6
1 4 6 7
1 6 8 5 3 4 5 4
3 0 8 0
3 2 0 7
% T
N ú m e ro d e O n d a (c m-1)
1 8 0 0 1 6 0 0 1 4 0 0 1 2 0 0 1 0 0 0 8 0 0 6 0 0 3 0 4 0 5 0 6 0 7 0 8 0 9 0 1 0 0
5 5 7
7 6 9
8 4 5 1 2 9 5
1 3 3 7 1 4 4 3 1 4 6 7
1 6 8 5
% T
N ú m e r o d e O n d a ( c m- 1)
FIGURA 10 – Espectro vibracional na região do infravermelho do complexo cis- [Ru(bpy)2IsnNO2](PF6), de 1800 a 400 cm-1.
3500 3000 2500 2000 1500 1000 500
0 20 40 60 80 100 1442 767 962 1031 1271 3076 3113 % T
Número de Onda (cm-1)
1 6 0 0 1 4 0 0 1 2 0 0 1 0 0 0 8 0 0 6 0 0 4 0 0 2 0
4 0 6 0 8 0 1 0 0
6 2 5 1 6 0 5
1 4 7 0 1 4 4 5
1 2 7 2
7 6 9
9 6 1 1 0 3 4
% T
N ú m e r o d e O n d a ( c m- 1)
TABELA 2- Dados de infravermelho dos compostos cis-[Ru(bpy)2L(NO2)](PF6)n em
pastilha de KBr.
L Número de onda (cm-1) Atribuição
ImN 3352 e 3138 (F) ν(N−H)
2958 (F) e 2874(F) ν(C−H)
1465 (M) ν(C=N)
1443 (M) ν(C=C)
1340 (M) νassim(N−O2-)
1280 (M) νsim (N−O2-)
765 (F) δ(C−H)
844, 559 (mF) ν(P−F6-)
Isn 3454 (F) ν(N−H)
3120 e 3080 (M) ν(C−H)
1685 (F) ν(C=O)
1467 ν(C=N)
1400 e 1443 (M) ν(C=C)
1337 (F) νassim(N−O2-)
1295 (F) νsim (N−O2-)
769 (F) δ(C−H)
845, 557 (mF) ν(P−F6-)
SO3-2 3113 (M) e 3076 (M) ν(C−H)
1564, 1469 (M) ν(C=N)
1442 (M) ν(C=C)
1305, 1271 (mF) νassim e νsim (N−O2-)
1031 (F) ν3(E) SO3-2
962 (F) ν1(Α1)
626 (M) ν2(Α1)
516 (M) ν4(E)
767 (F) δ(C−H)
O espectro vibracional na região do infravermelho do complexo cis
-[Ru(bipy)2SO3H2O] é apresentado nas Figuras 13 e 14, sendo resumida na tabela 3 as
freqüências vibracionais e suas atribuições. Foram verificadas bandas características
do ligante bipiridina em torno de 3138 cm-1, atribuído ao estiramento simétrico C-H; em 1590, 1443 e 1408 cm-, associada aos estiramentos simétricos C=C e C=N, respectivamente e em torno de 767 cm-1 referente à deformação C-H. O espectro vibracional apresentou quatro bandas referentes aos modos vibracionais do ligante
sulfito. Os dados de infravermelho para este complexo são consistentes com a simetria
C3V do ligante sulfito, e mostram que o mesmo encontra-se coordenado ao Ru(II) como
um ligante monodentado via átomo de enxofre[66, 68, 69].
3 5 0 0 3 0 0 0 2 5 0 0 2 0 0 0 1 5 0 0 1 0 0 0 5 0 0
3 0 4 0 5 0 6 0 7 0 8 0
763 599
731 1010
1104 1442
2985 3152
% T
N ú m ero de O nda (cm-1)
1 6 0 0 1 4 0 0 1 2 0 0 1 0 0 0 8 0 0 6 0 0 4 0 0 3 0
4 0 5 0 6 0 7 0 8 0
1402
1442
599 731
763 1010
1104
% T
N ú m ero d e O n d a (cm-1)
FIGURA 14 – Espectro vibracional na região do infravermelho do complexo cis- [Ru(bpy)2SO3H2O], de 1700 a 400 cm-1.
TABELA 03- Dados de infravermelho dos compostos cis-[Ru(bpy)2SO3H2O] em
pastilha de KBr.
Número de onda (cm-1) Atribuição
3152 (F) ν(C−H)
2985 (F)
1442 (M) ν(C=N)
1402 (M) ν(C=C)
1104 (F) ν3(E) SO3-2
1010 (F) ν1(Α1)
731 (F) ν2(Α1)
599 (F) ν4(E)
763 (F) δ(C−H)
4.1.3. Voltametria Cíclica
A voltametria é uma técnica bastante utilizada na química inorgânica,
físico-química e biofísico-química para propostas analíticas, incluindo estudos fundamentais de
processos de oxidação e redução em vários meios. Especificamente, no estudo dos
compostos de coordenação, o uso dessa técnica permite a avaliação dos potenciais
formais de redução das espécies metálicas, os quais podem ser correlacionado com os
tipos de interação metal-ligante (π e σ)[70-72]. Além disso, diversas outras aplicações tais como monitoramento de reações de isomerização, de transferências de
elétrons[73, 74] e de substituição[75, 76], na avaliação do grau de acoplamento entre
centros metálicos de espécies polinucleares[71, 77-80], medidas de pKa e
determinação de constantes de equilíbrio[70, 81, 82].
O voltamograma cíclico de uma solução contendo o íon complexo cis
-[Ru(bpy)2ImNNO2]+, é apresentado na Figura 15. O valor do potencial de meia-onda
para esse complexo encontra-se relacionado na tabela 4. Observa-se claramente a
existência de um único processo quase - reversível com E1/2 = + 745 mV, vs Ag/AgCl,
referente ao par redox RuIII/II.
A partir da análise do voltamograma do íon complexo cis-[Ru(bpy)2ImNNO2]+,
observa-se que a introdução de uma molécula de nitrito e do imidazol conferiu uma
maior estabilidade ao centro metálico, na forma reduzida (RuII), visto que os mesmos apresentaram potenciais de meia-onda (E1/2) mais positivo com relação ao complexo
precursor, o cis-[Ru(bpy)2Cl2], o qual possui um potencial de meia-onda de 590 mV[59]
nas mesmas condições experimentais. Com relação ao complexo cis
-[Ru(bpy)2IsnNO2](PF6) (figura 16), observa-se à existência de um processo
quase-reversível com um valor de E1/2 = + 965 mV, vs Ag/AgCl, referente ao processo de
oxido-redução do centro metálico, RuIII/II. Verifica-se que o ligante isonicotinamida conferiu uma maior estabilidade ao rutênio, na sua forma reduzida do que o complexo
com imidazol. Isto se deve a uma maior capacidade π receptora deste ligante, que confere uma maior deficiência no centro metálico e conseqüentemente, dificultando o
processo de transferência de elétrons.
Em relação ao complexo cis-Na[Ru(bipy)2SO3NO2] (figura 17), observa-se que
houve uma desestabilização no centro metálico, na sua forma reduzida, o qual
-[Ru(bipy)2Cl2][59]. Isto ocorre em virtude do forte poder σ doador do ligante sulfito, que
provoca um aumento na densidade eletrônica do centro metálico e, conseqüentemente,
facilita o processo de transferência de elétrons que ocorre entre o centro metálico de
RuII e o eletrodo.
Devido ao efeito retirador de densidade eletrônica causada pelos ligantes:
Imidazol, isonicotinamida e nitrito, no centro metálico de Ru(II), o valor de E1/2 pra o par
redox RuIII/II no cis-[Ru(bpy)2LNO2]+ ocorre em potencial mais positivo do que o cis
-[Ru(bpy)2Cl2]. Esta observação é concordante com os resultados obtido no UV-visível,
visto que estes ligantes provocaram um maior desdobramento nos orbitais dπ do rutênio, provocando um aumento de energia nas transferências de carga dos orbitais
dπ do rutênio para os orbitais π* da bipiridina. Já com o ligante sulfito, esta observação não é concordante com os dados obtidos no Uv-visível. Isto se deve, provavelmente, a
forte interação que ocorre entre os orbitais d do rutênio e do enxofre, fazendo com que
haja uma maior desdobramento entre os orbitais dπ do metal e, conseqüentemente, um deslocamento das bandas de transferências de carga (MLCT) do tipo dπ(Ru) Æπ*(bpy) para maiores energias.
900 850 800 750 700 650 600 550 500 -10
-5 0 5
C
o
rre
n
te
(
μΑ
)
Potencial (mV)
FIGURA 15 – Voltamograma cíclico de uma solução aquosa, NaCF3COO 1,0
Mol L–1, contendo o íon complexo cis-[Ru(bpy)2ImNNO2]+. Potencial aplicado usando
1050 1000 950 900 850 800 750 700 -20
-15 -10 -5 0 5
C
o
rren
te
(μ
A
)
Potencial (mV)
FIGURA 16 – Voltamograma cíclico de uma solução aquosa, NaCF3COO 1,0
Mol L–1, contendo o íon complexo cis-[Ru(bipy)2IsnNO2]+. Potencial aplicado usando
eletrodo de carbono vítreo como trabalho, e Ag/AgCl como referência. V = 100 mV/s.
600 550 500 450 400 350 300 250 200
-100 -50 0 50 100
Cor
ren
te
(
μ
A)
Potencial (m V)
FIGURA 17 – Voltamograma cíclico de uma solução aquosa, NaCF3COO 1,0
Mol L–1, contendo o íon complexo cis-[Ru(bipy)2SO3NO2]–. Potencial aplicado usando
O voltamograma cíclico, de uma solução contendo o íon complexo cis
-[Ru(bipy)2SO3H2O], é apresentado na Figura 18. Observa-se que a introdução de duas
moléculas de bipiridina na esfera de coordenação do centro metálico conferiu uma
maior estabilidade ao centro metálico, na forma reduzida, visto que o mesmo
apresentou um potencial de meia-onda, E1/2 = + 380 mV, valor este mais positivo com
relação ao complexo trans-[Ru(NH3)4SO2(H2O)]2+, o qual tem valor de E1/2 = + 240 mV
nas mesmas condições experimentais. Isto ocorre devido ao poder π receptor deste ligante, que provoca uma diminuição na densidade eletrônica no rutênio. Com relação o
cis-[Ru(bpy)2Cl2], verifica-se que houve uma desestabilização no processo
eletroquímico referente ao par redox RuIII/II. Isto se deve ao forte poder σ doador do ligante sulfito, que confere uma maior densidade eletrônica no centro metálico e
conseqüentemente, facilita o processo de transferência de carga.
800 600 400 200 0 -200 -400
-20 -10 0 10 20
C
o
rre
n
te
(
μΑ
)
Potencial (mV)
FIGURA 18 – Voltamograma cíclico de uma solução aquosa, NaCF3COO 1,0
Mol L–1, contendo o íon complexo cis-[Ru(bipy)2SO3H2O]. Potencial aplicado usando