• Nenhum resultado encontrado

MINERAÇÃO SUSTENTÁVEL DA ROCHA COQUINA NA PENÍNSULA DE SANTA ELENA, PROVÍNCIA DEL GUAYAS – EQUADOR

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2018

Share "MINERAÇÃO SUSTENTÁVEL DA ROCHA COQUINA NA PENÍNSULA DE SANTA ELENA, PROVÍNCIA DEL GUAYAS – EQUADOR"

Copied!
137
0
0

Texto

(1)

UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO ESCOLA DE MINAS

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE MINAS

MINERAÇÃO SUSTENTÁVEL DA ROCHA COQUINA NA

PENÍNSULA DE SANTA ELENA, PROVÍNCIA DEL GUAYAS –

EQUADOR

AUTOR: WILMER JOSÉ VÁSQUEZ GRANDA

ORIENTADOR: Prof. Dr. Hernani Mota de Lima

Ouro Preto Julho/2005

(2)

MINERAÇÃO SUSTENTAVEL DA ROCHA COQUINA NA

PENÍNSULA DE SANTA ELENA, PROVÍNCIA DEL

GUAYAS-EQUADOR

AUTOR: WILMER JOSÉ VÁSQUEZ GRANDA

Esta dissertação foi apresentada em sessão pública e aprovada em 15

de julho de 2005, pela Banca Examinadora composta pelos seguintes

membros:

Prof. Dr. Armando Corrêa de Araújo (UFMG)

Prof. Dr. Wilson Trigueiro de Souza (UFOP)

(3)
(4)

AGRADECIMENTOS

Os meus sinceros agradecimentos a todas as pessoas e instituições que contribuíram para a realização desta dissertação, em especial:

- Ao Prof. Dr. Hernani Mota de Lima pela positiva orientação e grande apoio durante toda a realização deste trabalho;

- Aos Professores do PPGEM da Escola de Minas da UFOP por compartilhar seus conhecimentos e experiências;

- Ao Eng. Fernando Díaz, Chefe de Obras da Companhia CM Construções, pelo apoio prestado para a realização deste trabalho;

- À Companhia CM Construções e Cooperativa Tablazo 1 pelas facilidades oferecidas na realização deste trabalho;

- À Dra. Cecília Paredes, Diretora do Projeto VLIR-ESPOL Componente VI, pelo apoio constante;

- Ao Dr. Paul Carrión, Diretor do CICYT, pelo apoio constante;

- Ao Téc. Julio Garcia, Laboratorista de mecânica de rochas, pela ajuda na realização dos ensaios;

- Aos funcionários dos laboratórios da Universidade Federal de Ouro Preto e da Escuela Superior Politécnica del Litoral onde foram executados os ensaios;

(5)

RESUMO

Desenvolvimento Sustentável é um conceito novo, surgido no final do século passado. Por isso, sua compreensão e absorção pela sociedade talvez seja ainda o primeiro desafio do novo milênio. A mineração, embora sendo uma das primeiras atividades impulsionadas pela centelha do gênio humano, tem sido uma das menos aceitas dentro do novo arcabouço conceitual de desenvolvimento sustentável. O desenvolvimento sustentável da mineração seria possível se fosse planetária, para isso, os paises mais ricos teriam de contribuir para o desenvolvimento dos mais pobres, com aporte de recursos financeiros, tecnológicos e humanos, além de diminuírem seus próprios níveis de consumo.

A Península de Santa Elena é um pólo de desenvolvimento econômico, turístico e agro-industrial do Equador, uma vez concluída a transposição das águas do rio Daule. No Morro Tablazo desenvolve-se a explotação da coquina em pequena escala tanto artesanal quanto pouco mecanizada. A sustentabilidade dessa mineração apóia-se no desenvolvimento integral da população local, seja com a geração de empregos, fomento ao artesanato, melhora na qualidade de vida, e fornecedora de matérias primas para múltiplas atividades que se realizam na região.

(6)

ABSTRACT

Sustainable development is a new concept, arisen at the end of last century. For that reason, their understanding and absorption by the society may be are the first challenge of the new millennium. The mining, being one of the first activities impelled by the human being, it has been one of those fewer accepted inside the new conceptual wealth of the sustainable development. The sustainable development of mining would be possible if it was global, for that, the richest countries would have to contribute for the development of the poorest ones, with contributions of financial, technological and human resources, besides diminishing their own consumption levels.

Santa Elena's Peninsula is a pole of economic, tourist and agro industrial development in Ecuador, once concluded the transposition of the river Daule´s waters. In the Cerro Tablazo the coquina exploitation is unwrapped in small mining so artisanal as much as few mechanics. The sustainable of that mining rests on in the local population's integral development, being with the generation of employments, development of the handcrafts, improvement of the quality of life, and supplying raw material for the multiple activities that are carried out in the region.

(7)

SUMÁRIO

Agradecimentos iii

Resumo iv

Abstract v

Sumário vi

Lista de Figuras x

Lista de Tabelas xiii

Lista de abreviaturas e siglas xv

CAPÍTULO I – INTRODUÇÃO

1.1 Apresentação 1

1.2 Objetivos 2

1.3 Localização 3

1.4 Vias de acesso 4

1.5 Geomorfologia e topografia 5

1.6 Solo 5

1.7 Clima 6

1.7.1 Precipitação 6

1.7.2 Temperatura 7

1.7.3 Umidade relativa 7

1.7.4 Vento 7

1.8 Hidrologia 7

1.9 Meio biótico 8

1.10 Geologia Estrutural da Costa Equatoriana 8

1.10.1 Geologia Pré-Quaternária da Península de Santa Elena 11 1.10.2 Geologia do quaternário da Península de Santa Elena 12

1.11 Metodologia 13

1.11.1 Pesquisa Bibliográfica 13

1.11.2 Trabalho de Campo 13

(8)

CAPÍTULO II – PENÍNSULA DE SANTA ELENA

2.1 A Península de Santa Elena na Pré-História 15

2.2 Evolução Histórica da Península de Santa Elena 16 2.3 História Demográfica da Península de Santa Elena 17

CAPÍTULO III – PEQUENA MINERAÇÃO ARTESANAL E POUCO MECANIZADA

3.1 Pequena Mineração. 28

3.2 Pequena mineração de minerais não metálicos no Equador. 30 3.2.1 Definição de mineração a pequena escala segundo a legislação

equatoriana. 31

3.2.2 Tipos de atividades de mineração de minerais não metálicos no

Equador. 32

3.3 Organizações da pequena mineração no Equador. 33 3.4 Impactos da pequena mineração no contexto nacional. 34

3.4.1 Desenvolvimento local. 34

3.4.2 Emprego e salário. 36

3.5 Condições de trabalho dentro das distintas formas de mineração. 37 3.6 Implicações sociais das distintas atividades mineiras. 39 3.7 Principias conflitos detectados na mineração. 39

3.8 Meio ambiente. 39

3.8.1 Visão ambiental da mineração no Equador. 41

3.9 Explotação no Morro Tablazo. 43

3.9.1 Explotação de coquina em pequena escala e pouco mecanizada. 44

3.9.2 Cálculo das reservas 44

3.9.3 Características da explotação de Coquina a pequena escala e pouco

mecanizada. 45

3.9.4 Explotação artesanal da Coquina em pequena escala. 49 3.9.5 Identificação dos possíveis impactos ambientais 56 3.9.5.1 Ações impactantes na explotação de coquina produzida pela

CM Construcciones. 56

(9)

3.9.5.3 Ações impactantes na explotação de Coquina produzidas pela

Cooperativa Tablazo 1. 62

3.9.5.4 Meios afetados pela explotação de Coquina da Cooperativa

Tablazo 1. 62

CAPÍTULO IV CARACTERIZAÇÃO MINERALOGICA E TECNOLÓGICA

4. Caracterização Tecnológica. 67

4.1 Análise Petrográfica. 67

4.2 Análise Petrológica. 68

4.3 Análise de Difração de Raios-X. 70

4.4 Análise Química. 73

4.5 Análise Físico-Mecânico. 73

4.6 Usos da Coquina. 76

4.6.1 Rocha Ornamental. 76

4.6.2 Agregado de Construção. 81

4.6.2.1 Preços comparativos dos materiais de construção. 85

4.6.3 Quebra Ondas. 86

4.6.4 Objetos de Cantaría e Artesanatos. 88

4.6.5 Fonte de Carbonato de Cálcio. 91

CAPÍTULO V – DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

5.1 Desenvolvimento Sustentável. 93

5.2 Indicadores de Sustentabilidade. 97

5.2.1 Indicador de Sustentabilidade. 98

5.2.1.1 IGS para a pequena mineração pouco mecanizada realizada pela

CM Construcciones. 100

5.2.1.2 IGS para a pequena mineração artesanal realizada pela

Cooperativa Tablazo 1. 101

(10)

5.2.2.2 Indicador de tipo econômico (ITE). 103 5.2.2.3 Indicador de tipo ambiental (ITA). 104 5.2.2.4 Indicador de tipo social (ITS) 105 5.2.3 Estimação dos indicadores da sustentabilidade da pequena mineração e

pouco mecanizada realizada pela CM Construcciones. 106 5.2.4 Estimação dos indicadores da sustentabilidade da pequena mineração

artesanal realizada pela Cooperativa Tablazo 1 no Morro Tablazo. 108

CONCLUÇÕES 110

RECOMENDAÇÕES 112

(11)

LISTA DE FIGURAS

Figura 1a - Situação do Equador na América do Sul. 3 Figura 1b - Situação da Península de Santa Elena (PSE) no interior do território

equatoriano. 3

Figura 2 - Localização do quadrilátero de prospecção (em vermelho) no Morro

Tablazo. 4

Figura 3 - Vias de acesso para o Morro Tablazo. 4 Figura 4 - Solo negro de algodão na área de estudo no Morro Tablazo. 5

Figura 5 - Mapa de climas do Equador. 6

Figura 6 - Meio biótico do Morro Tablazo. 8

Figura 7 - Mapa estrutural simplificado da costa equatoriana. 9 Figura 8 - Estratigrafia do levantamento de Santa Elena. 11

Figura 9 - Moinho de pedra coquina utilizado para moenda de milho principalmente pelos primeiros habitantes da Península de Santa Elena. 15 Figura 10 – História demográfica da Península de Santa Elena baseada nos

censos nacionais efetuados ao longo da vida republicana do Equador. 18 Figura 11 – Evolução demográfica da População Economicamente Ativa (PEA)

e da População Economicamente Inativa (PEI) da Península de Santa Elena. 20 Figura 12 - População economicamente ativa (PEA) e população

economicamente inativa (PEI) da Península de Santa Elena dividida em sexos

nos dois últimos censos. 22

Figura 13 – Índices de crescimento de um censo em relação ao anterior nos

municípios peninsulares. 23

Figura 14- Índices de crescimento populacional nos municípios peninsulares. 24 Figura 15 – Distribuição das moradias na Península de Santa Elena por setor

urbano e rural nos censos de 1990 e 2001. 26

Figura 16 – Distribuição da moradia própria e alugada na Península de Santa

Elena no censo de 2001. 27

Figura 17 - Explotação da coquina a Pequena Escala no Morro Tablazo 43 Figura 18 - Localização da explotação da coquina pouco mecanizada (Rancho

(12)

Figura 19 - Instalações da CM Construcciones no Morro Tablazo. 45 Figura 20 - Explotação a céu aberto pelo método de bancos descendentes. 46 Figura 21 - Desmonte da coquina realizado pela CM Construcciones. 47 Figura 22 - Pilha de estéreis com sistema bota-fora ou ponta de aterro. 48 Figura 23 - Explotação Artesanal da coquina em pequena escala realizada pela

Cooperativa Tablazo 1 no Morro Tablazo. 49

Figura 24 - Explotação artesanal da coquina a pequena escala. 51

Figura 25 - Meios de transporte artesanal. 52

Figura 26 - Método de explotação por bancos descendentes. 52

Figura 27 - Processamento da coquina. 53

Figura 28 - Processamento da coquina, redução manual da coquina com

emprego de ferramentas básicas. 54

Figura 29 - Veículo alugado para transporte de coquina comercializada, a carga

é feita a mão como todo o processo artesanal. 55

Figura 30 - Lâminas delgadas de coquina 70

Figura 31 - Difractogramas das amostras de coquina do Morro Tablazo. 73 Figura 32 – Corpos de prova e diversos ensaios efetuados para realizar a

caracterização tecnológica da coquina. 74

Figura 33 - Usos da coquina como superfícies antideslizantes de baixo tráfego. 77 Figura 34 - Uso da coquina como chapas e blocos no revestimento de

edificações na Península de Santa Elena. 78

Figura 35 - Uso da coquina como blocos de pedra para construção. 79 Figura 36 - Uso da coquina como elemento decorativo de interiores e exteriores. 80 Figura 37 - Uso da coquina como revestimento contra a corrosão marina. 81 Figura 38 - Uso da coquina do Morro Tablazo como agregado de construção. 81 Figura 39 - Curvas granulométricas para base classe 1 tipo A e gradação para

agregado de mistura asfáltica tamanho 12,5 mm. 82

Figura 40 - Uso da coquina como agregado para concreto. 83 Figura 41 – Uso da coquina como agregado para sub-base, base e asfalto na

construção de ruas na Península de Santa Elena. 84

Figura 42 - Seção transversal de um atracadouro típico de enrocamento. 86 Figura 43 – Uso da coquina na construção de quebra ondas no Município de La

(13)

Figura 44 - Reativação econômica e turística na área dos quebra ondas do

Município de La Libertad. 88

Figura 45 - Uso da coquina como matéria prima para cantaría. 89 Figura 46 - Decoração para aquário feita com coquina. 89 Figura 47 - Esculturas elaboradas com coquina na Península de Santa Elena. 90

Figura 48 - Objetos arqueológico peninsulares. 90

Figura 49 - Uso da coquina do Morro Tablazo como fonte de carbonato de

cálcio. 92

(14)

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Síntese das principais unidades pré-quaternárias do setor centro-norte

da costa equatoriana. 12

Tabela 2 – Cronologia dos principais acontecimentos ocorridos na Península de Santa Elena desde a pré-história até a atualidade. 17

Tabela 3 – História demográfica da Península de Santa Elena baseada nos censos nacionais feitos ao longo da vida republicana do Equador. 18

Tabela 4 - Evolução demográfica da População Economicamente Ativa (PEA) e da População Economicamente Inativa (PEI) da Península de Santa Elena. 19

Tabela 5 - População economicamente ativa (PEA) e população economicamente inativa (PEI) da Península de Santa Elena dividida em sexos

nos dois últimos censos. 21

Tabela 6 - Índices de crescimento de um censo em relação ao anterior nos

municípios peninsulares. 23

Tabela 7 – Índices de crescimento populacional nos municípios peninsulares. 24 Tabela 8 – Distribuição da moradia na Península de Santa Elena por setor

urbano e rural nos censos de 1990 e 2001. 25

Tabela 9 - Pequena mineração e geração de emprego em América Latina. 37 Tabela 10 - Cálculo de reservas de coquina no Morro Tablazo. 44 Tabela 11 - Cálculo de reservas de coquina para as concessões Rancho Alegre

II, III e V da CM Construcciones 45

Tabela 12 - Cálculo de reservas da coquina para a concessão Tablazo 1

pertencente a mineiros artesanais. 50

Tabela 13 - Cálculo de reservas de coquina para cada membro da Cooperativa Tablazo 1 que desenvolve uma pequena mineração artesanal. 50

Tabela 14 - Caracterização qualitativa dos impactos ambientais na explotação de coquina a pequena escala e pouco mecanizada. 59

Tabela 15 - Identificação dos possíveis impactos produzidos na explotação de coquina a pequena escala e pouco mecanizada. 61

Tabela 16 - Caracterização qualitativa dos impactos ambientais na explotação

(15)

Tabela 17 - Identificação dos possíveis impactos produzidos na explotação

artesanal de coquina. 66

Tabela 18 – Ensaios mineralógicos e tecnológicos nas normas mais importantes. 74 Tabela 19 – Normas técnicas utilizadas na caracterização físico-mecânico das

amostras de coquina. 74

Tabela 20 – Resultados dos ensaios da caracterização tecnológica da coquina do

Morro Tablazo. 76

Tabela 21 – Preços comparativos dos materiais de construção na Península de

Santa Elena. 85

(16)

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

a.C. Antes de Cristo

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas

Art. Artigo

ASTM American Society for Testing and Materials CA Caracterização Ambiental

CaCO3 Carbonato de cálcio (CaSO4(2H2O)) Gesso

CEL Caracterização Econômica Legal

CEPAL Comisión Económica para América Latina

cm Centímetros

CSC Caracterização Sócio Cultural CT Caracterização Técnica

DIREGMIN Dirección Regional de Minería

FAO Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação

h Hora

Iah Alterações do ambiente natural Ib Conteúdo bacteriológico

IBT Indicador de beneficiamento ótimo estabelecido teoricamente ICG Indicador estatístico do crescimento e planificação da cidade ICP Índice de crescimento populacional

ICPB Indicador referente ao meio físico-biótico Icus Mudanças no uso do solo

Ids Número de espécies afetadas Ids Disposição de matérias estéril Ie Incremento da erosão

Ieg Estabilidade geotécnica do maciço rochoso IEL Indicador do presente nível educativo IEP Indicador das projeções educativas Iepq Padrão físico-químico

(17)

IGM Instituto Geográfico Militar IGS Índice Global de Sustentabilidade IGS Indicador estatístico de bens e serviços IGU Indicador do crescimento da demanda

IHL Indicador dos dados da saúde nos últimos anos

IIE Indicador da importância estratégica presente do mineral em nível local e regional

ILM Indicador dos níveis presentes de migração Ilw Incremento das águas lixiviadas

IMA Indicador de acidentes mineiros Ime Notoriedade da migração das espécies

INAMHI Instituto Nacional de Metereología e Hidrologia Iol Perda da matéria orgânica

Iom Conteúdo de matéria orgânica IPBB Indicador da conduta físico-biótico IPC Indicador de custos de produção presente IPD Indicador de demanda presente no mercado IPGS Indicador da demanda de bens e serviços

IPL Indicador do nível permissível para a água, é definido como Ipl Variações do nível freático

Ippg Parâmetros físico-químicos do solo

IQSS Indicador da qualidade física e química do solo e subsolo IQW Indicador da qualidade da água

IRB Indicador do sistema de beneficiamento usado na atualidade IS Indicador da tendência de substituição do mineral

Is Sedimentação

ISM Indicador das projeções da migração

ISO Organização Internacional de Normalização

ISPQ Indicador composto por os padrões da qualidade física e química do solo

ISU Indicador das projeções do crescimento da demanda ITA Indicador de tipo ambiental

(18)

ITEM Parâmetro teórico pré-estabelecido para à extração do mineral do deposito

ITS Indicador de tipo social ITT Indicador de tipo técnico

IU Indicador do nível de urbanização periférica Iv Alterações visuais

Ivc Redução da cobertura vegetal

IVI Indicador do valor das receitas por comercialização do bem mineral IVP Indicador dos volumes de produção presente

kg/cm2 Quilograma por centímetro quadrado

Km Quilômetro

m/s Metro por segundo

m3 Metro cúbico

m3/Km Metro cúbico por quilômetro

Ma Milhões de anos

mm Milímetros

mm/ano Milímetros por ano

MPa Mega Pascais

NNE Norte Nordeste

N-S Norte Sul

NW-NE Noroeste Nordeste

ONGs Organização Não Governamentais ONU Organização das Nações Unidas p. ex. Por exemplo

PEA População economicamente ativa

PEAM População economicamente ativa em mineração PEI População economicamente inativa

PNUMA Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente PSE Península de Santa Elena

(SiO2) Quartzo

SW-NE Sudoeste Nordeste

t Tonelada

(19)

UTM Universal Transverse Mercator

WCED Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento WNW Oeste Noroeste

(20)

CAPÍTULO I

INTRODUÇÃO

1.1 APRESENTAÇÃO

Em 1900 a expectativa de vida para um cidadão americano era de 47 anos e viajava em media 1900 quilômetros ao ano, morava em casas que possuíam caixas com gelo para conservar os alimentos e luminárias de óleo para iluminar. Comunicava-se por correio e telégrafo. No ano 2000 a expectativa de vida supera os 77 anos e viaja em media 19.000 quilômetros ao ano (de automóvel somente), mora em casas com muitos aparelhos elétricos incluindo geladeiras e luminárias elétricas. A comunicação é instantânea com qualquer parte do mundo de diversas formas incluindo telefone celular e correio eletrônico (e mail), (KELLY, 2002).

O aumento da população e os desenvolvimentos tecnológicos, que melhoram a qualidade de vida das pessoas, determinam o aumento do consumo de matérias primas. Os materiais de construção como brita e areia têm importância relevante no desenvolvimento dos povos porque constituem matéria prima para a elaboração de concreto. O consumo de concreto por pessoa constitui-se em um indicador do grau de desenvolvimento dos povos.

Nos últimos 50 anos houve um acréscimo populacional na Península de Santa Elena, Equador, na ordem de 300 por cento, porém a infra-estrutura básica não acompanhou este crescimento. Para citar um exemplo, apenas uma terça parte das ruas dos municípios possuem cobertura de asfalto.

(21)

estradas, canalização das águas de chuvas, água potável e moradia utilizando matérias primas que estão sendo produzidas no Morro Tablazo melhorando a qualidade de vida da população e incentivando a economia local.

A pequena mineração realizada no Morro Tablazo é de dois tipos uma de forma artesanal e outra pouco mecanizada. As duas atividades desenvolvem-se em uma área desmatada e de clima seco onde os impactos ao meio ambiente são mínimos.

Se levamos em conta que a metade da população economicamente ativa da Península de Santa Elena encontra-se desempregada, a mineração da coquina converte-se em uma fonte geradora de empregos e dinamisadora da economia local. Além dos empregos indiretos gerados pela mineração da coquina, que é um calcário, fomenta-se a atividade artesanal das comunidades locais mediante a manufatura de artesanatos feitos com esta rocha e que são vendidos em diversas localidades da costa peninsular aos turistas nacionais e estrangeiros que as visitam. A atividade agrícola, que está experimentando crescimento significativo devido a sistemas de rego inaugurados recentemente, do mesmo modo, vê-se beneficiada ao aproveitar a coquina como fonte de carbonato de cálcio para correção dos solos peninsulares.

1.2 OBJETIVOS

A presente dissertação tem como objetivo principal estudar as formas para a factibilidade da mineração sustentável da rocha Coquina na Península da Santa Elena, possibilitando o desenvolvimento das atividades econômicas das comunas da região, sem comprometer o meio ambiente.

Outros objetivos contemplados neste trabalho incluem também a caracterização mineralógica e tecnológica da coquina do Morro Tablazo visando a determinação das aplicações da rocha como fomento das atividades econômicas da região.

(22)

1.3 LOCALIZAÇÃO

A República do Equador localiza-se no oeste da América do Sul, limitando-se ao norte com a Colômbia, no sul e leste com o Peru e a oeste com o Oceano Pacífico (Figura 1a). Este estudo foi realizado na Península de Santa Elena, Província de Guayas, Equador, localizada no centro-oeste do País (Figura 1b). A coquina utilizada para a caracterização mineralógica e tecnológica procede do Morro Tablazo, localizado no Município de Santa Elena. A área de prospecção compreende 4 quilômetros quadrados e consta de um quadrilátero cujos vértices têm por coordenadas geográficas UTM (515200, 9755750), (917200,9755750), (518200,9754000), (520200, 9754000) (Figura 2).

(23)

Figura 2 - Localização do quadrilátero de prospecção (em vermelho) no Morro Tablazo. Fonte: DIRECMIN (modificado), 2003.

1.4 VIAS DE ACESSO

O Morro Tablazo encontra-se a aproximadamente 120 quilômetros de distância de Guayaquil, segunda cidade principal do País, capital da província, o qual se acessa pela rodovia Estatal 40 (conhecida como rodovia Guayaquil-Salinas) ou pela rodovia Estatal 15(conhecida como Rota do Sol que percorre a costa centro-norte do Equador), (Figura 3).

(24)

1.5 GEOMORFOLOGIA E TOPOGRAFIA

Em geral a paisagem geomorfológica é típica de uma planície costeira. É uma savana extensa, relativamente regular, composta por colinas baixas e depressões pouco profundas. O Morro Tablazo, área do estudo, apresenta uma elevação média de 80 metros acima do nível do mar.

1.6 SOLO

O solo, da área de estudo, é conhecido como negro de algodão, com 40 a 50% de argila, em sua maior parte de montmorillonita, pouca matéria orgânica e uma elevada proporção de carbonato de cálcio (FAO, 1985). A cor varia de cinza claro a preto. Ao umedecer-se se torna muito aderente, brando e dilatado, e sua capacidade de resistência diminui. Ao secar-se o solo se contrai consideravelmente, entre 20 e 30%, com surgimento de grandes gretas na superfície. Na área de estudo, o solo tem uma potência que varia de 0,50 a 1,50 metros de espessura (Figura 4).

(25)

1.7 CLIMA

1.7.1 PRECIPITAÇÃO

A Península de Santa Elena possui duas estações climáticas muito marcadas, a estação chuvosa que vai de dezembro a maio, com mais do 88 % das precipitações anuais, e a estação seca que vai de junho a novembro, com tam só 12% das precipitações. A média de chuvas de 50 ml ao ano e caracteriza esta região como possuidora de um clima tropical seco (Figura 5).

(26)

1.7.2 TEMPERATURA

De dezembro a maio a temperatura alcança os maiores valores com uma média que oscila entre 25 a 27 graus centígrados e de junho à novembro, a área de estudo, registra médias ao redor de 23 a 25 graus centígrados.

As temperaturas extremas oscilam entre 17 e 36 graus centígrados. Este comportamento térmico indica a estacionalidade climática, isto é, temperaturas elevadas para a época chuvosa e temperaturas baixas para a época seca.

Os valores de temperatura média superiores a 26 graus centígrados coincidem com a presença do “Fenômeno El Nino”, enquanto em anos relativamente normais a temperatura média oscila no valor de 24.5 graus centígrados.

1.7.3 UMIDADE RELATIVA

A umidade relativa do ar flutua ao redor de 80%, do mesmo modo que a temperatura nos mostra um comportamento estacional correspondente as épocas chuvosas com valores médios de 80 à 87% e de 70 à 75% para os meses correspondentes a época seca.

1.7.4 VENTO

O vento dominante tem duas direções prevalecentes, uma principal que é do leste com freqüência mensal de 31% e outra secundária do norte com freqüência média do 28%. A velocidade média do vento flutua entre 2 e 4 m/s alcançando ventos máximos registrados entre 6 e 12 m/s especialmente ventos provenientes do norte e leste.

As porcentagens de calma (sem vento) apresentam uma média de 12%.

1.8 HIDROLOGIA

(27)

1.9 MEIO BIÓTICO

No Morro Tablazo não existe cobertura arbórea e a vegetação existente limita-se a presença de arbustos, capins e espinhos.

Em relação a fauna, esta praticamente desapareceu devido ao desmatamento da floresta nativa no passado. Os cactos candelabro aparecem em vários lugares do morro de forma igual ao niguito, algarrobo, moyuyo e barbasco (Figura 6).

Figura 6 - Meio biótico do Morro Tablazo.

1.10 GEOLOGIA ESTRUTURAL DA COSTA EQUATORIANA

(28)

parte da costa, mas que, geologicamente está relacionada com a geologia da Serra Andina, pertencente à Cordilheira Ocidental. O sistema de falhas que compõe este setor possui uma orientação SW-NE, sendo relacionada com a Falha Guayaquil-Babahoyo-Santo Domingo, possível zona de sutura ef. BALDOCK (1982), (Figura 7).

Segundo BALDOCK (1982) a oeste da Falha Guayaquil-Babahoyo-Santo Domingo, o padrão estrutural da costa é completamente diferente. Grandes anomalias gravimétricas positivas caracterizam a Plataforma Daule, indicando a presença de material denso, possivelmente fragmentos de costra oceânica de idade mesozóica. O setor da província do Guayas trata-se de uma área estruturalmente complexa, mostrando a justaposição de estruturas WNW (p. ex., Cordilheira de Chongón-Colonche), bacias sedimentares (p. ex., Bacia Progreso) e complexo olitostrômico alóctone (p. ex., Complexo Santa Elena).

(29)

Para norte da Cordilheira Chongón-Colonche e da Plataforma Daule, encontra-se localizada a alongada Bacia Manabí que se orienta NNE. Este setor é caracterizado por dobras e falhas SW-NE, cortadas por falhas NW-SE, que compartimentam a região em pequenas bacias e altos estruturais.

Segundo JAILLARED et. al. (2000), as significativas modificações topográficas que se

produziram sob a influência dos processos deformacionais neotectônicos (p. ex., soerguimento da costa equatoriana), foram determinadas por estudos regionais dos movimentos verticais ao longo da costa, bem como pelos estudos dos terraços marinhos soerguidos (Formação Tablazo). O fenômenos de subducção da Cordilheira de Carnegie durante o Pleistoceno Médio-Superior foi um importante parâmetro do soerguimento da costa, várias feições erosivas quaternárias ao longo da costa em elevações entre 7 e 330 metros têm sido observadas entre o Golfo de Guayaquil e a Província de Esmeraldas, sugerindo uma taxa de elevação máxima ao redor dos 0,2 mm/ano durante o Quaternário (JAILLARD et. al., 2000) Figura 8. Os processos de neotectônica ao longo da costa

equatoriana mostram um padrão de stress deformacional dominado por um sistema de extensão N-S que aumenta para norte a convergência oblíqua do Golfo de Guayaquil, possuindo uma taxa extensional média calculada em 2,5 ± 1,1 mm/ano (DUMONT et al.

(30)

Figura 8 - Estratigrafia do levantamento de Santa Elena. Fonte: Universidad Central Del Ecuador, 1998.

1.10.1 GEOLOGIA PRÉ-QUATERNÁRIA DA PENINSULA DE SANTA ELENA

(31)

Tabela 1- Síntese das principais unidades pré-quaternárias do setor centro-norte da costa equatoriana

UNIDADE IDADE LITOLOGIA

Complexo Ígneo Jurássico Superior-Cretáceo

(163 – 66,4 Ma) andesitos, diabásios, doleritos, piroxenitos e basaltos

Formação Cayo Cretáceo Superior (97,5 – 66,4 Ma)

Grauvacas, arenitos, argilitos e chert

Grupo Azucar Paleoceno-Eoceno Médio (66,4 – 43,6 Ma)

Arenitos e conglomerados

Formação San Eduardo Eoceno Médio

(52 – 43,6 Ma) calcáreos

Grupo Ancón Eoceno Médio-Superior (52 – 36,6 Ma)

Arenitos y pelitos

Formação Zapotal Eoceno Superior – Oligoceno Inferior (40 – 30 Ma)

Arenitos com intercalações de conglomerados e pelitos

Formação Tosagua Oligoceno Superior – Mioceno Inferior (30 – 16,6 Ma)

Argilitos com lentes de arenitos níveis de gipsita

Formação Progreso Mioceno Superior (11,2 – 5,3 Ma)

Arenitos, siltitos, argilitos e localmente coquinas

Fonte: Mapa Geológico del Ecuador, IGM 1974-1975

1.10.2 GEOLOGIA DO QUATERNÁRIO DA PENINSULA DE SANTA ELENA

(32)

Os sedimentos recentes estão dispersos ao longo de toda a costa equatoriana, nos diferentes ambientes sedimentares (intermediário ou misto e marinho). Segundo BOOTHROYD et al.(1994), esta variedade de ambientes tem como resultado diferente

tipo de depósitos. Segundo BALDOCK (1982), depósitos coluviais ocorrem preenchendo os vales dos rios que constituem o sistema hidrográfico atual, possuindo espessuras superiores 20 metros.

1.11 METODOLOGIA

1.11.1 PESQUISA BIBLIOGRAFICA

Esta etapa constou de uma pesquisa bibliográfica referente à mineração sustentável em pequena escala e pouco mecanizada de minerais não metálicos, tanto no âmbito equatoriano quanto mundial. Também, dentro do item revisão bibliográfica, procurou-se informação sobre as normas técnicas que regem a caracterização mineralógica e tecnológica para rochas ornamentais.

Para obter informações sócio-econômica, histórica e política da Península de Santa Elena, acedeu-se à fontes oficiais dos municípios envolvidos e do País.

1.11.2 TRABALHO DE CAMPO

O trabalho de campo consistiu em uma campanha de prospecção, no Morro Tablazo, com a coleta de amostras de coquina, que em uma fase posterior foi utilizada na confecção dos corpos de prova de ensaios de laboratório.

1.11.3 TRABALHO DE LABORATÓRIO

(33)

Nesta etapa foram realizados os seguintes estudos:

• Análise petrográfica

• Análise petrológica

• Análise de difração de raios-x

• Análise química

II Etapa: Caracterização Tecnológica.

Nesta etapa foram determinados os seguintes parâmetros:

• Massa específica aparente, porosidade aparente e absorção de água aparente

• Resistência à compressão puntiforme

• Resistência à compressão uniaxial em amostras cúbicas

• Resistência à flexão

• Resistência ao desgaste

• Resistência ao impacto de corpo duro

• Módulo de deformidade estático

• Velocidade de propagação de ondas

(34)

CAPÍTULO II

PENÍNSULA DE SANTA ELENA

2.1 A PENÍNSULA DE SANTA ELENA NA PRÉ-HISTÓRIA

A Península de Santa Elena é a terra da Cultura Valdívia. El Cholo, o indígena peninsular, era o homem de maior estatura no Equador e se dedicava à pesca, à agricultura, à navegação e ao artesanato. Segundo GUERRA (1998), encontram-se em solo peninsular tochas, ganchos em forma de cabeça de pássaro, bolinhas de pedra (verdes e azuis), facas de quartzo fino, pedras lavradas em forma de pêra, martelos de pedra, moinhos de pedra (Figura 9), desenhos de humanas no formato de cabeças, figuras com forma de animais, selos de argila e objetos de cobre em grande variedade.

(35)

A cidade de Santa Elena, desde a pré-história, foi a capital da Península de Santa Elena. Antes do descobrimento pelos espanhóis chamava-se “Sumpa”, adjetivo que em língua Chimú significa Ponta.

Segundo GUERRA (1998), o cemitério mais antigo e numeroso da América Latina foi descoberto em Las Vegas (La Libertad). Estima-se que date de 9000 anos a.C. O mais representativo da Cultura de Las Vegas é sua cerâmica expressa em cântaros, copos e Figuras feitas com fins cerimoniais e rituais.

Descobertas arqueológicas feitas por Edward Lanning em 1964, pertencem ao período pré-cerâmico e as investigações realizadas determinam que o homem chegou nas terras peninsulares a mais de 10.000 anos a.C. o que leva a concluir que a Península de Santa Elena foi povoada na pré-história.

2.2 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA PENÍNSULA DE SANTA ELENA

Em 1535, Francisco Pizarro desembarcou no balneário de Ballenita, pisando pela primeira vez nas terras equatorianas. Logo passou para Santa Elena, um lugar de pessoas alegres e dedicadas à pesca, agricultura, navegação, artesanato e ao comércio (ANDRADE, 1980). Este acontecimento trouxe consigo a mestiçagem entre as raças nativas da Península de Santa Elena e dos conquistadores espanhóis. Ademais, produziram-se mudanças nos sistemas sociais, políticos, econômicos e religiosos. Em 1605 os índios da Península de Santa Elena falavam línguas diferentes, não conheciam a escrita, cultivavam milho, se dedicavam à pesca, eram idólatras e a tatuagem foi muito praticado como uma costume comum nas tribos de toda a costa equatoriana.

(36)

Tabela 2 – Cronologia dos principais acontecimentos ocorridos na Península de Santa Elena desde a pré-história até a atualidade.

Pré-história

Na pré-história a Península de Santa Elena chamou-se Sumpa, adjetivo que em língua Chimú significa Ponta. Santa Elena sempre foi a capital da Península.

1531 Francisco Pizarro pisou pela primeira vez em terras peninsulares e equatorianas, passando logo para Santa Elena. 1763 a

1808 Mestiçagem entre índios, zambos, escravos negros e mestiços.

1820 A Península de Santa Elena perde a denominação de Tenência de Santa Elena

1839 Santa Elena alcança o grau de Município

1873 Teodoro Wolf, cientista alemão, estudou a formação quaternária marinha da Península.

1878 Realiza-se a primeira concessão internacional de petróleo na Península de Santa Elena à South American Gulf Oil Company.

1910 The Ancon Oil Company e Ecuador Limited (TAOCL) exploram petróleo na Península de Santa Elena.

1937 A paróquia de Salinas converte-se em Município

1938 Realizam-se os primeiros estudos para o tranposição das águas do rio Daule à Península de Santa Elena

1989 A paróquia rural de Playas de Guayaquil converte-se em Município 1993 A paróquia La Libertad converte-se em Município

1995

Toma força a aspiração política, econômica e social de converter a Península de Santa Elena em Província, atitude que ainda continua no presente.

2000 Criação da Universidade Estatal Península de Santa Elena (UPSE)

2002 Está em pleno funcionamento a transposição das águas do rio Daule à Península de Santa Elena incorporando 42.000 hectares à produção agrícola.

2.3 HISTÓRIA DEMOGRÁFICA DA PENINSULA DE SANTA ELENA

(37)

Tabela 3 – História demográfica da Península de Santa Elena baseada nos censos nacionais feitos ao longo da vida republicana do Equador.

Municípios 1950 1962 1974 1982 1990 2001 Santa Elena 40.077 50.227 61.714 72.490 84.010 111.671

Salinas 15.155 25.498 44.083 48.125 85.542 49.572

La Libertad* 0 13.742 26.518 41.776 53.108 77.646

Playas ** 0 0 0 0 21.490 30.045

Total 55.232 75.725 105.797 140.351 191.042 268.934

*La Libertad é considerada como Município desde o censo de 2001 **Playas é considerada como Município desde o censo de 1990 Fonte: INEC: 1950, 1962, 1974, 1982, 1990 e 2001.

Na Tabela 3 encontram-se os resultados dos censos da população efetuados na Península de Santa Elena desde 1950 até 2001. Estes valores também estão representados na Figura 10 onde se pode notar o expressivo crescimento da população ao longo do tempo. A população de La Libertad é apresentada desde o censo de 1962 devido à importância de sua evolução histórica, sem se levar em conta que foi considerada como Município apenas no censo de 2001. Na população de Salinas, desde 1952 até 1990, inclui-se a população de La Libertad. No censo de 2001 já se apresentam as populações dos Municípios de La Libertad e Salinas separadamente. Playas que está representada na Tabela 3 foi considerada como Município a partir do censo de 1990.

Figura 10 – História demográfica da Península de Santa Elena baseada nos censos nacionais efetuados ao longo da vida republicana do Equador.

0 50000 100000 150000 200000 250000 300000

1950 1962 1974 1982 1990 2001

(38)

Considerou-se população economicamente ativa (PEA) àquelas pessoas de 10 ou mais anos de idade que trabalhavam ao menos uma hora na semana, ou que ainda não trabalhavam, tinham trabalho, ou aquelas que não tinham trabalho, porém estavam em condição de desenvolver alguma atividade econômica. A população economicamente inativa (PEI) correspondeu àquelas pessoas de 10 ou mais anos que não estavam ocupadas durante a semana do censo, não procuraram trabalho durante as últimas cinco semanas e não estavam em condição de exercer alguma atividade econômica.

Tabela 4 - Evolução demográfica da População Economicamente Ativa (PEA) e da População Economicamente Inativa (PEI) da Península de Santa Elena.

MUNICÍPIOS 1950 1962 1974 1982 1990 2001 Santa Elena PEA Urbana 1.944 3.338 8.801 8.925

Santa Elena PEA Rural 14.657 13.905 36.416 26.825

Santa Elena PEA Total 13.587 14.380 16.601 17.243 45.217 35.750 Santa Elena PEI Urbana 4.918 15.095

Santa Elena PEI Rural 15.498 47.834

Santa Elena PEI Total 26.490 15.195 20.443 26.423 20.416 62.929 Salinas PEA Urbana 3.617 5.239 5.294 9.795

Salinas PEA Rural 8.368 13.172 17.074 6.458

Salinas PEA Total 5.128 7.522 11.985 18.411 22.368 16.253 Salinas PEI Urbana 4.621 15.637

Salinas PEI Rural 16.741 11.746

Salinas PEI Total 10.027 7.926 15.420 24.902 21.362 27.383 La Libertad PEA Total 3.886 7.000 10.936 27.826 26.104

La Libertad PEI Total 4.379 19.518 15.407 13.689 42.185

Playas PEA Urbana 9.020 8.246

Playas PEA Rural 2.989 1.921

Playas PEA Total 12.009 10.167

Playas PEI Urbana 4.063 13.334

Playas PEI Rural 941 3.357

Playas PEI Total 5.004 16.691

TOTAL PEA 18.715 21.902 28.586 35.654102.747 88.274 TOTAL PEI 36.517 23.121 35.863 51.325 46.782 149.188

*La Libertad é considerada como Município desde o censo de 2001 **Playas é considerada como Município desde o censo de 1990 Fonte: INEC: 1950, 1962, 1974, 1982, 1990 e 2001.

(39)

dados da evolução demográfica da PEA e PEI na Península de Santa Elena. Existe uma tendência de incremento destes dois indicadores conforme aumenta a população. O mais destacável é a diminuição da PEI no censo de 1990 devido ao “boom do camarão” ocorrido no País, ocorrido entres as décadas de 80 e 90, refletindo-se também na Península de Santa Elena, com grande requerimento de mão de obra local. Devido à baixa do preço internacional do camarão, fenômenos climáticos e, sobretudo, ao surgimento da “Mancha Negra”, doença que causa grande mortalidade ao crustáceo, a atividade camaroneira quase desapareceu na Península de Santa Elena nos finais da década dos 90. Isto pode-se ver claramente com o incremento da PEI e decréscimo da PEA no censo de 2001 tanto nos dados totais e, particularmente, no Município de Santa Elena.

Figura 11 – Evolução demográfica da População Economicamente Ativa (PEA) e da População Economicamente Inativa (PEI) da Península de Santa Elena.

A PEA e a PEI diferenciadas por sexos para os censos de 1990 e 2001 são apresentadas na Tabela 5 e Figura 12 onde nota-se que a mulher é a maior força de trabalho, tanto urbana quanto rural, e que o homem representa a maior PEI no censo

0 10000 20000 30000 40000 50000 60000 70000

1950 1962 1974 1982 1990 2001

(40)

de 1990. No censo de 2001 a situação se inverte e há um crescimento considerável da PEI devido à baixa nos preços do camarão e à dolarização.

Tabela 5- População economicamente ativa (PEA) e população economicamente inativa (PEI) da Península de Santa Elena dividida em sexos nos dois últimos censos.

1990 1990 2001 2001

CANTONES URBANA RURAL URBANA RURAL Santa Elena PEA HOMEM 4.187 18.063 6.644 22.652

Santa Elena PEA MULHER 4.614 18.353 2.281 4.173

Santa Elena PEI HOMEM 2.593 8.572 5.232 16.215

Santa Elena PEI MULHER 2.325 6.926 9.863 31.619

Salinas PEA HOMEM 5.294 17.074 7.678 5.337

Salinas PEA MULHER 5.354 17.799 2.117 1.121

Salinas PEI HOMEM 2.376 8.769 5.119 3.938

Salinas PEI MULHER 2.245 7.972 10.518 7.808

La Libertad PEA HOMEM 13.545 19.761

La Libertad PEA MULHER 14.281 6.343

La Libertad PEI HOMEM 7.119 14.277

La Libertad PEI MULHER 6.570 27.908

Playas PEA HOMEM 4.464 1.670 6.317 1.621

Playas PEA MULHER 4.556 1.319 1.929 300

Playas PEI HOMEM 2.119 528 4.578 1.046

Playas PEI MULHER 1.944 413 8.756 2.311

TOTAL PEA HOMEM 27.490 36.807 40.400 29.610

TOTAL PEA MULHER 28.805 37.471 12.670 5.594

TOTAL PEI HOMEM 14.207 17.869 29.206 21.199

TOTAL PEI MULHER 13.084 15.311 57.045 41.738 *La Libertad é considerada como Município desde o censo de 2001

(41)

Figura 12 - População economicamente ativa (PEA) e população economicamente inativa (PEI) da Península de Santa Elena dividida em sexos nos dois últimos censos.

Uma forma melhor de compreender o desenvolvimento populacional da Península de Santa Elena é através do Índice de Crescimento que corresponde a variação da população de um censo em relação ao outro. Na Tabela 6 e Figura 13 apresentam-se os índices de crescimento nos municípios peninsulares de 1950 até 2001. O mais expressivo destes dados é o vigoroso crescimento da população de La Libertad. Este incremento notável se ratifica na Tabela 7 e Figura 14 onde se apresentam os índices de crescimento dos municípios peninsulares comparando a população do primeiro censo, onde se têm registros, à do censo de 2001.

0 5000 10000 15000 20000 25000 30000 35000

1990 URBANA 1990 RURAL 2001 URBANA 2001 RURAL

(42)

Tabela 6 - Índices de crescimento de um censo em relação ao anterior nos municípios peninsulares.

Municípios 1950 1962 1974 1982 1990 2001 Santa Elena 100,00 25,33 22,87 17,46 15,89 32,93

Salinas 100,00 68,25 72,88 54,12 25,90 34,57

La Libertad 0,00 100,00 92,97 57,54 27,13 46,20

Playas 0,00 0,00 0,00 0,00 100,00 39,81

TOTAL 100,00 37,10 39,71 32,66 36,12 40,77

*La Libertad é considerada como Município desde o censo de 2001 **Playas é considerada como Município desde o censo de 1990 Fonte: INEC: 1950, 1962, 1974, 1982, 1990 e 2001.

Figura 13 – Índices de crescimento de um censo em relação ao anterior nos municípios peninsulares.

0,00 20,00 40,00 60,00 80,00 100,00

1950 1962 1974 1982 1990 2001

(43)

Tabela 7 – Índices de crescimento populacional nos municípios peninsulares.

Municípios ÍNDICE DE CRESCIMENTO POBLACIONAL (ICP) Santa Elena De 1950 até 2001 o ICP es 178,64 %

Salinas De 1950 até 2001 o ICP es 227,09 %

La Libertad De 1962 até 2001 o ICP es 465,03 %

Playas De 1990 até 2001 o ICP es 39,81 %

TOTAL De 1950 até 2001 o ICP es 386,92 % *La Libertad é considerada como Município desde o censo de 2001 **Playas é considerada como Município desde o censo de 1990 Fonte: INEC: 1950, 1962, 1974, 1982, 1990 e 2001.

Figura 14- Índices de crescimento populacional nos municípios peninsulares.

O crescimento populacional da Península de Santa Elena registrado na Tabela 7 supõe também um crescimento do número de moradias e de infra-estrutura básica, aspecto que não acompanhou a realidade. A distribuição de moradia na Península de Santa Elena por setor urbano e rural nos censos de 1990 e 2001 estão apresentados na Tabela 8 e Figura 15. Os dados mais significativos são quanto a posse da moradia

178,64%

227,09%

465,03%

39,81%

386,92%

0,00% 100,00% 200,00% 300,00% 400,00% 500,00%

Santa Elena ICP de 1950 a 2001

Salinas ICP de 1950 a 2001

La Libertad ICP de 1962 a 2001

Playas ICP de 1990 a 2001

(44)

destacando-se que as alugadas representam metade das moradias próprias nas áreas urbanas com maior população.

Tabela 8 – Distribuição da moradia na Península de Santa Elena por setor urbano e rural nos censos de 1990 e 2001.

P R O P R IA A L U G A D A G R A T U IT A P O R S E R V IC IO O U T R A T O T A L

SANTA ELENA URBANA 1990 2.108 640 296 97 5 3.146

SANTA ELENA RURAL 1990 9.507 621 847 260 33 11.268

SANTA ELENA URBANA 2001 3.922 1.377 244 152 90 5.785

SANTA ELENA RURAL 2001 14.900 999 549 462 178 17.088

SALINAS URBANA 1990 2.047 1.000 357 315 29 3.748

SALINAS RURAL 1990 7.794 3.198 859 324 49 12.224

SALINAS URBANA 2001 3.413 1.721 361 482 127 6.104

SALINAS RURAL 2001 3.101 802 161 120 42 4.226

LA LIBERTAD URBANA 1990 6.374 2.843 638 188 32 10.075

LA LIBERTAD URBANA 2001 10.503 5.197 713 329 331 17.073

PLAYAS URBANA 1990 2.211 682 296 150 16 3.355

PLAYAS RURAL 1990 628 73 50 78 4 833

PLAYAS URBANA 2001 3.853 1.006 356 257 83 5.555

PLAYAS RURAL 2001 900 107 78 104 7 1.196 *La Libertad é considerada como Município desde o censo de 2001

(45)

Figura 15 – Distribuição das moradias na Península de Santa Elena por setor urbano e rural nos censos de 1990 e 2001.

Aproximadamente um quarto das moradias da Península de Santa Elena são alugadas (Figura 16), o que demonstra uma falta de moradias principalmente na área urbana Tabela 8 e Figura 15. Esta carência de moradia vem acompanhada da falta de serviços e infra-estrutura básica que garanta um nível de vida digno para a população que deles necessita. 0 3000 6000 9000 12000 15000 18000 S A N T A E L E N A U R B A N A 1 9 9 0 S A N T A E L E N A R U R A L 1 9 9 0 S A N T A E L E N A U R B A N A 2 0 0 1 S A N T A E L E N A R U R A L 2 0 0 1 S A L IN A S U R B A N A 1 9 9 0 S A L IN A S R U R A L 1 9 9 0 S A L IN A S U R B A N A 2 0 0 1 S A L IN A S R U R A L 2 0 0 1 L A L IB E R T A D U R B A N A 1 9 9 0 L A L IB E R T A D U R B A N A 2 0 0 1 P L A Y A S U R B A N A 1 9 9 0 P L A Y A S R U R A L 1 9 9 0 P L A Y A S U R B A N A 2 0 0 1 P L A Y A S R U R A L 2 0 0 1

(46)

Figura 16 – Distribuição da moradia própria e alugada na Península de Santa Elena no censo de 2001.

DISTRIBUÇÃO DA VIVENDA PROPRIA E ALUGADA NA PENÍNSULA DE SANTA ELENA EM 2001

78% 22%

(47)

CAPÍTULO III

PEQUENA MINERAÇÃO ARTESANAL E POUCO MECANIZADA

3.1PEQUENA MINERAÇÃO.

Durante a segunda metade do século XX alguns países de América Latina propuseram uma estratificação da atividade mineira baseada em critérios tais como: tamanho da produção, investimento de capital e numero de trabalhadores vinculados a industria extrativa de minerais. Essa estratificação que dividiu a industria em pequena, média e grande mineração levou os governos em distintas épocas a executar planos e programas em diversas frentes, sem um maior planejamento que integrasse uns aos outros.

Segundo CHAPARRO (2000), a característica fundamental de uma pequena mineração, está na impossibilidade desta de defini-la de acordo com parâmetros de medição universais. Uma característica que permite diferenciá-la é sua distribuição geográfica, legislação nacional e execução de política mineral. Contudo, existem outras características que pode diferenciá-la mais especificamente.

Neste contexto tem-se empregado aspectos como o volume de produção (Colômbia), o capital investido (Argentina e Tailândia), o número de trabalhadores (Chile, Pakistão e Estados Unidos), a extensão do título minerario (Gana, Zâmbia, Zimbabue). Alguns países chegam à sofisticação de dividir a pequena mineração por volume de produção de acordo com o tonelagem produzida (Colômbia e Brasil), e outros que optam em classificar a operação em artesanal ou com graus de mecanização.

Segundo HENTSCHEL, HRUSCHKA e PRIESTER (2003), em geral a mineração artesanal e a de pequena escala referem-se a mineração realizada por indivíduos, grupos, familiares ou cooperativas com mínima ou total ausência de mecanização e que atuam na maioria das vezes no setor informal ou ilegal do mercado.

(48)

mineração e das formas de produção relacionadas a estas como: informalidade, desenvolvimentos artesanais não produtivos, ilegalidade, depredação ambiental, conflitos sócio-culturais, e deficiências técnicas e jurídicas para seu funcionamento. Em adição, faz-se necessário uma política pública de grande magnitude para proporcionar saídas econômicas e sociais dignas a quem se dedica a esta atividade.

O tema é importante considerando-se que o conglomerado agrupado segundo a denominação de pequena mineração, representa um porcentual significativo da produção mineira do continente, assim como da força de trabalho dedicada à extração de minerais e metais. Por outro lado é importante estabelecer que a pequena mineração não é um fenômeno recente e que tem um caráter universal, o qual permite que se encontrem expressões referentes a ela nos cinco continentes e em países tão distintos como: Canadá, Colômbia, Chile, China, Bolívia, Brasil, Equador, Espanha, Inglaterra e Perú.

Estima-se ao redor de 13 milhões de pessoas em cerca de 30 países diretamente envolvidas na pequena mineração, um porcentual significativo sendo de mulheres e crianças. Em um futuro de 80 a 100 milhões de pessoas através do mundo desenvolvido dependerão da pequena mineração para satisfazer algum aspecto de seu estilo de vida (HENTSCHEL, HRUSCHKA e PRIESTER, 2003).

Segundo CHAPARRO (2000), de 1,4 a 1,6 milhões de pessoas trabalham em pequena mineração na América Latina e Caribe, recebendo um salário médio de US$ 150 ao mês, representando uma soma que oscila entre os 2.520 e os 2.880 milhões US$ ao ano, cifras que se incorporam ao fluxo econômico da região. Esta situação permite afirmar que a denominada pequena mineração constitui o setor de mais altos ingressos em muitos dos distritos onde estas pessoas trabalham, e que esta atividade contribui para dinamizar a economia local em diferentes partes do continente.

(49)

O apoio e fortalecimento institucional na formação cidadã das pessoas que se relacionam com a mineração em pequena escala pode transformasse em uma ferramenta sumamente eficaz. A formação cidadã junto a outras como a distribuição do ingresso, a inversão social e a disciplina fiscal, podem chegar a afiançar processos de desenvolvimento e paz nas zonas onde se desenvolvem atividades extrativas que, geralmente, impactam o meio ambiente, reproduzem o círculo da pobreza, incubam perigos e geram violentos conflitos sociais ao redor da posse, explotação e distribuição das riquezas geradas.

A pequena mineração tem como características:

• Intensa utilização de mão de obra

• Precárias condições de segurança e higiene • Ocorrência universal

• Baixo desenvolvimento tecnológico • Ocorrência de conflitos sociais e legais • Geração de correntes produtivas locais • Abastecimento de mercados locais • Baixos custos de produção

• Potencial de desenvolvimentos geopolíticos • Ampla gama de produtos

• Multiplicidade de atores

• Estimulador de projetos maiores • Degradação ambiental

• Variabilidade de volumes e tamanhos por bem mineral produzido por região • Descobridor de novas jazidas

• Alternativa laboral para setores afetados pela pobreza • Dinamizador de economias locais

• Ampla distribuição geográfica

3.2 PEQUENA MINERAÇÃO DE MINERAIS NÃO METÁLICOS NO EQUADOR

(50)

metálicos tem uma incidência marginal na economia nacional, enquanto que a mineração de minerais não metálicos é a base para a construção de obras civis e tem um impacto nacional.

De acordo com as cifras oficiais mais de 80% da superfície requerida para mineração corresponde a pesquisa de metálicos (em maior proporção) e minerais não metálicos, geralmente desenvolvida por empresas internacionais. Por outro lado, as atividades de explotação giram ao redor de múltiplas unidades produtivas, cujos níveis de produção e inversão as situam dentro do que se denomina pequena mineração ou mineração em pequena escala.

Por outra parte, existem unidades de produção de maior tamanho, principalmente no setor de minerais não metálico, como são as jazidas produtoras de calcário e as usinas de processamento de cimento. Contudo, no setor de minerais não metálico subsistem também numerosas unidades de pequena escala, muitas das quais de subsistência e outras de caráter propriamente artesanal, que em conjunto representam um importante aporte à economia nacional por suas vinculações diretas como provedores de insumos ou materiais pétreos para a indústria da construção de moradias e infra-estrutura rodoviária em nível nacional. Lamentavelmente, o setor de minerais não metálicos é pouco estudado no Equador com pouca informação sobre o tema (SANDOVAL, 2001).

3.2.1 Definição de mineração a pequena escala segundo a legislação equatoriana.

O Regulamento Geral Substitutivo do Regulamento Geral da Lei de Mineração, promulgada em 17 de abril de 2001, estabelece os parâmetros para a definição da pequena mineração, os quais incluem a definição da magnitude da concessão, o volume de processamento e produção, o montante das inversões, bem como o capital envolvido e as condições tecnológicas:

“Art. 48.- Da mineração em pequena escala.- Considera-se mineração em pequena escala as operações que realizem os titulares de concessões mineiras, que se enquadrem dentro dos seguintes parâmetros:

a) Superfície máxima de concessão equivalente a 150 hectares mineiros;

(51)

c) Montante de inversões totais em suas concessões de até um milhão de dólares americanos;

d) Condições tecnológicas que podem ser melhoradas para acrescentar os índices de recuperação de minério e diminuir o impacto ambiental. ”

3.2.2 Tipos de atividades de mineração de minerais não metálicos no Equador.

No setor de minerais não metálicos equatoriano podemos distinguir três tipos de atividades de mineração:

a) A mineração de caráter empresarial de médio a grande porte

As atividades de mineração de caráter empresarial de médio a grande porte concentram-se principalmente na explotação de calcário e na produção de cimento. Existem quatro empresas nacionais importantes de cimento: a Nacional (província do Guayas), a Selva Alegre (província de Imbabura), a Chimborazo (província de Chimborazo) e a Guapán (província de Cañar), a duas primeiras com capital exclusivamente privado e as duas últimas com capital misto. Estas empresas abastecem o mercado nacional.

No âmbito dos materiais de construção, as atividades de ordem empresarial de médio a grande porte estão ligadas, principalmente, às empresas construtoras de obras viárias urbanas, onde a extração mineral é uma atividade complementar do setor.

b) A mineração em pequena escala.

Definida, em lei, como uma forma de mineração intermediária entre a empresarial e a artesanal, a mineração de pequena escala é provavelmente o tipo de atividade mais relevante no país pela quantidade de material extraído e processado e por concentrar a maioria da força de trabalho nesta registrada.

(52)

por dia; cultura empresarial; montante de inversão de até US$ 1 milhão e medidas básicas de prevenção e controle da contaminação.

c) A mineração de caráter de subsistência e artesanal

A mineração de subsistência e artesanal tem uma profunda raiz na tradição produtiva dos povos indígenas do Equador. Define-se como aquela que utiliza principalmente instrumentos manuais, se assenta no trabalho familiar e extrai baixos volumes de minério que servem para sustentar a economia familiar, de maneira direta ou complementar.

No caso dos bens minerais não metálicos, pode-se apreciar a presença de mineração de subsistência e artesanal ligada à extração de pedra, na explotação de calcário, pedra pomez e na extração de areia de rios.

A atividade extrativa de subsistência é levada a cabo por segmentos marginais da população, que complementa sua renda, principalmente agrícola, com trabalhos de mineração em escala muito reduzida. Uma expressão desta atividade é o uso de bateias, para concentração de ouro aluvionar nas margens dos rios; ou a extração de areia, pedra e carbonato de cálcio de jazidas primárias.

A atividade artesanal esta caracterizada por sua informalidade legal; uso intensivo de mão de obra, particularmente não qualificada; carência de planejamento; pouco capital; reduzida tecnologia; baixa produtividade; pouca cultura ambiental; alta contaminação.

3.3 ORGANIZAÇÕES DA PEQUENA MINERAÇÃO NO EQUADOR.

No desenvolvimento da pequena mineração no Equador distinguem-se três principais formas de organização, em muitos casos paralelas ou complementares:

Sociedades de fato: é uma forma básica de organização da pequena mineração, que agrupa mineiros individuais a partir de relações de confiança mútua. São entes que agrupam à força de trabalho e ao mesmo tempo canalizam investimentos.

(53)

Cooperativas: se originam com a posse de fato de áreas mineiras em concessão alheia sem operação, onde os pequenos mineradores realizam trabalhos de pesquisa e explotação através de sociedades. As cooperativas mineiras constituíram federações regionais e nacionais, e ao final de 1989, organizaram o I Encontro Regional de Cooperativas Mineiras, vindo a conseguir sua legalização através da Lei de Mineração em 1991.

Associações: são formas mais específicas de organização e articulação de sociedades mineiras, que conjugam os avanços organizativos das cooperativas mineiras com a incorporação de investidores e técnicos. Tiveram um papel substancial no processo de formalização legal da pequena mineração a partir da Lei de 1991, mediante a qual o Estado se comprometeu a legalizar os assentamentos mineiros existentes anteriormente a 31 de maio de 1991. Adicionalmente, têm criado as condições para seu desenvolvimento empresarial e inserção nas políticas estatais de fomento e controle.

3.4 IMPACTOS DA PEQUENA MINERAÇÃO NO CONTEXTO NACIONAL

Para valorar a importância da produção da pequena mineração (de subsistência, artesanal e em pequena escala) no Equador, é suficiente mencionar que no ano 2000, conforme a produção estimada por tipo de mineiro, o aporte estimado da pequena mineração foi de 83,5% e estima-se que sua participação na produção de outro tipo de minerais, particularmente minerais não metálicos (materiais de construção, argila, feldspatos, bentonita, sílica, mármore, gesso, pómez, dióxido de carbono, barita, zeólita etc) foi aproximadamente de 30%. Com relação ao emprego de mão de obra em atividades de pequena mineração, estima-se que no ano 2000 esta atividade produtiva gerou um total de 92.000 postos de trabalho, dos quais o 65,2% correspondem a mineração metálica (aurífera em especial) e o restante 43,8% a mineração de minerais não metálicos.

3.4.1 Desenvolvimento local.

(54)

nesta direção é da mineração de minerais não metálicos e de materiais de construção, que tem uma incidência nacional.

Por outra parte, a mineração de metálicos tem também impactos importantes, mais restritos, na dinamização das economias locais. Assim, a mineração aurífera do sul do Equador gera diretamente empregos e ingressos, e indiretamente estimula outras atividades econômicas; sem duvida, seu impacto global nacional é ainda débil.

Neste sentido, com base na decisão 1994/308 do Conselho Econômico e Social da Organização das Nações Unidas, o Comitê de Recursos Naturais deste organismo em seu terceiro período de sessão, recomendou prestar assistência técnica à mineração artesanal, em igual forma que da assistência em esferas como atividades optativas que gerem ingressos, na educação, na saúde e no apoio a mulher, visto que a mineração artesanal constitui um suporte fundamental de sobrevivência, que pode ser propícia para incrementar atividades de desenvolvimento sócio-econômico integral e multiseccional, a partir do fato aceito pelas Nações Unidas de que:

“... a mineração em pequena escala tem que ser considerada desde um ponto de vista

mais amplo do desenvolvimento sócio-econômico e a erradicação da pobreza para um

grande número de pessoas que participam na mineração artesanal em todo o mundo, as

atividades de mineração constitui uma rede de segurança já que proporcionam

ingressos durante épocas econômicas difíceis. Dado que a maioria destas atividades se

desenvolvem em zonas rurais, a mineração artesanal é uma arma eficaz contra a

pobreza rural e a migração de zonas rurais à urbanas, e como tal, tem que receber

apoio. Quando um governo toma medidas para criar um entorno mais adequado para

os mineiros artesanais, está aumentando também o acesso da população a uma rede de

segurança dos ingressos e gerando capacidade para libertar-se da pobreza. A

assistência a esse setor pode servir também de mecanismo importante na ajuda social

que tanto necessita a população e as zonas envolvidas...”.

Referências

Documentos relacionados

São eles, Alexandrino Garcia (futuro empreendedor do Grupo Algar – nome dado em sua homenagem) com sete anos, Palmira com cinco anos, Georgina com três e José Maria com três meses.

Após extração do óleo da polpa, foram avaliados alguns dos principais parâmetros de qualidade utilizados para o azeite de oliva: índice de acidez e de peróxidos, além

Quando Goffman (1985) fala em palco e cenário, atores e platéia, papéis e rotinas de representação, necessidade, habilidades e estratégias dramatúrgicas,

(2019) Pretendemos continuar a estudar esses dados com a coordenação de área de matemática da Secretaria Municipal de Educação e, estender a pesquisa aos estudantes do Ensino Médio

Com a realização da Ficha de Diagnóstico, o professor deve averiguar as aprendizagens dos alunos já realizadas sobre números racionais não negativos – operações e propriedades.

the human rights legislated at an international level in the Brazilian national legal system and in others. Furthermore, considering the damaging events already

Os sistema estudados UV-H2O2 e foto-Fenton induzem importantes modificações no chorume, fato que se traduziu em aumento da biodegradabilidade, representada pela relação DBO5/DQO,

Os resultados são apresentados de acordo com as categorias que compõem cada um dos questionários utilizados para o estudo. Constatou-se que dos oito estudantes, seis