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Rev. Bras. Enferm. vol.56 número1

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Academic year: 2018

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Os 80 anos de existência da EEAN nos propõe uma reflexão sobre a tradição de comemorarmos o aniversário de uma instituição, em intervalos regulares de tempo. Por um lado, ao celebrarmos aquele evento inaugural, fazemos lembrar, a nós mesmos e aos outros, a vitória de uma permanência na sociedade. Por outro lado, ao retirarmos os tempos de seu contexto social e, pela repetição, transformar tais comemorações em rituais, podemos fazer esquecer o sentido histórico que lhes é inerente.

Essas comemorações, que procuram dar uma certa visibilidade à nossa Escola, buscam, também, a construção de uma memória coletiva institucionalizada e ainda uma consagração identitária. Mas não aquela das origens, nem a expressão de uma nostalgia pelo passado, nem a glorificação do presente, mas, sim, a busca dos nexos identitários entre passado, presente e futuro.

Se temos orgulho de nossas origens, indissociáveis da reforma Carlos Chagas, da Missão Parsons, da criação da Associação Brasileira de Enfermagem e da Revista Brasileira de Enfermagem, nosso reconhecimento e nossas homenagens se dirigem também para todos os que, com maior ou menor empenho ou visibilidade contribuíram ou vêm contribuindo para que a EEAN possa cumprir seu papel histórico e sua função social. E isto porque a EEAN se constitui numa realidade humana, que abrange as relações das pessoas que integram seu corpo social e que lhe dão vida.

Desde 1923 e durante catorze gestões administrativas, a EEAN vem atuando no campo da educação e da saúde, desenvolvendo atividades de ensino, pesquisa e extensão. Até o final de 2003, a EEAN terá graduado quase 5.000 profissionais, 500 mestres e 150 doutores; contribuído para a construção do conhecimento de enfermagem, através de seus oito núcleos de pesquisa; colaborado diretamente com outras instituições no esforço pela melhoria da qualidade de vida das comunidades brasileiras; e participado, junto às entidades de classe e instituições científicas, no desenvolvimento da enfermagem. É, portanto, uma escola que procura situar-se na vanguarda de seu tempo, de modo a melhor cumprir

seu compromisso social.

A problematização da temporalidade do presente exige a ligação do passado ao presente, por meio de um distanciamento e de uma reflexão sobre seus limites e sua finitude, bem como a construção de uma visão de tempo que não seja apenas a de uma confirmação do tempo presente ou a negação do passado no presente.

No entanto, para que possa haver projeto, é necessária uma cuidadosa consideração da história e da memória, que leva à compreensão do sentido próprio de herança. E é nesse sentido que se vem trabalhando a EEAN. O Centro de Documentação, ao desenvolver atividades que visam à preservação e a acessibilidade dos documentos aos pesquisadores, procura remover obstáculos à reconstrução de uma memória fragmentada.

E o núcleo de pesquisa de história da enfermagem brasileira, diante de uma historicidade que se pretende contínua e homogênea, busca fazer aparecer as descontinuidades e as diferenças; trabalhar contra o silêncio e o esquecimento; problematizar e interpretar os acontecimentos como expressões de uma relação de forças. A percepção da coexistência de temporalidades diversas favorece uma compreensão possível do tempo histórico presente e nos faz possível conviver com o diferente, no exercício da autonomia e da liberdade.

80 ANOS DE EXISTÊNCIA NA ENFERMAGEM BRASILEIRA

ESCOLA DE ENFERMAGEM ANNA NERY

Maria Antonieta Rubio Tyrrell* Ieda de Alencar Barreira**

____________________

* Doutora Professora Titular do Departamento de Enfermagem Materno-Infantil – DEMI e Diretora da /EEAN. Membro do NUPESM/EEAN/UFRJ. ** Doutora Professora Titular do Departamento de Enfermagem Fundamental e membro do NUPHEBRAS/ DEF/ EEAN/UF.

*** Fotografia reproduzida a partir de Annaes de Enfermagem, Rio de Janeiro 1934;4(4):16. E-mail do autor: iedabarreira@openlink.com.br

Pavilhão de aulas da Escola de Enfermagem Anna Nery ***

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