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Importantes centros de apoio ao

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Academic year: 2021

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I

mportantes centros de apoio ao empreendedorismo, as incubadoras de empresas estão vivenciando uma fase de consolidação e aperfeiçoamento do seu modelo de gestão. Desde 1990, quando começaram por aqui impulsiona-das por incentivos municipais e federais, o número de incubadoras cresceu a uma média de 30% ao ano até 2005, segundo dados da Associação Nacional de Enti-dades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec). Desde então, o setor se estabilizou e hoje cerca de 380 incubadoras estão operantes no País, focadas principalmente em direcionar sua gestão ao objetivo de atrair inves-timentos privados para as incubadas.

A superintendente da Anprotec, Sheila Oliveira Pires, explica que o investimento privado nas incubadoras ainda é tímido, mas tende a crescer. “Há muito espaço para estimular esse investimento, pois ele se direciona a empresas incubadas que estão nesses ambientes”, diz. Para que isso se de-senvolva, Sheila conta que a Anprotec realizou uma parceria com a Associação Brasileira de Private Equity & Venture Capital (Abvcap), no final do ano pas-sado, tentando aproximar esses fundos das incubadoras. “Essa parceria prevê ações para a aproximação dos associados da Abvcap aos associados da Anprotec (incubadoras, parques e respectivas empresas)”, explica Sheila.

O objetivo da parceria é criar uma sinergia entre essas duas entidades e difundir as práticas do mercado de

Anprotec fecha parceria com a Abvcap para aproximar os fundos de private

equity das incubadoras e parques tecnológicos - por Bruna Chieco

Em busca da consolidação

SHEILA: certifi cação amplia a capacidade de geração de empreendimentos de sucesso

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Fonte: Anprotec

em %

Setores de atuação das incubadoras brasileiras

Divulgação

desses fundos nas empresas vinculadas aos ambientes de incubadoras e par-ques”, complementa Sheila.

Por ser uma ação mais focada em seed money e venture capital, acaba

bem como o de empresas graduadas, a oportunidade de investimento acaba sendo crescente. A Anprotec estima que o número de empresas incubadas e de graduadas aumenta a uma média anual de 10% a 15%. “Inclusive esperamos que esse crescimento seja mais expressivo devido a implantação do nosso modelo de certificação de incubadoras, o Cer-ne - Centro de Referência para Apoio a Novos Empreendimentos”. (leia mais no box da pág. 18).

UBERLÂNDIA – As próprias incuba-doras estão empenhadas em buscar investimentos privados para as empresas nascentes, como é o caso do Centro de Incubação de Atividades Empreendedo-ras (Ciaem), localizado em Uberlândia (MG). “Buscamos capital privado, mas

alguma etapa de fabricação em larga es-cala ou mesmo desenvolver efetivamen-te o produto”, explica Larissa Sarmento, coordenadora de gestão do Ciaem. Além do aporte financeiro, Larissa ressalta a profissionalização da gestão do negócio. “A diferenciação se dá no momento em que o aporte é realizado na empresa”.

A incubadora conta com a infraes-trutura da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) que, além do espaço físico, também oferece um gerente da incubadora capacitado em inovação e o apoio de uma coordenadora de gestão, uma coordenadora jurídica, diretor e pró-reitor. “Para manter a equipe direta do Ciaem, que são analistas e assessores, dependemos da captação de recursos junto a órgãos como CNPQ, a Fundação de Amparo à Pesquisa do estado de Minas

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Incubadoras 384 Empresas incubadas 2.640 Empresas graduadas 2.509 Empresas associadas 1.124 Empregos nas empresas incubadas 16.394 Emprego nas empresas graduadas 29.205 Faturamento das empresas incubadas R$ 532.981.680,00 Faturamento das empresas graduadas R$ 4.094.949.476,92

Fonte: Anprotec (Estudo de 2011)

Incubadoras em números

Gerais (Fapemig), a Finep e o Sebrae”, discorre Larissa.

DF – No Distrito Federal, o Centro de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico da Universidade de Brasília também capta investimentos destinados a empresas incubadas, conforme explica o diretor do centro, Paulo Suarez. “As empresa privadas contratam serviços das incubadas ou financiam projetos de pesquisa. Há também investimentos de órgãos governamentais que firmam contratos diretamente com as incubadas com interveniência do CDT”. Para fazer a captação, o centro identifica projetos e aponta o grupo de pesquisa da uni-versidade que tem mais condições de desenvolvê-lo, para, por fim, obter um financiamento. “Atuamos como gestores e fazemos prestação de serviços tecno-lógicos”, diz Suarez.

Com processo bastante consolidado de incubação, vigente desde os anos de 1990, o centro conta tanto com incu-badas de base tecnológica, quanto com empreendimentos sociais. “São mais de 100 empresas incubadas e vamos lançar o primeiro edital para nosso parque tecnológico esse ano”, reitera o diretor.

CAMPINAS – A Unicamp é outra univer-sidade que conta com uma infraestrutura específica para impulsionar novos em-preendimentos. Localizada em Campi-nas (SP), no interior de São Paulo, a Uni-camp possui uma estrutura ainda maior para essas empresas com seu Parque Científico e Tecnológico. Com mais de

100 mil metros quadrados já urbanizados e específicos para o parque, a Unicamp ampliará essa estrutura por meio de um projeto da Secretaria de Desenvolvimen-to do Estado de São Paulo, no valor de R$ 5,7 milhões, para criação do Núcleo do Parque de Incubadoras. Conta com o apoio da fabricante chinesa de computa-dores Lenovo, que ocupará dois andares no prédio por dois anos, com previsão da construção de um novo prédio com auxílio da Inova, agência de inovação da Unicamp. “Foi o maior aporte de recursos que a Unicamp recebeu em toda a sua história. Foram US$ 100 milhões para serem investidos pela Lenovo em cinco anos”, declara Milton Mori, diretor executivo da Inova.

A importância da ampliação de par-ques tecnológicos como esse é enorme, já que é nesses locais que ocorre a integração de laboratórios e atividades de empresas com base tecnológica, que tenham como atividade o desenvolvi-mento de inovação, com geradores de conhecimento. É lá que ficam agrupadas incubadoras e aceleradoras e outras entidades empreendedoras para gerar conhecimento e fomentar a criação de novos projetos inovadores.

RIODE JANEIRO – Dentro da Universi-dade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) também há um parque tecnológico, que abriga uma área de incubadora de empresas. Completando 20 anos em 2014, atualmente o núcleo possui 22 empresas residentes, ou seja, incuba-das que utilizam a infraestrutura local

da incubadora, e 50 já graduadas. “Em 2013, foram graduadas duas empresas, e temos a previsão de mais quatro gradu-ações para esse ano”, declara a gerente da incubadora de empresas da UFRJ, Regina Faria. “Estamos com um edital

INCUBADORAS >>>

Especial

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aberto que vai selecionar cinco empresas e vamos lançar outro. Esse aumento no número de empresas residentes deve-se à conclusão da construção da terceira unidade da incubadora, que ampliará a nossa capacidade de incubação para

mais 30 empresas”, destaca.

Diferente da maioria das incubadoras que concentra empresas com desenvol-vimento tecnológico, a incubadora da UFRJ abriga empresas voltadas para o setor de petróleo, gás e energia. “Para

esse ano, queremos aprimorar os meca-nismos para captação de recursos visan-do aumentar o grau de sustentabilidade da incubadora, além de ter pelo menos mais duas empresas investidas e duas empresas internacionalizadas”, ressalta Regina. Outro objetivo é manter a taxa de crescimento do faturamento conjunto das empresas residentes e graduadas, que tem sido acima de 20% ao ano.

RECIFE – Outra incubadora que possui um foco um pouco diferenciado das de-mais é a Porto Mídia, braço de economia criativa da incubadora Porto Digital, localizada em Recife (PE). Inaugurada no fim do ano passado, a Porto Mídia realizou o processo de pré-incubação nos seis primeiros meses de atuação com nove empresas. “Nessa fase, a ideia é que cada empreendimento chegue ao sexto mês com o que chamamos de mí-nimo produto viável”, explica Marcos Oliveira, coordenador de incubação da Porto Digital. “É um conjunto mínimo de funcionalidades que permita que a empresa valide sua solução com po-tenciais clientes”. Três dessas empresas não atingiram o objetivo, sendo apenas seis incubadas.

Agora, a incubadora abrirá nova chamada para captar outros projetos. “Queremos sentir o mercado. Essa questão de incubadora voltada para economia criativa é recente. Atuamos em seis áreas: games, cinema, demo e animação, música, multimídia, foto e design. Queremos sentir a demanda dessas áreas”, salienta Oliveira. Após 18 meses de incubação, as empresas podem continuar com o apoio em outras instalações da Porto Digital ou serem vendidas, investidas ou aceleradas. “A Porto Digital está desenvolvendo uma aceleradora, a Jump Brasil, o que dará mais uma alternativa para essas empresas”. Inclusive, será o papel da aceleradora, a ser inaugurada em março,

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Com o objetivo de ampliar a capacidade de geração sistemática de empreendimen-tos de sucesso, o Centro de Referência para Apoio a Novos Empreendimentos é uma certifi cação implantada em 2013 pela Anprotec com foco no modelo de maturidade de gestão das incubadoras. Com a consolidação no número de incu-badoras no país, a associação identifi cou a necessidade de ampliar a capacidade dessas entidades em gerar empreendi-mentos inovadores bem sucedidos.

A certifi cação está dividida em quatro níveis de capacitação:

Cerne 1 – Empreendimento, com foco na geração de mais empresas com mais resultados;

Cerne 2 – Incubadora, com foco em todos seus aspectos de gestão;

Cerne 3 – Rede de parceiros, quando a incubadora começa a consolidar a rede que a ajudará a ampliar a possibilidade

de ter mais empreendimentos, com mais sucesso;

Cerne 4 – Melhoria contínua da in-cubadora.

“Temos uma parceria com o Sebrae para implantar o primeiro nível do Cer-ne. Existe um conjunto de atividades e suporte a disposição para preparar essas incubadoras, de forma a atender a um número expressivo de empresas e fazer com que essas empresas tenham mais êxito”, explica Sheila Oliveira Pires.

Já foram selecionadas 152 incubadoras para o processo de certifi cação, sendo que 44 já iniciaram a implantação do Cerne 1. As outras 108 estão sendo preparadas para entrar no primeiro nível a partir desse ano. “Devemos abrir um novo edital para que mais incubadoras entrem no processo”, salienta Sheila.

Entre as selecionadas está a Raiar, incubadora de empresas da PUC do

Rio Grande do Sul. Com mais de dez anos de atuação, a Raiar está localizada no Tecnopuc – Parque Tecnológico da PUC-RS, e apenas em 2013 graduou sete empresas. “Hoje, estamos com 22 em-presas incubadas em duas modalidades associadas – empresas que não ocupam o espaço físico da incubadora, mas re-cebem auxílio – e residentes”, destaca Flavia Cauduro, gerente da Raiar. Ao longo dos dez anos, mais de 70 empresas passaram pela incubadora, sendo 55 são consideradas empresas graduadas.

A aplicação do Cerne será uma oportu-nidade de graduar empresas que tenham melhor desempenho, e essa é a meta da incubadora para esse ano. “Já estamos envolvidos nisso desde 2012 e esse ano visamos implantar totalmente o Cerne, para assim obter uma profi ssionalização e atender às incubadas com essa estrutura”, explica Flávia.

Anprotec cria CERNE para apoiar empreendedores

Divulgação

o de captar investimentos privados. EXPANSÃO REGIONAL – Mesmo com um número estável de incubadoras no país, o destaque é para o surgimento de novos pólos em estados e regiões com um número escasso de incubadoras. Sheila, da Anprotec, destaca na região Nordeste os trabalhos feitos no Rio Grande do Norte e no Ceará. “O Rio Grande do Norte está com um número significativo de incubadoras, principalmente ligadas ao Instituto Federal de Educação, que tem um projeto de implantação de incu-badoras em cada uma de suas unidades. No Ceará, destaco não apenas o cresci-mento no número de incubadoras, mas a consolidação das existentes, que é um trabalho feito na rede de incubadoras do estado com apoio com a Secretaria de Ciência e Tecnologia local”.

OLIVEIRA: queremos sentir a demanda das áreas de economia criativa

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No Sudeste o destaque fica com a atuação de Minas

Gerais pelo modelo completo de apoio às incubadoras

Bruno T

odeschini - Divulgação/PUCRS

Na região Norte, o estado do Amazo-nas conseguiu se estruturar nessa área com apoio direto do governo estadual. No final de 2012, a Fundação de Ampa-ro à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam) lançou em parceria com a Secretaria de Ciência e Tecnologia um edital para apoiar incubadoras já exis-tentes no estado e incentivar a criação de novas. “O estado está se organizando melhor nessa área. O levantamento que me deram é que chegaram a pouco mais de 10 incubadoras locais a partir desse edital. Agora, as incubadoras estão se estruturando”, explica Sheila.

No Sudeste, Sheila destaca a atuação de Minas Gerais pelo seu modelo com-pleto de apoio às incubadoras e pela articulação de diversos atores do sistema local de inovação. “Não só pra criar novas incubadoras, mas para consolida-ção das mesmas”. Já no Centro-Oeste, o estado de Goiás, que tem ampliado o número de incubadoras, está se focando ainda mais nas ligadas às instituições de ensino. “A Universidade Estadual de Goiás tem projeto para criação de uma incubadora em cada uma de suas unidades. Serão quase 30 cidades do es-tado com incubadoras”, ressalta Sheila. Além da atuação dos órgãos dos próprios estados, a Anprotec realiza trabalhos para expandir ainda mais a atuação de incubadoras no país. “Esta-mos em parceria com o Sebrae para a implantação de incubadoras em alguns estados, como Maranhão e Rondônia, onde não há essas entidades. Estimamos que agora em 2014 já tenha incubadoras em funcionamento”, diz Sheila. Em Tocantins, Roraima, Piauí e no Acre, a associação fará o mesmo trabalho,

enquanto no Espírito Santo será feita uma preparação para que incubadoras possam se candidatar ao próximo edital do Cerne.

DADOSDOSETOR – O último estudo re-alizado pela Anprotec, em parceria com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), data de 2011 e aponta que no Brasil há 384 incubadoras em operação, que abrigam 2.640 empresas, gerando 16.394 postos de trabalho. Essas incubadoras também já graduaram 2.509 empreendimentos, que hoje faturam R$ 4,1 bilhões e empregam 29.205 pessoas.

Apesar dos dados serem de quase três anos atrás, Sheila enfatiza que há uma consolidação desses números, pois ao mesmo tempo que novas incubadoras surgem, outras deixam de existir, e esse processo ocorre de forma muito rápida.

Os dados revelam ainda que o setor de tecnologia ainda é dominante na atuação das incubadoras no país, enquanto ape-nas 2% dessas entidades atuam no setor da cultura, conforme mostra o gráfico na pág. 15. Contudo, os números mostram uma maior diversificação na atuação de incubadoras para desenvolvimento de projetos sociais e locais.

Referências

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