A arte da segunda metade do século XX
-Contexto histórico:
. Aceleração da produção industrial, aumento
do consumo, crescimento das cidades.
Op Art
- A expressão op art vem do inglês (optical art) e significa arte óptica.
-Essa expressão foi usada pela primeira vez em 1964, pela revista Time para descrever um novo estilo de arte.
- Os artistas da op art criaram imagens que brincam com os processos de percepção, provocando no observador sensações de movimento.
- Além disso, se o observador mudar de posição, terá a impressão de que a obra se modifica: os traços se alteram e as figuras se movimento, formando um novo conjunto pictórico.
- Trata-se de uma arte que, da mesma forma que a vida contemporânea, está em constante alteração.
Op Art
-São exemplos dessa tendência trabalhos como os de Victor Vasarely (1908-1997) e da artista plástica inglesa Bridget Riley (1931).
-As pesquisas de sugestão de movimento a partir das sensações ópticas desenvolveram-se principalmente na década de 1960 e as obras derivadas desse movimento tiveram uma exposição coletiva em 1965, no Museu de Arte Moderna de Nova York (MoMA).
Vega-Nor, de Victor Vasarely, 1969. Óleo sobre tela, 78x78 cm
Marsan, 1966, Victor Vasarely
Corrente,
de Bridget Riley, 1964
Catarata, Bridget Riley (1967)
A arte cinética
-Alguns artistas no século XX se interessaram a tal ponto pelo movimento que decidiram ir além da representação, fazendo com que os próprios trabalhos se movimentassem. Eles chamaram esses objetos de arte cinética, palavra derivada do grego Kinésis e que significa “mover-se”.
-Na arte cinética, o efeito visual é fundamental para o artista.
As esculturas são construções cujos elementos se relacionam e provocam movimentos, algumas vezes, por meio de pequenos motores ou mesmo pelo vento. O artista utiliza objetos diversos, geralmente em grande escala, linhas, luzes e espaços para provocar um efeito visual que surpreenda o espectador.
Alexander Calder (1898-1976)
Móbiles
Grande Móbile Branco (1948), metal pintado
- Essa concepção da plástica do movimento
propiciou a invenção de móbiles pelo americano
Alexander Calder, que associou os retângulos
coloridos das telas de Mondrian à ideia de
movimento. Os primeiros trabalhos de Calder eram
movidos manualmente pelo observador. Mas, depois
de 1932, ele verificou que se mantivesse as formas
suspensas, elas se movimentariam pela simples ação
das correntes de ar.
Abraham Palatnik Objeto cinético
O artista brasileiro Abraham Palatnik, nascido em 1928, foi pioneiro na arte cinética. Em objeto cinético, o artista utilizou hastes metálicas, discos de madeira pintados de várias cores e placas que se movimentam silenciosa e lentamente quando motores são acionados. Observe como parte do equipamento mecânico é visível. Com isso, Palatnik procura chamar a atenção do observador para a dimensão estética que pode existir nas máquinas.
A Pop Art
-A expressão pop art também vem do inglês e significa “arte popular”. Esse movimento artístico apareceu nos Estados Unidos por volta de 1960 e alcançou extensa repercussão internacional.
-A sociedade de consumo se tornou o principal e especial tema da pop art, que introduziu objetos do cotidiano da civilização moderna nas obras de arte para denunciar o mercado consumista da sociedade.
- Os recursos expressivos da Pop Art são semelhantes aos dos meios de comunicação de massa, como o cinema, a publicidade e a televisão, em consequência disso, seus temas são os símbolos e os produtos industriais dirigidos às massas urbanas.
-Os principais nomes desse movimento são Andy Warhol (1930 – 1987) e Roy Lichtenstein(1923-1997)
Vinte Marilyns, Andy Warhol, 1962
Marilyn Monroe, Andy Warhol, 1967
- Nesses trabalhos, realizados com base em uma fotografia, Andy Warhol reproduz, em sequência, imagens de Marilyn Monroe. Apesar das variações de cor, os traços da atriz permanecem invariáveis.
Uma possibilidade de compreensão dessa obra é
considerar que a intenção do artista foi mostrar que,
assim como os objetos produzidos em série, a
imagem das celebridades também é manipulada
para o consumo do grande público.
Latas de sopa Campbell, de Andy Warhol, 1964
Essa obra consiste em 32 quadros, cada um com
50,8 cm de altura por 40,6 cm de largura, com a
pintura de uma lata de sopa Campbell— cada
uma das variedades de sopa enlatada que a
companhia oferecia naquela época.
Conjunto de caixas de Brillo, Del Monte e Heinz, de Andy Warhol, 1964.
Em 1964, o artista norte-americano Andy Warhol, produziu a obra que se vê na imagem.
Ele criou fielmente a embalagem de produtos de consumo de uso cotidiano, como palha de aço, molho de tomate e pêssegos fatiados.
Warhol e seus ajudantes imprimiram as marcas conhecidas dos produtos sobre as caixas de madeira compensada. Andy Warhol queria que a galeria onde ocorreu a exposição deste trabalho, em Nova York, tivesse o aspecto do interior de um armazém.
Outro artista que também representa a
estética da Pop Art é Roy Lichtenstein, que
apreciava a construção das imagens
publicitárias e das histórias em quadrinhos,
portanto formas próprias da comunicação de
massa. Exemplos disso podemos ver nas obras
a seguir.
A obra Moça com bola, de 1961, foi feita com
base em um anúncio publicado no
suplemento dominical do jornal norte-
americano The New York Times. Tratava-se da
propaganda de um hotel localizado em
Pocono, região turística do estado da
Pensilvânia. O artista, que apreciava as
imagens da publicidade, destacou a moça e a
bola com a qual se diverte e constituiu uma
cena com poucos traços e poucas cores.
Esta obra permite a observação de outros aspectos do trabalho de Lichtenstein: o emprego de pontos em algumas áreas da pintura e a presença de um balão contendo a fala da moça – próprio das histórias em quadrinhos.
O emprego dos pontos, que se tornou uma característica peculiar desse artista, relaciona-se ao tipo de impressão que os ilustradores das revistas norte- americanas conseguiam fazer no final do século XIX. Nessa época, com recursos existentes, as imagens impressas apresentavam pequenos pontos muito próximos uns dos outros.
Do ponto de vista sociopolítico, a década de 1960, viu a ciência ser apresentada como a chave para a realização de uma nova e progressista visão social, e os artistas da op art procuraram criar a incorporação visual, geralmente perturbadora, dessa nova realidade proposta. Enquanto o governo e a indústria romantizavam os avanços tecnológicos e a noção de era espacial, a op art fazia sua crítica. Se a pop art era um produto assumido da sociedade, inspirando-se em motivos de temas de fontes comerciais, a op art procurava evitar essas conclusões ao escolher uma abordagem científica, com o emprego de habilidades técnicas e princípios matemáticos.
As diversas tendências artísticas
- A arte começa a expressar e provocar um questionamento sobre a própria arte: o que é obra de arte, o que dá um caráter tão especial a uma obra de arte que ela precisa ser preservada em um museu?
- Nesse sentido, é curioso conhecer uma obra do
artista plástico Joseph Beuys, intitulada Como se
explicam quadros a uma lebre morta, 1965. Diante
dessa imagem, poderíamos comentar que
evidentemente é inútil explicar quadros para uma
lebre morta, mas possivelmente há nessa imagem
uma atitude mais provocadora: é inútil explicar um
quadro em qualquer situação.
Como se explicam quadros a uma lebre morta, 1965. Fotografia de Joseph Beuys
Terno de Feltro, 1970. Costurado de Joseph Beuys.
Trata-se de um terno de feltro comum, pendurado em um cabide comum. É possível imaginar que essa peça possa expressar para o observador sentimentos de segurança e tranquilidade, pois o feltro é um tecido macio e que evita atritos. É interessante também observar que a criação do artista está no fato de ele retirar o terno de feltro do guarda-roupa – lugar habitual das roupas – e deslocá-lo para uma exposição. De fato, fora do seu lugar, essa peça pode levar o observador a atribuir novos significados para ela.