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Sala dos Doutrinadores Monografias
Autoria:Rosemeri Reinehr
Brasileira, Catarinense, Advogada Residente nos EUA, Consultora nas línguas:Português, Inglês, Espanhol e Italiano; formada em Direito pela PUCGO; MBA pela Capella UniversityEUA; PósGraduada pela UGF/RJ em:Direito Adm.,Const.,Civil e Proc.Civil.
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OS PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS NORTEADORES DA
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
os princípios constitucionais que norteiam a Administração Públicao: Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e Eficiência
Texto enviado ao JurisWay em 28/03/2013.
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OS PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS NORTEADORES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
GoiâniaGO, Abril/2013.
RESUMO
Considerando que a constituição federal é a lei matriz, a lei máxima, então o direito constitucional, recebe o destaque da matéria principal do Direito Público, que tem por escopo dar direção às leis infraconstitucionais e reger o estado. Servindo como fundamento do ordenamento jurídico e para que assim aconteça, esse direito se ampara nos princípios constitucionais que servem como guia ao sistema jurídico nacional, pois todos os ramos do direito e da administração pública neles se orientam e a eles obedecem, mesmo eles não sendo lei, deverão ser respeitados e obedecidos já que trazem como sua finalidade última, o bem estar e os interesses coletivos gerais da população. É por meio deles que se resolvem e se harmonizam as relações jurídicas, justamente por serem nos princípios constitucionais que os aplicadores do direito se amparam pois eles são a luz que orientam e guiam o estado para que sempre prevaleça o interesse público, sem contanto ferir de morte os direitos humanos fundamentais garantidos pela Carta Magna. Por causa dessa vital importância dos princípios para o direito constitucional bem como para todo o sistema jurídico nacional, este trabalho abordará os Princípios Constitucionais Norteadores da Administração Pública, os quais também são considerados os princípios gerais de direito, pois toda administração pública, direta ou indireta, bem como todos os ramos do direito deverão se basear e seguilos.
Eles estão contidos no artigo 37 Caput da Constituição Federal de 1988, que são os princípios da Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e Eficiência e servem de bússola para esse imenso navio carregado de milhões de pessoas, chamado Brasil.
Palavraschave: Princípios. Norteadores. Direito. Constitucional.
Administração. Pública.
ABSTRACT: Considering that the federal constitution is the law matrix, the supreme law,then the constitutional right, receives the main emphasis of the subject of public law,which seeks to give direction under the Constitution and the laws governing the state,serving as the foundation of the legal system and that this happens,this right sustains the constitutional principles that guide the national legal system as all branches of law and public administration orient themselvesin the principles andobeythem,because even if they are not law, should be respected and obeyed because they have as their ultimate goal,welfare and collective iteresses of the general population, it is thru them that resolve and harmonize the legal relationships,being on the constitutional principles that are the executors of the law are founded because they are the light that provide guidance and steer the state so that the public interest always prevails,as long as without hurting of the death the fundamental human rights guaranteed by the Constitution.Precisely because of the vital importance of the principles for constitutional law as well as all the national legal system,this work will discuss the Constitutional Guiding Principles of Public Administrationthat are also considered the general principles of law, for all public administration, direct or indirectas well as all branches of law should rely and follow. They are contained in Article 37 Caput of the Federal Constitution of 1988,which are the principle of legality, impersonality, Publicity and Efficiency,because they serve as a compass to guide and steer this huge ship that carries millions of people in it, called Brazil.
KEY WORDS: GUIDING. PRINCIPLES. CONSTITUTIONAL. LAW. PUBLIC.
ADMINISTRATION.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO...
2 FUNDAMENTAÇÃO TÉORICA...
2.1 Conceito geral de princípio...
2.2 Princípios constitucionais fundamentais...
2.3 Colisão dos direitos fundamentais...
2.3.1 Colisão entre princípios e colisão entre regras jurídicas...
2.3.2 Ponderação e proporcionalidade...
2.3.3 Sopesamento entre direitos individuais e entre direitos coletivos...
2.4 Princípios fundamentais implícitos e explícitos no art. 5º. §2º da C.F...
2.4.1 Ramificação dos princípios...
2.5 Surgimento dos princípios em alguns países...
2.5.1 Due Process of Law no direito comparado………...
2.5.2 O devido processo legal na Constituição Federal de 1988...
2.5.3 Due process of law e as medidas de freios e contrapesos...
2.5.4 A Declaração universal dos direitos humanos (The Bill of Rights) e a Convenção americana de direitos humanos……….
2.5.5 Tutela da vida, da propriedade e da liberdade...
3 PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA...
3.1 PRINCÍPIO DA LEGALIDADE...
3.1.1 Princípio da Legalidade e suas origens...
3.1.2 Princípio da Reserva Legal...
3.1.3 O princípio da estrita legalidade para a administração pública...
3.1.3.1 A não vinculação dos particulares...
3.1.3.2 A vinculação da administração pública...
3.1.4 Legalidade no Direito Penal...
3.1.5 Legalidade no Direito Tributário...
3.1.5.1 A estrita legalidade nas normas tributárias...
3.1.6 Restrições ao princípio da Legalidade...
3.2 PRINCÍPIO DA IMPESSOALIDADE...
3.2.1 Conceito de Impessoalidade...
3.2.2 Fundamentos do princípio da Impessoalidade...
3.2.3 Faute du Service...
3.2.4 Impessoalidade, imparcialidade e igualdade...
3.3 PRINCÍPIO DA MORALIDADE...
3.3.1 Definição de Moral...
3.3.2 Controle da moralidade administrativa...
3.3.3 Meio de controle pelo judiciário da moralidade administrativa...
3.3.4 Súmula Vinculante nº 13………..
3.3.4.1 Processo de produção a edição de súmula vinculante...
3.3.5 Moralidade e nepotismo...
3.3.6 Nepotismo cruzado...
3.3.7 Espécies de desvio de poder...
3.3.8 Lei da Ficha Limpa (135/2010) ...
3.3.8.1 Processo para a criação de uma lei...
3.3.8.2 Iniciativa de lei ...
3.3.8.3 Lei de iniciativa Popular...
3.4 PRINCÍPIO DAPUBLICIDADE...
3.4.1 Conceito...
3.4.2 Exceções ao princípio da publicidade...
3.4.3 Garantias contra a negativa de oferecimento de informações pelo Poder público...
3.4.3.1 Lei da Transparência nº 12.527/11………...
3.5 PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA...
3.5.1 Conceito...
3.5.2 Nova redação do artigo 37 da CF/88...
3.5.3 Previsão constitucional...
3.5.4 A exigência da eficiência na Administração Pública...
3.5.5 Formas de controle...
4 OUTROS PRINCÍPIOS NORTEADORES DO DIREITO CONSTITUCIONAL....
4.1 Outros princípios implícitos na Constituição Federal...
4.1.1 O princípio da segurança jurídica ou da estabilidade das relações jurídicas 4.1.2 O princípio da supremacia do interesse público...
4.1.3 O princípio da supremacia constitucional...
4.1.4 O princípio da unidade da constituição...
4.1.5 Princípios da razoabilidade e da proporcionalidade...
4.1.5.1 Razoabilidade...
4.1.5.2 Proporcionalidade...
4.1.5.3 Inseparabilidade da razoabilidade e proporcionalidade...
CONCLUSÃO...
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...
1 INTRODUÇÃO
Dia após dia, cresce a preocupação e o interesse dos aplicadores do direito, em empregarem os princípios constitucionais em todos os ramos do direito e na administração pública. Mesmo os princípios não sendo lei, para que prevaleça o estado democrático de direito, eles deverão ser respeitados e obedecidos.
Não encontramos nenhuma divergência doutrinária no que tange ao Direito Constitucional ser a principal matéria do Direito Público Brasileiro, que para Silva, (1999, p.1), esse direito “sistematiza e interpreta os princípios e as normas fundamentais do Estado, pois ele é uma ciência positiva das constituições, e a constituição em seu conteúdo científico, abrange várias áreas do direito.”
Desta forma a constituição federal seja como direito constitucional geral, comparado ou positivo, estuda os princípios. A constituição federal é a lei suprema do nosso país e, portanto deve ser seguida, e o seu desrespeito constitui ofensa ao estado democrático, pois ela é a base que se apoia todo o sistema jurídico nacional em todas as
relações jurídicas.
Assim sendo, a Constituição federal trouxe os princípios fundamentais a que deverá obedecer, toda a administração pública, seja ela administração direta ou indireta de qualquer dos Poderes da União (Executivo, legislativo ou Judiciário), de qualquer um dos entes da unidade federativa (Estados, Distrito Federal e Municípios) e esses princípios são o da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.
Todavia devemos advertir que esses princípios só foram incluídos na Constituição Federal de 1988, quando da reforma administrativa, a fim de organizar a administração pública, sendo que o princípio da eficiência só veio a fazer parte desse rol com a Emenda Constitucional de 1998, ou seja, somente dez anos após a reforma administrativa é que se observou que o serviço público também deveria ser eficiente.
Devido à tamanha importância a respeito do assunto, escolhemos os princípios como tema do nosso trabalho. Por isso faremos uma breve abordagem sobre cada um dos cinco princípios contidos no rol do artigo 37 da Constituição Federal bem como de outros princípios não menos importantes para o direito constitucional e também para a administração pública, pois são eles os princípios, a diretriz, o firmamento e a luz que guiam todo o ordenamento jurídico.
Desta forma, na primeira parte do meu trabalho, farei uma abordagem sobre os princípios gerais para toda a administração pública dando ênfase ao artigo 37 da CF/88, que trouxe os princípios da legalidade, que diz quenão há crime sem lei anterior que o defina nem pena sem prévia cominação legal.
Aos particulares é permitido fazer tudo o que a lei não proíbe e à administração pública só é permitido fazer o que a lei permite; a impessoalidade afirma que a administração pública não pode ter a qualidade de própria, nem particular, não dar tratamento personalíssimo aos seus próprios atos e sim ao interesse do bem comum, sendo que os seus atos precisam ser impessoais, não podendo trazer a marca pessoal de ninguém, e ser do interesse da coletividade.
A moralidade reforça que os atos da administração precisam ser morais, ou seja, baseados na probidade, boafé e confiança e, é pela moralidade, que a Administração Pública faz o controle dos seus próprios atos, que é o pressuposto da validade;
Publicidade, que diz que todos os atos da administração pública têm que ser obrigatoriamente públicos, ressalvados os atos referente à intimidade das pessoas e aqueles que contenham segredo de estado; eficiência, que seria onão se esbanjar do bem público, utilizandoos de forma e qualidade condizentes com o serviço a ser prestado, primando pela qualidade, mas sem desperdícios.
Na segunda parte desse trabalho, abordarei sobre os Outros Princípios Implícitos no Artigo 37 da Constituição Federal, orientadores da administração pública, explicando sobre os princípios da segurança jurídica ou o princípio da estabilidade das relações jurídicas; da supremacia interesse público; da supremacia constitucional; da unidade da constituição; da razoabilidade e da proporcionalidade e o princípio da segurança jurídica ou da estabilidade das relações jurídicas.
O objetivo principal da minha pesquisa foi de estudar e relacionar os princípios que servem de base para toda a administração pública, pois sem eles não poderá se sustentar o estado do direito pósmoderno, considerando que eles são o sustentáculo onde se apoia toda a estrutura do sistema jurídico nacional, pois os princípios são o resultado da revolução da sociedade (Legalidade, lgualdade e Fraternidade) e da transformação da história no mundo jurídico.
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 Conceito geral de princípio
Princípio vem do latim principium e tem significado variado, este pode ser entendido como o começo de tudo, é o nascedouro das coisas e dos seres, é o que vem antes, início, origem, ponto de partida, regra a seguir, La Norma Primaria.
Por outro lado, quando se fala em princípio no Direito, ou seja, como norma jurídica, este tem a finalidade de organizar o sistema, agindo como liame, como ligação do conhecimento jurídico, com a finalidade de atingir os fins desejados. Desta forma também são normas jurídicas só que com hierarquia superior, e escritas anteriormente as normas comuns, e estas normas são subordinadas aos princípios.
As normas servem como a base axiológica que estruturam todo o conhecimento jurídico e para esse sistema, se princípio não for norma, não terá nenhuma relação com o direito, e segundo Plácido e Silva (1991, p. 447):
Princípios significam normas elementares ou requisitos primários instituídos como base que mostram o conjunto de regras ou preceitos que se fixaram para servir de norma a toda espécie de ação jurídica, traçando, assim, a conduta a ser tida em qualquer operação jurídica.
O princípio é norma de conduta inabalável, deverá ser aplicado quando houver uma norma positiva específica, pois em caso contrário caracterizaria uma ofensa ao Estado de direito. Desta forma o princípio saiu do abstrato para o concreto, haja vista que este independe de norma infraconstitucional para a sua aplicação.
A Constituição Federal do Brasil de 1988 em seu artigo 37 trouxe os vários princípios que deverão ser seguidos pela administração pública, sendo a moralidade, a impessoalidade, a legalidade, a publicidade e a eficiência (acrescentado pela EC 19/98).
Esses princípios norteiam todos os atos do administrador público, que não poderá deles se afastar sob pena de desvio do interesse público em favor de terceiros. Para Mello (2008. p. 943):
Violar um princípio é muito mais grave que transgredir uma norma qualquer.
A desatenção ao princípio implica ofensa não apenas a um específico mandamento obrigatório, mas a todo sistema de comandos. É a mais grave forma de ilegalidade ou inconstitucionalidade, conforme o escalão do princípio atingido, porque representa insurgência contra todo o sistema, subversão de seus valores fundamentais, contumélia irremissível a seu arcabouço lógico e corrosão de sua estrutura mestra.
Isto porque, com ofendêlo, abatemse as vigas que o sustêm e aluise toda estrutura nelas esforçada.
Os princípios devem ser respeitados e a falta de observância a esses constitui uma ilegalidade inconstitucional, pois quando isso acontece abalase todo o sistema jurídico.
2.2 Princípios constitucionais fundamentais
Com o passar da história do direito no mundo, os princípios constitucionais fundamentais sofreram grandes mudanças e foram grandemente questionados sobre o que seriam os princípios, se seriam eles dotados de normatividade, se seriam eles regras, e qual seriam as funções destes princípios.
Na época do jusnaturalismo, os jusnaturalistas defendiam uma tese, ora superada, onde para eles, os princípios eram conjuntos de verdades objetivas provenientes da lei dos homens e da lei de Deus. Assim para eles, a fonte dos princípios seriam as normas, e eles não consideravam o princípio como norma. Igualmente, os princípios são normas gerais de aplicação imediata, sendo ele a base do sistema jurídico. É o que nos conta Oliveira (2010, p.11):
Os princípios são verdades jurídicas universais, e, assim sendo, são consideradas normas primárias, pois são o fundamento da ordem jurídica, enquanto que as normas que dele derivam possuem caráter secundário. Ainda, os princípios são normas que, por possuírem alto grau de generalidade se diferem das regras, que também são normas, mas não têm nível elevado de generalidade.
As regras e os princípios, de certa forma, são uma subdivisão das normas. Mas os princípios possuem um grau de abstração mais alto do que as regras. No início, os princípios eram gerais quando se comparavam com o direito, depois de sua evolução e com o surgimento da ideia de Estado de Direito e sobre tudo, com o surgimento da primeira Constituição em sentido formal escrita, os princípios se consolidaram ganhando um constitutional status, e a partir deste ponto as suas normas passaram a ser consideradas supremas e outras normas que surgiram foram derivadas a partir dos princípios.
Segundo ponto de vista de José Afonso da Silva (2002), normas jurídicas podem ser divididas de duas formas: Os princípios políticos constitucionais e os princípios jurídicos constitucionais. Os princípios políticos constitucionais são os que se tratam das decisões políticas fundamentais, ou seja, as normas ou princípios ao qual se fundamentam e se derivam as demais normas particulares e se encontram na Constituição Federal de 1988, do artigo primeiro ao quarto.
Já os princípios jurídicos constitucionais, são os princípios gerais encontrados no ordenamento jurídico (ex. princípio da supremaciaconstitucional, princípio da liberdade, etc.). Eles são os princípios fundamentais que visam definir as características ao Estado e a sociedade política, enumerando os principais órgãos políticoconstitucionais. Eles, podemos dizer que são um resumo das normas constitucionais.
Silva (2002) ainda salienta que na Constituição Federal de 1988, esses princípios se resumiriam em Princípios relativos à existência, forma, estrutura e tipo de Estado;
Princípios relativos à forma de governo e à organização dos poderes; Princípios relativos à organização da sociedade; Princípios relativos ao regime político; Princípios relativos à prestação positiva do Estado; Princípios relativos à comunidade internacional.
Haja vista ser justamente o Direito Constitucional quem define as normas elementares ou seja os princípios, os requisitos primários que servem de norma a toda espécie de ação jurídica, a qual a administração pública deverá seguir, desta forma, mister se faz trazermos neste trabalho o conceito de constituição que para Silva (2001), nada mais é que o direito público fundamental. A norma fundamental que é a base da organização do Estado e que são fundamentais aos seres humanos e ao estado Democrático de direito.
Quer dizer que todo Estado democrático tem uma constituição que, sendo a lei básica, organizará, a partir dos direitos fundamentais, a própria constituição em consonância com as normas jurídicas e as normas costumeiras.
2.3 Colisão dos direitos fundamentais
No que tange a Colisão dos direitos fundamentais, devemos trazer em pauta, Robert Alexy (2011), que se tornou bastante citado e conhecido no direito constitucional, por causa da sua teoria da colisão dos princípios fundamentais nas relações jurídicas. Na sua teoria, Alexy, não procurou igualar os direitos fundamentais, mas sim, encontrar novos dogmas e princípios contidos tanto nos códigos, como na Jurisprudência dos tribunais superiores, pois para esse autor, onde existissem direitos fundamentais poderia haver colisão entre eles, exatamente por não se saber quais seriam os titulares desses direitos, à sua restrição, e qual o tipo e intensidade de controle deveriam ser exercidos sobre o assunto.
2.3.1 Colisão entre os princípios e colisão entre as regras jurídicas
Para Alexy (1988), a colisão entre regras jurídicas são aplicadas por subsunção (que é a possibilidade de distinção entre o fato que seria a premissa menor, e o direito, que seria a premissa maior), e a colisão entre princípios são aplicados por ponderação (que é um tipo de procedimento que em determinado caso concreto, envolve o sopesamento dos princípios em colisão).
No caso de colisão entre os princípios (ALEXY, 2011), o problema será resolvido pelo sopesamento entre eles, sendo que um princípio deve ceder espaço ao outro, que seria considerado mais importante em determinado caso concreto. Nesse caso, o princípio que prevalecer, não poderá ferir de morte o outro princípio envolvido, pois ele não deixará existir no ordenamento jurídico ou de gerar seus efeitos jurídicos.
Isso quer dizer que a colisão entre eles será resolvida por sopesamento (um cede espaço a outro por ser considerado mais importante, mais pesado naquele determinado caso), pois os princípios são todos importantes, não existindo hierarquia ou supremacia entre eles, em cada caso será aplicado um princípio que tenha mais peso, mas isso não quer dizer que o outro princípio envolvido será excluído do sistema jurídico, ambos continuarão válidos, só que um terá mais peso do que o outro naquele determinado caso.
Todavia, como a ponderação não é um simples juízo intuitivo, para que o operador do direito faça esse sopesamento entre os princípios envolvidos, ele deverá seguir e obedecer a determinadas etapas e critérios que envolvem uma comparação das alternativas que ele tem para cada caso concreto, a fim de chegar à decisão final. E quanto a essas etapas ou critério, Coelho (2011, p.1), se refere a elas como sendo três juízos:
1. De adequação – nesta etapa serão avaliadas as alternativas para ver qual princípio melhor se encaixa ao caso envolvido;
2. De necessidade – se verificará se as alternativas existentes são necessárias para aquele caso, mas, portanto sem sacrificar mortalmente outro princípio envolvido;
3. De proporcionalidade em sentido estrito – que é a prevalência de um princípio
sobre outro princípio em determinado caso.
Por outro lado, o contrário acontece com as regra jurídicas, que no caso de sua incompatibilização, a solução para o problema seria a exclusão de uma das regras em colisão, pois a norma ordena que seja aplicada uma regra em determinado caso, e somente aquela regra é que deverá ser aplicada, não cabendo outra em seu lugar, pois seria ela, a condição necessária e suficiente para a validade daquele caso, e esse processo, recebe o nome de subsunção do caso à regra de direito. Assim, as regras fixam antecipadamente o fato que conta como condição necessária e suficiente para sua aplicação, e já fixam com antecipação a decisão que o aplicador deverá dar ao caso concreto (ALEXY, 2011).
Temse finalmente, que as normas e as regras jurídicas poderão ser cumpridas ou mesmo, descumpridas, e no segundo caso, aquele que as desobedecer, pagará pela sua desobediência. Já no que tange aos princípios, como normas que ordenam todo o sistema jurídico, eles deverão ser obedecidos para que não se caracterize uma afronta ao estado democrático de direito.
2.3.2 Ponderação e proporcionalidade
Para Pimenta (2007), a ponderação tem que levar em conta a proporcionalidade, ou seja a intensidade e a importância na intervenção de um determinado direito fundamental, levandose em conta que quanto maior for a intervenção desse direito, também os fundamentos para que ela ocorra, deverão ser maiores, para que essa intervenção possa ser justificada. Desta forma deverá existir uma certa racionalidade na
escolha de um determinado princípio, observandose a sua importância e a consequência do choque entre os princípios envolvidos.
A ponderação deverá se dar de três modos: primeiramente deverá haver uma definição quanto a intensidade da intervenção. Em segundo plano, deverá se verificaro grau de importância dos direitos fundamentais que justifiquem tal intervenção. E, finalmente, deverá ocorrer a ponderação dos princípios, para ver se é de fundamental importância, a satisfação de um direito fundamental, em detrimento do outro envolvido.
2.3.3 Sopesamento entre direitos individuais e entre direitos coletivos
Pimenta (2007, p.3), dizque a colisão de direitos fundamentais poderá ocorrer de duas formas:
1. Forma estrita ocorre quando as colisões acontecerem somente no campo dos
princípios dos direitos humanos fundamentais, por exemplo, o direito fundamental de um sujeito se colide com o direito fundamental de outro sujeito (ex. liberdade de opinião versus a liberdade de imprensa).
2. Forma ampla aqui seria a colisão entre direitos fundamentais individuais e
interesses fundamentais coletivos.
Devemos observar, entretanto, que no caso de colisão entre direitos individuais (forma estrita), e direitos fundamentais coletivos (forma ampla), deverá ser sopesado o mais importante, e geralmente prevalecerão os direitos coletivos, que são muito mais abrangentes que somente os direitos individuais.
2.4 Princípios fundamentais implícitos e explícitos no art. 5º. §2º da Constituição Federal
O parágrafo 2° do artigo 5º da Constituição Federal (cláusula de abertura) faz a introdução aos direitos humanos fundamentais, como vida, liberdade, igualdade, segurança, propriedade, etc, que é somente um rol exemplificativo e não taxativo, que poderão estar explícitos ou implícitos na Constituição, onde afirma que “os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte”, e a adesão a esses tratados vem reforçada no artigo 5º.
Parágrafo 3º, quando diz que os tratados e convenções internacionais que tratem a respeito de direitos humanos fundamentais depois da aprovação pelo Congresso Nacional, valerão como emendas constitucionais.
Silva (2003) traz a classificação dos direitos humanos que têm caráter de direitos fundamentais, dependendo do regime adotado, onde uns são expressos na nossa Constituição Federal, outros implícitos e os que decorrem de tratados internacionais, da seguinte forma.
Os direitos individuais expressos na CF são os que vêm descritos no art. 5º;
Os direitos individuais implícitos são os que se apresentam de forma implícita nos
incisos da CF, que seriam o desdobrar de cada princípio explícito do artigo 5º. Da CF;
Os direitos individuais decorrentes dos tratados internacionais em que o Brasil é
signatário.
2.4.1 Ramificação dos princípios
Dos princípios expressos na Constituição Federal, em especial os contidos no artigo 5º. Parágrafo 2º., deles decorrem outras ramificações de princípios como por exemplo o princípio da dignidade da pessoa humana em que dele se ramifica outro princípio, o da proibição de experiências genéticas degradantes com o ser humano, e, mesmo se o princípio não vier expresso na carta magna, nem por isso ele será desprovido de normatividade.
Pois são eles que servem de ponderação na hora de se aplicar a lei aos princípios conflitantes, tendo como finalidade dar primazia aos interesses constitucionais que sejam mais importantes e fundamentais, sendo que esses direitos fundamentais não são apenas os direitos e as garantias individuais, mas, abrangem também, os direitos e garantias sociais (direitos políticos, direitos à nacionalidade, etc).
O Princípio da igualdade, por exemplo, se ramifica para princípio da igualdade de oportunidades, igualdade de sexos, igualdade de capacidades, etc. Todos os princípios contidos na Constituição são meramente rol exemplificativo, pois de cada um deles, poderão surgir outros princípios, pois é justamente essas ramificações dos princípios que dão vida, existência e corpo aos demais ramos do direito.
O Direito Constitucional existe para que os outros ramos do direito possam se embasar e se fortalecer nos princípios de ordem geral, tornando a vida em sociedade possível, tendo em mente que sempre prevalecerá o princípio do interesse coletivo sobre o interesse individual, que é um dos pilares que sustentam o Direito Constitucional e todo o estado democrático de direito, e a finalidade primordial dessa cláusula de abertura material do artigo 5º. Parágrafo 2º. da constituição foi de dar proteção aos princípios e direitos fundamentais expresso ou não, naquele rol e também aos provenientes de tratados e acordos internacionais firmados pelo Brasil.
2.5.Surgimento dos princípios em alguns países
Com a primeira Constituição formal nos Estados Unidos da América, com ela