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O PAPEL DO PROFESSOR DE HISTÓRIA FRENTE AS NOVAS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO

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Academic year: 2022

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O PAPEL DO PROFESSOR DE HISTÓRIA FRENTE AS NOVAS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO

THE ROLE OF THE HISTORY TEACHER IN FRONT OF NEW INFORMATION AND COMMUNICATION TECHNOLOGIES

EL PAPEL DEL PROFESOR DE HISTORIA FRENTE A LAS NUEVAS TECNOLOGÍAS DE LA INFORMACIÓN Y LA COMUNICACIÓN

Pedro Henrique Caetano Figueira58 Ricardo de Araújo Rodrigues59 Silvana Duarte Gonçalves dos Santos60 Kassio de Souza Ferreira Estanislau61 Paulo Jonas dos Santos Júnior62

RESUMOO foco deste estudo é refletir sobre o papel do professor de História diante da inserção das novas tecnologias de informação e comunicação no âmbito escolar. Busca-se analisar o uso das mídias no ensino de História, refletir sobre o papel das tecnologias n a educação, bem como sobre a formação dos professores perante os recursos midiáticos na disciplina de História. Realizou-se uma pesquisa bibliográfica, em que foram consideradas as contribuições de autores como Schmidt (2004), Arruda (2004) e Freire (1997), entre outros.

Procurou-se frisar que a sociedade não teria alternativa, senão a de aceitar o impacto das mudanças provocadas pela inovação tecnológica. Daí a importância de adequar-se a essas transformações, uma vez que as Tecnologias da Informação e Comunicação – TIC, são apresentadas como uma solução rápida e fácil para complexos problemas históricos, muito embora não haja um consenso sobre que tipo de mudança seria essa, mesmo com a aquisição e o uso de novos instrumentos. Entretanto, o cenário das tecnologias na educação revela um grande desafio para os educadores, pois esse processo ainda se encontra no início.

Ao longo do texto, serão apresentadas fundamentações que visam um ensino de qualidade, conectado com o cotidiano e que acompanha o movimento de modernização pelo qual a educação tem se deparado. Concluiu-se que as entradas das TIC nas escolas devem estar voltadas para uma educação que vise à democratização de oportunidades educacionais e de acesso ao saber e à redução das desigualdades sociais.

Palavras-chave: Aluno. História. Ensino. Professor. Tecnologias.

ABSTRACT The focus of this study is to reflect on the role of the history teacher in the face of the insertion of new information and communication technologies in the school environment.

This article aims to analyze the use of media in the teaching of history, to reflect on the role of technologies in education, as well as on the training of teachers in the face of media resources in the discipline of History. A bibliographic research was carried out, in which the contributions

58 Graduado em História pelo Centro Universitário São José. Contato: pedcfig@gmail.com

59 Licenciado em História pela Faculdade de Tecnologia e Ciência de Salvador. Especialista em História do Brasil (UCAM).Contato: ricrodrigues@gmail.com

60 Pós Graduada em Língua Portuguesa (FAFITA). Pós Graduada em Psicopedagogia(UCB). Contato:

silvanadgsantos@hotmail.com.

61Mestrando em Sociologia Política (UENF). Contato: estankassio@gmail.com.

62Doutor em Planejamento Regional e Gestão da Cidade (UCAM). Contato:

paulojsjunior@hotmail.com.

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of authors such as Schmidt (2004), Arruda (2004) and Freire (1997), among others, were considered. We tried to emphasize that society would have no alternative but to accept the impact of changes caused by technological innovation. Hence the importance of adapting to these transformations, since Information and Communication Technologies - ICT, are presented as a quick and easy solution to complex historical problems, although there is no consensus on what kind of change this would be, even with the acquisition and use of new instruments. However, the scenario of technologies in education reveals a great challenge for educators, as this process is still in its infancy. Throughout the text, fundamentals will be presented that aim at quality education, connected with daily life and that accompanies the modernization movement that education has faced. It was concluded that the entrance of ICT in schools must be directed towards an education that aims at the democratization of educational opportunities and access to knowledge and the reduction of social inequalities.

Keywords: Student. Story. Teaching. Teacher. Technologies.

RESUMENEl enfoque de este estudio es reflexionar sobre el papel del profesor de historia ante la inserción de las nuevas tecnologías de la información y la comunicación en el ámbito escolar. Este artículo tiene como objetivo analizar el uso de los medios de comunicación en la enseñanza de la historia, reflexionar sobre el papel de las tecnologías en la educación, así como sobre la formación de los docentes frente a los recursos mediáticos en la disciplina de la Historia. Se realizó una investigación bibliográfica, en la que se consideraron las aportaciones de autores como Schmidt (2004), Arruda (2004) y Freire (1997), entre otros.

Intentamos enfatizar que la sociedad no tendría más alternativa que aceptar el impacto de los cambios provocados por la innovación tecnológica. De ahí la importancia de adaptarse a estas transformaciones, ya que las Tecnologías de la Información y la Comunicación - TIC, se presentan como una solución rápida y sencilla a problemas históricos complejos, aunque no hay consenso sobre qué tipo de cambio sería este, incluso con la adquisición y uso de nuevos instrumentos. Sin embargo, el escenario de las tecnologías en la educación revela un gran desafío para los educadores, ya que este proceso aún está en pañales. A lo largo del texto se presentarán los fundamentos que apuntan a una educación de calidad, conectada con la vida cotidiana y que acompaña el movimiento modernizador que ha enfrentado la educación. Se concluyó que el ingreso de las TIC en las escuelas debe orientarse hacia una educación que apunte a la democratización de las oportunidades educativas y el acceso al conocimiento y la reducción de las desigualdades sociales.

Palabras clave: Estudiante. Historia. Enseñando. Profesor. Tecnologías.

I - INTRODUÇÃO

O presente trabalho tem como tema o papel do professor de História diante da inserção das novas tecnologias de informação e comunicação no âmbito escolar.

Cabe ressaltar que o ensino na sala de aula, mesmo quando se usa variados recursos tecnológicos, não depende apenas dessa engenharia, mas essencialmente do encontro entre professor e aluno.

Nesse Contexto, construíram-se questões que nortearam este trabalho, perguntas como: as tecnologias da informação e comunicação podem transmitir competências e informações com maior rapidez e eficiência que o professor? Em relação à inserção das novas tecnologias do ensino História do Brasil quais propostas inovadoras de estudo consistentes podem ser utilizadas para desafiar os estudantes a estudarem a História?

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O ensino de História, assim como outras disciplinas também requer que o professor tenha conhecimento pedagógico e saiba utilizar as ferramentas didáticas, embora haja indícios de que o uso das tecnologias tem sido lento ou ainda não foram incorporadas às práticas pedagógicas. Daí a importância de se fazer uma investigação sobre o olhar midiático para o ensino de História.

Ao longo do texto, serão apresentadas fundamentações que visam a um ensino de qualidade, conectado com o cotidiano e acompanhando o movimento de modernização pelo qual a educação tem se deparado. Com o objetivo de atingir o resultado esperado foi utilizado como método a pesquisa bibliográfica, realizada através de uma investigação de recursos já publicados na literatura e internet. O texto final foi fundamentado nas ideias e concepções de autores como: Arruda (2004), Bastos (1997), Ferreira (1999), Freire (1997), Hargreaves (2002), Moran (2006), Nóvoa (1992), Sancho (2006), Schmidt (2004), Schön (2000) e Thuler (2001).

II – O PROFESSOR DE HISTÓRIA

O papel do professor é de suma importância para o sucesso da relação ensino- aprendizagem. Dessa forma, cabe ressaltar que:

O professor de História pode ensinar o aluno a adquirir as ferramentas de trabalho necessárias; o saber-fazer, o saber-fazer-bem, lançar os germes do histórico. Ele é o responsável por ensinar o aluno a captar e a valorizar a diversidade dos pontos de vista. Ao professor cabe ensinar o aluno a levantar problemas e a reintegrá-los num conjunto mais vasto de outros problemas em problemáticas (SCHMIDT, 2004, p.57).

É evidente que antes de falarmos sobre o papel das tecnologias na educação, é preciso, inicialmente, destacarmos o papel fundamental da educação no desenvolvimento das pessoas e das sociedades que se amplia ainda mais no novo milênio e aponta para a necessidade de se construir uma escola voltada para a formação de cidadãos. Pois estamos numa era marcada pela competição e pela excelência, em que progressos científicos e avanços tecnológicos definem exigências novas para os jovens que ingressarão no mundo do trabalho.

Atualmente, os diversos estados mundiais se questionam sobre quais seriam os currículos escolares mais adequados para o tipo de sociedade pretendida63. Um

63Diversas comissões de nível internacional buscam discutir sobre a construção de currículos escolares que possam oferecer um ensino pautado em uma sólidaaprendizagem, mas sem deixar de

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dos grandes desafios é adaptar a educação às novas tecnologias – TICs, tais como os meios de comunicação atuais como a internet, a televisão, o rádio, os softwares que funcionam como meios educativos formais ou informais, salientando também que, ainda há estabelecimentos de ensino que utiliza apenas a tecnologia do giz e da lousa, e a tecnologia dos livros didáticos.

Sobre o papel das tecnologias digitais no contexto escolar, é evidente que os profissionais em educação precisam superar uma visão meramente técnica do uso das tecnologias digitais, focar no papel do professor frente às atuais demandas trazidas por essas tecnologias. É essencial destacar, como o faz Arruda:

As tecnologias digitais trazem possibilidades interativas para a educação as quais, aparentemente, ainda não foram, genericamente, incorporadas nas práticas docentes, independentemente à adoção, ou não, dessa nova linguagem. Respectivamente podem trazer para a docência novos encaminhamentos quanto ao processo de aquisição do conhecimento pelo aluno. (ARRUDA:2004 P. 11)

A tecnologia educacional é a área de conhecimento que busca dar suporte no processo ensino e aprendizagem de modo a propiciar formas adequadas de utilizar os recursos tecnológicos na educação, conforme as necessidades e a realidade dos educandos, da escola, do professor, da cultura em que a educação está inserida.

Nesse sentido, a TV, o vídeo, o som, a Internet, as redes sociais, o material impresso possibilitam a articulação com novas linguagens e novas formas de apropriação do conhecimento na escola. Deste modo, é importante que educador e educando aprendam a selecionar as informações apropriadas, a verificar e identificar suas proveniências. Entretanto, torna-se necessário relacionar teoria e prática, para que se possa perceber em os mais diversos meios das tecnologias, a importância de se avançar enquanto educadores e educandos. Dessa forma, o uso da tecnologia vem proporcionar a todos uma nova forma de pensar e de transformar diante desse novo mundo globalizado, como bem citou Freire:

Devemos despertar a consciência de estarmos sempre prontos e reciclados, aguçando o desejo de se complementar, capacitar ao exercício de uma consciência crítica de si mesmo, do outro e do mundo. (FREIRE:1997 P. 34)

lado o desenvolvimento da responsabilidade socioambiental e o uso das novas tecnologias (MANZATTO, 2019).

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Sobre o ensino de História no Brasil e as TICs, é preciso inicialmente frisar que, na primeira metade do século XIX, teve a introdução da área no currículo escolar.

Posteriormente a Independência, com a preocupação de criar uma genealogia da nação, formou-se uma história nacional, baseada em uma matriz europeia e a partir de pressupostos eurocêntricos. A partir das décadas de 30 e 40 desse século, foi orientado por uma política nacionalista e desenvolvimentista64.

No Brasil, por mais de um século priorizou a memorização mecânica dos fatos.

No entanto a sala de aula não pode ser um simples espaço de transmissão de informações uma vez que os padrões atuais são incompatíveis à memorização, repetição de fatos e de ser o professor detentor exclusivo do saber. Os métodos tradicionais de ensino, memorização e reprodução, passaram a ser questionados com maior ênfase.

Conforme Schmidt (2004, p. 12) ensinar História é despertar o senso crítico para “entender que o conhecimento histórico não é adquirido como um dom” e sim através de pesquisas, de redescobertas. Logo, vale salientar que os Parâmetros Curriculares Nacionais para a área de História têm como pressuposto, que o aluno pode apreender a realidade na sua diversidade e nas múltiplas dimensões temporais.

Destacam os compromissos e as atitudes de indivíduos, de grupos e de povos na construção e na reconstrução das sociedades, e propõe estudos das questões locais, regionais, nacionais e mundiais; das diferenças e semelhanças entre culturas; das mudanças e permanências no modo de viver, de pensar, de fazer e das heranças legadas por gerações. Esses Procuram valorizar o intercâmbio de ideias, sugerindo a análise e interpretação de diferentes fontes e linguagens — imagem, texto, objeto, música etc.

Atualmente as tecnologias estão impactando cada vez mais a vida moderna com seus reflexos na educação, portanto há a necessidade de repensar o papel da escola, uma vez que se percebe que o modelo tradicional já não atende mais às demandas.

É de fundamental importância, que o professor saiba utilizar as tecnologias em sua prática docente, não somente como recurso didático, bem como ferramenta

64O período de 1930 e 1940 foi marcado, principalmente, pelo governo do Presidente Getúlio Vargas, época também conhecida como Era Vargas. Esse período recebe esse nome, pois Vargas presidiu o país de 1930 até 1945. Seu modelo de político marcou essa época, e o fez receber o apelido de “pai dos pobres” (CAPELATO, 2013).

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adequada a todo o processo pedagógico; embora haja indícios de que o uso das tecnologias tem sido lento ou ainda não foi totalmente incorporado às práticas pedagógicas.Sancho afirma que:

Autores situaram algumas dificuldades em relação à implementação das TIC nas escolas apontando, entre outras, para o fato de o ensino ser predominantemente centrado no professor. (SANCHO:2006 p. 19)

É importante que o professor busque constantemente habilidades acadêmicas, entre outras, capacidade de comunicação, entusiasmo para ensinar, competências para utilizar as TICs, visando à transformação da sociedade, através de a formação contínua.

Conforme Schön (2000)o conhecimento do professor profissional deve formar- se sobre a experiência, através da qual ele pode experimentar a ação e a reflexão em situações reais, como em um laboratório prático. A reflexão deve ser incluída a partir de situações práticas como elemento principal da formação de profissionais. O exercício reflexivo permite ao profissional vivenciar e sair bem sucedido de situações novas e desafiadoras no ambiente de trabalho.

Nota-se por outro lado que, Nóvoa (1992) entende que esse processo de aprendizado engloba a formação inicial, a continuada e a experiência profissional; ou seja, não se trata apenas da reciclagem do professor em relação à evolução dos conceitos que ensina e das novas técnicas e recursos pedagógicos, mas, também, a sua qualificação para desempenhar novas funções como: administração e gestão escolar, orientação escolar, coordenação pedagógica, educação de adultos e crianças especiais, conhecimento e emprego das tecnologias.

III – OS DESAFIOS NO USO DA TECNOLOGIA

São muitos os desafios a serem superados em relação à formação dos professores: o fato de o professor ser um “forasteiro” digital, ter uma formação inicial e contínua inadequada, vivenciar uma cultura escolar desfavorável ao desenvolvimento de projetos que visam às mudanças no trabalho docente. Assim, a formação de professores para a introdução das TICs nas escolas, para que provoquem as mudanças necessárias, requer um trabalho intelectual e emocional.

Hargreaves ressalta que:

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[...] a mudança educacional requer mais do que esforço e domínio técnico e intelectual; não depende apenas do fato de exercitar conhecimentos, habilidades e capacidades visando a solucionar problemas .A mudança educacional também é um trabalho emocional que utiliza e afeta uma vasta rede de relacionamentos humanos importantes e significativos, os quais compõem o trabalho das escolas. As tentativas de mudança educacional afetam relacionamentos entre professores e alunos, entre pais e professores e entre eles mesmos; o senso de sucesso e satisfação depende deles. As mudanças exigem dos professores esforços, ao mesmo tempo, intelectuais e emocionais. (HARGREAVES:2002 p. 131)

Para Thurler (2001) o verdadeiro sentido é construído por meio da compreensão da mudança, dos conflitos e das experiências que são realizadas pelos professores no cotidiano. O sentido da mudança é uma construção coletiva, individual e interativa; em que é preciso compreender melhor onde e como os professores constroem o sentido de uma mudança proposta, para que se possam utilizar dispositivos para facilitar a aceitação do projeto.

Entretanto, se faz necessário criar ambientes especialmente destinados à aprendizagem, onde os alunos possam construir os seus conhecimentos de forma cooperativa e interativa, em que os estilos individuais de aprendizagem sejam observados. Para isso é necessário que os professores estejam habilitados, capacitação essa que deve estar voltada a preparar a sociedade para conviver com a informática, de ela participar e ser, ainda, seu principal agente.

No ensino de História, essas inovações podem começar com a utilização do computador, a partir dos recursos multimídias, que possibilita aos alunos apropriar-se de valores que os levem a compreender o passado e fazerem análises críticas, frente ao presente.

Conforme Bastos (1997) são muitas as possibilidades de integração e envolvimento com essa ferramenta; como o acesso a uma riqueza de recursos que são os sons e as imagens; essas propiciam maiores explorações e integrações de ideias por parte dos alunos nas questões conceituais. O uso de tecnologias permite, ainda, mudança nos papéis dos professores e em os métodos de ensino, bem como facilita a busca de dados de natureza histórica, e os direciona nas propostas de concepção da “História Nova”65. Por isso, torna-se necessário pensar no ensino de

65 A visão da “Nova História” se baseia, principalmente, na influência da Escola dos Annales, em especial nas ideias defendidas por Jacques Le Goff e Pierre Nora. Esse pensamento defendia que a metodologia do ensino de História deve se basear em diversas frentes e levar em conta questões mais abrangentes e não apenas a documentação oficial (BURKE, 2003).

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História em integração com a tecnologia, por ser um dos caminhos possíveis para conciliar o desenvolvimento social, que visa à formação histórica do aluno.

Os PCNs para a área de História, afirmam que não se aprende História apenas no espaço escolar. As crianças e jovens têm acesso a inúmeras informações, imagens e explicações no convívio social e familiar, nos festejos de caráter local, regional, nacional e mundial. São atentos às transformações e aos ciclos da natureza, envolvem-se com os ritmos acelerados da vida urbana, da televisão e dos videoclipes, são seduzidos pelos apelos de consumo da sociedade contemporânea e preenchem a imaginação com ícones recriados a partir de fontes e épocas diversas. Nas convivências entre as gerações, nas fotos e lembranças dos antepassados e de outros tempos, crianças e jovens socializam-se; aprendem regras sociais e costumes, agregam valores; projetam o futuro e questionam o tempo.

Rádio, livros, enciclopédias, jornais, revistas, televisão, cinema, vídeo e computadores também difundem personagens, fatos, datas, cenários e costumes que instigam meninos e meninas a pensarem sobre diferentes contextos e vivências humanas. Nos Jogos Olímpicos, no centenário do cinema, nos cinquenta anos da bomba de Hiroshima, nos quinhentos anos da chegada dos europeus à América, nos cem anos de República e da abolição da escravidão, os meios de comunicação reconstituíram com gravuras, textos, comentários, fotografias e filmes, glórias, vitórias, invenções, conflitos que marcaram tais acontecimentos.

É mister o uso dos novos meios de comunicação para uma melhor compreensão dos alunos, já que os mesmos cada vez mais têm contato com computadores, Internet e redes sociais. Com a utilização dessas novas ferramentas em sala de aula é possível abordar assuntos até então vistos tão distantes deles de uma maneira lúdica baseados no cotidiano dessas pessoas, fazendo com que o aluno dialogue e se enxergue naquilo que aprende.

De acordo com Moran (2006) as pesquisas pela Internet podem ocorrer no primeiro momento "ao vivo" (juntos fisicamente) professor e aluno e, posteriormente,

"off line" (cada uma pesquisa no seu espaço e tempo). Primeiramente, o docente atento às descobertas, às trocas de experiências e informações ajuda os alunos a contextualizá-las e problematizá-las. No segundo momento, o docente a direciona e socializa o conhecimento entre os grupos participantes, oportunidade em que todos relatam suas dúvidas, sugestões, que podem ocorrer através de e-mail ou acesso a

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páginas de sites do professor ou dos próprios alunos, até mesmo por blogs, essas são as chamadas aprendizagens colaborativas.

É preciso inserir a tecnologia nos nossos dias e em nossas aulas para que ela tenha o objetivo de ajudar no crescimento e no aprendizado, e , assim, facilite o entendimento e possibilite uma aproximação entre discentes e docentes. Ferreira (1999) defende que os recursos de multimídia, fotografia, vídeo, imagens, sons, filmes e computação gráfica, quando usados corretamente, constituem-se em ferramentas de apoio para a apresentação, construção e transmissão do conhecimento histórico;

que é produzido na academia, como resultado da investigação científica. Recursos esses que possibilitam novas formas de apreensão, uma vez que os audiovisuais despertam a atenção dos alunos e os tornam mais interessados, o que contribui para a melhoria da aprendizagem e acaba por estabelecer uma relação de interação com o conteúdo entre professores e alunos do Ensino Fundamental e Médio.

A inserção das tecnologias no ensino de História pode começar com a utilização do computador que vai, certamente, possibilitar aos alunos se apropriarem de valores que os levem a compreender o passado e possibilite uma análise crítica do presente; atitudes que vão ampliar os seus horizontes através de pesquisas em sites via internet, visitas a museus, consulta a arquivos históricos; sobretudo vai gerar condições para que os discentes entrem em contato com outras pessoas, o que irá possibilitar a troca de experiências, a construção de os conceitos de forma coletiva, a partir do contato com diversos sujeitos. Dessa forma, foi constatado que através da informática existem infinitas atividades a serem realizadas, as quais possibilitam transformar a disciplina de História em matéria dinâmica e criativa.

IV - Conclusão

Diante do exposto, Infere-se que as TICs tornam as aulas mais atrativas e interessantes, porém, a intervenção do professor é mais importante do que a simples utilização do recurso. O recurso aliado a essa interferência pode proporcionar avanços e resultados satisfatórios à prática pedagógica que proporciona ao aluno, possibilidades diversificadas de visualizar um determinado conteúdo, desenvolver atividades, além de motivá-los , e despertar o interesse e a criatividade.

O professor precisa encontrar a melhor forma de aproveitar os recursos supracitados, com vista à solução de problemas e a realização de atividades

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investigativas. Existem infinitas atividades a serem realizadas, se forem bem utilizadas possibilitarão transformar a disciplina de História em matéria dinâmica, viva e não apenas baseada na repetição ou memorização de fatos.

O uso das tecnologias da informação e comunicação pode criar alternativas e disponibilização de novas opções no tempo e espaço, que irão permitir práticas educativas em diferentes combinações.Portanto, o uso adequado das TICs conduz a profundas transformações no processo de ensino-aprendizagem; que se fundamenta na comunicação, na troca e na criação. Sobretudo reconhece que a tecnologia pode contribuir para a qualidade da educação, uma vez que incentiva a comunicação e interação; altera, também, o papel do aluno, que deixa de ser receptor de conteúdos e saberes e se torna sujeito ativo, responsável pela busca do conhecimento e de sua própria aprendizagem. A partir de então, o discente assume uma postura ativa na busca do conhecimento em parceria com o professor; através da problematização dos conteúdos passa a expressar suas próprias concepções e a interagir com outras pessoas, aprendendo assim a agir coletivamente.

REFERÊNCIAS

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Belo Horizonte: Autêntica, 2004

BASTOS, João Augusto de S.L. Educação e tecnologia. In: Educação & tecnologia.

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BRASIL.Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais:

história /Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC / SEF, 1998. 108 p.

BURKE, Peter. A Escola dos Annales, 1929 - 1989. São Paulo: UNESP, 2003.

CAPELATO, Maria Helena. O Estado Novo: o que trouxe de novo? In: FERREIRA, Jorge. & DELGADO, Lucila de Almeida Neves. (org.). O Brasil Republicano O tempo do nacional- estadismo: do início da década de 1930 ao apogeu do Estado Novo. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003.

FERREIRA, Carlos Augusto Lima. A importância das novas tecnologias no ensino de História. in Universa. Brasília, n. 1, fevereiro de 1999.

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HARGREAVES, Andy. Aprendendo a mudar. O ensino para além dos conteúdos e da padronização. Porto Alegre: Artes Médicas, 2002.

MANZATTO, Rômulo. Celso Furtado e a Criação da Comissão Mundial de Cultura e Desenvolvimento. Revista Economia e História: difusão de ideias econômicas. [S.I.].

pp. 49-51. 2019. Disponível em: <https://downloads.fipe.org.br/publicacoes/bif/bif464-49-51.pdf>. Acesso em: 07 mar. 2021.

MORAN, José Manuel, MASETTO, Marcos & BEHRENS, Marilda. Novas tecnologias e mediação pedagógica. 12 a ed. São Paulo: Papirus, 2006.

NÓVOA, A. Os professores e a sua formação. Lisboa: Dom Quixote, 1992.

SANCHO, Juana Maria; HERANDEZ, Fernando. Tecnologias para transformar a Educação. Trad. Valéria Campos. Porto Alegre: Artmed, 2006.

SCHMIDT, M. A. A formação do professor de história e o cotidiano da sala de aula. In:

BITTENCOURT, Circe. O saber histórico na sala de aula. 9. ed. São Paulo:Contexto, 2004.

SCHÖN, d. Educando o Profissional Reflexivo: um novo design para o ensino e a aprendizagem. Porto Alegre: Artes Médicas, 2000.

THURLER, Monica G. Inovar no interior da escola. Porto Alegre: Artmed, 2001.

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