• Nenhum resultado encontrado

CONTROLO DE QUALIDADE DE AUDITORIA: ALGUNS CONTRIBUTOS

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "CONTROLO DE QUALIDADE DE AUDITORIA: ALGUNS CONTRIBUTOS"

Copied!
111
0
0

Texto

(1)

CONTROLO DE QUALIDADE DE AUDITORIA:

ALGUNS CONTRIBUTOS

Juliana Maria Pereira da Costa

Orientadora da escola:

Prof.ª Doutora Sara Serra

Supervisor da entidade de acolhimento

: Mestre António Fernandes

Relatório de Estágio apresentado ao Instituto Politécnico do Cávado e do Ave para obtenção do Grau de Mestre em Auditoria:

Maio, 2018

(2)
(3)

CONTROLO DE QUALIDADE DE AUDITORIA:

ALGUNS CONTRIBUTOS

Juliana Maria Pereira da Costa

Orientadora da escola:

Prof.ª Doutora Sara Serra

Supervisor da entidade de acolhimento

: Mestre António Fernandes

Relatório de Estágio apresentado ao Instituto Politécnico do Cávado e do Ave para obtenção do Grau de Mestre em Auditoria:

Maio, 2018

(4)

Nome: Juliana Maria Pereira da Costa

Endereço eletrónico: juliana.pcosta@hotmail.com Tel./Telem.: 933 358 065

Número do Bilhete de Identidade: 14626377

Título do Trabalho: Controlo de Qualidade de Auditoria: Alguns Contributos Orientadores:

Orientadora da escola: Prof.ª Doutora Sara Alexandra da Eira Serra

Supervisor da entidade de acolhimento: Mestre António Manuel Pinheiro Fernandes Ano de conclusão: 2018

Designação do Curso de Mestrado: Mestrado em Auditoria

É AUTORIZADA A REPRODUÇÃO PARCIAL DESTE TRABALHO APENAS PARA EFEITOS DE INVESTIGAÇÃO, MEDIANTE DECLARAÇÃO ESCRITA DO INTERESSADO, QUE A TAL SE COMPROMETE.

Instituto Politécnico do Cávado e do Ave, maio de 2018

Assinatura: ___________________________________________

(5)

RESUMO

A informação produzida pelas organizações destina-se a um vasto conjunto de stakeholders, possuindo o auditor o papel de aumentar o grau de confiança destes, através da expressão de uma opinião sobre se as demonstrações financeiras estão apresentadas de forma apropriada, em todos os aspetos materiais, ou dão uma imagem verdadeira e apropriada, de acordo com o referencial de relato financeiro aplicável.

As sucessivas fraudes e escândalos financeiros, a nível mundial, que se abateram na comunidade empresarial, nos últimos anos, têm afetado a auditoria e, colocado em causa, tanto o papel do auditor, como das respetivas entidades de supervisão. Decorrente destes acontecimentos negativos no paradigma económico e social, começou a ser questionado o papel dos organismos profissionais, no que se refere à supervisão da atividade desenvolvida pelos auditores, tornando assim, o tema do controlo de qualidade um dos que tem merecido mais atenção.

Nos normativos de auditoria em vigor, hodiernamente, é notória a necessidade e importância atribuída à melhoria dos sistemas de controlo de qualidade das auditorias, de modo a melhorar o exercício da profissão por parte dos auditores e restabelecer a confiança dos diversos agentes económicos, quer através de novos requisitos, quer através de requisitos mais exigentes.

Tendo em consideração a atualidade e importância da problemática do controlo de qualidade de auditoria, o presente relatório de estágio apresenta o estudo e análise das normas de controlo de qualidade de auditoria.

O objetivo deste estudo é apresentar contributos ao sistema de controlo de qualidade da firma de auditoria, na qual desenvolvi o estágio curricular. Com este estudo foi possível concluir que a entidade possui boas políticas e procedimentos no seu sistema de controlo de qualidade, e que dá cumprimento aos requisitos e exigências dos normativos legais nesta matéria. Os principais contributos deste estudo, consubstanciam-se, essencialmente, em sugestões de melhoria ao Manual de Controlo de Qualidade Interna da firma.

Palavras-chave: Auditoria; CMVM; Controlo de Qualidade; OROC

(6)
(7)

ABSTRACT

The information produced by organizations is intended for a wide range of stakeholders, the auditor’s role is to increase their confidence level, through the expression of an opinion on whether the financial statements are presented fairly, in all material aspects, or give a true and fair view, in accordance with the applicable financial reporting framework.

The successive worldwide frauds and financial scandals that have plagued the business community in recent years, have affected the audit jeopardizing both the role of the auditor and their supervisory entities.

Resulting from these negative developments in the economic and social paradigm, it began to be questioned the role of professional organizations, in relation to the supervision of the activities carried out by the auditors, thus making the quality control of the subject one that has received more attention.

In current auditing standards, the need for improvements in the audit quality control system is well known, in order to improve the practice of auditing by the auditors to restore the confidence of the various economic agents, either through new requirements, or through more demanding requirements.

Taking into account the present day and importance of the audit quality control issue, this internship report presents the study and analysis of audit quality control standards. The purpose of this study is to introduce contributions to the quality control system of the audit firm, in which I developed the curricular internship. With this study it was possible to conclude that the entity has good policies and procedures in its quality control system, and that it complies with the requirements and demands of the legal regulations in this matter. The main contributions of this study are, essentially, suggestions for improvement to the firm's Internal Quality Control Manual.

Keywords: Auditing; CMVM; Quality Control; OROC

(8)
(9)

AGRADECIMENTOS

No decurso destes meses de trabalho, fui-me sentindo cada vez mais grata pelos ensinamentos, orientações e tantas outras formas de ajuda. Aos orientadores, professores, familiares, amigos e colegas, que me apoiaram, presto o meu mais sincero Agradecimento.

Endereço uma palavra especial de agradecimento:

À minha orientadora da escola, Prof.ª Doutora Sara Serra, por todo o acompanhamento, conhecimento, incentivo e motivação transmitidos, não apenas na elaboração do presente relatório, como em todo o percurso no Mestrado em Auditoria. Agradeço, especialmente, as correções, contributos e sugestões ao presente trabalho, bem como a paciência, disponibilidade e compreensão comigo demonstrada.

Ao meu supervisor da entidade de acolhimento, Mestre António Fernandes, pela oportunidade de desenvolver o estágio curricular no seu escritório, pelo seu acompanhamento, pela disponibilização de todos os recursos, ferramentas e condições de trabalho na realização do mesmo, pela constante preocupação quanto à minha integração e desenvolvimento no ambiente profissional e, especialmente, pela oportunidade de integrar a sua equipa aquando da conclusão do estágio curricular.

Agradeço, à Prof.ª Doutora Sara Serra e ao Mestre António Fernandes, as palavras de incentivo e motivação que me forneceram antes de ingressar no Mestrado em Auditoria e que, em muito, contribuíram para a minha decisão de enveredar nesta área.

À Dra. Angelina Fernandes, por todo o seu acompanhamento na entidade de acolhimento, aconselhamento, orientação e, especialmente, motivação e força que recebi da sua parte, o seu acompanhamento e motivação contribuíram, em larga medida, para a conclusão deste relatório. Expresso a minha admiração pelo seu profissionalismo, rigor e dedicação.

Aos meus colegas de equipa, nomeadamente, ao Dr. Francisco Fernandes e ao Dr. Ricardo Sousa, por me receberem e integrarem na sua equipa e, por me permitirem e auxiliarem a desenvolver uma multiplicidade de trabalhos e tarefas de forma a acompanhar as diversas fases do trabalho de auditoria, enriquecendo, em larga medida, a minha aprendizagem. Pelo tempo, paciência e atenção despendidos e pelo espírito de trabalho em equipa, o meu sincero agradecimento.

A todos os meus amigos, em especial, ao Júlio Cunha e ao João Lima, pelo companheirismo, compreensão, preocupação, apoio e carinho incondicional que recebi da vossa parte e sem o qual este trabalho não seria possível.

Aos meus queridos avós, pelo apoio basilar que me deram neste ciclo de estudos, assim como em toda a minha vida.

Ao IPCA, por me proporcionar uma formação tão rica, lecionada por Docentes altamente qualificados e profissionais, dos quais guardarei sempre uma profunda admiração e gratidão.

(10)
(11)

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

§

%

ACM, SROC Art.º

AT BCFT CCQ CE CEOROC CIRC CMVM CNSA CSC DF DL EIP EOROC EUA IESBA IFAC IRC ISA IVA ISQC MCQI MEP N.º NCRF

Parágrafo Porcento

Armindo Costa, Serra Cruz, Martins & Associados, SROC Artigo

Autoridade Tributária

Branqueamento de Capitais e Financiamento do Terrorismo Comissão do Controlo de Qualidade

Comissão Europeia

Código de Ética da Ordem dos Revisores Oficiais de Contas Código do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Coletivas Comissão do Mercado de Valores Mobiliários

Conselho Nacional de Supervisão de Auditoria Código das Sociedades Comerciais

Demonstrações Financeiras Decreto-Lei

Entidades de Interesse Público

Estatuto da Ordem dos Revisores Oficiais de Contas Estados Unidos da América

International Ethics Standards Board for Accountants International Federation of Accountants

Imposto sobre o Rendimento de Pessoas Coletivas International Standards on Auditing

Imposto sobre o Valor Acrescentado International Standard on Quality Control Manual de Controlo de Qualidade Interna Método de Equivalência Patrimonial Número

Norma Contabilística e de Relato Financeiro

(12)

PCAOB PE OROC RCQOROC RFPROC RJSA ROC SOX SROC UE

Public Company Accounting Oversight Board Parlamento Europeu

Ordem dos Revisores Oficiais de Contas

Regulamento do Controlo de Qualidade da Ordem dos Revisores Oficiais de Contas Regulamento de Formação Profissional dos Revisores Oficiais de Contas

Regime Jurídico de Supervisão de Auditoria Revisores Oficiais de Contas

Lei Sarbanes-Oxley

Sociedades de Revisores Oficiais de Contas União Europeia

(13)

ÍNDICE

RESUMO ... I ABSTRACT ... III AGRADECIMENTOS ... V LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ... VII

INTRODUÇÃO ... 1

1. BREVE CARACTERIZAÇÃO DA ENTIDADE DE ACOLHIMENTO ... 5

2. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS DURANTE O PERÍODO DE ESTÁGIO... 7

2.1. TAREFASDESENVOLVIDASPORÁREAS ... 7

2.1.1. ATIVOS INTANGÍVEIS, ATIVOS FIXOS TANGÍVEIS E PROPRIEDADES DE INVESTIMENTO MENSURADAS AO MODELO DE CUSTO ... 7

2.1.2. INVENTÁRIOS ... 8

2.1.3. VENDAS E PRESTAÇÕES DE SERVIÇOS E DÍVIDAS A RECEBER ... 9

2.1.4. ACIONISTAS E OUTRAS PARTES RELACIONADAS ... 11

2.1.5. INVESTIMENTOS FINANCEIROS ... 12

2.1.6. MEIOS FINANCEIROS LÍQUIDOS ... 13

2.1.7. COMPRAS DE BENS E SERVIÇOS E DÍVIDAS A PAGAR ... 14

2.1.8. PESSOAL E BENEFÍCIOS DOS EMPREGADOS ... 16

2.1.9. FINANCIAMENTOS OBTIDOS ... 17

2.1.10. PROVISÕES ... 18

2.1.11. ESTADO, OUTROS ENTES PÚBLICOS E IMPOSTOS ... 18

2.1.12. CAPITAL PRÓPRIO ... 20

2.2. REVISÃOANALÍTICAPRELIMINAREREVISÃOANALÍTICAFINAL ... 21

2.3. PROCESSODECONFIRMAÇÕESEXTERNAS ... 22

2.4. DOCUMENTAÇÃODEAUDITORIA ... 26

2.5. CONTROLODEQUALIDADEDEAUDITORIA ... 27

3. CONTROLO DE QUALIDADE DE AUDITORIA ... 29

3.1. OCONCEITO,EVOLUÇÃOEOBJETIVODEAUDITORIA ... 29

3.2. ESCÂNDALOSFINANCEIROSERESPETIVOIMPACTONAAUDITORIA ... 34

3.3. CONTROLODEQUALIDADEDEAUDITORIA ... 39

3.3.1. CONTROLO DE QUALIDADE EXTERNO ... 40

3.3.2. CONTROLO DE QUALIDADE INTERNO ... 45

3.3.3. CONTROLO DE QUALIDADE DE AUDITORIA: ALGUNS CONTRIBUTOS ... 73

CONCLUSÃO ... 79

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... 81

(14)

APÊNDICES ... 87 APÊNDICE1–SUGESTÃODEESTRUTURADOMCQI ... 87 APÊNDICE2–LISTAPRÁTICARELATIVAADILEMAS/CONFLITOSÉTICOS... 89 APÊNDICE3–QUESTIONÁRIORELATIVOÀPREVENÇÃOECOMBATEAOBRANQUEAMENTODE CAPITAISEFINANCIAMENTODOTERRORISMO ... 90 APÊNDICE4–REGISTODIÁRIODETAREFAS ... 91

(15)

ÍNDICE DE FIGURAS

FIGURA 1-CLASSIFICAÇÃO DO CONTROLO DE QUALIDADE QUANTO À SUA ORIGEM ... 39

FIGURA 2-ATUAÇÃO AO NÍVEL DO CONTROLO DE QUALIDADE -CMVM ... 41

FIGURA 3-SISTEMA DE CONTROLO DE QUALIDADE ... 42

FIGURA 4-ELEMENTOS DE UM SISTEMA DE CONTROLO DE QUALIDADE ... 47

FIGURA 5-ENQUADRAMENTO LEGAL:RESPONSABILIDADES DE LIDERANÇA EM RELAÇÃO À QUALIDADE NA FIRMA ... 48

FIGURA 6-ENQUADRAMENTO LEGAL:REQUISITOS ÉTICOS RELEVANTES ... 50

FIGURA 7-PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS NA ATUAÇÃO DOS ROC ... 50

FIGURA 8-ENQUADRAMENTO LEGAL:ACEITAÇÃO E CONTINUAÇÃO DE RELACIONAMENTOS COM OS CLIENTES E DE TRABALHOS ESPECÍFICOS ... 53

FIGURA 9-RELACIONAMENTO COM OS CLIENTES ... 54

FIGURA 10-ENQUADRAMENTO LEGAL:RECURSOS HUMANOS ... 59

FIGURA 11-RECURSOS HUMANOS COMO ELEMENTO DE CONTROLO DE QUALIDADE DE AUDITORIA ... 62

FIGURA 12-ENQUADRAMENTO LEGAL:EXECUÇÃO TRABALHO ... 63

FIGURA 13-ENQUADRAMENTO LEGAL:MONITORIZAÇÃO ... 68

FIGURA 14-SISTEMA INTERNO DO CONTROLO DE QUALIDADE ... 69

(16)
(17)

ÍNDICE DE QUADROS

QUADRO 1-SETORES DE ATIVIDADE DOS CLIENTES DA ACM,SROC ... 5

QUADRO 2-DEFICIÊNCIAS DETETADAS NO CONTROLO HORIZONTAL ... 43

QUADRO 3-DEFICIÊNCIAS DETETADAS NO CONTROLO VERTICAL ... 44

QUADRO 4-SUGESTÕES AO MCQI DA ACM,SROC ... 74

(18)
(19)

INTRODUÇÃO

A finalidade de uma auditoria, nos termos do § 3 da International Standards on Auditing (ISA) 2001, é aumentar o grau de confiança dos destinatários das demonstrações financeiras (DF), através da expressão de uma opinião do auditor sobre se as DF estão apresentadas de forma apropriada, em todos os aspetos materiais, ou dão uma imagem verdadeira e apropriada, de acordo com o referencial de relato financeiro aplicável.

Neste sentido, a atuação do auditor, como profissional independente, cuja conduta deve pautar- se pelos princípios fundamentais vertidos no Código de Ética da Ordem dos Revisores Oficiais de Contas (CEOROC), nomeadamente, integridade, objetividade, competência e zelo profissional, confidencialidade e comportamento profissional, representa confiança e credibilidade, pelo que assume bastante relevância na tomada de decisões dos stakeholders.

Os sucessivos escândalos financeiros ocorridos, tanto a nível nacional como internacional, e a identificação em vários casos de envolvimento direto de empresas de auditoria, são divulgados com grande sensacionalismo e rapidez, afetando gravemente os mercados e os agentes financeiros, assim como a economia de vários países, contribuindo ainda para um profundo descrédito da imagem de objetividade e independência do auditor.

Nestes termos, as sucessivas fraudes e escândalos financeiros, a nível mundial têm afetado e têm causado impacto na auditoria. Assim, é imperativo que o auditor, hoje em dia, consiga demonstrar e, acima de tudo convencer o mercado e os diversos agentes económicos, que é independente, profissional, íntegro, credível, que defende a transparência e que atua com rigor (Rodrigues, 2010).

Segundo Oliveira, Castro, Teixeira & Cunha (2004) a Lei Sabanes-Oxley (SOX), aprovada em 30 de julho de 2002 surgiu como resposta aos escândalos financeiros ocorridos em organizações como a Enron, Wordcom, Xerox, entre outras que abalaram o ambiente de negócios norte- americanos e lançaram o pânico nos mercados de capitais e dos quais resultou a necessidade de legislar sobre a atividade desenvolvida pelas empresas de auditoria. Assim, a SOX reflete o endurecimento das medidas, para garantir a qualidade de informação, sendo um dos seus principais objetivos, o controlo de qualidade da auditoria.

Recentemente, assistiu-se também, à reforma do mercado de auditoria da União Europeia (UE), com a publicação no Jornal Oficial da UE da Diretiva 2014/56/UE do Parlamento Europeu (PE) e do Conselho de 16 de abril de 2014 e o Regulamento (UE) número (n.º) 537/2014 do PE e do Conselho de 16 de abril de 2014.

Por sua vez, no ornamento jurídico português, o novo Estatuto da Ordem dos Revisores Oficiais de Contas (EOROC), aprovado pela Lei n.º 140/2015, de 7 de setembro, e o Regime Jurídico de Supervisão de Auditoria (RJSA), aprovado pela Lei n.º 148/2015, 9 de setembro entraram em vigor a 1 de janeiro de 2016 e transpuseram para a ordem jurídica interna a Diretiva 2014/56/UE, do PE

1 ISA 200, Objetivos Gerais do Auditor Independente e Condução de uma Auditoria de Acordo com as Normas Internacionais de Auditoria.

(20)

e do Conselho, de 16 de abril de 20142 e asseguram a execução parcial do Regulamento (UE) n.º 537/2014, do PE e do Conselho, de 16 de abril de 20143.

Nos normativos supramencionados é notória a necessidade e importância atribuída à melhoria da qualidade das auditorias, de modo a dar resposta à necessidade crescente de melhorar a forma como os auditores exercem a sua profissão, quer através de novos requisitos, quer através de requisitos mais exigentes. Assim, e nas palavras de Rodrigues (2010), “qualidade” nos dias de hoje é um requisito obrigatório, seja quando estamos a falar ao nível de uma Firma de Auditoria ou quando estamos a falar ao nível de um trabalho individual de revisão/auditoria.

As normas basilares na temática de controlo da qualidade de auditoria são a International Standard on Quality Control (ISQC) 14 e a ISA 2205. A ISQC 1 visa definir os aspetos essenciais do sistema de controlo da garantia da qualidade das firmas de auditoria, segundo a qual, as firmas de auditoria devem estabelecer um sistema de controlo de qualidade concebido para que o mesmo proporcione segurança razoável de que a firma e o seu pessoal cumpram as normas profissionais e requisitos regulamentares e legais em vigor, e que os relatórios emitidos pela firma ou por sócios responsáveis pelo trabalho são os apropriados nas circunstâncias (§11 da ISQC1). Por sua vez, nos termos do § 6 da ISA 220, o objetivo do auditor é implementar procedimentos de controlo de qualidade ao nível do trabalho que lhe proporcione garantia razoável de fiabilidade de que a auditoria cumpre as normas profissionais e os requisitos legais e regulamentares e o relatório emitido pelo auditor é apropriado nas circunstâncias.

Tendo em consideração a atualidade e importância da problemática do controlo de qualidade de auditoria e tendo como base que as auditorias de elevada qualidade estão a tornar-se, cada vez mais, importantes para o desenvolvimento do mercado, pretende-se com o presente relatório de estágio, contribuir para a melhoria do sistema de controlo de qualidade de auditoria numa Firma de Auditoria, nomeadamente, através do estudo e análise das normas de controlo de qualidade de auditoria, de forma a apresentar contributos ao sistema de controlo de qualidade de uma Firma, tendo por base as exigências da ISQC 1 e da ISA 220.

Dado que o presente trabalho se consubstancia num relatório de estágio, e de forma a dar cumprimento aos objetivos suprarreferidos, encontra-se dividido da seguinte forma: no primeiro capítulo será efetuada uma breve caraterização da entidade de acolhimento; no segundo capítulo serão apresentadas as atividades e tarefas desenvolvidas durante o período de estágio curricular e no terceiro, e último capítulo, será abordado o tema proposto de estudo, nomeadamente o controlo de qualidade de auditoria. Este último capítulo, por sua vez, encontra-se de igual forma dividido em três subcapítulos, nomeadamente: no primeiro subcapítulo será efetuada uma análise ao conceito de auditoria, respetiva evolução temporal e objetivo; no segundo subcapítulo serão apresentados alguns escândalos financeiros a nível mundial que têm afetado e causado impacto na auditoria e,

2 Altera a Diretiva 2006/43/CE relativa à revisão legal das contas anuais e consolidadas (Diretiva de Auditoria).

3 Relativo aos requisitos específicos para a revisão legal das contas das entidades de interesse público e que revoga a Decisão n.º 2005/909/CE da Comissão (Regulamento Europeu de Auditoria).

4ISQC 1, Controlo de Qualidade para Firmas que executem Auditorias e Revisões de Demonstrações Financeiras e outros Trabalhos de Garantia de Fiabilidade e Serviços Relacionados.

5 ISA 220, Controlo de qualidade para uma auditoria de DF.

(21)

por fim, o terceiro subcapítulo refere-se ao tema de estudo do presente trabalho, nomeadamente, ao controlo de qualidade de auditoria, tanto o controlo de qualidade efetuado por entidades externas a uma firma de auditoria (pelos respetivos organismos competentes para este efeito), como o controlo de qualidade interno, implementado e monitorizado por uma firma de auditoria. Este último subcapítulo apresenta, também, os contributos ao sistema de controlo de qualidade da firma de auditoria, na qual foi desenvolvido o estágio curricular.

(22)
(23)

1. BREVE CARACTERIZAÇÃO DA ENTIDADE DE ACOLHIMENTO

A sociedade Armindo Costa, Serra Cruz, Martins & Associados, SROC, doravante designada apenas ACM, SROC, é uma sociedade civil de profissionais, que iniciou atividade em 1989, inscrita na OROC sob o n.º 57, e na Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) sob o n.º 20161397.

A sociedade tem a sua sede em Braga, possuindo também escritórios na Trofa e no Porto.

Hodiernamente a ACM, SROC é detida por sete sócios e conta com uma equipa de cerca de trinta e oito colaboradores qualificados em auditoria, fiscalidade, contabilidade, economia, gestão e consultoria financeira e estratégica.

A missão ACM, SROC é satisfazer as necessidades dos seus clientes e corresponder às expectativas dos seus colaboradores, com um trabalho executado sob o signo da independência, confidencialidade e estreito cumprimento ético, associado ao trabalho de auditoria.

Na sua visão, a referida sociedade assume o compromisso com a excelência, trabalhando sempre no sentido de a atingir.

A atuação da ACM, SROC rege-se pelos valores de integridade, transparência, excelência, profissionalismo e trabalho em equipa, os quais são um guia para o dia-a-dia dos profissionais da sociedade, que se mantêm atentos ao que é crucial no desempenho da sua profissão (ACM, SROC, 2014).

A ACM, SROC possui uma vasta carteira de clientes, nomeadamente, entidades públicas, privadas e cooperativas, de pequena, média e grande dimensão e que atuam em diversos setores de atividade.

Quadro 1 - Setores de atividade dos clientes da ACM, SROC

- Viticultura e Produção de Vinho - Construção Civil

- Extração de água - Comércio a retalho de automóveis

- Extração de Pedras - Comércio a retalho e por grosso

- Têxtil, Vestuário - Hotelaria

- Calçado e Cortiça - Transportes Terrestres

- Madeira - Promoção Imobiliária

- Pesca - Serviços às empresas

- Produtos Plásticos - Educação

- Produtos Farmacêuticos - Saúde

- Explosivos - Autarquias locais

- Fundição - Banca e Seguros

- Estruturas Metálicas e Tratamento de Metais - Tratamento de Alumínio

- Mobiliário - Eletricidade

Fonte: ACM, SROC (2014)

(24)

Relativamente ao Quadro 1, importa referir, que no decurso do estágio curricular de natureza curricular, a carteira de clientes afeta à equipa de trabalho na qual fui integrada era composta por entidades públicas, privadas e cooperativas, de pequena, média e grande dimensão e que atuam em diversos setores de atividade, designadamente, viticultura e produção de vinho; têxtil, vestuário;

calçado; madeira; produtos plásticos; estruturas metálicas e tratamento de metais; construção civil, comércio a retalhe e por grosso; promoção imobiliária; serviços às empresas; educação e autarquias locais.

(25)

2. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS DURANTE O PERÍODO DE ESTÁGIO

O estágio curricular de natureza profissional realizado na ACM, SROC teve a duração de cinco meses e decorreu nos meses de fevereiro a junho de 2017.

Durante este período fui afeta a uma equipa de trabalho com vasta experiência na área de auditoria financeira, a qual para além do trabalho em auditoria a tempo completo, se encontra em formação para Revisores Oficiais de Contas (ROC).

O estágio curricular de natureza profissional proporcionou-me, em larga medida, o contacto direto com as práticas profissionais de auditoria financeira sempre assentes nas respetivas normas de auditoria e princípios deontológicos.

A equipa de trabalho na qual integrei possibilitou-me desenvolver uma multiplicidade de trabalhos e tarefas e acompanhar as diversas fases do trabalho de auditoria. De forma a possibilitar a minha integração e aprendizagem, a minha equipa de trabalho transmitiu-me, relativamente às empresas auditadas, o conhecimento do negócio e da entidade, os principais riscos identificados e os principais resultados dos testes ao controlo interno já efetuados.

Neste capítulo serão abordadas as principais atividades desenvolvidas durante o período de estágio, procurando, sempre que pertinente, interligar as práticas profissionais desenvolvidas com as normas de auditoria que as mesmas têm por base.

Seguidamente, serão apresentados os principais trabalhos desenvolvidos por áreas.

2.1. TAREFAS DESENVOLVIDAS POR ÁREAS

2.1.1. ATIVOS INTANGÍVEIS, ATIVOS FIXOS TANGÍVEIS E PROPRIEDADES DE INVESTIMENTO MENSURADAS AO MODELO DE CUSTO

Na área de ativos intangíveis, ativos fixos tangíveis e propriedades de investimento mensuradas ao modelo de custo, as principais tarefas desenvolvidas, no âmbito no estágio curricular, foram as seguintes:

o Análise documental

Verificação de todos os aumentos e diminuições nas classes de investimento através de análise documental, de modo a verificar se existiu capitalização indevida, validar a adequabilidade da classificação, se o documento de suporte se encontra corretamente emitido e se o tratamento fiscal em sede de Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA) se encontra corretamente aplicado.

o Mapa de mais-valias e menos-valias

Verificação do cálculo de mais-valias e menos-valias contabilísticas e fiscais, respetivo preenchimento no mapa fiscal (Mapa Modelo 31) e correspondente tratamento na Declaração Modelo 22 de Imposto sobre o Rendimento de Pessoas Coletivas (IRC).

(26)

o Testes aos mapas de depreciações/amortizações

Comparação do mapa de depreciações e amortizações (Mapa Modelo 32) com a contabilidade, e verificação do cruzamento dos valores de aquisição, depreciações do período e depreciações acumuladas.

o Depreciações/amortizações não aceites

Cálculo de depreciações/amortizações não aceites para efeitos fiscais e verificação da sua apresentação nos mapas fiscais e na Declaração Modelo 22 de IRC.

o Teste à consistência da vida útil estimada

Análise da consistência das taxas de depreciação/amortização aplicadas (período de vida útil considerado) com o exercício anterior e verificar a adequabilidade das taxas de depreciação/amortização atribuídas aos investimentos adquiridos no período.

o Teste aos investimentos em curso

Apreciação da consistência e razoabilidade dos valores mantidos em investimentos em curso.

o Teste à cobertura de seguros

Verificação dos bens do ativo que se encontram segurados e respetivo capital seguro, de forma a concluir se a cobertura se reflete “suficiente” ou “insuficiente”.

o Teste à titularidade de bens sujeitos a registo/ónus

Verificação da titularidade dos bens sujeitos a registo (por exemplo: os automóveis através do documento único automóvel; os imóveis através de certidão predial) e a existência de ónus para os bens do ativo (por exemplo, através dos contratos de financiamento, resposta ao pedido de confirmação externa por parte das entidades bancárias e/ou financiadoras e certidões prediais).

o Verificação das divulgações no Anexo às DF

No trabalho de revisão das DF verificar se todas as informações constantes no Anexo, relativas às áreas de ativos fixos tangíveis, ativos intangíveis e propriedades de investimento, foram totalmente e corretamente divulgadas.

2.1.2. INVENTÁRIOS

Na área de inventários, as principais tarefas desenvolvidas, no âmbito no estágio curricular, foram as seguintes:

(27)

o Análise ao inventário valorizado

Verificar se os valores totais dos inventários estão em conformidade com os valores apresentados na contabilidade.

o Teste ao cálculo do custo das mercadorias vendidas e matérias consumidas e da variação da produção

Apuramento do custo das mercadorias vendidas e matérias consumidas e da variação da produção e comparação com os valores refletidos na contabilidade.

o Teste à valorimetria de mercadorias

Comparação dos custos utilizados na valorimetria dos inventários com os praticados pelos fornecedores; verificar qual o método de custeio utilizado para valorizar os stocks e verificar se o mesmo é consistente e razoável.

o Corte de operações de mercadorias

Testar o corte das operações (cut off) e através da seleção de um conjunto de guias de remessa emitidas antes do fecho e um outro conjunto emitido após o fecho, verificar que as saídas de stock e correspondente faturação foram corretamente registadas no período a que correspondem; efetuar idêntico trabalho, selecionando um conjunto de guias de entrada ou documento equivalente de receção de mercadorias, emitidos antes e depois do fecho.

o Cobertura de seguros

Verificação da existência de seguro para os inventários e respetivo capital seguro, de forma a concluir se a cobertura se reflete “suficiente” ou “insuficiente”.

o Verificação das divulgações no Anexo às DF

No trabalho de revisão das DF verificar se todas as informações constantes no Anexo, relativas à área de inventários, foram totalmente e corretamente divulgadas.

2.1.3. VENDAS E PRESTAÇÕES DE SERVIÇOS E DÍVIDAS A RECEBER

Na área de vendas e prestações de serviços e dívidas a receber, as principais tarefas desenvolvidas, no âmbito no estágio curricular, foram as seguintes:

o Processo de confirmações externas

O processo de confirmações externas, encontra-se desenvolvido no ponto 2.3. do presente relatório.

o Análise documental

Para a totalidade dos réditos do ano, selecionar uma amostra, através de um procedimento de amostragem aleatório, tendo por base a totalidade das faturas emitidas no ano, e

(28)

proceder à seguinte análise: verificar a cópia da fatura, confirmando o seu preenchimento (n.ºs de contribuinte, descrição, numeração, etc.) e se a informação coincide com o mapa de faturação; comparar preços com as tabelas em vigor; verificar se o tratamento em sede de IVA foi adequado; confirmar a descrição e quantidades dos itens faturados com a guia de remessa;

Para as notas de crédito selecionadas: verificar o cruzamento com o mapa da faturação;

verificar se o tratamento em sede de IVA foi adequado; comparar com a respetiva fatura, e obter justificação para a sua emissão, verificando autorização, entrada das mercadorias e contabilização.

É revisto, também, o arquivo das notas de crédito emitidas após o final do ano, relacionadas com vendas efetuadas no período em análise.

o Comparação da informação da gestão comercial com a contabilidade

Confrontação dos saldos de clientes constantes do software de gestão comercial com os saldos de clientes constantes da contabilidade.

o Relação de clientes com saldos atípicos

Preparação do detalhe dos clientes com saldo atípico; comparação com os exercícios anteriores para se concluir quanto à antiguidade destes saldos; Indagação do órgão de gestão sobre os motivos justificativos destes saldos.

o Relação de clientes com saldos parados

Efetuar uma análise ao n.º de dias do prazo médio de recebimento comparando o do período em análise com o de períodos anteriores e considerar a razoabilidade do mesmo, face às presentes condições económicas do mercado, políticas de crédito, média das empresas do mesmo sector, etc.;

Preparação de um mapa com a antiguidade dos saldos de clientes, sendo que os saldos com antiguidade relevante (em função da análise efetuada quanto ao prazo médio de recebimento) são questionados sobre a sua cobrabilidade junto do órgão de gestão.

o Teste às perdas por imparidade

Em resultado da análise aos saldos de clientes parados supramencionada, por vezes é confirmada a não recuperabilidade dos mesmos, pelo que surge a necessidade de serem constituídas e/ou reforçadas as perdas por imparidades. Para além da mora, há outros indícios de imparidade que são verificados como, por exemplo, se o cliente se encontra em processo especial de revitalização ou processo de insolvência (verificação em plataformas online).

É efetuada a análise fiscal relativa às perdas por imparidade, sendo calculadas as perdas por imparidade não aceites fiscalmente e verificado se os mapas fiscais, nomeadamente, o

“mapa de provisões, perdas por imparidade de créditos e ajustamentos em inventários”

(29)

(Modelo 30) se encontra devidamente preenchido e se as respetivas correções se encontram refletidas na Declaração Modelo 22 de IRC.

No que respeita, ainda, às perdas de imparidade, é analisado o cálculo de impostos diferidos e verificada sua reflexão na Declaração Modelo 22 de IRC.

o Mapa de diferenças cambiais

Para os saldos de clientes cuja faturação é efetuada em moeda estrangeira, é verificado se a contabilização foi efetuada de acordo com a taxa de câmbio na data da fatura e ajustado na data de recebimento ou à data de relato.

o Verificação das divulgações no Anexo às DF

No trabalho de revisão das DF verificar se todas as informações constantes no Anexo, relativas à área de vendas e prestações de serviços e dívidas a receber, foram totalmente e corretamente divulgadas.

2.1.4. ACIONISTAS E OUTRAS PARTES RELACIONADAS

Na área de acionistas e outras partes relacionadas, as principais tarefas desenvolvidas, no âmbito no estágio curricular, foram as seguintes:

o Processo de confirmações externas

O processo de confirmações externas, encontra-se desenvolvido no ponto 2.3. do presente relatório.

o Testes aos empréstimos concedidos

É verificada a existência de contrato que suporte os empréstimos concedidos aos acionistas e/ou empréstimos obtidos e se os mesmos preveem a cobrança de juros. Quando está contratualizada uma taxa de juro é verificada a sua contabilização e se esta respeita o princípio do acréscimo. É efetuado, também, um teste à divisão temporal dos empréstimos em corrente e não corrente e confrontado com a divisão efetuada pelo cliente no balanço.

Em particular, nos empréstimos concedidos aos acionistas, é analisada a existência de evidência de imparidade nos respetivos saldos a receber. A nível fiscal é analisado se a taxa de juro praticada se encontra acima do limite a que se refere a alínea m), n.º 1, artigo (art.º) 23.º-A do Código do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Coletivas (CIRC), e em caso afirmativo se foram efetuados os ajustamentos na Declaração Modelo 22 de IRC.

o Relação de partes relacionadas

É efetuado um mapa discriminativo das partes relacionadas das entidades. Para além, das partes relacionadas que o auditor tem conhecimento é sempre efetuado um pedido ao cliente para identificar as suas partes relacionadas.

(30)

Desta forma, os saldos e transações com partes relacionadas são sujeitos a vários testes, de forma a puderem ser validados nas DF e nas respetivas divulgações no Anexo.

2.1.5. INVESTIMENTOS FINANCEIROS

Na área de investimentos financeiros, as principais tarefas desenvolvidas, no âmbito no estágio curricular, foram as seguintes:

o Processo de confirmações externas

Para alguns investimentos financeiros, por exemplo, ações, obrigações ou outros títulos em instituições bancárias, através de confirmação externa das entidades bancárias é possível verificar a titularidade e valorização dos investimentos financeiros.

o Análise aos investimentos financeiros mensurados ao justo valor

São verificadas as aquisições e alienações do período e a mensuração das variações ocorridas no período e se esta foi baseada em cotações de mercado.

o Teste à titularidade das participações financeiras

Verificar os documentos comprovativos da titularidade dos investimentos, apurando os respetivos preços de aquisição e confirmando existência de títulos.

o Método de mensuração das participações financeiras

Verificar se a empresa contabiliza os seus investimentos financeiros em função da percentagem de detenção de capital (subsidiárias, associadas, empreendimento conjunto ou outros investimentos financeiros).

Verificar se os investimentos financeiros (subsidiárias e associadas e em alguns casos empreendimentos conjuntos) foram valorizados de acordo com o Método de Equivalência Patrimonial (MEP), ou se se enquadram na exceção prevista na Norma Contabilística e de Relato Financeiro (NCRF) 136 e na NCRF 157 (existência de restrições severas e duradouras que prejudiquem significativamente a capacidade de transferência de fundos para a empresa detentora).

o Teste à aplicação do MEP

Obter as DF e, nos casos aplicáveis, as respetivas certificações legais das contas ou relatório de auditoria de todas as empresas valorizadas pelo MEP;

Verificar a necessidade de proceder a ajustamentos na aplicação do MEP em resultado de transações ascendentes ou descendentes, ou por via de ajustamentos não efetuados nas DF de um componente.

6 NCRF 13, Interesses em empreendimentos conjuntos e investimentos em associadas.

7 NCRF 15, Investimentos em subsidiárias e consolidação.

(31)

o Amortização de Goodwill

Nas participações financeiras, onde tenha havido apuramento de Goodwill, verificar se as alterações introduzidas pelo Decreto-Lei (DL) n.º 98/2015 de 2 de junho foram cumpridas, nomeadamente, se o Goodwill foi tratado como ativo intangível sem vida útil definida e, como tal, amortizado.

o Verificação das divulgações no Anexo às DF

No trabalho de revisão das DF verificar se todas as informações constantes no Anexo, relativas à área de investimentos financeiros, foram totalmente e corretamente divulgadas.

2.1.6. MEIOS FINANCEIROS LÍQUIDOS

Na área de meios financeiros líquidos, as principais tarefas desenvolvidas, no âmbito no estágio curricular, foram as seguintes:

o Processo de confirmações externas

É efetuado pedido de confirmação externa às entidades bancárias com que cada empresa trabalha. A confirmação externa é o meio preferencial de confirmação dos saldos bancários.

Neste âmbito, é verificado, também, o Mapa da Base de Dados de Contas disponibilizado pelo Banco de Portugal para aferir se todas as contas bancárias constam na contabilidade e nos respetivos pedidos de confirmação externa.

Através das respostas aos pedidos de confirmação externa das entidades bancárias é possível verificar os saldos bancários constantes na contabilidade, ou na ausência de resposta de alguma entidade bancária, através dos extratos bancários a 31 de dezembro.

As divergências entre os saldos comunicados nas respostas das entidades bancárias ou nos extratos bancários que possam existir, deverão estar explicadas e detalhadas nas reconciliações bancárias.

o Análise às reconciliações bancárias

As reconciliações bancárias justificam e detalham as diferenças entre o saldo bancário e o saldo contabilístico. Para cada item constante na reconciliação bancária é verificada a antiguidade na reconciliação bancária e investigado e/ou indagado o respetivo motivo. Para os débitos e/ou créditos da contabilidade que não tenham sido registados pelo Banco (pagamentos e depósitos em trânsito) é verificado se os cheques foram, na verdade, emitidos antes da data de relato, pois só nestas condições poderão ser considerados em trânsito. O extrato bancário do ano seguinte é, também, verificado, de forma a certificar se os valores em aberto à data de relato na reconciliação bancária foram regularizados no período seguinte e se respeitavam realmente a pagamentos e/ou depósitos em trânsito.

No caso de existirem em aberto, na reconciliação bancária, débitos e/ou créditos do Banco que não tenham sido contabilizados na empresa, há necessidade de detetar a razão, uma

(32)

vez que poderá indiciar que possam estar por contabilizar gastos/rendimentos com impacto nas DF do período em análise.

o Teste aos juros a receber

Através das declarações anuais de rendimentos de juros emitidas pelas instituições financeiras é analisado o valor dos rendimentos obtidos de juros dos depósitos à ordem e dos depósitos a prazo. Neste âmbito, é, também, verificado se a especialização dos juros dos depósitos à ordem e dos depósitos a prazo se encontrem devidamente efetuadas.

o Análise aos poderes para movimentação de contas bancárias

As respostas aos pedidos de confirmação externa das entidades bancárias, geralmente, contêm a informação das pessoas com poderes para movimentação das contas bancárias da entidade auditada. Por conseguinte, é verificado se as pessoas com poderes para movimentação têm poderes para obrigar a sociedade nos termos do pacto social.

o Verificação das divulgações no Anexo às DF

No trabalho de revisão das DF verificar se todas as informações constantes no Anexo, relativas à área de meios financeiros líquidos, foram totalmente e corretamente divulgadas.

2.1.7. COMPRAS DE BENS E SERVIÇOS E DÍVIDAS A PAGAR

Na área de compras de bens e serviços e dívidas a pagar, as principais tarefas desenvolvidas, no âmbito no estágio curricular, foram as seguintes:

o Processo de confirmações externas

O processo de confirmações externas, encontra-se desenvolvido no ponto 2.3. do presente relatório.

o Comparação da informação da gestão comercial com a contabilidade

Confrontação dos saldos de clientes constantes do software de gestão comercial com os saldos de clientes constantes da contabilidade.

o Relação de fornecedores com saldos atípicos

Preparação do detalhe dos fornecedores com saldo atípico; comparação com os exercícios anteriores para concluir-se quanto à antiguidade destes saldos; Indagação do órgão de gestão sobre os motivos justificativos destes saldos.

o Análise à antiguidade de saldos

Comparação do prazo médio de pagamentos do final do ano com o dos últimos três meses do ano, com a média anual e com o período já decorrido do ano seguinte, obtendo

(33)

justificação para eventuais diferenças significativas. Obter justificação para eventuais saldos que se indiciem parados.

o Mapa de diferenças cambiais

Para os saldos de fornecedores cuja faturação é efetuada em moeda estrangeira, é verificado se a contabilização foi efetuada de acordo com a taxa de câmbio na data da fatura e ajustado na data de pagamento ou à data de relato.

o Análise documental a compras

Relativamente às compras efetuadas, selecionar para teste os meses que evidenciem comportamentos anormais em relação à média, tendo em consideração os resultados e as informações resultantes da revisão analítica. Selecionar uma amostra de auditoria e realizar testes de detalhe de forma a verificar e deixar evidência do trabalho sobre: a validade e adequabilidade da documentação de suporte para efeitos fiscais; correspondência das faturas com os outros documentos da compra (guias de remessa, guias de entrada, etc);

verificação das somas, multiplicações, deduções, preços e descontos; classificação e contabilização; tratamento do IVA e percentagens aplicadas.

No final do ano o trabalho desta a área é articulado com a área de inventários, nomeadamente, com os procedimentos de cut-off, no que respeita a compras de mercadorias e matérias-primas.

o Análise documental a fornecimentos e serviços externos

Relativamente aos fornecimentos e serviços externos, tendo em consideração os resultados e as informações resultantes da revisão analítica, selecionar para teste as subcontas e os meses que evidenciem valores significativos e/ou comportamentos anormais em relação à média e/ou a anos anteriores e assim preparar uma amostra de auditoria para análise: a validade e adequabilidade da documentação de suporte para efeitos fiscais;

correspondência das faturas com os outros documentos da compra (guias de remessa, guias de entrada, contratos, etc.); verificação das somas, multiplicações, deduções;

classificação e contabilização; verificação da aplicação do princípio da periodização económica; verificar o tratamento do IVA e percentagens aplicadas.

o Verificação das divulgações no Anexo às DF

No trabalho de revisão das DF verificar se todas as informações constantes no Anexo, relativas à área de compras de bens e serviços e dívidas a pagar, foram totalmente e corretamente divulgadas.

(34)

2.1.8. PESSOAL E BENEFÍCIOS DOS EMPREGADOS

Na área de pessoal e benefícios dos empregados, as principais tarefas desenvolvidas, no âmbito no estágio curricular, foram as seguintes:

o Teste à razoabilidade dos gastos com pessoal

Análise de vários aspetos relativamente aos gastos com pessoal, nomeadamente, movimentos do período e comparação com os exercícios anteriores, relação entre os gastos com pessoal e vendas/prestações de serviços, média dos gastos com o pessoal em função do n.º de trabalhadores, nível mensal dos gastos com pessoal em relação à média habitual, remunerações ou compensações de carácter excecional ou pouco usual.

o Teste à razoabilidade dos encargos sociais

O teste à razoabilidade dos encargos sociais é efetuado através da relação entre os encargos sociais e as remunerações, efetuando cálculos globais para comprovar a sua razoabilidade.

o Teste à estimativa de encargos com férias

Apuramento da estimativa de férias e subsídios de férias vencidos no exercício em análise e a liquidar no exercício seguinte e confrontar com a estimativa efetuada pelo cliente.

o Teste ao valor em dívida no final do período

Caso exista saldos em dívida no final do período com os trabalhadores, verificar se estes respeitam apenas ao último mês processado (dezembro) ou se existem remunerações que não estão a ser pagas aos trabalhadores (as dívidas ao pessoal, à data de balanço, em princípio, deverão ser de pequeno montante e de curto prazo).

o Teste ao processamento de salários

A partir da listagem de funcionários é selecionada uma amostra e são efetuados os seguintes testes ao processamento de salários: Cruzamento da informação contida na ficha individual do funcionário (remuneração base, outras remunerações, situação familiar, vínculo com a empresa, etc) com o recibo e a folha de remunerações; verificação da sujeição dos rendimentos, tendo por base a lei vigente, nomeadamente, às taxas de retenção na fonte em sede de IRS, a segurança social e outros descontos específicos consoante o tipo de entidade.

o Teste à cobertura de seguros

Verificação da existência de seguro de acidentes de trabalho e respetivo capital seguro, de forma a concluir se a cobertura se reflete “suficiente” ou “insuficiente”.

(35)

o Verificação das divulgações no Anexo às DF

No trabalho de revisão das DF verificar se todas as informações constantes no Anexo, relativas à área de pessoal e benefícios dos empregados, foram totalmente e corretamente divulgadas.

2.1.9. FINANCIAMENTOS OBTIDOS

Na área de financiamentos obtidos, as principais tarefas desenvolvidas, no âmbito no estágio curricular, foram as seguintes:

o Processo de confirmações externas

É efetuado pedido de confirmação externa às entidades bancárias e/ou entidades financiadoras com que cada empresa trabalha. Neste âmbito, é verificado, também, o Mapa de Responsabilidade de Crédito, disponibilizado pelo Banco de Portugal para aferir se todas as dívidas financeiras se encontram refletidas na contabilidade e nos respetivos pedidos de confirmação externa.

Através das respostas aos pedidos de confirmação externa das entidades financiadoras e/ou do Mapa de Responsabilidade de Crédito é possível verificar os saldos relativos aos financiamentos obtidos pela entidade auditada, assim como as garantias por esta prestadas, que deverão ser divulgadas no Anexo às DF.

o Teste à divisão do passivo corrente e não corrente

Verificar se os valores a pagar estão devidamente classificados em função do prazo de exigibilidade através do apuramento e/ou verificação da separação das dívidas financeiras em financiamentos obtidos correntes e não correntes, através dos planos financeiros. De salientar, a importância deste apuramento para validação dos rácios financeiros comunicados aos stakeholders.

o Teste aos bens adquiridos ao abrigo de contratos de financiamento

Verificar se os ativos fixos relacionados com os contratos de financiamento estão incluídos nos ativos fixos.

o Teste à razoabilidade dos juros suportados

Analisar a razoabilidade das taxas de juro aplicadas com as de períodos anteriores e com as aplicadas pelo mercado.

o Teste à periodização dos juros a pagar

Aferir a periodicidade dos juros relativos aos financiamentos obtidos e, com base nesta informação, verificar se o princípio do acréscimo foi atendido (acréscimos e/ou diferimentos).

(36)

o Verificação das divulgações no Anexo às DF

No trabalho de revisão das DF verificar se todas as informações constantes no Anexo, relativas à área de financiamentos obtidos, foram totalmente e corretamente divulgadas.

2.1.10. PROVISÕES

Na área de provisões, as principais tarefas desenvolvidas, no âmbito no estágio curricular, foram as seguintes:

o Processo de confirmações externas

É efetuado um pedido de confirmação externa aos advogados com que a empresa auditada trabalha, com objetivo de verificar se todos os passivos presentes e contingentes se encontram registados ou divulgados. Assim, no pedido de confirmação externa é solicitada uma lista de todas as reclamações e ações judiciais em curso, litígios intimados ou pendentes, impostos adicionais, liquidados ou propostos para liquidação, assim como de idênticos factos que hajam ocorrido posteriormente à data de relato. É solicitado, ainda, para cada caso a descrição do litígio, o valor proposto da ação, a posição atual da ação, a eventual existência de cobertura de seguro ou de outros mecanismos suscetíveis de transferir responsabilidades potenciais para terceiros e um parecer quanto à estimativa final de responsabilidades (incluindo custas judiciais e outros encargos).

o Verificação das divulgações no Anexo às DF

No trabalho de revisão das DF verificar se todas as informações constantes no Anexo, referentes à área de provisões foram totalmente e corretamente divulgadas.

2.1.11. ESTADO, OUTROS ENTES PÚBLICOS E IMPOSTOS

Na área de Estado, outros entes públicos e impostos, as principais tarefas desenvolvidas, no âmbito no estágio curricular, foram as seguintes:

o Dívidas ao Estado e outros entes públicos

Análise às certidões comprovativas da situação da entidade com a Autoridade Tributária (AT), com a Segurança Social e/ou a outras entidades, consoante o tipo de entidade auditada. Em termos de impostos e contribuições, havendo dívidas em mora, é verificado se as mesmas se encontram devidamente refletidas nas DF e se estas informações se encontram divulgadas no Anexo às DF. É averiguado, também, se existem acordos celebrados no caso de dívidas negociadas e se existe a necessidade de especialização de juros e outros encargos. Mesmo não havendo dívidas em mora, é verificado se os impostos em aberto no final do período foram pagos no ano seguinte.

(37)

o Análise detalhada aos impostos classificados como gastos do período (conta 681)

Verificar os impostos contabilizados como gastos do período como, por exemplo, o imposto único de circulação e a estimativa de custos com o imposto municipal sobre imóveis do período corrente a pagar no ano seguinte.

o Análise aos pagamentos por conta e aos pagamentos especiais por conta

Verificação dos valores expressos nas rubricas de pagamentos por conta e pagamentos especiais por conta, tendo em consideração o disposto nos art.º 93.º e 105.º do CIRC e verificação do cumprimento dos prazos de pagamento dos mesmos. Adicionalmente, é efetuada a decomposição dos pagamentos especiais por conta, de modo a aferir se existem pagamentos especiais por conta, que foram perdidos e, como tal, devam ser regularizados.

o Análise detalhada ao pagamento de IRC

Através da Declaração Modelo 22 de IRC do exercício anterior verifica-se a autoliquidação de IRC / recebimento do IRC desse exercício, a respetiva nota de liquidação de IRC e o cumprimento dos prazos legais de pagamento.

o Análise à estimativa de IRC do exercício corrente

Apuramento da estimativa de IRC da entidade, verificando todas as operações contabilísticas passíveis de correções fiscais, sujeições a tributações autónomas e possível utilização de benefícios fiscais. Nesta etapa é, ainda, efetuada a comparação com a estimativa apurada pela mesma e, em caso de divergências, deve alertar-se o cliente de eventuais correções que possam estar em falta.

o Teste a retenções efetuadas por terceiros

Verificar as retenções efetuadas por terceiros, nomeadamente, a sua proveniência e declarações de rendimentos e retenções comunicadas.

o Análise detalhada ao pagamento de retenções efetuadas a terceiros

Cruzamento das retenções na fonte efetuadas a terceiros (trabalho dependente, trabalho independente, capitais, prediais e outros rendimentos) contabilizadas com as retenções declaradas mensalmente à AT e verificação se a respetiva entrega e pagamento ocorreram dentro do prazo legalmente fixado. Confirmar se o saldo, em aberto na contabilidade, respeita apenas às retenções efetuadas no mês de dezembro a serem entregues até dia 20 do mês seguinte.

o Análise detalhada às declarações periódicas de IVA

Cruzamento das rubricas de IVA a pagar ou IVA a receber na contabilidade com os valores constantes das declarações periódicas de IVA (mensais ou trimestrais) e verificação se a respetiva entrega e pagamento foram efetuados dentro do prazo previsto legalmente.

(38)

Apurar se o saldo, em aberto na contabilidade, respeita às últimas declarações periódicas de IVA do ano.

o Análise detalhada ao pagamento à Segurança Social

Cruzamento das contribuições para a Segurança Social (ou outras entidades, consoante o tipo de entidade auditada) contabilizadas com as contribuições declaradas mensalmente à Segurança Social e verificação do prazo da respetiva entrega e pagamento. Aferir se o saldo, em aberto na contabilidade, respeita apenas às contribuições relativas ao mês de dezembro a serem entregues até dia 20 do mês seguinte.

o Análise aos impostos diferidos

Identificar situações que possam originar a contabilização de impostos diferidos, por exemplo, as relacionadas com prejuízos fiscais de períodos anteriores; perdas por imparidade não aceites fiscalmente; depreciações do ativo fixo; reportes de benefícios fiscais, entre outras diferenças temporárias dedutíveis e verificar se estão a ser utilizados;

Testar os cálculos associados ao apuramento das quantias dos impostos diferidos ativos e passivos, nomeadamente, os que resultam da aplicação da taxa de tributação, tendo atenção a eventuais alterações à taxa de tributação e a outros aspetos da legislação fiscal;

Testar a contabilização dos movimentos associados à reversão dos impostos diferidos em resultado da alteração das quantias dos ativos e passivos que deram origem aos impostos diferidos contabilizados.

o Verificação das divulgações no Anexo às DF

No trabalho de revisão das DF verificar se todas as informações constantes no Anexo, relativas à área de Estado, outros entes públicos e impostos, foram totalmente e corretamente divulgadas.

2.1.12. CAPITAL PRÓPRIO

Na área de capital próprio, as principais tarefas desenvolvidas, no âmbito no estágio curricular, foram as seguintes:

o Análise resumo de variações no capital próprio

Verificação das variações ocorridas nas rubricas de capital próprio, com recurso à certidão permanente atualizada dos clientes e dos livros societários (atas) do exercício em análise.

Nesta área, há sempre, pelo menos, a alteração nos capitais próprios por aplicação do resultado do exercício anterior a validar, nomeadamente, através do cruzamento do movimento contabilístico com a respetiva ata da assembleia geral de aprovação de contas do exercício anterior e respetiva proposta de aplicação de resultados.

É necessário salientar a importância de serem obtidas todas as atas societárias e a certidão permanente atualizada, tanto para verificar as variações nas rubricas de capital próprio,

(39)

como para o auditor ter conhecimento de factos relevantes que constem nestes elementos e que não sejam suscetíveis de escrituração contabilística.

o Teste à estrutura do capital social

Cálculo aritmético para verificar se o capital próprio da sociedade é igual ou inferior a metade do capital social, com intuito de verificar se está perdido metade do capital social, nos termos do art.º 35.º do Código das Sociedades Comerciais (CSC). Este teste tem grande relevância, uma vez este facto poderá ser um indicador que suscita dúvidas acerca da continuidade.

o Verificação das divulgações no Anexo às DF

No trabalho de revisão das DF verificar se todas as informações constantes no Anexo referentes à área de capital próprio, foram totalmente e corretamente divulgadas.

Seguidamente serão explanadas atividades desenvolvidas durante o período de estágio, que abrangem várias áreas suprarreferidas, interligando as práticas profissionais desenvolvidas com as normas de auditoria que as mesmas têm por base.

2.2. REVISÃO ANALÍTICA PRELIMINAR E REVISÃO ANALÍTICA FINAL

A ISA 5208 aborda a utilização pelo auditor de procedimentos analíticos como procedimentos substantivos (“procedimentos analíticos substantivos”). Esta norma aborda, também, a responsabilidade do auditor, no sentido de executar procedimentos em data próxima do final da auditoria, que o ajudem na formação de uma conclusão global sobre as DF.

Também a ISA 3159, na al. b) do § 6, prevê a utilização de procedimentos analíticos como procedimentos de avaliação do risco, na medida em que podem identificar aspetos da entidade de que o auditor não tomou conhecimento e podem ajudar a avaliar os riscos de distorção material, de modo a proporcionar uma base para a conceção e implementação de respostas aos riscos avaliados (§ A14). Os procedimentos analíticos podem ajudar, também, a identificar a existência de transações ou acontecimentos não usuais e de quantias, rácios e tendências que podem indicar matérias com implicações na auditoria. Relacionamentos não usuais ou inesperados que sejam identificados podem ajudar o auditor na identificação de riscos de distorção material, especialmente riscos de distorção material devido a fraude (§ A15).

De salientar que a natureza, oportunidade e extensão dos procedimentos de auditoria em resposta aos riscos avaliados (que podem incluir procedimentos analíticos) estão previstos na ISA 33010

8 ISA 520, Procedimentos Analíticos.

9 ISA 315 (Revista), Identificar e Avaliar os Riscos de Distorção Material através do Conhecimento da Entidade e do Seu Ambiente.

10 ISA 330, As Respostas do Auditor a Riscos Avaliados.

(40)

A ISA 520 define, no § 4, procedimentos analíticos como apreciações da informação financeira, através da análise de relações plausíveis não só entre dados financeiros, como também não financeiros. Os procedimentos analíticos, também, abrangem a investigação que for necessária sobre flutuações ou relações identificadas que sejam inconsistentes com outra informação relevante ou que difiram de valores esperados numa quantia significativa.

Arens et al (2009), na tradução efetuada por Silva (2015), sugerem como procedimentos analíticos os seguintes procedimentos: comparação com os dados do setor; comparação dos dados do período com dados orçamentais; comparação dos dados com estimativas do auditor;

comparação dos dados com dados expectáveis de acordo com informação não financeira.

No contexto do estágio curricular foram desenvolvidos procedimentos analíticos. Para todas as empresas auditadas é efetuada uma revisão analítica preliminar (na fase de planeamento de auditoria) e uma revisão analítica final (na fase de conclusão do trabalho de auditoria), as quais permitem efetuar uma análise comparativa do exercício corrente com os dois períodos transatos, das rubricas da demonstração de resultados e do balanço, rácios financeiros, rácios económicos, rácios de gestão e outros indicadores. Através da ferramenta da revisão analítica é possível, também, definir o indicador de referência apropriado para cálculo da materialidade e definir as áreas significativas de auditoria, com vista a formular e/ou rever a estratégia de auditoria.

Esta ferramenta tem elevada relevância e utilidade, na medida, em que para além dos aspetos já elencados supra, permite uma compreensão da entidade e do seu meio envolvente.

2.3. PROCESSO DE CONFIRMAÇÕES EXTERNAS

O processo de circularização externa representou uma das principais tarefas desenvolvidas durante o estágio curricular, dado que este processo não se limita apenas à conceção, mas também ao acompanhamento/monitorização e conclusão, podendo estender-se por um período temporal de vários meses. Assim, torna-se pertinente apresentar, primeiramente, um enquadramento normativo relativo a esta temática.

A ISA 50511 aborda a utilização, pelo auditor, dos procedimentos de confirmação externa como forma de obtenção de prova de auditoria. O § 6 desta norma define confirmação externa como

“Prova de auditoria obtida através de uma resposta direta escrita ao auditor por um terceiro (a parte que confirma), em papel, por meio eletrónico ou por outro meio”.

A importância de confirmação externa como prova de auditoria é reconhecida também por outras ISA’s (§ 3 da ISA 505), nomeadamente:

o O § A37 da ISA 24012 refere que o auditor pode conceber pedidos de confirmação para obter informação corroborativa adicional como forma de tratar riscos avaliados de distorção material devido a fraude ao nível de asserção;

11 ISA 505, Confirmações Externas.

12 ISA 240, As Responsabilidades do Auditor Relativas a Fraude numa Auditoria de Demonstrações Financeiras.

(41)

o A ISA 330, no seu § 18, exige que independentemente dos riscos avaliados de distorção material, o auditor deve conceber e executar procedimentos substantivos para cada classe de transações, saldo de conta e divulgações materiais. Como previsto no § 19, o auditor deve considerar se devem ser executados procedimentos de confirmação externa como procedimentos substantivos de auditoria;

o Em conformidade com § A8 da ISA 50013, uma informação corroborante proveniente de uma fonte independente da entidade, tal como confirmações externas, pode aumentar a garantia de fiabilidade que o auditor obtém da prova de auditoria gerada internamente, nomeadamente nos registos contabilísticos, nas atas de reuniões ou numa declaração da gerência.

Focando a ISA 505 respeitante às confirmações externas, de forma a compreender os seus requisitos e a sua forma de aplicação, explana-se, de seguida, os procedimentos de confirmação externa elencados no § 7 desta norma:

i. Determinação da informação a confirmar ou a pedir – Em conformidade com o § A1 os procedimentos de confirmação externa são efetuados frequentemente para confirmar ou pedir informação respeitante a saldos de contas e seus elementos. Estes procedimentos, também, podem ser usados para confirmar termos de acordos, contratos ou transações entre uma entidade e outras partes ou para confirmar a ausência de determinadas condições, como um “acordo lateral”;

ii. Seleção da parte que confirma apropriada – Em conformidade com o § A2, as respostas aos pedidos de confirmação proporcionam prova de auditoria mais relevante e fiável quando os pedidos de confirmação são enviados a uma parte que o auditor acredita ser conhecedora da informação a confirmar;

iii. Conceção dos pedidos de confirmação, incluindo verificação de que estão devidamente endereçados e incluem informação sobre o remetente, que permita que as respostas sejam diretamente enviadas ao auditor - Relativamente à conceção dos pedidos de confirmação externa há necessidade de atender-te aos § A3 a A6:

o A conceção de um pedido de confirmação pode afetar diretamente a taxa de resposta das confirmações e a fiabilidade e natureza da prova de auditoria obtida a partir das respostas (§ A3);

o Há fatores que devem ser tidos em consideração na conceção dos pedidos de confirmação externa, previstos no § A4, nomeadamente:

 As asserções em questão;

 Os riscos de distorção material especificamente identificados, incluindo riscos de fraude;

 A forma e a apresentação do pedido de confirmação;

 A experiência anterior na auditoria ou em trabalhos similares;

13 ISA 500, Prova de Auditoria.

Referências

Documentos relacionados

Diante desse quadro, infere-se que a civilização é o estágio da sociedade em que a divisão social do trabalho, a troca entre os indivíduos e produção mercantil atingem seu

Neste sentido, elaboramos este artigo com finalidade de apresentar uma súmula do trabalho desenvolvido por estes autores (Murcho e Jesus, 2006; 2008), com o objectivo de construir e

Na figura 17 é apresentado o gráfico de controle correspondente ao coeficiente de uniformidade de distribuição (CUD) estimado para o sistema de irrigação funcionando com o

Alinhado ao conceito de McKenna (1992), Leal (2005) constatou em sua pesquisa sobre o marketing de relacionamento na indústria farmacêutica que os

In the present study, we sought to investigate whether acute ethanol intake activates the vascular RhoA/Rho kinase pathway in resistance arteries and the role of NAD(P)H

No corte controle (Figura 94) é possível visualizar a epiderme, em vermelho, ilesa e uniforme sobre o tecido conjuntivo da derme, em verde, abaixo do epitélio. Não é possível

dois gestores, pelo fato deles serem os mais indicados para avaliarem administrativamente a articulação entre o ensino médio e a educação profissional, bem como a estruturação

Assim, este trabalho apresenta uma abordagem que tem como objetivo principal: (i) analisar a cobertura de código levando em consideração os fluxos de chamadas existentes no sistema