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INTERAÇÃO HUMANO E BOVINO DE LEITE

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INTERAÇÃO HUMANO E BOVINO DE LEITE

INTERACTION HUMAN AND DAIRY CATTLE Peters, M.D.P.1, I.D. Barbosa Silveira2 e C.M.Rodrigues3

1Pós-Graduação em Zootecnia. Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel. Universidade Federal de Pelotas.

FAEM-UFPEL. Pelotas. RS, Brasil. Bolsista CAPES. Rua Coronel Alberto Rosa, 2080. CEP 96010-770.

Pelotas. RS, Brasil. monipaulapeters@yahoo.com.br

2Zootecnista, Bolsista PRODOC. Departamento de Zootecnia. Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel.

Universidade Federal de Pelotas. FAEM-UFPEL. Pelotas. RS, Brasil. bardi@supersul.com.br

3Graduação em Agronomia. UFPEL. Pelotas. RS, Brasil. Bolsista do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

PALAVRAS CHAVES ADICIONAIS Manejo. Comportamento. Tratador.

ADDITIONAL KEYWORDS Handling. Behaviour. Caretakers.

RESUMO

Interação homem x animal é o aspecto chave da produção animal moderna, sendo variáveis a intensidade e o tempo que desprendemos interagindo com os bovinos, de acordo com o sistema de produção adotado. Pesquisas têm demonstrado que a qualidade da relação desenvolvida entre humanos e animais pode ter efeitos surpreendentes em ambos. Humanos e bovinos de leite interagem diariamente, durante as atividades de rotina, podendo resultar em efeitos positivos ou negativos na produtividade e bem-estar animal. Esta revisão tem como obje- tivos esclarecer aspectos desta interação e seus efeitos.

SUMMARY

Human x animal interaction is the key to modern animal production, with intensity and time that is dispended interacting with cattle being variable depending on the production system

adopted. Research has demonstrated that quality of the relationship developed between humans and animals can have surprising effects on both.

Humans and dairy cattle interact daily, during routine activities, resulting in positive or negative effects in productivity and animal welfare. The objectives of this review are to clear aspects of this interaction out its effects.

INTRODUÇÃO

O bovino pode ser considerado como uma entidade, ou seja, além de produtor de alimentos, possui sentimentos como o medo, angústia, sofrimento, ansiedade, pânico, os quais devem ser considera- dos dentro dos sistemas de produção.

O bem-estar animal é um assunto de

relevante importância, pois é de

interesse tanto da comunidade científi-

ca como da sociedade em geral,

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gerando debates e diferentes opiniões.

Além disso, segundo Paranhos da Costa (2000), animais em situação de bem- estar animal são mais produtivos.

Bem-estar é uma qualidade inerente aos animais e se refere ao estado do indivíduo em relação às suas tentativas de se adaptar ao ambiente. Bem-estar animal pode ser medido cientificamente através de características biológicas do animal, como produtividade, sucesso reprodutivo, taxa de mortalidade, comportamentos anômalos, atividade adrenal, grau de imunossupressão e incidência ou severidade de ferimentos e doenças (Broom, 2004).

Tem sido argumentado (Duncan, 1993e 2005), que a maior relevância para o bem-estar é a capacidade de sentir, e que saúde, adaptação ou ausência de estresse, são necessidades tanto dos animais como das plantas. O perfeito funcionamento do organismo em harmonia com o ambiente não pro- moverá bem-estar, se não atender aos interesses dos animais. O bem-estar é reduzido quando os animais têm sentimentos negativos, ou seja, sofrem.

Inclui-se entre esses sentimentos a frustração, medo, dor, solidão, aborrecimento e, talvez, até sentimentos que não ocorrem em seres humanos.

Os bovinos são animais herbívoros de manada, como os cavalos e ovelhas, sendo considerados animais de presa.

Assim, o medo os move a estarem permanentemente vigilantes para es- capar dos predadores. Segundo Grandin (1997), o medo é um fator estressante, podendo elevar os níveis dos hormônios associados com o estresse, como a noradrenalina, adrenalina e o cortisol.

Uma das principais manifestações

deste sentimento é o temperamento animal, que é altamente influenciado pelo manejo que os animais sofrem, entrando aí o fator ser humano como maior influente. Assim, a interação homem animal é fundamental, pois sendo esta negativa ou positiva re- sultará em diferentes respostas comportamentais, fisiológicas e produtivas no animal (Barbosa Silveira, 2005).

A afinidade entre homem e animal é considerada para a construção de uma série de interações, podendo ser táteis, visuais, olfativas, gustativas e auditivas. Além disso, a natureza das interações pode ser positiva, neutra ou negativa. De acordo com a natureza da interação, o nível de medo dos animais pelos humanos pode ser alto ou baixo. Foi demonstrado (Rushen et al., 1997) que interações táteis negati- vas com bovinos leiteiros, resultaram em alto nível de medo dos animais por humanos, com aumento do estresse e, c o n s e q ü e n t e m e n t e , a u m e n t o d a distância de fuga, redução da produção de leite e aumento do leite residual.

A qualidade da interação homem x animal depende de fatores inerentes aos animais, aos humanos e ao am- biente. Segundo Lewis e Hurnik (1998), idade, fase da vida, tipo de criação, genética e experiência prévia foram fatores importantes envolvendo o ani- mal. Atitudes, comportamento, personalidade, habilidades e conheci- mentos humanos sobre a espécie com que se trabalha foram determinantes no manejo dos animais (Hemsworth &

Coleman, 1998). Nesta revisão, abor-

daremos as formas de interação entre

humanos e bovinos e suas conseqüên-

cias na produção animal.

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HISTÓRICO

A interação humano x bovinos foi intensificada com o processo de domesticação desta espécie, iniciado há cerca de 6000 anos a.C. (Stricklim et al., 1984; Boivin et al., 1994). O relacionamento entre homens e animais já datava antes mesmo desta época, sendo mais freqüente entre humanos e animais de companhia, principalmente cães, havendo estudo que associou a interação com animais a uma melhor qualidade de vida para o homem (Blackshaw, 1996).

Existem relatos de intensa interação entre humanos e bovinos de leite, pois, em qualquer sistema de criação para produção de leite, ordenhadores e va- cas interagem diariamente por um longo período, durante o desenvolvimento das atividades de rotina: ordenha, alimentação, cuidados sanitários e outras práticas zootécnicas (Hemsworth e Coleman, 1998). Entretanto, segundo os mesmos autores, muitos estudiosos não reconheceram o relacionamento entre humanos e bovinos como valioso para ambas as partes, pois apontavam os bovinos puramente como objetos de trabalho, máquinas de produção, que não se alteram com os comportamentos humanos.

Apesar desta contradição, apontada por Hemsworth e Coleman (1998), têm sido desenvolvidas pesquisas visando conhecer melhor as relações entre humanos e animais de produção (Arave et al., 1985; Boivin et al., 1992;

Blackshaw, 1996; De Passillé et al., 1996; Lewis e Hurnik, 1998; Jago et al., 1999; Breuer et al., 2000; Pinheiro Machado Filho et al., 2001; Rosa, M.S., 2002 e 2004 e Hotzel et al., 2004).

RESPOSTAS FISIOLÓGICAS AO ESTRESSE

A vaca leiteira submetida a uma situação de manejo aversivo, compreende este como um agente estressor. O modelo de estresse animal desenvolvido por Moberg (2000) sugere uma resposta biológica à ação, a partir de três estágios: 1) reconhecimento de um estímulo estressante; 2) defesa bioló- gica contra o estímulo estressante; 3) as conseqüências da resposta ao estresse.

O efeito do estresse começa com a percepção de uma ameaça potencial (estímulo estressante) à homeostase pelo sistema nervoso central. Percebida a ameaça, o organismo desenvolve uma resposta biológica ou defesa, consistindo em uma combinação de quatros respostas gerais: resposta do comportamento, do sistema nervoso autônomo, do sistema neuroendócrino e imunológica. O conjunto das defesas do organismo causa mudanças biológi- cas significantes no animal para aliviar a ameaça percebida.

A primeira resposta biológica é com- portamental, pois o animal diante de um agente estressor, pode evitar a ameaça pela remoção do estímulo estressante. Estas atitudes compor- tamentais não são suficientemente apropriadas a todos os casos de ameaça, podendo os animais encon- trar situações limitadoras, onde não podem evitar o agente estressor, como por exemplo, animais em confinamento (Moberg, 2000).

O sistema nervoso autônomo

(SNA) do animal é o segundo a res-

ponder frente a uma situação de

estresse. O SNA é ativado, sobretudo

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por centros localizados na medula espinhal, tronco cerebral e hipotálamo, além de porções do córtex cerebral que transmitem impulsos aos centros inferiores, influenciando assim o con- trole autonômico, ramo sistema nervoso simpático (Guyton and Hall, 2002).

Numa situação de estresse, a estimulação simpática faz com que sejam liberadas as catecolaminas (adrenalina e noradrenalina) pela me- dulas das glândulas supra-renais na circulação, as quais irão estimular to- das as células que tiverem receptores adrenérgicos, preparando o organismo do animal para lutar ou fugir. De modo geral, o sistema nervoso simpático afeta diversos sistemas biológicos, incluindo o sistema cardiovascular, o sistema gastrintestinal e as glândulas exócrinas, provocando alteração na atividade car- díaca, pressão sanguínea, diminuição do peristaltismo e secreções, dimi- nuindo a excreção de urina, regulação da secreção pancreática, sudorese, aumento da concentração de glicose sanguínea, entre outros efeitos. Entre- tanto, o efeito das catecolaminas não é muito duradouro e, conseqüentemente, não apresentam um impacto significa- tivo no bem estar animal (Guyton and Hall, 2002).

O sistema nervoso coordena o corpo exercendo o controle sobre quase to- das as suas funções. O sistema endócrino, através de seus hormônios, interage com o sistema nervoso através de retro alimentação ou retro estimu- lação. Em contraste aos efeitos do SNA, os hormônios secretados no sis- tema neuroendócrino (hipotálamo- hipófise) têm um efeito duradouro no organismo. A secreção destes hormô-

nios é alterada direta ou indiretamente durante o estresse (Matteri et al., 2000).

A resposta neuroendócrina ao estresse mais conhecida e consistente é a ativação do eixo hipotálamo- hipófise-adrenal, iniciando com a liberação do hormônio liberador de corticotrofina (CRH) pelo hipotálamo, o qual estimula a liberação do hormônio adrenocorticotrófico (ACTH) pela hipófise, que estimulará o córtex da glândula supra-renal a liberar os hormônios glicocorticóides, poucos minutos após sua estimulação. O cortisol (hormônio glicocorticóide mais importante) apresenta um efeito de retro estimulação negativo no hipotá- lamo, onde diminui a formação de CRH, e também sobre a hipófise para dimi- nuir a formação de ACTH. Estes efeitos auxiliam no controle e regulação da concentração plasmática do cortisol, ou seja, quando a concentração se eleva, os efeitos de retro estimulação automaticamente reduzem o ACTH a um nível normal de controle. A resposta do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal ao estresse promove a síntese e liberação de glococorticóides pelo córtex adrenal, que em conjunto com as catecolaminas da medula da adrenal, induzem a glicólise, lipólise e catabolismo de proteí- nas. Assim, estas alterações metabóli- cas proporcionam ao organismo condições de restabelecer o seu equilíbrio (homeostase), por intermédio da produção e mobilização dos substratos energéticos durante o estresse (Guyton and Hall, 2002).

Na reação simpática da fase de

alarme do estresse é onde ocorre maior

secreção de hormônios antiinfla-

matórios, como por exemplo, um dos

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corticosteróide, a desoxicorticosterona.

Este corticóide produz um aumento da freqüência cardíaca e da pressão arterial, bem como um aumento da freqüência respiratória e dilatação dos brônquios, permitindo assim maior circulação de sangue e maior oxige- nação dos tecidos. De acordo com Dukes (1993), os glicocorticóides promovem a lise do tecido linfóide e redução dos linfócitos e eosinófilos circulantes. Assim, o aumento da incidência de doenças em animais devido ao estresse pode ser atribuído à supressão do sistema imunológico, o qual é um dos maiores sistemas de defesa em resposta ao estímulo estressante (Dunn, 1989).

Quando quantidades muito grandes de cortisol são secretadas pelo orga- nismo, o hormônio exerce dois efeitos antiinflamatórios básicos: primeiro blo- queando os estágios iniciais do processo inflamatório, segundo causa rápida resolução do processo, aumentando a velocidade de cicatrização.

Efeitos do cortisol no sistema imune incluem estabilização das membranas lisossômicas; diminuição da permea- bilidade capilar; supressão do sistema imunológico e baixa a febre, que reduz a vasodilatação (Barbosa Silveira, 2005).

De modo geral, podemos dizer que, num primeiro momento, as supra-renais aumentam a secreção de noradrenalina, preparando o organismo para a ação, em seguida passa a liberar a adrenalina e, por fim o cortisol. É nessa fase do cortisol que já podemos antever uma possível exaustão geral.

Os efeitos negativos do estresse sobre o desempenho reprodutivo são bem conhecidos, porém os mecanis-

mos exatos que controlam este efeito não estão bem esclarecidos (Razdan et al., 2001). Estudos (Rocha et al., 1998; Tsuma et al., 1998 e Randaz et al., 2001) evidenciam que as alterações devido ao estresse causam taxa de fertilidade baixa, atraso na puberdade, mortalidade embrionária e anestro; ci- clo estral irregular.

Segundo Moberg (1996), o estresse é causador de efeitos negativos, também, na produtividade como atra- sos no crescimento e desenvolvimento.

O mecanismo responsável por efeitos adversos do alto medo dos animais pelos seres humanos, surgiu da resposta a um estresse crônico com resultados na produtividade. Isto ocorre devido à elevação nas concentrações basais do cortisol (hormônio do estresse) ou ampliação das glândulas adrenais, jun- to com depreciação no crescimento e queda no desempenho reprodutivo e produtivo (Hemsworth and Coleman, 1998). De acordo com estes autores, vacas leiteiras tiveram sua produção de leite diminuída quando apresentaram alto nível de medo de humanos, resul- tando em alto nível de estresse. Assim, a relação medo-estresse-produtividade indica que altos níveis de medo e estresse podem limitar a produtividade dos animais.

FATORES INERENTES AO HOMEM

O início de uma boa relação homem

x animal depende, entre outros fatores,

do interesse da pessoa que desenvol-

verá a atividade. O trabalhador é um

administrador de animais, determinan-

do, em geral, níveis de produção e de

bem-estar. Porém, mundialmente, os

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trabalhadores são considerados como inexperientes, embora a eles sejam confiados a produtividade e o bem- estar dos animais, o que ressalta a importância da descrição do emprego que será oferecido e a checagem das habilidades e conhecimentos da pessoa que almeja a função (Hemsworth and Coleman, 1998).

As tarefas consideradas mais im- portantes, em ordem crescente, pelos ordenhadores são as parições, os re- gistros reprodutivos, o “manejo”, a limpeza das instalações, a saúde do rebanho, a alimentação, a detecção de cio e a ordenha. Para os ordenhadores, ordenha “manejo”, parto e alimentação são tarefas importantes e agradáveis na profissão (Seabrook e Wilkinson, 2000).

Além dessas tarefas, um bom tratador sempre deverá estar atento ao comportamento e as necessidades fisiológicas, de segurança e comporta- mentais dos animais que estão sob sua responsabilidade. Segundo Curtis (1993), as necessidades fisiológicas referem-se à deficiência ou ao excesso de um determinado fator que pode contribuir para o estresse, ocasionan- do a redução da produtividade.

De acordo com Seabrook (1984), bons ordenhadores foram descritos como confiantes, introvertidos, quie- tos, reservados, pouco sociáveis, pa- cientes e consistentes nas suas ações positivas. De maneira geral, bons ordenhadores devem ser pessoas perceptivas às condições do meio, corrigindo problemas e mantendo a organização.

O conhecimento geral do traba- lhador, com animais de produção, é formado pela informação que tem so-

bre os aspectos genéticos, nutricionais, sanitários, reprodutivos, produtivos e comportamentais da espécie com que lida diariamente. Estudo realizado por Rosa (2004), mostra que o saber do ordenhador (analisado através de questões que trataram da identificação do animal, ordem de entrada, produção de leite e reatividade na ordenha) indi- ca a ocorrência de ordenhadores com pouca intimidade até aqueles que se demonstraram muito íntimos. O baixo nível de saber do ordenhador pode prejudicar a qualidade do relaciona- mento entre ordenhador e vaca leiteira e, consequentemente, os manejos de rotina da propriedade.

Segundo Eagly e Chaiken (1993), citados por Rosa (2004), atitude é uma tendência psicológica expressada pela avaliação de uma entidade particular com níveis de favor e desfavor.

Trabalhos que avaliaram as atitudes dos ordenhadores e as correlações com o comportamento do ordenhador du- rante a ordenha e com o compor- tamento e bem-estar da vaca foram apresentados por Hemsworth et al.

(2000), Hemsworth et al. (2002), Waiblinger et al. (2002) e Panamá Árias et al. (2004) citados por Rosa (2004). Seus resultados apontaram que, quando os ordenhadores apresen- tavam atitudes favoráveis em relação aos animais, seus comportamentos eram positivos, o que proporcionava melhoria no bem-estar da vaca duran- te a ordenha. Panamá Árias et al.

(2004) citado por Rosa (2004),

trabalhando com a avaliação da

personalidade do ordenhador, concluí-

ram que as atitudes positivas indicaram

melhor comportamento dos orde-

nhadores.

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Atitudes são opiniões e refletem uma tendência ao gostar ou não gostar de determinadas pessoas, coisas ou eventos. Por exemplo, o fato de uma pessoa não gostar de vacas, pode re- sultar em atitudes negativas como interações táteis aversivas (tapas com as mãos, chutes, empurrões, uso de ferrão, choques) e elevação da voz (gritos). Enquanto que tratadores com atitudes positivas como interações táteis positivas (carícias, tapinhas na região da garupa, coçadinhas na cabeça), tom de voz suave e assobios, resultam em comportamentos positivos e, conse- qüentemente, aumentos de produ- tividade (Hemsworth e Coleman, 1998).

Hemsworth et al., (2002) estudan- do a possibilidade de melhorar as atitudes dos ordenhadores em relação às vacas em lactação e, se isso bene- ficiaria o comportamento e produti- vidade animal, concluíram que, após treinamentos (utilizando material es- crito, vídeos com ações diárias dos ordenhadores e apresentação na tela) os ordenhadores desempenharam mais ações positivas, diminuindo a distância de fuga dos animais, o que foi correla- cionado positivamente com a produção de leite.

Durante o treinamento, a pessoa tem oportunidade de conhecer outros profissionais da área, trocar informa- ções sobre aspectos técnicos, envol- vendo conhecimentos a respeito da biologia animal, além de oferecer opor- tunidades de lazer em visitas a outras propriedades. Todo esse conjunto de conhecimentos é refletido na atitude, satisfação do trabalhador e, consequen- temente, na motivação de desenvolver determinada atividade, resultando em melhorias na interação com os animais.

EFEITOS DA INTERAÇÃO HOMEM ANIMAL

O estudo das causas e efeitos da interação humanos x animais está sendo desvendado aos poucos. Sabe- se, por exemplo, que os bovinos são capazes de diferenciar as pessoas que trabalham com eles diariamente. Se- gundo De Passillé et al. (1996), bezerras leiteiras foram capazes de diferenciar as pessoas que as trataram positivamente (fornecimento de leite e carícias) daquelas que o faziam nega- tivamente (emprego de formigão e ferrão), destacando que a identificação ocorria quando ambos, homem e ani- mal estavam no local onde a interação foi desenvolvida. Entretanto, o estudo de Munksgaard et al. (1997) com va- c a s a d u l t a s m o s t r o u q u e e s t a s aprenderam rapidamente a distinguir as pessoas que as tratavam, mesmo estando em local diferente daquele onde ocorreu à interação. Esta habilidade também foi descrita por Taylor and Davis (1998), confirmando que os bovinos podem usar caracterís- ticas individuais humanas como estí- mulos discriminativos no desempenho de uma simples resposta e por Rybarczyk et al. (2001), ao des- creverem que as vacas identificam as pessoas mesmo quando elas usavam roupas de cor semelhante, concluindo que os animais usavam várias caracte- rísticas visuais (cor da roupa, face e altura da pessoa) como elemento de diferenciação.

Desta forma, é reconhecido que a

formação do relacionamento se dá em

função da qualidade e da quantidade

das maneiras de interagir (tátil, visual,

olfativa, gustativa e auditiva), bem

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como do momento em que a interação ocorre (Boivin et al., 1994; Rushen et al., 1999; Krohn et al., 2001) e disto depende a aproximação ou afastamen- to das partes. Para Hemsworth and Coleman (1998), a intimidade no relacionamento pode ser avaliada e medida pelas respostas comporta- mentais dos animais em função das ações do tratador e, certamente têm papel importante no bem estar animal.

De forma geral, os animais apre- sentam períodos mais sensitivos (críti- cos), durante os quais pode haver a fixação de atitudes positivas ou nega- tivas dos tratadores recebidas durante o desenvolvimento das atividades de rotina. Os bovinos são considerados animais precociais, ou seja, o recém- nascido, desde as primeiras horas de vida, já procura seu primeiro alimento, o colostro (Stricklin et al., 1984;

Paranhos da Costa and Cromberg, 1998). Nos primeiros meses de vida, o leite é a principal fonte de nutrientes, sendo que neste período o terneiro despende grande parte do dia em ócio, não ocorrendo maiores contatos com humanos. Quando começam a desen- volver outras atividades, como busca de outros alimentos, estes contatos passam a ser mais freqüentes. Esta fase, de maior sensibilidade, é muito importante para a definição da mansidão dos animais em relação aos cuidados dos tratadores (Boivin et al., 1992), sendo, portanto, de suma importância para o bem-estar do ani- mal e do homem.

Vários estudos (Arave et al., 1985;

Boivin et al., 1992) experimentais e observacionais foram realizados para referendar ações de contato físico isoladas ou concomitante à ação de

manejo que poderiam ter reflexos no bem-estar e na produtividade animal.

Arave et al. (1985) observaram que as bezerras criadas em grupo que não receberam contatos positivos durante o período de aleitamento eram mais agressivas, apresentavam maior hierarquia social (na disputa por ali- mento, água e local de descanso) e também maior freqüência de defecação e micção quando colocadas em local não habitual, em relação àquelas cria- das isoladas, mas que receberam ações positivas (carícias) na fase de aleitamento, as quais se mostraram mais dóceis. Num outro estudo, Boivin et al. (1992) observaram bezerras que receberam contatos positivos adicionais (toques suaves, fornecimento de feno e concentrado) no período de aleita- mento natural não apresentando comportamento agressivo nos meses subseqüentes. Foi ainda registrado, nesse mesmo estudo, que os contatos fornecidos no período de desmame provocaram melhores comportamentos dos animais quando adultos, do que aqueles recebidos durante os primeiros meses de amamentação.

Nos estudos das ações humanas

aplicadas durante o desenvolvimento

do manejo, Murphey e Moura Duarte

(1983), concluíram que o comando de

voz, chamando o bezerro pelo seu nome

ao ser liberado do bezerreiro, só era

efetivo quando o animal o associava à

recompensa (amamentação). Jago et

al. (1999) estudando a combinação de

diversas formas de ações (relaciona-

das ao fornecimento de leite) concluí-

ram que o nível de medo foi menor

quando o animal recebeu leite tendo a

oportunidade de visualizar a pessoa

que o alimentava. Esses resultados

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ressaltaram a importância de se aproveitar à oportunidade de interação humano x animal, o que muitas vezes não acontece quando se faz distribuição mecanizada dos alimentos, não ocorrendo uma interação mais efetiva, o que proporcionaria um relaciona- mento positivo.

Já os estudos de Lewis and Hurnik (1998), mostraram a importância da experiência prévia dos bovinos duran- te o manejo, como primeiro contato com humanos ou com o local de ordenha, registrando que vacas primíparas em lactação tentaram es- capar quando cabresteadas e condu- zidas para passarem por um brete, provavelmente porque estes animais nos seis meses prévios ao manejo não haviam participado de ações desenvol- vidas nesse local. Do mesmo modo, sabe-se da vantagem de conduzir novilhas até a sala de ordenha antes do parto, deixando-as livres nesse local para realizarem o reconhecimento da instalação (Rosa et al., 2002). Esta experiência pode resultar em uma melhor interação social, menos medo de humanos e aumento da produção de leite, bem como a redução na contagem de células somáticas, conforme rela- tos apresentados por Albright e Arave (1997) e Wicks et al. (2003).

Breuer et al. (2000) estudando os efeitos da interação ordenhador e va- cas leiteiras no comportamento e bem- estar da vaca durante a ordenha, concluíram que o comportamento apresentado pelos animais era reflexo da qualidade da ação dos ordenhadores durante os procedimentos de ordenha, sendo que as interações negativas resultaram em maior reatividade da vaca durante a ordenha, embora a

produção de leite não tenha sido alte- rada. Entretanto, resultados obtidos por Hemsworth et al. (2000) não confir- mam tal conclusão, uma vez que a interação negativa, durante a ordenha, foi significativa e negativamente correlacionada com a produção de leite, teores de proteína e gordura e positiva- mente correlacionada com a concen- tração de cortisol, indicando a possibilidade de aumento da produti- vidade da vaca através de interação positiva ordenhador vaca leiteira.

No entanto, em estudos mais recentes, Munksgaard et al. (2001) e Rosa et al. (2002), registraram menor reatividade em animais que receberam interação negativa de seus orde- nhadores. Estes resultados carac- terizam como de alta complexidade a interação produtividade-bem-estar ani- mal. Rosa et al. (2002 e 2004), em seus estudos, verificaram que houve diferenças significativas entre dias úteis e finais de semana quanto às ações executadas pelos tratadores. Desta forma, concluíram que nos finais de semana as vacas tiveram seu bem- estar prejudicado devido às mudanças comportamentais dos ordenhadores.

Talvez essas mudanças tenham ocorrido por serem os finais de sema- na tradicionalmente considerados como período de descanso.

Estudos realizados com bovinos

(Hemsworth et al., 1996; Breuer K.,

2002; Waiblinger et al., 2002; Hems-

worth, 2003; Waiblinger et al., 2004)

registraram que a melhoria do bem-

estar animal foi alcançada quando

ações positivas como, interações táteis

positivas (carícias, tapinhas na região

da garupa, mão descansando sobre as

costas do animal), tom de voz suave

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foram utilizados durante o desen- volvimento das atividades. Na ordenha, ações positivas durante os proce- dimentos refletiram em menor distância de fuga, menor tempo de aproximação, aumento da ruminação, baixa reati- vidade na ordenha, diminuição de defecação e micção, com resultados ainda na elevação da produção e da qualidade do leite.

Vários pesquisadores associaram a habilidade das vacas reconhecerem seus ordenhadores positivos e aver- sivos à produção de leite e a outros comportamentos observados no mo- mento da ordenha. Rushen et al. (1999) concluíram que uma maior quantidade de leite residual poderia ser causada pela inibição da secreção de ocitocina quando o ordenhador aversivo estava presente. Os batimentos cardíacos também eram elevados durante a ordenha na presença do ordenhador aversivo. Breuer et al. (2000) avaliando as atitudes dos tratadores e relacionando com o comportamento das vacas e produtividade, concluíram que o medo dos animais pelos humanos pode ter implicações práticas para a fazenda leiteira, afetando a produti- vidade animal.

Munksgaard et al. (2001) confir- maram resultados anteriores de que as vacas aprendem rapidamente a evitar o tratador aversivo e a se aproximar do positivo. Estabeleceram também que a produção de leite e o leite residual não diferiam na presença de qualquer ordenhador e que as vacas que mexiam menos na ordenha eram aquelas que estavam próximas ao ordenhador aversivo, demonstrando haver um complexo relacionamento entre movi- mento e nível de medo dos animais.

Embora ações aversivas aumentem o nível de medo dos animais pelos humanos (Pajor et al., 2000), pouco se sabe dos fatores que o regulam. Ob- viamente, algumas ações humanas são claramente aversivas para o animal: a presença do veterinário provoca maior distância de fuga, pelo desempenho de ações dolorosas nos animais; o tratamento de doenças, como a mastite, é também muito doloroso (este tratamento geralmente é realizado den- tro da sala de ordenha, o que conduz à inquietação do animal); pancadas, elevação da voz, utilização de eletro- choque e ferrão são ações que aumentam o medo dos animais pelos humanos (Breuer et al., 2000).

Há também tratamentos classifi- cados como positivos, como carícias, tapinhas, coçadinhas na cabeça, mão descansando nas costas do animal, tom de voz suave, assobios e movimentos ponderados. As associações dos animais às ações positivas se refletem no aumento da produção de leite, melhores índices reprodutivos, na obtenção de produtos de melhor qualidade, numa menor distância de fuga e na facilidade no manejo do rebanho (Stricklin et al., 1984; Arave et al., 1985; Boivin et al., 1992; Breuer et al., 2000; Rosa, 2002; Rosa, 2004).

Boas práticas de manejo como,

condução tranqüila dos animais, sem a

utilização de ferramenta de agressão,

sem gritos, respeitando a velocidade

dos animais, são fundamentais para a

melhoria do bem-estar de vacas leiteiras

(Pawelek and Croney, 2003); sendo

que mesmo pequenas mudanças podem

resultar em melhoria do bem-estar das

mesmas. Os benefícios alcançados

podem ser medidos, através das

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avaliações de desempenho (produção de leite, crescimento e reprodução) e de comportamento, bons indicadores usuais na avaliação do estado de bem- estar (Rosa, 2004).

Existem ainda evidências de que a caracterização como positivo ou nega- tivo do comportamento humano em relação às vacas é o ponto de partida na modificação do próprio comporta- mento humano. Esta mudança de atitude diminui as interações negativas e fortalece as positivas, resultando na redução do nível de medo dos animais pelos humanos, com efeitos positivos no bem-estar animal (Parsons, 2001).

Esta expectativa foi confirmada por Bertenshaw and Rowlinson (2002), ao citarem que após três meses que os animais passaram a receber contatos positivos, os efeitos na melhoria de seu bem-estar já eram notados.

Segundo Rosa, (2004), a qualidade da interação ordenhador e vaca leiteira influenciam no comportamento das vacas na ordenha, sendo verificada associação satisfatória entre a inter- ação desejável (positiva) e o nível bom de bem-estar animal.

CONCLUSÕES

Interações homem x animal podem

ter significativos efeitos na produção animal. Interações negativas regula- res resultam em animais com maiores níveis de medo pelos humanos, e isto pode depreciar tanto o bem-estar como o desempenho dos animais. Recente- mente vêm ocorrendo um direciona- mento das pesquisas para uma abordagem etológica dos animais de produção, apontado a grande impor- tância do relacionamento humano x animal nas respostas produtivas animais, baseadas nas atitudes dos tratadores para com os animais. A interação homem e bovino de leite comprovam que atitudes, positivas e negativas, por parte dos tratadores influenciam, positivamente e negativa- mente, no comportamento e produti- vidade dos animais. O conhecimento das interações homem x animal ainda é limitado, mas existem várias maneiras para aumentar essa relação, melho- rando assim o desempenho e bem- estar animal. Portanto, as pesquisas realizadas até o momento procuraram desvendar a interação entre humanos e bovinos, sendo que a combinação desses conhecimentos pode ser articulada de forma a alterar a rotina da propriedade leiteira, promovendo melhorias no trinômio bem-estar ani- mal, produtividade e rentabilidade.

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Recibido: 15-08-06. Aceptado: 17-05-07.

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