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Paulo Ensinou o Batismo

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Academic year: 2021

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CONOZCA AL MAESTRO

O Batismo:

Paulo Ensinou o Batismo

Owen Olbricht

...Paulo se entregou totalmente à palavra, testemunhando aos judeus que o Cristo é Jesus... muitos dos coríntios, ouvindo, criam e eram batizados (Atos 18:5–8).

Paulo — também conhecido como Saulo, o grande perseguidor da igreja — tornou-se um grande pregador do evangelho de Jesus Cristo.

Seu ministério começou depois de ver Jesus, orar e jejuar três dias, e ser batizado para lavar seus pecados (Atos 22:16). A mesma fé que Paulo outro- ra perseguia, passou a obedecer e pregar (Gálatas 1:23). Ele não aprendeu o evangelho de homens (Gálatas 1:11, 12), mas do próprio Jesus (1 Co- ríntios 14:37) por meio do Espírito (Efésios 3:3).

Como apóstolo, Paulo ensinou a mesma mensagem que ensinaram os doze apóstolos originais e todos os demais profetas do Novo Testamento. Por isso, o evangelho de Paulo, assim como os dos outros homens inspirados, era o único evangelho verdadeiro. Qualquer um que pregar outro evangelho será amaldiçoado (Gála- tas 1:8, 9). Conforme Pedro, os escritos de Paulo estão em harmonia com o que ele escrevera e tinham a mesma autoridade de outras passagens bíblicas (2 Pedro 3:15–17). Tudo o que Paulo ensinou pode ser considerado um reflexo do que os outros homens inspirados estavam ensinando.

Embora sinopses de alguns sermões de Paulo tenham sido preservadas no Livro de Atos (13:16–

41; 14:15–17; 22:1–21; 26:2–23), nenhuma de suas declarações a respeito do batismo está registrada, exceto a referência ao seu próprio batismo (22:16).

Os que o ouviam pregar eram batizados (16:15, 33; 18:8), o que indica que na sua pregação estava incluído o batismo. As cartas de Paulo revelam seu entendimento do batismo e o fato de que ele administrara o batismo de alguns (1 Coríntios 1:16).

As cartas de Paulo descrevem o batismo como a resposta de um coração transformado diante da morte, sepultamento e ressurreição de Jesus, e não um ritual vazio, uma cerimônia vã ou um ato de obediência cega.

ROMANOS 6:1–18

Em Romanos 5 Paulo apresentou Jesus como a base da graça que nos justifica (5:2, 15, 17, 20, 21), salva e reconcilia com Deus (5:1, 9, 10) através da Sua vida, sangue e morte (5:9, 10). Esses benefícios, que são concedidos pela graça quando o indivíduo partilha da morte, sepultamento e ressurreição de Jesus por meio do batismo, não visam estimular a prática do pecado (Romanos 6:1, 2), mas nos libertar do viver pecaminoso (Romanos 6:2). Devidamente entendido e obede- cido de coração, o batismo gera uma morte para o pecado e uma libertação dele (Romanos 6:4–6, 17, 18).

O propósito da exposição de Paulo sobre o batismo em Romanos 6:3 e 4 não era apresentar o batismo como um ato que abre as portas para todos os benefícios decorrentes da morte de Jesus, embora tais benefícios se tornem possíveis através do batismo em Cristo e na Sua morte. Em vez disso, Paulo queria mostrar que a morte para o pecado deve resultar numa nova vida de libertação do pecado quando, no batismo, se participa da morte de Jesus como uma resposta sincera ao que Ele fez pelo pecador.

Paulo estava dizendo: “Uma pessoa entra na morte de Jesus pelo batismo. Uma vez que entrar na morte com alguém significa necessariamente morrer com essa pessoa, o ato do batismo consiste em realizar uma morte com Jesus. Nesse caso, a morte é uma morte para o pecado que deveria ser seguida por uma nova vida de libertação do passado pecaminoso”. Com a expressão “morrer para o pecado” (Romanos 6:2), Paulo queria dizer que os cristãos morreram para o serviço e a prática do pecado. Essa morte deve resultar numa nova vida liberta do pecado, uma vida cujo alvo já não é o pecado. O momento em que essa morte para o pecado ocorre é o batismo, pois o indivíduo

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entra na morte para o pecado sendo sepultado com Jesus no batismo: “foi crucificado com ele o nosso velho homem, para que o corpo do pecado seja destruído, e não sirvamos o pecado como escravos” (Romanos 6:6). Dessa forma, a pessoa que morreu para o pecado no batismo está “liberta do pecado” (Romanos 6:7, 18).

Com o intuito de garantir que ninguém chegue à conclusão de que um ato físico mecânico e isolado resulta numa nova vida de libertação do pecado, Paulo prosseguiu dizendo que o indivíduo é “liberto do pecado” e se torna “servo da justiça” (Romanos 6:18), quando passa a

“obedecer de coração à forma de doutrina” a que foi entregue (Romanos 6:17). Isso ocorre através do ato de batismo, mas não simplesmente em decorrência da pessoa envolver-se num ato físico.

Isso ocorre porque além da pessoa se envolver no ato físico de ser sepultada como Jesus foi sepultado, ela está espiritualmente envolvida na morte para a sua velha vida e a está enterrando a fim de ressuscitar para uma nova vida.

Paulo apresentou o batismo como um sacri- fício, não de animal, mas da própria vida (Roma- nos 6:6). Neste sentido, ainda existe uma oferta pelo pecado debaixo da nova aliança — não o sacrifício de animal, mas do velho eu do pecador ao crucificar-se com Cristo (Gálatas 2:20; Roma- nos 12:1), de maneira a viver uma nova vida para Ele. Segundo Paulo, o batismo é o momento em que ocorrem a morte e a crucificação, mas somente para quem está obedecendo de coração à forma de doutrina que lhe foi entregue (Roma- nos 6:6, 7, 17, 18).

Nenhum mero ritual pode efetuar tal sacri- fício. Concluir que o batismo pode ser obedecer a Deus sem entender a relação do batismo com a culpa e a escravidão do pecado é não ter a mínima noção do ato. O batismo é a morte da pessoa para uma velha vida, a qual resulta numa nova vida. Quem está sendo batizado deve estar tão preocupado com o pecado que deseja livra-se dele e não praticá-lo nunca mais. Dessa forma, no batismo, ele se torna morto para o pecado e livre para viver uma nova vida (Romanos 6:6).

Uma pessoa faminta pega um alimento de alimento se este lhe é apresentado, mas uma pessoa morta não pode pegar nem mesmo o seu prato favorito, se este lhe passar debaixo do nariz. Da mesma forma, a pessoa que outrora

vivia para o pecado mas agora morreu para ele no batismo, não deve ser seduzida pelo pecado.

O arrependimento é uma decisão de coração de começar uma nova vida; quando associada ao batismo, essa decisão culmina na nova vida da pessoa cujo coração se identifica com a morte e ressurreição de Jesus, ao ser ela sepultada com Ele no batismo. Dessa forma, ocorre um novo nascimento quando a pessoa é batizada. O ato externo sozinho não provoca essa mudança. (Se fosse assim, os mais fortes poderiam batizar os outros à força para fazê-los nascer para uma nova vida.) Tal mudança só pode ser efetivada através de uma resposta de coração. Se tal conclusão não for a verdade, então em Romanos 6:1–18 Paulo estava discutindo que o coração é transformado meramente por um ato físico, conclusão essa que não condiz com os princípios do Antigo nem do Novo Testamentos.

GÁLATAS 3:26, 27

Uma relação semelhante entre o batismo e a vida transformada aparece em Gálatas 3:26, 27.

Aqui Paulo apresenta o batismo como o momento em que, por meio da fé, o indivíduo se torna um filho de Deus, revestido de Cristo. Ser um filho de Deus inclui tanto o conceito de fazer parte da família de Deus como o conceito de ter a natureza de Deus. (O uso de “filho”, em grego huios, às vezes significa determinada natureza, Mateus 23:15;

Lucas 16:8; João 12:36; Efésios 2:2; 1 Tessaloni- censes 5:5.)

Uma pessoa se torna revestida de Cristo começando a se revestir da natureza de Deus. O ato externo do batismo por si só não pode resultar numa transformação da natureza da pessoa, assim como arrastar um criminoso pelo prédio de uma igreja não pode torná-lo um cidadão respeitável nem um “santo”. Tal transformação só pode ocorrer através de uma resposta de coração. A pessoa que entende e responde devidamente de coração nasce de novo, ou seja, ela se torna um filho de Deus quando é batizada.

Nenhum mero ritual pode desencadear tal transformação.

UM SÓ BATISMO

Numa exposição sobre unidade, Paulo men- cionou um batismo juntamente com um corpo, um Espírito, uma esperança, um Senhor, uma fé e um Deus (Efésios 4:4–6). Três desses elementos são seres divinos (Espírito, Senhor e Deus,

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colocados numa ordem ascendente conforme o relacionamento deles com o homem); dois ele- mentos (corpo e fé) são provisões dos três seres divinos que podem levar à unidade e dois (esperança e batismo) são respostas humanas. O fato de o batismo estar incluído nessa lista de sete indica que ele tem alguma importância no plano de Deus para a unidade.

O batismo pode promover unidade, pois os que respondem de coração tornam-se filhos de Deus (revestidos da natureza de Deus) e são revestidos de Cristo. Dessa forma, o batismo transforma pessoas de todas as origens em pessoas da mesma natureza espiritual, tornando- as nem “judeu nem grego; nem escravo nem liberto; nem homem nem mulher; [mas sim]...

todos... um em Cristo Jesus” (Gálatas 3:28).

Nenhum ato físico destituído de implicações espirituais a ele associadas pode promover a natureza homogênea e a unidade de vários grupos de pessoas. Só a obediência de coração como uma resposta ao ensino do evangelho pode produzir tal transformação e unificação.

COLOSSENSES 2:11–13

Em Colossenses 2:11–13, Paulo usou a mesma figura referente ao batismo encontrada em Romanos 6:3, 4; todavia, Paulo tinha um propó- sito adicional em mente. Em Romanos 6:1–18, Paulo apresentou razões por que os que estão em Cristo não devem continuar em pecado. Em Colossenses 2:11–13, ele discorreu acerca da grandeza de Jesus (Colossenses 2:9, 10) e os benefícios recebidos por quem está nEle.

A pessoa que está em Cristo é aperfeiçoada (Colossenses 2:10; “perfeitos” na ERC; “rece- beram a plenitude”, NVI), sua tendência carnal na vida foi interrompida e suas transgressões, perdoadas. Isso ocorre quando ela é sepultada e ressuscita com Cristo no batismo (Colossenses 2:11–13). A expressão “circuncidados” é usada aqui como uma forma de comparação para descrever a remoção da tendência carnal. O termo

“mortos pelas vossas transgressões” é usado para descrever uma separação de Deus e uma submissão impotente ao pecado que deixam a pessoa sem vida espiritual. Antes de ser batizada (Colossenses 2:13), a pessoa está morta no pecado (não tem vida espiritual) e é incircuncisa (ainda vive para a carne). Quando é batizada, ocorre uma transformação; ela é circuncidada (sua velha

tendência carnal é interrompida) e ela torna a viver (ganha uma nova vida espiritual). Nenhum ato físico que não esteja acompanhado de um envolvimento espiritual pode produzir tal mu- dança na vida de uma pessoa. O batismo não muda vidas como um ato físico mágico ou místico;

mas ele transforma espiritualmente as vidas daqueles que entendem seu propósito, signifi- cado e suas implicações espirituais.

Conforme Colossenses 2:12, 13, duas coisas acontecem no batismo: 1) a pessoa é transportada da morte para a vida porque tem fé em que o Deus que ressuscitou Jesus Cristo dos mortos pode ressuscitá-la de uma morte espiritual para uma vida espiritual; e 2) ela é espiritualmente circuncidada sendo sepultada, ressuscitada e vivificada juntamente com Cristo. Ao submeter- se fisicamente ao batismo, a pessoa está parti- cipando do sepultamento, ressurreição e vida de Jesus Cristo. Se esse fato é reconhecido e espiri- tualmente vivenciado, removerá a velha vida carnal da pessoa, transportando-a a uma nova vida espiritual. Através de tal processo, ela nascerá de novo, iniciará uma nova vida (João 3:3–5) e todas as suas transgressões serão perdoa- das (Colossenses 2:13).

FÉ, GRAÇA E BATISMO

O batismo que transforma vidas e traz o perdão dos pecados é o batismo baseado na fé em que Deus dará a bênção que Ele prometeu. Só pode haver essa fé se quem está sendo batizado entende a bênção a ser recebida. Jesus é Aquele que, pela graça, dá salvação aos que não depositam sua fé no batismo em si, mas a depositam no poder de Deus (Colossenses 2:12) para perdoar os pecados.

G. R. Beasley-Murray atribuiu corretamente a aquisição dos dons por meio da graça aos que respondem ao evangelho com fé e batismo:

Essa identificação, feita por Deus, da graça com a fé e o batismo tem uma conseqüência natural que a mim parece inescapável: a dádiva divina da graça à fé pertence ao contexto do batismo, assim como a dádiva divina da graça no batismo provém da fé. A fé não tem mérito para reivindicar tais dons e o batismo não tem o poder de produzir tais dons; todos procedem de Deus, que conduz o homem à fé e ao batismo, e na Sua soberania agrada-Se de conceder Sua dádiva.

A fé, portanto, não pode ser representada como algo auto-suficiente; Cristo a produz por meio do evangelho, dos sacramentos, da igreja e ela necessita de todos esses elementos. Tampouco deve o batismo ser considerado como algo operante por si próprio. É errado limitar a

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função da fé à de simplesmente requerer um batismo em que Deus opera sem importar-se com a atitude do homem, ou à de possibilitar o entendimento do que Deus faz no batismo ou à de comprovar a intenção de proceder adequada- mente após o batismo. O batismo é, na verdade, o ponto de encontro da graça divinamente marcado com a fé1.

UMA COMPARAÇÃO DE EFÉSIOS 2:4–9 COM COLOSSENSES 2:12, 13

Muitos grupos religiosos usam Efésios 2:8 e 9 para alegar que a fé é o único requisito para a salvação. Por crerem nisso e considerarem o batismo uma obra, excluem-no dos requisitos divinos para a salvação.

Um raciocínio desse tipo poderia eliminar a fé da salvação, pois em 1 Pedro 3:21, Pedro escreveu: “figurando o batismo, agora também vos salva”. Se cada versículo for analisado isoladamente de modo a excluir tudo o que não está incluso nele, a fé e o arrependimento não são necessários para a salvação, pois não são mencio- nados em 1 Pedro 3:21. Nenhum versículo bíblico deve ser usado para defender a exclusão de re- quisitos exigidos por Deus em outros versículos.

Fazer isso faz a Bíblia contradizer-se. Para se manu- sear corretamente a Bíblia, é preciso não excluir o que é mencionado em outros versículos, e sim incluir tudo que está incluído nos versículos afins.

Tal abordagem propicia a harmonia da Bíblia.

Uma comparação de Efésios 2:4–9 com Co- lossenses 2:12, 13 mostra a harmonia entre Efésios 2:8 e 1 Pedro 3:21. Essa harmonia é aparente quando se entende o uso que Paulo faz de várias expressões contidas nesses versículos. Disse ele:

“...Deus... estando nós mortos em nossos delitos, nos deu vida juntamente com Cristo, — pela graça sois salvos — e, juntamente com ele, nos ressuscitou, e nos fez assentar nos lugares celestiais em Cristo Jesus” (Efésios 2:4–6). Em Efésios 2:8 ele repetiu a expressão “pela graça sois salvos” do versículo 5.

A questão não é se Paulo cria ou não que somos salvos pela graça, mas quando, segundo ele, somos salvos pela graça. A congregação em Éfeso certamente entendeu isso através do ensino pessoal de Paulo, enquanto que nós temos de descobrir o que ele quis dizer examinando declarações dele em outros escritos.

O entendimento de Paulo sobre esse assunto fica claro pelo que ele escreveu à congregação em Colossos:

Tendo sido sepultados, juntamente com ele, no batismo, no qual igualmente fostes ressusci- tados mediante a fé no poder de Deus que o ressuscitou dentre os mortos. E a vós outros, que estáveis mortos pelas vossas transgressões e pela incircuncisão da vossa carne, vos deu vida juntamente com ele, perdoando todos os nossos delitos (Colossenses 2:12, 13).

Observe a correlação entre Efésios e Colossen- ses: em ambas as cartas Paulo estava abor- dando os mesmos conceitos: 1) mortos nas transgressões (Efésios 2:5; Colossenses 2:13), 2) ressuscitados com Ele (Efésios 2:6; Colossenses 2:12), 3) Ele nos deu vida juntamente com Ele (Efésios 2:5; Colossenses 2:13), 4) mediante a fé (Efésios 2:8; Colossenses 2:12), 5) não por intermédio de mãos, ou seja, não de obras (Colossenses 2:11; Efésios 2:9) e 6) salvos, ou seja, perdoando todos os nossos delitos (Efésios 2:8;

Colossenses 2:13).

O fato de todas essas declarações serem equivalentes implica que Paulo estava dis- correndo do mesmo acontecimento. Seus leitores haviam sido salvos de seus delitos pela graça, mediante a fé, ao serem batizados. A expressão

“sois salvos” em Efésios 2:8, no original grego está no particípio perfeito, que indica que Paulo estava considerando a existência de uma condi- ção por causa de uma ação passada. “Perdoando”

(Colossenses 2:13), particípio aoristo no grego, indica quando a ação passada foi concluída.

Segundo Paulo, quando ocorre o perdão?

Quando a pessoa é sepultada com Jesus no batismo e ressurreta com Ele mediante a fé no poder de Deus (Colossenses 2:12).

De acordo com Paulo, a salvação vem pela graça mediante a fé. Todavia, essa salvação pela graça não acontece enquanto a pessoa não recebe vida juntamente com Cristo e é ressuscitada juntamente com Ele (Efésios 2:5). Paulo ensinou claramente que ela ocorre quando a pessoa é sepultada e ressuscitada com Cristo no batismo mediante a fé no poder de Deus (Colossenses 2:12, 13). Podemos ter certeza de que Paulo ensinou que a graça de Deus que traz a salvação e o perdão é gerada mediante a fé quando somos sepultados e ressuscitados com Jesus no batismo.

Todo o que ensina que a fé exclui o batismo destrói uma correlação existente nos ensinos de

11G. R. Beasley-Murray, Baptism in the New Testa- ment (“O Batismo no Novo Testamento”). Grand Rapids, Mich.: Wm. B. Eerdmans Publishing Co., 1977, p. 273.

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Paulo em Efésios e Colossenses.

Quando Efésios 2:4–9 e Colossenses 2:12, 13 são correlacionados, o ensino de Paulo sobre salvação torna-se aparente:

Deus... estando nós mortos em nossos delitos, tendo sido sepultados, juntamente com Cristo, no batismo, e ressuscitados mediante a fé no poder de Deus [o que nos coloca em Cristo, Romanos 6:3], nos deu vida juntamente com Cristo perdoando todos os nossos delitos — pela graça sois salvos — e nos fez assentar nos lugares celestiais em Cristo Jesus; para mostrar, nos séculos vindouros, a suprema riqueza da sua graça, em bondade para conosco, em Cristo Jesus. Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus; não de obras [nem por mãos humanas], para que ninguém se glorie.

Visto que o batismo não tem a capacidade intrínseca de nos perdoar, a salvação que acontece quando a pessoa é batizada ocorre pela graça de Deus, que proporcionou o sangue purificador de Jesus para remover nossos delitos e promover a salvação quando, através do batismo, nos sub- metemos a Deus por causa da fé em Seu poder. A salvação pela graça mediante a fé não exclui o ato do batismo, mas o inclui, pois foi isso que Paulo ensinou (como é evidente a partir da comparação de Efésios 2:4–9 com Colossenses 2:12, 13, em harmonia com Efésios 2:8 e 1 Pedro 3:21).

1 CORÍNTIOS 1:17

Em 1 Coríntios 1:17 Paulo afirmou: “Porque não me enviou Cristo para batizar, mas para pregar o evangelho; não com sabedoria de palavra, para que se não anule a cruz de Cristo”.

Há quem ensine que nesse versículo Paulo mostrou que o batismo não é importante. Uma conclusão dessas está longe de ser verdade, pois Paulo administrou o batismo e persuadiu muitas pessoas a serem batizadas (Atos 18:8).

Essa construção grega (ou... alla, “não... mas”) traduzida por “não para batizar, mas para pregar o evangelho” é um modo de enfatizar a segunda idéia sem negar a primeira. Robert W. Funk comentou o seguinte sobre essa construção: “Ou...

alla também significa ‘nem tanto... quanto’ cujo primeiro elemento não é inteiramente negado, mas apenas atenuado: Marcos 9:37..., Mateus 10:20, Jonas 12:44, Atos 5:4, etc.)”2. Maximilian

Zerwick escreveu o seguinte a respeito dessa negati- va com a conjunção: “... é uma peculiaridade semítica expressar um membro negativamente de modo a dar maior ênfase à outra parte, não A mas B, cujo sentido é, não tanto A quanto B, ou antes B do que A”. Como exemplos disso ele cita 1 Coríntios 1:17; Mateus 10:20; João 12:44;

Marcos 9:37; Lucas 10:20; João 7:163. As mesmas observações foram feitas por outros gramáticos4. Em 1 Coríntios 1:17 Paulo estava simples- mente dizendo que Cristo não o enviou só para batizar, mas também para pregar o evangelho.

Ele não estava dizendo que Cristo não conside- rava o batismo sem importância, mas que o evangelho ocupa o primeiro lugar de importância e o batismo, o segundo. Isto é verdade porque os que são batizados sem um entendimento do evangelho e do significado do batismo não são beneficiados simplesmente por serem batizados.

A salvação implica mais do que ser batizado;

portanto, a pregação do evangelho é a primeira prioridade com vistas à preparação dos ouvintes para assumirem as responsabilidades da entrega associada ao batismo. Paulo estava evidenciando a necessidade dos candidatos ao batismo enten- derem o evangelho.

1 CORÍNTIOS 12:13

Primeira Coríntios 12:13 é uma outra passagem que mostra o ensino de Paulo sobre o batismo. Veja uma exposição desse versículo na lição anterior.

CONCLUSÃO

Paulo via o batismo como uma resposta emitida pelo coração ao ato redentor de Jesus e o considerava um ato que afetaria a vida do indivíduo que a ele se submetesse. Paulo retratou o batismo como um ato físico em que nos identificamos espiritualmente com a morte, o sepultamento e a ressurreição de Jesus para uma nova vida a fim de entrarmos numa nova vida e uma nova relação com Deus, sendo revestidos de Cristo e transformados de um velho ser para uma nova pessoa, libertos do passado peca- minoso e tendo todas as nossas transgressões perdoadas. Paulo considerava o batismo mais do que submissão a um ritual vazio.

12Robert W. Funk, A Greek Grammar of the New Testa- ment (“Gramática do Novo Testamento Grego”). Chicago:

University of Chicago Press, 1961, p. 233.

13Maximilian Zerwick, Biblical Greek (“Grego Bíblico”), trad. Joseph Smith. Roma: 1963, p. 150.

14Veja-se, por exemplo, James H. Moulton, A Grammar of New Testament Greek (“Gramática do Novo Testamento Grego”), vol. 1, 3a. ed. Edinburgh: T. & T. Clark, 1906, p. 329.

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