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CÃES PELA ASSOCIAÇÃO MIDAZOLAM-XILAZINA-CETAMINA

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CÃES PELA ASSOCIAÇÃO MIDAZOLAM-XILAZINA-CETAMINA

PIERRE CASTRO SOARES

Pbs-Graduado em Medicina Veterinaria

EDVALDO LOPES DE ALMEIDA

Prof. do Dep. de Medicina Veterinaria da UFRPE.

Ma CRISTINA DE OLIVEIRA C. COELHO

Prof. do Dep. de Medicina Veterinaria da UFRPE.

ANA CÉLIA RODRIGUES ATHAYDE

Prof. do Dep. de Medicina Veterinaria da UFPB.

Este trabalho foi conduzido com a finalidade de avaliar a associaçao de midazolam (0,7 mglKg), cloridrato de xilazina (1.7 mglKg) e cloridrato de cetamina (15 mglKg), administrados por via intravenosa, para realizaçao de esplenectomias experimentais em caes. 0 s tempos médios de anestesia e recuperação anestesica foram de 51 e 50 minutos, respectivamente. Os reflexos protetores permaneceram, porem com diminuiçao dos reflexos palpebral e interdigital. As frequencias cardlaca e respiratbria nao revelaram variaçao significativa, porem a temperatura reta1 diminuiu consideravelmente, apresentando significado estatístico. O tempo anestesico hábil foi compatível à realizaçao das esplenectomias experimentais, sendo, esta, recomendada para intervenções cirúrgicas de curta duraçao.

A inexistência de um agente único capaz de produzir uma anestesia segura na espécie canina, por via intravenosa, conduz a necessidade do médico veterinário recorrer CL associação de drogas que apresentam, como vantagem, a possibilidade de redução das drogas, alcançando uma margem de segurança maior.

O cloridrato de xilazina é uma droga analgésica, sedativa e miorrelaxante central (Klide et ai., 1975; Silva Filho et al., 1979; Fialho,

Cad. õmega Univ. Fed. Rural PE. Ser. Vet.. Recife. n. 7, p. 57-fã3. 1996

CONTRIBUIÇÃO AO ESTUDO DA ANESTESIA INTRAVENOSA EM CÃES PELA ASSOCIAÇÃO MIDAZOLAM-XILAZINA-CETAM1NA

PIERRE CASTRO SOARES Pós-Graduado em Medicina Veterinária EDVALDO LOPES DE ALMEIDA Prof. do Dep. de Medicina Veterinária da UFRPE.

M

a

CRISTINA DE OLIVEIRA C. COELHO Prof. do Dep. de Medicina Veterinária da UFRPE.

ANA CÉLIA RODRIGUES ATHAYDE Prof. do Dep. de Medicina Veterinária da UFPB.

Este iracalho foi conauzido com a finalidade de avaliar a associação de midazolam (0,7 mg/Kg), cloridrato de xilazina (1,7 mg/Kg) e cloridrato de cetamina (15 mg/Kg), administrados por via mtravenosa, para realização de esplenectomias experimentais em cães. Os tempos médios de anestesia e recuperação anestésica foram de 51 e 50 minutos, respectivamente. Os reflexos protetores permaneceram, porém com diminuição dos reflexos palpebral e interdigital. As freqüências cardíaca e respiratória não revelaram variação significativa, porém a temperatura retal diminuiu consideravelmente, apresentando significado estatístico. O tempo anestésico hábil foi compatível à realização das esplenectomias experimentais, sendo, esta, recomendada para intervenções cirúrgicas de curta duração.

INTRODUÇÃO

A inexistência de um agente único capaz de produzir uma anestesia segura na espécie canina, por via intravenosa, conduz à necessidade do médico veterinário recorrer à associação de drogas que apresentam, como vantagem, a possibilidade de redução das drogas, alcançando uma margem de segurança maior.

O cloridrato de xilazina é uma droga analgésica, sedativa e

miorrelaxante central (Klide et al., 1975; Silva Filho et al., 1979; Fialho,

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1986; Massone, 1988); de amplo uso em Medicina Veterinária e, de forma especial, em caninos, administrada isoladamente ou em associação com outras drogas (Navarro e Friedman, 1975; Silva Filho et al., 1979). Exerce ação parassimpática, produzindo bradicardia, arritmia sinusal e até bloqueio atrioventricular de segundo grau e redução da frequência respiratória (Klide et al., 1975; Fialho, 1986; Massone, 1988). Estudos destinados a estabelecer a dose satisfatória de cloridrato de xilazina para a produção de efeitos sedativo, analgésico e miorrelaxante foram realizados por vários autores, encontrando variação de 0,5 a 3,O mg1Kg (Matera e Barros, 1981).

O cloridrato de cetamina tem efeito sedativo e analgésico, aumenta as secreções respiratórias (Fialho, 1986); sobre o aparelho cardiovascular apresenta ação simpatomimética estimulando a frequência cardíaca;

exerce ação vasoconstrictora periférica, elevando a pressão arterial e frequência cardíaca. A frequência respiratdria não altera significativamente, com presença de reflexos protetores (Massone, 1988). Kolata e Rawlings (1982) relataram que muitos cães toleram anestesia pela combinação de xilazina e cetamina em dosagens correspondentes a 1,1 e 11 mglkg, respectivamente; e que esta combinação provoca hipoventílação, aumento da pressão arterial e frequência cardíaca, e diminuição no índice cardíaco, e cujos valores paramétricos aproximam-se dos valores basais aos

30

minutos da aplicação das drogas.

Os benzodiazepínicos são drogas que possuem ação ansiolítica, miorrelaxante e hiponótica, que deprimem o sistema Iímbico, sem, contudo, causar depressão cortical (Kanto e Klotz, 1982). Em cães, as alterações produzidas no sistema cardiovascular e no pH e PO, do sangue arterial são de pouco significado (Gelmam et al., 1983). Não altera significativamente a temperatura retal e eleva discretamente a frequência respiratória (Massone, 1988). Castro et al. (1988) consideram o midazolam como sendo uma droga que apresenta grande margem de segurança, e que não só provoca contenção medicamentosa, assim como hipnose de curta duraçáo para manipulação semiológica ou clínica, sendo possível usá-la como agente indutor seguido de manutenção anestésica.

O

efeito hemodinâmico da mistura de midazolam (1,O mglkg), xilazina (0,44 mglkg) e butorfenol (0,1 mglkg) foi avaliada por Gross et al.

(1990), os quais observaram aumento significativo da frequência cardíaca, pressão arterial, enquanto que o rendimento cardíaco diminuiu.

Este trabalho objetivou avaliar as frequências cardíaca e respiratória, temperatura retal, o tempo anestésico e recuperação anestésica em cães submetidos à esplenectomia, anestesiados pela combinação de midazolam- xilazina-cetamina.

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1986; Massone, 1988); de amplo uso em Medicina Veterinária e, de forma especial, em caninos, administrada isoladamente ou em associação com outras drogas (Navarro e Friedman, 1975; Silva Filho et al., 1979). Exerce ação parassimpática, produzindo bradicardia, arrítmía sinusal e até bloqueio atrioventricular de segundo grau e redução da freqüência respiratória (Klide et al., 1975; Fialho, 1986; Massone, 1988). Estudos destinados a estabelecer a dose satisfatória de clondrato de xilazina para a produção de efeitos sedativo, analgésico e miorrelaxante foram realizados por vários autores, encontrando variação de 0,5 a 3,0 mg/Kg (Matera e Barros, 1981).

O cloridrato de cetamina tem efeito sedativo e analgésico, aumenta as secreções respiratórias (Fialho, 1986); sobre o aparelho cardiovascular apresenta ação simpatomimética estimulando a freqüência cardíaca;

exerce ação vasoconstrictora periférica, elevando a pressão arterial e freqüência cardíaca. A freqüência respiratória não altera significativamente, com presença de reflexos protetores (Massone, 1988). Kolata e Rawlings (1982) relataram que muitos cães toleram anestesia pela combinação de xilazina e cetamina em dosagens correspondentes a 1,1 e 11 mg/kg, respectivamente, e que esta combinação provoca hipoventílação, aumento da pressão arterial e freqüência cardíaca, e diminuição no índice cardíaco, e cujos valores paramétricos aproximam-se dos valores basais aos 30 minutos da aplicação das drogas.

Os benzodiazepínicos são drogas que possuem ação ansiolítica, miorrelaxante e hiponótíca, que deprimem o sistema límbico, sem, contudo, causar depressão cortical (Kanto e Klotz, 1982). Em cães, as alterações produzidas no sistema cardiovascular e no pH e P0

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do sangue arterial são de pouco significado (Gelmam et al., 1983). Não altera significativamente a temperatura retal e eleva discretamente a freqüência respiratória (Massone, 1988). Castro et al. (1988) consideram o midazolam como sendo uma droga que apresenta grande margem de segurança, e que não só provoca contenção medicamentosa, assim como hipnose de curta duração para manipulação semiológica ou clínica, sendo possível usá-la como agente indutor seguido de manutenção anestésica

O efeito hemodinâmico da mistura de midazolam (1,0 mg/kg), xilazina (0,44 mg/kg) e butorfenol (0,1 mg/kg) foi avaliada por Gross et al.

(1990), os quais observaram aumento significativo da freqüência cardíaca, pressão arterial, enquanto que o rendimento cardíaco diminuiu.

Este trabalho objetivou avaliar as freqüências cardíaca e respiratória, temperatura retal, o tempo anestésico e recuperação anestésica em cães submetidos à esplenectomia, anestesiados pela combinação de midazolam- xilazina-cetamina.

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MATERIAL E MÉTODOS

Foram utilizados nove cães, de ambos os sexos, de diferentes idades, sem raça definida, com peso variando de 3,5 a 11,5 quilogramas, provenientes do canil do Departamento de Medicina Veterinária - UFRPE.

Após jejum alimentar de 12 horas e hídrico de seis horas, os animais foram conduzidos a sala de cicurgia experimental para realização das esplenectomias.

Todos os animais foram anestesiados com a associação de midazolaml (0,7 mglkg), cloridrato de xilazina2 (l,? mglkg) e cloridrato de cetamina3 (1 Smglkg), administrados por via intravenosa.

Foram observados os seguintes parâmetros: frequências cardíaca e rspiratória, temperatura retal, reflexos palpebral, corneano e interdigital. Os dados foram avaliados em dois momentos, ou seja, antes da aplicação da associação anestésica e ao término da cirurgia.

Os resultados foram avaliados estatisticamente através do teste "t", considerando nível de rejeição de 0,005 (Vieira e Hoffmann, 1988).

RESULTADOS

Logo após a administração da associaç80 anestésica, os animais apresentaram-se em decúbito. As pálpebras mostraram-se abertas, porém com reflexo diminuido, como o reflexo interdigital. Quanto ao reflexo corneano, este permaneceu inalterado. O globo ocular mostrou-se centralizado com pupila em miose.

As frequências cardíaca e respiratória não sofreram variações estatisticamente significativamente, porém a temperatura diminuiu consideravelmente, apresentando significado estatístico.

O

tempo de cirurgia decorrido à realização das esplenectomias experimentais foi em média de 41 minutos, enquanto que os tempos médios de anestesia e recuperação anestésica foram de 51 e 50 minutos, respectivamente, sendo, este ultimo, considerado quando os animais estiveram acordados e em tentativa de assumir posição de decubito esternal.

'

PRODUTOS ROCHE QU~MICOS E FARMAC~UTICOS S.A BAYER D O BRASIL S.A.

PARKE-DAVIS

-

INDUSTRIA BRASILEIRA

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MATERIAL £ MÉTODOS

Foram utilizados nove cães, de ambos os sexos, de diferentes idades, sem raça definida, com peso variando de 3,5 a 11,5 quilogramas, provenientes do canil do Departamento de Medicina Veterinária - UFRPE

Após jejum alimentar de 12 horas e hídrico de seis horas, os animais foram conduzidos à sala de cicurgia experimental para realização das esplenectomias.

Todos os animais foram anestesiados com a associação de midazolam

1

(0,7 mg/kg), cloridrato de xilazina

2

(1,7 mg/kg) e cloridrato de cetamina

3

(15mg/kg), administrados por via intravenosa

Foram observados os seguintes parâmetros: freqüências cardíaca e rspiratóría, temperatura retal, reflexos palpebral, corneano e interdigital. Os dados foram avaliados em dois momentos, ou seja, antes da aplicação da associação anestésica e ao término da cirurgia.

Os resultados foram avaliados estatisticamente através do teste "t", considerando nível de rejeição de 0,005 (Vieira e Hoffmann, 1988).

RESULTADOS

Logo após a administração da associação anestésica, os animais apresentaram-se em decúbito. As pálpebras mostraram-se abertas, porém com reflexo diminuído, como o reflexo interdigital. Quanto ao reflexo corneano, este permaneceu inalterado. O globo ocular mostrou-se centralizado com pupila em miose.

As freqüências cardíaca e respiratória não sofreram variações estatisticamente signincalivamente, porém a temperatura diminuiu consideravelmente, apresentando significado estatístico.

O tempo de cirurgia decorrido à realização das esplenectomias experimentais foi em média de 41 minutos, enquanto que os tempos médios de anestesia e recuperação anestésica foram de 51 e 50 minutos, respectivamente, sendo, este último, considerado quando os animais estiveram acordados e em tentativa de assumir posição de decúbito esternal.

1

PRODUTOS ROCHE QUÍMICOS E FARMACÊUTICOS S.A.

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BAYER DO BRASIL S.A.

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PARKE-DAVIS - INDÚSTRIA BRASILEIRA

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Numerosos sao os trabalhos realizados na espécie canina utilizando- se uma grande variedade de planos anestésicos, principalmente com o cloridrato de xilazina e cloridrato de cetamina, e, em larga expansão, o midazolam.

No que diz respeito as drogas empregadas, a variação também é muito grande. Fialho (1986) recomendou a cetamina em 10 a 15 mglkg e xilazina em 1 mglkg, ambas por via intravenosa; já Massone (1988) recomendou a cetamina em 2 a 6 mglkgllv, administrada lentamente, ou associação de cetamina e xilazina em 15 e 1 mglkgIlM, respectivamente.

Kolata e Rawlings (1 982) indicaram a associaçáo de xilazina e cetamina em 1,1 e 11 mgIkgllM, respectivamente. Kilde et al. (1975) trabalharam com xilazina na dose de 1,1 mglkgIlV e Silva et al. (1979) em 2mglkgllM. Castro et al. (1988) utilizaram o midazolam na dose de 2 mgIkgllV com medicação pré-anestésica a base de levomepromazina em 1 mglkgllv. Neste experimento utilizou-se associação de midazolam (0,7 mglkg), cloridrato de xilazina (1,7 mglkg) e cloridrato de cetamina (15 mglkg), por via intravenosa, diferindo dos valores estabelecidos pelos autores citados, quanto as concentrações das drogas.

Logo após a administração das drogas, os animais prostraram rapidamente, e esta observação está de acordo com a descrita por Massone (1988), o qual descreveu que na anestesia pela cetamina, por via intravenosa, o periodo de latência praticamente inexiste.

O periodo hábil anestésico que foi em média de 49 minutos, está próximo aos valores encontrados por Fialho (1986), cuja associação anestésica de xilazina e cetamina foi de 40 a 60 minutos, e Massone (1988), que foi de 30 a 50 minutos. Castro et al. (1988) relataram que a hipnose causada pelo midazolam foi de 20 minutos e, aos 30 minutos, os cães já se encontravam acordados e em tentativa de deambulação, fato, este, observado neste experimento, diferindo apenas no período de recuperação anestésica, em que se observou um tempo médio de 50 minutos com a associação das drogas.

Os reflexos protetores estiveram presentes, porém diminuídos quanto aos reflexos palpebral e interdigital. Segundo Massone (188), na associação anestésica de xilazina e cetamina, o paciente permanece com os reflexos protetores, pois não se trata de uma anestesia geral.

Quanto aos valores das frequências cardíaca

e

respiratória, observou-se bradicardia, mas a variação não foi estatisticamente significativa quando comparada com os valores basais. A frequência respiratória não revelou diferença digna de nota. Segundo Klide et al.

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n.

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DISCUSSÃO

Numerosos sào os trabalhos realizados na espécie canina utilizando- se uma grande variedade de planos anestésicos, principalmente com o cloridrato de xilazina e cloridrato de cetamina, e, em larga expansão, o midazolam.

No que diz respeito às drogas empregadas, a variação também é muito grande. Fialho (1986) recomendou a cetamina em 10 a 15 mg/kg e xilazina em 1 mg/kg, ambas por via intravenosa; já Massone (1988) recomendou a cetamina em 2 a 6 mg/kg/IV, administrada lentamente, ou associação de cetamina e xilazina em 15 e 1 mg/kg/lM, respectivamente.

Kolata e Rawlings (1982) indicaram a associação de xilazina e cetamina em 1,1 e 11 mg/kg/IM, respectivamente. Kilde et al. (1975) trabalharam com xilazina na dose de 1.1 mg/kg'IV e Silva et al. (1979) em 2mg/kg/IM. Castro et al. (1988) utilizaram o midazolam na dose de 2 mg/kg/IV com medicação pré-aneslésica à base de levomepromazina em 1 mg/kg/IV. Neste experimento utilizou-se associação de midazolam (0,7 mg/kg), cloridrato de xilazina (1,7 mg/kg) e cloridrato de cetamina (15 mg/kg), por via intravenosa, diferindo dos valores estabelecidos pelos autores citados, quanto às concentrações das drogas.

Logo após a administração das drogas, os animais prostraram rapidamente, e esta observação está de acordo com a descrita por Massone (1988), o qual descreveu que na anestesia pela cetamina, por via intravenosa, o período de latência praticamente inexiste.

O período hábil anestésico que foi em média de 49 minutos, está próximo aos valores encontrados por Fialho (1986), cuja associação anestésica de xilazina e cetamina foi de 40 a 60 minutos, e Massone (1988), que foi de 30 a 50 minutos. Castro et al. (1988) relataram que a hipnose causada pelo midazolam foi de 20 minutos e, aos 30 minutos, os cães já se encontravam acordados e em tentativa de deambulação, fato, este, observado neste experimento, diferindo apenas no período de recuperação anestésica, em que se observou um tempo médio de 50 minutos com a associação das drogas.

Os reflexos protetores estiveram presentes, porém diminuídos quanto aos reflexos palpebral e interdigital. Segundo Massone (188), na associação anestésica de xilazina e cetamina, o paciente permanece com os reflexos protetores, pois não se trata de uma anestesia geral.

Quanto aos valores das freqüências cardíaca e respiratória, observou-se bradicardia, mas a variação não foi estatisticamente significativa quando comparada com os valores basais. A freqüência respiratória não revelou diferença digna de nota. Segundo Klide et al.

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(1975); Fialho et al. (1979) e Massone (1988), a xilazina apresenta ação parassimpatomimética, logo causa bradicarda, e, caso associada a cetamina, a mesma ocorrerá tardiamente (Massone, 1988); entre as causas prováveis estão o aumento da atividade vagal, depressão da atividade dos nervos cardíacos simpáticos e depressão direta do miocárdio (Klide et al., 1975; Silva Filho et al., 1979). Já Kolata e Rawlings (1982) relataram que o uso de xilazina, cetamina e atropina aumentavam a frequência cardíaca, enquanto que Gross et al. (1990), estudaram o efeito cardiovascular da associação de midazolam, xilazina e butorfanol, e observaram que havia aumento da frequência cardíaca e pressão arterial.

Castro et al. (1988) observaram aumento significativo da frequência respiratória aos 15 e 30 minutos, utilizando o midazolam, enquanto que Hellyer et al. (1991), utilizaram o diazepam com cetamina, não observando variação significativa da frequência cardíaca, frequência respiratória, PaO, e pH arterial, concluindo que a associação midazolam com cetamina revelou maiores vantagens.

Três animais apresentaram arritmia cardíaca, devendo-se, provavelmente, a ação parassimpatomimética causada pela xilazina (Massone, 1988); e em apenas um animal se fez necessário complementar a dose anestésica, utilizando-se a metade da dose-mãe de cetamina, conduta, esta, recomendada por Fialho (1986), e cuja droga não apresenta efeito cumulativo (Massone 1988).

Observou-se, contudo, variação estatísticamente significativa da temperatura retal, cuja observação também foi feita por castro et al (1988), que observaram diminuição prograssiva da temperatura realizando anestesia com midazolam (2 mgIkgllV). Matera e Barros (1981), estudando o efeito endovenoso da xilazina, seguida da anestesia pelo pentobarbital sódico, observaram significativamente diminuição da temperatura retal.

Dimiuição, desta, ocorre durante anestesia e cirurgia, e cujos fatores responshveis pela diminuiç80 da mesma estão relacionados não só com o paciente, ambiente ou tipo e duração da cirurgia mas também com a qualidade e profundidade da anestesia, já que estes têm ação central e periférica na regulação da temperatura corporal.

A associação anestésica do midazolam (0,7 mglkg), cloridrato de xilazina (1,7 mglkg) e cloridrato de cetamina (15 mglkg), por via intravenosa, mostrou-se satisfatória quanto ao tempo anestésico hábil a realização de esplenectomias em cães.

Este plano anestésico pode ser empregado com segurança em cães quando submetidos a intervenções cirúrgicas de curta duração.

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(1975); Fialho et al. (1979) e Massone (1988), a xilazina apresenta ação parassimpatomimética, logo causa bradicaida, e, caso associada à cetamina, a mesma ocorrerá tardiamente (Massone, 1988); entre as causas prováveis estão o aumento da atividade vagai, depressão da atividade dos nervos cardíacos simpáticos e depressão direta do miocárdio (Klide et al., 1975; Silva Filho et al., 1979). Já Kolata e Rawlings (1982) relataram que o uso de xilazina, cetamina e atropina aumentavam a freqüência cardíaca, enquanto que Gross et al. (1990), estudaram o efeito cardiovascular da associação de midazolam, xilazina e butorfanol, e observaram que havia aumento da freqüência cardíaca e pressão arterial.

Castro et al. (1988) observaram aumento significativo da freqüência respiratória aos 15 e 30 minutos, utilizando o midazolam, enquanto que Hellyer et al. (1991), utilizaram o diazepam com cetamina, não observando variação significativa da freqüência cardíaca, freqüência respiratória, Pa0

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e pH arterial, concluindo que a associação midazolam com cetamina revelou maiores vantagens.

Três animais apresentaram arritmia cardíaca, devendo-se, provavelmente, à ação parassimpatomimética causada pela xilazina (Massone, 1988); e em apenas um animal se fez necessáno complementar a dose anestésica, utilizando-se a metade da dose-mãe de cetamina, conduta, esta, recomendada por Fialho (1986), e cuja droga não apresenta efeito cumulativo (Massone 1988).

Observou-se, contudo, variação estatisticamente significativa da temperatura retal, cuja observação também foi feita por castro et al (1988), que observaram diminuição prograssiva da temperatura realizando anestesia com midazolam (2 mg/kg/IV). Matera e Barros (1981), estudando o efeito endovenoso da xilazina, seguida da anestesia pelo pentobarbital sódico, observaram significativamente diminuição da temperatura retal.

Dimiuição, desta, ocorre durante anestesia e cirurgia, e cujos fatores responsáveis pela diminuição da mesma estão relacionados não só com o paciente, ambiente ou tipo e duração da cirurgia mas também com a qualidade e profundidade da anestesia, já que estes têm ação central e periférica na regulação da temperatura corporal.

CONCLUSÃO

A associação anestésica do midazolam (0,7 mg/kg), cloridrato de xilazina (1,7 mg/kg) e cloridrato de cetamina (15 mg/kg), por via intravenosa, mostrou-se satisfatória quanto ao tempo anestésico hábil à realização de esplenectomias em cães.

Este plano anestésico pode ser empregado com segurança em cães quando submetidos a intervenções cirúrgicas de curta duração.

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ABSTRACT

This experiment was performed with the objective to analyse the anesthetic association of xylazine (1.7 mglkg), midazolam (0,7 mglkg) and ketamine (15 mglkg) given intravenously to carry out experimental epleenectomy in dogs. The median time of anesthesia and anesthetic recovery were about 51 and 50 minutes, respectively. The protetor reflexe remained, but with decrease of the palpebral and interdigital reflex. The cardiac and brething frequency did not reveal significant variation, but the rectal temperature decreased presenting statistic significante. The time of anesthesia was adequated to the accomplishment of experimental epleenectomy, being this anesthesia indicated to surgical intewention of short duration.

1. CASTRO. G. B LUMA. S. P L.: CURI. P. R.: et al. Efeito sobre o eauillbrio ácido-básico e gases kangulneos apbs o usó de midazoiam em caes. Ars vetetinifia, v 4. n. 1, p 9-14, 1988.

2. FIALHO, S. A. G. Anestesia Veteiinána: Guia Prático de Anestesia para Pequenos e Grandes Animais. 2. ed. Sao Paulo: Nobel, 1986

3. GELMAN, S. ; REVES, J. G. ; HARRIS, D. Circulatory responses to midazolam anesthesia:

emphasis on canine splanchic circulation. Anesthesia and Analgesie, v. 63, p. 135-139.

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5. HELLYER, P. W. , FREEMAN, L. C., HUBBELL, J. A. E. Induction of anesthesia with diazepam-ketamine and midazolam-ketamine in greyhounds. Vetennary Surgery, Philadelphia, v 20, n 2, p. 143-147, 1991.

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Guanabara Koogan, 1988.235 p.

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ABSTRACT

This experiment was performea with the objective to analyse the anesthetic association of xylazine (1,7 mg/kg), midazolam (0,7 mg/kg) and ketamine (15 mg/kg) given intravenously to carry out ixperimental epleenectomy in dogs The median time of anesthesia and anesthetic recovery were about 51 and 50 minutes, respectively. The protetor reflexe remained but with decrease of the palpebral and interdigital reflex. The cardiac and brething frequency did not reveal signlfícant variation, but the reclal temperature decreased presenling statistic significanfe The time of anesthesia was adequated to the accomplishment of experimental epleenectomy, being this anesthesia indicated to surgical interveníion of short duration

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. CASTRO, G. B LUMA, S. P L; CURI, P. R.; et al. Efeito sobre o equilíbrio ácido-básico e gases sangüíneos após o uso de rnidazoiam em cães. A rs veterinária, v 4, n. 1, p 9-14, 1988.

2. FIALHO, S. A. G. Anestesia Veterinária; Guia Prático de Anestesia para Pequenos e Grandes Animais. 2. ed. Sáo Paulo: Nobel, 1986

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