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MINISTÉRIO DA FAZENDA SUPERINTENDÊNCIA REGIONAL DA RECEITA FEDERAL 4ª REGIÃO FISCAL

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Academic year: 2022

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SRRF/4ª RF/DISIT

Fls. 11

_______________

MINISTÉRIO DA FAZENDA

10 SECRETARIA DA RECEITA FEDERAL

SUPERINTENDÊNCIA REGIONAL DA RECEITA FEDERAL 4ª REGIÃO FISCAL

PROCESSO Nº

SOLUÇÃO DE CONSULTA SRRF/4ª RF/DISIT Nº

32, de 25 de maio de 2005

INTERESSADO

CNPJ/CPF

DOMICÍLIO FISCAL

Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF

Ementa: A alienação de bens e/ou direitos a prazo, com emissão de notas promissórias desvinculadas do contrato pela cláusula "pro soluto", é considerada como sendo operação à vista, para todos os efeitos fiscais, computando-se o valor total da venda no mês da alienação, independentemente de serem os títulos quitados ou não posteriormente, visto que fica caracterizada a disponibilidade jurídica para efeito de incidência do Imposto sobre a Renda.

Dispositivos Legais: Art. 43, I e II, do CTN; arts. 2º,

“caput”, e 140, “caput” e § 1º, do RIR/99; item 3 do PN CST nº 130, de 1975.

RELATÓRIO

A pessoa física acima identificada informa que efetuou a venda de um terreno, conforme afirma constar em sua Declaração de Ajuste Anual relativa ao exercício de 2001, com recebimento de títulos de crédito em caráter “pro soluto”, segundo cópia de escritura pública de compra e venda, atravessada às fls. 03/06, com vencimento da primeira nota promissória em 10 de julho de 2002 (fl. 05-verso). Sucede que os títulos de crédito em questão tiveram seus vencimentos renegociados em 09 de julho de 2002, de acordo com cópia de termo de prorrogação de fls. 08/09, sendo que o vencimento da primeira promissória passou a ser em 10 de outubro de 2004.

2. Em face do exposto, entende a ora consulente que vai apurar o ganho de capital respectivo somente na Declaração de Ajuste referente ao exercício de 2005, correspondente ao ano-calendário de 2004, uma vez que neste houve efetivamente o recebimento dos valores.

Indaga, afinal, se é correto seu entendimento a respeito. É o relatório.

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FUNDAMENTOS LEGAIS

3. Inicialmente, importa colacionar o art. 43, “caput”, I e II, da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966 (Código Tributário Nacional – CTN, g.n.):

“Art. 43. O imposto, de competência da União, sobre a renda e proventos de qualquer natureza tem como fato gerador a aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica:

I - de renda, assim entendido o produto do capital, do trabalho ou da combinação de ambos;

II - de proventos de qualquer natureza, assim entendidos os acréscimos patrimoniais não compreendidos no inciso anterior.

(...)”.

3.1. Convém transcrever os arts. 2º, “caput”, e 140, “caput” e § 1º, do Decreto nº 3.000, de 26 de março de 1999, que aprovou o vigente Regulamento do Imposto sobre a Renda (RIR/99; g.n.):

“Art. 2º As pessoas físicas domiciliadas ou residentes no Brasil, titulares de disponibilidade econômica ou jurídica de renda ou proventos de qualquer natureza, inclusive rendimentos e ganhos de capital, são contribuintes do imposto de renda, sem distinção da nacionalidade, sexo, idade, estado civil ou profissão (Lei nº 4.506, de 30 de novembro de 1964, art. 1º, Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966, art. 43, e Lei nº 8.383, de 30 de dezembro de 1991, art. 4º).

(...)

Art. 140. Nas alienações a prazo, o ganho de capital deverá ser apurado como venda à vista e tributado na proporção das parcelas recebidas em cada mês, considerando-se a respectiva atualização monetária, se houver (Lei nº 7.713, de 1988, art. 21).

§ 1º Para efeito do disposto no “caput”, deverá ser calculada a relação percentual do ganho de capital sobre o valor de alienação que será aplicada sobre cada parcela recebida.

(...)”.

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SRRF/4ª RF/DISIT

Fls. 13

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3 4. Por outro lado, é importante reproduzir o seguinte trecho do rol de Perguntas e Respostas sobre IRPF/2005, disponível na página da Secretaria da Receita Federal na Internet (g.n.):

“CLÁUSULAS “PRO SOLUTO” OU “PRO SOLVENDO”.

541 — Como tributar a venda a prazo com cláusula “ pro soluto” ou “ pro solvendo”?

"Pro soluto” se diz dos títulos de crédito quando dados com efeito de pagamento, como se dinheiro fossem, operando a novação do negócio que lhes deu origem. “Pro solvendo”, quando são recebidos em caráter condicional, sendo puramente representativos ou enunciativos da dívida, não operando novação alguma, só valendo como pagamento quando efetivamente resgatados" (Lei Soibelman, Dicionário Geral de Direito, 1974).

Se houver venda de bens ou direitos a prazo, com emissão de notas promissórias desvinculadas do contrato pela cláusula “pro soluto”, essa operação deve ser considerada como à vista, para todos os efeitos fiscais, computando-se o valor total da venda no mês da alienação.

Se na venda dos bens ou direitos não houver emissão de notas promissórias ou estas forem emitidas vinculadas ao contrato pela cláusula “pro solvendo”, essa operação é considerada como venda em prestações, para todos os efeitos fiscais, computando-se em cada mês o valor efetivamente recebido.

(...).

NOTAS PROMISSÓRIAS CORRESPONDENTES ÀS PRESTAÇÕES

543 — Como deve ser tributado o ganho de capital nas alienações de bens ou direitos quando ocorre emissão de notas promissórias correspondentes às prestações contratadas?

A nota promissória é um título de crédito que se basta a si mesmo, ou seja, tem característica de independência, não se ligando ao ato originário de onde proveio.

Assim, só se caracterizam como venda a prazo, e ao abrigo do diferimento previsto no art.

21 da Lei nº 7.713, de 1988, as operações em que as notas promissórias estejam vinculadas ao contrato pela cláusula “pro solvendo”.

Se as notas promissórias foram emitidas desvinculadas do contrato, pela cláusula “pro soluto”, esse contrato está perfeito e acabado, caracterizando a disponibilidade jurídica.

Em conseqüência, ainda que a liquidação seja efetuada em notas promissórias, a apuração do ganho de capital total deve efetuar-se no mês da alienação, independentemente de serem os títulos quitados ou não. Sobre cláusulas “ pro soluto” e

“pro solvendo”, consulte a pergunta 541.

(PN CST nº 130, de 1975, item 3)”.

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4.1. Segundo o dicionarista De Plácido e Silva, “pro soluto” é expressão latina que se traduz “a título de pagamento”, para exprimir a entrega do que se faz a respeito da obrigação, seja da prestação ou de coisa que lhe seja equivalente, a título de pagamento ou para valer como pagamento.

5. De outra sorte, o referido item 3 do Parecer Normativo CST nº 130, de 23 de outubro de 1975, publicado no Diário Oficial da União do dia 11 de novembro daquele ano, estabelece:

“3. Nas alienações por meio de escritura definitiva, com quitação integral registrada sem quaisquer ônus sobre o imóvel, sendo parte do preço paga mediante notas promissórias não vinculadas à transação, a alienação é considerada à vista. As alienações a prazo revestem-se de formas próprias, bem caracterizadas, havendo sempre vinculação entre a respectiva transação e o crédito resultante da parte não paga, como por exemplo:

alienação com cláusula adjeta de hipoteca; alienação com cláusula de pacto comissório.

Assim, a emissão de notas promissórias sem qualquer vinculação com a transação imobiliária constitui outra operação, ou seja, de financiamento.”.

CONCLUSÃO

6. À luz de todo o exposto, conclui-se que no caso de alienação de bens e/ou direitos com cláusula “pro soluto”, quitada com notas promissórias, o ganho de capital apurado estará sujeito à incidência do Imposto sobre a Renda no momento da operação (no caso concreto sob exame, em 22 de fevereiro de 2000). Esse procedimento decorre do fato de que a nota promissória é um título de crédito que se basta a si mesmo, ou seja, tem característica de independência, não se ligando ao ato originário de onde proveio o contrato. Assim, se as notas promissórias forem emitidas desvinculadas do contrato, pela cláusula “pro soluto”, este estará perfeito e acabado, caracterizando a disponibilidade jurídica e, conseqüentemente, o fato gerador do Imposto sobre a Renda, independentemente de serem os títulos quitados ou não posteriormente. Só serão caracterizadas como alienação a prazo, nos termos do supratranscrito art. 140 do RIR/99, as operações em que as notas promissórias estejam vinculadas ao contrato pela cláusula “pro solvendo”.

6.1. Por conseguinte, a consulente deve providenciar o recolhimento do tributo, com todos os acréscimos legais cabíveis, de vez que a suspensão do prazo de recolhimento de tributo, mediante apresentação de consulta, tem como termo inicial a data de protocolização daquela, não sendo alcançados pela referida suspensão os débitos com prazo de recolhimento vencidos anteriormente àquela data (cf. art. 161, “caput” e § 2º, do CTN; Parecer Normativo CST nº 67, de 1977, e Solução de Consulta Interna Cosit nº 17, de 03 de julho de 2003).

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SRRF/4ª RF/DISIT

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ORDEM DE INTIMAÇÃO

7. Na forma do disposto no art. 48 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996, os processos administrativos de consulta serão solucionados em instância única, não comportando, assim, a presente solução, recurso de ofício ou voluntário nem pedido de reconsideração. Excepcionalmente, se o interessado vier a tomar conhecimento de outra solução divergente desta, aplicada à mesma matéria e fundada em idêntica norma jurídica, caberá recurso especial, sem efeito suspensivo, para a Coordenação-Geral de Tributação – Cosit, em Brasília – DF, nos termos do art. 16 da IN SRF nº 230, de 2002.

8. Publique-se no Diário Oficial da União extrato da ementa desta solução de consulta, no prazo máximo de 90 (noventa) dias, em atendimento ao disposto no § 4º do art. 48 da Lei nº 9.430, de 1996, e no art. 13 da IN SRF nº 230, de 2002.

9. Encaminhe-se à XXXX para ciência à consulente e adoção de medidas adequadas à observância desta solução de consulta, nos termos do art. 6º, inciso IV, da IN SRF nº 230, de 2002, sobretudo monitoramento do recolhimento do imposto em questão.

Recife/PE, 25 de maio de 2005.

Virgínia Braga de Santana Chefe da SRRF04/Disit

Matrícula nº 6.500 Competência delegada pela

Portaria SRRF04 nº 42, de 21/03/2005

Referências

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