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Variação circadiana e sazonal no teor de óleo essencial em populações silvestres e cultivadas de carqueja.

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Academic year: 2021

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Variação circadiana e sazonal no teor de óleo essencial em populações

silvestres e cultivadas de carqueja.

Fabiano G. Silva1,2; José E. B. P. Pinto1; Pedro Henrique Ferri3; Vivian E. Nascimento1;

Juliana F. Sales1,4; Suzan K. V. Bertoluci1.

1UFLA/DAG - Laboratório de Cultura de Tecidos e Plantas Medicinais. Lavras – MG. 37200-000; 2CEFET – Laboratório de Cultura de Tecidos. Rio Verde – GO. 75900-000. fabiano@cefetrv.edu.br; 3UFG/IQ -Laboratório de Bioatividade Molecular. C. P. 131, Goiânia – GO, 740001-970. pedro@quimica.ufg.br; 4FESURV (Universidade de Rio Verde, GO) – 75900-000. jfsales@fesurv.br.

RESUMO

Com o objetivo de estudar o teor de óleo essencial durante diferentes horários de colheita ao longo de um ano em populações silvestres e cultivadas foi implantado o presente trabalho. O delineamento experimental foi em blocos ao acaso em esquema fatorial 2x3x12, sendo 2 populações, três horários de coleta (06, 12 e 18 hs) e 12 meses. Cada tratamento foi repetido três vezes, perfazendo 216 unidades experimentais. Verificou-se em termos de teor de óleo essencial que o horário de colheita não exerceu influência. Mesmo resultado foi constatado entre populações. Já as épocas apresentaram diferenças, os meses com temperaturas mais baixas mais secos do ano apresentaram teores de óleo inferiores aos meses com temperaturas mais elevadas e mais úmidos.

PALAVRAS-CHAVE: Baccharis trimera, planta medicinal. ABSTRACT

Circadian and seasonal variation in essential oil contend in native and cultivated populations of “carqueja”.

With the purpose of studying essential oil content for different harvest times through one year in wild and grown populations was implanted the present work. The experimental design was in randomized blocks in a 2x3x12 factorial scheme, its being two populations, three collection times (06, 12 and 18 hours) and 12 months. Each treatment was replicated three times, amounting to 216 experimental units. It was verified in essential oil contents that harvest time exercised no influence. The same results was noticed among populations. But the times presented differences, the year’s driest, coldest months presented oil contents lower than those of highest temperatures and highest humidity.

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Os óleos essenciais podem, sofrer variações no teor conforme variações sazonais e/ou até mesmo ao longo do dia. O óleo essencial extraído de folhas de Virola surinamensis foi aproximadamente constante nas diferentes estações ou durante o dia (Lopes et al., 1997). Em Salvia libanotica o óleo extraído durante as quatro estações do ano apresentou teor variado dependendo da estação, porém o mais alto teor foi obtido de plantas coletadas durante o longo e seco mês de agosto (Farhat, Affara & Gali-Muhtasib, 2001).

A variação sazonal do conteúdo de óleo foliar e da quantidade de emissão de terpenos nas espécies arbóreas de Cryptomeria japonica, Chamaecyparis obtusa, Abies sachalinensis, Thuja occidentalis, T. sempervirens, Cupressus sempervirens e Cinnamomum japonicum foram estudados. Verificou-se que o conteúdo de óleo foliar e a quantidade de emissão de terpenos foram elevados no verão e baixos no inverno. O conteúdo de óleo foliar de A. sachalinensis, T. occidentalis T. sempervirens mostraram pequena variação durante o ano, enquanto as outras quatro espécies mostraram grandes diferenças entre a estação de verão e inverno. Foi sugerido que a emissão de terpeno variou com a produção de óleo foliar, ou seja, essa emissão, depende do óleo foliar produzido em adição a temperatura e luz. A quantidade de emissão de terpeno de C. obtusa foi elevada a 30 ºC comparado a 15 ºC, na presença ou ausência de luz e foram também elevados na luz que no escuro (Yatagai et al., 1995).

O estresse hídrico exerce grande influência não apenas no acúmulo de fitomassa, como também conseqüentemente no rendimento e qualidade dos metabólitos secundários. Plantas de menta (Mentha x piperita L.), crescidas em solução hidropônica, tiveram o conteúdo e composição do óleo essencial afetados pelo potencial de crescimento da solução e a duração de exposição ao estresse osmótico (Charles, Joly e Simon, 1990). O objetivo do trabalho foi estudar o teor de óleo essencial durante diferentes horários de colheita ao longo de um ano, em populações silvestres e cultivadas.

MATERIAL E MÉTODOS Condições gerais

O presente trabalho foi conduzido entre março de 2003 a fevereiro de 2004, no município de Lavras, MG (21º13’40” e 44º57’50” W GRW).

O clima regional é do tipo Cwa, segundo a classificação climática de Koppen, com precipitação média anual de 1530 mm e 80% das chuvas concentradas de outubro a março. A estação seca se estende de abril a setembro. A temperatura média do ar do mês mais frio (julho) é de 15,8 ºC, enquanto a média do mês mais quente (fevereiro) é 22,1 ºC (Brasil, 1992).

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O estudo foi conduzido em duas áreas, onde as plantas cultivadas, localizadas no campus da Universidade Federal de Lavras/Setor de horticultura. As plantas silvestres, localizadas a 20 km das cultivadas, na Fazenda Três Barras. Este segundo local foi escolhido devido a ocorrência natural e abundância de B. trimera.

Caracterização ambiental

Os dados relativos a temperatura e precipitação foram coletados na estação climatológica da UFLA e estão demonstrados na figura 1A e B). A umidade do solo (Figura 1C) foi determinada pelo método gravimétrico, em três repetições por tratamento, sendo a coleta de cada amostra de solo realizada na camada de 0 a 20 cm de profundidade, no dia da coleta das partes aéreas da carqueja entre as 15:00 e 16:00 hs.

Análise estatística

O experimento foi constituído de um fatorial 2x3x12, sendo 2 populações, 3 horários de colheita e 12 épocas. O delineamento experimental foi em blocos ao acaso (DBC), com 3 repetições, perfazendo 216 unidades experimentais.

Teor de óleo essencial

As partes aéreas foram colhidas, secadas em estufa com ciculação forçada a temperatura máxima de 35 ºC, até massa constante e no momento da extração, trituradas em moinho. Foram utilizadas amostras de 50 g de fitomassa seca. Para extração e determinação da porcentagem de óleo essencial, empregou-se a técnica de hidrodestilação, utilizando para tal o aparelho Clevenger modificado, durante 50 minutos. O solvente utilizado para lavagem do hidrolato foi o diclorometano, 90 mL em cada amostra, sendo este dividido em 3 lavagens. Como dessecante foi utilizado sulfato de magnésio anidro, durante 24 horas. O diclorometano foi evaporado em evaporador rotatório a uma temperatura de 40 ºC e pressão de 200 mm Hg.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

O teor de óleo essencial não apresentou diferenças entre as populações nativas e silvestres. Já a época do ano, foi constatado influenciar o teor do óleo (Figura 2). Foi verificado que conforme a temperatura e principalmente a precipitação e conseqüentemente a umidade do solo reduziram a partir de março, o teor de óleo também foi reduzindo. Verifica-se também que com a temperatura em elevação, com o início das chuvas e conseqüente aumento da umidade do solo, no mês de outubro, uma mudança positiva no mês de novembro em relação ao rendimento de óleo.

De acordo com os resultados obtidos referentes ao teor de óleo essencial, conclui-se que:

- O horário de colheita não influenciou o ter de óleo em populações silvestres

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- Não ocorreram diferenças no teor de óleo entre plantas silvestres e cultivadas;

- Ocorreram variações significativas ao longo do ano, apresentando maior teor

na estação com temperaturas mais elevadas e com maior umidade e menor teor em menores temperaturas e umidade.

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Figura 1 -Temperaturas máximas, médias e mínimas (a), preciptação acumulada (mm) (b) e umidade do solo (%) (c), durante o experimento.

0 5 1 0 1 5 2 0 2 5 3 0 3 5 T e m p e ra tu ra ( ºC ) T. Má x . T. Méd T. Mín. (a) 0 50 1 00 1 50 2 00 2 50 3 00 P re c ip ta ç ã o a c u m u la d a ( m m ) (b) 0 5 1 0 1 5 2 0 2 5 3 0 jan e ir o f ev e reir o a br il ma i o jun h o julh o a go s to s ete mb r o o utu b ro n ov e mb r o d ez e mb r o Ép o c a d o a n o U m id a d e d o s o lo ( % )

CULTIV A DA SILV ESTRE (c )

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Figura 2 - Teor médio de óleo essencial (%) em carqueja [Baccharis trimera (Less) D.C], cultivadas e silvestres, coletadas em diferentes épocas. Médias seguidas pela mesma letra em cada população não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.

Foi demonstrado que o horário de colheita não influenciou o teor de óleo essencial ao longo de 1 ano (Figura 3). O desdobramento da análise estatística revelou o mesmo comportamento para as duas populações (dados não mostrados).

0 0,05 0,1 0,15 0,2 0,25 0,3 0,35 janei ro feve

reiro abril maio junho julho agos to sete mbro outu bro nove mbro deze mbr o Mês T eo r d e ó le o e ss en ci al ( % ) CULTIVADA SILVESTRE ab a bc ab bcd cde def ef ef ef f cdef cde bcd def ef f f a a abc f cdef def 0 0,05 0,1 0,15 0,2 0,25 0,3 0,35 jane iro feve

reiro abril maio junho julho agos to sete mbr o outub ro nove mbr o deze mbr o Mês T eo r d e ó le o e ss en ci al ( % ) 06:00 12:00 18:00

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LITERATURA CITADA

BRASIL. Ministério da Agricultura e Reforma Agrária. Secretaria Nacional de Irrigação. Departamento Nacional de Meteorologia. Normas climatológicas – 1960-1991. Brasília, 1992. 84 p.

CHARLES, D.J., JOLY, R.J., SIMON, J. Effects of osmotic stress on the essential oil content and composition of peppermint. Phytochemistry, v. 29, p. 2837-2840, 1990.

FARHAT, G.N., AFFARA, N.I., GALI-MUHTASIB, H.U., Seasonal changes in the composition of the essential oil extract of east mediterranean sage (Salvia libanotica) and its toxicity in mice. Toxicon, 39, p. 1601-1605, 2001.

LOPES, N.P., KATO, M.J., ANDRADE, E.H.A., MAIA, J.G.S., YOSHIDA, M. Circadian and seasonal variation in the essential oil from Virola surinamensis leaves. Phytochemistry, v. 46, n. 4, p. 689-693, 1997.

YATAGAI, M., OHIRA, M., OHIRA, T., NAGAI, S. Seasonal variations of terpene emission from tress and influence of temperature, light and contact stimulation on terpene emission. Chemosphere, v. 30, p. 1137-1149, 1995.

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