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Avaliação da Interface Gráfica do SketchUp através de um Checklist. Evaluation of SkechUp s GUI through a Checklist

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Academic year: 2021

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Avaliação da Interface Gráfica do SketchUp através de um Checklist

Evaluation of SkechUp’s GUI through a Checklist

Arnoldo Debatin NETO 1 Henderson José SPECK 2 Luis Alberto GÓMEZ 3 Antonio Carlos de SOUZA4

Universidade Federal de Santa Catarina/UFSC

Resumo

O presente artigo trata da avaliação da usabilidade na interface gráfica do aplicativo CAD 3D SkechUP. Os procedimentos avaliativos de uma interface gráfica têm o propósito de coletar informações para diagnosticar as maiores dificuldades, e, desta forma, permitir aprimorar os recursos da interface do sistema interativo e seu material de suporte, com a finalidade de melhorar o processo de interação com o usuário. Este trabalho de pesquisa buscou através da técnica de avaliação por checklist, determinar o nível de usabilidade de interface gráfica do aplicativo CAD SketchUp, com a finalidade de detectar os principais problemas ergonômicos e com o propósito de permitir conhecer melhor as qualidades e pontos fracos da interface do sistema interativo buscando adequar sua utilização no meio acadêmico e profissional. A ferramenta de avaliação utilizada foi o Ergolist, desenvolvido no LabUtil da UFSC, por ser uma processo avaliativo prospectivo oferece como resultado, um diagnóstico consistente . Os avaliadores selecionados foram usuários experientes na utilização da ferramenta gráfica com o objetivo de se obter o processo avaliativo mais consolidado em termos ergonômicos. Os resultados do processo avaliativo são apresentados graficamente e é elaborada uma analise aprofundada das qualidades ergonômicas da interface do sistema.

Palavras-chave: Avaliação. Interface gráfica. Ergonomia.

Abstract

This article evaluates the usability of the SkechUP CAD 3D application GUI. The evaluation procedures in a graphical user interface are designed to collect information to diagnose the greatest difficulties, and thus allow improving the interface features of interactive system and its support material, in order to enhance the interaction process with the user. This research sought, through evaluation technique checklist, determine the level of usability of the SketchUp CAD GUI, in order to detect the main ergonomic problems and in order to enable better

1 debatin@cce.ufsc.br 2 speck@cce.ufsc.br 3 luis@ecv.ufsc.br

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understanding of the strengths and weaknesses of the interface system seeking to adapt its use in academic and professional environments. The assessment tool used was Ergolist developed in LabUtil of the UFSC, being an prospectivel evaluation process that gives consistent results. The evaluators were selected among experienced users of graphical tools in order to obtain the evaluation process more consistent in ergonomic terms. The results of the evaluation process were presented graphically and a thorough analysis of the ergonomic qualities of the system interface was produced.

Keywords: Evaluation. Graphical interface. Ergonomics.

1. Introdução

Uma avaliação se constitui em um processo que deve ser rigoroso, planejado e controlado, mas que ao mesmo tempo pode ser flexível o suficiente para se ajustar de acordo com as necessidades e o contexto da aplicação (SOUZA, 2004).

Processos de avaliação devem ocorrer sistematicamente durante o ciclo de vida do sistema e seus resultados aplicados na melhoria continuada da interface gráfica do mesmo ou na utilização sistemática do sistema para desenvolvimentos de tarefas por parte de seus usuários.

No contexto de interfaces gráficas de sistemas interativos, a avaliação pode ter o caráter formativo ou somativo. A avaliação formativa acontece antes da implementação do sistema e tem participação na forma final do mesmo, influenciando nas características do produto em desenvolvimento. Também é conhecido como interativa ou de desenvolvimento. Por outro lado, a avaliação somativa acontece após a implementação do produto com o objetivo de testar o funcionamento apropriado do sistema. É realizada quando se tem em vista alguma melhora do produto ou como trabalho acadêmico para o diagnóstico do grau de usabilidade da interface gráfica de um sistema interativo (CYBIS, 2002).

A avaliação formativa, objeto deste trabalho acadêmico, busca julgamentos sobre o produto e normalmente é aplicada quando o projeto está finalizado. Pode ser utilizada para a coleta de dados tanto quantitativos quanto qualitativos. Os dados qualitativos representam uma informação que identifica alguma qualidade, categoria ou característica, não mensurável, mas passível de classificação, assumindo várias modalidades.

No processo de avaliação de interfaces gráficas de sistemas interativos o dado qualitativo é coletado em avaliação de análise de tarefas o qual apresenta um tipo de dado denominado de incidente crítico que pode ter efeito positivo ou negativo no resultado (SOUZA, 2004).

Dados quantitativos capturam informações tais como: tempo de execução da tarefa, número de erros cometidos, recursos envolvidos, etc. Portanto, representam as informações mensuráveis em diferentes intensidades de natureza contínua ou discreta (SOUZA, 2004).

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Não existe uma única técnica capaz de identificar todos os problemas de usabilidade de uma interface gráfica de um sistema interativo. As técnicas são complementares e os critérios para escolha dependem principalmente do propósito do processo de avaliação das diferentes fases do ciclo de desenvolvimento do sistema, dos objetivos da avaliação e dos recursos humanos, físicos e financeiros disponíveis para a elaboração dos procedimentos de avaliação.

As técnicas diferem quanto ao tipo e quantidade de problemas que podem identificar a sistematização de seus resultados, a facilidade de aplicação e as chances que os resultados apresentam para convencer, os projetistas e a empresa proprietária do produto, da necessidade de mudanças na interface gráfica do sistema (Cybis, 2010). Os resultados de um processo de avaliação de usabilidade fornecem subsídios para novas especificações de projeto ou do produto final, daí a importância para a empresa proprietária do sistema das avaliações estarem presentes desde o início do processo de desenvolvimento do projeto.

•As avaliações de usabilidade no processo de interação humano-computador de interfaces gráficas de sistemas interativos podem permitir alcançar resultados como os relacionados na seqüência (CYBIS, 2010):Constatar, observar e registrar problemas efetivos de usabilidade durante o processo de interação;

•Calcular medidas objetivas para determinar a eficácia, a eficiência e a produtividade do usuário no processo de interação;

•Diagnosticar as características do projeto que provavelmente atrapalham a interação por estarem em desconformidade com padrões implícitos e explícitos de usabilidade;

•Prever dificuldades de aprendizado de operacionalização do sistema;

•Prever os tempos de execução de tarefas informatizadas;

•Conhecer a opinião do usuário em relação ao sistema;

•Sugerir ações de re-projeto mais evidentes, face aos problemas de interação efetivos ou diagnosticados.

Com base nos resultados, podem-se distinguir três tipos de técnicas de avaliação ergonômica: as prospectivas, que buscam a opinião do usuário sobre o processo de interação do sistema, as preditivas/analíticas, que buscam prever os erros de projeto de interfaces sem a participação direta dos usuários e as objetivas/empíricas, que buscam constatar os problemas a partir da observação do usuário interagindo com o sistema.

A ISO 9241-11 inclui orientações sobre como a usabilidade de um produto pode ser especificada e avaliada. Pode ser aplicada tanto a produtos de uso geral quanto a produtos sendo adquiridos ou sendo desenvolvidos dentro de uma organização específica. Também explica como medidas de desempenho e satisfação do usuário podem ser usadas para verificar como um componente do sistema pode afetar todo o sistema de trabalho em uso.

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A orientação inclui procedimentos para verificar a usabilidade, mas não detalha todas as atividades a serem realizadas. A especificação de métodos de medidas detalhados baseados no usuário está além do objetivo da ISO 9241-11, porém informações adicionais podem ser encontradas no Anexo B e na bibliografia no Anexo E desta norma técnica.

A ISO 9241-11 aplica-se ao trabalho de escritório com computadores. Ela também pode ser aplicada em outras situações onde o usuário está interagindo com um produto para alcançar seus objetivos. A ISO 9241, partes 12 a 17, fornecem recomendações condicionais que são aplicadas em contextos de uso específico.

A ISO 9241-11 enfoca a usabilidade e não fornece uma ampla cobertura de todos os objetivos de projeto ergonômico. Entretanto, o fato de projetar para a usabilidade irá contribuir positivamente para os objetivos ergonômicos, tal como a redução de possíveis efeitos de uso adversos do sistema interativos computacionais sobre a saúde, segurança e desempenho do usuário.

1.1Objetivos

A avaliação de usabilidade da interface gráfica de um sistema interativo tem como objetivos principais de acordo com CYBIS (2010):

•Validar a eficácia da interação humano-computador em face da efetiva realização das tarefas por parte dos usuários;

•Verificar a eficiência desta interação, face aos recursos empregados, tais como: tempo, quantidade de incidentes, ações desnecessárias, busca de ajuda, etc;

•Obter indícios de satisfação ou insatisfação (efeito subjetivo) que a interface possa trazer ao usuário;

•Identificar e classificar os diferentes tipos de problemas que influenciam no processo de interação.

Estes objetivos devem ser planejados em relação aos diferentes contextos de aplicação que foram previstos para o sistema interativo.

A usabilidade de um sistema está sempre associada às características de determinados tipos de usuários, tarefas, equipamentos, ambientes físicos e organizacionais. Desta forma, um problema de usabilidade pode se fazer sentir mais evidenciado ou minimizado, dependendo do contexto de sua aplicação.

1.2 Usuários

Num processo avaliativo as características relevantes dos usuários necessitam ser descritas. Elas podem incluir conhecimento, habilidade, experiência, educação, treinamento, atributos físicos e capacidades sensoriais e motoras. Pode ser necessário definir as

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características de diferentes tipos de usuários, por exemplo, usuários com diferentes níveis de experiência ou desempenhando diferentes funções.

Os usuários selecionadas na aplicação de um checklist na interface gráfica de um software de desenho auxiliado por computador, usuários experientes, foram seis ao todo, sendo (3) alunos regularmente matriculados em cursos de graduação e pós graduação da UFSC e também por três (3) docentes da instituição, que utilizam de forma sistemática a ferramenta gráfica, foco deste processo de avaliação.

Como justificativa para o perfil dos avaliadores foi ter como o propósito , a busca de um resultado de avaliação consistente e padronizado, com os princípios ergonômicos fundamentais de Bastien e Scapin (2003), que devem orientar um projeto da interface interativa.

2. Avaliação ergonômica via checklist

A técnica analítica utilizada nesta pesquisa para avaliação da interface gráfica do Sketchup foi uma inspeção ergonômica via checklist. Está técnica busca prever os erros de projeto da interface, pode ser realizada por projetistas, designer de interfaces ou especialistas em ergonomia de interfaces gráficas de sistemas interativos ou ainda por usuários experientes na operacionalização do sistema para desenvolvimento de tarefas.

No presente trabalho utilizou-se a lista de verificação denominada Ergolist. O projeto ErgoList resulta da colaboração entre o Laboratório de Utilizabilidade, do Departamento de Estatística e Informática, do Centro Tecnológico da Universidade Federal de Santa Catarina (LabUtil/CTC/UFSC), e do SoftPólis, núcleo Softex-2000 do Serviço Nacional da Indústria através do Centro de Tecnologia e Automação Industrial (SENAI/CTAI) de Florianópolis/SC.

A aplicação da lista de verificação ergonômica justifica-se neste estudo, em face de que profissionais sem uma formação específica em ergonomia, possam analisar interfaces sob o ponto de vista do processo de interação. Estas listas têm a propriedade de conduzir os avaliadores durante o processo de interação, onde o participante avalia a interface do sistema sob a ótica dos critérios ergonômicos desenvolvidos por Bastien e Scapin (1993). Cada critério ergonômico é avaliado através de diversas indicadores e o avaliador atribui a condição de conformidade, não conformidade e não aplicável àquela interface. O Ergolist disponibiliza ao avaliador um glossário, no qual o mesmo pode consultar sistematicamente, para dirimir eventuais dúvidas que podem aparecer durante o processo de avaliação, além de instruções, informando sobre a aplicação dos quesitos da lista de verificação. No final do processo a ferramenta também disponibiliza um laudo final quantitativo, resultante da aplicação do checklist na interface do sistema. Atribuindo a cada critério o número de questões conformes, não conformes e não aplicáveis. Permitindo assim, que se tenha uma dimensão clara das

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principais conformidades ergonômicas e não conformidade ergonômica e critérios não aplicáveis na interface do sistema. A interface do Ergolist é mostrada através da figura 1.

Figura1: Interface do Ergolist.

Fonte: http://www.labiutil.inf.ufsc.br/ergolist/check.htm (acessado em outubro/2012).

A interface do Ergolist disponibiliza três espaços distintos, do lado esquerdo, além dos créditos e de informações sobre o processo de aplicação do checklist, localiza-se na parte inferior os critérios a serem abordados na avaliação. O avaliador ao acessar o critério selecionado, ver figura 2, tem disponibilizado todas as questões ou indicadores referentes aquele critério ergonômico e assim o avaliador pode conduzir sua avaliação sobre a interface do sistema. No exemplo apresentado na figura 2, o critério ergonômico presteza é constituído de 17 questões que abordam este quesito, e, desta forma, o avaliador pode segundo sua experiência e percerpção ergonômica, atribuir a condição mais adequada aquele critério, sobre a interface gráfica do sistema que está sendo avaliado. No caso de dúvidas sobre a aplicação dos critérios e questões formuladas para o participante, o Ergolist oferece também no quadrante superior do lado direito da interface, as instruções para aplicação do critério e no quadrante inferior um glossário com as devidas informações contextualizadas sobre a terminologia utilizada na lista de verificação, conduzindo assim, o avaliador no processo de avaliação.

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Figura 2: Acesso às questões do critério ergonômico presteza.

Fonte: http://www.labiutil.inf.ufsc.br/ergolist/check.htm (acessado em outubro de 2012).

As avaliações do processo de interação em interfaces gráficas de sistemas interativos conduzidas através de checklists podem apresentar potencialidades do tipo:

•Podem ser executadas por projetistas, desenvolvedores, designers gráficos e usuários experientes no uso da interface, não exigindo especialistas em interfaces humano-computador, que são profissionais raros no mercado. Esta característica deve-se ao fato do conhecimento ergonômico estar embutido na própria ferramenta de avaliação;

•Sistematização da avaliação, que garante resultados mais estáveis mesmo quando aplicada separadamente por diferentes avaliadores, pois as questões e recomendações constantes no checklist sempre serão efetivamente verificadas;

•Facilidade na identificação dos problemas de usabilidade detectados, devido à especificidade das questões contidas na lista;

•Possibilidade de aumentar a eficácia de uma avaliação, devido à redução da subjetividade normalmente associada a processos de avaliação;

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Este tipo de avaliação pode proporcionar a determinação de grande quantidade de pequenos problemas de usabilidade que se repetem nas interfaces gráficas de sistemas interativos. Em relação à sistemática de classificação proposta apresentada neste trabalho, os problemas identificados através desta técnica se relacionam principalmente aos ruídos gerais da interface gráfica.

Assim, a partir do laudo final de cada avaliação, pode-se através de uma apresentação gráfica dos dados coletados, identificar e classificar os problemas mais sérios da interface do sistema.

3. Interface do SketchUp

Este aplicativo encontra no próprio nome (Sketch significa esboço em inglês), seu princípio de filosofia de utilização. Poderia-se traduzí-lo como um esboço melhorado, ou aperfeiçoado, ou ainda denominado de esboço digital. Encontra mais aplicabilidade nas fases de concepção de um projeto e sua concepção está voltada a explorar a modelagem superficial dos objetos em três dimensões. Tem encontrado grande aceitação entre profissionais envolvidos na criação de formas e volumes, sobretudo arquitetos. É um software proprietário, desenvolvido originalmente pela empresa americana At Last Software(@last software), com sede em Boulder, Colorado (EUA). No ano de 2006 foi adquirida pela empresa Google e o nome comercial passou a ser Google SketchUp. No ano 2012 o SketchUp foi vendido para a empresa Trimble especializada em equipamentos GPS e de topografia.

Esta aquisição possibilitou importar e utilizar muitos dos recursos do programa Google Earth (também da empresa Google), entre eles a captura de áreas da superfície terrestre para inserção de obras civis, permitindo aos profissionais uma visualização inicial da intervenção a ser implementada.

O programa encontra-se atualmente na versão 8.0, disponível para as plataformas Windows e Macintosh. Está dividido ainda em uma versão profissional e uma gratuita (para uso privado, não comercial). Esta última vem limitada em algumas funções, não estando, por exemplo, disponíveis a exportação de modelos tri-dimensionais para as extensões DWG, DXF, 3DS(extensões de arquivos de outras empresas de plataforma de desenho e projeto auxiliado por computador), OBJ, XSI ou VRML (este último relacionado à ambientes virtuais); o módulo de funções de modelagem de terrenos; a impressão ou exportação de imagens rasterizadas em resolução superior à mostrada na tela; a criação de animações nos formatos AVI ou MOV.

A lógica do programa é possibilitar o estudo e apresentação de volumes (como apoio ou substituição a modelos reais), de forma a dinamizar o processo criativo. O modelo gerado pode ser direcionado para a criação de um arquivo de filme (AVI) ou imagens rasterizadas, cuja

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perspectiva pode ser obtida de qualquer ângulo necessário e em diversos formatos de arquivo (JPG, PNG, GIF, BMP, entre outros).

O conceito volumétrico pode ser organizado rapidamente e, quando necessário, alterado e visualizado com a nova ideia, inclusive adicionando-se efeitos de sombra, a qual também pode ser configurada para a localidade específica onde será implantado o objeto, através da determinação das coordenadas geográficas do local e da angulação do norte em relação a um referencial. Assim, pode-se dizer que se destina muito mais a apresentar modelos (PEREIRA, 2006).

Sua apresentação gráfica ao usuário utiliza uma interface limpa com ícones familiares aos profissionais que lidam com o desenho auxiliado por computador nas fases de concepção de projetos e elaboração de ideias. A figura 3 apresenta a interface do aplicativo. Ao abrir o sistema, uma figura humana é apresentada em um plano base, em perspectiva, com a coordenada dos três eixos (x, y e z), representados e destacados pelas cores vermelha, verde e azul, respectivamente, tendo ao fundo uma linha de horizonte. Assim, o usuário é apresentado diretamente a um ambiente digital simulando a tri-dimensionalidade (DEBATIN NETO, 2010).

Figura 3: Interface do SkecthUp.

Fonte: Sistema CAD SkechUp.

Existem diversos plug-ins que permitem a interação do SketchUp com outros programas CAD de reconhecida referência e competência no meio profissional. Esta conversação vem refletida na capacidade do sistema em gerar arquivos com extensões compatíveis com tais sistemas: DWG, DXF, 3DS, DNG, OBJ, XSL ou VRML (na versão profissional), entre outros. O SketchUp gera arquivos com extensão SKP.

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Outra ferramenta interessante presente no programa é o Ruby Script, uma linguagem que permite automatizar tarefas rotineiras, repetitivas ou complexas. Os menus podem ser configurados para ativar estes scripts e muitos deles podem ser obtidos através da internet.

As dúvidas ou experiências entre os usuários do mundo todo podem ser compartilhadas e esclarecidas através de fóruns, os quais discutem temas relacionados ao Ruby Script, à utilização do SketchUp em plataformas GIS, na educação, para discussão de experiências, criação de materiais e componentes entre outros. Os componentes podem ser disponibilizados na rede através do 3D Wherehouse (Armazém 3D), onde os usuários compartilham os modelos criados e obtêm outros de seu interesse.

4. Apresentação dos resultados do processo de avaliação

Foram realizadas seis (6) inspeções ergonômicas via checklist, os resultados deste processo são representados através da figura 5, que traduz graficamente os valores obtidos por meio do processo de avaliação.

Figura 4: Resultado do processo da avaliação da interface.

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Para análise dos resultados estratificamos os percentuais agrupando os critérios em grupos de seis, os que atingiram os maiores índices de qualidade ergonômica, os que obtiverem índice intermediário e os seis critérios restantes que alcançaram os menores índices de conformidade.

Pelos resultados da aplicação do checklist na interface gráfica do SketchUP, pode-se observar que os critérios que atingiram o maior percentual em termos de qualidade ergonômica foram respectivamente, em ordem decrescente de conformidade: Consistência, Ações Mínimas, Agrupamento, Localização, Significados, Flexibilidade e Correção de erros.

Num estágio intermediário de conformidade ergonômica encontramos os critérios em ordem decrescente de qualidade ergonômica: Experiência do Usuário, Controle do Usuário, Concisão, Legibilidade, Agrup. Formato, Densid. Informacional

Os critérios ergonômicos com menor percentual de qualidade ergonômica são relacionados por ordem crescente de conformidade: Proteção Erros, Compatibilidade, Presteza, Mensagens de erro, Feedback, Ações explícitas.

5. Análise e interpretação dos resultados.

Com base nos dados coletados pelo processo avaliativo podemos constatar que a interface gráfica do aplicativo CAD SkechUP permite, através da análise dos dados, verificar que:

O critério homogeneidade e coerência, que se refere à forma na qual as escolhas na concepção da interface (códigos, denominações, formatos, procedimentos, etc.) são conservadas idênticas em contextos idênticos e diferentes em contextos diferentes. Os códigos e denominações significativas possuem uma forte relação semântica com seu referente concreto facilitando o processo de interação com o usuário. A interface possibilidade que o usuário trabalhe com certa flexibilidade, isto é, permite a personalização do ambiente de trabalho e também permite facilidades no processo de interação para que o usuário faça a correção dos erros cometidos no processo de projetar e na realização de suas tarefas.

Os critérios que obtiveram um reconhecimento intermediário de qualidade ergonômica se referem aos critérios: Experiência do Usuário, Controle do Usuário, Concisão, Legibilidade, Agrupamento por Formato, Densidade Informacional. A experiência do usuário diz respeito aos meios disponíveis na interface para atender de forma adequada a experiência demonstrada pelo usuário. A interface deveria permitir ao usuário manter-se no controle do processo. A legibilidade das informações prestadas deve facilitar a interpretação dos dados. As características gráficas dos formatos e cores são agrupadas de forma adequada e a densidade informacional no contexto cognitivo e perceptivo é observada num nível satisfatório pelos avaliadores.

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Os critérios ergonômicos com os menores percentuais de conformidade são, respectivamente, por ordem crescente, os seguintes: a interface gráfica disponibiliza poucos recursos de proteção contra os erros cometidos. A compatibilidade entre as características dos usuários, tais como: memória, percepção, hábitos, competências, idade, expectativa e a interface do sistema, pode ser considerada que deixa a desejar. A presteza é outra característica ergonômica pouco observada no projeto da interface do sistema. O retorno da interface à questão da qualidade das mensagens de erros pode ser considerada com baixa qualidade nos aspectos de pertinência, legibilidade e exatidão. O feedback, que consiste na resposta imediata do sistema às ações dos usuários, também requer aprimoramentos e, por último, as ações explícitas dos usuários é outro aspecto a ser melhorado no projeto da interface do sistema interativo CAD 3D SkechUP.

6. Considerações Finais

O processo de avaliação, através de um checklist, conduzido por usuários que usam sistematicamente o sistema, portanto usuários experientes, permitiu constatar que a interface colabora com um processo interativo, adequado na realização das tarefas de representar graficamente os projetos no contexto de uso do sistema.

Um grupo de critérios ergonômicos foi bem avaliado, mostrando que a interface é consistente no projeto e pode auxiliar seus usuários no desenvolvimento de suas tarefas. Um segundo grupo de critérios apresentou um desempenho relativamente satisfatório em termos ergonômicos, indicando que a interface pode ser racionalizada no atendimento dessas expectativas de facilitar o processo de interação.

Também foi possível verificar no processo avaliativo, que um terceiro grupo de critérios ergonômicos precisa de mais atenção por parte dos projetistas, pois apresentam um maior índice de rejeição pela maioria dos envolvidos no processo avaliativo. Pode-se considerar que a interface é boa em muitos aspectos, apresentando conformidade, mas que necessitam de adequações em outros, com o propósito de tornar o trabalho de projeto mais fácil de ser realizado por seus usuários.

Referências

DEBATIN NETO, Arnoldo; GÓMEZ, Luis Alberto; SOUZA, Antonio Carlos de, . Desenhando com Google SkechUp. Florianópolis/SC: Visual Books, 2010. v. 1. 344 p.

PEREIRA, A. T. C., FERNANDES B. R. Exercícios de Composição com Uso do Programa Sketch Up 4 como Instrumento de Apoio ao Processo Criativo de Projeto de Arquitetura. In:

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CONAHPA 2006 - Congresso Nacional de Ambientes Hipermidia para Aprendizagem, 2006, Florianópolis/SC. CD-ROM. 2006. ISBN 8587370464.

SOUZA, A. C. de. Proposta de um processo de avaliação da usabilidade de interfaces gráficas de sistemas interativos computacionais, através da integração das técnicas prospectiva, analítica e empírica. Tese de doutorado (Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção/UFSC), Florianópolis, 2004.

CYBIS, Walter de Abreu; BETIOL, Adriana Holtz ; FAUST, Richard . Ergonomia e

Usabilidade: Conhecimentos, Métodos e Aplicações. 2. ed. São Paulo: Novatec, 2010. v. 1. 422 p. CYBIS, Walter de Abreu. Ergonomia de Interfaces Humano-Computador. Florianópolis: 2002. Disponível na internet. URL: http://www.labiutil.inf.ufsc.br/apostila.htm. (acessado em outubro de 2012).

BASTIEN, C. e SCAPIN, D. Ergonomic Criteria for the Evaluation of Human Computer Interfaces. INRIA, 1993.

INTERNATIONAL ORGANISATION FOR STANDARDISATION – International ISO DIS 9241-11 - Ergonomic requirements for office work with visual display terminals (VDTs) / Part 11: Guidance on Usability. Teddington: NPL Usability Services, 1994.

http://www.usability.ru/sources/iso9241-11.htm (acesso: 28 de maio de 2013). Ergolist. http://www.labiutil.inf.ufsc.br/ergolist. (acesso: 20 de outubro de 2012)

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