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Uma publicação do CEPEA - ESALQ/USP Ano 13 - Nº160 - Novembro de 2007

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Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada - ESALQ/USP www.cepea.esalq.usp.br

Uma publicação do CEPEA - ESALQ/USP

Ano 13 - Nº160 - Novembro de 2007

Uma publicação do CEPEA - ESALQ/USP

(2)

2

Depois de subir dez meses seguidos, os preços do leite ao produtor caíram no pa-gamento de outubro, referente à produção de setembro. De acordo com o Cepea (Cen-tro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, a cotação média dos sete estados pesquisados passou de R$ 0,80/litro para R$ 0,7495/litro, queda de 6,3% ou de 5 centavos por litro.

As maiores baixas, que ultrapassaram 10 centavos/litro, foram registradas em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul, com mé-dias de R$ 0,5642/litro e de R$ 0,6574/litro, respectivamente. No mês anterior (setem-bro), o leite registrava aumento de 4,4% em Santa Cantarina, sendo negociado a R$ 0,7064/litro. No Rio Grande do Sul, a alta era de 3,7% em setembro, com o litro a R$ 0,7752.

Já em Minas Gerais, o recuo foi de pouco mais de 1 centavo/litro de setembro para outubro, com o preço médio passando a ser o maior entre os estados pesquisados pelo Cepea, de R$ 0,8144/litro. Em setembro, o estado mineiro apresentou valorização de 5,13%, com o litro cotado a R$ 0,8267. Em Goiás, a média passou de R$ 0,8459/ litro em setembro para R$ 0,7896/litro em outubro, recuo de 6,66%; em São Paulo, de R$ 0,7843/litro para R$ 0,7384/litro, baixa de 5,85%. No estado da Bahia, os preços do leite ao produtor caíram 1,67%, com o litro passando de R$ 0,6623 para R$ 0,6512. Um dos motivos para a desvalorização mais acentuada no Rio Grande do Sul seria o au-mento mais significativo da produção de leite, típico do período na região. Enquanto

em Minas Gerais o volume produzido su-biu cerca de 4% de agosto para setembro, no Rio Grande do Sul a elevação foi de 10%, de acordo com o Índice de Captação de Leite (ICAP-L), elaborado pelo Cepea. Na média nacional, o ICAP-L apresentou aumento de 6,74%, passando de 129,58 em agosto para 138,32 em setembro (base 100 em junho/2004).

De maio a setembro deste ano, apesar da

M

ercado

de

leite

a

o

P

rodutor

o

utubro

/07

1 Valor Bruto: Inclusos frete e INSS 2 Valor Líquido: Livre de frete e INSS

REGIÃO

MÁXIMO MÍNIMO MÉDIO

PREÇO BRUTO1 PREÇO

LÍQUIDO MÉDIO2 Noroeste Metropolitana Porto Alegre Média Estadual - RS 0,7499 0,5249 0,6750 0,5595 0,6597 0,5529 0,6173 0,5988 0,7315 0,5221 0,6574 0,5675 Mesorregiões do

Rio Grande do Sul - RS REGIÃO

MÁXIMO MÍNIMO MÉDIO

PREÇO BRUTO1 PREÇO

LÍQUIDO MÉDIO2 Centro Oriental Paranaense Oeste Paranaense Norte Central Paranaense Média Estadual - PR 0,8788 0,6454 0,8125 0,7858 0,7104 0,6136 0,6527 0,6280 0,7751 0,5123 0,7225 0,6792 0,7669 0,6181 0,7171 0,6826 Mesorregiões do Paraná - PR REGIÃO

MÁXIMO MÍNIMO MÉDIO

PREÇO BRUTO1 PREÇO

LÍQUIDO MÉDIO2 São José do Rio Preto Macro Metropolitana Paulista Vale do Paraíba Paulista Média Estadual - SP 0,8374 0,6860 0,7763 0,7363 0,7500 0,5000 0,6800 0,6204 0,7710 0,6937 0,7575 0,7386 0,8060 0,6473 0,7384 0,7018 Mesorregiões de São Paulo - SP REGIÃO

MÁXIMO MÍNIMO MÉDIO

PREÇO BRUTO1 PREÇO

LÍQUIDO MÉDIO2 Centro Goiano Sul Goiano Média Estadual - GO 0,9315 0,7778 0,8605 0,8357 0,8057 0,6330 0,7443 0,7079 0,8547 0,6894 0,7896 0,7577 Mesorregiões de Goiás - GO REGIÃO

MÁXIMO MÍNIMO MÉDIO

PREÇO BRUTO1 PREÇO

LÍQUIDO

MÉDIO2

Centro Sul Baiano Sul Baiano Média Estadual - BA 0,7148 0,5375 0,6512 0,6317 0,6892 0,5489 0,6488 0,6288 0,8000 0,5192 0,6948 0,6710 Mesorregiões da Bahia - BA REGIÃO

MÁXIMO MÍNIMO MÉDIO

PREÇO BRUTO1 PREÇO

LÍQUIDO MÉDIO2 Oeste Catarinese Vale do Itajaí Média Estadual - SC 0,6554 0,4941 0,5496 0,5873 0,7200 0,5700 0,6300 0,6000 0,6611 0,5038 0,5642 0,5795 Mesorregiões de Santa Catarina - SC REGIÃO

MÁXIMO MÍNIMO MÉDIO

PREÇO BRUTO1 PREÇO

LÍQUIDO MÉDIO2 Triângulo Mineiro/ Alto Paranaíba Sul/Sudoeste de Minas Vale do Rio Doce Média Estadual - MG 0,9487 0,7755 0,8918 0,8431 0,8635 0,5994 0,7701 0,5101 0,9136 0,8454 0,8522 0,8156 0,8879 0,7188 0,8144 0,7365 Mesorregiões de Minas Gerais - MG

Preços pagos ao produtor em

Out/07 referentes ao

leite entregue em Set/07

R$/litro tipo C

Fonte:

CEPEA - Esalq/USP

P

reços

caeM

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Meses

de

alta

As maiores baixas, que

ultrapassaram 10 centavos/

litro, foram registradas

em Santa Catarina e no

Rio Grande do Sul, com

médias de R$ 0,5642/

litro e de R$ 0,6574/litro,

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3

seca prolongada, o volume captado pelas empresas aumentou quase 32%, elevação expressivamente maior que as observadas em anos anteriores para este período – em 2006, de 15,1% e em 2005, de 17,4%. A jus-tificativa para esse aumento vem do reforço dado à dieta do rebanho, motivado pelos bons preços recebidos pelo leite.

Em relação ao próximo pagamento, a quase totalidade (93%) dos agentes do mercado consultados pelo Cepea acredita em novas quedas nos preços recebidos pelos produ-tores. Para apenas 4%, os valores devem permanecer estáveis e para outros 3%, a expectativa é de alta.

As expectativas sobre os preços ao produ-tor são bastante influenciadas pelo merca-do de derivamerca-dos, onde as desvalorizações têm se acentuado. Em setembro, todos os derivados incluídos na pesquisa do Cepea recuaram, nos cinco estados da amostra (veja detalhes na página 5).

Até o momento, o pico de preços ao pro-dutor neste ano é verificado em setembro, quando a média nacional foi 60,6% maior que a de janeiro. Em 2004, ano cujos pre-ços apresentaram um comportamento se-melhante ao que tem sido visto em 2007, o reajuste entre janeiro e o pico daquele ano, que foi agosto, chegou a 34,6%. Em 2007, nas médias estaduais, Goiás teve o maior aumento acumulado do período, 76,5%. Ja Bahia apresentou o menor percentual entre janeiro e setembro, de 47,6%. 80 90 100 110 120 130 140 ju n/ 04 ju l/0 4 ag o/ 04 se t/ 04 ou t/ 04 no v/ 04 de z/ 04 ja n/ 05 fe v/ 05 m ar /0 5 ab r/ 05 m ai /0 5 ju n/ 05 ju l/0 5 ag o/ 05 se t/ 05 ou t/ 05 no v/ 05 de z/ 05 ja n/ 06 fe v/ 06 m ar /0 6 ab r/ 06 m ai /0 6 ju n/ 06 ju l/0 6 ag o/ 06 se t/ 06 ou t/ 06 no v/ 06 de z/ 06 ja n/ 07 fe v/ 07 m ar /0 7 ab r/ 07 m ai /0 7 ju n/ 07 ju l/0 7 ICAP-L/CEPEA-Esalq/USP IBGE - PTL 121,01 105,04 108,47 109,60 104,80 124,44 128,13 121,46 129,58 ago /0 7 set /0 7 138,32

ICAP-L/Cepea - Índice de Captação de Leite (Junho de 2004 = 100) - Setembro/07

Por Gustavo Beduschi Pesquisador Leite Cepea - Esalq/USP

E-mail: leitecepea@esalq.usp.br

Fonte: CEPEA - Esalq/USP

0,42 0,44 0,46 0,48 0,50 0,52 0,54 0,56 0,58 0,60 0,62 0,64 0,66 0,68 0,70 0,72 0,74 0,76 0,78

JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

R$ /li tro 2006 2005 Média Histórica 2001 a 2006

2007

2004 0,80

Série de preços médios pagos ao produtor deflacionada pelo IPCA

Fonte: CEPEA - Esalq/USP

Equipe Leite:

Gustavo Beduschi - Pesquisador do projeto Leite; Viviane P. Paulenas, Lucas Detoni Rizzollo e Pedro Henrique L. Sarmento.

Equipe Grãos:

Mauro Osaki e Lucilio Alves - Pesquisadores do projeto Grãos; Ana Amélia Zinsly, Flavia Gutierrez, Renata Maggian e Matheus Rizato.

Editores Científicos:

Geraldo Sant´Ana de Camargo Barros e Sergio De Zen

Editor Executivo:

Eng. Ag. Gustavo Beduschi

Jornalista Responsável:

Ana Paula da Silva - MTb: 27368

Diagramação/Capa: Fernando V. Andrade Arte: Lambari Comunicação

Tel: (19) 3435-7503 Revisão:

Alessandra Rodrigues da Paz - MTb: 49148 Paola Garcia Ribeiro - MTb: 49146

Tiragem: 8.000 Contato: C.P 132 - 13400-970 Piracicaba, SP Tel: (19) 3429-8816, (19) 3429-8836 leitecepea@esalq.usp.br www.cepea.esalq.usp.br/leite

O Boletim do Leite pertence ao Cepea - Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada - USP/ Esalq/USP. A reprodução de conteúdos publicados

por este imformativo é permitida desde que citados os nomes dos autores, a fonte Boletim do Leite/Cepea e a devida data de publicação.

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4

Nas últimas semanas o setor leiteiro foi sur-preendido por notícias de fraude no leite. Após três semanas das apreensões feitas pela Polícia Federal, nenhum outro caso foi notificado, mesmo no leite produzido an-teriormente à divulgação das notícias. Isso parece indicar que o problema foi pontual. Fica, contudo, a pergunta sobre as possíveis causas da adulteração. Foi uma fraude econô-mica ou ocorreu em função da má qualidade da matéria-prima? Se econômica, a solução é fácil. Basta retirar os fraudadores do convívio da sociedade e/ou mudar o sistema de fiscali-zação. Mas, se foi em função da má qualidade da matéria-prima, a solução não é tão fácil. Vamos analisar a possibilidade da causa ter sido má qualidade da matéria-prima. A Clínica do Leite é um dos sete laboratórios credenciados na Rede Brasileira de Labora-tórios de Controle da Qualidade do Leite do Ministério da Agricultura (Mapa). Ela aten-de a mais aten-de 200 indústrias, que abrangem cerca de 35 mil produtores dos estados de SP, MG, MS, MT, GO e PR (Figura 1). Pode-se dizer, pela abrangência da área, que o leite analisado na Esalq representa fielmente o lei-te consumido pela população do Sudeslei-te. O leite consumido pela população do Sudes-te possui a composição mostrada na Tabela 1. Os teores médios de gordura são em torno de 3,58% e, de proteína, de 3,19%. Esses teores são mais baixos que os observados nos Esta-dos UniEsta-dos, que possuem leite considerado de alta qualidade (3,8% de gordura e 3,4% de proteína). Uma das razões para esse fato pode estar na alimentação dos animais, já que a concentração de uréia no leite (NU=7.96 mg/100 ml) indica baixa oferta de energia ou proteína na dieta dos animais.

Quanto à Contagem Bacteriana Total (CBT), o valor é de 609 mil ufc/ml, enquanto o leite norte-americano tem média de 25 mil ufc/ml. A contagem bacteriana é reflexo da higiene,

feita quando o leite é retirado, e da tempera-tura com que o produto é mantido. Os resul-tados mostram que as condições brasileiras são piores que as americanas.

Em relação à Contagem de Células Somáticas (CCS), o leite brasileiro possui média de 502 mil cels/ml, enquanto o americano, 350 mil cels/ml. A CCS está relacionada à sanidade da vaca. Mais uma vez, os resultados indicam situação desfavorável para o leite brasileiro. Assim, se comparado ao americano, o leite médio brasileiro é de má qualidade. É neces-sário, porém, analisar a qualidade sob dois aspectos. O primeiro seria a qualidade sanitá-ria do leite, ou seja, o leite nacional, se consu-mido causa mal à saúde da população? Não, pois as bactérias patogênicas são totalmente eliminadas pela pasteurização. Portanto, o leite brasileiro é de boa qualidade sanitária. Em relação às qualidades organolépticas, contudo, o leite é ruim, porque possui meno-res teomeno-res de gordura, proteína e altos níveis de CBT e CCS que levam à produção de com-postos indesejáveis como aminas.

A qualidade do leite brasileiro pode levar à necessidade de adição de soda e água oxige-nada? Cerca de 10% do leite analisado pela Clínica do Leite possui CBT superior a 1 mi-lhão ufc/ml e deveria ser descartado. Nesse

leite, a adição desses produtos químicos seria utilizada para burlar a fiscalização ou aumen-tar o tempo de validade. Nos 90% restantes, a adição seria totalmente desnecessária. Assim, supõe-se que a fraude pode ter sido tanto econômica quanto em função da má qualidade da matéria-prima da qual aqueles laticínios dispunham – estava entre os 10% fora dos padrões mencionados.

Devem-se direcionar esforços para melhorar a fiscalização, mas principalmente para me-lhorar a qualidade da matéria-prima – fator que não seria alterado por mera fiscalização. O grande choque virá quando o pagamento do leite for negociado de acordo com a qua-lidade do produto. Isso é facilmente compro-vado se comparar as empresas que utilizam essa prática com as que não o fazem. As primeiras possuem CBT de 90 mil ufc/ml, enquanto que as demais têm 500 mil ufc/ml. As empresas somente adotarão o pagamen-to pela qualidade se os consumidores assim o exigirem. A repercussão das notícias sobre a fraude mostra claramente que a população exige esta qualidade. A bola está nas mãos das indústrias e em suas marcas.

a Qualidade do leite brasileiro e as Fraudes

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Paulo F. Machado Laerte Dagher Cassoli Felipe Cardoso Clínica do Leite Esalq/USP

www.clinicadoleite.com.br

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Parâmetro Periodo No. Amostras Média Mediana Desvio Padrão

Gordura (%) 2005-2006 208.118 3,56 3,53 0,63 2006-2007 369.972 3,58 3,55 0,64 Proteina (%) 2005-2006 208.118 3,19 3,19 0,17 2006-2007 369.972 3,19 3,18 0,18 ESD (%) 2005-2006 208.118 8,59 8,6 0,34 2006-2007 369.972 8,56 8,58 0,38 CCS (mil cel/mL) 2005-2006 211.849 501 375 473 2006-2007 377.981 502 383 455 CBT (mil ufc/mL) 2005-2006 206.205 448 164 641 2006-2007 372.943 609 110 1259 NU (mg/dL) 2005-2006 20.922 7,58 6,68 4,34 2006-2007 26.600 7,96 7,16 4,44

Fonte: Clínica do Leite, Esalq/USP

Tabela 1. Análise descritiva das variáveis

de qualidade do leite

Figura 1. Indústrias que monitoram a qualidade

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5

Neste ano, a estiagem severa em várias re-giões combinada com os preços atrativos do leite incentivaram produtores a refor-çarem a dieta do rebanho nos últimos me-ses. O resultado foi crescimento significa-tivo da oferta mesmo em períodos em que era esperado recuo da produção. Mesmo assim, os preços ao produtor seguiram em alta até outubro (referente à produção de setembro).

No segmento de derivados, porém, em agosto o preço do leite UHT deu sinais de enfraquecimento – cálculos do Cepea mostram que este produto exerce forte influência sobre os preços ao produtor. Em setembro, a queda dos derivados foi generalizada (veja cotações na página 5), com os preços do UHT caindo ainda mais expressivamente devido às notícias sobre adulteração deste produto. Em apenas um mês, a queda foi de 18%.

Para o pasteurizado, a redução média dos preços foi de 7%. Assim, a relação leite pasteurizado/UHT passou para 1,12 litro em setembro no estado de São Paulo, a me-nor dos últimos três anos e 12,5% inferior à média do período, de 1,27 litro do leite pasteurizado/UHT.

Na média dos cinco estados incluídos na pesquisa do Cepea (sobre atacado lác-teo), o preço do UHT foi de R$ 1,47/litro, 31 centavos por litro a menos que a média de agosto. A queda mais expressiva, de 24,65% ou de 40 centavos/litro, ocorreu no Paraná, estado em que se observou também o menor preço médio, de R$ 1,23/ litro. Já a maior média, de R$ 1,80/litro, foi praticada em Minas Gerais, mesmo com a redução de 13,9% frente a agosto.

O leite pasteurizado desvalorizou 9 cen-tavos/litro na média geral, com preço

mé-dio de R$ 1,20/litro. Os extremos mémé-dios praticados foram de R$ 1,11/litro no Rio Grande do Sul e de R$ 1,30/litro em Minas Gerais.

Para os queijos mussarela e prato, as que-das foram de 9% e 10,5%, respectivamente, de agosto para setembro. Os preços médios foram de R$ 9,70/kg para a mussarela e de R$ 10,45/kg para o queijo prato, quedas de R$ 1,13 e R$ 1,02 em relação a agosto. O quilo do leite em pó integral (conside-rado a partir de sachê de 400 gramas) teve

queda média de 5,4%, com preços varian-do de R$ 10,93 em São Paulo a R$ 16,12 em Minas Gerais, com a média geral a R$ 13,62.

A manteiga (a partir de unidades de 200 gramas) teve redução pouco expressiva, se comparada aos demais produtos: queda de 1,54% ou de 14 centavos por quilo na média dos cinco estados. A maior média estadual foi verificada no Paraná, de R$ 9,75/kg, e a menor, de R$ 8,81/kg, em Minas Gerais.

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Fonte: Cepea/Esalq-USP R$/L Var% R$/L Var% R$/kg Var% R$/kg Var% R$/kg Var% R$/kg Var% GO

MG PR RS SP

PREÇOS MÉDIOS DOS DERIVADOS PRATICADOS EM SETEMBRO E AS VARIAÇÕES EM RELAÇÃO A AGOSTO

Leite

Pasteurizado Leite UHT Queijo Prato integral Leite em Pó - (sachê 400 g) Manteiga (200 g) MussarelaQueijo Estado Unidade 1,17 -8,88% 1,65 -13,05% 9,38 -16,33% 15,90 -3,61% 8,78 -0,83% 8,93 -12,12% 1,30 -0,28% 1,80 -13,66% 11,56 -1,12% 16,12 -4,62% 8,47 -3,89% 10,50 -7,14% 1,22 -4,53% 1,23 -24,65% 10,21 -10,16% 12,54 -5,87% 9,70 -0,51% 8,99 -11,60% 1,11 -14,77% 1,32 -19,03% 10,60 -11,30% 12,62 -7,13% 9,29 4,16% 10,42 -12,80% 1,19 -4,80% 1,35 -19,48% 10,49 -5,54% 10,93 -5,52% 8,88 -6,62% 9,58 -8,75%

Por Pedro H. Sarmento Liège Vergili Correia Equipe Leite Cepea - Esalq/USP

E-mail: leitecepea@esalq.usp.br

Fonte: Cepea

Variação de Preços do Leite UHT e Pasteurizado

Relação UHT x Pasteurizado

Fonte: Cepea Fonte: Cepea/SimLeite 1,00 1,10 1,20 1,30 1,40 1,50 1,60 out/0 4 nov/0 4 dez/0 4 jan/05fev/05mar/0 5 abr/0 5 mai/0 5 jun/05jul/05ago/0

5 set/0 5 out/0 5 nov/0 5 dez/0 5 jan/06fev/06mar/0 6 abr/0 6 mai/0 6 jun/06jul/06ago/0

6 set/0 6 out/0 6 nov/0 6 dez/0 6 jan/07fev/07mar/0 7 abr/0 7 mai/0 7 jun/07jul/07ago/0

7 set/0 7 1,52 1,12 1,27

UHT x Pasteurizado Média

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-18% -7% -20% -15% -10% -5% 0% 5% 10% 15% UHT Pasteurizado out/0 5 nov/0 5 dez/0 5 jan/06 fev/06mar/0 6 abr/0 6 mai/0 6

jun/06 jul/06ago/06set/06out/06 nov/0 6 dez/0 6 jan/07fev/07mar/0 7 abr/0 7 mai/0 7

(6)

6

55 6

MILHO

RITMO de ALTAS dIMInUI, MAS PATAMAR SeGUe eLeVAdO

Em outubro, o movimento de alta dos pre-ços do milho recebidos pelos produtores perdeu força. Em Cascavel (PR), a média foi de R$ 19,29/sc, 1% menor que a de setem-bro, mas ainda 48,4% superior à de outubro de 2006. Já para o Indicador ESALQ/BM&F (Campinas – SP), houve aumentos de 1,5% em relação à setembro e de 30,2% sobre out/06, com a média de out/07 a R$ 27,36/sc de 60 kg. Isso porque Campinas é uma das regiões que continuou apresentando oferta bastante restrita.

Os principais motivos da estabilidade em outubro foram o desinteresse das

agroin-dústrias na compra do grão (suficientemen-te estocadas) e a maior oferta resultado da intervenção do governo federal, que intensi-ficou os leilões de venda e do VEP (Valor de Escoamento de Produto) no período. O bom desempenho das exportações con-tribuiu para sustentar as cotações na maio-ria das regiões. Segundo dados da Secex, o volume embarcado em outubro foi recorde, de 1,8 milhão de toneladas, acumulando no ano cerca de 8,7 milhões de toneladas – 17% da produção da safra 2006/07 (51,37 milhões de toneladas - Conab).

Quanto ao plantio da safra 2007/08, as chu-vas ocorridas nas principais regiões produ-toras do Sul do Brasil contribuíram para o avanço das atividades, germinação e desen-volvimento da planta. Também choveu em MS e MT. No Paraná, até o encerramento do mês, o plantio já se encontrava na fase final. A estimativa de área a ser plantada no Brasil é de 14,25 milhões de hectare, aumento de 1,4% em relação à safra 2006/07, segundo dados da Conab. A produção estimada para safra verão está em 37,3 milhões de tonela-das, crescimento de 2% sobre a temporada anterior.

Por Mauro Osaki e Lucilio Rogerio Aparecido Alves Equipe Grãos Cepea - Esalq/USP

E-mail: graoscepea@esalq.usp.br

e Viviane P. Paulenas,

Equipe Leite Cepea - Esalq/USP

E-mail: leitecepea@esalq.usp.br

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utubro

/07

Em outubro, o produtor paulista precisou de 36,5 litros de leite para comprar uma saca de milho (60 kg) na região de Cam-pinas (SP), o que representa 2,1% a me-nos que em outubro de 2006. Em relação a setembro deste ano, contudo, o poder de compra do produtor de leite diminuiu 6,93%, devido tanto à queda do preço do leite (5,85% em SP) quanto à valoriza-ção do milho (6,96% em Campinas). Se a comparação for feita com agosto deste ano (melhor momento ao produtor de leite no período analisado), o poder de compra do produtor diminuiu expressivos 27,75%. A média das relações de troca de outubro dos anos de 2002 a 2007 é de 41 litros, o que significa que a atual troca está 11% mais favorável ao pecuarista.

A relação de troca de leite por milho vem piorando ao produtor de leite nos últimos três meses, devido, além das baixas do lei-te, aos elevados preços da saca de milho.

QUAnTOS LITROS de LeITe SÃO neCeSSÁRIOS PARA

AdQUIRIR UMA SACA de MILHO?

Litros de leite necessários para adquirir uma saca de milho

Fonte: CEPEA - Esalq/USP L/ sc 6 0 kg Saca de Milho -10 20 30 40 50 60 70

out/02 out/03 out/04 out/05 out/06 ago/07 set/07 out/07

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Em Campinas (SP), o preço médio do fa-relo foi de R$ 676,81/tonelada em outubro, alta de 16,8% em relação ao mês anterior e de 39% sobre o mesmo período de 2006. O aumento de 4% no valor médio dos con-tratos do farelo que vencem em dezembro na Bolsa de Chicago (CBOT) e os prêmios de exportação positivos foram os princi-pais motivos da alta do preço do farelo de soja negociado no Brasil.

Ao contrário dos meses anteriores, as al-tas de preço do milho e do farelo de soja preocuparam produtores de leite em

ou-tubro, visto que a notícia negativa sobre a adulteração do leite UHT e a maior oferta do leite para os próximos meses podem pressionar as cotações ao produtor, redu-zindo a relação de troca com os principais insumos.

Quanto ao plantio de soja, as atividades avançaram em outubro nas principais giões brasileiras. As chuvas esparsas re-gistradas no início do mês preocupavam agricultores, mas, no final de outubro, com a regularização das precipitações, produ-tores intensificaram as atividades. Embora

o plantio apresente certo atraso, segundo agentes, o mesmo será rapidamente recu-perado ao longo de novembro, pois muitos produtores adquiriram semeadeiras mo-dernas, que permitem plantio no período noturno.

A área de plantio estimada para a safra 2007/08 é de 21,2 milhões de hectare (Co-nab), 2,5% superior à da safra 2006/07. A produção deve totalizar 59,4 milhões de toneladas, aumento de 1,7% sobre a ante-rior (58,4 milhões de toneladas).

Fonte:

CEPEA - Esalq/USP

Na média dos meses de outubro dos últi-mos anos (desde 2002), o produtor pau-lista precisou de 1.213,81 litros de leite para adquirir uma tonelada de farelo de soja na região de Campinas (SP). Mas, em outubro deste ano, 916,53 litros foram suficientes para a mesma troca, ou seja, a relação de troca esteve 24,5% mais favo-rável ao produtor de leite que a média de outubro dos últimos anos.

A melhor relação de troca de leite por fa-relo de soja no período analisado (jan/02 a out/07) ocorreu em agosto deste ano, quando eram necessários apenas 683,63 litros de leite para a compra de uma tone-lada de farelo de soja, 25,41% a menos que em outubro último. Já o momento menos favorável ao produtor de leite ocorreu em outubro de 2002, quando foram necessá-rios 1.839,89 litros de leite para a mesma compra.

A redução do poder de compra nos últi-mos três meses se deve aos significativos aumentos dos preços do farelo de soja que foram superiores aos reajustes do leite. A

partir de outubro, com os preços do leite recuando e a soja se mantendo em entres-safra no Brasil, a situação ao pecuarista pode piorar.

QUAnTOS LITROS de LeITe SÃO neCeSSÁRIOS PARA

AdQUIRIR UMA TOneLAdA de FAReLO de SOJA?

Litros de leite necessários para adquirir uma tonelada de farelo de soja

L/ t Farelo de Soja -200 400 600 800 1.000 1.200 1.400 1.600 1.800 2.000

out/02 out/03 out/04 out/05 out/06 ago/07 set/07 out/07

PReçO SOBe 17% eM OUTUBRO

FAReLO de soja

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77 8

Após adquirir a empresa mineira Laticínios DaMatta, o grupo gaúcho Bom Gosto foi às compras novamente. Dessa vez, a presa foi a Nu-trilat de Fazenda Vilanova (RS), a terceira maior do estado em processamento de leite e a segunda maior fabricante de leite em pó. A Nutrilat contro-la as marcas Nutricontro-lat, Sulino e Hamburguês. Para expandir os negócios, em agosto o grupo Bom Gos-to anunciou investimenGos-tos de R$ 85 milhões e a entrada da BNDESpar como acionista. O laticínio Bom Gosto está classificado entre os dez maiores do setor no Brasil. Se depender da sua voracidade, logo, o grupo subirá de posição no ranking. (Re-vista Amanhã)

Na primeira semana de novembro, o Mato Grosso do Sul foi reconhecido pelo Ministério da Agricultura como área livre de febre aftosa com vacinação. De acordo com o comunicado do Mi-nistério, o novo status sanitário do estado suspen-de as restrições impostas ao trânsito e comércio suspen-de animais e produtos de Eldorado, Japorã e Mundo Novo, municípios que registraram focos de afto-sa em 2005 e 2006. A decisão, segundo o ministro da Agricultura Reinhold Stephanes, vai contri-buir para que Mato Grosso do Sul possa retomar as exportações. “O comércio externo, incluindo a União Européia, ainda depende de liberação da OIE (Organização Mundial de Saúde Animal)”, disse, acrescentando que em dezembro, uma nova missão internacional deve visitar a região. (Valor econômico)

Apesar da supersafra de milho neste ano, os estoques de passagem do cereal serão insufi-cientes para atender a toda demanda. A previsão da Companhia Nacional de Abastecimento (Co-nab) é que os estoques totais (público e privado) correspondam a 2,5 milhões de toneladas em feve-reiro de 2008, metade do armazenado no mesmo período de 2007. A companhia projeta um volu-me de exportação entre 10 milhões e 10,5 milhões de toneladas no ano, quantidade próxima de ser confirmada, visto que até outubro foram embarca-dos 8,4 milhões de toneladas. “Não haverá milho para todos. A situação ficará difícil”, disse Marco Antônio de Carvalho, técnico de planejamento da companhia. A previsão da consultoria Safras & Mercado ainda é de estoques menores, um volume de aproximadamente 1,7 milhão de toneladas, 37% menor que em fevereiro de 2007 (2,7 milhões de toneladas). (Gazeta Mercantil)

Basta observar nas gôndolas de supermerca-dos ou nos cardápios de restaurantes: os quei-jos finos começam a “cair no gosto” brasileiro, e indústrias estão atentas a este segmento. Segundo informações da Associação Brasileira da Indús-tria de Queijos (Abiq), o volume destes produtos

(Gruyére, Emmental, Brie e Gorgonzola) fabri-cados no Brasil atingiu 61,8 mil toneladas no ano passado. O aumento chega a 92% se comparado a 1991, quando, com a abertura do mercado, os pri-meiros queijos especiais importados começaram a chegar ao País. “O consumidor se interessou ao experimentar os queijos em viagens e restauran-tes. E as empresas locais ampliaram a variedade de tipos produzidos no País”, disse a secretária-geral da Abiq, Silmara Figueiredo. Apesar de o volume ainda responder por apenas 10% do total dos quei-jos produzidos no Brasil, fabricantes apostam no produto para multiplicar o faturamento. (O esta-do de S. Paulo)

A Perdigão anunciou no final de outubro a compra de ações da Eleva Alimentos, que pas-sa a ser sua subsidiária integral. A partir disso, a Perdigão ultrapassa a Sadia no ranking das empre-sas do setor e assume a liderança em faturamento segmento de processamento de carne suína e de frango no Brasil. Serão adquiridas 23,17 milhões de ações da Eleva, por R$ 25,82/ação. Elas repre-sentam 46,23% da participação detida pelos con-troladores da Eleva e correspondem a 35,74% do capital votante e total da mesma empresa. Com as transações efetivadas, a Perdigão deterá o controle acionário da Eleva. Entre janeiro e setembro deste ano, o faturamento da Perdigão somou R$ 5,5 bi-lhões. Somado ao da Eleva durante o mesmo perí-odo, chega a R$ 7,4 bilhões, superando o da Sadia, que foi de R$ 6,9 bilhões. (O estado de S. Paulo)

Associação Brasileira do Leite Longa Vida (ABLV) anunciou no dia 1º de novembro que pretende lançar um selo no início de 2008 para atestar a qualidade do leite no País. O objetivo da entidade é ampliar a certificação também para outros produtos e derivados. Para consegui-lo, as empresas precisam se enquadrar em uma série de normas, além de atestar a qualidade do produto com avaliações periódicas. O vice-presidente da ABLV, Laércio Barbosa, afirmou que as indústrias que produzem leite longa vida têm como detectar as fraudes no produto. “A fraude foi na matéria-prima e, até o momento, nada foi detectado no produto final. Não há nenhum laudo que ateste presença de água oxigenada ou soda cáustica no leite Longa Vida”, afirma. Segundo Barbosa, o leite só é descarregado nas indústrias se for aprovado nos testes realizados pelas próprias empresas. De acordo com ele, nessas análises são verificados o teor de gordura, açúcares, presença de antibióti-cos, entre outras substâncias. De acordo com o professor do Instituto de Laticínios Cândido Tos-tes, em Minas Gerais, Paulo Henrique da Silva, o selo de qualidade vai trazer mais credibilidade para os produtos lácteos. (G1)

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ATenTO

Lucas Detoni Rizzollo Equipe Leite Cepea - Esalq/USP

E-mail: leitecepea@esalq.usp.br

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