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VIVER É MUITO PERIGOSO, MAS É DESAFIADOR

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Academic year: 2021

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ESTUDO 52

“VIVER É MUITO PERIGOSO”,

MAS É DESAFIADOR

INTRODUÇÃO

João Guimarães Rosa, escritor mineiro de Cordisburgo, (1908-1967), em seu livro “Grande ser-tão veredas” apresenta a sabe-doria popular do mineiro. Uma das frases do seu personagem Riobaldo é uma grande verdade: “viver é muito perigoso”. Afi nal, viver de verdade, é muito perigo-so. É uma grande aventura, pois a vida além de breve é extrema-mente imprevisível. Mas se nos deixamos dominar pela visão de que viver é muito perigoso e isto nos paralisa, impedindo que nos lancemos, pela graça de Deus, nesta grande aventura que é viver, aí viver se torna de fato muito perigoso, pois o ris-co de morte se torna iminente. Quantos estão perdendo a ale-gria de viver por serem domi-nados pelos medos, sobretudo, o chamado “Medo líquido” de Zigmunt Baumann, dentre eles, o pavor da morte, o horror do inadministrável, do terror glo-bal e outros pavores de nosso tempo! Quantos estão perdendo

LEITURAS DIÁRIAS Segunda At. 20:17-26 Terça At. 20:27-38 Quarta At. 21:1-20 Quinta At. 21:21-40 Sexta Mt. 6:26-30 Sábado Mt. 25:14-31 Domingo Lc. 18:1-8

a alegria de uma vida de comu-nhão com Deus e seu povo por medo de se lançar nos braços do Senhor e de se envolver com a vida e a dinâmica da Igreja! No entanto, para viver é preciso ter atitudes que ajudem a encarar os desafi os próprios do viver.

Aplicação a sua vida: Viver é um fascínio. Transitar entre a alegria e o medo são reações prazerosas, porém, na atuali-dade, toda a violência e intole-rância tem feito com que o medo ultrapasse a alegria de viver. Você tem vivido esse fenômeno e assim deixado de participar de atividades coletivas de adoração a Deus, por medo da violência? Comente.

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1– DESAFIO É PARA QUEM TEM CORAGEM

Jesus, ao chamar seus discípu-los, nunca lhes prometeu vida fácil, mas os desafi ou a viver pela fé, apropriando-se das ver-dades “do caminho”. Quando os desafi ou a segui-lo, disse que teriam que ter coragem de negar a si mesmos: (Mateus 6:26, 28-30) e compromisso em cumprir a missão confi ada, que pode-riam contar com sua presença todos os dias: “E eu estarei sem-pre com vocês, até o fi m dos tem-pos” (Mateus 28;20b). Quando olhamos para a vida do apóstolo Paulo, vemos nele uma coragem para encarar os desafi os que lhe estavam propostos, que ele che-gou a dizer:

“Todavia, não me importo, nem considero a minha vida de valor algum para mim mesmo, se tão somente puder terminar a corri-da e completar o ministério que o Senhor Jesus me confi ou, de tes-temunhar do evangelho da graça de Deus”. Atos 20:24.

Antes de dizer estas palavras, ele disse que estava impelido pelo Espírito Santo a ir para Je-rusalém, sem saber o que iria lhe acontecer quando chegasse lá, mas que também o Espíri-to SanEspíri-to lhe havia diEspíri-to que em todas as cidades o esperavam prisões e sofrimentos. Porém, ainda assim, no versículo citado

acima, ele diz que estava deter-minado a ir. De onde vinha esta coragem? Ele mesmo responde: “Pois Deus não nos deu espíri-to de covardia, mas de poder, de amor e de equilíbrio. Portan-to, não se envergonhe de teste-munhar do Senhor, nem de mim, que sou prisioneiro dele, mas suporte comigo os meus sofri-mentos pelo evangelho, segundo o poder de Deus.” (2 Tm 1.7). Em 2 Coríntios 11:23-28, fala dos perigos que corajosamen-te enfrentou pelo Senhor e por sua Igreja. Situações de grande risco, que venceu pela graça de Deus.

Desafi o é para quem tem cora-gem. Que você possa, à seme-lhança do apóstolo Paulo, se dispor a correr o risco, por sabe como ele por essa causa tam-bém sofre, mas não se envergo-nha, porque sabe em quem tem crido e está bem certo de que ele é poderoso para guardar o que lhe confi ou até aquele dia (II Ti-móteo 1:12).

Aplicação a sua vida: O desa-fi o de viver em um mundo tão cheio de violência e oportuni-dades distantes da vontade de Deus é muito grande, porém Ele afi rma que estará conosco todo o tempo. Você tem experimenta-do enfrentar seus meexperimenta-dos, negar a si mesmo para vencer como cristão transformado, preser-vando valores divinos, neste mundo de perigos? Comente.

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2– “QUEM NÃO ARRISCA, NÃO PETISCA”

Como viver é perigoso, muitos não se arriscam a viver, em es-pecial de acordo com a vontade e o propósito de Deus. Paulo se torna para nós um exemplo de ousadia em abrir mão de valores terrenos para se apegar ao que realmente conta, quando diz aos fi lipenses:

Pois nós é que somos a circun-cisão, nós que adoramos pelo Espírito de Deus, que nos gloria-mos em Cristo Jesus e não tegloria-mos confi ança alguma na carne, em-bora eu mesmo tivesse razões para ter tal confi ança. Se alguém pensa que tem razões para con-fi ar na carne, eu ainda mais: cir-cuncidado no oitavo dia de vida, pertencente ao povo de Israel, à tribo de Benjamim, verdadei-ro hebreu; quanto à Lei, fari-seu; quanto ao zelo, perseguidor da igreja; quanto à justiça que há na Lei, irrepreensível. Mas o que para mim era lucro, passei a considerar como perda, por cau-sa de Cristo. Mais do que isso, considero tudo como perda, com-parado com a suprema grande-za do conhecimento de Cristo Je-sus, meu Senhor, por quem perdi todas as coisas. Eu as considero como esterco para poder ganhar Cristo e ser encontrado nele, não tendo a minha própria justiça que procede da Lei, mas a que vem mediante a fé em Cristo, a justiça que procede de Deus e se baseia na fé. Quero conhecer

Cristo, o poder da sua ressurrei-ção e a participaressurrei-ção em seus so-frimentos, tornando-me como ele em sua morte para, de alguma forma, alcançar a ressurreição dentre os mortos. Não que eu já tenha obtido tudo isso ou tenha sido aperfeiçoado, mas prossigo para alcançá-lo, pois para isso também fui alcançado por Cris-to Jesus. Irmãos, não penso que eu mesmo já o tenha alcançado, mas uma coisa faço: esquecen-do-me das coisas que fi caram para trás e avançando para as que estão adiante, prossigo para o alvo, a fi m de ganhar o prêmio do chamado celestial de Deus em Cristo Jesus. (Fl 3.3-14) Com estas palavras ele nos mos-tra que vale a pena arriscar tudo pelo Reino de Deus. Vale a pena abrir mão dos valores deste mundo para ter a Cristo. Paulo não colocava o valor de sua vida acima do plano de Deus para si e a humanidade, por isso não temia se arriscar nem temia ar-riscar tudo pelo Reino.

Que você possa ter bem clara a visão do propósito de Deus para sua vida e para a humanidade, a fi m de que tenha disposição para se arriscar no cumprimen-to da missão que o Senhor lhe deu. Ousando se arriscar, você certamente será abençoado pelo Senhor. Lembre-se da Parábola dos talentos (Mateus 25:14-31). Um teve medo de se arriscar e perdeu tudo quanto tinha. Os outros dois, independentemente

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do valor que cada um recebeu, não tiveram medo de arriscar e foram grandemente recompen-sados.

Aplicação a sua vida: Em um mundo de tantos contrastes e intolerância, se arriscar a pro-clamar o evangelho é um risco que só se vence com relacio-namento com Deus. A sinto-nia com Deus nos leva a estar onde ele atua, a ser usado por Ele e para Ele. Como você tem buscado esse relacionamento? Comente.

3 – “ÁGUA MOLE EM PEDRA DURA, TANTO BATE, ATÉ QUE FURA”

Este dito popular, tão comum entre os mineiros, remete à ou-sadia e determinação em ser capaz de persistir apesar dos obstáculos, das barreiras e das resistências. Um exemplo disto nos é dado por Jesus na Pará-bola da viúva e o Juiz impeni-tente, em Lucas 18:1-8, onde nos encoraja a persistir em ora-ção confi ando na bondade e na graça do Pai.

Muitas vezes desistimos facil-mente diante das lutas e dos problemas da vida, especial-mente vivendo numa socieda-de que não aceita frustrações, “nãos” e adiamentos. Sendo hedonistas, nos tornamos fa-cilmente consumistas, sendo consumistas, imediatistas, não aceitamos frustração, adiar a gratifi cação e o prazer.

Esta visão equivocada dos en-sinamentos bíblicos, numa perspectiva bem característica do evangelho da prosperidade, nos faz pensar que o Senhor irá atender imediatamente nossos pedidos, o que não é verdade. Afi nal, não encontramos, em nenhum lugar das Escrituras, que o Senhor se comprometa em nos atender imediatamente, o que pode acontecer uma vez ou outra, mas nunca será uma regra. E algumas vezes Deus pa-rece demorar em nos responder, para trabalhar nossas vidas e de outras pessoas também. O exemplo de Abraão neste senti-do é signifi cativo, pois quansenti-do saiu de Harã com a promessa de que o Senhor lhe daria descen-dência e faria dele uma grande nação, sem que àquela altura, tivesse fi lhos, é algo que nos chama a refl etir sobre a questão da esperança e da persistência. Vinte e cinco anos se passaram e quando o Senhor apareceu para ele no capítulo 18 de Gêne-sis, ele está com 99 anos e Sara, sua esposa, com 89. O Senhor lhe diz que na próxima prima-vera Sara teria em seus braços o fi lho tão desejado, o que a fez rir, por incredulidade e impaci-ência, pois se quando era mais jovem isto já não seria tão fácil, muito mais agora, que ela e o esposo eram idosos. No entanto, esse era o momento que Deus escolhera para agir na vida de-les, e Mackintosh diz algo mui-to interessante a esse respeimui-to:

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“Deus age quando a natureza está morta”. Deus muitas vezes age quando paramos de tentar resolver as coisas do nosso jeito, como tentaram Abraão e Sara, através da escrava Agar, para que pudessem ter um descen-dente.

Viver é perigoso, de um modo especial, em nosso relaciona-mento com Deus, porque a me-todologia de Deus é diferente da nossa e do mundo. Enquanto nós e o mundo somos imedia-tistas, Deus age no tempo Dele. Deus não age segundo o cronos (no grego - tempo) do relógio e do calendário, mas segundo o Kairós (no grego - momento cer-to, oportuno) que é o tempo da oportunidade, a plenitude dos tempos, quando ou a natureza está morta ou o propósito de Deus se cumpriu. Neste caso, só vence quem é capaz de espe-rar e de persistir confi ando no Senhor. De confi ar e de entre-gar sua vida e causa nas mãos Daquele que tudo pode.

Aplicação a sua vida: Enfren-tar as difi culdades é desafi o para todo ser vivente. Porém, para o servo do Senhor, Jesus é ainda maior, pois tem que des-cobrir qual é a vontade de Deus. Esse desafi o se torna insignifi -cante diante do relacionamen-to com Deus. Você tem procu-rado aumentar sua resistência diante dos desafi os, ampliando seu relacionamento com Deus? Como?

CONCLUSÃO

“Viver é muito perigoso”. Viver sempre foi muito perigoso, mas quem tem medo de viver, acaba morrendo física, emocional ou espiritualmente. Porque uma vez no mundo, não há como não viver. Alguns optam por viver de forma vegetativa, aquela em que as funções orgânicas acontecem independente da vontade das pessoas, ou seja, a pessoa vive porque está viva, porque se de-pendesse dela, nem isso acon-teceria. Outros optam por viver intensa e loucamente. Ainda ou-tros optam por viver os planos de Deus, cumprindo os propó-sitos dEle, glorifi cando ao Se-nhor, edifi cando a Igreja e con-tribuindo para a expansão do Reino, construindo reputação e deixando um legado. Viver é muito perigoso, mas vale a pena encarar esta aventura no poder e na direção do Senhor.

Suporte para Pequenos Grupos 1. O que mais chamou sua

aten-ção neste estudo?

2. Você concorda com a frase “viver é muito perigoso”? 3. Faça um paralelo entre a frase

“quem não arrisca não petisca” e Filipenses 3.3-14.

4. Faça um paralelo entre o texto bíblico de Lucas 18:1-8 e a fra-se “água mole em pedra dura, tanto bate até que fura”.

Referências

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