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I t i n e r á r i o p a r a o A n o d a F é

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Academic year: 2021

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Texto

(1)

viver

em aliança

“Vinde e vereis.

Foram e viram onde morava

e ficaram com Ele nesse dia.

Jo 1,39

(2)

__________FICHA TÉCNICA DO ITINERÁRIO PARA O ANIMADOR ___________

“Viver em aliança” é um itinerário de Fé (de conhecimento, de relação, de experiências…)

elaborado a partir da Carta dos Bispos do Porto para o Ano da Fé e inspirado nos percursos de

Catequese de Adultos.

A sua dinâmica “ternária”, Ir-Permanecer-Ver, é uma tentativa de proporcionar a pequenos

grupos de “discípulos de Cristo” um ambiente, uma abordagem dos conteúdos da fé, um

espaço de “dizer a fé”, um percurso… que favoreça o encontro ou o re-encontro com o Mestre

e os Irmãos em Comunidade. Um face a face, no Espírito, com Jesus Cristo que leva ao Pai.

Este itinerário é apenas uma proposta, um ponto de partida que deverá ser recriada e

adaptada a cada realidade. A dinâmica sugerida exige ter-se em conta o perfil dos

animadores e dos destinatários!

Objetivos a partir da “Porta Fidei” e da Carta dos Bispos aos Diocesanos do

Porto

“Possa este Ano da Fé tornar cada vez mais firme a relação com Cristo Senhor, dado que só nele temos a certeza para olhar o futuro e a garantia dum amor autêntico e duradouro” (Porta Fidei, nº 15).

 Redescobrir a fé como uma relação e um dom a cuidar em toda a vida;

 Reler os conteúdos essenciais da fé a partir dum percurso sistemático e orgânico;  Redescobrir a dimensão cristocêntrica da fé;

 Viver em grupo/comunidade um itinerário de fé;  Celebrar a fé em comunidade;

 Intensificar os laços comunitários, estreitar as relações fraternas;

 Oferecer aos catequistas um espaço de experiências e partilha de vida na fé…

Fontes/ Bibliografia

 Sagrada Escritura

 Catecismo da Igreja Católica  Youcat

 Documentos do Concílio Vaticano II

Carta Apostólica, Porta Fidei de Bento XVI

 Carta dos Bispos aos Diocesanos do Porto para o Ano da Fé

Conteúdos

Os conteúdos são os propostos na Carta dos Bispos do Porto. Apenas se acrescenta uma introdução retirada da Porta Fidei.

 Atravessar a porta da fé  Recapitulando tudo em Cristo  O mistério pascal

 O corpo eclesial de Cristo  A vida em Cristo

 Conhecendo a Deus no amor fraterno  Rezar cristãmente

EU SOU a porta.

Se alguém entrar por mim estará salvo

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Destinatários

Educadores na fé: Catequistas e outros agentes de pastoral …

Grupo de pais dos catequizandos (implicados na catequese intergeracional, outros …)

Grupos de adultos

Sempre que possível, seria importante que o número de pessoas por grupo não ultrapasse as 15. Só é possível uma verdadeira partilha de vida em grupos pequenos. Nas comunidades poderão reunir-se simultaneamente vários grupos (inclusive tendo em conta as características dos membros : disponibilidade, …) todavia, ao longo do percurso, nas diferentes etapas todos os grupos deverão encontrar-se para partilhar e celebrar. Será necessário assegurar a unidade e comunhão da comunidade.

Fundamentação catequética do itinerário

A partir dos documentos do Concílio Vaticano II, do Catecismo da Igreja Católica, da Porta Fidei e da Carta dos Bispos aos diocesanos do Porto, o “processo formativo” proposto oferece elementos para criar, ao longo de um ano, uma

“escola de fé”

(Cf. DGC nº90 – 91).

O percurso “viver em aliança” é de “inspiração catecumenal”, procurando proporcionar uma experiência forte de fé a partir dum itinerário, enquadrada numa “catequese de adultos ocasional” (Cf. DGC nºs 172, 176).

Assim sendo procurar-se-á ter em conta: -a finalidade última da catequese

«A finalidade última da catequese é pôr as pessoas não apenas em contacto, mas em comunhão, em intimidade, com Jesus Cristo». Toda a ação evangelizadora tem como objetivo favorecer a comunhão com Jesus Cristo. A partir da conversão «inicial» de uma pessoa ao Senhor, suscitada pelo Espírito Santo, mediante o primeiro anúncio, a catequese propõe-se dar um fundamento e fazer amadurecer esta primeira adesão. Trata-se, então, de ajudar aquele que acaba de se converter a «...melhor conhecer o mesmo Jesus Cristo ao qual se entregou: conhecer o Seu mistério, o Reino de Deus que Ele anunciou, as exigências e as promessas contidas na Sua mensagem evangélica e os caminhos que Ele traçou para todos aqueles que O querem seguir». (DGC 80 – CT5 - CIC 426)

-a meta da catequese

A finalidade da catequese exprime-se através da sua meta: a profissão de fé no Deus único: Pai, Filho e Espírito Santo. A catequese é a forma específica do ministério da Palavra que faz amadurecer a conversão inicial, até fazer dela uma confissão de fé viva, explícita e operante: «A catequese tem a sua origem na confissão de fé e leva à confissão de fé».(DGC 82)

-as tarefas da catequese

A finalidade da catequese realiza-se através de diversas tarefas, mutuamente relacionadas para as levar a cabo, a catequese deverá inspirar-se no método seguido por Jesus para formar os Seus discípulos: dava-lhes a conhecer as diversas dimensões do Reino de Deus “A vós é dado compreender os mistérios do Reino de Deus” (Mt 13, 11); ensinava-os a rezar “Quando orardes, dizei: Pai...” (Lc 11, 2); incutia-lhes atitudes evangélicas “Aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração”(Mt 11, 29); e iniciava-os na missão “E enviou-os dois a dois...”(Lc 10, 1).

As tarefas da catequese correspondem à educação nas diversas dimensões da fé, uma vez que a catequese é uma formação cristã integral, «aberta a todas as outras componentes da vida cristã». Em virtude da sua própria dinâmica interna, a fé implica ser conhecida, celebrada, vivida e feita oração. A catequese deve cultivar cada uma destas dimensões. Mas a fé vive-se na comunidade cristã e anuncia-se na missão: é uma fé partilhada e anunciada. A catequese deve promover também estas dimensões. (DGC 84)

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O itinerário

a---Um jeito de percorrer o caminho

Em comunidade percorrer o caminho procurando:  Conhecer

 Celebrar  Orar Viver  … Partilhar

b---Viver um ritmo ternário/trinitário - uma viagem simbólica

Cada conteúdo será trabalhado ao longo de dois meses com um ritmo ternário a partir do texto de S. João: ”Vinde e vereis” (Jo 1, 39)

 1º passo: Tempo de IR – ao encontro do Mestre

Lugar simbólico- Betânia: estar aos pés do Mestre

lugar: do encontro - da intimidade – da escuta – da palavra- do silêncio  2ºpasso: Tempo de PERMANECER dia a dia com o Mestre

Tempo para a vida quotidiana e leitura evangélica da vida: Lugar simbólico- Galileia: andar nos caminhos do Mestre

lugar: da vida – do quotidiano- dos encontros – do amor- dos dias salvos pela presença do Mestre nas nervuras do viver

 3ºpasso: Tempo de VER com e como o Mestre

Lugar simbólico- Jerusalém: entrar no mistério Pascal do Mestre – coração da fé

Lugar para: adentrar-se na morte e ressurreição do Senhor – para ouvir – ver – compreender –aderir ao mistério da salvação em Jesus, O Cristo

Indicações práticas- significado e objetivos de cada passo

1º passo:

Tempo para IR

ao encontro do Mestre

– acreditar é deixar-se encontrar e tocar por Jesus Cristo

Percurso comunitário de encontro com o Mestre

Em Betânia, na casa de Marta e Maria

Ir, deixar a sua casa, afazeres e comodidade, deixar-se a si mesmo e partir ao encontro de Jesus, sentar-se aos seus pés como Marta e Maria para escutar o Mestre. Eis o desafio do primeiro tempo de

contacto com o conteúdo da fé proposto, na planificação do ano, será um encontro celebrativo/orante. Nele, pretende-se oferecer um espaço de conhecimento e de experiência orante da fé.

É um tempo de escuta, aprofundamento e assimilação dos conteúdos através da arte. Um encontro na fé em que a “beleza se torna orante”. Será proposto, sempre que possível, um ícone para ser contemplado

ou uma obra de arte.

2º passo:

Tempo para PERMANECER

– acreditar é deixar-se transformar por Jesus Cristo

Percurso pessoal de conversão- no dia-a-dia

Na galileia, nos caminhos do Mestre - n quotidiano

«Permanecei em mim, que Eu permaneço em vós. Tal como o ramo não pode dar fruto por si mesmo, mas só permanecendo na videira, assim também acontecerá convosco, se não permanecerdes em mim. Eu sou a videira; vós, os ramos.» Jo 15, 4-5

Este tempo é um convite a permanecer em Cristo e a identificar-se com Ele no ser, pensar e agir. É o tempo de viver cada dia com Jesus e ao jeito de Jesus.

Este segundo tempo é o tempo da vida, entre o 1º e 2º encontro de cada um tema, em que o grupo é

convidado a ver, viver, refletir e orar os conteúdos partilhados no 1º encontro para permanecer unido à videira e dela receber a seiva, em todas as horas do dia.

Este é um tempo de conversão. Um desafio a entrar no ritmo e na ação do Reino: Deixar-se olhar por Deus, por Jesus Cristo e pôr-se a caminho segundo o coração do Pai vivendo a vida ao jeito do Evangelho.

(5)

Este é o tempo para ler a vida: o ser, as opções, os acontecimentos, as relações interpessoais, a sociedade… a fim de descobrir a presença e a ação de Deus no quotidiano e a Sua vontade, através de Jesus Cristo, pelo Espírito. É um treino para O reconhecer nas entrelinhas da vida e contemplar o seu Projeto para a humanidade: “Um Reino de irmãos reunidos no coração do Pai”.

Os participantes do grupo são convidados a registar, ao longo deste tempo, num “Diário de fé” as suas

experiências, descobertas, questões, dúvidas e a cantar as maravilhas de Deus… Para que o “dia a dia

na fé” possa ser ao jeito do apelo de Paulo: “Vivei alegres, orai sem cessar, em tudo dai graças. Esta é a vontade de Deus a vosso respeito em Jesus Cristo” (1Ts 5,16-18).

Leitura diária da Palavra – do Evangelho de cada dia

Sugere-se que se leiam as leituras de cada dia. Uma das formas de o fazer, para quem tem acesso à Internet será de subscrever-se no site: www.evangelho.cotidiano-orgue. Receberá assim diariamente os textos bíblicos da liturgia do dia.

Comprometer-se a realizar uma ação concreta junto dos que mais sofrem

“Amai-vos”: a fé é um jeito de “SER PESSOA EM RELAÇÃO COM DEUS E COM OS IRMÃOS”. Ser discípulo de Jesus Cristo implica fazer da vida uma dádiva em favor dos marginalizados, desprotegidos, dos pobres, sobre tudo dos que vivem situações de dor e ou sofrimento. Por isso, convida-se, individualmente e em grupo, a analisar a situação da comunidade a fim de partilhar a amizade, os bens e o tempo com os que necessitam. Seria importantes os catequistas (ou outros educadores) implicarem os mais novos no dinamismo solidário.

3º passo:

Tempo para VER

– acreditar é SER filho por Jesus Cristo e nELE

Percurso pessoal e comunitário de descoberta do Mestre e da vida da Igreja

Em Jerusalém, convidados a conhecer e a compreender a fé a partir do mistério Pascal

O tempo de Ver é o tempo da escuta, da assimilação, do aprofundamento dos conteúdos da fé da Igreja. Será o tempo de entrar na compreensão do mistério Pascal, no coração da fé;

Será o tempo de dizer em comunidade: Sei em quem “pus a minha confiança”.

Será o tempo de aprofundar, de compreender a carta dos Bispos do Porto assim como os documentos do Concílio Vaticano II e o Catecismo da Igreja Católica na mão;

Será o tempo de partilhar algumas páginas do “Diário de fé”, de narrar as experiências e dar sentido à vida. Dizer a fé e dizer-se para dar razões da fé;

Será o espaço para solicitar a presença de um formador que ajude a conhecer e a compreender os conteúdos essenciais da fé cristã.

Partilha do diário de fé

Neste encontro, os participantes serão convidados a partilharem algo do “Diário de Fé” escrito ao longo do tempo “Permanecer”.

A partilha da vida na fé, em comunidade, permite ao adulto exercitar a capacidade de exprimir a sua fé, de dar nome à sua “relação” de amizade com Jesus Cristo e torna-o capaz de dar as razões do seu acreditar. Nesse espaço, o duplo movimento de ouvir e exprimir-se, de acolher testemunhos e de testemunhar oferece ao adulto ferramentas que facilitam a comunicação da fé aos mais novos, e torna-os mais capazes de dar a ver” a “Boa Notícia do Reino”, o Evangelho.

O “dizer experiências de fé” favorece a passagem do “conteúdo à relação”, do “saber à comunhão”. A construção da relação humana, em comunidade, abre para a descoberta da fé como relação, para a experiência de ser filho de Deus, em Jesus Cristo pelo Espírito e irmão de toda a humanidade.

Partilha do diário para frequentadores das redes sociais

Poderão através do face-book divulgar, em jeito de testemunho, excertos do diário.

Este “ritmo ternário/trinitário” é um desafio a experienciar, em comunidade, em grupos de “educadores na fé” uma fé “conhecida, celebrada, vivida e feita oração” (Cf. DGC 84-85).

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c--- Esquema do itinerário temático/conteúdos, simbólico e metodológico

Calendarização

Passos da dinâmica

Itinerário

1ª etapa

A Porta Fidei

Novembro 2012

Data do encontro: 1º passo

Betânia -Tempo de IR

Celebração/Oração

Celebração dominical Entrega: Diário da fé

Tempo de experiência pessoal 2º passo

Galileia- Tempo de PERMANECER

Diário de Fé

Dezembro 2012

Data do encontro: Jerusalém -Tempo de VER 3º passo

Conteúdos/partilha de fé 2ª etapa Recapitulando tudo em Cristo Janeiro 2013

Data do encontro: Betânia -Tempo de IR 1º passo fé e arte: Celebração/Oração Ícone de S. Damião

Tempo de experiência pessoal 2º passo

Galileia- Tempo de PERMANECER

Diário de Fé

Fevereiro 2013 Data do encontro:

3º passo Jerusalém -Tempo de VER

Conteúdos/ partilha de fé

Celebração dominical Entrega da Luz

3ª etapa O Mistério Pascal

Março 2013

Data do encontro: Betânia -Tempo de IR 1º passo fé e arte: Celebração/Oração Ícone da descida aos infernos

Tempo de experiência pessoal 2º passo

Galileia- Tempo de PERMANECER

Diário de Fé

Abril 2013 Data do encontro:

3º passo Jerusalém -Tempo de VER

Conteúdos/ partilha de fé

Celebração dominical Entrega da cruz

4ª etapa O Corpo Eclesial

de Cristo

Maio 2013

Data do encontro: Betânia -Tempo de IR 1º passo

Celebração/Oração fé e arte: Ícone do Pentecostes

Tempo de experiência pessoal 2º passo

Galileia- Tempo de PERMANECER Diário de Fé

Junho 2013

Data do encontro: 3º passo

Jerusalém –Tempo de VER

Conteúdos/ partilha de fé

Celebração dominical Entrega da água –concha do batismo*

5ª etapa A vida em Cristo

Julho 2013

Data do encontro: Betânia –Tempo de IR 1º passo

Celebração/Oração fé e arte: Ícone da dormissão

Tempo de experiência pessoal 2º passo

Galileia- Tempo de PERMANECER

Diário de Fé

Agosto 2013

Data do encontro: 3º passo

Jerusalém -Tempo de VER

Conteúdos/ partilha de fé

Celebração dominical Entrega do credo/símbolo*

6ª etapa Conhecendo a Deus no amor

fraterno

Setembro 2013

Data do encontro: Betânia -Tempo de IR 1º passo fé e arte: Celebração/Oração Ícone …

Tempo de experiência pessoal 2º passo

Galileia- Tempo de PERMANECER Diário de Fé

Outubro 2013 Data do encontro:

3º passo Jerusalém -Tempo de VER

Conteúdos/ partilha de fé

Celebração dominical Entrega do pão/ espigas*

7ª etapa Rezar cristãmente

Novembro 2013

(7)

*Celebração dominical

Sugere-se, que após cada etapa , se entregue o símbolo numa eucaristia dominical para que toda a comunidade tenha a oportunidade de fazer ou acompanhar o caminho dos diferentes grupos.

d---Um itinerário de interioridade/espiritualidade - em que a

beleza nos faz orantes”

«Falar da vida espiritual é sempre sondar as zonas mais profundas (e por isso também mais reais, mais imperfeitas, mais inacabadas) do nosso coração. A espiritualidade não é uma busca epidérmica e apressada de satisfação. Na maior parte do percurso a pergunta que vale não é “o que me sacia?”, mas “qual é a minha sede?”. Gosto da maneira como os autores clássicos da vida espiritual falam dela como de uma luta. O próprio Jesus lembra que não veio trazer a paz das aparências, mas a espada que penetra as camadas mais íntimas. A vida espiritual é isso: por vezes uma luta, por vezes uma luminosa dança.

Podemos fazer muitos atos ligados ao espiritual ou ao devocional e não estar a construir uma verdadeira experiência de vida espiritual. De facto, esta só cresce quando no centro está uma relação. Não basta crer, nem pertencer. É

necessário mergulhar, habitar (ou melhor, saber-se habitado). E tudo o resto: descobrir-se buscado, querido,

bem-amado. A vida espiritual não é da ordem do fazer, mas do ser.»

Tolentino Mendonça in Ecclesia | 2012-07-10

Se a “ fé é a resposta do homem a Deus, que a ele Se revela e Se oferece, resposta que, ao mesmo

tempo, traz uma luz superabundante ao homem que busca o sentido último da sua vida” (

CIC 26) um

itinerário de fé só poderá acontecer na medida em que proporcione o desenvolvimento da interioridade.

Tentar-se-á que a compreensão, aprofundamento e assimilação dos conteúdos se faça em parte através da arte, do encontro na fé em que a “beleza se presenteia e faz o ser humano orante” em que a beleza “dá a ver e a encontrar-se com a beleza do mistério de Deus em Jesus Cristo”. Em cada etapa será proposto, sempre que

possível, um ícone para ser contemplado ou uma outra obra de arte.

A arte sacra, introduzida no percurso, proporciona ao adulto instrumentos de desenvolvimento das atitudes e competências espirituais, essencialmente competências humanas que fazem ver no ser humano a “imagem e semelhança de Deus”, tais como:

 Escuta  Silêncio interior  Contemplação  Concentração  Espanto  Des-Centração/Centração  Humildade  Disponibilidade  Mansidão  Louvor  Força  Esforço  Sensibilidade  Delicadeza  Serenidade  Paz  Liberdade…  Deixar-se habitar…

…Postura de bicos de pés no átrio do mistério

Todas elas fruto do Espírito e capazes de tornar o “ser humano de fé/amor” disponível ao Dom de Deus, como esponja no coração do oceano, e o fazem “testemunha do encontro com Jesus Cristo”!

Cabe ao animador proporcionar os conteúdos, o ambiente (humano e físico) e pedagogia favoráveis!

e---Um itinerário comunitário - em que o

“testemunho mútuo nos confirma como

irmãos”

O itinerário proposto pretende ser um caminho a percorrer em grupo, para que, este se torne uma «comunidade de fé viva». Através da oração, do estudo, da contemplação do belo e da partilha do “Diário de fé”, o grupo poderá viver uma experiência de comunidade em que o testemunho proporcionará será mútuo e garantirá o crescimento dos seus membros.

(8)

Para estreitar os laços e testemunhar a comunhão sugere-se que se criem tempos de festa, de partilha do pão e de alegria…

f---Registo do itinerário - “Diário de fé”

“Vivei alegres, orai sem cessar, em tudo dai graças.

Esta é a vontade de Deus a vosso respeito em Jesus Cristo”

(1Ts 5,16-18)

.

Sugere-se que se convidem os participantes a comprarem (ou poderá ser entregue no primeiro encontro) um pequeno caderno que lhes servirá de “Diário de fé”, ao longo de todo o ano.

Nele poderão registar as experiências significativas de fé, descobertas, questões, dúvidas, orações... Esta dinâmica permite

ao próprio:

- clarificar, refletir, reler, descobrir o percurso feito; - orar, contemplar, alegrar-se;

- viver em atitude de sentinela e de conversão… ao grupo:

- acolher testemunhos;

- experienciar uma partilha de fé breve, meditada; - evitar divagações…

O registo pode tornar-se um treino de vida na fé. Uma escola de contemplação, de transformação do olhar e de compromisso que abre ao “encontro com Jesus Cristo” e com os “irmãos”.

Sugestões para o estilo de animação

a---Alguns desafios para o animador

(sempre que possível deverão ser pelo menos 2 animadores)

- O Animador vive com o grupo o itinerário:

O itinerário proposto pretende ser um caminho a percorrer em grupo, de forma a que, este se torne uma «comunidade de fé viva». Para isso, a metodologia utilizada não será expositiva mas sim uma metodologia de “atelier” onde o “saber, celebrar e viver” sejam dialogados, assimilados e experienciados.

A escolha desta metodologia fundamenta-se:

 do ponto de vista teológico na “natureza da fé”, atendendo a que acreditar não é apenas da ordem dos conteúdos mas uma “

resposta do homem a Deus, que a ele Se revela e

Se oferece, resposta que, ao mesmo tempo, traz uma luz superabundante ao

homem que busca o sentido último da sua vida (

CIC 26) ;

 do ponto de vista catequético no modelo “catecumenal”;  do ponto de vista pedagógico na “formação de adultos”.

- O Animador assume atitudes que proporcionam a interação e criação de laços no grupo:

Acolhimento Abertura Delicadeza Disponibilidade Humildade Entusiasmo Dinamismo Compreensão Serenidade Empatia Confiança Alegria Fé no outro…

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- O Animador tem em conta o perfil do adulto:

A formação de adultos tem em conta o perfil do adulto:

Os seus saberes, competências, experiências, motivações…;

O seu desejo de conhecimento em vista à satisfação das suas necessidades;

A capacidade de apreender, ajuizar, questionar…;

A aspiração de ser respeitado na sua dignidade, liberdade, na sua adultez…

- O Animador acompanha o grupo de forma a favorecer o diálogo e o testemunho. Para isso:

 Estimula um clima de confiança e respeito;  Favorece um ambiente de escuta e compaixão;  Incentiva, sem forçar, a partilha;

 Gere as diferenças sem permitir julgamentos;  Não permite comentários aos testemunhos de fé;

 Promove a compreensão das atitudes e linguagem de cada um;  Parte dos saberes do grupo;

 Trabalha as representações de forma ativa e respeitadora;

 Proporciona o aprofundamento dos laços fraternos na comunidade…

- O Animador reza o percurso pois tem consciência que é o ESPÍRITO É O AUTOR E O MESTRE!

A coordenação/animação do itinerário conta com o testemunho do animador: “Se alguém me tem amor, há de guardar a minha palavra; e o meu Pai o amará, e nós viremos a ele e nele faremos morada” (Jo 14,23)

b---Um jeito de acompanhar e ser grupo/comunidade

(adaptado do percurso “Vivre en Aliance”)

O Animador é convidado a oferecer ao grupo as condições para que seja possível a cada um:

-- Escutar, narrar, redizer, sentir

para: descobrir, aprofundar, conhecer, partilhar, criar memória, descrever.

--Questionar, admirar-se, analisar

para: ir mais longe que o sentido literal, compreender, procurar sentido, ouvir, ouvir-se, ouvir os

outros.

-- Aproximar, comparar, pôr em diálogo, classificar

para: criar laços entre as narrativas da fé, a liturgia, os sacramentos, a eucaristia, a experiência

de vida, a experiência espiritual e a experiência eclesial.

--Simbolizar, exprimir um sentido

para: interpretar, iniciar à linguagem poética, abrir pistas de reflexão, dar sentido, “ver” Deus na

vida.

--Orar, comtemplar, espantar-se, admirar, louvar, suplicar, abençoar

para: dialogar com Jesus Cristo, no Espírito em direção ao Pai.

--Partilhar implicando-se, exprimindo-se na primeira pessoa (eu…)

para: dar sentido à vida, dizer uma palavra que faz viver e que compromete, descobrir o “eu” dos outros/comunidade e permitir a cada um encontrar o seu lugar na igreja.

(10)

________________________

ITINERÁRIO

________________________

Iª etapa – novembro/dezembro

Atravessar a “porta da fé”

1º passo

Tempo de IR ao encontro do Mestre

em Betânia, lugar: do encontro - da intimidade – da escuta – da palavra- do silêncio

Encontro a realizar no início de Novembro

Como fazer:

1.1 Preparação do momento

Preparar a sala

A preparação da sala será, para o grupo, um sinal da atenção, de acolhimento, de confiança e de aconchego, se for deviamente arranjada. Destes pormenores depende, em parte, a atmosfera do encontro. Sugere-se que se crie um ambiente de pouca luz e, eventualmente, com uma leve música de fundo (adequada), que se coloquem mantas no chão, umas almofadas e cadeiras à volta.

No centro da sala dispor uma Bíblia aberta, o Catecismo da Igreja Católica e algumas velas.

Acolher o grupo e Introduzir ao encontro – fora da sala

Convida-se a:

a. acolher o grupo fora da sala, um acolhimento individual e personalizado.

b. apresentar os objetivos do encontro e o ambiente celebrativo no qual será realizado; c. convidar a entrar na sala em silêncio (até os saltos altos deverão entrar em bicos de pés).

1.2- Convidar a habitar o momento, a parar e a ouvir a narrativa da nossa história de fé

a. Convidar a relaxar, a desligar do quotidiano para viver o momento presente.

b. Desafiar a fechar os olhos para melhor ouvir o texto que será lido (convidar a fechar os olhos, é convidar a entrar no fundo do ser, a deixar tudo o que possa distrair para apenas escutar)… O nosso Deus passa na brisa… e não no ruído!!

c. Ler o texto, pausadamente, com breves momentos de silêncios entre cada parágrafo (se o grupo desejar poderá ter uma música de fundo muito suave):

Olhemos para Jesus Cristo, «autor e consumador da fé» (Heb 12, 2): n‟Ele encontra plena realização toda a ânsia e desejo do coração humano. A alegria do amor, a resposta ao drama da tribulação e do sofrimento, a força do perdão face à ofensa recebida e a vitória da vida sobre o vazio da morte, tudo isto encontra plena realização no mistério da sua Encarnação, do seu fazer-Se homem, do partilhar connosco a fragilidade humana para a transformar com a força da sua ressurreição. N‟Ele, morto e ressuscitado para a nossa salvação, encontram plena luz os exemplos de fé que marcaram estes dois mil anos da nossa história de salvação.

Pela fé, Maria acolheu a palavra do Anjo e acreditou no anúncio de que seria Mãe de Deus na obediência da sua dedicação (cf. Lc 1, 38). Ao visitar Isabel, elevou o seu cântico de louvor ao Altíssimo pelas maravilhas que realizava em quantos a Ele se confiavam (cf. Lc 1, 46-55). Com alegria e trepidação, deu à

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