• Nenhum resultado encontrado

Boletim de Conjuntura Econômica Boletim n.56,abril, 2014

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Boletim de Conjuntura Econômica Boletim n.56,abril, 2014"

Copied!
9
0
0

Texto

(1)

Boletim de Conjuntura Econômica

Boletim n.56,Abril, 2014

Neio Lucio Peres Gualda

Professor da Universidade Estadual de Maringá (UEM) e coordenador da equipe de Preços do projeto de extensão “Conjuntura econômica brasileira – divulgação de análises”.

ngualda@uem.br Beatriz Pontelli Tamoyo beatrizpontelli@yahoo.com.br Darlan Siegle Hartmann darlandsh@hotmail.com

Jéssica Caroline Lopes Galindo jcarlogalindo@gmail.com

Júlia Vicente da Guarda** jujubsvicente@hotmail.com Layon Marcos Rosa Francisco layonmarcos@gmail.com Luigi Martins Soncin luigisoncin@gmail.com Luiz Fernando da Silva luiz1702@gmail.com Valdelei Peretti Filho

valdelei.peretti.filho@gmail.com

*Acadêmicos do curso de ciências econômicas da Universidade Estadual de Maringá – UEM e partici-pantes da equipe de atividade econômica do projeto Conjuntura Econômica Brasileira: Divulgação de Análises.

** Bolsista de Extensão pelo Programa de apoio a Inclusão Social da Fundação Araucária

Universidade Estadual de Maringá (UEM)

Correspondência/Contato

Av. Colombo, 5.790 – Bloco: C-34 – Sala 11

Jd. Universitário - Maringá - Paraná - Brasil

(2)

42

BOLETIM DE CONJUNTURA ECONÔMICA: PREÇOS

Análise do segundo trimestre/2013

A partir desta edição do Boletim de Análise Econômica, o subgrupo de preços introduz importante alteração em suas análises. Diferentemente dos pro-cedimentos adotados em boletins anteriores, quando era feito o acompanhamento dos preços a partir das variações captadas pelos índices de preços calculados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Fundação Getúlio Vargas (FGV), Departamen-to Intersindical de Estatística e Estudos Sócio Econô-micos (DIEESE) e Fundação de Instituto Pesquisa e Econômica da Universidade de São Paulo (FIPE/USP), a partir desta edição será focado apenas o comportamento do IPCA, indicador oficial da inflação brasileira. Tal alteração tem como propósito fixar como foco de análise o comportamento da inflação brasilei-ra, e nos principais instrumentos políticas econômicas adotados para o seu controle. De tal forma, inicialmen-te será analisada a variação mensal dos preços capi-tada pelo IPCA em cada trimestre objeto de análise. Na sequência serão discutidos os principais instru-mentos de políticas econômicas adotados para o con-trole da inflação no trimestre, buscando se posicionar de forma crítica quanto aos seus resultados.E na parte final da análise serão discutidas as principais decisões do COPOM em relação a manutenção da meta inflaci-onária dentro dos limites superior e inferior

(3)

Gualda et al.

43

IPCA - Outubro de 2013 a Março de 2014

Neste Boletim a análise do comportamento dos preços na economia brasileira abrangerá o quarto trimestre de 2013 e o primeiro trimestre de 2014, ten-do como referência as variações captadas pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

O IPCA mede o custo de vida das famílias re-sidentes em nove regiões metropolitanas (Rio de Ja-neiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba), além do Distri-to Federal e do município de Goiânia. Medido desde janeiro/1980 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Este índice reflete o aumento dos preços na vida das famílias que têm renda de um a quarenta salários-mínimos, qualquer que seja a fonte de rendimentos. Desde 1999 é utilizado como índice oficial do governo e referência para o acompanhamen-to das metas inflacionárias.

Nestes dois trimestres, o principal responsá-vel pela aceleração da inflação foi o preço dos produ-tos que compõem o grupo Alimentação, como pode ser verificado nas análises mensais a seguir.

O IPCA do mês de outubro apresentou varia-ção de 0,57%, apresentando uma aceleravaria-ção de 0,22 pontos percentuais acima em relação à taxa do mês anterior de 0,35%.

Comparado a setembro, em outubro cinco grupos apresentaram aceleração: Alimentação e Bebi-das (de 0,14% para 1,03%), destaque para Tomate (de -8,54% para 18,65%), Pimentão (de -16,32% para 9,71%) e Frango inteiro (de 3,04% para 3,44%); Ves-tuário (de 0,63% para 1,13%), aceleração de caráter sazonal; Despesas Pessoais (de 0,20% para 0,43%), destaque para Hotel (de -0,10% para 2,78%) e Em-pregado Doméstico (de 0,46% para 0,70%); Artigos de Residência (de 0,65% para 0,81%), destaque para Mobiliário (de 0,19% para 1,28%); Comunicação (de -0,04% para 0,08%), destaque para Aparelho Telefôni-co (de -1,18% para 0,14%).

Tabela 01 – Índice de preço por categoria em (%) – Outubro de 2013 GRUPOS IPCA Alimentação 1,03 Habitação 0,56 Artigos de Residência 0,81 Vestuário 1,13 Transporte 0,17

Saúde e Cuidados Pessoais 0,39

Despesas Pessoais 0,43

Educação 0,09

Comunicação 0,08

Geral/Mês 0,57

Acumulado 12 meses 5,84

Fonte: IBGE, FGV, Dieese, FIPE.

Os grupos que apresentaram uma desacele-ração neste período foram quatro: Transportes (de 0,44% para 0,17%) destaque para Passagem aérea (de 16,09% para 1,96%); Saúde e Cuidados Pessoais (de 0,46% para 0,39%); Habitação (de 0,62% para 0,56%), destaque para Energia elétrica residencial (de 0,36% para -0,58%); Educação (de 0,12% para 0,09%).

O IPCA do mês de novembro apresentou va-riação de 0,54% e ficando abaixo da taxa de 0,57% registrada no mês anterior em 0,03 pontos percentu-ais.

Tabela 02 – Índice de preço por categoria em (%) – Novembro de 2013 GRUPOS IPCA Alimentação 0,56 Habitação 0,69 Artigos de Residência 0,38 Vestuário 0,85 Transporte 0,36

Saúde e Cuidados Pessoais 0,41

Despesas Pessoais 0,87

Educação 0,08

Comunicação 0,4

Geral/Mês 0,54

Acumulado 12 meses 5,77

Fonte: IBGE, FGV, Dieese, FIPE.

O grupo que contribuiu em maior parte para a queda do IPCA de outubro para novembro foi o grupo de alimentação e bebidas, que caiu de 1,03% em outubro para 0,56% em novembro. Também apresen-taram queda artigos de residência (0,81% em outubro para 0,38% em setembro), vestuário (1,13% em outu-bro para 0,85% em novemoutu-bro) e educação (0,09% em outubro para 0,08% em novembro). E apresentou aceleração os grupos, habitação (0,56% em outubro para 0,69% em novembro), transportes (0,17% em outubro para 0,36% em novembro), saúde e cuidados pessoais (0,39% em outubro para 0,41% em novem-bro), comunicação (0,08% em outubro para 0,40% em novembro) e o grupo que apresentou maior acelera-ção foi o grupo de despesas pessoais (0,43% em outubro para 0,87% em novembro, aumentando em 0,44 pontos percentuais), um dos motivos para esta aceleração foi o aumento no item cigarro que sofreu um reajuste de 13% vigorado em 2 de novembro.

O IPCA do mês de dezembro apresentou va-riação de 0,92% ficando acima da taxa de 0,54% re-gistrada em novembro. Dos nove grupos de produtos e serviços, três desaceleraram, um se manteve está-vel e cinco tiveram aceleração.

(4)

Gualda et al.

43

Tabela 03 – Índice de preço por categoria em (%) – Dezembro de 2013 GRUPOS IPCA Alimentação 0,89 Habitação 0,52 Artigos de Residência 0,89 Vestuário 0,8 Transporte 1,85

Saúde e Cuidados Pessoais 0,41

Despesas Pessoais 1

Educação 0,05

Comunicação 0,74

Geral/Mês 0,92

Acumulado 12 meses 5,91

Fonte: IBGE, FGV, Dieese, FIPE.

O IPCA de janeiro apresentou inflação de 0,55%, 0,77 p.p (pontos percentuais) abaixo da infla-ção registrada em dezembro de 2013 (0,92%).

Essa redução se deu por conta da redução na inflação de cinco grupos: Transportes (de 1,85% para -0,03%), destaque para Gasolina (de 4,04% para 0,60%), Óleo diesel (de 4,89% para 0,91%) e Passa-gem aérea (de 20,13% para 15,88%); Vestuário (de 0,80% para -0,15%), queda de caráter sazonal; Co-municação (de 0,74% para 0,03%); Artigos de Resi-dência (de 0,89% para 0,49%); Alimentação e Bebidas (de 0,89% para 0,84%), destaque para Tomate (de 3,98% para -10,43%) e Batata-inglesa (de 1,09% para 4,50%).

Tabela 04 – Índice de preço por categoria em (%) – Janeiro de 2014 GRUPOS IPCA Alimentação 0,84 Habitação 0,55 Artigos de Residência 0,49 Vestuário -0,15 Transporte 0,03

Saúde e Cuidados Pessoais 0,48

Despesas Pessoais 1,72

Educação 0,57

Comunicação 0,03

Geral/Mês 0,55

Acumulado 12 meses 5,59

Fonte: IBGE, FGV, Dieese, FIPE.

Os grupos que apresentaram elevação do mês de dezembro de 2013 para janeiro de 2014, fo-ram: Despesas Pessoais (de 1,00% para 1,72%), destaque para Cigarro (de 0,57% para 7,79%) ; Edu-cação (de 0,05% para 0,57%); Saúde e Cuidados Pessoais (de 0,41% para 0,48%); Habitação (de

0,52% para 0,55%), destaque para Mão-de-obra (de 0,20% para 0,96%).

Analisando a inflação acumulada nos últimos 12 meses, houve uma redução de 0,32 p.p em relação ao mês passado. Essa tendência de queda pode ser observada na própia redução do IPCA geral de de-zembro de 2013 para janeiro de 2014.

No mês de fevereiro, o IPCA apresentou uma elevação de 0,14 p.p (0,55% para 0,69%).

Tabela 05 – Índice de preço por categoria em (%) – Fevereiro de 2014 GRUPOS IPCA Alimentação 0,56 Habitação 0,77 Artigos de Residência 1,07 Vestuário -0,4 Transporte -0,05

Saúde e Cuidados Pessoais 0,74

Despesas Pessoais 0,69

Educação 5,97

Comunicação 0,14

Geral/Mês 0,69

Acumulado 12 meses 5,68

Fonte: IBGE, FGV, Dieese, FIPE.

Essa elevação do IPCA no mês de fevereiro de 2014 é justificada principalmente pelo grupo de preços Educação. Com o início do ano letivo, há uma grande procura por materiais escolares, oque causa uma grande inflação neste grupo de preços, de 0,57% no mês de janeiro para 5,97% no mês de fevereiro.

Além do grupo Educação, outros quatro gru-pos foram responsáveis pela aceleração inflacionária no mês de fevereiro: Artigos de Residência (de 0,49% para 1,07%) destaque para Consertos e Manutenção (de -0,24% para 1,37%) e Mobiliário (de 0,08% para 1,20%); Saúde e Cuidados Pessoais (de 0,48% para 0,74%) destaque para Higiene Pessoal (de -0,38% para 1,86%); Habitação (de 0,55% para 0,77%), des-taque para Energia elétrica residencial (de 0,27% para 0,63%) e Aluguel residencial (de 0,87% para 1,20%); Comunicação (de 0,03% para 0,14%).

Os movimentos de desaceleração inflacioná-ria neste período foram registrados por quatro grupos: Despesas Pessoais (de 1,72% para 0,69%) destaque para Cigarro (de 7,79% para 0,06%) e Excursão (de 9,26% para -5,19%); Alimentação e Bebidas (de 0,84% para 0,56%) destaque para Aves e Ovos (de 0,34% para 1,59%), Carnes (de 3,07% para 0,00%) e Pescados (de 5,84% para 0,48%); Vestuário (de 0,15% para 0,40%); Transportes (de 0,03% para -0,05%), destaque para Passagem aérea (de -15,88% para -20,55%).

A inflação acumulada nos últimos 12 meses se elevou em fevereiro com relação à janeiro (5,59% para 5,68%), contrariando a tendência de queda da

(5)

44

BOLETIM DE CONJUNTURA ECONÔMICA: PREÇOS inflação acumulada registrada no mês passado, mas isso ocorreu principalmente por conta de uma questão sazonal de início do ano letivo.

No mês de março, o IPCA apresentou uma elevação de 0,23 p.p (0,69% para 0,92%).

A elevação do IPCA geral no mês de março se deu por conta de quatro grupos: Transportes (de -0,05% para 1,38%), destaque para Passagem aérea (de -20,55% para 26,49%) e Etanol (de 1,87% para 4,07%); Alimentação e Bebidas (de 0,56% para 1,92%), destaque para Tubérculos, Raízes e Legumes (de 1,41% para 21,95%) e Leites e Derivados (de -1,52% para 3,08%); Vestuário (de -0,40% para 0,31%); Despesas Pessoais (de 0,69% para 0,79%). Tabela 06 – Índice de preço por categoria em (%) – Março de 2014 GRUPOS IPCA Alimentação 1,92 Habitação 0,33 Artigos de Residência 0,38 Vestuário 0,31 Transporte 1,38

Saúde e Cuidados Pessoais 0,43

Despesas Pessoais 0,79

Educação 0,53

Comunicação -1,26

Geral/Mês 0,92

Acumulado 12 meses 6,15

Fonte: IBGE, FGV, Dieese, FIPE.

Mesmo com essa tendência geral de aumen-to dos preços, cinco grupos registraram desaceleração inflacionária no período: Educação (de 5,97% para 0,53%); Comunicação (de 0,14% para -1,26%) desta-que para Telefone Fixo (de 0,00% para 4,44%); Arti-gos de Residência (de 1,07% para 0,38%), destaque para Eletrodomésticos e Equipamentos (de 1,78% para -0,34%); Habitação (de 0,77% para 0,33%), des-taque para Energia Elétrica Residencial (de 0,63% para -0,87%); Saúde e Cuidados Pessoais (de 0,74% para 0,43%).

Com relação à inflação acumulada nos últi-mos 12 meses, a tendência de crescimento do mês de fevereiro se manteve no mês de março (5,68% para 6,15%). Como ja mostrado em meses passados, o grupo Alimentação (0,56% para 1,92%) tem um gran-de impacto na inflação e neste mês em especial o grupo Transportes (-0,05% para 1,38%) também foi de grande importância para o crescimento inflacionário. IPCA - Preços Monitoras e Preços Livres

Outubro/2013

No mês de outubro os preços monitorados apresentaram variação positiva. Se comparados ao mês anterior, houve uma desaceleração de 0,16% no mês de setembro para 0,14%. Os itens que

desacele-raram se comparados ao mês anterior foram: Gás de Botijão (de 2,01% em setembro para 1,56% em outu-bro), Gás Encanado (de 0,08% para 0,01%), Energia Elétrica Residencial (de 0,36% para -0,58%), Táxi (de 0,50% para 0,17%), Transporte Hidroviário (de 0,16% para 0,00%), Óleo Diesel (de 0,12% para 0,05%), Produtos Farmacêuticos (de 0,06% para -0,15%) e Telefone Público (de 0,11% para -0,03%).

Os preços livres aceleraram de 0,41% no mês de setembro para 0,70% no mês de outubro. Essa aceleração se deve principalmente ao subitem de Bens que acelerou de 0,23% em setembro para 0,86% em outubro. O subitem de Serviços desacele-rou se comparado ao mês anterior, apresentando variação de 0,52%. Merecem destaque os itens: Pas-sagem aérea (de 16,09% para -1,96%), Lubrificação e lavagem (de 2,17% para -0,70%), Fisioterapeuta (de 2,42% para -0,13%).

Tabela 07 – IPCA - Desagregação em Monitorados e Livres (Outubro/2013 X Setembro/2013)

Fonte: Secretaria de Política Econômica, Outubro/2013

No mês de novembro os preços monitorados apresentaram variação positiva. Se comparados ao mês anterior, houve uma aceleração de 0,14% no mês de outubro para 0,48%. Essa aceleração se deve aos itens: Taxa de Água e Esgoto (de 0,00% em outubro para 0,52% em novembro), Energia Elétrica Residen-cial (de -0,58% para 1,63%), Pedágio (de 0,08% para 0,23%), Gasolina (de 0,01% para 0,63%), Óleo Diesel (de 0,05% para 0,33%), Gás Veicular (de -0,95% para 0,48%), Produtos Farmacêuticos (de -0,15% para 0,28%) e Telefone Público (de -0,03% para 0,16%).

Os preços livres desaceleraram de 0,70% no mês de outubro para 0,56% no mês de novembro. Essa desaceleração se deve principalmente ao subi-tem de Bens que desacelerou de 0,86% em outubro para 0,48% em novembro.

O subitem de Serviços acelerou se compara-do ao mês anterior, apresentancompara-do variação de 0,62%. Merecem destaque: Passagem aérea (de -1,96% para 6,52%) e Excursão (de -2,11% para 2,35%).

(6)

Gualda et al.

45

Tabela 08 – IPCA - Desagregação em Monitorados

e Livres (Novembro/2013 X Outubro/2013)

Fonte: Secretaria de Política Econômica, Novembro 2013

Dezembro/2013

No mês de dezembro os preços monitorados apresentaram variação positiva. Se comparados ao mês anterior, houve uma aceleração de 0,48% no mês de novembro para 0,91%. Essa aceleração se deve aos itens: Taxa de Água e Esgoto (de 0,52% em no-vembro para 0,57% em dezembro), Gás Encanado (de 0,00% para 0,09%), Táxi (de 0,00% para 0,18%), Ônibus Intermunicipal (de 0,00% para 0,25%), Ônibus Interestadual (de -0,05% para 1,30%), Pedágio (de 0,23% para 0,97%), Gás Veicular (de 0,48% para 0,56%), com destaque para: Gasolina (de 0,63% para 4,04%) e Óleo Diesel (de 0,33% para 4,89%).

Os preços livres aceleraram de 0,56% no mês de novembro para 0,92% no mês de dezembro. Essa aceleração ocorreu porque tanto no subitem de Bens, quanto no de Serviços houve aceleração. O subitem de Bens acelerou de 0,48% em novembro para 0,73% em dezembro. O subitem de Serviços acelerou se comparado ao mês anterior, apresentando variação de 1,16%. Merecem destaque nessa catego-ria: Passagem aérea (de 6,52% em novembro para 20,13% em dezembro) e Excursão (de 2,35% para 8,89%).

Tabela 09 – IPCA - Desagregação em Monitorados e Livres (Dezembro/2013 X Novembro/2013)

Fonte: Secretaria de Política Econômica, Dezembro

Janeiro/2014

No mês de Janeiro de 2014, podemos anali-sar que ocorreu uma desaceleração nos preços moni-torados de 0,91% para 0,38%, alguns dos

responsá-veis por essa queda são: Taxa de Água e Esgoto, Gás de Botijão, Gás encanado, Energia Elétrica Residenci-al sendo, Óleo Diesel, Gasolina e Pedágio os mais significativos, tendo os últimos três uma variação de 4,89% para 0,91%, 4,04% para 0,60% e 0,97 para 1,07%

Já nos preços livres, ocorreu uma desacele-ração de 0,92% para 0,60%, sabendo que os preços livres são divididos em: serviços e bens; podemos responsabilizar o subitem de serviços por essa desa-celeração, pois ele cai de 1,16% para 0,47%, enquan-to os preços livres dos bens permaneceram constan-tes com 0,73%. Tendo que os itens com queda mais significativas foram: Passagem área (20,13% para -15,88%); Estacionamento (1,66% para 0,24%) e Motel (1,32% para -1,425).

Tabela 10 – IPCA - Desagregação em Monitorados e Livres (Janeiro/2014 X Dezembro/2013)

Fonte: Secretaria de Política Econômica, Janeiro 2014

Fevereiro/2014

No mês de Fevereiro de 2014, os preços mo-nitorados aceleram de 0,38% para 0,40%. Enquanto os preços livres também sofrem uma aceleração no período de 0,60% para 0,78%. Os itens mais significa-tivos foram: “Ônibus Urbano” (0,00% para 1,29%); “Gás Encanado” ( -0,78% para -0,03%); “Pedágio” (-1,07% para 0,06%) .

Os preços livres de serviços sofrem uma ace-leração de 0,47 para 1,22%, e os preços livres de bens desaceleram de 0,73% para 0,39%, podendo concluir que como no mês de janeiro, os preços livres dos serviços são os responsáveis pelo resultado, no caso, da aceleração, nos preços livres. Os itens mais significativos foram: “Alimentação fora do domicilio” ( 0,73% para 1,21%); “Consertos e Manutenção” (-0,24% para 1,37%); “Aluguel de veículos” (0,00% para 1,82%) e o item que obteve o maior aumento no mês de fevereiro foi “Ingresso para jogos” (-0,48% para 6,68%).

(7)

46

BOLETIM DE CONJUNTURA ECONÔMICA: PREÇOS Tabela 11 – IPCA - Desagregação em Monitorados e Livres (Fevereiro/2014 X Janeiro/2014)

Fonte: Secretaria de Política Econômica, Fevereiro, 2014

Março/2014

No mês de Março de 2014, os preços monito-rados desaceleram de 0,40% para -0,02%. Enquanto os preços livres também sofrem uma aceleração no período de 0,78% para 1,20%. Os itens mais significa-tivos desta desaceleração foram: Energia Elétrica Residencial (0,63% para 0,87%); Telefone Fixo (0,00% para 4,44%) e Produtos Farmacêuticos (0,19% para -0,08%)

Os preços livres de serviços sofrem uma de-saceleração de 1,24% para 1,09%, e os preços livres de bens aceleram de 0,38% para 1,29%, podendo concluir que como no mês de janeiro, os preços livres dos bens são os responsáveis pelo resultado, no caso, da aceleração, nos preços livres.

Tabela 12 – IPCA - Desagregação em Monitorados e Livres (Maço/2014 X Fevereiro/2014)

Fonte: Secretaria de Política Econômica, Março, 2014

Instrumentos de Políticas de Controle Inflacionário

A estimativa em relação à inflação para 2014, segundo as expectativas do mercado e instituições financeiras consultadas semanalmente pelo Banco Central, é de 6,5%, ficando assim no teto da meta. Para alcançar tal resultado o COPOM aposta nos efeitos decorrentes do aumento da taxa de juros SELIC. Tal fundamento decorre-se do pressuposto, quase que circular, de que com a alta da taxa de juro,o custo de aquisição do crédito aumenta, ocorrendo um incentivo a poupança, diminuindo a quantidade de dinheiro em circulação na economia, provocando um arrefecimento da atividade econômica, dando susten-tação para uma queda na demanda, fazendo com que

a inflação abrande. Contudo, o lado mais perverso dessa política, é que aumenta o custo do investimento que as empresas realizam para a produção, por con-seguinte, prejudicando o produto interno bruto, isto é, o crescimento econômico.

O conjunto de medidas adotadas pelo Banco Central entre os meses de outubro de 2013 e março de 2014, foi antagônica as medidas do governo em meses anteriores, que fizeram com que houvesse uma trajetória decrescente dos juros aliado a uma constan-te pressão para os bancos abaixarem suas taxas até abril de 2013. Entretanto, o comportamento inflacioná-rio persistente vai contra a atual política de juros, pois mesmo com uma taxa de juros tão elevada, a alta no nível de preços ainda continua persistente.

Por outro lado, a política de elevação da taxa de juros colocada em prática, mostra-se ineficiente para combater a alta de preços no país. Fatores rela-cionados a complexidade tributária brasileira, a ina-dimplência dos consumidores e o alto spread bancá-rio(a diferença que os bancos pagam para captar recursos e o valor cobrado para concessão de em-préstimos para os consumidor.) fazem com que as políticas sucessivas de aumento de juros tornem- se inócuas, e por conseguinte, não afetam eficientemente o consumo, a expansão do crédito e a demanda agre-gada.

Não obstante a ineficácia da política de alta taxa de juros, a renda fixa torna-se naturalmente mais convidativa, fazendo com que o país receba grande volume de capital externo especulativo, provocando forte valorização do real. Esta última tem um efeito pernicioso no tocante a competitividade do setor ex-portado brasileiro, dado os problemas de infraestrutura que o país enfrenta.

Outra política plausível para combater a alta dos preços seria um ajuste fiscal, que por sua vez, torna-se difícil em virtude do período eleitoral e, de certa forma, conter os gastos públicos de esferas inferiores, como governos municipais e estaduais, que tendem a pressionar as finanças públicas. Com um ajuste eficaz, permite que o país adote uma política monetária menos austera e mais flexível, não penali-zando de forma tão incisiva a atividade econômica e o crescimento. Desse modo, abre-se o caminho para uma redução da SELIC sem ocasionar efeitos inflacio-nários.Além disso, algumas desonerações impostas em alguns setores na economia trouxeram reflexos nas contas públicas no final de 2013. É certo que a eliminação de alguns impostos sobre determinados produtos, de certa forma, freia a inflação no curto no prazo, porém, uma hora ou outra, haverá um reajuste fazendo com que a inflação volte. Aliado a isso, em virtude das desonerações, as contas públicas são prejudicadas fazendo com que o governo tenha mais dificuldade de acumular o superávit primário, ou seja, a economia realizada para o pagamento dos juros de dívida pública

Por fim, o Banco Central como autoridade monetária, tem como missão manter a estabilidade econômica no país, assim como, um sistema

(8)

financei-Gualda et al.

47

ro sólido. Nesse sentido, no tocante a inflação, alguns

fatores relacionados aos preços na economia são externos aos estímulos da autoridade monetária, por exemplo, alguns eventos sazonais, como problemas climáticos que prejudicaram a produção de alimentos; uma alta do dólar, na qual, são determinados pelas forças do mercado; indexação e aumentos salariais acima da produtividade fazem com que a inflação pressione ainda mais.

Regime de Metas de Inflação - Atuação do COPOM Ao longo do 4º trimestre de 2013 o Comitê de Política Monetária (COPOM) se reuniu duas vezes.

No primeiro encontro (a 178ª reunião), que ocorreu nos dias 8 e 9 de Outubro o COPOM fez a seguinte análise: considerando a inflação de setembro (0,35%); o câmbio de R$2,20; o nível atividade eco-nômica, no âmbito externo, moderado – com tendên-cia de se intensificar no longo termo – e, no âmbito interno, intenso em função do elevado nível de con-sumo, advindo da retomada dos investimentos, da política fiscal de transferência de renda, do baixo de-semprego, do aumento do crédito para pessoas físicas e jurídicas, e da pequena ociosidade no mercado de fatores, em especial a do mercado de trabalho, em que os salários tendem a aumentar em uma proporção maior que o aumento da produtividade; o mecanismo de indexação (formal e informal) e a visão dos agentes sobre a dinâmica da inflação; estes elementos (in-ter)relacionados fazem com que a inflação se mostre resistente. Além disso, as expectativas do mercado, expressas pelo Boletim Focus12, para a inflação, de Outubro era de 0,57% (que se concretizou, com preci-são), de 2013 era de 5,82%, e para a taxa SELIC era de elevação para 10%a.a (pela 6ª semana seguida). Destarte, o COPOM decidiu, por unanimidade, elevar a taxa básica de juros de 9%a.a para 9.5%a.a, sem viés.

No segundo momento (a 179ª reunião), reali-zada nos dias 26 e 27 de Novembro, destacou os mesmos elementos levantados na 178ª reunião, inclu-indo a inflação de Outubro (concretizada em perfeito acordo com as expectativas) e a SELIC de 9,50%a.a. Ademais a expectativa do mercado de uma aceleração dos preços de 0,65% para Novembro, e a elevação da SELIC para 10%a.a. Sendo assim, diante do cenário e das expectativas o Comitê deliberou por elevar a SELIC em 0,5 p.p., para 10%a.a, sem viés.

No primeiro trimestre de 2014 o COPOM se reuniu duas vezes.

No gráfico abaixo, encontram-se especifica-dos os daespecifica-dos sobre a Selic, a inflação mensal efetiva e a expectativa da mesma.

1 O boletim Focus é o relatório de mercado, divulgado semanalmente e coletado pela Gerência-Executiva de Relacionamento com Investidores (Gerin) do Banco Central do Brasil (BCB).

2 Os boletins analisados são sempre o último antes da reunião do COPOM.

Fonte: Atas da Reunião do COPOM. Elaboração pró-pria.

A inflação medida pelo IPCA foi de 0,55% em janeiro deste ano. Teve diminuição de 0,31 pontos percentuais (p.p), quando confrontado com mesmo período de 2013. Comparado com dezembro de 2013, percebe-se uma redução de 0,37 p.p. Assim, a infla-ção acumulada em 12 meses recuou para 5,59%.

Na 180ª reunião do COPOM, especifica-se que uma previsão de expansão moderada e superior do consumo em relação ao crescimento da oferta e aumentos salariais incompatíveis com ampliação da produtividade geram impactos negativos na inflação. O mesmo se aplica em relação a outras fontes de pres-são inflacionária, como depreciação e volatilidade cambial, mecanismos formais e informais de indexa-ção e as expectativas dos agentes econômicos.

Nesse contexto, as expectativas dos agentes apresentaram valores maiores que os efetivamente observados. O IPCA de janeiro era 0,74% e o acumu-lado, 6%. A Selic esperada era de 10,50% a.a. Por isso, a Selic foi acrescida em 0,5 p.p., passando ao patamar de 10,50% a.a., sem viés.

Em fevereiro, o IPCA teve resultado de 0,69%. Cresceu 0,15 p.p. frente ao valor observado em janeiro de 2014. Por consequência, a inflação acumulada em 12 meses aumentou para 5,68%.

As expectativas dos agentes relativas ao va-lor acumulado superaram os dados anteriormente apresentados. O IPCA mensal recuou para 0,63% e o de 12 meses manteve-se em 6%. A Selic esperada era de 10,75% a.a.

A 181ª reunião do COPOM aponta os mes-mos fatores anteriormente mencionados como origem da pressão e resistência inflacionária. Por conseguin-te, a Selic foi expandida para 10,75% a.a., sem viés.

A inflação, em março, ampliou-se para 0,92%, 0,23 p.p. maior que a de fevereiro. O observa-do em 12 meses ampliou-se para 6,15%. A expectati-va dos agentes em relação à mesma aumentou para

(9)

48

BOLETIM DE CONJUNTURA ECONÔMICA: PREÇOS 6,30% e o dado mensal também cresceu, sendo 0,84%. Esperava-se que a Selic seria de 11% a.a. em Abril, período em que ocorreu a 182ª reunião do COPOM. A Selic nesse mês era a mesma que a de fevereiro.

É válido destacar que nas atas é evidente a compreensão do Comitê sobre a influência das demais políticas macroeconômicas na formação dos preços e a existência de uma inflação de custos (de oferta). Mesmo com essa constatação (sabida por todos), o “modelo” teórico do RMI é seguido “a risca”, com a elevação da taxa de juros, para controlar a inflação

que é de demanda. O problema do regime (e das ações do COPOM) não resiste neste ponto, mas sim em não prever/conter uma variável operacional que afete a oferta. Ou seja, como a variável operacional (SELIC) do RMI só consegue afetar a demanda, para manter o nível geral de preços em um baixo patamar, é necessário reprimi-la muito mais que o necessário, para compensar a inflação de oferta. Até quando pagaremos um elevado preço por não fugir do modelo?

Referências

Documentos relacionados

Algo inovador para P2 seria a estratégia de finalização da aula, como definido por Bezerra (2010), em que o professor reuniria os alunos em torno do cartaz de regras para uma

§ 1º - Dependem da aprovação por Maioria Simples dos presentes e, cumulativamente, de cotistas que representem, necessariamente, (a) no mínimo 25% (vinte e cinco por

Garantía limitada de vida útil de la bandeja ajustable para el teclado y garantía limitada por un año para los apoya muñecas1. 3M garantiza al propietario de esta bandeja para

Durante período de cuidados paliativos, enfermagem deve oferecer apoio durante processo de morrer não somente para paciente, mas, também, para seus familiares com intuito de

Os seus resultados para a fertilidade, para o índice de contagem de células e com o resultado total de 107 pontos para o exterior fazem com que seja um touro muito

Nos termos do QUAR, o resultado deste indicador seria apurado com base no somatório das ações inspetivas realizadas no âmbito das atividades Acompanhamento da Ação

Este trabalho utiliza o Livro da Visitação do Santo Ofício da Inquisição ao Estado do Grão-Pará (1763-1769) como fonte principal a fim de caracterizar os

O jogo dos lugares-comuns é exposto, no livro de Maria Stella Bresciani, a partir de incursões nas obras dos supostos intérpretes do Brasil, associadas à análise das tradições