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Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial O COMÉRCIO EXTERIOR BRASILEIRO EM 2005

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Academic year: 2021

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Instituto de Estudos para o

Desenvolvimento Industrial

O

C

OMÉRCIO

E

XTERIOR

B

RASILEIRO EM

2005

(2)

Abraham Kasinski

Sócio Emérito

Josué Christiano Gomes da Silva

Presidente do Conselho

Amarílio Proença de Macêdo Lirio Albino Parisotto

Andrea Matarazzo Luiz Alberto Garcia

Antonio Marcos Moraes Barros Marcelo Bahia Odebrecht

Benjamin Steinbruch Miguel Abuhab

Carlos Antônio Tilkian Nildemar Secches

Carlos Francisco Ribeiro Jereissati Olavo Monteiro de Carvalho Carlos Mariani Bittencourt Paulo Guilherme Aguiar Cunha Carlos Pires Oliveira Dias Paulo Setúbal Neto

Claudio Bardella Pedro Eberhardt

Daniel Feffer Pedro Franco Piva

Décio da Silva Pedro Grendene Bartelle

Eugênio Emílio Staub Pedro Luiz Barreiros Passos Flávio Gurgel Rocha Rinaldo Campos Soares Francisco Amaury Olsen Robert Max Mangels

Ivo Rosset Roberto de Rezende Barbosa

Ivoncy Brochmann Ioschpe Roger Agnelli

Jacks Rabinovich Salo Davi Seibel

Jorge Gerdau Johannpeter Thomas Bier Herrmann José Antonio Fernandes Martins Victório Carlos De Marchi José Roberto Ermírio de Moraes Walter Fontana Filho

Diretor Geral

Conselho do IEDI

Paulo Diederichsen Villares

Membro Colaborador

Paulo Francini

Membro Colaborador

Julio Sergio Gomes de Almeida

Diretor-Executivo

Hugo Miguel Etchenique

Membro Colaborador

Roberto Caiuby Vidigal

(3)

O COMÉRCIO EXTERIOR BRASILEIRO EM 2005

1

Principais Conclusões e Sugestões ... 3

A Evolução do Comércio Exterior em 2005 ... 7

Preço e Quantum ... 10

Importação e Exportação ... 11

Destino das Exportações... 12

Panorama Setorial... 13

Exportação ... 14

Importação ... 17

Saldo Comercial ... 20

Contribuição para o Aumento das Exportações ... 22

Intensidade Tecnológica e Dinamismo das Exportações ... 23

Contribuição ao Aumento do Saldo Comercial ... 25

Anexo – Metodologia e Classificações ... 29

1

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O presente estudo procurou identificar setores que mais contribuíram para o bom desempenho do comércio exterior brasileiro em 2005.

Neste ano, o comércio exterior brasileiro não somente registrou um grande salto quantitativo, como foram registradas mudanças relevantes e muito positivas no perfil das exportações e na composição dos setores geradores de saldo comercial. As exportações tiveram maior diversificação e novos setores foram incorporados aos tradicionais geradores de saldo. Também diminuiu a dependência de segmentos de menor intensidade tecnológica e de menor dinamismo ao longo dos ciclos do comércio exterior. O temor é que a forte valorização do Real que vem ocorrendo restrinja ou mesmo faça reverter esses processos.

Em 2005, as exportações somaram US$ 118,3 bilhões e as importações US$ 73,5 bilhões, com saldo de US$ 44,8 bilhões. Isto significa que a balança comercial teve o maior resultado de sua história e que as exportações atingiram um patamar recorde. Cabe notar que o crescimento do saldo comercial com relação a 2004 atingiu 33%.

Os dados da pesquisa mostram que o aumento das exportações em 2005 ocorreu em todos os setores, com exceção de dois. O setor Cereais, etc (onde se destaca soja) teve decréscimo de 6% Já o setor Maquinaria-Outros de Transporte (aviões, como destaque) declinou 19,9%. Os segmentos Petróleo e Maquinaria-eletro-eletrônica, tiveram desempenhos muito positivos no ano em comparação com 2004 (evolução acima de 50%). Contudo ambos os setores respondem por uma parcela relativamente pequena de nossas exportações. Os segmentos Maquinaria-Veículos-Rodoviários, Matérias-Primas e Agricultura Tropical tiveram taxas de crescimento superiores a 30%. Este resultado é bastante significativo, uma vez que os três segmentos têm grande participação nas vendas externas do país.

A despeito desse grande dinamismo exportador, quando atentamos para características ligadas à tecnologia e dinamismo de nossas exportações, os resultados da pesquisa trazem evidências merecedoras de reflexão. De fato, tomando o valor do aumento das exportações ocorridas no ano, ou seja, US$ 21,8 bilhões (as exportações passaram de US$ 96,5 bilhões em 2004 para US$ 118,3 bilhões em 2005), o estudo conclui que:

 A indústria intensiva em P&D contribuiu apenas com 10,0% (7,9% em 2004 com relação a 2003) para o aumento das exportações. A maior contribuição para o aumento das vendas externas veio de setores de baixa e média-baixa intensidade tecnológica (contribuição de 70%).

 O aumento das exportações veio também de setores que tiveram declínio em sua participação no comércio mundial (setores com redução de market-share) no ciclo anterior de comércio, ou seja, entre 1996 e 2001 (59,6%) e, dentre estes, de setores que nesse mesmo período tiveram crescimento negativo nas exportações mundiais (40,9%). Note-se, porém, que houve uma melhora em relação a 2004, já que esses indicadores eram 77,7% e 44,5%, respectivamente.

 Setores de alto crescimento no comércio mundial entre 1996 e 2001 (setores com crescimento médio superior a 5% ao ano), contribuíram com um percentual razoável para o aumento das exportações: 22,3%. Em 2004 esses setores contribuíram apenas com 9,4%.

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 As exportações de manufaturas contribuíram com 51,4% do aumento das exportações (contribuição equivalente a de 2004).

 Os setores de base agropecuária (produtos agropecuários e os setores da agroindústria) contribuíram com 18,5%, setores com base mineral com 17,6%, setores com base em combustíveis/energia contribuíram com 12,3%.

Deve ser um objetivo permanente conferir à pauta exportadora brasileira uma maior aproximação com os mercados de exportação mais dinâmicos, de maior conteúdo tecnológico e agregação de valor. A julgar pelos dados referentes aos anos de 2005 e 2004 algumas melhoras podem ser notadas. A indústria intensiva em P&D teve um aumento de sua contribuição ao aumento das vendas externas entre os dois períodos apontados acima (7,9% em 2004 para 10% em 2005). Além disso, houve uma redução da contribuição dos setores de baixa e média baixa intensidade tecnológica de 77,9% para 70%. Outro fator importante é que os setores com declínio do market share no ciclo anterior de comércio, ou seja, entre 1996 e 2001, obtiveram um redução de sua participação no aumento das exportações (77,7% em 2004 e 59,6% em 2005). Deve-se também ressaltar que os setores com alto crescimento no comércio mundial entre 1996 e 2001 passaram de uma contribuição de 9,4% para o aumento das exportações brasileiras para 22,3%. Por fim, é possível apontar que não houve alteração significativa na contribuição do setor manufatureiro entre os anos de 2004 e 2005.

Esses resultados não podem ser atribuídos à política industrial, tecnológica e de comércio exterior iniciada em 2004, mas, sim, preponderantemente, a uma conjuntura internacional muito favorável. A política industrial e tecnológica pode a médio prazo contribuir para ampliar mais os resultados. Mas o grande temor é que a excessiva valorização do Real ponha em risco essas melhoras.

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Principais Conclusões e Sugestões

Exportação e Importação

O presente estudo procurou identificar setores que mais contribuíram para o bom desempenho do comércio exterior brasileiro em 2005.

Neste ano, o comércio exterior brasileiro não somente registrou um grande salto quantitativo, como foram registradas mudanças relevantes e muito positivas no perfil das exportações e na composição dos setores geradores de saldo comercial. As exportações tiveram maior diversificação e novos setores foram incorporados aos tradicionais geradores de saldo. Também diminuiu a dependência de segmentos de menor intensidade tecnológica e de menor dinamismo ao longo dos ciclos do comércio exterior. O temor é que a forte valorização do Real que vem ocorrendo restrinja ou mesmo faça reverter esses processos.

Tendo alcançado US$ 96,5 bilhões em 2005, as exportações aumentaram 22,6%. Este é um percentual inferior ao crescimento obtido em 2004 em relação a 2003 (32%), mas ainda assim bastante positivo se considerada a forte apreciação do real que ocorreu no ano passado.

Assim como em 2004, o dinamismo das vendas externas em 2005 veio acompanhado de um aumento das importações. Este aumento, contudo, foi inferior ao de 2004 (30% em 2004 e 17,1% em 2005), apesar da depreciação extremamente elevada do dólar.

Saldo Comercial e Corrente de Comércio

Os resultados do comércio exterior brasileiro em 2005 continuam indicando que a melhor forma de ampliar o volume de comércio brasileiro (ou a corrente de comércio, a soma de exportações e importações) é a promoção e o incentivo às exportações. No ano passado o volume de comércio atingiu seu maior valor histórico US$ 191,9 bilhões. Este valor foi 20,4% superior ao obtido em 2004 (US$ 159,3 bilhões). Como porcentagem do PIB, a corrente de comércio manteve-se num patamar semelhante ao do ano anterior (24,2% em 2005 e 26,5% em 2004), em função da valorização da moeda nacional.

Em relação ao saldo comercial, os US$ 44,8 bilhões obtidos em 2005 marcaram um novo recorde histórico. Também é preciso destacar seu forte crescimento, tendo em vista que a expansão atingiu 33% em relação a 2004. Dessa forma, percebe-se novamente que a geração de saldos comerciais elevados não é incompatível com o aumento do volume de comércio, já que ambos indicadores cresceram consideravelmente no ano de 2005.

Preço e Quantum

Exportações

Segundo os dados da FUNCEX, em média, os preços internacionais aumentaram 12,2% em 2005, diga-se de passagem, com intensidade ainda maior do que em 2004 (10,8%). Com relação à categoria manufaturados, os preços tiveram um crescimento quase duas vezes

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maior do que em 2004, com aumento de 10,9% contra apenas 5,8% em 2004. Os demais preços evoluíram também de forma favorável: em semimanufaturados, a elevação foi de 11,8% (14,5% em 2004) e em produtos básicos, 14,2% (18,4% em 2004).

No que diz respeito ao quantum, destaca-se o grupo manufaturados com o maior aumento entre as categorias (11%). Porém, este aumento foi bastante inferior ao verificado em 2004 (26,1%). O quantum dos bens semimanufaturados teve em 2005 um desempenho muito similar ao de 2004, 6,3% e 7,2% respectivamente, mas em produtos básicos o resultado foi muito aquém, com crescimento de apenas 6,6% (13,8% em 2004). Com isso, a evolução do quantum de exportação em 2005 chegou a 9,3%, contra um aumento de 19,2% no ano anterior.

Percebe-se, assim, uma inversão importante com relação ao ano de 2004, visto que os preços passaram a ser claramente o principal fator explicativo do aumento das exportações. A forte desaceleração do crescimento do quantum exportado deveria preocupar as autoridades, pois, certamente, correspondeu à forte valorização do Real ocorrida no ano.

Importações

Do lado das importações, o aumento dos preços atingiu 11,1%, número bastante similar ao de 2004 (10,1%). Mesmo assim, o contraste entre os anos é flagrante, pois enquanto em 2004 o quantum das importações subiu (18,1%), em 2005, o aumento quantum importado volta a cair consideravelmente (5,4%), se aproximando do aumento apurado em 2003. O recuo da taxa de evolução em quantidade das importações foi decorrência da desaceleração do crescimento econômico doméstico.

Note-se, que, em linha com as exportações, o preço mais elevado dos produtos importados foi o fator que mais influenciou o crescimento das compras externas em 2005.

Destino das Exportações

Com relação ao destino das exportações, alguns resultados de 2005 merecem destaque:  Os Estados Unidos permanecem como o grande país receptor das exportações

brasileiras tendo uma participação de 19,2%. As vendas externas para esse país cresceram 11%, o que não é um resultado tão significativo se comparado ao aumento de 20,8% ocorrido entre 2003 e 2004 e ao desempenho exportador brasileiro para outras regiões.

 As vendas externas para a Argentina e a China tiveram crescimento de 34,5% e 25,6% respectivamente. Esse resultado é especialmente importante quando se considera a China, uma vez que as vendas externas para esse país se encontravam num patamar muito reduzido no primeiro semestre de 2005.

 As vendas externas para o Mercosul tiveram forte crescimento (31,6%), o que levou a uma importante contribuição dessa região para o aumento das exportações brasileiras em 2005 (12,9%). O mesmo pode ser dito sobre a Aladi, já que as exportações para

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esse bloco cresceram 35,6% e foram as que mais contribuíram para o aumento das vendas externas brasileiras em 2005 (25,7%).

Setores de Exportação

O estudo setorial utilizou metodologia de recente estudo do Banco Mundial e acompanhou 10 setores: Petróleo, Matérias-Primas, Produtos Florestais, Agricultura Tropical, Produtos Animais, Cereais etc, Intensivo em Trabalho, Intensivo em Capital, Maquinaria-eletro-eletrônica, Maquinaria-veículos rodoviários, Maquinaria-outros de transporte, Maquinaria-demais (bens de capital) e Química.

Os dados da pesquisa mostram que o aumento das exportações em 2005 ocorreu em todos os setores, com exceção de dois. Os segmentos Petróleo e Maquinaria-eletro-eletrônica, tiveram desempenhos muito positivos em 2005 em comparação com 2004 (acima de 50%). Contudo, ambos os setores respondem por uma parcela relativamente pequena de nossas exportações. Os segmentos Maquinaria-Veículos-Rodoviários, Matérias-Primas e Agricultura Tropical tiveram taxas de crescimento superiores a 30%. Este resultado é bastante significativo, já que os três segmentos têm grande participação nas vendas externas brasileiras.

Importação

Em relação às importações, o crescimento em 2005 foi geral, com exceção do setor de Cereais, etc. Destacam-se, com relação ao crescimento das compras externas, os setores Maquinaria-Veículos-Rodoviários (34,9%), Intensivo e Trabalho (26,6%), Intensivo em Capital (25,8%), Agricultura Tropical (23,5%), Maquinaria-Eletro-Eletrônico (22,9%) e Maquinaria Demais (21,1%). Todos esses segmentos apresentaram aumentos superiores a 20% em comparação a 2004.

Saldo Comercial

No que se refere à geração de saldos comerciais em 2005, o grande destaque segue sendo o setor de Cereais, etc (responsável por 24,1% do saldo – 33,8% em 2004). Mesmo com um desempenho muito fraco em termos de aumento das exportações, o setor se manteve na primeira posição. No entanto, houve uma redução de sua participação na composição do saldo brasileiro com relação a 2004 em 29%. Além disso, houve uma redução do saldo gerado por esse setor (US$ 11,4 bilhões em 2004 e US$ 10,8 bilhões em 2005). Produtos tais como milho e soja tiveram uma redução dos seus respectivos saldos comerciais entre 2004 e 2005, em torno de 89% e 12%, respectivamente. Além disso, o déficit proporcionado pelas negociações externas de trigo, que havia se reduzido em 2004, voltou a crescer (aumento de 22% em 2005 com relação a 2004).

O setor Intensivo em Capital responde por 21,9% do saldo comercial brasileiro, se aproximando muito do segmento Cereais, etc. Vale dizer que o segmento Intensivo em Capital também obteve uma queda em termos de composição de saldo (em 2004 ele respondia por 24,1% da composição do saldo comercial). Ainda assim ocorreu um aumento absoluto do saldo gerado por esse setor.

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Com relação ao crescimento do saldo comercial gerado na comparação com 2004, os principais segmentos foram: Matérias-Primas (68,4%), Maquinaria-Veículos-Rodoviários (41,7%), Agricultura Tropical (35,5%) e Produtos Animais (29,7%).

Em suma, os resultados mostram que os macro-setores tradicionais exportadores e geradores de saldo comercial da economia brasileira ampliaram sua capacidade de gerar excedentes de exportação, com uma exceção muito importante que é o setor Cereais, etc. Ainda assim, este último setor responde pela maior composição do saldo comercial brasileiro. Deve-se destacar também que o setor Intensivo em Capital, com um grande aumento do saldo gerado durante os últimos 5 anos, aparece como um dos principais segmentos do comércio exterior brasileiro. Por outro lado, macro-setores tradicionais deficitários no comércio, mantém-se nesta condição (Química, Maquinaria-eletro-eletrônica, Petróleo). Porém, é importante constatar que setores como Química e Petróleo, apesar de deficitários, reduziram sua participação negativa. No último caso, é esperada uma reversão de déficit para saldo em 2006. Por fim, deve-se mencionar o setor de Maquinaria-demais (bens de capital), cujo déficit foi significativamente reduzido desde 2002 até 2004, mas que em 2005 não obteve variação com relação a 2004.

O estudo avaliou as exportações segundo a intensidade tecnológica e o dinamismo dos produtos de exportação no ciclo anterior de comércio mundial, vale dizer, no período 1996/2001. A comparação com o ciclo anterior é importante porque ao contrário do período a partir de 2002 até o presente, quando os preços internacionais favoreceram enormemente as exportações brasileiras, entre 1996 e 2001 a queda de preços de commoditties foi uma destacada causa do fraco desempenho exportador brasileiro. O Brasil deveria aproveitar o período favorável e depender menos dos ciclos de preços internacionais. As principais conclusões foram as seguintes:

 A indústria intensiva em P&D contribuiu apenas com 10,0% (7,9% em 2004 com relação a 2003) para o aumento das exportações. A maior contribuição para o aumento das vendas externas veio de setores de baixa e média-baixa intensidade tecnológica (contribuição de 70%).

 O aumento das exportações veio também de setores que tiveram declínio em sua participação no comércio mundial (setores com redução de market-share) entre 1996 e 2001 (59,6%) e, dentre estes, de setores que nesse mesmo período tiveram crescimento negativo nas exportações mundiais (40,9%). Note-se, porém, que houve uma melhora em relação a 2004, já que esses indicadores eram 77,7% e 44,5%, respectivamente.

 Setores de alto dinamismo no comércio mundial, que no ciclo anterior de comércio (entre 1996 e 2001) tiveram crescimento médio superior a 5% ao ano, contribuíram com 22,3% para o aumento das exportações. Em2004, essa contribuição era de 9,4%.  As exportações de manufaturas contribuíram com 51,4% do aumento das exportações,

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 Os setores de base agropecuária (produtos agropecuários e os setores da agroindústria) contribuíram com 18,5% para o aumento das exportações, setores com base mineral com 17,6%, setores com base em combustíveis/energia contribuíram com 12,3%.

Contribuição ao Aumento do Saldo Comercial

O estudo destacou ainda os principais agrupamentos que contribuíram para a geração do saldo comercial brasileiro. É possível afirmar que os setores de baixa e média-baixa intensidade tecnológica, os setores que tiveram declínio em sua participação (market share) no comércio mundial entre 1996 e 2001, os setores que nesse mesmo período tiveram crescimento negativo nas exportações mundiais e os setores de base agropecuária (produtos agropecuários e agro-indústria), são os principais grupos que respondem pelo aumento do saldo comercial.

Percebe-se que esses resultados gerais são similares aos de 2004, entretanto, existem diferenças importantes que devem ser destacadas. O setor de baixa e média baixa intensidade tecnológica contribuiu em 2005 com 80,5% para o aumento do saldo, o que é um resultado inferior aos 114,5% de 2004. Consequentemente, o setor de alta e média alta intensidade passou a responder por 19,5% (-14,5% em 2004). Com relação aos setores com declínio de sua participação no comércio internacional, neste último ano eles contribuíram com 77,7%, já em 2004 esse valor atingia 142,5%. Ademais, os setores com aumento de market share contribuíram recentemente com 15,9%, ao passo que em 2004 o indicador foi de -45,2%. A Base Agropecuária ainda permanece como o principal setor para o aumento do saldo comercial, no entanto, apenas com 34,5% de contribuição (82,6% em 2004), enquanto os segmentos ligados a Base Mineral tiveram um aumento incontestável de sua contribuição, passando de 0,8% no ano de 2004 para 29,9% em 2005.

Esses resultados não podem ser atribuídos à política industrial, tecnológica e de comércio exterior iniciada em 2004, mas, sim, preponderantemente, a uma conjuntura internacional muito favorável. A política industrial e tecnológica pode a médio prazo contribuir para ampliar mais os resultados. Mas o grande temor é que a excessiva valorização do Real ponha em risco essas melhoras.

A Evolução do Comércio Exterior em 2005

Em 2005, as exportações somaram US$ 118,3 bilhões e as importações US$ 73,5 bilhões, com saldo de US$ 44,7 bilhões. No que se refere ao dinamismo das exportações, em 2005 houve um aumento de 22,6% com relação a 2004, quando as exportações alcançaram US$ 96,5 bilhões. O que corresponde a um resultado bastante positivo, mas inferior ao aumento obtido entre 2004 e 2003 (32%).

Assim como em 2004, o dinamismo das vendas externas no ano de 2005 veio acompanhado de um aumento das importações. No entanto, esse aumento foi

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consideravelmente menor. Enquanto em 2004 ocorreu um crescimento de 30,1% das importações, em 2005 houve um acréscimo de 17,1%.

Outro fator digno de nota é que em 2004 o principal elemento que determinou o aumento das importações foi o quantum, ao passo que em 2005 a elevação dos preços dos produtos importados teve maior importância. O menor crescimento da economia brasileira no ano passado foi fator determinante para isso.

Exportações, Importações e Corrente de Comércio - Variação Anual Em %

-0,5 -15,0 -5,4 30,1 31,2 22,6 17,1 20,4 2,6 5,7 3,7 2,3 12,8 21,1 32,0 -20 -15 -10 -5 0 5 10 15 20 25 30 35

Exportação Importação Comércio

2001 2002 2003 2004 2005

Os resultados do comércio exterior brasileiro em 2005 continuam indicando que a melhor forma de ampliar o volume de comércio (ou a corrente de comércio, a soma de exportações e importações) é a promoção e o incentivo às exportações. No ano passado o volume de comércio atingiu seu maior valor histórico US$ 191,9 bilhões. Este valor foi 20,4% superior que o obtido em 2004 (US$ 159,3 bilhões). Devido à valorização do Real, ainda assim, como porcentagem do PIB, a corrente de comércio manteve-se num patamar semelhante ao dos anos anteriores (24,2% em 2005 e 26,5% em 2004).

Em relação ao saldo comercial, os US$ 44,7 bilhões obtidos em 2005 marcaram um novo recorde. Também é preciso destacar seu forte crescimento, tendo em vista que a expansão atingiu 33% em relação a 2004. Dessa forma, percebe-se novamente que a geração de saldos comerciais elevados não é incompatível com o aumento do volume de comércio, já que ambos indicadores cresceram consideravelmente no ano passado.

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Exportações, Importações, Corrente de Comércio e Saldo Comercial Valores Em US$ Bilhões

-10 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150 160 170 180 190 200 Exportação 55,1 58,2 60,4 73,1 96,5 118,3 Importação 55,8 55,6 47,2 48,3 62,8 73,6 Saldo -0,8 2,7 13,1 24,8 33,6 44,8 Comércio 110,9 113,8 107,6 121,4 159,3 191,9 2000 2001 2002 2003 2004 2005

Exportações, Importações, Corrente de Comércio e Saldo Comercial Valores Em % do PIB -2 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 Exportação 9,1 11,4 13,1 14,8 16,0 14,9 Importação 9,3 10,9 10,3 9,8 10,4 9,3 Saldo -0,1 0,5 2,9 5,0 5,6 5,6 Comércio 18,4 22,3 23,4 24,6 26,5 24,2 2000 2001 2002 2003 2004 2005

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Preço e Quantum

Com relação às exportações, segundo os dados da FUNCEX, os preços internacionais aumentaram 12,2% em 2005, diga-se de passagem, com intensidade ainda maior do que em 2004 (12,2% contra 10,8%). Com relação à categoria manufaturados, os preços tiveram uma influência maior do que no ano anterior, tendo um crescimento de 10,9% (5,8% em 2004). Já os preços dos semi-manufaturados se elevaram em 11,8% (14,5% em 2004) e os dos produtos básicos tiveram um aumento considerável, mas inferior a 2004 (14,2% em 2005 e 18,4% em 2004)

No que diz respeito ao quantum, destaca-se o grupo manufaturados com o maior aumento entre as categorias (11%), embora este aumento tenha sido bastante inferior ao que ocorreu em 2004 (26,1%). Em bens semi-manufaturados o aumento foi de 6,3%, um desempenho muito similar ao de 2004 (7,2%). Já os produtos básicos tiveram um resultado muito inferior daquele obtido em 2004, com crescimento do quantum de apenas 6,6% (13,8% em 2004). Na média, a evolução do quantum de exportação em 2005 chegou a 9,3%, contra um aumento de 19,2% no ano anterior. O declínio certamente reflete a valorização da moeda e o conseqüente desestímulo de rentabilidade na exportação.

Devem-se tecer as seguintes observações:

 Os produtos manufaturados em 2005 tiveram um crescimento do preço e do quantum exportados bastante similar. Já os bens semi-manufaturados tiveram sua evolução determinada pelo aumento do preço de exportação em detrimento do quantum, 11,8% e 6,3%. Em se tratando de produtos básicos, a evolução dos preços de exportação (14,2%) foi maior do que o crescimento do quantum (6,6%).

 Percebe-se, com isso, uma inversão importante com relação ao ano de 2004, uma vez que os preços passaram a ser o principal fator explicativo do aumento das exportações em 2005.

 Em termos de valor das exportações, os três segmentos em pauta – manufaturados, semimanufaturados e básicos – apesar de apresentarem em 2005 um crescimento considerável, atingiram resultado inferior ao obtido entre 2004 e 2003.

Do lado das importações, o aumento dos preços atingiu 11,1%, número bastante similar ao de 2004 (10,1%). No entanto, o contraste entre os anos é flagrante, pois enquanto em 2004 o quantum das importações subiu 18,1%, em 2005 o quantum importado aumenta somente 5,4%, se aproximando do aumento obtido em 2003.

Note-se, que, em linha com as exportações, o preço mais elevado dos produtos importados foi o fator que mais influenciou o crescimento das compras externas em 2005.

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Preço Quantum Valor 2004 Exportação 10,8 19,2 32,0 Básicos 18,4 13,8 34,7 Semimanuf. 14,5 7,2 22,7 Manufat. 5,8 26,1 33,5 Importação 10,1 18,1 30,1 2005 Exportação 12,2 9,3 22,6 Básicos 14,2 6,6 21,8 Semimanuf. 11,8 6,3 18,8 Manufat. 10,9 11,0 23,0 Importação 11,1 5,4 17,1 Fonte: Funcex.

Variação de Preço, Quantum e Valor de Exportação e Importação - %

Semestre Com Relação ao Mesmo Semestre do Ano Anterior

Importação e Exportação

Os quadros abaixo mostram os seguintes fatores a respeito das exportações e importações no ano passado:

 As vendas externas de produtos manufaturados foram as que tiveram maior crescimento em relação a 2004 (23,0%). Em seguida, se encontra a categoria de produtos básicos com 21,8% e a de semimanufaturados com 18,8%.

 A participação de todos os segmentos no total das exportações se manteve praticamente inalterada entre 2004 e 2005.

 Assim como em 2004, pelo lado da contribuição dos setores ao crescimento das exportações, o segmento de bens manufaturados foi com folga o que mais contribuiu (55,8%). O setor de bens básicos teve uma contribuição de 28,4%, similar a 2004.  Com relação às importações, deve-se destacar o aumento das compras externas de

bens de consumo duráveis e bens de capital (elevação de 38,3% e 28,9% respectivamente). Com esse resultado houve um aumento considerável da contribuição ao crescimento das importações do setor de bens de capital. (12,2% em 2004 para 20,7% em 2005).

 O peso das importações de bens intermediários permanece muito elevado na pauta brasileira (61,6% em 2005 e 63,5% em 2004). Dessa forma, o setor, mesmo com um crescimento relativamente modesto de suas importações, teve uma contribuição muito elevada para o aumento das importações do país em 2005 (50,6%).

 Deve-se destacar também a redução da contribuição dos combustíveis para o aumento das importações, apenas 16,9% (25,2% em 2004). Sendo que o aumento das importações de petróleo foi a principal causa de tal resultado.

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2005 2004 2005 2004 Básicos 34.722 28.517 21,8 29,3 29,6 28,4 Industrializados 81.103 66.379 22,2 68,6 68,8 67,4 . Semimanufaturados 15.960 13430 18,8 13,5 13,9 11,6 . Manufaturados 65.143 52949 23,0 55,1 54,9 55,8 Op. Especiais 2.485 1.577 57,6 2,1 1,6 4,2 Total 118.310 96.473 22,6 100,0 100,0 100,0 Fonte: Siscomex.

Exportação Brasileira - 2005/2004 - US$ Milhões FOB

Valor Participação % Contribuição

% Var % 2005 2004 2005 2004 Bens de Capital 9.912 7.688 28,9 13,5 12,2 20,7 Bens Intermediários 45.328 39.876 13,7 61,6 63,5 50,6 Bens de Consumo 6526 5.251 24,3 8,9 8,4 11,8 - Não-duráveis 4.721 3.946 19,6 6,4 6,3 7,2 - Duráveis 1.805 1.305 38,3 2,5 2,1 4,6 . Automóveis 819 583 40,5 1,1 0,9 2,2 Combustíveis e lubrificantes 11.785 9.967 18,2 16,0 15,9 16,9 Total 73.551 62.782 17,2 100,0 100,0 100,0 Fonte: Siscomex.

Importação Brasileira - 2005/2004- US$ Milhões FOB

Valor Participação Var %

%

Contribuição %

Destino das Exportações

Do ponto de vista do destino das exportações, alguns resultados do primeiro semestre de 2005 merecem destaque:

 Os Estados Unidos permanecem como o grande país receptor das exportações brasileiras tendo uma participação de 19,2%. As vendas externas para esse país cresceram 11%, o que não é um resultado significativo se comparado ao aumento de 20,8% ocorrido entre 2003 e 2004 e ao desempenho exportador brasileiro para outras regiões.

 As vendas externas para a Argentina e a China tiveram crescimento de 34,5% e 25,6% respectivamente. Esse resultado é especialmente importante quando se considera a China, visto que as vendas externas para esse país se encontravam num patamar muito reduzido no primeiro semestre de 2005.

 As vendas externas para o Mercosul tiveram forte crescimento (31,6%), o que levou a uma importante contribuição dessa região para o aumento das exportações brasileiras em 2005 (12,9%). O mesmo pode ser dito sobre a Aladi, já que as exportações para esse bloco cresceram 35,6% e foram as que mais contribuíram para o aumento das vendas externas brasileiras em 2005 (25,7%).

 Outros continentes e/ou blocos econômicos que possuem mercados de menor porte obtiveram crescimentos muito significativos de suas compras externas de produtos brasileiros. Este é o caso da Europa Oriental e da África com aumentos de 55,2% e 40,8% respectivamente.

 O único destaque não tão positivo fica por conta da União Européia. Isto porque as exportações para este bloco econômico cresceram somente 9,7% (30,9% na comparação de 2004 com 2003).

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2005 2004 NAFTA 28.749 25.488 12,8 24,3 26,4 14,9 UNIÃO EUROPÉIA(1) 26.493 24.160 9,7 22,4 25,0 10,7 ALADI 21.365 15.752 35,6 18,1 16,3 25,7 MERCOSUL 11.726 8.912 31,6 9,9 9,2 12,9 DEMAIS DA ALADI 9.639 6.840 40,9 8,1 7,1 12,8 AELC 983 679 44,7 0,8 0,7 1,4 EUROPA ORIENTAL (1) 3.861 2.488 55,2 3,3 2,6 6,3 ORIENTE MÉDIO (1) 4.286 3.687 16,3 3,6 3,8 2,7 ÁSIA 18.552 14.564 27,4 15,7 15,1 18,3 ÁFRICA 5.977 4.245 40,8 5,1 4,4 7,9 OCEÂNIA 530 434 22,1 0,4 0,4 0,4 Argentina 9.915 7.373 34,5 8,4 7,6 11,6 China 6.834 5.440 25,6 5,8 5,6 6,4 Estados Unidos 22.741 20.341 11,8 19,2 21,1 11,0 Total 118.310 96.475 22,6 100,0 100,0 100,0 Fonte: Siscomex.

Continentes e Blocos Econômicos

Países

Exportação Brasileira - Principais Blocos Jan/Junho 2005 - Em US$ Milhões

2005 2004 Var %

Participação % Contribuição %

Panorama Setorial

Apresentados esses resultados gerais, objetivamos agora identificar os setores e os grupos de setores que mais contribuíram para o desempenho do comércio exterior brasileiro no ano de 2005. Adota-se uma classificação de um trabalho do Banco Mundial (From Natural Resources to the Knowledge Economy Trade and Job Quality, 2002) com algumas adaptações. A principal delas consiste na desagregação que fizemos do setor de “maquinaria” do trabalho original, que foi subdividido em quatro segmentos:

 maquinaria-veículos rodoviários (indústria automobilística e autopeças);

 maquinaria-eletroeletrônica (componentes eletrônicos, computadores, aparelhos e equipamentos de telecomunicações);

 maquinaria-outros de transporte (aviões, vagões, embarcações, outros);  maquinaria-demais (bens de capital, implementos e tratores agrícolas).

Dado esse procedimento, da divisão setorial do trabalho original em dez grupos ou setores (Petróleo, Matérias-Primas, Produtos Florestais, Agricultura Tropical, Produtos Animais, Cereais etc, Intensivo em Trabalho, Intensivo em Capital, Maquinaria e Química), resultaram 13 setores. Notar que o setor “Cereais etc” da classificação original inclui trigo, além de destacados itens de exportação brasileira, como o complexo soja (soja em grãos, farelo e óleo de soja) e milho.

Os dados originais utilizados neste trabalho são da Secex (Secretaria de Comércio Exterior do MDIC), adaptados para a classificação SITC (Standard International Trade

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Classification) da ONU, revisão 3 a três dígitos, que reúne 261 setores. Esses setores foram então classificados segundo a classificação setorial acima estabelecida.

Foram utilizados outros critérios de agregação como o critério de conteúdo tecnológico dos produtos, discriminando setores de alta e média-alta intensidade tecnológica, setores de baixa e média-baixa intensidade tecnológica. Além disso, estabelecemos para o qüinqüênio anterior ao ano em que se iniciou o “boom” de exportações no Brasil, ou seja, 2002, algumas categorias de setores como setores de alto crescimento (cujas exportações mundiais em valor evoluíram mais de 5% ao ano de 1995 a 2001), setores de crescimento negativo (cujas exportações tiveram crescimento negativo no mesmo período), setores com aumento ou redução de market-share no período em foco (vale dizer, setores que aumentaram ou reduziram sua participação no comércio exterior mundial no período) etc. Nesses casos também se partiu dos 261 setores da classificação SITC (Standard International Trade Classification) da ONU, revisão 3 a três dígitos. No anexo são resumidos os procedimentos utilizados para estas agregações.

Exportação

Os dados mostram que o aumento das exportações em 2005 ocorreu em todos os setores, com exceção de dois. Os segmentos Petróleo e Maquinaria-eletro-eletrônica (destaque para aparelhos celulares e computadores), tiveram desempenhos muito positivos no ano em comparação a 2004 (acima de 50%). Contudo ambos os setores respondem por uma parcela pequena de nossas exportações. Os segmentos Maquinaria-Veículos-Rodoviários (automóveis é o principal produto), Matérias-Primas (ferro é o destaque) e Agricultura Tropical (café, açúcar, frutas) tiveram taxas de crescimento superiores a 30%. Este resultado é bastante significativo, pois os três segmentos têm grande participação nas vendas externas brasileiras.

Em relação aos setores Produtos Animais (carnes), Química, Maquinaria-Demais (bens de capital) e Intensivo em Capital (aço e manufaturados de ferro, principalmente) é possível constatar que todos obtiveram taxas de crescimento muito próximas ao aumento total das exportações (22,6%). Vale ressaltar que o setor Intensivo em Capital ultrapassou o segmento Cereais, etc (no qual prepondera o complexo soja) como o maior setor exportador da economia brasileira em 2005, com US$ 14,5 bilhões (US$ 12,6 bilhões para o setor Cereais, etc). Em 2004 essa liderança era marcadamente do setor Cereais, etc.

Os setores Intensivo em Trabalho (têxtil, vestuário, calçados, etc) e Produtos Florestais (celulose e papel, madeira) atingiram um crescimento abaixo do crescimento total das exportações, 17,5% e 8,1% respectivamente.

O grande destaque negativo foi o setor de Cereais, etc (complexo soja destacadamente) com uma redução em 6% de suas exportações. Mesmo assim, o segmento permanece com uma alta participação nas vendas externas. O outro destaque negativo fica por conta do setor Maquinaria-Outros de Transporte (aviões, como destaque) que declinou 19,9%.

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Brasil - Exportações - US$ Bilhões 0 3 5 8 10 13 15 2000 0,9 5,6 4,0 5,1 2,4 5,7 4,8 6,7 3,3 4,4 3,6 4,6 3,6 2001 2,1 5,0 3,7 5,6 3,4 7,5 5,0 6,3 3,4 4,3 3,6 4,7 3,2 2002 2,9 5,3 3,8 5,6 3,8 7,8 4,9 7,1 3,1 4,3 2,8 4,9 3,6 2003 3,8 6,3 4,9 6,4 4,9 10,4 5,5 9,0 3,2 5,7 2,1 6,3 4,4 2004 4,4 8,7 6,0 7,4 7,1 13,4 6,8 11,9 3,5 7,9 4,7 8,6 5,7 2005 7,0 11,9 6,4 9,9 9,1 12,6 8,0 14,5 5,5 11,0 3,8 10,8 7,3 Petróleo Matérias Primas Prod. Florest. Agric. Tropical Produtos Animais Cereais, etc Intensivo em Trabalho Intensivo em Capital Maq. - Eletro-Eletr. Maq. - Veíc. Rod. Maq-Outros Transp. Maquina-ria - Demais Química Devemos sublinhar os seguintes resultados das exportações em 2005:

 Com relação ao crescimento em 2005 de 22,6%, este percentual ficou acima do crescimento anual médio entre os anos de 2001 e 2005 (16,5%).

 O maior destaque positivo foi sem sombra de dúvida o setor Intensivo em Capital, já que se transformou em 2005 no maior setor exportador brasileiro, superando o segmento Cereais, etc. Deve-se enfatizar as vendas externas de aço e ferro (aumento de 27,8%). Ainda assim, o crescimento deste setor em 2005 ficou ligeiramente abaixo do aumento do total das exportações (22,2%).  A maior taxa de crescimento em 2005 ficou com o segmento de Petróleo

(59,9%), seguido por Maquinaria-Eletro-Eletrônica (57,2%). Vale ressaltar que dentro deste último segmento, o desempenho da indústria de telecomunicações (celulares) teve forte aumento, 107,9%.

 O crescimento acumulado entre 2001 e 2005 foi maior no setor de Petróleo (50,7%) e no segmento Produtos Animais (30,2%).

 Os setores Maquinaria-Eletro-Eletrônica, Matérias-Primas, Agricultura Tropical e Maquinaria-Veículos-Rodoviários obtiveram um excelente resultado quando comparado ao crescimento anual médio das exportações entre 2001 e 2005.

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 O destaque negativo fica por conta do setor Cereais, etc com decréscimo de 6%. Ainda assim permanece como um dos principais segmentos exportadores do Brasil. Quando comparamos este resultado com o crescimento anual médio entre 2001 e 2005 (17,4%) percebemos uma diferença considerável. O baixo valor das exportações de soja, representado pelo fraco desempenho dos segmentos Alimentos para Animais (farelo de soja) e Sementes e Frutas Oleaginosas (soja), influenciou de forma decisiva este resultado. Note que o preço do grão teve uma redução grande no primeiro semestre devido à safra recorde dos Estados Unidos.

 O outro destaque negativo é o segmento de Maquinaria-Outros de Transporte. Houve uma redução das exportações em 19,9%, significando um resultado bastante inferior ao obtido em 2004 com relação a 2003 quando as exportações desse segmento atingiram um crescimento muito elevado, 123%. Vale dizer que o crescimento anual médio das exportações desse segmento apresenta um aumento de 0,8%. Note que as exportações de aviões têm grande influência nesse segmento, sendo que em 2005 houve redução dessas vendas.

Os gráficos a seguir ilustram os comentários acima:

Exportação - Crescimento - 2005-2004 - Em % 37,6 8,1 33,3 28,5 17,5 22,2 57,2 39,1 25,6 26,9 22,6 -6,0 -19,9 59,9 -30 -10 10 30 50 70 P e tr ól eo M a té ri as Pri m as P rod. Fl ores t. A g ri c. T ropi c a l Prod ut os A n im a is Cer e ais, e tc In tens iv o e m Tra bal ho In tens iv o e m Ca pit a l M aq. El et ro -El e tr . Ma q . - V e íc. R o d . M a q-O u tr os Tr ansp. M aqu ina-ri a -De m a is Qu ím ic a To ta l

(20)

Exportação - Crescimento Anual Médio 2001-2005 - Em % 16,4 9,9 14,2 30,2 17,4 10,5 16,7 10,6 20,2 0,8 18,6 15,4 16,5 50,7 0 10 20 30 40 50 60 Pe tr ól eo M a té ri as P ri m as P rod. F lores t. Ag ri c. Tr opi ca l P rodu to s An im ai s Ce re ai s , e tc In tensi v o em Trab al ho In tensi v o em Cap it a l M aq. - E letro -E le tr . M a q . - V e íc . R o d . M aq-O u tr o s Tr a n sp. M aqui n a -ri a -Demais Qu ími c a Tot a l Importação

Em relação às importações, o crescimento em 2005 foi geral, com exceção do setor de Cereais, etc. Destaca-se com relação ao ano de 2004 os setores de Maquinaria-Veículos-Rodoviários (34,9%), Intensivo e Trabalho (26,6%), Intensivo em Capital (25,8%), Agricultura Tropical (23,5%), Maquinaria-Eletro-Eletrônico (22,9%) e Maquinaria Demais (21,1%). Todos esses segmentos apresentaram aumentos superiores a 20% em comparação a 2004.

Os segmentos que mais contribuíram para o crescimento de 17,1% das compras externas (US$10,7 bilhões) em 2005 com relação a 2004 foram Petróleo e Químico. Note que o setor de Química, tradicionalmente um setor importador, que não se encontrava nesta lista no primeiro semestre de 2005 está novamente presente.

Os seguintes resultados relativos ao ano de 2005 devem ser mencionados:

 O setor Maquinaria-Veículos-Rodoviários obteve um aumento importante de suas compras externas em 2005, já que o crescimento anual médio entre 2001 e 2005 foi apenas de 2,7%. Os segmentos Intensivo e Trabalho, Intensivo em Capital, Agricultura Tropical, Maquinaria Eletro-Eletrônico e Maquinaria Demais, além de terem as maiores taxas de expansão das importações em

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2005, também obtiveram elevações do valor importado superiores aos seus respectivos aumentos anuais médios correspondentes aos anos de 2001 a 2005..  Os setores Química, Maquinarias-Outros de Transporte, Matérias-Primas,

Produtos Florestais, e Petróleo tiveram taxas bastante inferiores às obtidas em 2004. Com destaque para os setores de Química (31,8% de crescimento em 2004 e 5,9% em 2005) e Maquinarias-Outros de Transporte (41,3%% em 2004 contra 14,5% no ano de 2005). Note-se que o segmento de Química, tradicionalmente importador, vem reduzindo gradativamente o crescimento de suas importações.

 O setor de Cereais, etc manteve sua trajetória de redução das importações (-16% no ano de 2004 e -10,6% em 2005).

 Mesmo com uma redução do crescimento das compras externas do setor de Química, este permanece sendo o principal segmento importador brasileiro, seguido de perto pelo segmento Maquinaria-Eletro-Eletrônica. Outros setores que são responsáveis pelo alto valor das importações brasileiras são Petróleo e Matérias-Primas.

Brasil - Importações - US$ Bilhões

0 2 4 6 8 10 12 14 16 2000 6,7 3,3 1,0 1,1 1,0 2,5 1,8 3,3 10,9 3,7 1,2 9,4 10,0 2001 6,3 3,1 0,8 1,0 0,7 2,0 1,7 3,4 10,6 3,8 0,9 11,0 10,2 2002 5,4 2,8 0,6 0,9 0,7 2,0 1,5 2,9 7,1 2,6 0,8 10,0 9,6 2003 5,8 3,3 0,6 1,0 0,6 2,5 1,4 2,9 7,3 2,5 0,7 9,2 10,5 2004 9,0 4,8 0,8 1,2 0,6 2,1 1,9 3,8 10,0 3,1 1,1 10,5 13,8 2005 10,8 5,5 0,9 1,5 0,8 1,9 2,4 4,8 12,3 4,2 1,2 12,8 14,6 Petróleo Matérias Primas Produtos Florestais Agricultura Tropical Produtos Animais Cereais, etc Intensivo em Trabalho Intensivo em Capital Maq. - Eletro-Eletrônico Maq. - Veículos Rodoviário Maq. - Outros de Transporte Maquinaria - Demais Química

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Importação - Crescimento - 2005-2004 - Em % 13,5 12,8 23,5 19,5 26,6 25,8 22,9 34,9 21,1 5,9 17,1 -10,6 14,5 19,1 -20 -10 0 10 20 30 40 Pe tr ó leo Ma té ri a s P ri m a s P rodut o s Fl o rest a is Agr icult ur a T rop ic al Produ to s A n im a is Cer e ais, e tc In tens iv o e m Trab al ho In tens iv o e m Ca pit a l M aq. - El et ro -El et rôni co M a q. V e íc u los R odov iá ri os Ma q . - Ou tro s d e T ransp o rt e M aqu inari a -De m a is Qu ím ic a Tot a l

Importação - Crescimento Anual Médio 2001-2005 - em %

9,8 11,0 -1,9 7,0 -5,4 5,6 7,6 2,5 2,7 0,0 6,2 7,9 5,7 -5,2 -10 -5 0 5 10 15 Pe tr ó leo Ma té ri a s P ri m a s P rodut o s Fl o rest a is A g ri cul tura T ropi c a l Produ to s A n im a is Cer e ais, e tc In tens iv o e m Trab al ho In tens iv o e m Ca pit a l M aq. - El et ro -El et rôni co M a q. V e íc u los R odov iá ri os Ma q . - Ou tro s d e T ransp o rt e M aqu inari a -De m a is Qu ím ic a Tot a l

(23)

Saldo Comercial

No que se refere à geração de saldos comerciais em 2005, o grande destaque segue sendo o setor de Cereais, etc (responsável por 24,1% do saldo, em função da soja). Mesmo com um desempenho muito fraco em termos de aumento das exportações, o setor se manteve na primeira posição, embora tenha havido também uma redução de sua participação na composição do saldo brasileiro com relação a 2004 de 29%. É importante indicar também que houve uma redução do saldo gerado por esse setor (de US$ 11,4 bilhões em 2004 para US$ 10,8 bilhões em 2005). Produtos tais como milho e soja tiveram uma redução dos seus respectivos saldos comerciais entre 2004 e 2005, em torno de 89% e 12%, respectivamente. Além disso, o déficit de trigo, que havia se reduzido em 2004, voltou a crescer (aumento de 22% do em 2005 com relação a 2004).

O setor Intensivo em Capital responde por 21,9% da composição do saldo comercial brasileiro, se aproximando muito do segmento Cereais, etc. Vale dizer que este último segmento também obteve uma queda em termos de composição de saldo (em 2004 ele respondia por 24,1% da composição do saldo comercial). Ainda assim ocorreu um aumento absoluto do saldo gerado.

Os setores Agricultura Tropical (café, açúcar, frutas como destaques) e Produtos Animais (carnes) despontam também como dois grandes geradores de saldo, respondendo por 18,7% e 18,6% da composição do saldo comercial do país, respectivamente. Logo atrás estão os setores Maquinaria-Veículos–Rodoviários e Matérias-Primas (15,1% e 14,4% respectivamente).

Com relação ao crescimento do saldo comercial na comparação com 2004, os principais segmentos foram: Matérias-Primas (68,4%), Maquinaria-Veículos Rodoviários (41,7%), Agricultura Tropical (35,4%) e Produtos Animais (29,6%).

Além do setor de Cereais, etc, o de Maquinaria-Outros de Transporte obteve um decréscimo do saldo comercial gerado. Isto ocorreu devido a fatores ligados ao comércio de aviões.

Pelo lado dos segmentos deficitários, em primeiro lugar, embora com uma tendência de melhora, está o setor de Química, seguido de perto pelos setores Maquinaria-Eletro-Eletrônica e Petróleo. Os setores de Química e Petróleo apresentaram uma importante redução do déficit comercial gerado em 2005 com relação a 2004. Além disso, com um pequeno déficit se encontra o setor Maquinaria-Demais, cujo resultado, no entanto, mostrou nítida tendência de redução entre 2001 e 2004. Seja porque o setor ampliou suas exportações, seja devido a um processo de substituição de importações que ocorreu neste segmento, ou ainda porque ainda é baixo o volume de investimentos na economia brasileira.

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Em suma, os resultados mostram que os macro-setores tradicionais exportadores e geradores de saldo comercial da economia brasileira ampliaram sua capacidade de gerar excedentes de exportação, com uma exceção muito importante que é o setor Cereais, etc, devido à queda das exportações de soja.. Ainda assim, este último setor responde pela maior participação na geração do saldo comercial brasileiro. Deve-se destacar também que o setor Intensivo em Capital, que, tendo um grande aumento do saldo gerado durante os últimos 5 anos, aparece como um dos principais segmentos do comércio exterior brasileiro. Por outro lado, macro-setores tradicionais deficitários no comércio, mantém-se nesta condição (Química, Maquinaria Eletro-eletrônica, Petróleo). Porém, é importante constatar que setores como Química e Petróleo, apesar de deficitários, reduziram sua participação negativa, havendo perspectiva de saldo positivo em Petróleo no corrente ano Por fim, deve-se mencionar o setor de Maquinaria-demais (bens de capital), cujo déficit foi significativamente reduzido desde 2002 até 2004, e que em 2005 não teve variação significativa.

Os gráficos abaixo ilustram os resultados do saldo comercial.

Brasil - Saldo Comercial - US$ Bilhões

-10 -8 -6 -4 -2 0 2 4 6 8 10 12 2000 -5,8 2,3 3,0 4,0 1,4 3,2 3,0 3,4 -7,5 0,7 2,4 -4,8 -6,4 2001 -4,2 1,9 2,9 4,6 2,8 5,4 3,3 3,0 -7,3 0,6 2,7 -6,3 -7,0 2002 -2,5 2,5 3,2 4,7 3,0 5,8 3,4 4,2 -4,0 1,7 2,0 -5,1 -6,0 2003 -2,0 3,0 4,3 5,4 4,3 7,9 4,0 6,1 -4,1 3,2 1,4 -2,9 -6,1 2004 -4,6 3,8 5,1 6,2 6,4 11,4 4,9 8,1 -6,5 4,8 3,6 -1,9 -8,1 2005 -3,7 6,4 5,5 8,4 8,3 10,8 5,6 9,8 -6,8 6,8 2,6 -1,9 -7,3 Petróleo Matérias Primas Produtos Florestais Agricultura Tropical Produtos Animais Cereais, etc Intensivo em Trabalho Intensivo em Capital Maq. - Eletro-Eletrônico Maq. - Veículos Rodoviário Maq. - Outros de Transporte Maquinaria - Demais Química

(25)

Brasil - Composição do Saldo Comercial - % -25 -20 -15 -10 -5 0 5 10 15 20 25 30 35 2004 -13,8 11,4 15,2 18,4 19,1 33,8 14,6 24,1 -19,3 14,2 10,8 -5,7 -24,0 2005 -8,3 14,4 12,3 18,7 18,6 24,1 12,5 21,9 -15,2 15,1 5,7 -4,3 -16,4 Petróleo Matérias Primas Produtos Florestais Agricultura Tropical Produtos Animais Cereais, etc Intensivo em Trabalho Intensivo em Capital Maq. - Eletro-Eletrônico Maq. - Veículos Rodoviário Maq. - Outros de Transporte Maquinaria - Demais Química

Contribuição para o Aumento das Exportações

Diversos setores foram responsáveis pelo aumento de US$ 21,8 bilhões das vendas externas brasileiras no ano 2005 em comparação a 2004. Os principais destaques foram os setores Matérias-Primas (14,9%) e Maquinaria-Veículos-Rodoviários (14,1%). Os segmentos Intensivo em Capital (12,1%) e Petróleo (12,1%), também contribuíram de forma decisiva para o crescimento das exportações.

Num patamar intermediário estão os setores Agricultura Tropical (11,3%), Maquinaria Demais (10,1%), Maquinaria-Eletro-Eletrônico (9,2%) e Produtos Animais (9,2%). Os segmentos Química, Intensivo em Trabalho, bem como o de Produtos Florestais contribuíram positivamente, mas de forma marginal, para o crescimento das exportações.

Já os setores Cerais, etc (-3,7%), Maquinaria-Outros de Transporte (-4,3%) contribuíram negativamente para o aumento das exportações. Vale ressaltar que em 2004 com relação a 2003 esses três segmentos contribuíram positivamente para o aumento das vendas externas, com destaque para Cereais, etc com 13,2%.

(26)

Contribuição ao Aumento das Exportações 2004/2005 - Em % 12,1 14,9 2,2 11,3 9,2 5,4 12,1 14,1 10,1 7,1 9,2 -3,7 -4,3 -10 -5 0 5 10 15 20 Pe tr ól eo M a té ri as P ri m as P rod. F lores t. Ag ri c. Tr opi ca l P rodu to s An im ai s Ce re ai s , e tc In tensi v o em Trab al ho In tensi v o em Cap it a l M aq. - E letro -E le tr . M a q . - V e íc . R o d . M aq-O u tr o s Tr a n sp. M aqui n a -ri a -Demais Qu ími c a

Intensidade Tecnológica e Dinamismo das Exportações

Fizemos o mesmo exercício para certas categorias de agregações de setores exportadores (ver detalhes no anexo), sendo os seguintes os principais resultados:

 A indústria intensiva em P&D contribuiu apenas com 10,0% (7,9% em 2004 com relação a 2003) para o aumento das exportações. A maior contribuição para o aumento das vendas externas veio de setores de baixa e média-baixa intensidade tecnológica (contribuição de 70%).

 O aumento das exportações veio também de setores que tiveram declínio em sua participação no comércio mundial (setores com redução de market-share) entre 1996 e 2001 (59,6%) e, dentre estes, de setores que nesse mesmo período tiveram crescimento negativo nas exportações mundiais (40,9%). Note, porém, que houve uma melhora em relação a 2004, já que esses indicadores eram 77,7% e 44,5%, respectivamente.

 Setores de alto crescimento no comércio mundial no ciclo anterior de comércio, entre 1996 e 2001 (setores com crescimento médio superior a 5% ao ano), contribuíram com 22,3% para o aumento das exportações. Em 2004 esses setores contribuíram apenas com 9,4%.

(27)

 As exportações de manufaturas foram responsáveis por 51,4% do aumento das exportações (equivalente a de 2004).

 Os setores de base agropecuária (produtos agropecuários e os setores da agroindústria) contribuíram com 18,5% para o aumento das exportações, setores com base mineral com 17,6%, setores com base em combustíveis/energia contribuíram com 12,3%.

É extremamente importante conferir à pauta exportadora brasileira uma maior aproximação com os mercados de exportação mais dinâmicos, de maior conteúdo tecnológico e agregação de valor. A julgar pelos dados referentes aos anos de 2005 e 2004 algumas melhoras podem ser notadas. A indústria de P&D teve um aumento de sua contribuição entre os dois períodos apontados acima (7,9% em 2004 para 10% em 2005). Além disso, houve uma redução da contribuição dos setores de baixa e média baixa intensidade tecnológica de 77,9% para 70%. Outro fator importante é que os setores com declínio do market share entre 1996 e 2001 obtiveram uma redução de sua participação no aumento das exportações (77,7% em 2004 e 59,6% em 2005). Deve-se também ressaltar que os setores com alto crescimento no comércio mundial entre 1996 e 2001 passaram de uma contribuição de 9,4% para o aumento das exportações brasileiras para 22,3%. Por fim, é possível apontar que não houve alteração significativa na contribuição do setor manufatureiro entre os anos de 2004 e 2005.

Contribuição ao Aumento das Exportações - 2004/2005 - %

30,0 70,0 40,9 22,3 37,1 59,6 18,5 17,6 12,3 10,0 51,4 0 10 20 30 40 50 60 70 80 Ma n u fa tu ra s (S IT C ) A lt a e M édi a-Al ta In te n s . T e c n o l. Bai x a e M éd. Bai x a In t. T e cn o l. S e to res de C resc. Ne gat iv o * S e to re s d e A lto Cres ci m e nt o** S e t. c o m A u m. d e Mark et-S h a re* S e t. co m R e d . d e Mark et-S h a re* Ba se Ag ropec uári a Ba se M inera l Ba se C o m b ust ív e is/ En ergi a Indús tr ia I n tensi v a em P& D

* Refere-se ao período 1996/2001 das exportações e do comércio mundial;

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Contribuição ao Aumento do Saldo Comercial

Também se deseja identificar os setores que mais contribuíram para o aumento do saldo comercial entre anos de 2005 (saldo comercial atingiu US$ 44,7 bilhões) e 2004 (quando o saldo comercial atingiu US$ 33,7 bilhões) Ou seja, quem mais contribuiu para o aumento de US$ 11,1 bilhões no saldo do comércio exterior? Devemos frisar que a contribuição ao aumento do saldo comercial de um setor ou grupo de setores pode se dar por aumento de exportações ou por redução de importações. Os dois fatores estão explicitados nos gráficos abaixo, juntamente com a contribuição total de cada setor ou grupo de setores.

Em 2005 o setor Matérias-Primas foi o principal responsável pelo crescimento do saldo comercial brasileiro, com uma contribuição de 23,4%. Esse desempenho foi bastante influenciado pelo aumento das exportações de minério de ferro e minerais metálicos como um todo (13,5%).

O segundo setor que mais contribuiu para o aumento do saldo comercial foi o segmento Agricultura Tropical com 19,7%, devido ao aumento das vendas externas de café e açúcar (aumentos de 42,3% e 46,7% respectivamente). Note que na em 2004 a contribuição desse setor havia sido de apenas 9,4%. Em seguida vem o setor de Maquinaria-Veículos-Rodoviários contribuindo com 17,9% do crescimento do saldo comercial. O segmento Produtos Animais também deve ser ressaltado devido a sua alta e persistente contribuição para o crescimento do saldo comercial brasileiro nos últimos anos (17% em 2005 e 23,7% em 2004). O setor Intensivo em Capital também teve um desempenho digno de nota, 15%.

O setor de Petróleo, ao contrário do que ocorreu em 2004 (contribuição de -29,8% para o aumento do saldo comercial), em 2005 teve uma contribuição positiva (8,2%). Isso ocorreu mesmo com a instabilidade e a tendência de subida dos preços internacionais do produto.

O setor de Química se destaca por ter tido uma contribuição negativa no em 2004 (-22,2%), mas positiva em 2005 (6,6%). Já o segmento Maquinaria-Eletro-eletrônica que no ano de 2004 atingiu uma contribuição negativa de -27,3%, em 2005 obteve uma contribuição negativa de apenas 2,6%.

O setor de Cereais, etc, que mais havia contribuído para o aumento do saldo comercial em 2004 (39,4%) não só foi o segundo setor que menos contribuiu para o crescimento do saldo comercial em 2005, mas também foi um dos únicos segmentos com contribuição negativa para o aumento deste indicador (-5,3%). Sendo responsável por US$ 10,8 bilhões do valor do saldo comercial em 2005, esse setor ainda é responsável por grande parte do resultado do comércio internacional do Brasil. Com isso, a redução de 9,5% do saldo gerado pelo segmento (US$ 11,4 bilhões em 2004 para US$ 10,8 bilhões no ano de 2005) causa um impacto muito negativo no saldo comercial total do país. Vale ressaltar que a grande redução do valor exportado de milho e soja foram os grandes responsáveis por esse desempenho. O aumento do déficit comercial do trigo também foi um fator importante.

O segmento Maquinaria-outros de Transporte também teve uma contribuição negativa para o aumento do saldo comercial brasileiro em 2005, da ordem de 9,8%, decorrente tanto do aumento das importações de aviões, quanto da redução das exportações. Note que este setor em 2004 teve uma contribuição bastante positiva para o aumento do saldo naquele ano: 25,7%.

(29)

Em resumo, o saldo comercial brasileiro que se mostrava tão dependente do setor Cereais, etc em anos anteriores, obteve um crescimento significativo mesmo com uma contribuição negativa desse setor. Isto porque outros setores despontaram como grandes geradores de saldo, como nos exemplos de Matérias-Primas, Agricultura Tropical, Maquinaria Veículos Rodoviários e Intensivo em Capital. Alguns segmentos, apesar de não contribuírem de forma tão significativa para o crescimento do saldo, obtiveram importantes recuperações, são os casos de Química e Maquinaria-Eletro-Eletrônica. É também importante apontar o desempenho fraco do segmento Maquinaria-outros de Transporte, o qual, no entanto, é um tradicional e importante gerador de superávit para o comércio exterior brasileiro.

Contribuição ao Aumento do Saldo Comercial - 2004/2005 - %

23,4 3,4 19,7 17,0 6,2 15,0 -2,6 17,9 -9,8 6,6 -5,3 -0,1 8,2 -15 -10 -5 0 5 10 15 20 25 30 Pe tr ól eo M a té ri as P ri m as P rod. F lores t. Ag ri c. Tr opi ca l P rodu to s An im ai s Ce re ai s , e tc In tensi v o em Trab al ho In tensi v o em Cap it a l M aq. - E letro -E le tr . M a q . - V e íc . R o d . M aq-O u tr o s Tr a n sp. M aqui n a -ri a -Demais Qu ími c a

(30)

Contribuição ao Aumento do Saldo Comercial - 2004/2005 - % 29 4 22 18 -7 11 24 18 28 -8 20 14 -6 -1 -1 2 -4 -9 -10 -1 -20 -7 23 3 20 17 -5 6 15 -10 0 24 -21 -3 -16 8 18 -3 7 -30 -25 -20 -15 -10 -5 0 5 10 15 20 25 30 35 Pet ról eo M a té ri as Pri m as P rod . F lor e s t. Agri c . Trop ic al Pr odut o s Ani m ai s Ce reai s , et c In te n s iv o e m T rabal ho In te n s iv o e m Capi ta l Maq . - E letro-Elet r. Ma q . - V e íc. R o d . M aq-O u tr os Trans p. M a qu in a-ri a -De m a is Qu ím ic a

Aum. de Exp. Red.. de Imp. Total

Levando em consideração os outros agrupamentos de setores com os quais já trabalhamos na análise das exportações, podemos afirmar que os setores de baixa e média-baixa intensidade tecnológica, os setores que tiveram declínio em sua participação (market share) no comércio mundial no ciclo do comércio mundial de 1996 a 2001, os setores que nesse mesmo período tiveram crescimento negativo nas exportações mundiais e os setores de base agropecuária (produtos agropecuários e agro-indústria), são os principais grupos que respondem pelo aumento do saldo comercial.

Percebe-se que esses resultados gerais são similares aos de 2004, entretanto, existem diferenças muito importantes que devem ser destacadas. O setor de baixa e média baixa intensidade tecnológica contribui atualmente com 80,5% para o aumento do saldo, o que é um resultado inferior aos 114,5% de 2004. Consequentemente, o setor de alta e média alta intensidade passou a responder por 19,5% (-14,5% em 2004). Com relação aos setores com declínio de sua participação no comércio internacional no ciclo anterior, neste último ano eles contribuíram com 77,7%, já em 2004 esse percentual atingia 142,5%. Ademais os setores com aumento de market share contribuíram recentemente com 15,9%, ao passo que em 2004 o indicador foi de -45,2%.

A Base Agropecuária ainda permanece como o principal setor para o aumento do saldo comercial, no entanto, apenas com 34,5% de contribuição (82,6% em 2004), enquanto os segmentos ligados a Base Mineral tiveram um aumento incontestável de sua contribuição, passando de 0,8% no ano de 2004 para 29,9% em 2005.

(31)

Contribuição ao Aumento do Saldo Comercial - 2004/2005 - % 25,3 80,5 65,1 77,7 34,5 29,9 100,0 10,1 5,9 15,9 19,5 0 20 40 60 80 100 120 Tot a l Ma n u fa tu ra s (S IT C ) Al ta e M édi a Al ta In tens. T e cno lóg. Bai x a e M éd. B a ix a In t. T e cn o l. Se to res de C resc. Neg a ti vo * S e to re s d e A lto Cres ci m e n to** Se t. com Aum. de M a rke t-S ha re* S e t. co m R e d . d e M a rke t-S ha re* Bas e Agr opecu á ri a Bas e M in e ra l Bas e Co m b us tí v ei s /E n e rg ia

* Refere-se ao período 1996/2001 das exportações e do comércio mundial;

** Setores com crescimento anual das exp. mundiais superior a 5% no período 1996-2001.

Contribuição ao Aumento do Saldo Comercial - 2004/2005 - %

101 59 137 80 44 73 117 36 35 -76 -39 -57 -15 -57 -39 -2 -5 25 81 65 78 34 30 196 24 -96 -18 -34 100 10 16 6 19 -120 -100 -80 -60 -40 -20 0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 To ta l M a n u fa tu ra s (S IT C ) Al ta e M é di a - A lt a In te n s . T e cn o ló g . Bai x a e M é d. Ba ix a In t. T e c n o l. Seto res d e Cre sc. Nega ti vo* Se to re s d e Al to C resc im ent o** Set . com Aum . de M a rket -S hare * Set . com Red. de M a rket -Shar e* Base Agro pecuá ri a Base M ine ra l Base Co m bus tí v ei s /Ener gi a

Aum. de Export. Red. de Import. Total

* Refere-se ao período 1996/2001 das exportações e do comércio mundial; ** Setores com crescimento anual das exp. mundiais superior a 5% no período

(32)

1996-Anexo – Metodologia e Classificações

Os dados básicos foram processados a 3 dígitos, para um total de 261 grupos setoriais (SITC,Revisão 3). A partir desses dados, as agregações seguiram os seguintes procedimentos:

Manufaturas (SITC). A agregação Manufaturas parte da Classificação Por Capítulo da SITC

(1 dígito) e corresponde aos capítulos 5 a 8 abaixo: 0 – Alimentos

1 – Bebidas e Fumo

2 – Matérias-Primas, Exclusive Combustíveis 3 – Combustíveis

4 – Óleos e Gorduras 5 – Produtos Químicos

6 – Manufaturas por Tipo de Material 7 – Maquinaria e Material de Transporte 8 – Artigos Manufaturados Diversos 9 – Outros

Setores de Alta e Média-Alta Intensidade Tecnológica e Setores de Baixa e Média-Baixa intensidade tecnológica.

A classificação dos produtos industriais exportados segundo a intensidade tecnológica foi desenvolvida pela OCDE, que adota a distinção (de acordo com os gastos em P&D em proporção à produção e ao valor adicionado de cada grupo setorial) de produtos de baixa, média-baixa, média-alta e alta intensidade tecnológica. Para efeito desse trabalho, foram destacados os grupos setoriais classificados como de intensidade tecnológica alta e média-alta e setores de baixa e média-baixa intensidade tecnológica. (Agregações adaptadas de Bauman, R. e Neves, L.F.C.. Abertura, Barreiras Comerciais Externas e Desempenho Exportador Brasileiro. Cepal, 1998).

Setores de crescimento negativo. Setores que entre 1996 e 2001 tiveram crescimento

negativo nas exportações mundiais.

Setores de alto crescimento. Setores que entre 1996 e 2001 tiveram crescimento médio

acima de 5% ao ano nas exportações mundiais.

Setores com aumento de market-share e Setores com redução de market-share. Setores

que tiveram aumento (redução) em sua participação no comércio mundial entre 1996 e 2001.

Base agropecuária, base mineral, base combustíveis/energia: são adaptações da

classificação de produtos/setores com base em parâmetros tecnológicos segundo a tipologia elaborada e desenvolvida originariamente por Pavitt, K. Sectoral patterns of technical change: towards a taxonomy and a theory, Research Policy.1984.

Base agropecuária é a agregação de:

1) Produtos primários agrícolas - produtos sem transformação: carnes, ovos, pescado, arroz, milho, trigo, outros cereais, legumes e verduras, frutas, café, cacau, tabaco, couro, borracha natural, madeira, cortiça, juta, fibras vegetais.

(33)

2) Indústria intensiva recursos agrícolas - carnes, laticínios, farelos e farinhas de cereais, frutas, legumes e verduras em conserva, sucos de frutas, alimentos para animais, bebidas, óleos e gorduras, açúcar, pescado, fumo manufaturado, pasta e resíduos de papel, papel e papelão.

Base mineral é a agregação de:

1) Produtos primários minerais - minério de ferro, cobre, níquel, alumínio, pedra, areia, outros minerais brutos.

2) Indústria intensiva em recursos minerais - borracha e fibras sintéticas, indústria de cobre, níquel, alumínio, ouro, hidrocarbonos e derivados, composto de nitrogênio em FNCTN, compostos organo-inorgânicos, produtos químicos inorgânicos.

Base combustíveis/energia é a agregação de:

1) Produtos primários combustíveis/energia - petróleo, gás, carvão, coque.

2) Indústria intensiva em recursos energéticos - gasolina, óleos betuminosos, aditivos.

Indústria intensiva em P&D. Inclui: componentes eletrônicos, equipamentos de

telecomunicações, indústria aeroespacial, produtos farmacêuticos e medicamentos, pigmentos, tintas, verniz, essências e perfumes, perfumaria, cosméticos, instrumentos médicos, instrumentos óticos, relógios e aparelhos de medição, equipamento fotográfico, artigos para fotografia, cinema e material ótico.

Referências

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