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INOVAÇÃO E MEIO AMBIENTE NO ENFOQUE EVOLUCIONISTA: O CASO DAS EMPRESA PAULISTAS 1 M a CECÍLIA J. LUSTOSA 2 RESUMO

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INOVAÇÃO E MEIO AMBIENTE NO ENFOQUE EVOLUCIONISTA: O CASO DAS EMPRESA PAULISTAS1

Ma CECÍLIA J. LUSTOSA2

RESUMO

O presente trabalho tem como objetivo verificar o comportamento das empresas paulistas no que se refere às inovações ambientais. Uma vez que a produção e o consumo de bens econômicos podem levar à degradação ambiental, é importante analisar o comporta men to dos agentes econô micos, especialmente da firma, por ser produtora de bens que provocam, em diferentes graus, danos ambientais e por ser consu midora de recursos naturais e energia. Tal como a análise do processo inovativo, o meio ambiente pode ser estudado numa ótica evolucionista, que comporta no centro de sua análise uma visão dinâmica do processo de inovação. São abordadas questões sobre a relação entre tecnologia e meio ambiente, bem como os fatores essenciais para o desenvolvimento e difusão de tecnologias ambientais nos diversos setores da econo mia. Utilizando os dados da Pesquisa da Atividade Econômica Paulista, foram exemplificadas algumas das hipóteses teóricas acerca desse relacionamen to para o caso paulista. Os principais resultados obtidos são: (i) as empresas de inserção internacional são as que mais consideram?o meio ambiente como uma oportunidade de negócios e, independe nte me nte da origem do capital controlador, as empresas não consideram que há perda de mercados pelos efeitos ambientais de sua atividade; (ii) as firmas que modificaram seus processos produtivos por questões ambientais são as que mais investem em P&D; (iii) a estratégia de preservação do meio ambiente como fator indutor da inovação está mais claramente presente nas empresas que atribuem um grau importante ou superior ao seu departamen to interno de P&D.

I. INTRODUÇÃO

O debate sobre crescimento econô mico sempre foi intenso na teoria econô mica. Os países menos desenvolvidos buscam alcançar o mesmo padrão econô mico (de consu mo) dos países desenvolvidos (PD). Entretanto, o alto padrão de consu mo desses países, se for estendido para todos os países do planeta, torna- se inviável por alguns motivos, entre eles:

• o padrão tecnológico vigente, que seria adotado por todos os países, é intensivo em energia e matérias- primas. Existe, portanto, um limite de recursos naturais e fontes de energia à adoção desse mesmo padrão tecnológico por diversos países;

• não há tecnologia disponível que aproveite 100% dos insumos. Juntamente com a produção surgem os rejeitos industriais e se suas quantidades forem maiores que a capacidade de absorção do meio ambiente, geram a poluição. Essa tem efeitos negativos sobre a saúde huma na, sobre a qualidade dos recursos naturais, afetando a harmonia dos ecossistemas;

• o uso de determinados produtos gerados pela tecnologia vigente têm como conseqüência a geração de poluição. A quantidade de poluição resultante da adoção dos padrões de consumo dos PD por toda a população mundial tornaria o planeta

1 A autora agradece os comentários de Lia Hasenclever.

2 Doutoranda do IE/UFRJ e Professora do Departam e nto de Economia da UFAL. E-mail: cecilust@nuca.ie.ufrj.br

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sem condições de ser habitado, dado o surgimento de problemas ambientais globais e locais3.

Ass?m, há um limite ambiental para o desenvolvimento econômico na atual trajetória tecnológica, tanto no que tange à disponibilidade de recursos naturais quanto à saturação do ecossistema planetário. Além do mais, é importante enfatizar a questão da irreversibilidade dos danos ambientais. Ou seja, uma floresta destruída leva décadas para se recompor; um dos principais gases responsáveis pelo aquecimento global, o dióxido de carbono (CO2), leva em torno de 100 anos para se dissipar na atmosfera; os solos, sem

manejo adequado, ficam totalmente irrecuperáveis e tornam- se desertos, ou seja, os recursos naturais não- renováveis têm seus dias contados com a exploração irracional e mesmo os renováveis podem extinguir- se, se sua velocidade de exploração for superior a sua capacidade de reprodução, como os recursos pesqueiros. Adicione- se a tais fatos os altos custos de reversão dos danos ambientais, sejam eles relacionados aos gastos governamentais ou privados, relativos à saúde huma na ou à despoluição4.

Esse debate sobre crescimento econômico e meio ambiente teve início no final dos anos 60 e a discussão era se deveria ou não se desacelerar o ritmo de crescimento econô mico em função da crescente degradação ambiental. A tecnologia era considerada estática e quanto mais acelerado o ritmo do crescimento econômico, mais rápida seria a deterioração do planeta. Nos anos 70, a tecnologia continuava sendo a responsável pela degradação do meio ambiente, mas políticas ambientais foram implementadas no sentido de difundir as soluções do tipo end- of- pipe5. Somente nos anos 80 é que se pode

perceber o potencial da tecnologia para solucionar os problemas ambientais.

A questão deixou de ser crescer ou não, para ser como crescer. Por um lado, havia o reconhecimento de que a tecnologia gerou impactos sem precedentes sobre o meio ambiente, mas, por outro lado, a mudança tecnológica passou a ser a chave para solucionar os problemas ambientais. Atualmente, a discussão relevante passa a ser como gerar e difundir o conhecimento tecnológico, flexibilizar as regulamentações e aumentar o conhecimento e a capacidade de aprendizagem sobre os impactos ambientais da tecnologia, de forma a preveni- los.

Alvo de regulamentações ambientais crescentes, o setor industrial é um dos que mais provoca danos ambientais, seja por seus processos produtivos ou pela fabricação de produtos poluentes e/ou que tenham problemas de disposição final após sua utilização. Nesse contexto, a indústria é alvo de preocupações ambientais e também incorre em gastos financeiros pela maior regulamentação ambiental, como multas e tratamentos comp ulsórios de resíduos. A preservação ambiental é vista, por muitos empresários e economistas, como um custo para a indústria, afetando sua competitividade e a de seu país inclusive.

3 São exemplos de problemas ambientais globais o aquecimento global (efeito estufa) e a destruição da camada de ozônio. Os problemas ambientais locais são, entre outros, a poluição de recursos hídricos e a degradação dos solos.

4 No caso brasileiro, estudos Motta e Mendes (1995a e 1995b) estimam gastos com saúde associados aos efeitos da poluição hídrica e atmosférica; o programa de despoluição da Baía de Guanabara já consumiu milhões de dólares e ainda não foi concluído. Esses são alguns exemplos do alto custo incorridos ao tentar reverter os efeitos da poluição.

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Entretanto, apesar desses problemas serem de caráter mais macro, a raiz do problema está numa esfera micro. São as firmas e/ou setores industriais os responsáveis pela poluição, advinda do processo de produção ou do produto que geram, devido às tecnologias6 adotadas. Assim, a capacidade das firmas de adotarem e gerarem inovações

tecnológicas ambientais (environ ment- friendly technologies) é determina nte para que se tenha processos produtivos e produtos menos agressivos ao meio ambiente.

Por outro lado, a capacidade de inovação das firmas depende de fatores internos e externos a elas. Entre os primeiros, estão suas competências específicas para resolver problemas, a capacidade de absorção da firma e o acesso às inovações desenvolvidas por terceiros. Pode ser que mudanças nas estratégias, rotinas e expectativas empresariais da firma sejam necessárias para que ela se torne inovadora. Dentre os fatores externos estão medidas de caráter regulatório, ou seja, políticas que estimulem as firmas à inovação, o paradigma tecnológico vigente, o Sistema de Inovação Nacional (SIN) e o contexto macroeconô mico.

No caso brasileiro, a preservação ambiental tem sido alvo de preocupações crescentes. As empresas têm sofrido pressões dos órgãos reguladores, da sociedade e das organizações não- governamen tais no sentido de melhorarem sua performance ambiental. Algumas já incorporaram a gestão ambiental na gestão empresarial, através da adoção de certificação ambiental voluntária de acordo com a normas ISO 14000. Entretanto, as empresas de inserção internacional, ou seja, as exportadoras, as que possuem participação acionária de estrangeiros, as que depende m de financiamento externo e as filiais de empresas transnacionais (ET), sofrem também pressões internacionais em relação ao seu comporta me nto ambiental e algumas delas se deparam com barreiras “verdes” ao comércio internacional.

Entretanto, há uma distância entre as pressões exercidas e a maneira pela qual as empresas vêem e agem em relação às questões ambientais. Um estudo empírico sobre o comporta men to ambiental das empresas brasileiras ajudaria a elucidar essa questão. A Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (SEADE), através da Pesquisa da Atividade Econômica Paulista (PAEP), construiu uma base de dados sobre a indústria paulista que contém informações sobre o comportamento ambiental das empresas. A partir dos dados da PAEP, serão verificadas algumas hipóteses sobre o comportame nto ambiental ?as empresas paulistas. Dado que o Estado de São Paulo é responsável pela maior parte da atividade industrial brasileira, as conclusões sobre o comporta men to das empresas paulistas pode dar uma primeira aproximação sobre a atuação ambiental das empresas brasileiras.

O presente trabalho está dividido em quatro partes. A primeira (seção II) faz uma abordagem teórica sobre inovação num enfoque evolucionista, abordand o os principais fatores que influenciam na capacitação das firmas para se tornarem inovadoras. A seção seguinte trata das especificidades das inovações ambientais, procurando destacar, ainda que hipoteticamente, as razões pelas quais umas firmas adotam inovações ambientais e outras não. A terceira parte (seção IV) analisa a relação meio ambiente e inovação para as firmas paulistas, procurando verificar algumas das hipóteses levantadas na seção

6 Por tecnologia entende- se não somente a técnica de produção, mas também a organização do processo produtivo, a disposição final de resíduos, entre outros.

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anterior, utilizando dados da PAEP. Finalmente, a seção V traça algumas conclusões sobre o trabalho.

II. A INOVAÇÃO NO ENFOQUE EVOLUCIONISTA

A análise da mudança tecnológica e da inovação deve ser feita numa perspectiva dinâmica. Uma determinada tecnologia, a partir de um certo momento, não mais satisfaz plenamente seu usuário. Surgem problemas e esses são solucionados com inovações. Entretanto, quando se introduz uma inovação não se sabe exatamente seus resultados e, muitas vezes, inovações incrementais são necessárias para adaptá- la a novas situações, revelando o caráter incerto do processo inovativo. Portanto, essa constante mutação ao longo do tempo não pode ser analisada sob um ponto de vista estático. O passado pode ser analisado historicamente; o momento atual e as perspectivas futuras num enfoque evoluionista7.

Para os econo mistas evolucionistas, o conhecimento tecnológico pode ser codificado ou tácito. No primeiro caso, o conhecimento pode ser transmitido através de manuais ou de descrição de procedimentos de como empregar determinada tecnologia. O conhecimento tácito, diferentemente, só é adquirido pelo uso de uma dada tecnologia, ele é fruto de experiências pessoais e, por isso, é difícil de ser transmitido e codificado. Em relação às tecnologias, elas podem ser universais - quando o conhecimento é difundido e são princípios gerais de ampla aplicação - ou específicas - no caso em que resulta de procedimentos específicos desenvolvidos através da experiência. Outra distinção importante se faz entre tecnologias públicas, de livre acesso a todos, e as privadas, vindas de conhecimento tácito ou protegidas por patentes e segredos industriais.

Para os evolucionistas, as firmas não podem ser tratadas como se tivessem os mesmos objetivos, pois elas são diferentes entre si e tais diferenças são fundamentais para entendê- las. Cada firma possui rotinas, estratégias e competências específicas que irão determinar sua capacidade de sobrevivência no ambiente em que estão inseridas. A capacidade de sobrevivência da firma está diretamente relacionada com a maneira pela qual ela percebe e soluciona problemas. As inovações são respostas para os problemas com os quais a firma se depara.

Segundo Hall (1994), o processo de inovação correspon de a todas as atividades que geram mudanças tecnológicas e a interação dinâmica entre elas, sendo que não necessariamente precisam ser novidades. Ao inovar, a firma está buscando solução para um determinad o problema, que é resolvido dentro de um paradigma tecológico8, isto é,

dentro de determinados padrões de soluções amplame nte aceitos baseados nos princípios das ciências naturais. Assim, uma vez estabelecido o paradigma tecnológico, as inovações tornam- se seletivas na capacidade de solucionar problemas, ao mesmo tempo que encobrem outras soluções que estariam fora do paradigma tecnológico. Entretanto, quando as dificuldades para achar soluções tornam- se crescentes, ?á um forte incentivo para a mudança de paradigma tecnológico, mas essa não é uma condição

Os principais autores desta escola são: Giovanni Dosi, Christopher Freeman, Richard Nelson, Sidney Winter, entre outros.

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suficiente, visto que para estabelecer um novo paradigma é necessário que ocorram avanços no conhecimento básico, além de outros fatores institucionais e de mercado. Dentro do paradigma tecnológico vigente, é selecionada uma determinada tecnologia. Segundo B. Arthur, citado por López, 1996, a tecnologia não é eleita por ser a mais eficiente, mas torna- se mais eficiente por que foi eleita, isto é, as tecnologias tornam- se mais atrativas quanto mais são utilizadas. Assim, a tecnologia é path- dependent , ou seja, ela será resultado de trajetórias previamente definidas. Isso gera um efeito de lock- in , fazendo com que as firmas fiquem presas à tecnologia mais difundida e ao paradigma tecnológico vigente. Esses eventos terão grandes efeitos sobre a capacidade da firma em achar soluções para problemas específicos, ou seja, sobre a capacidade de inovar da firma.

Esse raciocínio leva à seguinte questão: o que capacita as firmas para gerarem e adotarem inovações? Há uma série de fatores que irão influenciar na capacitação das firmas a se tornarem inovadoras. Em linhas gerais, pode- se agrupá- los em fatores internos e externos às firmas. Dentre os fatores internos, pode- se destacar: as competências específicas para resolução de problemas, a capacidade de absorção da firma e o acesso às inovações desenvolvidas por terceiros. Dentre os fatores externos estão: o paradigma tecnológico vigente e o SIN.

As competências específicas da firma para resolução de problemas, o primeiro dos fatores internos, são acumuladas ao longo do tempo. Ou seja, são habilidades e conhecimentos que a firma possui, que foram adquiridos com o tempo, que determinam sua capacidade de absorver ou criar conhecimento. Essas habilidades e conhecimentos específicos depende m dos investimentos em pesquisa e desenvolvimento (P&D), do conhecimento individual dos funcionários, do tamanho e da natureza da empresa (pública, privada, ET, etc.), do setor de atividade e do grau de especialização.

O segundo fator interno está diretamente relacionado com o primeiro. A capacidade de absorção, segundo Cohen & Levinthal (1990), é definida como as habilidades de reconhecer o valor da nova informação, assimilá- la e aplicá- la para fins comerciais, sendo crucial para capacitar a firma a inovar. Entretanto, essa habilidade para avaliar e utilizar o conhecimento externo é função do nível de conhecimento anterior, ou seja, na medida em que o conhecimento externo e a firma possuam padrões básicos e linguagem comu ns, fica mais fácil utilizar a informação de forma produtiva. Assim, a capacidade de absorção é co- produto do P&D e dos conhecimentos tácitos adquiridos na produção. Nesse sentido, o treinamento em pessoal significa investimento na capacidade de absorção e nas atividades de P&D, mesmo que não gere resultados imediatos, está contribuindo decisivamente para aumentar a capacidade de absorção da firma. Entretanto, o investimento para desenvolver a capacidade de absorção é alto e pode ser considerado um snk- cost9.

O acesso às inovações desenvolvidas por terceiros não é livre e, em geral, possui altos custos. Seja por falta de informação da firma que quer adotar a inovação, por estratégia concorrencial do inovador em não difundir sua inovação, por proteção de patentes e?segredo industrial ou pelos custos de manutenção da capacidade de absorção, as

Sunk- cost são que não podem ser recuperados caso a firma deixe o mercado. Em geral, representa m ativos

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inovações não estão disponíveis como produtos na prateleira de um supermercado. Isso significa que há um custo de acesso e que ele pode ser alto. Logo, para muitas firmas torna- se difícil inovar, seja pelo alto custo de desenvolvimento interno (P&D) ou de aquisição de tecnologias de terceiros. Concluindo, a capacidade de inovação da firma encontra duas limitações: é path- dependent e dependen te das capacidades endógenas acumuladas no campo tecno- produtivo.

O primeiro dos fatores externos, o paradigma tecnológico vigente, como explicado anteriormente, delimita a capacidade da firma de inovar, pois define o padrão científico no qual as inovações devem ficar circunscritas. Nesse sentido, a mudança no paradigma tecnológico pode fazer com que a firma se torne mais ou menos inovadora, a depen der dos fatores internos à firma que influenciam na sua capacidade de inovar.

O SIN, o segundo fator externo, vai influenciar na capacidade das firmas gerarem e adotarem inovações, pois constitui- se num sistema organizacional que visa desenvolver a ciência e tecnologia dentro dos limites da nação. É um arranjo institucional complexo que envolve os laboratórios de P&D das firmas, os institutos de pesquisa e universidades, as instituições de financiame nto, as instituições educacionais, as instituições legais (patentes, leis de regulação da concorrência, entre outros), os mecanismos de seleção (o mercado e outras instituições reguladoras) e a relação com outros países. O SIN deve ser considerado em suas três dimensões: as instituições; a interação entre elas, forman do uma rede; e a capacidade de aprendizado. Assim, um SIN eficaz induz as firmas a serem inovadoras.

Mesmo que as firmas estejam capacitadas para serem inovadoras, há outros fatores que são determinantes para gerarem e adotarem inovações. Ou seja, uma vez capacitadas, falta explicar porque umas firmas tenderiam mais a inovar do que outras. O contexto macroeconô mico é um fator qu? interfere nesse processo, pois explicita o contexto econômico no qual a firma está inserida. As firmas têm dificuldades para tomar decisões em condições de grande incerteza, geradas por um cenário de instabilidade macroeconô mica. Nesse contexto, há uma certa paralisia das firmas para inovar. Reversamente, a estabilidade macroeconô mica cria confiança nos agentes econômicos, que tenderão a consumir e investir mais. Logo, quanto mais estável a situação macroeconô mica, mais segurança as firmas têm para inovar.

As medidas de caráter regulatório seriam outro fator, visto que podem induzir as firmas a adotarem inovações. Alguns setores necessitam de maiores regulamentações em função do tipo de atividade que desenvolvem. Por exemplo, as empresas cujas atividades causam impactos no meio ambiente, estão sujeitas ao cumprimento de regulamentações, que podem ser indutoras de inovações, a depender dos objetivos e instrumentos de política ambiental. Finalmente, o grau de competição do mercado no qual a firma está inserida é um dos fatores que mais influencia na sua decisão de gerar e adotar inovações. Para os evolucionistas, a concorrência é o motor da inovação, isto é, a inovação é resultante do processo de concorrência capitalista. Assim, em mercados competitivos, a inovação passa a ser fator de diferenciação entre a firma e seus concorrentes, podendo ser também a única forma de sobrevivência no mercado. Nessa perspectiva, a firma têm dois destinos: ou inovar ou morrer.

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III. AS INOVAÇÕES AMBIENTAIS

O estudo dos problemas ambientais deve, também, ser feito através de uma perspectiva dinâmica. Numa análise histórica, pode- se perceber que os problemas ambientais muda m ao longo do tempo. Como ilustram Kemp e Soete (1990), no final do século XIX, o uso de cavalos como meio de transporte trouxe grandes problemas ambientais para a cidade de Londres. Dado que cada cavalo produz em média 16 kg de estrume por dia, o uso intensivo desse meio de transporte causou diversos transtornos à cidade, fazendo com que tivesse cerca de 6 mil varredores de ruas, a fim de limpar a passagem para os pedestres. Apesar de já estarem disponíveis outros meios de transporte, eles não eram adotados em função das regulamentações que limitavam a velocidade em oito milhas / ho ra e pela pequena escala de produção. Foi constatado, entretanto, que os carros emitiam 200 vezes menos resíduos que os cavalos, quando as emissões eram medidas em gramas por milha.

Um século mais tarde, o problema ambiental do passado não mais existe, devido à substituição de cavalos por meios de transporte com motores que utilizavam combustíveis fósseis. Mas, surgiu outro problema: a queima de combustível fóssil provoca emissões de carbono e, devido à utilização generalizada, a concentração de dióxido de carbono na atmosfera vem aumenta n d o, sendo este um dos principais gases responsáveis pelo aquecimento global.

A questão da cumulatividade e da irreversibilidade dos danos ambientais é igualmente relevante. No primeiro caso, novos problemas vão surgindo à medida em que o meio ambiente torna- se mais degradado. A acumulação na atmosfera de dióxido de enxofre, por exemplo, provoca chuva ácida, sendo necessárias inovações para lidar com o problema. No que tange à irreversibilidade, as inovações são necessárias para recompor o meio ambiente. O desmatame nto desordenad o faz com que terras antes férteis tornem-se detornem-sertos, aniquilando a flora e a fauna locais. Tecnologias de recuperação de solos e de reflorestame nto são necessárias para recompor o ecossistema local, entretanto, dadas as especificidades ambientais, muitas vezes são necessárias inovações incrementais nesse processo. Tais inovações, incrementais ou não, podem trazer outros problemas ambientais, como no caso da substituição do cavalo como meio de transporte por veículos automotores.

Assim, seja por ação antrópica ou por sua mutação natural, o meio ambiente está em constante evolução e, tal como a análise do processo inovativo, pode ser estudado corretame nte numa ótica evolucionista. Abre- se, portanto, a possibilidade de analisar as questões relativas às inovações ambientais à luz da teoria econô mica evolucionista, que comporta, no centro de sua análise, uma visão dinâmica do processo econômico. Uma vez que a produção e o consumo de bens econômicos leva à degradação ambiental, é importante analisar o comportame nto dos agentes econômicos, especialmente da firma, por ser produtora de bens que provocam, em diferentes graus, danos ambientais e por ser consumidora de recursos naturais e energia.

A capacidade das firmas adotarem e gerarem inovações ambientais é determina nte para que se tenha melhorias ambientais locais e globais - gerenciando adequadam en te os recursos naturais e controlando a poluição. As melhorias ambientais podem ser traduzidas como menor utilização de recursos naturais e energia por unidade de produto

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- melhoria na produtividade dos insumos -, menor poluição e recuperação de ecossistemas degradados, permitindo que se amplie o limite ambiental para o desenvolvimento econômico. Dessa maneira, as inovações ambientais são fundame ntais para harmonizar preservação ambiental com o crescimento econômico e para permitir um maior acesso a padrões de consumo mais elevados por um maior número de pessoas. As soluções para os problemas de poluição ambiental podem ser do tipo end- of- pipe (EOP) ou pollution prevention (PP). No primeiro caso (EOP), também chamado de tratamento de final de linha, as substâncias tóxicas são tratadas antes de serem lançadas no meio ambiente - controle da contaminação - e incluem també m as atividade de restauração do ambiente degradado (clean- up) , tornando inofensivas substâncias tóxicas já presentes no ecossistema. O segundo caso (PP), prevenção da contaminação ou “eco-eficiência”, inclui a adoção?de tecnologias mais limpas, melhoria na eficiência produtiva através de gestão inovadora, redução da geração de resíduos e reciclagem de subprodutos do processo produtivo que eram considerados resíduos (López, 1996). Ou seja, o enfoque PP prevê mudanças nas tecnologias adotadas e nas formas de gestão empresarial, enquanto que o tratamento EOP está baseado em tecnologias já existentes e podem ser considerados, portanto, como paliativos e não soluções mais definitivas, que reduzam efetivamente a quantidade de emissões e resíduos, como no caso da PP. Assim, define- se inovações ambientais aquelas associadas ao enfoque PP.

Porém, como afirma López (1996), muitas vezes não estão claros os limites entre as soluções EOP e as PP. Um tratamento EOP pode recuperar substâncias que podem ser reutilizadas. Além do mais, muitas vezes uma solução eco- eficiente não elimina totalmente as emissões, necessitando posteriormente de tratamento EOP, demonstran do que elas podem ser complementares. Entretanto, de acordo com Foray e Grübler (1996), esses dois tipos de soluções podem gerar conflitos nos objetivos de curto prazo e de longo prazo de políticas ambientais. A eco- eficiência (PP) é um objetivo de longo prazo e necessita de suporte de políticas que estimulem o surgimento e a adoção de inovações ambientais. As soluções EOP são para controlar as emissões no curto prazo e estão mais ao alcance das firmas por serem de mais fácil adaptação à tecnologia utilizada, sem necessitar de mudanças radicais nos processos produtivos e organizacionais das firmas. Assim, políticas ambientais que estimulem a redução da poluição no curto prazo, através da adoção de soluções do tipo EOP, podem desincentivar a adoção de inovações ambientais que requeiram mudanças mais radicais.

Foray e Grübler (1996) destacam três questões relevantes sobre a relação entre tecnologia e meio ambiente. A primeira refere- se à incerteza, ao desconhecimento e ao conhecimento disperso que são dominantes na geração e distribuição do conhecimento tecnológico, inclusive em relação à questão ambiental. Associadas ao surgimento de uma nova tecnologia, existem incertezas quanto às suas propriedades e impactos atuais e futuros. Esses impactos podem estar associados aos usos da tecnologia em si, às incertezas de sua utilização social e às incertezas quanto à magnitude da difusão tecnológica e seus efeitos ou impactos cumulativos potenciais. Existe, também, o desconhecimento quanto à existência de determinadas tecnologias. O acesso ao conhecimento nem sempre é imediato, pois “there is simply a difference between

knowledge that may exist somewhere and knowledge that is available in the right form, at the right time, to the right people” (Foray e Grübler, 1996 : 8). Além do mais, o

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conhecimento sobre o meio ambiente encontra- se disperso. Talvez as novas tecnologias de informação possam vir a minimizar esses problemas.

A segunda questão refere- se às tensões existentes entre a inércia e estabilidade das tecnologias existentes e os fatores que induzem à mudança tecnológica, incluindo a preservação ambiental como um desses fatores. Como anteriormente mencionado, a tecnologia é resultado de uma trajetória previamente definida, gerando um efeito de

lock-in . Assim, a geração de novas tecnologias eco- eficientes torna- se um desafio, apesar do

critério ambiental ser potencialmente indutor de mudança tecnológica. Surge uma importante questão: como superar a inércia tecnológica para acelerar a transição na direção de novas tecnologias e configurações institucionais que internalizem a questão da preservação ambiental?

A última questão trata dos dilemas de política no que tange as questões ambientais. Os objetivos ambientais de curto e longo prazo podem não ser compatíveis, como acima mencionado para as soluções EOP e eco- eficientes. As regulamentações ambientais e as políticas vigentes podem não ser compatíveis com atitudes inovadoras das firmas. Além do mais, surge uma possível incompatibilidade entre a diversidade tecnológica, possivelmente mais adequada às diferentes questões ?mbientais, e a padronização, que reduz custos e gera ganhos de escala. Por fim, existe o dilema entre a necessidade de acelerar a criação e difusão de tecnologias ambientais e a necessidade de minimizar a irreversibilidade tecnológica.

Kemp e Soete (1990) argumentam que a criação e a difusão de tecnologias ambientais diferem do processo tradicional de mudança tecnológica em geral, que consiste na sucessão de técnicas de produção mais novas e eficientes. Assim, apontam os fatores essenciais para o desenvolvimento e difusão de tecnologias ambientais nos diversos setores da economia. Tais fatores podem ser separados nos que afetam a oferta e naqueles que afetam a deman da por tecnologias ambientais.

Dentre os primeiros, pode- se destacar as oportu nidades tecnológicas, que diferem tanto inter quanto intrasetorialmente. Essas oportunidades depende m dos conhecimentos científicos e técnicos existentes e dos equipamentos disponíveis, pois dada a diversidade dos problemas ambientais, alguns podem ser facilmente resolvidos com a tecnologia disponível, enquanto que outros não têm solução imediata e nem no futuro próximo. Outro fator que afeta a oferta de tecnologias ambientais refere- se às condições de apropriabilidade. Por um lado, dado o interesse social na rápida difusão dessas tecnologias, provavelmente haverá uma maior regulamentação no sentido de limitar o tempo de apropriabilidade. Por outro lado, dada a crescente expectativa em relação ao aumento da quantidade e da rigidez das regulamentações ambientais, o domínio de tecnologias mais limpas pode tornar- se um importante fator competitivo para as firmas. Finalmente, a instabilidade da deman da por tecnologia ambiental faz com que a indústria de tecnologia ambiental não se desenvolva plenamen te.

Dentre os fatores que afetam a deman da por tecnologias ambientais, os autores destacam, em primeiro lugar, os problemas relacionados com o conhecimento e a informação. Nestes estão incluídos tanto as competências técnicas para adaptar novas tecnologias, como também o conhecimento sobre quais técnicas estão disponíveis, como acessá- las e como obter financiamento para adotá- las. A insegurança e a incerteza em

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adotar de tecnologias ambientais, devido ao risco envolvido, é outro fator que afeta a demand a. Novas tecnologias requerem mudanças de rotina e treinamento de pessoal, além das incertezas inerentes aos seus resultados. Além do mais, as tecnologias ambientais podem ficar rapidamente obsoletas, na medida em que os padrões de proteção ambiental se tornam mais rígidos. A avaliação de tais riscos varia de uma firma para outra e entre setores.

A relação produtor usuário também influencia diretamente na demand a por tecnologias ambientais. Dada a diversidade dos problemas ambientais, é difícil haver um produtor de tecnologias limpas para todos os setores. Além do mais, o produtor de tecnologias ambientais, devido a especificidade de seu produto, não será o maior provedor de tecnologia para as empresas. O último fator apontado refere- se à distinção entre inovações de produto e de processo. As inovações de produto devem atender à demand a dos consu midores por produtos ecologicamente corretos, que vai depen der da importância que atribuem ao meio ambiente e à disponibilidade de pagar por esse tipo de produto. As inovações de processo estão relacionadas com os objetivos e valores da firma, onde predomina m os fatores de eficiência de custos. São, portanto, fatores diferentes que induzem cada tipo de inovação ambiental.

Além desses fatores, a estrutura de mercado do setor poluidor influencia na difusão de tecnologias ambientais. As pequenas e médias empresas têm menos percepção dos problemas ambientais e possuem menos conhecimento e informações sobre as tecnologias disponíveis. É esperado, portanto, que firmas desse tipo sejam menos inovadoras, ao mesmo tempo em que não percebem a influência da preservação ambiental sobre seus negócios. O grau de competição entre as firmas e a situação financeira delas também influenciam na adoção de tecnologias ambientais. Mercados onde a competição se dá via preços, que possuem margens de lucro muitos baixas e que são caracterizados pela ausência de competição – como monop ólios e reservas de mercado - tendem a influenciar negativamente nas decisões da firma em adotar e desenvolver tecnologias ambientais.

Ao tratar as inovações ambientais no enfoque evolucionista, pode- se levantar algumas hipóteses pelas quais umas firmas adotam e geram inovações ambientais e outras não. Diante do exposto acima, infere- se que:

1) De acordo com os fatores internos que capacitam as firmas a gerarem e adotarem inovações, descritos no item II, as firmas inovadoras seriam as que investem mais em P&D, que têm pessoal mais qualificado, as de maior taman ho e as mais bem informadas. No caso específico de inovações ambientais, deve- se adicionar que as firmas que adotam esse tipo de inovações são as de inserção internacional - no caso dos países em desenvolvimento (PED) -; as de melhor situação financeira, uma vez que a preservação ambiental é, muitas vezes, considerada um custo; e aquelas que têm a questão ambiental inserida nos seus objetivos e valores.

2) Entretanto, como entre os objetivos da firma predomina m os fatores de eficiência de custos, a adoção de métodos de produção ambientalmente corretos não é um objeto prioritário da firma, apesar da crescente consciência de seu papel poluidor e das pressões sociais (Kemp e Soete, 1990). Logo, não haverá muitas atitudes voluntárias para combater a poluição. Nesse caso, as regulamentações seriam necessárias para

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induzir as firmas a adotarem tecnologias mais limpas e os setores considerados mais poluidores seriam os mais forçados a diminuírem seus impactos ambientais.

3) As firmas com elevado nível de competitividade têm mais possibilidade de responder à questão ambiental, uma vez que a variável ambiental pode ser um fator para reforçar sua posição competitiva.

4) Fatores externos à firma influenciam na sua atitude de gerar e adotar inovações ambientais. Quanto mais a preservação ambiental estiver internalizada nas instituições, maiores serão os incentivos para as firmas; quanto maior a estabilidade macroeconô mica, menores são as incertezas associadas às inovações; quanto mais desenvolvido o SIN, torna- se mais fácil o acesso às inovações ambientais; e quanto mais competitivo for o ambiente no qual a firma está inserido, maiores são os incentivos às inovações – incluindo também as ambientais -, a fim de preservar ou ampliar sua participação no mercado.

IV. EVIDÊNCIAS EMPÍRICAS: O CASO DAS FIRMAS PAULISTAS

A partir das hipóteses acima levantadas, serão utilizados dados da Fundação SEADE relativos à PAEP a fim de analisar alguns aspectos do comportame nto ambiental das empresas paulistas. Essa pesquisa refere- se ao ano de 1996, abrangendo o Estado de São Paulo, num total de 43.900 empresas. As respostas foram voluntárias e por isso pode haver diferença no número de empresas de cada tabela. Em função da abrangência do presente trabalho, nem todas as variáveis necessárias para evidenciar as hipóteses levantadas foram selecionadas.

Pelo exposto na seção III, as empresas de inserção internacional seriam as que mais adotam inovações ambientais e as que vêm o meio ambiente como uma oportu nidade de negócios, podend o vir a perder mercados pelo seu comportame nto ambiental. A variável escolhida que reflete a inserção internacional foi a Origem do capital controlador da empresa em 31/12/96, ou seja, correspo nde à origem (nacionalidade) do(s) sócio(s) controlador(es)7:

• nacional, controle efetivo em caráter permane nte sob titularidade direta ou indireta de pessoas físicas domiciliadas e residentes no país, ou por empresas brasileiras de capital nacional, inclusive entidade de direito público interno;

• estrangeira, controle efetivo em caráter permanen te sob titularidade direta ou indireta de pessoas físicas ou jurídicas domiciliadas fora do país;

• nacional e estrangeira, quando houver mais de um controlador por força de acordo de acionistas, sendo que pelo menos um deles é estrangeiro.

Para verificar se as empresas vêm o meio ambiente como uma oportu nidade de negócios, poden do vir a perder mercados pelo seu comportame nto ambiental, foram selecionadas as variáveis:

• Oportunidade de negócios – produtos e processos não agressivos ao meio ambiente, que indica a ocorrência da oportu nidade de negócio para a empresa devido ao desenvolvimento de produtos e processos não agressivos ao meio ambiente;

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• Implicações efeito sobre meio ambiente – perda de mercado, que indica a ocorrência de perda de mercados internos e/ou externos derivada dos efeitos da atividade da empresa sobre o meio ambiente;

• Implicações efeito sobre meio ambiente – elevação de custos, que indica a ocorrência de elevação dos custos da empresa (com investimento em tratamento de resíduos, multas, etc.) derivada dos efeitos de sua atividade sobre o meio ambiente.

As tabelas 1 a 3 apresentam os resultados do cruzamento dessas variáveis com a origem do capital controlador das empresas. De acordo com a tabela 1, das 843 empresas de inserção internacional (capital estrangeiro e nacional e estrangeiro), 52,4% acham que o desenvolvimento de produtos e processos produtivos menos agressivos ao meio ambiente pode ser uma oportu nidade de negócios. Se considerarmos somente as empresas de capital estrangeiro, esse percentual sobe para 54,9%. Dentre as empresas de capital nacional, esse percentual cai para 29,2%. Confirma- se, portanto, a hipótese de que as empresas de maior inserção internacional são aquelas que vêm o meio ambiente como uma oportunidade de negócios.

Tabela 1 – Empresas que consideram o meio ambiente uma oportunidade de negócios, segundo origem do capital controlador - 1996

Erro Amostral: B = Estimativas com

erro relativo menor que 40%.

OPORTUNIDADE DE NEGÓCIOS – PRODUTOS E PROCESSOS NÃO AGRESSIVOS AO MEIO AMBIENTE

ORIGEM DO CAPITAL CONTROLADOR (EM 31/12)

Dados 1 = SIM 2 = NÃO Total Global

1 = NACIONAL Contage m de Empresas 11.702 28.367 40.069 Erro Amostral B -2 = ESTRANGEIRO Contage m de Empresas 322 264 586 Erro Amostral B B -3 = NACIONAL E ESTRANGEIRO Contage m de Empresas 120 137 257 Erro Amostral B B -Total de Empresas 12.144 28.768 40.912

Entretanto, a tabela 2 mostra que somente 11,4% das empresas de inserção internacional admitem perder mercados devido aos efeitos de sua atividade sobre o meio ambiente. Esse percentual cai para 4,3% quando consideradas as empresas de capital nacional. Logo, a maioria das empresas (95,6%), independe nte da origem do capital, acham que não há perda de mercados internos e/ou externos devido aos efeitos de sua atividade sobre o meio ambiente.

Tabela 2 – Empresas que consideram perdas de mercado devido aos efeitos de sua atividade sobre o meio ambiente, segundo origem do capital controlador - 1996

Erro Amostral:

C = Estimativas sujeitas a erro relativo maior que

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ORIGEM DO CAPITAL CONTROLADOR (EM 31/12)

Dados 1 = SIM 2 = NÃO Total Global

1 = NACIONAL Contage m de Empresas 1.721 38.326 40.047 Erro Amostral B B -2 = ESTRANGEIRO Contage m de Empresas 72 511 583 Erro Amostral A B -3 = NACIONAL E ESTRANGEIRO Contage m de Empresas 24 234 259 Erro Amostral C B -Total de Empresas 1.817 39.072 40.889

A tabela 3 demonstra que 41,1% das empresas de inserção internacional consideram que seus custos elevaram devido aos impactos ambientais de suas atividades. Esse percentual cai para 14,8% no caso das empresas de capital nacional. No total das empresas, 84,7% consideram que não houve elevação de custos por questões ambientais.

Tabela 3 – Empresas que consideram elevação de custos derivada dos efeitos de sua atividade sobre o meio ambiente, segundo origem do capital controlador - 1996

Erro Amostral: B = Estimativas com erro relativo menor que 40%.

IMPLICAÇÕES EFEITO SOBRE MEIO AMBIENTE – ELEVAÇÃO DE CUSTOS

ORIGEM DO CAPITAL CONTROLADOR (EM 31/12)

Dados 1 = SIM 2 = NÃO Total Global

1 = NACIONAL Contage m de Empresas 5.919 34.131 40.050

Erro Amostral B B

-2 = ESTRANGEIRO Contage m de Empresas 242 341 583

Erro Amostral B B -3 = NACIONAL E ESTRANGEIRO Contage m de Empresas 104 155 259 Erro Amostral B B -Total Contagem de Empresas 6.265 34.627 40.892

Concluindo, ao comparar as empresas nacionais e as de inserção internacional – consideran do a origem do capital controlador - pode- se observar que as primeiras não percebem o meio ambiente como uma oportunidade de negócios tanto quando as segundas, confirman do a hipótese acima. Mas, a maioria das empresas nacionais consideram que não houve elevação de custos por razões relacionadas ao meio ambiente e quase metade das empresas de inserção internacional percebem a preservação ambiental como um custo. A maioria das empresas, indepen den te me nte da origem do capital controlador, não consideram que há perda de mercados pelos efeitos ambientais de sua atividade, contrariando a hipótese acima. Cabe ressaltar que para avaliar o comporta men to das empresas de inserção internacional seria necessário incluir outras variáveis que reflitam sua ligação com o exterior. Uma empresa nacional, por exemplo, pode ser exportadora e, por isso, ter inserção internacional. Nesse caso, esse tipo de empresa estaria excluída da análise acima.

As variáveis que refletem a adoção de inovações ambientais são:

• Fatores que motivaram a empresa a inovar, de 1994 a 1996 – preservação do meio ambiente, que indica o grau de importância da estratégia de preservação do meio

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ambiente como fator de motivação para a empresa inovar. Se indiferente, pouco importante, importante, muito importante ou crucial.

• Investimento – mudanças no processo de produção, que demonstra a ocorrência de investimento em mudanças no processo de produção para a redução de problemas ambientais causados pela atividade da empresa.

A tabela 4 mostra o cruzamento dessa primeira variável com a origem do capital controlador da empresa. Das empresas de inserção internacional, 85,5% acham importante, muito importante e crucial a estratégia de preservação do meio ambiente como fator de motivação para a empresa inovar. Esse percentual cai para 78,4% em relação às empresas nacionais. Isso demonstra que, apesar das empresas de inserção internacional serem mais inclinadas a inovar por causa de questões ambientais, a maioria das empresas paulistas consideram a preservação ambiental um fator indutor de inovações.

Tabela 4 – Grau de importância da estratégia de preservação do meio ambiente como fator de motivação para a empresa inovar, segundo origem do capital controlador - 1996

Erro Amostral:

C = Estimativas sujeitas a erro relativo mai?r que 40%.

ORIGEM DO CAPITAL CONTROLADOR (EM 31/12)

FATORES QUE MOTIVARAM A EMPRESA A INOVAR -PRESERVAÇÃO DO MEIO AMBIENTE (94- 96) Dados 1 = NACIONAL 2 = ESTRANGEIRO 3 = NACIONAL E ESTRANGEIRO Total Global 1 = INDIFERENTE Contagem de Empresas 1.095 10 16 1.121 Erro Amostral B A C -2 = POUCO IMPORTANTE Contagem de Empresas 518 22 12 552 Erro Amostral B A C -3 = IMPORTANTE Contagem de Empresas 2.361 113 22 2.495 Erro Amostral B B A -4 = MUITO IMPORTANTE Contagem de Empresas 2.458 109 41 2.608 Erro Amostral B B A -5 = CRUCIAL Contagem de Empresas 1.028 53 17 1.097 Erro Amostral B A C

-Total Contagem de Empresas 7.459 306 108 7.874

A tabela 5 mostra as empresas que investiram, ou não, na mudança de processo produtivo com fins de reduzir os problemas ambientais. As empresas de inserção internacional foram as que mais investiram em mudança de processo (40,8%) quando comparadas com as empresas nacionais (18,2%). Confirma- se, portanto, a hipótese de que as empresas de inserção internacional são as que mais adotam inovações ambientais, apesar da empresas nacionais também considerarem o meio ambiente como um fator indutor de inovações.

(15)

Tabela 5 – Empresas que investiram em mudanças no processo de produção para redução de

problemas ambientais, segundo origem do capital controlador - 1996

ORIGEM DO CAPITAL CONTROLADOR (EM 31/12)

39.968

582

INVESTIMENTO-MUDANÇAS

NO PROCESSO PRODUÇÃO 1 = NACIONAL 2 =ESTRANGEIRO 3 = NACIONAL EESTRANGEIRO Total Global

1 = SIM 7.294 251 92 7.636

B B B

-2 = NÃO 32.674 331 167 33.173

B B B

-Erro Amostral: B = Estimativas com erro relativo menor que 40%.

Outra hipótese levantada pela literatura é que as firmas inovadoras seriam as que investem mais em P&D, ou seja, as firmas que realizam atividades de P&D estariam mais capacitadas para gerarem e adotarem inovações, inclusive as ambientais. A variável escolhida para refletir as firmas que realizam atividades de P&D foi Fontes internas para atividades inovativas, de 1994 a 1996 – departamen to de P&D (E97IA011), que indica o grau de importância do departame nto interno de P&D como fonte indutora de desenvolvimento da atividade inovativa na empresa. Se indiferente, pouco importante, importante, muito importante e crucial.

A tabela 6 mostra as empresas que investiram em mudanças no processo de produção devido a problemas ambientais, de acordo com a importância do departamen to interno de P&D para a atividade inovativa da empresa. Quanto mais cresce a importância do departame nto interno de P&D, mais empresas fizeram investimentos no processo produtivo para solucionar problemas ambientais. Assim, das empresas que não atribuem importância ao departame nto interno de P&D (indiferentes), 27,8% realizaram investimentos em mudança no processo produtivo e 72,2% não realizaram tais investimentos. Esses percentuais mudam para 49% e 51%, respectivamente, quando consideradas as empresas que acham crucial o departame nto interno de P&D como fonte indutora de desenvolvimento da atividade inovativa na empresa.

Tabela 6 – Empresas que investiram em mudanças no processo de produção para redução de problemas ambientais, segundo grau de importância do departame nto

interno de P&D - 1996 Erro Amostral: B = Estimativas com erro relativo menor que 40%.

FONTES INTERNAS PARA ATIVIDADE INOVATIVAS –DEPARTAMENTO DE P&D (94- 96) INVESTIMENTO -MUDANÇAS NO PROCESSO PRODUÇÃO Dados 1 = INDIFERENTE 2 = POUCO IMPORTANTE 3 = IMPORTANTE 4 = MUITO IMPORTANTE 5 = CRUCIAL Total Global 1 = SIM Contagem de Empresas 242 193 1.277 789 380 2.880

(16)

Erro Amostral B B B B B -2 = NÃO Contagem de Empresas 629 311 1.945 1.063 395 4.343 Erro Amostral B B B B B -Total Contagem de Empresas 871 504 3.221 1.852 775 7.223

A tabela 7 mostra o cruzamento de variáveis anteriormente selecionadas, revelando o grau de importância da estratégia de preservação do meio ambiente como fator de motivação para a empresa inovar, de acordo com o grau de importância do departamen to interno de P&D. Considerando conjuntamente as empresas que acham importante, muito importante e crucial o departame nto de P&D interno, ou seja, aquelas que acham relevante desenvolver essa atividade interna me nte, cerca de 90% acha crucial a preservação ambiental como fator de motivação da inovação, 83% para muito importante, 79% para importante, 76% para pouco importante e 72% para indiferente. Logo, há uma redução no percentual de empresas que acham relevante desenvolver P&D interno e vêem o meio ambiente como um fator que motiva a inovação.

Tabela 7 – Grau de importância da estratégia de preservação do meio ambiente como fator de motivação para a empresa inovar, segundo grau de importância do departame nto

(17)

Erro Amostral: C = E s t i m a t i v a s s u j e i t a s a e r r o r e l a t i v o m a i o r q u e 4 0 % .

FONTES INTERNAS PARA ATIVIDADE INOVATIVAS –DEPARTAMENTO DE P&D (94- 96) FATORES QUE MOTIVARAM A EMPRESA A INOVAR -PRESERVAÇÃO DO MEIO AMBIENTE (94-96) D a d o s 1 = INDIFERENTE 2 = POUCO IMPORTANTE 3 = IMPORTANTE 4 = MUITO IMPORTANTE 5 = CRUCIAL Total Global

(18)

1 = INDIFERENTE C o n t a g e m d e E m p r e s a s 182 46 296 151 132 808 E r r o A m o s t r a l B B B B C -2 = POUCO IMPORTANTE C o n t a g e m d e E m p r e s a s 49 56 164 111 65 447 E r r o A m o s t r a l C C B B C

(19)

-3 = IMPORTANTE C o n t a g e m d e E m p r e s a s 221 157 933 337 137 1.784 E r r o A m o s t r a l B B B B B -4 = MUITO IMPORTANTE C o n t a g e m d e E m p r e s a s 201 153 914 599 195 2.062 E r r o A m o s t r a l B B B B B

(20)

-5 = CRUCIAL C o n t a g e m d e E m p r e s a s 69 29 429 341 99 967 E r r o A m o s t r a l C C B B B -Total Contagem de Empresas 721 441 2.737 1.539 629 6.067

Os dados acima apresentados parecem confirmar que as empresas que realizam atividades de P&D estariam mais capacitadas para gerarem e adotarem inovações, inclusive as ambientais. Tanto as inovações de processo, por causa de danos ambientais, quanto a estratégia de preservação do meio ambiente como fator indutor da inovação estão mais claramente presentes nas empresas que atribuem um grau importante ou superior ao seu departamen to interno de P&D.

V. CONCLUSÕES

A partir da análise de dados da PAEP, verificou- se que as empresas de inserção internacional são as que mais consideram o meio ambiente como uma oportu nidade de negócios, confirman do a hipótese levantada na literatura. Entretanto, essa hipótese é contrariada na questão da perda de mercados, pois as empresas de inserção internacional não consideram que há perda de mercados pelos efeitos ambientais de sua atividade. Nesse ponto, nem as empresas nacionais consideram esse efeito. Quase a metade das empresas de inserção internacional observou uma elevação nos seus custos devido aos impactos ambientais de sua atividade, sendo que para a maioria das empresas nacionais não foram consideradas elevações de custos por esse motivo.

Quanto à hipótese de que as empresas de inserção internacional seriam as que mais adotam inovações ambientais, a pesquisa das empresas paulista parece confirmá- la,

(21)

apesar das empresas nacionais também considerarem o meio ambiente como um fator indutor de inovações. A hipótese de que as firmas inovadoras seriam as que investem mais em P&D parece válida para as inovações ambientais. O percentual de empresas que acham relevante ter um departamen to interno de P&D cresce ao relacionar com as empresas que investiram na mudança de processo de produção para reduzir os problemas ambientais. Além do mais, a estratégia de preservação do meio ambiente como fator indutor da inovação está mais claramente presente nas empresas que atribuem um grau importante ou superior ao seu departamento interno de P&D.

Para ver a validade das outras hipóteses para o caso brasileiro, seria necessário escolher outras variáveis. Devido aos limites do presente trabalho, não foi possível verificá- las. Entretanto, ao analisar o comporta me nto ambiental das empresas brasileiras, deve- se ter claro que a capacidade da firma para achar soluções para problemas específicos é

path-dependent e a firma está atrelada a uma determinada tecnologia, podend o gerar um

efeito de lock- in , impedindo que ela adote e gere inovações ambientais. Além do mais, a instabilidade macroeconô mica da econo mia brasileira, marcada por altos índices de inflação até 1994 e pela vulnerabilidade aos movimentos especulativos do capital financeiro a partir da metade da década de 90, talvez possa explicar, em parte, porque no Brasil não há uma grande difusão das inovações ambientais. Vale ressaltar que o país não possui um SIN eficiente e integrado, podend o, também, influenciar na capacidade das firmas serem inovadoras.

A base de dados utilizada para verificar as hipóteses levantadas é referente ao universo das empresas paulistas. Os resultados podem não ser totalmente conclusivos para as empresas brasileiras como um todo, mas como ressaltado anteriormente, pelo fato do Estado de São Paulo ter grande participação no PIB industrial brasileiro, as conclusões para as empresas paulistas foram generalizadas para o país.

Cabe ressaltar que para avaliar o comportamen to das empresas de inserção internacional seria necessário incluir outras variáveis que reflitam sua ligação com o exterior. Uma empresa nacional, por exemplo, pode ser exportadora e, por isso, ter inserção internacional. Nesse caso, ainda se faz necessário o cruzamento de outras variáveis que reflitam as características das empresas consideradas de inserção internacional.

Entretanto, tais limitações podem ser vencidas na medida em que estudos posteriores possam vir a complementar o presente trabalho. Além da verificação das outras hipóteses acima mencionadas, seria importante utilizar outras bases de dados para fins de comparação com os resultados aqui obtidos. Muitas questões ainda estão em aberto e precisam ser amplamente discutidas. Vale ressaltar pelo menos duas que foram explicitadas ao longo do trabalho: a primeira, como gerar e difundir o conhecimento tecnológico, flexibilizar as regulamentações e aumentar o conhecimento e a capacidade de aprendizagem sobre os impactos ambientais da tecnologia? A segunda, como superar a inércia tecnológica para acelerar a transição na direção de novas tecnologias e configurações institucionais que internalizem a questão da preservação ambiental?

Assim, o desenvolvimento tecnológico deve se dar no sentido da sustentabilidade ecológica, a fim de que se possa ampliar os limites do crescimento econô mico, ao mesmo tempo em que reduza as disparidades econômicas e sociais entre os PD e os PED. A fim de que todos os povos de todas as nações tenham um padrão de vida semelhante, é

(22)

necessário que seja incorporada a questão ambiental no novo paradigma tecnológico que está sendo construído.

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