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Museus: passado e futuro do conhecimento

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Academic year: 2021

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IV Congreso Ciencias, tecnologías y culturas. Diálogo entre las disciplinas del conocimiento. Mirando al futuro de América Latina y el Caribe. Hacia una Internacional del Conocimiento

Museus: passado e futuro do

conhecimento

Cecilia C. B. Cavalcanti

PhD em Comunicação e Cultura – Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro – ECO/UFRJ. Bolsista PAPD FAPERJ-CAPES.

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Os museus são Heterotopias ligadas a recortes do

tempo-ao mesmo tempo absolutamente real, em relação com todo o espaço que o envolve, e absolutamente irreal, já que ela é obrigada, para ser percebida, a passar por aquele ponto virtual que está lá longe. A heterotopia se põe a funcionar plenamente quando os homens se encontram em uma espécie de ruptura com seu tempo tradicional - cemitério, museu, bibliotecas. M.

Foucault

“(...)não vivemos em um espaço homogêneo e vazio - mas carregado de qualidades, um espaço que talvez seja também povoado de fantasma, da percepção; dos devaneios, das paixões” Bachelard

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A narrativa histórica, muitas vezes, organiza a percepção humana e a forma de percepção da realidade,

inter-relacionando experimentos de vários tempos, numa transmissão de uma tradição cultural.

Narrativas de

temporalidades nos

museus

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Benjamim (1994), citando Proust, nos

diz que “a presença do passado no presente e

o presente que já está lá, prefigurado no passado, ou seja, uma semelhança profunda, mais forte que o tempo que passa e que se esvai sem que possamos segurá-lo” (p. 16).

Narrativa linear do

tempo:

-Conquistas (cunho

político)

-Progresso (um tempo

sobrepondo-se ao outros

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O museu como “machines that inscribe

time on space”, que encapsulam o

tempo, usando suas categorias analíticas para segmentá-lo e

representá-lo em displays ou galerias

Crang (1994)

Narrativa linear do tempo:

- Colecionismo – exposição de

espaços e tempos diferentes

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A noção do coletivo de história depois do século XVIII, supõe que a história seria um advento de um tempo inédito, "história de fato" no qual "passado e futuro realinham-se recíproca e

alternadamente de maneira continua”, Koselleck (2006).

Podemos observar de uma maneira geral, que as exposições cientificas nos remetem a um tempo passado com uma mescla de experiências que levam a possibilidades futuras.

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O Deutsches Museum (1906), pura exaltação do nacionalismo alemão, foi concebido para reunir e conservar as obras-primas das Ciências e da Tecnologia alemã em uma área de 17 km de área expositiva. Sua importância é tamanha que, dois anos depois de ser bombardeado em 1944, e apesar das dificuldades da Alemanha diante da derrota na II Guerra, as autoridades alemãs iniciaram um programa de reconstrução do museu, finalizada em 1964.

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À primeira vista, uma visita ao Deutsches Museum parece mais um passeio monótono, com uma linguagem expositiva linear e organizada. Aos poucos, as máquinas gigantescas, os aviões, naves, navios e os pequenos aparelhos se transformam em um convite para um passeio pelas transformações que a técnica são capazes de proporcionar nas nossas vidas.

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Conservatoire National de Arts et Métiers (séc. XVIII). Criação

motivada pela necessidade de prover educação profissional para trabalhadores em mecânica

No século XVIII, a Revolução Industrial e “a

invenção de uma cultura democrática”

transformam os museus em espaços como conhecemos até os dias de hoje.

A própria experiência de temporalidade, a história doando o sentido e a ordem, o museu passa a representar o acúmulo de experiência e realização.

Neste contexto, o museu será uma maneira como o mundo moderno expressou a

consciência da sua própria modernidade entendida como sendo inserida na história e direcionada para um futuro. Sua função será a de selecionar a memória por um lado e, no mesmo movimento, dar espessura ao tempo, mostrá-lo como habitado

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Science Museum

Disco de Newton – Cosmo Caixa Barcelona. Expo Abracadabra

E, após revolucionar a forma de representação da ciência, os museus contemporâneos (re) definem sua função de preservar a produção científica, ao mesmo tempo em que favorece o encontro entre cultura, conhecimento e prazer, fundamentais para a realização de novas escolhas individuais, visando o futuro.

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Exposição de carros e Bicicletas:

Conservatoire National de Arts et Métiers

Numa exposição de objetos ou tecnologias de diferentes épocas, podemos dizer que há um diálogo não somente a partir da compreensão da mecânica através do observador – objeto, mas o diálogo dos tempos sobrepostos no objeto. O filósofo francês Michel Serres, nos oferece uma síntese simples e incrível: a observação de um carro e seus componentes nos remete a períodos distintos: a roda ao neolítico, a mecânica ao século XVIII, o motor e a termodinâmica ao século XIX e a

eletrônica a contemporaneidade (SERRES,

1994).

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Museo Interactivo Mirador – Santiago do Chile

Espaço Ciência Recife - Brasil

Museu Goeldi – Belém -Brasil

Museu da Língua Portuguesa São Paulo - Brasil Guggenheimer Bilbao - España Palais de la Découverte -Paris CCBB – RJ Tivoli Copenhague Dinamarca MCT - PUCRS Porto Alegre- Brasil

A partir da década de 80 do século passado, e para saciar esta vontade de saber, a sociedade procura em novos espaços o envolvimento nos vários campos do

conhecimento, gerando redes integradas de educação e comunicação.

Narrativas do

contemporâneo:

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Living roof

Museu do Amanhã

Narrativas do porvir:

Califórnia Academy of Science

Narrativa, na qual as exposições refletem um porvir, um tempo futuro de possíveis. Neste caso específico, a curadoria expositiva se utiliza de métodos de

simulação e da ficção para criar cenários possíveis ou desejados.

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Como heterotopias, os museus e as bibliotecas registram o passado e o espaço, ao mesmo tempo em que rompem com eles.

Nas exposições clássicas, o tempo e o espaço são reduzidos a uma

organização baseada nos objetos. Nas exposições contemporâneas, os fenômenos e a interatividade

rompem com as dimensões espaciais e temporais, dando ao

conhecimento, de certa maneira, uma atualidade permanente, ou melhor dizendo, se rearticulando pela relação multitemporal dos muitos extratos de tempo.

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Gracias!

Referências

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