Universidade
Católica de
Brasília
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO
STRICTU SENSU EM DIREITO
MESTRADO EM DIREITO INTERNACIONAL
ECONÔMICO
A TEORIA DA INTEGRAÇÃO ECONÔMICA: EFEITOS DA SUA
APLICAÇÃO EM PORTUGAL NA FASE POSTERIOR DA
ADESÃO A CEE
Autor: Daniel Cândido
Orientador: Professor Dr. Maurin Almeida Falcão
Daniel Cândido
A TEORIA DA INTEGRAÇÃO ECONÔMICA: EFEITOS DA SUA
APLICAÇÃO EM PORTUGAL NA FASE POSTERIOR DA
ADESÃO A CEE
Monografia apresentada ao Programa de Pós-Graduação “Strictu Sensu” em Direito Internacional Econômico da Universidade Católica de Brasília, como requisito para a obtenção de título de Mestre em Direito Internacional Econômico.
Orientador: Professor Dr. Maurin Almeida Falcão.
BRASÍLIA
2008
A Deus, pela vida.
Aos colegas Arthur Buselato, Fabrício Luiz Amaral e José Mendonça de Araújo Filho pela ajuda e apoio oferecidos nessa longa jornada.
À Carmenísia Darui, pelos esforços feitos na busca por bibliografias só encontradas do outro lado do Atlântico e pela pessoa maravilhosa que é.
Ao Professor Antonio Paulo Cachapuz de Medeiros pela oportunidade de trilhar pelos caminhos do conhecimento científico, pela dedicação e pelas lições que nos ajudaram a crescer, a minha profunda admiração.
Ao professor Maurin Almeida Falcão, meu orientador, pela paciência e pelo companheirismo demonstrado em todos os momentos rumo à construção do conhecimento pela qual trilhei. O meu sincero agradecimento e a minha admiração.
À minha esposa, Marília, pelo carinho, compreensão, apoio e ajuda, sem os quais teria sido impossível prosseguir nessa jornada. O meu carinho e o meu amor.
RESUMO
O presente trabalho tem por finalidade verificar a aplicabilidade da teoria da Integração Econômica ao caso português. A teoria da Integração Econômica utilizada como referencial teórico, defende que a integração econômica tem por objetivo o incremento do bem-estar das populações integradas. O processo integracionista evolui em suas etapas, passando da simples integração política, econômica até a integração social como pode-se observar no caso da União Européia. A questão a ser estudada é a situação sócio-econômica de Portugal entre as décadas de 1970 e 1990. Neste período, o país enfrentou sérios problemas de ordem econômica, provocados entre outros fatores pela crise econômica mundial. De modo que, os países economicamente menos desenvolvidos, como era o caso português, foram aqueles que mais sentiram os efeitos nefastos desta crise. Como conseqüência, o bem-estar da população foi afetado. Buscando alterar a sua condição socioeconômica, Portugal aderiu à Comunidade Econômica Européia no ano de 1986, após vários anos de espera de sua adesão. Em conseqüência, o país vivenciou um período de modificações de ordem econômica e social, além de alterações em seu sistema tributário. O objeto deste estudo é a análise das transformações econômicas e sociais ocorridas neste país, e verificar se estas são conseqüências do processo de sua adesão à Comunidade Econômica Européia.
PALAVRAS-CHAVE: Teoria da Integração Econômica, Comunidade Econômica Européia,
ABSTRACT
This work has the objective to verify the application of Economy Integration Theory of the Portuguese case. This theory was used as a theoric referencial. It would defend the economy integration as a way to reach increment of the integrated peoples' welfare. The integration process went through many phases. It has evolved from simple economic integration to the social integration, like what happened to the Europpean Union. The study in this work is to show the social economic situation in Portugal between 1970 and 1990. In that period, the country went through several political and economic problems. The world economic crisis started in 1970 with the rise of the oil price, contributing to the aggravation of the situation in Portugal. The developing countries were the most affected with the crisis. Consequently, the peoples' welfare was affected too. Trying to change the social economic condition, Portugal requested its adhesion to the Europpean Economy Community in 1977. But only adhered in 1986. In that period, the country promoted modification in its social economic structure and in its tributary system. The analysis to be made in this work intends to study the change that happened in Portugal and verify the results of the adhesion to EEC.
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
BEI – Banco Europeu de Investimento
CECA- Comunidade Econômica do Carvão e do Aço CEE – Comunidade Econômica Européia
CEI – Comunidade de Estados Independentes
CIVA – Código do Imposto sobre o Valor Acrescentado ECU- Unidades de Contas Européia
EFTA – Associação Européia de Livre Comércio
EURATOM/ CEEA - Comunidade Européia de Energia Atômica FEDER – Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional
FEOGA - Fundo de Orientação e Garantia Agrícola FSE – Fundo Social Europeu
IFOP - Instrumento Financeiro de Orientação da Pesca INE – Instituto Nacional de Estatística
IT – Imposto de Transações
IVA- Imposto sobre Valor Agregado MCE – Mercado Comum Europeu
NUTE - Nomenclatura das Unidades Territoriais para fins Estatísticos OCDE – Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico OID – Operações Integradas de Desenvolvimento
PDR - Plano de Desenvolvimento Regional
PEDAP – Programa Especial para o Desenvolvimento da Agricultura Portuguesa PEDIP - Programa Específico de Desenvolvimento da Indústria Portuguesa PIB – Produto Interno Bruto
PNB - Produto Nacional Bruto
PNI – Programa Nacional de Intervenção
PNIC – Programa Nacional de interesse comunitário dos Açores
PNICIAP - Programa Nacional de Interesse Comunitário de Incentivo à Atividade Produtiva PRODAC - Programa de Desenvolvimento de Acessibilidades
PRODEP - Programa de Desenvolvimento Educativo em Portugal QCA – Quadro Comunitário de Apoio
SEBR - Sistema de Estímulos de Base Regional SIBR - Sistema de Incentivos de Base Regional
SIFIT - Sistema de Incentivos Financeiros ao Investimento no Turismo SIII – Sistema Integrado de Incentivo aos Investimentos
SIPE - Sistema de Incentivos ao Potencial Endógeno SPA – Setor Público Administrativo
STAR – Programa comunitário de apoio aos serviços avançados de telecomunicações TEC – Tarifa Externa Comum
UE – União Européia
Sumário
1. Introdução... 9
PARTE I - O processo de integração europeu... 16
2. CAPÍTULO 1 ... 2. A Teoria da Integração Econômica... 17 18 2.1 Os problemas numa área de integração... 21
2.1.1 A localização das indústrias... 21
2.1.2 O desenvolvimento regional... 22
2.1.3 Os instrumentos da política de desenvolvimento... 24
2.1.4 A questão tributária numa união econômica... 25
3. CAPÍTULO II - As Teorias Políticas de Integração... 28
3.1 O Federalismo... 30 3.2 O funcionalismo... 32 3.3 O Neofuncionalismo... 35 3.4 A Interdependência... 37 3.5 O Intergovernamentalismo... 41 3.6 O Neoinstitucionalismo... 43 3.7 O novo liberalismo... 44
4. CAPÍTULO III - A integração Européia... 48
4.1 A integração Européia no período entre guerras... 49
4.2 O quadro político europeu após a Segunda Guerra Mundial... 51
4.3 O Congresso de Haia de 1947... 52
4.4 A reconstrução da Europa: O plano Marshall... 53
4.5 Os princípios que regeram o processo europeu de integração... 54
4.5.1 O Princípio da igualdade ou da não discriminação... 54
4.5.2 O Princípio da liberdade... 55
4.5.4 O Princípio do equilíbrio institucional... 56
4.5.5 O Princípio da uniformidade... 57
4.5.6 O Princípio da subsidiaridade... 58
4.6 As fases da integração européia... 58
4.6.1 A Comunidade Econômica do Carvão e do Aço (CECA)... 60
4.6.2 O Tratado de Roma de 1957... 61
4.6.3 A Comunidade Econômica Européia (CEE)... 62
4.6.4 O alargamento das Comunidades européias... 63
4.6.5 O Ato Único Europeu de 1986... 65
4.6.6 O Tratado da União Européia de 1992... 67
PARTE II – Portugal na fase pré e pós adesão comunitária... 70
5. CAPÍTULO IV – Portugal antes da adesão a CEE... 71
5.1 O ideal de adesão e a crise econômico-social portuguesa... 72
5.2 A expansão do setor público e a nacionalização da economia... 84
5.3 O pedido de adesão à Comunidade... 87
5.4 Um entrave à adesão: A agricultura portuguesa... 88
5.5 A adesão Portuguesa à Comunidade Econômica Européia: As transformações econômicas e sociais... 90
5.6 A evolução do comércio externo... 96
6. CAPÍTULO V – Portugal após a adesão a CEE... 99
6.1 O perfil econômico português após a adesão à Comunidade... 100
6.2 Um problema a ser resolvido: A questão do orçamento público português.... 103
6.3 A reforma do sistema tributário português em decorrência da adesão à CEE. 106 7. CAPÍTULO VI - Os fundos estruturais na Comunidade Econômica Européia... 115
7.1 O nascimento da política regional... 117
7.2 Os Fundos Estruturais... 121
7.3 A criação do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER)... 123
7.4.1 A Seção cota do FEDER... 125
7.4.2 A seção extra cota... 127
7.5 O segundo Regulamento do FEDER de 1984... 128
7.5.1 A aprovação do regulamento do Fundo de 1984... 130
7.5.2 O novo regulamento do FEDER de 1984... 132
7.6 O Desenvolvimento integrado... 135
7.7 As negociações da Adesão de Portugal à Comunidade Européia... 136
7.8 As ações do FEDER em Portugal... 141
7.8.1 Os projetos e programas de âmbito nacional e comunitário... 142
7.9 O primeiro Pacote Delors e a proposta de alteração dos fundos estruturais... 145
7.10 A Reforma dos Fundos Estruturais... 148
7.11 O Regulamento do FEDER de 1988... 149
7.12 As negociações do Quadro Comunitário de Apoio 1989/1993... 151
7.13 O balanço do Quadro Comunitário de Apoio 1989/1993... 154
7.14 O Pacote Delors II... 156
7.15 A criação do Fundo de Coesão... 157
7.16 A revisão dos regulamentos dos fundos estruturais... 159
7.17 O regulamento do FEDER de 1993 e o QCA de 1994/99... 160
7.18 O balanço da aplicação do QCA 1994/99... 163
Conclusão... 167