Aconselhamento
Real
Um modelo eficaz de
restauração de vidas
©2010 Luiz Henrique de Paula
Direitos desta edição reservados à Paco Editorial. Nenhuma parte desta obra pode ser apropriada e estocada em sistema de banco de dados ou processo similar, em qualquer forma ou meio, seja eletrônico, de
fotocó-pia, gravação, etc., sem a permissão da editora e/ou autora.
P3249 Paula, Luiz Henrique de.
Aconselhamento Real - Um modelo eficaz de restauração de vidas / Luiz Henrique de Paula -- Jundiaí, Paco Editorial: 2010.
96 p. c/ Bibliografia ISBN: 978-85-63381-11-8
1. Terapia familiar. 2. Relacionamento Conjugal. 3. Aconse-lhamento Cristão. 4. Cotidiano Cristão. I. Paula, Luiz Hen-rique de. II. Título.
CDD: 230
Rua 23 de Maio, 550
Vianelo - Jundiaí-SP - 13207-070 Capa Laís Foratto Projeto Gráfico e Diagramação
Fernanda Copelli Branco Preparação Elisa Santoro
Revisão Kátia Ayache 1ª Edição: Maio de 2010
Dedicatória
Aos Professores,
Pela dedicação, atenção e por ter investido em minha vida. Que Deus continue conce-dendo graça e discernimento na contínua formação pastoral, psicológica e teológica de cada um durante toda a existência.
AGRADECIMENTOS
A Deus, pelas suas infinitas misericórdias, pelas vitórias a mim concedidas e pela alegria que Ele colocou em meu coração durante todo o curso.
À Faculdade Teológica Sul Americana, em sua visão de prepa-rar vidas para servir o Reino de Deus, das quais eu sou uma delas. À minha esposa Jocilaine A. M. de Paula e filhos Letícia, Larissa e Luiz Daniel, pelo tempo dispensado e apoio em todos os sentidos.
Aos meus pais, Pedro Luiz de Paula e Marinalva T. de Paula, por todo esforço para comigo.
À tia Sônia Regina Machado e família, pela bênção da hospitalidade. À Senhora Elza Gonçalves da Silva, pelo apoio financeiro. Às minhas ovelhas, pelas orações e cuidados.
INTRODUÇÃO...13
CAPÍTULO I O CONTEXTO DE UMA SOCIEDADE DECADENTE...17
1. As enfermidades da nossa sociedade...18
1.1. Solidão...18
1.2. Desvalorização da pessoa...19
1.3. Pessoas sem referenciais...20
1.4. Sociedade do trauma...20
1.5. Famílias desestruturadas...21
CAPÍTULO II FUNDAMENTAÇÃO DO CICLO VITAL...25
1. As diversas fases da vida...26
1.1. O recém-nascido:...26
1.2. Os dois primeiros anos:...28
1.3. Dos dois aos seis anos:...29
1.4. Dos sete aos doze anos:...29
1.5. A puberdade:...30
1.6. A adolescência:...30
1.7. A idade adulto-jovem:...31
1.8. A vida adulta:...32
1.9. A velhice:...33
2. Estágios psicossociais de Erik Erickson...35
CAPÍTULO III
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
DO ACONSELHAMENTO PASTORAL...37
1. A ciência e o aconselhamento pastoral...40
2. Outros modelos de aconselhamento Pastoral...42
2.1. O modelo fundamentalista...42
2.2. O modelo evangelical de psicologia pastoral...46
2.3. O modelo holístico de libertação e crescimento...49
2.4. O modelo pedagógico de poimênica durante o ciclo da vida...53
2.5. O modelo contextual de uma poimênica da libertação....54
CAPÍTULO IV CARACTERÍSTICAS DO CONSELHEIRO...59
1. O poder da conversação pastoral...62
CAPÍTULO V PSICOPATOLOGIA...65
1. Esquizofrenia – Mente dividida...66
2. Transtornos do humor...67
2.1. A distimia...67
3. Os transtornos depressivos...68
3.1. Transtorno bipolar...68
4. Transtorno de ansiedade...68
4.1. Transtorno de ansiedade generalizada...68
4.3. Transtorno de estresse Pós-traumático...69
4.4. As fobias...69
4.5. Transtorno obsessivo compulsivo...69
5. Transtorno de personalidade...70
5.1. Personalidade Antissocial...70
5.2. Personalidade Borderline...70
5.3. Personalidade Paranóide...70
CAPÍTULO VI TEXTO BÍBLICO BÁSICO PARA FUNDAMENTAÇÃO DA TEORIA...71
1. As crises instauradas na vida de um mutilado pelo destino e pela sociedade...72
1.1. Crise de identidade...72 1.2. Crise de inutilidade...73 1.3. Crise de humilhação...73 1.4. Crise de sonhos...73 1.5. Crise de esperança...74 1.6. Crise religiosa...74
2. Intervenção de Pedro e João...75
2.1. Restaurações após a cura...76
CAPÍTULO VII DESENVOLVIMENTO DO MÉTODO...77
1. Casos clínicos...83
1.1. Caso clínico 1...83
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...87 ANEXO...89
INTRODUÇÃO
Vivemos, hoje, crises como nunca vistas, crises de autoridade: nas quais as pessoas mais velhas não significam nada para as mais jovens, a polícia não é mais marca de autoridade e os pais não man-dam mais, agora a autoridade está nos filhos.
Nossa sociedade sofre com mudanças radicais e prejudiciais, acabaram-se os relacionamentos, vivemos na sociedade do trauma, da desvalorização da pessoa em ser e na valorização do ter.
A igreja é a saída para curar pessoas a partir de sua mensagem e de seus relacionamentos, praticados de dentro para fora da comunidade.
O autor quer revelar o desenvolvimento da vida, demonstran-do que os grandes problemas acontecem desde cedemonstran-do na vida demonstran-do ser humano e se estende por várias fases desta vida. A grande proposta do entendimento do que é o aconselhamento pastoral, e qual deve ser a vida e prática do conselheiro no cuidado pastoral, são alguns dos propósitos desta obra.
Na história da humanidade, Deus demonstrou cuidado com sua criação em todos os sentidos e levantou seres humanos para exercerem o papel de cuidado e proteção.
Em Gênesis 2.15, Deus coloca o homem no jardim para cui-dar e guarcui-dar; logo em seguida Deus dá ao homem a mulher para ser cuidada, creio que de maneira integral. Semelhantemente, a mulher cuidaria do homem, assim, durante várias narrativas do
Aconselhamento Real 14
Antigo Testamento, podemos observar o papel de cuidado, sendo ele pastoral ou não.
No Novo Testamento, a prática do cuidado pastoral pode ser vista a partir da vida e ministério de Cristo. Muitos foram ajudados pelo ministério de Jesus, as pessoas chegavam com seus problemas, enfermidades e eram curadas, mas Jesus estava sempre ensinando o evangelho do Reino, isso é o que eles realmente precisavam.
Em Atos 3.1-10, a narrativa da cura de um coxo, Lucas nos faz olhar para a perspectiva de vida daquele homem sem nome, cha-mado coxo. Lá, os apóstolos demonstraram que Deus não deu ao coxo o que ele queria, e sim o que o coxo precisava. O coxo queria prata e ouro, mas o que ele realmente precisava não eram esses va-lores. Se Pedro e João lhe dessem o que ele queria, isso não mudaria de uma vez por todas o problema. O que ele precisava era da cura total, isso sim mudaria para sempre a sua vida.
O homem tenta chegar a Deus de todas as formas, mas o que ele precisa é de perdão de pecados e de fé para aceitar o Senhor Jesus como Senhor e Salvador; isso resolve definitivamente o pro-blema do homem.
Muitos chegam para o aconselhamento trazendo um ma imaginário, quando na realidade precisam descobrir o proble-ma real e focar nele. Para que o probleproble-ma seja encontrado, preci-samos aprender a “ouvir”, é impossível fazer aconselhamento sem um ouvir investigativo junto com um olhar atento aos detalhes e contradições praticados pelo aconselhado. Ouvir é bem mais do que escutar o som da voz do aconselhado, é começar a ser levado para as interpretações decorrentes desta prática. Muitos ouvem,
Luiz Henrique de Paula 15
mas nem todos conseguem compreender e ver a real necessidade da pessoa que sofre.
Outra prática dentro do aconselhamento que precisamos ob-servar é a valorização da pessoa como um todo, muitos têm sido pilhados pela realidade urbana, suas carências e inseguranças. Hoje eu valorizo o que é meu e não o que é absoluto, a ética perdeu seu valor, quem a determina é a própria pessoa ou a situação em que ela está inserida. A impunidade tem gerado pessoas cada vez mais violentas, até o valor próprio está se desmanchando.
O próximo passo é encontrar o problema com esses recursos citados acima. Já somos capazes de chegar mais próximos do pro-blema real e começar a se afastar do propro-blema imaginário. Quase 100% dos aconselhados chegam com um diagnóstico errado sobre o seu problema. É tarefa do conselheiro demonstrar qual é a real necessidade do aconselhado e partir em direção ao próximo passo: a ajuda real, proposta de um tratamento que traga a solução definitiva de sua patologia. Dar ao paciente o que, em primeiro lugar, o con-selheiro tem recebido de Deus (experiências) e, em segundo lugar, o que o aconselhado realmente precisa, apesar de suas resistências, fu-gas e chantagens para ludibriar e desiludir o conselheiro, até mesmo agredindo-o em alguns casos e negando seu diagnóstico.
Como autor, tenho aprendido que o próprio Jesus e seus discí-pulos desenvolveram esses métodos em seus ministérios.
Pretendemos desenvolver um modelo pessoal de aconselha-mento, dando aos pastores ferramentas para que eles saibam acon-selhar com mais profundidade, e traçar limites para demonstrar até onde podemos ir em um atendimento de aconselhamento.