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ECLI:PT:STJ:2015: GGSTB.E1.A7

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ECLI:PT:STJ:2015:56.08.8GGSTB.E1.A7

http://jurisprudencia.csm.org.pt/ecli/ECLI:PT:STJ:2015:56.08.8GGSTB.E1.A7

Relator Nº do Documento

Armindo Monteiro

Apenso Data do Acordão

27/05/2015

Data de decisão sumária Votação

unanimidade

Tribunal de recurso Processo de recurso

Data Recurso

Referência de processo de recurso Nivel de acesso

Público

Meio Processual Decisão

Recurso Penal provido em parte

Indicações eventuais Área Temática

direito penal - consequências jurídicas do facto / penas /

escolha e medida da pena - crimes contra o património / crimes de falsificação - crimes contra a vida em sociedade - crimes contra o estado / crimes contra a autoridade pública.

direito processual penal - prova - recursos.

Referencias Internacionais

Artigo 14.º Do Pidcp Em Conjugação Com O Art.º 2.º Do Protocolo N.º 7 , Da Cedh , Aprovada Pela Resolução Da A.r. De 22/1/90.

Jurisprudência Nacional

Acórdãos Do Supremo Tribunal De Justiça:

-de 16.1.2003, P.º N.º 609/02 E De 7.12.05 , P.º N.º 2986 /05

-de 6.2.2008, P.º N.º 4633 /07 E Do Pleno De 20.10.2005, Dr I S-a, De 7/12/2005. -de 11.7.2007, P.º N.º 07p1416

-de 12.9.2007, P.º N.º 07p4588

-de 21.1.2009, P.º N.º 2387/08 E Jurisprudência Nele Recenseada (contrariando O Entendimento Consagrado Nos Acs. Deste Stj De 14.11.2002, P.º N.º 3092, De 27.5.2004, In Cj, Stj, 2004, Ii, 209

-de 06.10.2010, P.º N.º 107/08.6gtbrg.s1, Disponível In Www.dgsi.pt

-de 16.12.2010, P.º N.º 893/05.5gaxl.l1.s1 , De 13.11.2008 , P.º N.º 3381 /08 , De 16.4.2009 , P.º N.º 491/0 E De 12.5.2010 , P.º N.º 4/05.7tacdv -de 24.3.2011, P.º N.º 907/09.6oglvis.c1.s1, 13.11.2008, P.º N.º 3381/08, De 16.4.2009, P.º N.º 491/09, De 12.11.2009, P.º N.º 200/06.ojaptm,de 17.11.2013, P.º N.º 219/11 E De 30.10.2013, P.º N.º 148/11. 6sul Sb.l1.s1 -de 24.2.2015, P.º N.º 804/03.2taalm.l.s1 Legislação Comunitária Legislação Estrangeira Descritores

recurso penal; detenção ilegal de arma; tráfico de estupefacientes; falsificação; admissibilidade de recurso; acórdão; tribunal colectivo; tribunal coletivo; tribunal da relação; competência do supremo tribunal de justiça; dupla conforme; cúmulo jurídico; pena de prisão; pena parcelar; pena única; insuficiência da matéria de facto; meios de prova; prova;

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imagem global do facto; bem jurídico protegido; prevenção especial; prevenção geral; antecedentes criminais; modo de vida; pluriocasionalidade;

Sumário:

I - O direito a um duplo grau de recurso não é exigido pelas Convenções internacionais a que Portugal aderiu, particularmente pelos arts. 14.º do Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos interpretado em conjugação com o art. 2.º do Protocolo n.º 7 da CEDH, já que, ao abrigo de tais instrumentos internacionais, o direito a um duplo grau de recurso pode sofrer limitações em caso de crimes de menor gravidade ou sempre que a condenação provenha de tribunal de grau superior ao ad quem e condenado em recurso, por crime de que antes fora absolvido.

II - O arguido foi condenado em 1.ª instância, em tribunal colectivo, pela prática de um crime de falsificação de documento, p. e p. pelo art. 256.º, n.º 1, al. a) na pena de 2 anos de prisão, pela prática de um crime de detenção de arma proibida, p. e p. pelo art. 86.º, n.º 1, al. c) na pena de 2 anos e 6 meses de prisão, pela prática de um crime de tráfico de estupefacientes de menor

gravidade, p. e p. pelo art. 21.º e 25.º, al. a), do DL 15/93, de 22-01, com referência à tabela I-C na pena de 1 ano e 6 meses de prisão, pela prática de 14 crimes de falsificação de documento

autêntico na pena de 3 anos e 4 meses de prisão por cada crime e, em cúmulo jurídico, na pena única de 17 anos de prisão, decisão que foi confirmada pelo Tribunal da Relação.

III - Em caso de dupla conforme, de confirmação de penas parcelares inferiores a 8 anos pela Relação e em que a pena unitária imposta em cúmulo seja superior a 8 anos de prisão, só pode ser discutida no STJ esta pena unitária.

IV - Mesmo em caso de não haver dupla conforme, só haverá recurso da relação desde que as penas parcelares sejam superiores a 5 anos de prisão, já que com a reforma do CPP de 2007 se quis implementar um regime de recursos que não interferisse na celeridade processual, restringindo-se o recurso à pena efectivamente aplicada e não já à aplicável.

V - Impõe-se que as penas privativas de liberdade inferiores a 5 anos, atingido o reexame da Relação, não ascendam ao juízo censório do STJ porque a sua medida não respeita aos casos de maior merecimento penal, já porque o art. 432.º, n.º 1, al. c), do CP, directamente o não evidencia e pelo menos numa interpretação a contrario esse alcance não resulta.

VI - Na abrangência de todas as penas parcelares, transitadas em julgado, a reponderação do STJ recairá, apenas, sobre a pena única superior a 8 anos de prisão.

VII O vício da insuficiência para a decisão da matéria de facto provada, previsto no art. 410.º, n.º 2, al. a), do CPP há-de resultar da simples análise do texto da decisão recorrida, por si só ou

conjugada com as regras de experiência comum, não cabendo aí a diferente valoração da prova produzida.

VIII Ao STJ cabe apenas controlar, como tribunal de revista, a conformidade da valoração da prova produzida em julgamento que o acórdão recorrido fez ao princípio da legalidade e não sindicar tal valoração.

IX - A valoração dos meios de prova pelo acórdão recorrido foi feita de modo racional e crítico, onde não é visível discricionariedade, ilogismo, regendo-se por critérios da normalidade, livre de qualquer arbítrio, não padecendo do aludido vício.

X - O arguido foi condenado 11 vezes no período entre 1993 a 2011, situando-se algumas dessas condenações no âmbito da pequena criminalidade, particularmente no domínio dos crimes de condução ilegal e em estado de embriaguez, desobediência, o que não sucede já com o crime de

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tráfico de estupefacientes, burla, abuso de confiança e falsificação de documentos, o que traduz dificuldade em fidelizar-se ao direito.

XI - A reiteração e número de documentos falsificados, sem esquecer que fazia dessa prática modo de vida, que publicitava, demonstra indiferença a bens e valores jurídicos, denotando dificuldade em manter conduta lícita, sendo irrelevantes as condenações anteriores para o afastarem do crime. XII - Os crimes de tráfico de estupefacientes, detenção ilegal de arma e falsificação apresentam elevadas exigências de prevenção geral, atenta a saúde pública, segurança e paz pública e a fé pública.

XIII - Os critérios de formação da pena única obedecem à ponderação dos factos no seu conjunto tendo, ainda, em vista a sua ligação com a personalidade do arguido, nos termos do art. 77.º, n.º 1, do CP, de forma a indagar se eles representam, um confronto esporádico com a lei, de origem exógena ou, pelo contrário, uma manifestação endógena da pessoa do agente.

XIV - Não obstante a moldura penal se situar entre um limite mínimo de 3 anos e 4 meses e máximo de 25, a pena de 17 anos de prisão aplicada pelo acórdão recorrido mostra-se excessiva, mostrando-se adequada a aplicação da pena de 12 anos de prisão.

Decisão Integral:

Acordam em conferência na Secção Criminal do Supremo Tribunal de Justiça :

Em processo comum com o n.º 56/08.8GGSTB e intervenção do tribunal colectivo, no Tribunal Judicial da Comarca de Setúbal, sua Vara de Competência Mista, foram submetidos a julgamento : 1. AA; 2. BB; 3. CC; 4. DD; 5. EE; 6. FF; 7. GG; 8. HH; 9. II; 10. JJ; 11. LL; 12. MM; 13. NN; 14. OO; 15. PP; 16. QQ; 17. RR; 18. SS; 19. TT,; 20. UU; 21. VV; 22. XX ; 23. YY;

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24. ZZ; 25. AAA; 26. BBB; 27. CCC; 28. DDD ; 29. EEE; 30. FFF; 31. GGG; 32. HHH; 33. III; 34. JJJ; 35. LLL; 36. MMM; 37. NNN; 38. OOO 39. PPP; e 40. QQQ.

I. A final , foi condenado, além de outros , AA (1. ) pela prática de:

- um crime de falsificação de documento, em autoria material, previsto e punido pelo artigo 256º, nº 1, al. a), do Código Penal (cartão de identificação da Polícia Judiciária), na pena de 2 (dois) anos de prisão;

- um crime de detenção de arma proibida, em autoria material, previsto e punido pelo artigo 86º, nº 1, al. c), com referência aos arts. 2º, nº 1, al. p), 3º, nºs 1 e 3 e 5º, todos da Lei nº 5/2006, de 23.02, (com a redação dada pela Lei nº 59/2007, de 04.09), na pena de 2 (dois) anos e 6 (seis) meses de prisão;

- um crime de tráfico de estupefacientes de menor gravidade, em autoria material, previsto e punido pelo art. 21º e 25º, al. a), do Decreto-Lei nº 15/93, de 22.01 com referência à Tabelas I-C, anexa ao referido diploma legal, na pena de 1 (um) ano e 6 (seis) meses de prisão;

- 14 (catorze) crimes de falsificação de documento autêntico, em co-autoria, previstos e punidos pelo artigo 256º, nº 1, alíneas a), b) e d) e nº 3, do Código Penal, na pena de 3 (três) anos e 4 (quatro) meses de prisão por cada crime.

Em cúmulo jurídico das penas parcelares aplicadas, foi-lhe imposta a pena única de 17 (dezassete) anos de prisão.

I. Interpuseram recurso , além do mais , para o Tribunal da Relação , o arguido AA , que lhe negou provimento , e , de seguida , para este STJ, apresentando as seguintes

CONCLUSÕES :

Tem-se por verificados os vícios das al. a) e b) do n.º2 do art.º410.º do C.P.P., há que operar o suprimento dos mesmos.

O acórdão do Tribunal da Relação de Évora, mantendo a decisão da 1ª instância, fez errónea apreciação da prova produzida, tendo havido insuficiência para a decisão da matéria de facto provada e contradição insanável da fundamentação.

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O acórdão manteve por provados factos que não ficaram provados atentos os depoimentos prestados.

O douto acórdão não atendeu a que não se provou que: 1- o recorrente tenha recebido qualquer quantia;

2- não ficou provado que o arguido preencheu as guias na totalidade;

3- não se provou que o recorrente fabricara quaisquer cartas de condução, nem que as tenha entregue a quem quer que seja, ficando provado, apenas, que os objectos apreendidos se

encontravam na residência do recorrente;

4- não se provou há quanto tempo o recorrente residia naquela casa, nem a quem pertenciam os bens existentes na mesma;

5- não se provou que recorrente tenha preenchido o impresso do IMTT, uma vez que refere o douto acórdão de 1ª instância que houve a intervenção de várias pessoas no preenchimento do mesmo.

6- Não se pode concluir, pela prova testemunhal, documental e pericial (que foi insuficiente), que fora o arguido a preencher tais guias.

II . Do Crime de Detenção de Arma Proibida, p. e p., pelo art.º86º, nº1, al. c), com referência aos arts.º2.º, n.º1, al. p), 3º, ns.º1, 3 e 5.º, todos da Lei n.º5/2006, de 23.02 (com a redação dada pela Lei nº 59/2007, de 04.09)

Da prova testemunhal e documental resultou, apenas, provado que a referida arma se encontrava na residência do recorrente, verificando-se aqui, igualmente, o vício previsto na al. a) do n.º2 do art.º410.º do C.P.P.

III . Do Crime de Tráfico de Estupefacientes de Menor Gravidade, p. e p., pelo art.º21.º e 25.º, al. a), do Decreto-Lei n.º 15/93, de 22.01, com referência à Tabelas I-C, anexa ao referido diploma legal Da prova testemunhal e documental resultou, apenas, provado que a placa de “cannabis “ se encontrava no interior de uma secretária no quarto do recorrente, contudo, o facto de a placa de cannabis ter sido apreendida no quarto do recorrente, não permite per si que se conclua que estivesse na posse daquele, pois não se deve esquecer que o recorrente não vivia sozinho, que a casa não é sua, nem os móveis que se encontravam no seu quarto.

Quanto à decisão sobre o crime de tráfico de estupefacientes de menor gravidade, verifica-se, também, o vício previsto na al. a) do n.º2 do art.º410.º do Código de Processo Penal (C.P.P.).

IV. Do crime de falsificação de documento, p. e p., pelo art.º256.º, n.º1, al. a) do C.P.

Não se produziu prova documental e testemunhal que foi o recorrente a forjar um cartão da polícia judiciária, mas, resulta, apenas, que o recorrente tinha um cartão da polícia judiciária, e, assim, faltando elementos de facto que impossibilitam fundamentar a prática do referido crime, verifica-se, também, o vício previsto na al. a) do n.º2 do art.º410.º do C.P.P.

E a livre apreciação da prova, por parte do julgador, não poderá ser, igualmente, suficiente, para condenar o recorrente pela prática dos crimes pelos quais foi condenado.

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Não se pode concordar com o Tribunal da Relação de Évora, quando, no douto acórdão proferido, a págs. 237, refere que “o exame pericial à letra das guias de substituição apreendidas na

residência do arguido, que concluiu como «muito provável» ter sido o arguido quem preencheu os elementos constantes no local reservado ao «despacho», conclusão que o tribunal acolheu, não se vê razões para afastar, pois que um grau de muito provável permite concluir que, com elevado grau de probabilidade, quase de certeza, foi o arguido que preencheu, nessa parte, as referidas guias; acresce que, por um lado, nada obsta a que o tribunal, porque com tal juízo não colide, de acordo com as regras da experiência, e conjugando tal prova com a demais factualidade apurada, se convença – e esta é uma convicção lógica e racionalmente justificada – que foi o arguido,

efectivamente, quem preencheu tal espaço nas guias de substituição, seja naquelas que lhe foram apreendidas, seja naquelas que foram apreendidas aos demais arguidos.”

Esta dedução não é suficiente para que o Tribunal de 1ª instância e o Tribunal da Relação de Évora concluam que foi o arguido a preencher as guias no campo “despacho”, pois para o fazer, teria a prova pericial ter dado como certo que foi o arguido.

O princípio da livre apreciação da prova, previsto no art.º127.º do C.P.P., revela-se insuficiente para tal conclusão, e muito menos para se enveredar pela condenação.

O tribunal de 1ª instância deveria ter assumido que existia dúvidas de tal forma acentuadas que impediriam a condenação, tal como o deveria ter feito o Tribunal da Relação de Évora.

Assim foram violadas as normas constantes do art.º256.º, n.º1, als. a), b) e d) e n.º3 do C.P, art.º256.º, n.º1, al. a) do C.P., arts.º2º, nº1, al. p), 3º, nºs 1 e 3 e 5.º, todos da Lei n.º5/2006, de 23.02 (com a redacção dada pela Lei nº 59/2007, de 04.09), e a constante do art.º127.º do C.P.P., dos arts.º21º e 25º, al. a), do Decreto-Lei n.º 15/93, de 22.01, com referência à Tabelas I-C, anexa ao referido diploma legal, pois o recorrente deveria ter sido absolvido da prática de todos os crimes. Não obstante, e não se entendendo desta forma, ou seja, que se considera provado que o

recorrente praticou, efectivamente, os crimes pelos quais foi condenado, o recorrente não concorda com a pena que lhe foi aplicada, entendendo, salvo melhor opinião, que aquela douta decisão merece censura, na parte da determinação da sanção.

Foi aplicada uma pena de 2 (dois) anos de prisão, ao recorrente, pela prática de 1 (um) crime de falsificação de documento, p. e p. pelo art.º256.º, n.º1, al. a), do C.P., entendendo o recorrente, e salvo melhor opinião, que se fez uma errada aplicação da pena, considerando que se ultrapassou a medida da culpa.

A pena de prisão a aplicar ao recorrente, não deve ser superior a 4 (quatro) meses.

Aplicar-se uma pena acima do limite médio da pena abstractamente aplicável, o acórdão violou o disposto no n.º1 do art.º71.º do C.P., bem como o disposto no n.º2 do art.º40.º do C.P.

Em relação em relação ao crime de falsificação de documento, p. e p., pelo art.º256.º, n.º1, als. a), b) e d) e n.º3 do C.P., foi o recorrente condenado por 14 (catorze) crimes, numa pena de prisão de 3 (três) anos e 4 (quatro meses) por cada crime.

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A pena concreta aplicada por cada um destes crimes é, salvo melhor entendimento, e o devido respeito, exagerada, uma vez que a mesma ultrapassa em muito o limite médio abstractamente aplicável.

Nesta medida, entende o recorrente, e salvo melhor opinião, que se fez uma errada aplicação da pena, considerando que se ultrapassou a medida da culpa.

A pena de prisão a aplicar ao recorrente, não deve ser superior a 6 (seis) meses, por cada um dos crimes.

Aplicar-se uma pena acima do limite médio da pena abstractamente aplicável, o acórdão violou o disposto no n.º1 do art.º71.º do C.P., bem como o disposto no n.º2 do art.º40.º do C.P.

Em relação ao crime de detenção de arma proibida, foi aplicada uma pena de 2 (dois) anos e 6 (seis) meses de prisão, ao recorrente, de pela prática de 1 (um) crime de detenção de arma proibida, p. e p. pelo art.ºart.º86º, nº1, al. c), com referência aos arts.º2º, nº1, al. p), 3º, nºs 1 e 3 e 5.º, todos da Lei n.º5/2006, de 23.02 (com a redacção dada pela Lei nº 59/2007, de 04.09).

Entende, o recorrente, e salvo melhor opinião, que se fez uma errada aplicação da pena, considerando que se ultrapassou a medida da culpa.

O recorrente considera que a pena de prisão a aplicar-se-lhe, não deve ser superior a 4 (quatro) meses.

Aplicar-se uma pena acima do limite médio da pena abstractamente aplicável, o acórdão violou o disposto no n.º1 do art.º71.º do C.P., bem como o disposto no n.º2 do art.º40.º do C.P. Do crime de tráfico de estupefacientes, foi aplicada uma pena de 1 (um) ano e 6 (seis) meses de prisão, ao recorrente, pela prática de 1 (um) crime de tráfico de estupefacientes de menor

gravidade, p. e p. pelo art.º 21ºe 25º, al. a), do Decreto-Lei nº.15/93, de 22.01 com referência à Tabela I-C, anexa ao referido diploma legal.

Entende o recorrente e que se fez uma errada aplicação da pena, considerando que a mesma ultrapassou a medida da culpa.

O recorrente considera que a pena de prisão a aplicar-se-lhe, não deve ser superior a 1 (um) ano.

Aplicar-se uma pena de 1 (um) ano e 6 (seis) meses de prisão, o acórdão violou o disposto no n.º1 do art.º71.º do C.P., bem como o disposto no n.º2 do art.º40.º do C.P.

O Tribunal de 1ª instância, tal como o Tribunal da Relação de Évora deveriam ter tido em conta que o recorrente tem 45 anos, tem uma companheira, e tem uma profissão (manobrador de máquinas), e que estas condições pessoais poderiam ser um factor para enveredar por uma vida afastada do

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crime, ainda que com acompanhamento.

Uma pena de 17 (dezassete) anos de prisão irá impedir que o recorrente se ressocialize, tal como impõe o fim das penas, plasmado no art.º40.º do C.P.

Ora, o recorrente passar 17 (dezassete) anos preso, em nada irá contribuir para a sua ressocialização, tendo em conta que irá sair na chamada “terceira idade”.

Verificando-se a condenação do recorrente em vários crimes, ter-se-á de proceder ao respectivo cúmulo jurídico das penas aplicadas.

E nesta medida deve aplicar-se a mesma fundamentação utilizada pelo tribunal de 1ª instância no cúmulo efectuado.

IV.Foram dados como provados no acórdão recorrido os seguintes factos:

1 - Desde data não concretamente apurada, mas que se situa no início do ano de 2007, o arguido AA decidiu dedicar-se, como modo de vida, ao fabrico de cartas de condução e guias de substituição de cartas de condução, para posterior venda a terceiros, não habilitados a conduzir, que lhe pagavam pelas mencionadas cartas de condução e guias de substituição quantias monetárias variáveis.

2 - Tal actividade era desenvolvida, desde data não apurada, na Rua ..., residência que ficava num anexo da residência do arguido CCC.

3 - Para o exercício da referida actividade o arguido AA dispunha, entre outros, de: a. Um computador CPU;

b. Um computador portátil;

c. Uma máquina de imprimir cartões;

d. 12 CD’s de instalação de software, um deles para impressão de cartões; e. Um carimbo do IMTT;

f. 1 Embalagem de 400 ml de óleo acrílico ou verniz brilhante; g. Diversas folhas com o timbre da DGV;

h. Diversas folhas do IMTT, Delegação Distrital de Viação de Lisboa; i. 111 Cartões em branco;

j. 2 Cartões com verso impresso com as diferentes categorias das cartas de condução.

4 - Na concretização desse propósito, e para desenvolvimento da citada actividade, o arguido AA, por intermédio do arguido MM, adquiriu, em 20.10.2007, através de um leilão na internet, uma máquina de imprimir cartões, tendo adquirido, ainda, em 08.11.2007, na Zetes Robótica, todos os consumíveis necessários.

5 - No exercício dessa actividade, o arguido AA contava com a colaboração de outrem, cuja identidade não se apurou, que preenchia parte das guias de substituição com os dados que lhe eram fornecidos pelos interessados na emissão das mesmas, sendo que a parte respeitante ao “Despacho” situada no campo superior direito do modelo era preenchida pelo arguido AA.

6 - Em data não concretamente apurada do ano de 2007, anterior a 20.12.2007, o arguido BB contactou o arguido AA para adquirir uma carta de condução mediante o pagamento de quantia

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cujo montante não se apurou, sem que para isso tivesse que frequentar qualquer escola de condução ou efetuar qualquer exame de código ou condução.

7 - O arguido BB facultou ao arguido AA, e a solicitação deste, a sua fotografia tipo passe, fotocópia do BI, fotocópia do cartão de contribuinte e morada completa.

8 - Na posse de tais documentos, o arguido retirou os dados necessários ao preenchimento do modelo 1403, que previamente havia obtido junto da DGV, tendo feito constar num desses modelos os dados do arguido BB, do seguinte modo:

Campo destinado à “Pretensão”: assinalou o quadrado referente a “Substituição”;

No espaço destinado ao local de emissão continha inscrito “LB”, quando nos documentos originais consta Lx ou Lisboa;

No campo destinado ao “Resultado” possuía “APROVADO”; Tinha aposta a data de 20.12.2007;

No espaço destinado aos dados da carta de condução tinha inscrito o nº LB- ..., sendo que nos documentos originais a numeração da carta de condução só posteriormente é atribuída pelo IMTT e tem início com a 1.ª letra da localidade onde o instruendo foi sujeito a exame;

Referente à categoria tinha assinalado categoria B;

Tinha ainda aposto um carimbo, de cor azul, com os dizeres:

«GV SUBSTITUI CARTA DE ATÉ », e nos espaço em branco continha as datas 20.12.2007 até 20.01.2008;

Tal guia de substituição encontrava-se assinada e datada de 20.12.2007. 9 - O arguido BB pretendia apresentar às autoridades policiais a mencionada guia de

substituição, caso a solicitassem, em operações de fiscalização, de modo a gerar a convicção geral que estava habilitado a conduzir.

10 - De tal sorte que no dia 25.12.2007, cerca das 17:40 horas, o arguido BB circulava na Antiga EN n.º 10, Gâmbia, área desta comarca de Setúbal, conduzindo o veículo ligeiro de passageiros, matrícula ...-DD, sem que fosse titular de habilitação legal para conduzir o mencionado veículo na via pública.

11 - Nessa ocasião, o arguido BB despistou-se, tendo provocado danos no veículo por si conduzido.

12 - Na sequência do mencionado acidente, compareceram no local os militares da GNR de Setúbal, que solicitaram ao arguido BB os seus documentos e da viatura, tendo o arguido facultado a guia de condução supra descrita, cujos dados foram insertos pelo militar na participação de acidente de viação, por a aceitar como genuína.

13 - Posteriormente, o arguido BB adquiriu ao arguido AA carta de condução, fabricada nos moldes e com o equipamento supra descrito, com data de emissão de 08.02.2002 e data de validade até 13.07.2012, carta que passou a usar como se verdadeira fosse.

14 - O arguido BB sabia que não era titular de habilitação legal para conduzir e que a guia que apresentou aos militares da GNR, como sendo verdadeira, não o era, pois não havia sido emitida pelas entidades competentes, nas condições legais.

15 - Ao facultar a sua fotografia e os seus documentos de identificação e ao manifestar o propósito de adquirir a mencionada guia e carta de condução, o arguido BB sabia que contribuía decisivamente para o fabrico de documentos falsos que se destinavam a ser usados por si, como se de verdadeiros se tratasse, o que quis e conseguiu.

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16 - A carta de condução fabricada nos moldes descritos veio a ser apreendida a BB, na sua posse, em 16 de abril de 2008.

17 - Em data não apurada, anterior a agosto de 2008, OOO, por pretender obter uma carta de condução sem que para isso tivesse que frequentar qualquer escola de condução ou efetuar

qualquer exame de código ou condução, entregou, a pessoa cuja identidade não se logrou provar, uma fotografia tipo passe, fotocópia do BI, fotocópia do cartão de contribuinte e morada completa. 18 - Na posse destes elementos, mediante o pagamento de quantias cujo montante não se apurou, AA fabricou, com o equipamento supra descrito, uma carta de condução, tipo multibanco, constando da mesma os dados de identificação de OOO, o n.º LB- ..., com data de emissão de 29.08.2007 e prazo de validade entre 29.08.2007 e 23.05.2011.

19 - A arguida OOO pretendia apresentar a mencionada carta de condução, de modo a gerar a convicção geral que estava habilitada a conduzir veículos automóveis na via pública, mesmo sabendo que não era titular de carta de condução válida.

20 - Ao facultar a sua fotografia, os seus documentos de identificação, e ao manifestar o propósito de adquirir a mencionada carta de condução, a arguida OOO sabia que contribuía

decisivamente para o fabrico de um documento falso que se destinava a ser usado por si, como se de verdadeiro se tratasse, o que quis e conseguiu.

21 - A carta de condução fabricada nos moldes descritos veio a ser apreendida a OOO, na sua posse, em 26 de janeiro de 2010.

22 - Em data não concretamente apurada, anterior a agosto de 2008, NN, por pretender obter um documento que o habilitasse a conduzir sem que para isso tivesse que frequentar qualquer escola de condução ou efetuar qualquer exame de código ou condução, entregou, a pessoa cuja identidade não se logrou provar, uma fotografia tipo passe, fotocópia do BI, fotocópia do cartão de contribuinte e morada completa.

23 - Na posse destes elementos, mediante o pagamento de quantias cujo montante não se apurou, AA fez constar de uma guia modelo 1403 da DGV os dados do arguido NN, do seguinte modo:

Campo destinado à “Pretensão”: assinalou o quadrado referente a “Substituição”;

No espaço destinado ao local de emissão continha inscrito “LB”, quando nos documentos originais consta Lx ou Lisboa;

No campo destinado ao “Resultado” possuía “APROVADO”; Tinha aposta a data de 17.08.2007;

No espaço destinado aos dados da carta de condução tinha inscrito o n.º LB- ..., sendo que nos documentos originais a numeração da carta de condução só posteriormente é atribuída pelo IMTT e tem início com a 1.ª letra da localidade onde o instruendo foi sujeito a exame;

No local destinado às observações constava: “substitui carta até dia 17.11.2007”; Tal guia de substituição encontrava-se assinada e datada de 17.08.2007.

24 - Após, o arguido AA fabricou uma carta de condução com o número ..., em nome do arguido NN, com data de emissão de 17.08.2007 e data de validade de 23.01.2007 até 23.01.2028, a qual foi entregue ao arguido NN.

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pedidas, o arguido NN sabia que contribuía decisivamente para o fabrico de documentos falsos que se destinavam a ser usados por si, como se de verdadeiros se tratasse, o que quis e conseguiu. 26 - A guia e a carta de condução preenchidas nos moldes acima descritos vieram a ser apreendidas a NN, na sua posse, em 20 de março de 2008.

27 - Em data não apurada, anterior a 14.12.2007, o arguido DDD, por pretender obter um documento que o habilitasse a conduzir sem que para isso tivesse que frequentar qualquer escola de condução ou efetuar qualquer exame de código ou condução, entregou, a pessoa cuja

identidade não se logrou provar, uma fotografia tipo passe, fotocópia do BI, fotocópia do cartão de contribuinte e morada completa.

28 - Na posse destes elementos, mediante o pagamento de quantias cujo montante não se apurou, AA fez constar de uma guia modelo 1403 da DGV os dados do arguido DDD, do seguinte modo:

Campo destinado à “Pretensão”: assinalou o quadrado referente a “Substituição”;

No espaço destinado ao local de emissão continha inscrito “LB”, quando nos documentos originais consta Lx ou Lisboa;

No campo destinado ao “Resultado” possuía “APROVADO”; Tinha aposta a data de 14.12.2007;

No espaço destinado aos dados da carta de condução tinha inscrito o n.º ..., sendo que nos documentos originais a numeração da carta de condução só posteriormente é atribuída pelo IMTT e tem início com a 1.ª letra da localidade onde o instruendo foi sujeito a exame; Tinha ainda aposto um carimbo, de cor azul, com os dizeres:

«DGV SUBSTITUI CARTA DE ATÉ », e nos espaço em branco continha as datas 14.12.2007 até 14.03.2008.

29 - Após, o arguido AA fabricou uma carta de condução em nome do arguido DDD, de molde a assemelhar-se às cartas de condução (tipo multibanco) emitidas pelas entidades competentes, atribuindo-lhe habilitação legal para conduzir veículos da categoria B, com prazo de validade de 14.09.2007 a 13.11. 2008.

30 - Ao facultar a sua fotografia, os seus documentos de identificação, e ao manifestar o propósito de adquirir a mencionada guia e carta de condução, o arguido DDD sabia que contribuía decisivamente para o fabrico de documentos falsos que se destinavam a ser usados por si, como se de verdadeiros se tratasse, o que quis e conseguiu.

31 - A guia da DGV e carta de condução preenchidas e fabricada nos moldes descritos vieram a ser apreendidas a DDD, na sua posse, em 20 de março de 2008.

32 - Em data não concretamente apurada, mas no final do ano de 2007, o arguido BB procurou PP e, sabendo que este não era titular de habilitação legal para conduzir, propôs-lhe adquirir uma carta de condução.

33 - Então, o arguido BB informou o arguido PP que bastaria entregar duas fotografias tipo passe, fotocópias do BI e cartão de contribuinte, um atestado médico e a quantia de € 1.750,00. 34 - O arguido PP aceitou a proposta e entregou os mencionados documentos ao arguido BB e a quantia de € 400,00.

35 - Munido de tais documentos, o arguido BB entregou-os ao arguido AA, que fez constar de uma guia modelo 1403 da DGV os dados do arguido PP, do seguinte modo:

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Campo destinado à “Pretensão”: assinalou o quadrado referente a “Substituição”;

No espaço destinado ao local de emissão continha inscrito o “LB”, quando nos documentos originais consta Lx ou Lisboa;

No campo destinado ao “Resultado” possuía “APROVADO”; Tinha aposta a data de 19.12.2007;

No espaço destinado aos dados da carta de condução tinha inscrito o n.º ..., sendo que nos documentos originais a numeração da carta de condução só posteriormente é atribuída pelo IMTT e tem início com a 1.ª letra da localidade onde o instruendo foi sujeito a exame; Referente à categoria tinha assinalado a Categoria B;

Tinha ainda aposto um carimbo, de cor azul, com os dizeres:

«DGV SUBSTITUI CARTA DE ATÉ », e nos espaço em branco continha as datas 19.12.2007 até 19.03.2008;

Tal guia de substituição encontrava-se assinada e datada de 19.12.2007.

36 - Em data não apurada do ano de 2007, o arguido BB, munido da mencionada guia modelo 1403, preenchida nos moldes descritos, entregou-a ao arguido PP, que a assinou, ficando com o duplicado, tendo entregue aquele, como contrapartida, a quantia de € 1.100,00.

37 - Após, o arguido AA fabricou uma carta de condução, com o número ..., em nome do arguido PP, a qual entregou ao arguido BB, que, por sua vez, a deu ao arguido PP, mediante o pagamento dos € 250,00 remanescentes.

38 - Na ocasião, o arguido BB informou o arguido PP que, caso fosse fiscalizado pelas

autoridades, dissesse que havia tirado a carta de condução na Escola de Condução ..., em Lisboa. 39 - Tal carta de condução foi fabricada pelo arguido AA, nos moldes e com o equipamento supra descrito, com data de emissão de 14.09.2007 e data de validade até 13.11.2028.

40 - Ao assinar a supra referida guia de substituição, modelo 1403, ao facultar os seus documentos de identificação e pagar as quantias pedidas, o arguido PP sabia que contribuía decisivamente para o fabrico de documentos falsos que se destinavam a ser usados por si, como se de verdadeiros se tratasse, o que quis e conseguiu.

41 - A guia de substituição e carta de condução fabricada nos moldes descritos veio a ser apreendida a PP, na sua posse, em 20 de março de 2008.

42 - Em data não concretamente apurada, anterior a novembro de 2007, o arguido LL, que não era titular de habilitação legal para conduzir, com vista a obter uma carta de condução, entregou, a pessoa cuja identidade não se logrou provar, uma fotografia sua, os seus dados pessoais e a sua morada.

43 - Na posse destes elementos, mediante o pagamento de quantias cujo montante não se apurou, AA fabricou uma carta de condução, com o número ..., em nome do arguido LL, com data de emissão em 14.11.2007 e prazo de validade de 14.11.2007 até 22.09.2018, categoria B.

44 - O arguido LL sabia que não era titular de habilitação legal para conduzir e que a carta de condução era feita de modo a gerar a convicção geral que estava habilitado a conduzir veículos automóveis na via pública.

45 - Ao facultar a sua fotografia, os seus documentos e elementos de identificação e ao manifestar o propósito de adquirir a mencionada carta de condução, o arguido LL sabia que contribuía decisivamente para o fabrico de um documento falso que se destinava a ser usado por

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si, como se de verdadeiro se tratasse, o que quis e conseguiu.

46 - Em data não concretamente apurada, mas anterior a Setembro de 2007, o arguido JJ, que não era titular de habilitação legal, por pretender obter um documento que o habilitasse a conduzir sem que para isso tivesse que frequentar qualquer escola de condução ou efetuar

qualquer exame de código ou condução, entregou, a pessoa cuja identidade não se logrou provar, um atestado médico, fotocópias do BI e cartão de contribuinte, indicação da morada, duas

fotografias e quantia monetária de valor não apurado.

47 - Na posse destes elementos, AA, em comunhão de esforços com outros indivíduos cuja identidade não se apurou, fez constar de uma guia modelo 1403 da DGV os dados do arguido JJ, do seguinte modo:

Campo destinado à “Pretensão”: assinalou o quadrado referente a “Substituição”, categoria B;

No espaço destinado ao local de emissão continha inscrito “LB”, quando nos documentos originais consta Lx ou Lisboa;

No campo destinado ao “Resultado” possuía “APROVADO”; Estava assinada e tinha aposta a data de 26.09.2007;

No espaço destinado aos dados da carta de condução tinha inscrito o n.º ..., sendo que nos documentos originais a numeração da carta de condução só posteriormente é atribuída pelo IMTT e tem início com a 1.ª letra da localidade onde o instruendo foi sujeito a exame; No local destinado às observações tinha escrito: “substitui carta até dia 26.12.2007”.

48 - Uma vez que o prazo de validade da mencionada guia entretanto expirou, o arguido AA fez constar de uma nova guia modelo 1403 os dados de JJ nos mesmos moldes, a saber:

Campo destinado à “Pretensão”: assinalou o quadrado referente a “Substituição”, categoria B;

No espaço destinado ao local de emissão continha inscrito “LB”, quando nos documentos originais consta Lx ou Lisboa;

No campo destinado ao “Resultado” possuía “APROVADO”; Tinha aposta a data de 26.12.2007;

No espaço destinado aos dados da carta de condução tinha inscrito o n.º ..., sendo que nos documentos originais a numeração da carta de condução só posteriormente é atribuída pelo IMTT e tem início com a 1.ª letra da localidade onde o instruendo foi sujeito a exame; Tinha ainda aposto um carimbo, de cor azul, com os dizeres:

«DGV SUBSTITUI CARTA DE ATÉ », e nos espaço em branco continha as datas 26.12.2007 até 26.03.2008.

Encontrava-se assinada e datada de 26.12.2007.

49 - O arguido JJ sabia que não era titular de habilitação legal para conduzir e que as

mencionadas guias estavam preenchidas de modo a gerar a convicção geral que estava habilitado a conduzir veículos automóveis na via pública.

50 - Ao facultar os seus documentos de identificação e ao manifestar o propósito de adquirir as mencionadas guias de substituição, o arguido JJ sabia que contribuía decisivamente para o fabrico de documentos falsos que se destinavam a ser usados por si, como se de verdadeiros se tratasse, o que quis e conseguiu.

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apreendidos na residência do arguido AA em 24.06.2009.

52 - Em data não apurada, anterior a Novembro de 2007, o arguido FF, que não era titular de habilitação legal para conduzir, com vista a obter uma carta de condução, entregou, a pessoa cuja identidade não se logrou provar, a sua fotografia, os seus dados pessoais e a sua morada.

53 - Na posse destes elementos, mediante o pagamento de quantias cujo montante não se apurou, AA fabricou uma carta de condução com o n.º ..., em nome do arguido FF, com data de emissão de 04.10.2007 e prazo de validade de 04.10.2007 até 28.10.2011, por referência à categoria B.

54 - O arguido FF sabia que não era titular de habilitação legal para conduzir e que a

mencionada carta de condução era feita de modo a gerar a convicção geral que estava habilitado a conduzir veículos automóveis na via pública.

55 - Ao facultar as suas fotografias, os seus documentos de identificação, e ao manifestar o propósito de adquirir a mencionada carta de condução, o arguido FF sabia que contribuía

decisivamente para o fabrico de um documento falso que se destinava a ser usado por si, como se verdadeiro fosse, o que quis.

56 - A carta de condução fabricada em nome FF acima descrita e vários outros cartões

impressos com a mesma finalidade foram apreendidos na residência do arguido AA em 24.06.2009.

57 - Em data não apurada, anterior a Janeiro de 2008, o arguido EEE, que não era titular de habilitação legal, por pretender obter um documento que o habilitasse a conduzir sem que para isso tivesse que frequentar qualquer escola de condução ou efetuar qualquer exame de código ou

condução, entregou, a pessoa cuja identidade não se logrou provar, os seus elementos pessoais de identificação.

58 - Na posse destes elementos, pessoa cuja identidade não se provou fez constar de uma guia modelo 1403 da DGV, com os dados do arguido FFF, do seguinte modo:

Campo destinado à “Pretensão”: assinalou o quadrado referente a “Substituição”;

No espaço destinado ao local de emissão continha inscrito “LB”, quando nos documentos originais consta Lx ou Lisboa;

No campo destinado ao “Resultado” possuía “APROVADO”; Tinha aposta a data de 31.01.2008;

No espaço destinado aos dados da carta de condução tinha inscrito o n.º ..., sendo que nos documentos originais a numeração da carta de condução só posteriormente é atribuída pelo IMTT e tem início com a 1.ª letra da localidade onde o instruendo foi sujeito a exame; Tinha ainda aposto um carimbo, de cor azul, com os dizeres:

«DGV SUBSTITUI CARTA DE ATÉ », e nos espaço em branco continha as datas 31.01.2008 até 30.04.2008;

Tal guia de substituição encontrava-se assinada e datada de 31.01.2008.

59 - Ao facultar os seus documentos de identificação e ao manifestar o propósito de adquirir a mencionada guia de substituição, o arguido FFF sabia que contribuía decisivamente para o fabrico de um documento falso que se destinava a ser usado por si, como se verdadeiro fosse, o que quis. 60 - A guia de substituição preenchida nos moldes descritos veio a ser apreendida a FFF, na sua posse, em 02.05.2008.

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61 - Em data não concretamente apurada, anterior a novembro de 2007, a arguida EE, que não era titular de habilitação legal para conduzir, com vista a obter uma carta de condução, entregou, a pessoa cuja identidade não se logrou provar, uma fotografia sua, os seus dados pessoais e a sua morada.

62 - Na posse destes elementos, mediante o pagamento de quantias cujo montante não se apurou, AA fabricou uma carta de condução, com o número ..., em nome da arguida EE, com data de emissão de 14.11.2007 e prazo de validade de 14.11.2007 até 02.02.2013, por referência à categoria B, tendo esta e vários cartões impressos com a mesma finalidade sido apreendidos na sua residência em 24.06.2009.

63 - A arguida EE sabia que não era titular de habilitação legal para conduzir e que a

mencionada carta de condução era feita de modo a gerar a convicção geral que estava habilitada a conduzir veículos automóveis na via pública.

64 - Ao facultar a sua fotografia, os seus documentos de identificação, ao pagar as

contrapartidas monetárias cujo montante não se apurou e ao manifestar o propósito de adquirir a mencionada carta de condução, a arguida EE sabia que contribuía decisivamente para o fabrico de um documento falso que se destinava a ser usado por si, como se de verdadeiro se tratasse, o que quis e conseguiu.

65 - A carta de condução fabricada em nome EE acima descrita e vários outros cartões

impressos com a mesma finalidade foram apreendidos na residência do arguido AA em 24.06.2009.

66 - Em data não apurada, anterior a 14.11.2007, o arguido TT, que não era titular de

habilitação legal, por pretender obter um documento que o habilitasse a conduzir sem que para isso tivesse que frequentar qualquer escola de condução ou efectuar qualquer exame de código ou condução, entregou, a pessoa cuja identidade não se logrou provar, os seus elementos pessoais de identificação.

67 - Na posse destes elementos, pessoa cuja identidade não se provou fez preencher uma guia modelo 1403 da DGV, com os dados do arguido TT, do seguinte modo:

Campo destinado à “Pretensão”: assinalou o quadrado referente a “Substituição”;

No espaço destinado ao local de emissão continha inscrito “LB”, quando nos documentos originais consta Lx ou Lisboa;

No campo destinado ao “Resultado” possuía “APROVADO”; Tinha aposta a data de 14.11.2007;

No espaço destinado aos dados da carta de condução tinha inscrito o n.º ..., sendo que nos documentos originais a numeração da carta de

68 - A mencionada guia tinha o prazo de validade de três meses, sendo que, decorrido tal prazo, o arguido TT obteve, do mesmo modo, nova guia modelo 1403, preenchida em seu nome, com prazo de validade por mais três meses, preenchida do seguinte modo:

Campo destinado à “Pretensão”: assinalou o quadrado referente a “Substituição”;

No espaço destinado ao local de emissão continha inscrito “LB”, quando nos documentos originais consta Lx ou Lisboa;

No campo destinado ao “Resultado” possuía “APROVADO”; Tinha aposta a data de 14.02.2008;

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No espaço destinado aos dados da carta de condução tinha inscrito o n.º ..., sendo que nos documentos originais a numeração da carta de condução só posteriormente é atribuída pelo IMTT e tem início com a 1.ª letra da localidade onde o instruendo foi sujeito a exame; Tinha ainda aposto um carimbo, de cor azul, com os dizeres:

«DGV SUBSTITUI CARTA DE ATÉ », e nos espaço em branco continha as datas 14.02.2008 até 14.05.2008;

Tal guia de substituição encontrava-se assinada e datada de 14.02.2008.

69 - O arguido TT sabia que não era titular de habilitação legal para conduzir e que as mencionadas guias eram preenchidas de modo a gerar a convicção geral que estava habilitado a conduzir veículos automóveis na via pública.

70 - Ao facultar os seus documentos de identificação e ao adquirir as mencionadas guias, o arguido TT sabia que contribuía decisivamente para o fabrico de documentos falsos que se destinavam a ser usados por si, como se de verdadeiros se tratasse, o que quis e conseguiu. 71 - As guias de substituição preenchidas nos moldes descritos vieram a ser apreendidas a TT, na sua posse, em 20 de março de 2008.

72 - Em data não apurada, anterior a 31.01.2008, o arguido CC, que não era titular de

habilitação legal, por pretender obter um documento que o habilitasse a conduzir sem que para isso tivesse que frequentar qualquer escola de condução ou efetuar qualquer exame de código ou

condução, entregou, a pessoa cuja identidade não se logrou provar, os seus elementos pessoais de identificação.

73 - Na posse destes elementos, pessoa cuja identidade não se provou preencheu uma guia modelo 1403 da DGV, com os dados do arguido CC, do seguinte modo:

Campo destinado à “Pretensão”: assinalou o quadrado referente a “Substituição”;

No espaço destinado ao local de emissão continha inscrito “LB”, quando nos documentos originais consta Lx ou Lisboa;

No campo destinado ao “Resultado” possuía “APROVADO”; Tinha aposta a data de 31.01.2008;

No espaço destinado aos dados da carta de condução tinha inscrito o n.º ..., sendo que nos documentos originais a numeração da carta de condução só posteriormente é atribuída pelo IMTT e tem início com a 1.ª letra da localidade onde o instruendo foi sujeito a exame; Tinha ainda aposto um carimbo, de cor azul, com os dizeres:

«DGV SUBSTITUI CARTA DE ATÉ », e nos espaço em branco continha as datas 31.01.2008 até 31.04.2008;

Tal guia de substituição encontrava-se assinada e datada de 31.01.2008.

74 - No dia 11 de Fevereiro de 2008, cerca das 10:30 horas, o arguido CC conduziu o veículo ligeiro de passageiros, matrícula ...-FL, por diversas artérias da localidade de Águas de Moura, designadamente, até ao posto de abastecimento de combustível “Total”, sem que para tal fosse titular de carta de condução ou outro documento que o habilitasse a conduzir.

75 - Fiscalizado pelos militares da GNR de Poceirão, o arguido CC exibiu a guia supra referida, com o número ..., de modo a fazer crer que se encontrava habilitado a conduzir veículos automóveis na via pública, factos que sabia não serem verdadeiros.

76 - Após efetuarem diligências para comprovar a veracidade daquele documento, das quais resultou que o arguido não estava habilitado a conduzir, os militares da GNR apreenderam a guia e

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procederam à detenção do arguido.

77 - No dia 19 de abril de 2008, cerca das 11:00 horas, o arguido CC conduziu o veículo ligeiro de passageiros, matrícula ...-FL, no cruzamento da Estrada Nacional n.º 5 com a Estrada dos Espanhóis, Águas de Moura, área desta comarca de Setúbal, fazendo-o sem que se encontrasse habilitado para o efeito com carta de condução ou outro documento que lhe conferisse a faculdade legal de conduzir aquele tipo de veículo na via pública.

78 - Ao facultar os seus documentos de identificação e ao adquirir a mencionada guia, o arguido CC sabia que contribuía decisivamente para o fabrico de um documento falso que se destinava a ser usado por si, como se de verdadeiro se tratasse, o que quis e conseguiu. 79 - O arguido sabia que, não estando devidamente habilitado para o efeito, não podia conduzir tal veículo na via pública, como fazia, factos que, em ambas as ocasiões, não o inibiram de agir do modo descrito.

80 - Assim como não se inibiu de apresentar a guia modelo 1403 aos militares da GNR como se genuína fosse, querendo fazê-los acreditar que estava habilitado a conduzir veículos automóveis da via pública, tendo a mesma, nessa data, sido apreendida.

81 - Em data não concretamente apurada, mas que se situa no final do ano de 2007, o

arguido DD, que não era titular de habilitação legal para conduzir, teve conhecimento que o arguido BB conseguia arranjar cartas de condução sem necessidade de frequência de quaisquer aulas ou exames, tendo-lhe proposto a aquisição de uma dessas cartas por €1.500,00, o que aquele aceitou. 82 – Então, o arguido DD entregou ao arguido BB duas fotografias, um atestado médico, uma cópia de BI, uma cópia do cartão de contribuinte, morada completa e a mencionada quantia em dinheiro.

83 - Munido de tais documentos, o arguido BB, em comunhão de esforços com outros indivíduos cuja identidade não se provou, preencheu uma guia modelo 1403 da DGV, do seguinte modo:

Campo destinado à “Pretensão”: assinalou o quadrado referente a “Substituição”;

No espaço destinado ao local de emissão continha inscrito “LB”, quando nos documentos originais consta Lx ou Lisboa;

No campo destinado ao “Resultado” possuía “APROVADO”; Tinha aposta a data de 14.02.2008;

No espaço destinado aos dados da carta de condução tinha inscrito o n.º ..., sendo que nos documentos originais a numeração da carta de condução só posteriormente é atribuída pelo IMTT e tem início com a 1.ª letra da localidade onde o instruendo foi sujeito a exame; Na categoria pretendida tinha assinalado o item “B”;

No canto superior direito no local destinado ao despacho tinha escrito “deu entrada” e uma rubrica ilegível;

Tinha ainda aposto um carimbo, de cor azul, com os dizeres:

«DGV SUBSTITUI CARTA DE ATÉ », e nos espaço em branco continha as datas 14.02.2008 até 14.05.2008;

Tal guia de substituição encontrava-se assinada e datada de 14.02.2008.

84 - Algum tempo depois o arguido BB entregou a mencionada guia ao arguido DD, que a assinou, tendo ficado com o duplicado.

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85 - Na ocasião, o arguido BB advertiu o arguido DD que, caso fosse fiscalizado pelas

autoridades, dissesse que havia tirado a carta de condução na Escola de condução ..., em Lisboa. 86 - No dia 03 de março de 2008 o arguido DD conduziu o veículo ligeiro de passageiros, matrícula ...-KB, por uma artéria da Quinta do Conde, Sesimbra, em direção ao parque de estacionamento do supermercado “Modelo/Continente” sito nessa localidade, onde estacionou, tendo, nesse momento, sido fiscalizado por militares da GNR.

87 - Por ter afirmado ser titular de carta de condução, mas não se fazer acompanhar da mesma na altura, foi-lhe entregue um aviso para apresentação de documentos no prazo de 8 dias. 88 - No dia 09 de março de 2008 o arguido DD compareceu no posto territorial da GNR de Setúbal, tendo apresentado a citada guia, como se fosse genuína, junto das autoridades de segurança.

89 - O arguido conduziu o mencionado veículo sem que fosse titular de habilitação legal para conduzir.

90 - O arguido sabia que, não sendo titular de carta de condução, não podia conduzir veículos automóveis na via pública, como fez, não se inibindo de agir do modo descrito.

91 - Ao assinar a supra referida guia de substituição, modelo 1403, facultar os seus documentos de identificação e pagar as quantias pedidas, o arguido DD sabia que contribuía decisivamente para o fabrico de documentos falsos que se destinavam a ser usados por si, como se de verdadeiros se tratasse, o que quis e conseguiu.

92 - Em data não apurada, mas que se situa em meados do ano de 2008, o arguido GG que não era titular de carta de condução, por pretender obter um documento que o habilitasse a

conduzir sem que para isso tivesse que frequentar qualquer escola de condução ou efetuar

qualquer exame de código ou condução, entregou, a pessoa cuja identidade não se logrou provar, um atestado médico, fotocópias do BI e cartão de contribuinte, indicação da morada, duas

fotografias e quantia monetária de valor não apurado.

93 - Na posse destes elementos, mediante o pagamento de quantias cujo montante não se apurou, AA, em comunhão de esforços com outros cuja identidade não se provou, preencheu uma guia modelo 1403 da DGV, do seguinte modo:

Campo destinado à “Pretensão”: assinalou o quadrado referente a “Substituição”, categoria B;

No espaço destinado ao local de emissão continha inscrito “LB”, quando nos documentos originais consta Lx ou Lisboa;

No campo destinado ao “Resultado” possuía “APROVADO”; Tinha aposta a data de 21.09.2007;

No espaço destinado aos dados da carta de condução tinha inscrito o n.º ..., sendo que nos documentos originais a numeração da carta de condução só posteriormente é atribuída pelo IMTT e tem início com a 1.ª letra da localidade onde o instruendo foi sujeito a exame; No local destinado às observações tinha escrito: “substitui carta até 21.12.2007”. Encontrava-se assinada e datada de 21.09.2007.

94 - Quando expirou o prazo de validade da citada guia, o arguido AA, em comunhão de esforços e intentos com indivíduos cuja identidade não se provou, preencheu nova guia modelo 1403, nos mesmos moldes, a saber:

Campo destinado à “Pretensão”: assinalou o quadrado referente a “Substituição”, categoria B;

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No espaço destinado ao local de emissão continha inscrito “LB”, quando nos documentos originais consta Lx ou Lisboa;

No campo destinado ao “Resultado” possuía “APROVADO”; Tinha aposta a data de 21.12.2007;

No espaço destinado aos dados da carta de condução tinha inscrito o n.º ..., sendo que nos documentos originais a numeração da carta de condução só posteriormente é atribuída pelo IMTT e tem início com a 1.ª letra da localidade onde o instruendo foi sujeito a exame; Tinha ainda aposto um carimbo, de cor azul, com os dizeres:

«DGV SUBSTITUI CARTA DE ATÉ », e nos espaço em branco continha as datas 21.12.2007 até 21.03.2008;

Encontrava-se assinada e datada de 21.12.2007.

95 - O arguido AA iniciou, ainda, o fabrico de uma carta de condução em nome de GG, tendo tal carta o n.º ..., com data de emissão de 21.09.2007.

96 - O arguido GG sabia que não se encontrava habilitado para conduzir veículos automóveis na via pública e que as mencionadas guias e carta eram feitas de modo a gerar a convicção geral que estava habilitado a conduzir veículos automóveis na via pública.

97 - Ao facultar a sua fotografia, os seus documentos de identificação, e ao manifestar a intenção de adquirir as referidas guias e carta de condução, o arguido GG sabia que contribuía decisivamente para o fabrico de documentos falsos que se destinavam a ser usados por si, como se de verdadeiros se tratasse, o que quis e conseguiu.

98 - As guias acima descritas, várias cartas de condução fabricadas em nome de GG e os elementos de identificação deste foram apreendidos na residência do arguido AA em 24.06.2009. 99 - Em data não apurada, mas que se situa em meados do ano de 2008, a arguida HH, que não era titular de habilitação legal, por pretender obter uma carta de condução sem que para isso tivesse que frequentar qualquer escola de condução ou efetuar qualquer exame de código ou condução, entregou, a pessoa cuja identidade não se logrou provar, fotografias suas, os seus dados pessoais e morada.

100 - Na posse destes elementos, mediante o pagamento de quantias cujo montante não se apurou, AA fabricou uma carta de condução em nome de HH, com o n.º ..., data de emissão de 10.01.2008 e prazo de validade de 10.01.2008 até 22.06.2035, por referência à categoria B, tendo na residência daquele sido apreendidos, em 24.06.2009, vários cartões impressos visando essa finalidade.

101 - A arguida HH sabia que não se encontrava habilitada para conduzir veículos automóveis na via pública e que a mencionada carta de condução era feita de modo a gerar a convicção geral que estava habilitada a conduzir veículos automóveis na via pública.

102 -Ao facultar os seus documentos de identificação e ao manifestar o propósito de adquirir a referida carta de condução, a arguida HH sabia que contribuía decisivamente para o fabrico de documentos falsos que se destinavam a ser usados por si, como se de verdadeiros se tratasse. 103 - A carta de condução fabricada em nome HH acima descrita e vários outros cartões impressos com a mesma finalidade foram apreendidos na residência do arguido AA em 24.06.2009.

104 - Em data não apurada, do ano de 2007, o arguido SS, que não era titular de habilitação legal, por pretender obter um documento que o habilitasse a conduzir sem que para isso tivesse que frequentar qualquer escola de condução ou efetuar qualquer exame de código ou condução,

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entregou, a pessoa cuja identidade não se logrou provar, um atestado médico, fotocópias do BI e cartão de contribuinte, indicação da morada, duas fotografias e quantia monetária de valor não apurado.

105 - Munido de tais documentos, o arguido AA, em comunhão de esforços com indivíduos cuja identidade não se provou, preencheu uma guia modelo 1403, com os dados do arguido SS, do seguinte modo:

Campo destinado à “Pretensão”: assinalou o quadrado referente a “Substituição”;

No espaço destinado ao local de emissão continha inscrito “LB”, quando nos documentos originais consta Lx ou Lisboa;

No campo destinado ao “Resultado” possuía “APROVADO”; Tinha aposta a data de 19.09.2007;

No espaço destinado aos dados da carta de condução tinha inscrito o n.º ..., sendo que nos documentos originais a numeração da carta de condução só posteriormente é atribuída pelo IMTT e tem início com a 1.ª letra da localidade onde o instruendo foi sujeito a exame; Referente à categoria tinha assinalado a categoria B;

No local destinado às observações tinha escrito: “substitui carta até 19.12.2007”; Tal guia de substituição encontrava-se assinada e datada de 19.09.2007.

106 - Quando o prazo de validade da citada guia expirou, o arguido AA, em comunhão de esforços e intentos com outros, preencheu nova guia modelo 1403, com os elementos

identificativos de SS, nos seguintes moldes:

Campo destinado à “Pretensão”: assinalou o quadrado referente a “Substituição”;

No espaço destinado ao local de emissão continha inscrito “LB”, quando nos documentos originais consta Lx ou Lisboa;

No campo destinado ao “Resultado” possuía “APROVADO”; Tinha aposta a data de 19.12.2007;

No espaço destinado aos dados da carta de condução tinha inscrito o n.º ..., sendo que nos documentos originais a numeração da carta de condução só posteriormente é atribuída pelo IMTT e tem início com a 1.ª letra da localidade onde o instruendo foi sujeito a exame; Referente à categoria tinha assinalado a categoria B;

Tinha ainda aposto um carimbo, de cor azul, com os dizeres:

«DGV SUBSTITUI CARTA DE ATÉ », e nos espaço em branco continha as datas 19.12.2007 até 19.03.2008;

Tal guia de substituição encontrava-se assinada e datada de 19.12.2007.

107 - As mencionadas guias tinham o prazo de validade de três meses, sendo que, decorrido o prazo da última, o arguido AA, em comunhão de esforços e intentos com indivíduos cuja

identidade não se provou, preencheu uma nova guia modelo 1403, nos seguintes moldes: Campo destinado à “Pretensão”: assinalou o quadrado referente a “Substituição”;

No espaço destinado ao local de emissão continha inscrito “LB”, quando nos documentos originais consta Lx ou Lisboa;

No campo destinado ao “Resultado” possuía “APROVADO”; Tinha aposta a data de 19.03.2008;

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nos documentos originais a numeração da carta de condução só posteriormente é atribuída pelo IMTT e tem início com a 1.ª letra da localidade onde o instruendo foi sujeito a exame; Referente à categoria tinha assinalado a categoria B;

Tinha ainda aposto um carimbo, de cor azul, com os dizeres:

«DGV SUBSTITUI CARTA DE ATÉ », e nos espaço em branco continha as datas 19.03.2008 até 19.04.2008;

Tal guia de substituição encontrava-se assinada e datada de 19.03.2008, tendo sido apreendida ao arguido SS, na sua posse, em 20 de Março de 2008.

108 - Entretanto, o arguido AA fabricou uma carta de condução, com o número ..., em nome do arguido SS.

109 - Tal carta foi fabricada pelo arguido AA de modo a parecer-se com uma carta de

condução (tipo multibanco), contendo os elementos identificativos do arguido SS, por referência à categoria B, com o prazo de validade de 13.07.2007 a 16.07.2023.

110 - Ao assinar e facultar os seus documentos de identificação e ao manifestar o propósito de adquirir as mencionadas guias e carta de condução, o arguido SS sabia que contribuía

decisivamente para o fabrico de documentos falsos que se destinavam a ser usados por si, como se de verdadeiros se tratasse, o que quis e conseguiu.

111 - A carta de condução fabricada em nome SS acima descrita e vários outros cartões impressos com a mesma finalidade foram apreendidos na residência do arguido AA em 24.06.2009.

112 - Em data não apurada de 2007, o arguido VV, que não era possuidor de carta de condução, por pretender obter um documento que o habilitasse a conduzir sem que para isso tivesse que frequentar qualquer escola de condução ou efetuar qualquer exame de código ou condução, entregou, a pessoa cuja identidade não se logrou provar, fotocópias do BI e cartão de contribuinte, indicação da morada, duas fotografias e quantia monetária de valor não apurado. 113 - Munido de tais documentos, o arguido AA, em comunhão de esforços com indivíduos cuja identidade não se provou, preencheu uma guia modelo 1403, com os dados do arguido VV, do seguinte modo:

Campo destinado à “Pretensão”: assinalou o quadrado referente a “Substituição”;

No espaço destinado ao local de emissão continha inscrito “LB”, quando nos documentos originais consta Lx ou Lisboa;

No campo destinado ao “Resultado” possuía “APROVADO”; Tinha aposta a data de 14.12.2007;

No espaço destinado aos dados da carta de condução tinha inscrito o n.º ..., sendo que nos documentos originais a numeração da carta de condução só posteriormente é atribuída pelo IMTT e tem início com a 1.ª letra da localidade onde o instruendo foi sujeito a exame; Tinha ainda aposto um carimbo, de cor azul, com os dizeres:

«DGV SUBSTITUI CARTA DE ATÉ », e nos espaço em branco continha as datas 14.12.2007 a 14.03.2008;

Tal guia de substituição encontrava-se assinada e datada de 14.12.2007.

114 – Posteriormente, o arguido AA fabricou uma carta de condução com o equipamento que tinha na sua residência e nos moldes supra descritos, habilitando-o a conduzir veículos automóveis da categoria B, com o prazo de validade de 14.09.2007 a 08.06.2035.

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mencionadas guias e carta de condução eram feitas de modo a gerar a convicção geral que estava habilitado a conduzir veículos automóveis na via pública.

116 - Ao facultar os seus documentos de identificação e ao manifestar o propósito de adquirir a mencionada guia e carta de condução, o arguido VV sabia que contribuía decisivamente para o fabrico de documentos falsos que se destinavam a ser usados por si, como se de verdadeiros se tratasse, o que quis e conseguiu.

117 - A guia de substituição e a carta de condução acima descritas vieram a ser apreendidas ao arguido VV, na sua posse, em 31 de arço de 2008, tendo na residência do arguido AA sido apreendidos, em 24 de junho de 2009, vários cartões impressos visando essa mesma finalidade.

118 - Em data não concretamente apurada, mas que se situa no mês de outubro de 2007, o arguido III, que não era titular de habilitação legal, por pretender obter um documento que o habilitasse a conduzir sem que para isso tivesse que frequentar qualquer escola de condução ou efetuar qualquer exame de código ou condução, entregou, a pessoa cuja identidade não se logrou provar, os seus elementos pessoais de identificação.

119 - Na posse destes elementos, pessoa cuja identidade não se provou preencheu uma guia modelo 1403 da DGV, com os dados do arguido III, do seguinte modo:

Campo destinado à “Pretensão”: assinalou o quadrado referente a “Substituição”;

No espaço destinado ao local de emissão continha inscrito “LB”, quando nos documentos originais consta Lx ou Lisboa;

No campo destinado ao “Resultado” possuía “APROVADO”; Tinha aposta a data de 11.10.2007;

No espaço destinado aos dados da carta de condução tinha inscrito o n.º ..., sendo que nos documentos originais a numeração da carta de condução só posteriormente é atribuída pelo IMTT e tem início com a 1.ª letra da localidade onde o instruendo foi sujeito a exame; No local destinado às observações tinha escrito: “Substitui carta até ao dia 11.01.2008”;

Tal guia de substituição encontrava-se assinada e datada de 11.10.2007.

120 - A mencionada guia tinha o prazo de validade de três meses, sendo que, decorrido tal prazo, esse mesmo individuo entregou nova guia ao arguido III com o mesmo período de validade, desta vez de 11.02.2008 a 11.05.2008, a qual foi entregue ao arguido III.

121 - O arguido III sabia que não era titular de habilitação legal para conduzir e que as

mencionadas guias estavam preenchidas de modo a gerar a convicção geral que estava habilitado a conduzir veículos automóveis,na via pública.

122 - Ao facultar os seus documentos de identificação e ao manifestar o propósito de obter as mencionadas guias, o arguido III sabia que contribuía decisivamente para o fabrico de documentos falsos que se destinavam a ser usados por si, como se de verdadeiros se tratasse, o que quis e conseguiu.

123 - As guias acima descritas vieram a ser apreendidas a III, na sua posse, em 13 de maio de 2008.

124 - Em dia não apurado do mês de outubro de 2007, o arguido GGG, que não era titular de carta de condução, por pretender obter um documento que o habilitasse a conduzir sem que para isso tivesse que frequentar qualquer escola de condução ou efetuar qualquer exame de código ou

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condução, entregou, a pessoa cuja identidade não se logrou provar, os seus elementos pessoais de identificação.

125 - Na posse destes elementos, pessoa cuja identidade não se provou preencheu uma guia modelo 1403 da DGV, com os dados do arguido GGG, do seguinte modo:

Campo destinado à “Pretensão”: assinalou o quadrado referente a “Substituição”;

No espaço destinado ao local de emissão continha inscrito “LB”, quando nos documentos originais consta Lx ou Lisboa;

No campo destinado ao “Resultado” possuía “APROVADO”; Tinha aposta a data de 11.10.2007;

No canto superior direito no local destinado ao Despacho tinha escrito “Deu entrada”;

No espaço destinado aos dados da carta de condução tinha inscrito o n.º ..., sendo que nos documentos originais a numeração da carta de condução só posteriormente é atribuída pelo IMTT e tem início com a 1.ª letra da localidade onde o instruendo foi sujeito a exame; Na categoria tinha assinalado “Categoria B”;

Bem como a inscrição “Substitui carta até dia 11.01.2008”.

126 - Como a validade da primeira guia ocorreria em 11.01.2008, o arguido GGG obteve uma segunda guia, preenchida nos mesmos moldes da guia anterior, a saber:

Campo destinado à “Pretensão”: assinalou o quadrado referente a “Substituição”;

No espaço destinado ao local de emissão continha inscrito “LB”, quando nos documentos originais consta Lx ou Lisboa;

No campo destinado ao “Resultado” possuía “APROVADO”; Tinha aposta a data de 11.01.2008;

No canto superior direito no local destinado ao Despacho tinha escrito “Deu entrada”;

No espaço destinado aos dados da carta de condução tinha inscrito o n.º ..., sendo que nos documentos originais a numeração da carta de condução só posteriormente é atribuída pelo IMTT e tem início com a 1.ª letra da localidade onde o instruendo foi sujeito a exame; Na categoria tinha assinalado “Categoria B” ;

Tinha ainda aposto um carimbo, de cor azul, com os dizeres:

«DGV SUBSTITUI CARTA DE ATÉ », e nos espaço em branco continha as datas 11.01.2008 a 11.04.2008.

127 - O arguido GGG sabia que não era titular de habilitação legal para conduzir e que as mencionadas guias estavam preenchidas de modo a gerar a convicção geral que estava habilitado a conduzir veículos automóveis na via pública.

128 - Ao facultar os seus documentos de identificação e ao manifestar o propósito de obter as mencionadas guias, o arguido GGG sabia que contribuía decisivamente para o fabrico de

documentos falsos que se destinavam a ser usados por si, como se de verdadeiros se tratasse, o que quis e conseguiu.

129 - As guias acima descritas vieram a ser apreendidas ao arguido GGG, na sua posse, em 28 de arço de 2008.

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