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09/04/2021

Número: 0004394-41.2020.8.17.2640

Classe: PROCEDIMENTO COMUM CÍVEL

Órgão julgador: Vara da Fazenda Pública da Comarca de Garanhuns Última distribuição : 12/09/2020

Valor da causa: R$ 37.801,81

Assuntos: Indenização por Dano Material, Indenização por Dano Moral Segredo de justiça? NÃO

Justiça gratuita? SIM

Pedido de liminar ou antecipação de tutela? NÃO Tribunal de Justiça de Pernambuco PJe - Processo Judicial Eletrônico

Partes Procurador/Terceiro vinculado

ANTONIO MARCOS FERREIRA CARDOSO (AUTOR) SAULO CRISTIANO ALBUQUERQUE MOREIRA DE LIMA (ADVOGADO)

MUNICIPIO DE GARANHUNS (REU)

Documentos Id. Data da Assinatura Documento Tipo 78156 241 06/04/2021 16:13 Sentença Sentença 75268 359 16/02/2021 08:19 Despacho Despacho 74405 195

01/02/2021 13:18 Provas a Produzir Petição

73903 679 21/01/2021 16:28 Petição em PDF Petição em PDF 73903 680 21/01/2021 16:28 0004394-41.2020.8.17.2640 - provas Petição em PDF 73752 635 19/01/2021 14:00 Intimação Intimação 73718 260 19/01/2021 12:53 Despacho Despacho 73707 521

18/01/2021 19:39 RÉPLICA Outros (Petição)

71400 600 22/11/2020 19:38 Intimação Intimação 71354 665 20/11/2020 17:36 Despacho Despacho 69136 026 06/10/2020 17:03 Contestação Contestação 69136 028 06/10/2020 17:03 0004394-41.2020.8.17.2640_-_Contestacao Petição em PDF 67876 140 13/09/2020 21:46 Citação Citação 67876 139 13/09/2020 21:42 Intimação Intimação 67869 394 13/09/2020 09:31 Despacho Despacho 67865 854

12/09/2020 17:12 Petição Inicial Petição Inicial

67865 857

(2)

67865 862

12/09/2020 17:12 Doc. 04 - Prova de Férias NÃO GOZADAS Documento de Comprovação

67865 863

12/09/2020 17:12 Doc. 05 - Contracheques do Autor Documento de Comprovação

67865 864

12/09/2020 17:12 Doc. 06 - Requerimentos e Protocolos Documento de Comprovação

67865 868

12/09/2020 17:12 Doc. 07 - Indeferimento do Pgto de Verbas Trabalhistas

Documento de Comprovação 67865

867

12/09/2020 17:12 Doc. 08 - Valores NÃO PAGOS - Férias e 13º Documento de Comprovação

67865 865

(3)

Tribunal de Justiça de Pernambuco Poder Judiciário

Vara da Fazenda Pública da Comarca de Garanhuns

AV RUI BARBOSA, 479, - até 1061 - lado ímpar, HELIÓPOLIS, GARANHUNS - PE - CEP: 55295-530 - F:(87) 37649074 Processo nº 0004394-41.2020.8.17.2640

AUTOR: ANTONIO MARCOS FERREIRA CARDOSO REU: MUNICIPIO DE GARANHUNS

SENTENÇA

Vistos, etc.

ANTÔNIO MARCOS FERREIRA CARDOSO propôs ação contra o Município de Garanhuns,

alegando, em síntese, que foi contratado pelo Município de Garanhuns para prestar serviços de MOTORISTA durante o período 18.11.2015 a 31.12.2019, não tendo recebido 13º salário e férias dos períodos laborados. Requereu a condenação do município réu ao pagamento das supracitadas verbas e a indenização por danos morais. Juntou documentos.(ID: 67865867). O Município de Garanhuns apresentou contestação alegando, preliminarmente, a impugnação aos benefícios da gratuidade judicial, para, no mérito, requerer a improcedência do pedido face a nulidade do contrato administrativo e ausência de direito a percepção das verbas trabalhistas pleiteadas face aplicação do tema 551 do STF ao caso em epígrafe. Juntou documentos; da inexistência de comprovação dos danos morais aventados. (ID nº 69136028).

Réplica da parte autora reiterando os argumentos da inicial e requerendo a procedência dos pedidos.

Éo relatório. DECIDO.

Não necessitando de produção de prova em audiência e as partes não requereram a produção de outras provas, o feito comporta julgamento antecipado da lide (fls. 355, I, CPC).

Trata-se de ação em que a parte autora busca o pagamento de 13ºs salários e férias.

DA IMPUGNAÇÃO A GRATUIDADE JUDICIAL

O Município de Garanhuns impugnou a gratuidade judicial concedida a parte autora.

Há presunção relativa de que a pessoa física, diante da afirmação, é pobre na forma da lei e o réu não trouxe elementos que infirmem o direito à gratuidade judicial do autor.

No mesmo sentido é a jurisprudência:

TRF1-0240558) PROCESSUAL CIVIL. IMPUGNAÇÃO AO PEDIDO DE JUSTIÇA GRATUITA. AFIRMAÇÃO DE MISERABILIDADE JURÍDICA. PRESUNÇÃO IURIS TANTUM. AUSÊNCIA DE PROVA EM SENTIDO CONTRÁRIO. (ARTS. 4º, § 1º, 7º E 8º DA LEI Nº 1.060/1950). 1. O art. 4º da Lei nº 1.060/1950, ao determinar que "a parte gozará dos benefícios da assistência judiciária, mediante simples afirmação, na própria petição inicial, de que não está em condições de pagar as custas do processo e os honorários de advogado", estabeleceu, em seu § 1º, presunção iuris tantum, já que admite prova em contrário, conforme faculta o art. 7º do citado diploma legal. 2. Hipótese em que a impugnante não comprovou que a parte adversa tenha condições de arcar com o pagamento de eventual ônus de sucumbência, observado, ainda, que o seu rendimento mensal encontra-se abaixo do limite de dez salários mínimos, considerado razoável para que se reconheça o direito de litigar sob o pálio da Assistência Judiciária Gratuita, consoante a jurisprudência pátria. 3. Sentença mantida por seus próprios fundamentos. 4. Apelação não provida. (Apelação Cível nº 0008151-61.2012.4.01.3300/BA, 6ª Turma do TRF da 1ª Região, Rel. Daniel Paes Ribeiro. j. 27.07.2015, unânime, e-DJF1 04.08.2015).

(4)

TJPE-0097825) DIREITO PROCESSUAL CIVIL. IMPUGNAÇÃO A PEDIDO DE ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA. DECLARAÇÃO DE POBREZA FIRMADA POR PESSOA FÍSICA. PRESUNÇÃO LEGAL NÃO ELIDIDA. BENEFÍCIO CONCEDIDO. 1. A jurisprudência pátria é assente na diretiva de que, "para a concessão do pedido de Justiça Gratuita, suficiente a afirmação da impossibilidade de arcar com as despesas processuais sem prejuízo do sustento próprio e de sua família, mantendo-se a regra do Art. 4º, da Lei nº 1.060/50. (...). A assistência judiciária é instituto de alcance social, a garantir o Acesso à Justiça a todos os cidadãos" (TJPE. Agravo de Instrumento nº 0143145-0, 4ª Câmara Cível, Rel. Des. Jones Figueirêdo Alves, julgamento em 08.01.2007). 2. Na hipótese vertente, cingiu-se o Estado de Pernambuco a demonstrar o valor dos proventos recebidos pelo impugnado, assim como a contratação de advogado particular para atuação no feito, fatos estes que não tem o condão, por si só, de elidir a presunção legal de hipossuficiência do exequente/impugnado. 3. Nesse panorama, não havendo demonstração concreta de que o exequente/impugnado tem condições de suportar os ônus financeiros decorrentes do processamento da demanda, sem comprometer o seu próprio sustento ou da sua família (aspectos subjetivos, portanto), não há de ser recusada a assistência judiciária. 4. Benefício concedido, à unanimidade. (Impugnação a Pedido de Assistência Judiciária nº 0004463-83.2013.8.17.0000 (302713-6), Grupo de Câmaras de Direito Público do TJPE, Rel. Francisco José dos Anjos Bandeira de Mello. j. 03.06.2015, Publ. 31.07.2015).

Mantenho, portanto, a gratuidade judicial concedida ao autor.

DOS CONTRATOS TEMPORÁRIOS

Estabelecida como exceção à regra da contratação por concurso público de provas ou de provas e títulos, a contratação por prazo determinado para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público tem guarida constitucional, estando albergada no inciso IX do art. 37 da Magna Carta, que assim dispõe, in verbis:

IX - a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público;

Destarte, consoante se infere da norma acima transcrita, a contratação por tempo determinado pela administração pública deve se dá para atender a uma necessidade que, além de temporária, refira-se a um interesse público excepcional.

Sendo temporária a necessidade, decerto não pode a administração pública se utilizar do contrato por prazo determinado indefinidamente, imprimindo constância ao que tem natureza transitória. Nesse contexto, tanto a contratação há de ser por prazo determinado quanto a função há que ser exercida temporariamente, ao menos pelo servidor contratado sob o regime especial.

Outrossim, o contrato de trabalho por prazo determinado deve, também, atender a um interesse público excepcional, vale dizer, que foge à regra, sendo extraordinário ou fora do comum.

Contudo, não teceremos maiores comentários sobre a legalidade da contratação em comento, haja vista que esta, em si, não está em discussão pelas partes, sendo as mesmas divergentes, tão somente, sobre se os direitos ao 13º salário e às férias mais 1/3 que albergam também este tipo de trabalhadores, comumente denominados temporários.

Este juízo vinha concedendo aos servidores com contrato temporário por excepcional interesse público o direito às férias e ao décimo terceiro salários.

Porém, o Supremo Tribunal Federal, ao julgar o tema sob o rito dos recursos repetitivos, decidiu da seguinte forma:“Servidores temporários não fazem jus a décimo terceiro salário e férias

remuneradas acrescidas do terço constitucional, salvo (I) expressa previsão legal e/ou contratual em sentido contrário, ou (II) comprovado desvirtuamento da contratação temporária pela Administração Pública, em razão de sucessivas e reiteradas renovações e/ou prorrogações”.

No caso em comento, ficou comprovado o desvirtuamento em razão de sucessivas e reiteradas renovações e/ou prorrogações, uma vez que a primeira contratação data de 2015 tento sucessivas renovações até o ano de 2019, ultrapassando assim o prazo leal de 04(quatro anos) previsto na legislação Municipal (Leis: 2.948/1999 e 3.22/2005) que tratam das contratações temporárias e suas respectivas alterações.

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pública municipal, deve o ente público ser responsabilizado pelo pagamento das verbas nominadas: decimo terceiro e férias acrescidas de um terço constitucional durante o período laborado. Resta analisar os requisitos para a aquisição dos direitos pleiteados.

Consultando os autos, a parte autora tem direito ao pagamento Férias + 1/3 constitucional do período aquisitivo dos anos de 2016, 2017, 2018 e 2019 integrais e na modalidade simples. Quanto ao décimo terceiro salário, a parte autora tem direito a percepção de décimo terceiro referentes aos anos de 2015(proporcional a 1/12 avos), 2016, 2017, 2018 e 2019(integrais). O Município réu não comprovou que realizou o pagamento referentes aos décimos terceiros e férias acima descritas. Portanto, não comprovado nos autos o pagamento das supracitadas verbas, deve o Município réu ser compelido ao pagamento das mesmas, uma vez que não se desincumbiu de provar que já as adimpliu, conforme disposto no art. 373, II do Código de Processo Civil:

“O ônus da prova incumbe: ... II - ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor”

Assim, não tendo o Município réu comprovado o pagamento das verbas supracitadas, deve a parte autora receber indenização substitutiva equivalente aos valores acima descritos. No mesmo sentido é a jurisprudência:

DIREITO PROCESSUAL CIVIL E CONSTITUCIONAL. APELAÇÃO. ESTABILIDADE PROVISÓRIA ELEITORAL. PARCELAS REMUNERATÓRIAS DE 13º SALÁRIO, FÉRIAS E TERÇO CONSTITUCIONAL DE FÉRIAS. RECONHECIDAS. CONTRATAÇÃO POR TEMPO D E T E R M I N A D O . R E G I M E D E D I R E I T O P Ú B L I C O . A P E L A Ç Ã O I M P R O V I D A . Á UNANIMIDADE.1 - A matéria em exame versa sobre as rescisões de contratos de servidores temporários realizadas pela Prefeitura Municipal da Ilha de Itamaracá, no período de estabilidade provisória eleitoral pós eleições municipais de 2012, sem justificativa e antes da posse dos novos eleitos. Ocorre que a legislação pertinente à questão, especificamente o art. 73, inciso V, da Lei nº 9.504/97 e o art. 50, inciso V, da Resolução TSE nº 23.370/2011 (de semelhante teor), veda a demissão de servidores públicos no período de três meses que antecede ao pleito até que haja a posse dos candidatos eleitos, ressalvadas algumas hipóteses, as quais desde já denoto que não se afiguram no caso em tela. Transcrevo abaixo o dispositivo da Lei nº 9.504/97:Art. 73. São proibidas aos agentes públicos, servidores ou não, as seguintes condutas tendentes a afetar a igualdade de oportunidades entre candidatos nos pleitos eleitorais:(...)V - nomear, contratar ou de qualquer forma admitir, demitir sem justa causa, suprimir ou readaptar vantagens ou por outros meios dificultar ou impedir o exercício funcional e, ainda, ex oficio, remover, transferir ou exonerar servidor público, na circunscrição do pleito, nos três meses que o antecedem e até a posse dos eleitos, sob pena de nulidade de pleno direito..."2- Requerente que foi admitido em 01 de janeiro de 2010 e sem justa causa foi dispensado das suas atividades em 17 de outubro de 2012. Por outro lado, conforme se extrai dos documentos acostados aos autos, a reclamada, não obstante ter rechaçado os argumentos da parte autora em sua peça de defesa, não se desincumbiu do ônus que lhe foi imposto, qual seja, o de demonstrar fato modificativo, impeditivo ou extintivo do direito da requerente, através de prova de pagamento das verbas pleiteadas no que tange ao período reclamado pela autora na exordial.3- Destarte, não ficou provado o pagamento dos meses de outubro a dezembro de 2012, e por ter sido dispensado no período de estabilidade eleitoral o requerente faz jus a indenização relativa às verbas trabalhistas correspondentes.Assim, verifica-se que a edilidade dispensou injustificadamente e assim deve adimplir com as verbas trabalhistas referente ao período estabilitário remanescente.4 -Apelante que não se

desincumbiu, em razão de seu ônus de prova invertido, em comprovar nos autos a inexistência das alegadas falta de pagamento das férias. Restou comprovado pelo apelado o seu vinculo funcional com o apelante, recaindo, portanto, sobre o poder público, ora recorrente, o ônus de provar que houve o pagamento pela contraprestação, a teor do critério do art. 373, II, NCPC. 5- Infere-se, portanto, que não honrando a Administração

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intolerável enriquecimento sem causa, não sendo suficientes para se eximir de tais obrigações as alegações levantadas, conforme até então dissertado. Nesse diapasão, não

comprovou o apelante o pagamento do crédito requerido, inexistindo quaisquer fatos modificativos, impeditivos ou extintivos do direito pleiteado (artigo 373, inciso II do Novo Código de Processo Civil). Nesse pensar e de forma reiterada, o Tribunal de Justiça de Pernambuco vem decidindo a questão. (TJ-MG, Relator: Raimundo Messias Júnior, Data de Julgamento: 06/08/2013, Câmaras Cíveis / 2ª CÂMARA CÍVEL) (grifos nossos); Apelação Assunto(s) Número do Acórdão 0000548-27.2006.8.17.0370 (170208-9) Comarca Cabo de Sto. Agostinho Número de Origem 00005482720068170370 Relator Francisco José dos Anjos Bandeira de Mello Relator do Acórdão Francisco José dos Anjos Bandeira de Mello Revisor José Ivo de Paula Guimarães Órg ão Julgador 8ª Câmara Cível Data de Julgamento 30/4/2009).6 - APELAÇÃO IMPROVIDA. Á UNANIMIDADE. 4ª Câmara de Direito Público. Publicado em 17/04/2019.(grifo nosso).

DOS DANOS MORAIS

A parte autora requereu a condenado do Município de Garanhuns em danos morais no valor de R$ 15.000,00 (quinze mil reais).

A Constituição Federal em seu art. 5º, X afirma que:

Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:(…)X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito à indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação.

Para caracterizar dano moral é necessário comprovar dor, sofrimento, lesão psíquica, desequilíbrio em seu bem-estar, ou seja, qualquer ato que afete a parte sensitiva do ser humano como a intimidade, vida privada e a honra. Que difere do mero aborrecimento, da mágoa, da sensibilidade exagerada, estes são caracterizados por desconforto no cotidiano do cidadão que ocorre entre amigos, no local de trabalho, fatos do dia-a-dia.

Analisando os autos não verifico comprovação de danos morais, portanto, indevidos são a condenação em danos morais do ente público no caso em epígrafe.

Ex positis, pelo que dos autos consta, com fundamento no art. 487, I, do CPC, JULGO

PARCIALMENTE PROCEDENTES OS PEDIDOS FORMULADOS NA INICIAL, para:

a) JULGAR IMPROCEDENTE A CONDENAÇÃO DO MUNICÍPIO AO PAGAMENTO DE DANOS MORAIS.

b) CONDENAR O MUNICÍPIO DE GARANHUNS AO PAGAMENTO FÉRIAS + 1/3 CONSTITUCIONAL DO PERIODO AQUISITIVO CORRESPONDENTE AOS ANOS DE 2016, 2017, 2018 e 2019 (INTEGRAIS) NA MODALIDADE SIMPLES.

c) CONDENAR O MUNICÍPIO DE GARANHUNS AO PAGAMENTO DOS DÉCIMOS TERCEIROS SALÁRIOS DOS ANOS DE 2015(PRPORCIONAL A 1/12 AVOS), DOS ANOS DE 2016, 2017, 2018 E 2019 (INTEGRAIS).

O valor deverá ser corrigido monetariamente pela tabela IPCA-E, a partir da data do vencimento de cada parcela e com juros de mora pelos índices oficiais de remuneração básica à caderneta de poupança, nos termos do art. 1º-F da Lei nº 9.494/97, com a redação dada pela Lei nº 11.960/2009, a partir da data da citação (23/09/2020).

Condeno a parte autora ao pagamento de custas e honorários a procuradoria do Município de Garanhuns no percentual de 10% (dez por cento) do valor da condenação, ficando sua exigibilidade suspensa nos termos do art. 98, § 3º, do CPC.

Condeno o Município de Garanhuns ao pagamento de honorários advocatícios no percentual de 10% (dez por cento) do valor da condenação, tendo em vista que cada uma das partes sucumbiu em parte do pedido, conforme art. 86 CPC.

Sentença não sujeita ao duplo grau de jurisdição, uma vez que o valor da condenação é inferior a 100 (cem) salários mínimos, nos termos do art. 496, § 3º, III, do CPC.

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Transitada em julgado, intime-se aparte autora, através de seu advogado, para requerer o cumprimento de sentença.

Garanhuns, 06 de abril de 2021. Glacidelson Antônio da Silva Juiz de Direito

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Tribunal de Justiça de Pernambuco Poder Judiciário

Vara da Fazenda Pública da Comarca de Garanhuns

AV RUI BARBOSA, 479, - até 1061 - lado ímpar, HELIÓPOLIS, GARANHUNS - PE - CEP: 55295-530 - F:(87) 37649074 Processo nº 0004394-41.2020.8.17.2640

AUTOR: ANTONIO MARCOS FERREIRA CARDOSO REU: MUNICIPIO DE GARANHUNS

DESPACHO

Inexistindo interesse na produção de provas pelas partes, voltem-me os autos conclusos para julgamento.

GARANHUNS, 16 de fevereiro de 2021

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA DA FAZENDA PÚBLICA DA COMARCA DE GARANHUNS Processo nº 0004394-41.2020.8.17.2640

AUTOR: ANTONIO MARCOS FERREIRA CARDOSO REU: MUNICIPIO DE GARANHUNS

ANTONIO MARCOS FERREIRA CARDOSO, qualificado, neste ato representado por seu

advogado in fine signatário, vem à presença de Vossa Excelência informar que não tem mais

provas a produzir, além daquelas que estão na inicial, acompanhas de documentos probatórios que as instruem, requerendo o prosseguimento do feito.

Nestes termos, Pede e espera deferimento. Garanhuns-PE, 1º de fevereiro de 2021.

SAULO CRISTIANO ALBUQUERQUE MOREIRA DE LIMA OAB/PE 46.811

(10)
(11)

PREFEITURA MUNICIPAL DE GARANHUNS PROCURADORIA GERAL

__________________________________________________

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DR. JUIZ DE DIREITO DA VARA DA FAZENDA DO

MUNICÍPIO DE GARANHUNS – PE

Processo nº 0004394-41.2020.8.17.2640

AUTOR: ANTONIO MARCOS FERREIRA CARDOSO

REU: MUNICIPIO DE GARANHUNS

O MUNICÍPIO DE GARANHUNS – PE, já qualificado nos autos em epígrafe, vem respeitosamente perante V. Exa., por meio da PROCURADORIA MUNICIPAL nos termos do art. 75, III, CPC/15, neste ato representado pelo Procurador que esta subscreve, em razão do despacho retro, informar não tem provas a produzir.

Termos em que, requer prosseguimento.

Garanhuns, 21 de janeiro de 2021.

RAFAEL PONTES DE MIRANDA PROCURADOR MUNICIPAL

(12)

Tribunal de Justiça de Pernambuco Poder Judiciário

DIRETORIA CÍVEL DO 1º GRAU

AV RUI BARBOSA, 479, - até 1061 - lado ímpar, HELIÓPOLIS, GARANHUNS - PE - CEP: 55295-530 Vara da Fazenda Pública da Comarca de Garanhuns

Processo nº 0004394-41.2020.8.17.2640

AUTOR: ANTONIO MARCOS FERREIRA CARDOSO REU: MUNICIPIO DE GARANHUNS

INTIMAÇÃO DE DESPACHO

Por ordem do(a) Exmo(a). Dr(a). Juiz(a) de Direito do Vara da Fazenda Pública da Comarca de Garanhuns, fica(m) a(s) parte(s) intimada(s) do inteiro teor do Despacho de ID 73718260, conforme segue transcrito abaixo:

Despacho: R. h. Digam as partes se têm outras provas a produzir, especificando-as e

justificando-as, em caso positivo, no prazo de 15 (quinze) dias, nos termos do art. 369 do Código de Processo Civil. Garanhuns, 19 de janeiro de 2021. Juiz de Direito.

GARANHUNS, 19 de janeiro de 2021. JACQUELINE VAZ D EMERY ALVES

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Tribunal de Justiça de Pernambuco Poder Judiciário

Vara da Fazenda Pública da Comarca de Garanhuns

AV RUI BARBOSA, 479, - até 1061 - lado ímpar, HELIÓPOLIS, GARANHUNS - PE - CEP: 55295-530 - F:(87) 37649074 Processo nº 0004394-41.2020.8.17.2640

AUTOR: ANTONIO MARCOS FERREIRA CARDOSO REU: MUNICIPIO DE GARANHUNS

Despacho R,h

Digam as partes se têm outras provas a produzir, especificando-as e justificando-as, em caso positivo, no prazo de 15 (quinze) dias, nos termos do art. 369 do Código de Processo Civil

Garanhuns, 19 de janeiro de 2021. Juiz de Direito

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA DA FAZENDA PÚBLICA DA COMARCA DE GARANHUNS Processo nº 0004394-41.2020.8.17.2640

AUTOR: ANTONIO MARCOS FERREIRA CARDOSO REU: MUNICIPIO DE GARANHUNS

ANTONIO MARCOS FERREIRA CARDOSO, qualificado, neste ato representado por seu

advogado in fine signatário, vem à presença de Vossa Excelência, tempestivamente, em atenção à intimação, apresentar

RÉPLICA À CONTESTAÇÃO

pelos fatos e fundamentos adiante aduzidos:

I - CONTESTAÇÃO DO RÉU

Em amiúde, o Réu:

Em sede de preliminares:

i) IMPUGNAÇÃO À GRATUIDADE DA JUSTIÇA No mérito:

i) Argumentou que não cabe Pedido de pagamento de fundo de garantia por tempo de serviço;

ii) Que o autor não tem direito ao pagamento da multa indenizatória da dobra das férias não pagas

iii) Sobre o tema, o STF, analisando com maior profundidade e especificidade a questão, firmou a seguinte tese de repercussão geral: “Servidores temporários não fazem jus a décimo terceiro salário e férias remuneradas acrescidas do terço constitucional, salvo (I) expressa previsão legal e/ou contratual em sentido contrário, ou (II) comprovado desvirtuamento da contratação temporária pela Administração Pública, em razão de sucessivas e reiteradas renovações e/ou prorrogações", (c. grifos)

iv) NÃO CABIMENTO DE DANOS MORAIS

II – MÉRITO DA RÉPLICA

Registre-se que em nenhum momento o demandante está solicitando pagamento de fundo de garantia por tempo de serviço.

Quanto às preliminares de IMPUGNAÇÃO À GRATUIDADE DA JUSTIÇA, esta não faz o menor sentido eis que o réu descontratou o autor, ou seja, o mesmo está

DESEMPREGADO.

Aliás, é uníssono e encontra-se pacificado que caberia ao impugnante o ônus da

prova capaz de desconstituir o direito postulado, impondo-se a demonstração da capacidade da parte adversa de arcar com as despesas processuais. A mera alegação

(15)

desconstituir a concessão de tal benefício.

Com efeito, a simples declaração de pobreza seria suficiente para o deferimento

do benefício da Justiça Gratuita.

Em se tratando de impugnação à assistência judiciária, o ônus da prova acerca das possibilidades financeiras do beneficiário para arcar com as despesas processuais pertence ao impugnante, o que não ocorreu.

Nesse sentido, existe jurisprudência:

STJ - AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL AgRg no AREsp 45932 MG 2011/0121783-4 (STJ)

Data de publicação: 22/08/2013 EMENTA

ÔNUS DA PROVA DO IMPUGNANTE. 1. Aplica-se a Súmula n. 7/STJ

quando a tese versada no recurso especial reclama a análise dos elementos probatórios produzidos ao longo da demanda. 2. É ônus

daquele que impugna a concessão do benefício da assistência judiciária gratuita demonstrar a suposta suficiência financeira-econômica do beneficiário. 3. Agravo regimental desprovido.

Em relação ao mérito da contestação, a hipótese excepcional que convalida o direito do autor ao recebimento do décimo terceiro salário e férias remuneradas acrescidas do terço

constitucional encontra alicerce na própria tese Repercussão Geral, TEMA 551 do STF, que,

parafraseando:

Servidores temporários fazem jus a décimo terceiro salário e férias remuneradas acrescidas do terço constitucional se comprovarem desvirtuamento da contratação temporária pela Administração Pública, em razão de sucessivas e reiteradas renovações e/ou prorrogações.

De fato, a relação jurídica do Autor com o Réu teve início de 18.11.2015 a 31.12.2019

, o que demonstra sucessivas e reiteradas renovações e/ou prorrogações. (Id. 67865861)

TAL FATO NEM FOI IMPUGNADO EM SEDE DE CONTESTAÇÃO, tornando-se o demandado REVEL.

Pelo contrário, no Id. 67865867, houve o endosso, isto é, o Reconhecimento

Expresso do Demandado, conforme Protocolos contidos no NETDOC:

I - 13º salário integral e 13º salário proporcional: i) 2018.0355 e ii) 2020.16299 II - Férias Integrais, Férias Proporcionais: i) 2018.03548 e ii) 2020.16304. Desta forma, está pacificado o direito do demandante nas jurisprudências de nossos Tribunais:

APELAÇÃO CÍVEL – AÇÃO ORDINÁRIA DE COBRANÇA – MÉDICA – CONTRATAÇÃO TEMPORÁRIA – AUSÊNCIA DE PAGAMENTO

DO 13º SALÁRIO E FÉRIAS – ARTIGO 7º, INCISOS VIII E XVII C/C

ARTIGO 39, § 3º, DA CF – HONORÁRIOS RECURSAIS – RECURSO CONHECIDO E DESPROVIDO. 1. Ainda que a contratação tenha

ocorrido para trabalho temporário, uma vez prestados os serviços

em favor da municipalidade, a administração pública não pode eximir-se do pagamento do 13º salário e férias, conforme assegurado no artigo 7º, incisos VIII e XVII c/c artigo 39, § 3º, da CF. 2. O desprovimento do recurso impõe a condenação da parte apelante ao pagamento de honorários recursais em favor do patrono da parte adversa.

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( T J M S A P L : 0 8 0 1 6 6 5 1 9 2 0 1 3 8 1 2 0 0 4 5 M S 0 8 0 1 6 6 5 -19.2013.8.12.0045, Relator: Des. Júlio Roberto Siqueira Cardoso, Data de Julgamento: 06/12/2016, 5ª Câmara Cível, Data de Publicação: 08/12/2016)

A P E L A Ç Ã O C Í V E L . A Ç Ã O D E C O B R A N Ç A . S E R V I D O R A C O N T R A T A D A S O B O R E G I M E E S P E C I A L D E D I R E I T O A D M I N I S T R A T I V O – R E D A . L A B O R E F E T I V A M E N T E

COMPROVADO. AUSÊNCIA DE PAGAMENTO DO 13º SALÁRIO E F É R I A S , D E V I D A M E N T E A C R E S C I D A S D O T E R Ç O CONSTITUCIONAL. VEDAÇÃO AO ENRIQUECIMENTO ILÍCITO.

PRECEDENTES JURISPRUDENCIAIS. RECURSO CONHECIDO E NÃO PROVIDO. SENTENÇA MANTIDA. 1. A situação versada nos autos refere-se à possibilidade de servidora contratada por prazo

d e t e r m i n a d o , c o m b a s e e m R e g i m e E s p e c i a l d e D i r e i t o

Administrativo – REDA, perceber verba referente ao 13º salário e fé

rias vencidas e proporcionais, devidamente acrescidas de 1/3,

em caso de rescisão antecipada do contrato. 2. Como curial, a contratação de servidor sem a realização de concurso público constitui medida excepcional e somente é facultada aos entes federados nos casos dos cargos em comissão e na hipótese prevista no inciso IX, do art. 37, da Constituição Federal. 3. Com efeito, aos servidores contratados para atender necessidade de excepcional interesse público, são assegurados o direito ao "décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor da aposentadoria", bem como ao "gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal", por força do que dispõe o § 3º do art. 39 da Constituição Federal. 4. No caso concreto, além da efetiva prestação dos serviços, restou evidenciada a ausência do pagamento correspondente ao período laborado. Deste modo, tal qual decidido pelo juízo a quo, são devidos à apelada os valores correspondentes ao 13º salário proporcional e as férias, integrais e proporcionais, devidamente acrescidas do terço constitucional, uma vez que a Administração usufruiu dos serviços prestados pela mesma, devendo, em respeito aos princípios da boa-fé e da moralidade administrativa, arcar com as respectivas parcelas remuneratórias, sob pena de enriquecimento ilícito. (Classe: Apelação,Número do Processo: 0006354-36.2013.8.05.0110, Relator (a): Marcia Borges Faria, Quinta Câmara Cível, Publicado em: 11/07/2018 )

(TJ-BA - APL: 00063543620138050110, Relator: Marcia Borges Faria, Quinta Câmara Cível, Data de Publicação: 11/07/2018)

Portanto, no caso concreto em tela ocorreu o DANO MORAL, haja vista que o sentimento de impotência, tristeza e dor experimentados pelo autor não constituem mero dissabor, pois tal atitude ilícita, orquestrada pelo Réu, tem que ser DESESTIMULADA pelo Poder Judiciário.

Estatisticamente, o réu sempre sai ganhando com tal atitude deletéria, justamente porque são poucos os lesados que se socorrem ao Estado/Juiz para fazer valer os seus direitos.

(17)

ao cumprimento do que originariamente já deveria tê-lo feito é estimulá-lo.

RECURSO DE APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO DE COBRANÇA C/C COM INDENIZAÇÃO POR DANO

MORAL. AUSÊNCIA DE PAGAMENTO DE FÉRIAS E 13.º SALÁRIO DE SERVIDOR PÚBLICO. VERBA DE NATUREZA ALIMENTAR. ATO ILÍCITO. DANO MORAL CONFIGURADO. VALOR ARBITRADO

EM CONFORMIDADE COM OS PRINCÍPIOS DA RAZOABILIDADE E DA PROPORCIONALIDADE. SENTENÇA MANTIDA. RECURSO CONHECIDO E NÃO PROVIDO EM HARMONIA COM PARECER MINISTERIAL. - A ausência de pagamento e não mero atraso, como ocorreu no presente caso, caracteriza dano moral, por tratar-se de verba alimentar - A conduta do ente público em não efetuar o pagamento de verba remuneratória do servidor configura ato ilícito, ilegal e imoral, de modo a caracterizar a sua culpa e o nexo entre a sua ação e o dano. Tal conduta, violou inclusive princípios constitucionais, como o da legalidade, da dignidade da pessoa humana e da moralidade - Considerando a natureza e a extensão do dano, bem como as condições socioeconômicas do ofensor e do ofendido, a condenação na forma como foi fixada pelo magistrado deve ser mantida, pois em conformidade com os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade - Sentença mantida - Recurso conhecido e não provido em harmonia com parecer Ministerial. ( T J A M A C : 0 0 0 2 8 4 9 1 8 2 0 1 4 8 0 4 3 8 0 0 A M 0 0 0 2 8 4 9 -18.2014.8.04.3800, Relator: Anselmo Chíxaro, Data de Julgamento: 01/06/2020, Primeira Câmara Cível, Data de Publicação: 02/06/2020)

V - DOS PEDIDOS

Ante o exposto, o autor ratifica os termos da inicial, requerendo:

1. Que seja considerada totalmente improcedente a Contestação apresentada pela Ré; 2. Prosseguimento do feito por meio de sentença favorável aos pedidos nos termos da exordial.

Nestes termos, Pede e espera deferimento. Garanhuns-PE, 18 de janeiro de 2021.

SAULO CRISTIANO ALBUQUERQUE MOREIRA DE LIMA OAB/PE 46.811

(18)

Tribunal de Justiça de Pernambuco Poder Judiciário

DIRETORIA CÍVEL DO 1º GRAU

AV RUI BARBOSA, 479, - até 1061 - lado ímpar, HELIÓPOLIS, GARANHUNS - PE - CEP: 55295-530 Vara da Fazenda Pública da Comarca de Garanhuns

Processo nº 0004394-41.2020.8.17.2640

AUTOR: ANTONIO MARCOS FERREIRA CARDOSO REU: MUNICIPIO DE GARANHUNS

INTIMAÇÃO DE DESPACHO

Por ordem do(a) Exmo(a). Dr(a). Juiz(a) de Direito do Vara da Fazenda Pública da Comarca de Garanhuns, fica(m) a(s) parte(s) intimada(s) do inteiro teor do Despacho de ID 71354665, conforme segue transcrito abaixo:

DESPACHO: R. h. Intime-se o autor, através de seu advogado, para, no prazo de 15 (quinze) dias, apresentar réplica à contestação. GARANHUNS, 20 de novembro de 2020. Glacidelson Antônio da Silva. Juiz de Direito

GARANHUNS, 22 de novembro de 2020. JACQUELINE VAZ D EMERY ALVES

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Tribunal de Justiça de Pernambuco Poder Judiciário

Vara da Fazenda Pública da Comarca de Garanhuns

AV RUI BARBOSA, 479, - até 1061 - lado ímpar, HELIÓPOLIS, GARANHUNS - PE - CEP: 55295-530 - F:(87) 37649074 Processo nº 0004394-41.2020.8.17.2640

AUTOR: ANTONIO MARCOS FERREIRA CARDOSO REU: MUNICIPIO DE GARANHUNS

DESPACHO

R.h.

Intime-se o autor, através de seu advogado, para, no prazo de 15 (quinze) dias, apresentar réplica à contestação.

GARANHUNS, 20 de novembro de 2020

Glacidelson Antônio da Silva Juiz de Direito

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PREFEITURA MUNICIPAL DE GARANHUNS PROCURADORIA GERAL

1 EXCELENTÍSSIMO SENHOR DR JUIZ DE DIREITO DA VARA DA FAZENDA DO MUNICÍPIO

DE GARANHUNS - PE

AUTOR: ANTONIO MARCOS FERREIRA CARDOSO RÉU: MUNICÍPIO DE GARANHUNS

PROCESSO Nº 0004394-41.2020.8.17.2640

O MUNICÍPIO DE GARANHUNS – PE, pessoa jurídica de direito público interno, com sede na Av. Santo Antônio, n° 126, vem respeitosamente perante V. Exa., por meio da PROCURADORIA MUNICIPAL nos termos do art. 75, III, CPC/15, neste ato representado pelo Procurador que esta subscreve, apresentar

CONTESTAÇÃO

com fulcro no art. 335 do CPC/15, em face da Ação de Cobrança, pelas razões de fato e de direito a seguir expostas.

I – BREVE RELATO DOS FATOS

Alega a parte autora que trabalhou para o Município de Garanhuns de 18/11/2015 a 31/12/2019, mas que, após pedir exoneração do cargo que ocupava, não houve adimplemento dos valores referentes a 13º salários e férias.

Requer ainda, na inicial, a condenação do Município em danos morais e materiais, alegando lucros cessantes.

É o que consta da peça vestibular.

II – PRELIMINARMENTE: DA IMPUGNAÇÃO À GRATUIDADE DA JUSTIÇA

O gozo do benefício da justiça gratuita deve ser concedido apenas àqueles que comprovem serem pobres na forma da lei, não sendo suficiente, para tanto, a simples declaração de pobreza realizada em padrão pré-determinado pelo advogado, desacompanhada de meios hábeis e suficientes de convencimento do julgador.

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2 Tal declaração não passa, data vênia, de mera presunção juris tantum, devendo o requerente demonstrar possuir presunção jure et de juri através de documentos irretorquíveis que comprovem a aludida pobreza da suplicante.

Neste sentido, confira-se:

PROCESSUAL CIVIL, JUSTIÇA GRATUITA, FALTA DE REQUISITOS CARACTERIZADORES.

Preclusão decorrido o prazo para que a parte se insurge contra a decisão que indeferiu o pedido de gratuidade judiciária, tem-se por preclusa a matéria, não podendo ser objeto de nova irresignação. Por se tratar, a declaração de hipossuficiência, de presunção iures tantum, é permitido ao juiz indeferir o pedido de gratuidade de justiça, ainda que não impugnada pela parte contrária, desde que, diante do caso concreto, mensuradas a situação econômica e social do postulante e natureza da causa, verifique a possibilidade da parte em arcar com o pagamento das verbas processuais.

(Tribunal de Justiça do Distrito Federal – TJDF. Rec. 2009.01.1.040901-0; Ac. 422.014; Órgão Julgador: Sexta Turma Cível; Relª Desª Ana Maria Duarte Amarante Brito; DJDFTE 14/05/2010; Pág. 154). (grifos nossos)

Ademais, não se deve confundir insuficiência financeira, que é o que se exige para o benefício da Assistência Judiciária, com a insuficiência econômica. Vale dizer, aquele que não possui bens móveis e imóveis (suficiência econômica), por exemplo, pode perfeitamente não ser carente de suficiência financeira, que seria o disponível para suportar, de imediato, as custas do processo, como demonstra ser a hipótese em debate.

Diante do exposto, com fulcro no art. 100 do CPC/2015 e pelos motivos acima aludidos, requer que seja revogada a concessão do benefício da justiça gratuita.

III – DO MÉRITO

a) DA RELAÇÃO JURÍDICA CONTRATUAL.

Inicialmente, cumpre esclarecer que, o vínculo contratual existente entre este Réu e o Reclamante é aquele previsto no art. 37, IX, da CF/88: contratação por tempo determinado para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público.

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3 Nessa situação, o vínculo jurídico entre o servidor temporário e o Poder Público possui natureza administrativa e não estatutária (muito menos celetista). Outrossim, o STF já decidiu que a lei municipal ou estadual que regulamente o art. 37, IX, da CF/88 não pode estabelecer que o regime a ser aplicado seja o celetista.

À vista disso, a Min. Cármen Lúcia, no julgamento da Recl. 5.381-4/AM, expressamente consignou que:

“(...) não há como, no sistema jurídico-administrativo brasileiro constitucionalmente posto, comportar essas contratações pelo regime da CLT”.

Cada ente federado possui competência para legislar sobre as situações e requisitos necessários à contratação temporária, observadas as regras constitucionais. No Município de Garanhuns foi editada a Lei 2.948/99, com alterações dadas pela Lei 3.3322/05, para regulamentar a matéria.

Em síntese, os servidores temporários contratados sob esse regime não estão vinculados a um cargo ou emprego público, exercendo apenas uma função administrativa temporária. Portanto, nenhum dos pedidos do autor condiz com a posição que ocupava na Administração pública, por representarem direitos celetistas, previstos exclusivamente aos empregados nos termos da lei. Nesse sentido, posiciona-se o Tribunal de Justiça de Pernambuco:

CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO. AÇÃO DE COBRANÇA. CONTRATO TEMPORÁRIO. RESCISÃO. VERBAS SALARIAIS IMPAGAS. SENTENÇA PARCIALMENTE PROCEDENTE. APELAÇÃO CIVIL. APELO PROVIDO EM PARTE.

(...)

6. Tratando-se de relação jurídica de natureza administrativa, mostra-se inaplicável a Consolidação das Leis do Trabalho e, por consequência, o pedido de pagamento de fundo de garantia por tempo de serviço bem como as multas dos arts. 467 e 477 da CLT e o fornecimento de guias de seguro desemprego e respectiva indenização. Não se afigura aplicável, à parte apelada, a Súmula n.º 363 do TST, nem o art. 19A da Lei nº 8.036/90, cujo teor é o seguinte: "Art. 19-A. É devido o depósito do FGTS na conta vinculado do trabalhador cujo contrato de trabalho seja declarado nulo nas hipóteses previstas no art. 37, § 2º, da Constituição Federal, quando mantido o direito ao salário. O dispositivo em comento se refere a "trabalhador" e a "contrato de trabalho", que são expressões comumente utilizadas pela lei, pela doutrina e pela jurisprudência para designar,

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4 respectivamente, o empregado sujeito às normas do CLT e o instrumento regulador da relação celetista havida entre empregador e empregado.

7. Destarte, não há como conferir interpretação extensivo às expressões "trabalhador" e "contrato de trabalho", constantes do art. 19-A da Lei nº 8.036/90, para incluir no âmbito de aplicação da norma os contratados temporários, cuja relação com a Administração Pública, como dito, se reveste de natureza contratual administrativa.

8. A Constituição da República previu no artigo 39, § 3º, para os ocupantes de cargo público, os direitos estabelecidos no artigo 7o, incisos IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII e XXX, dentre os quais não se inclui o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, previsto no inciso III do citado artigo. Dessa forma, entendo que a parte apelada não tem direito ao recebimento do FGTS por ausência de previsão legal.

9. Está absolutamente serenado nos Tribunais Superiores que o contrato temporário não gera direito à condenação em pagamento de FGTS em razão da natureza do vínculo estabelecido entre as partes, que é de natureza jurídico-administrativa, submetendo o contratado a regime específico e não celetista.

10. No caso sob análise, a sentença atacada, além de ter condenado a municipalidade a pagar valores referentes ao FGTS dos meses não depositados, determinou a expedição de Alvará no intuito de levantar os valores do FGTS já depositados pelo Município de Petrolina, como se vê às fls. 114 dos autos. Entrementes, a Justiça Estadual não tem competência para gerir quaisquer assuntos referentes ao FGTS, inclusive levantamento de valores11. Recurso de apelação provido em parte.

(TJ-PE. Processo: APL 3784821 PE. Órgão Julgador: 1ª Câmara Regional de Caruaru - 1ª Turma. Des. Rel.: José Viana Ulisses Filho. Publicação: 05/07/2016. Julgamento: 1/07/2016)

APELAÇÃO. DIREITO ADMINISTRATIVO. AÇÃO DE COBRANÇA. MUNICÍPIO DE SÃO BENTO DO UNA. GARI CONTRATADO TEMPORÁRIAMENTE POR EXCEPCIONAL INTERESSE PÚBLICO. REGIME JURÍDICO-ADMINISTRATIVO ESPECIAL. FGTS E FÉRIAS EM DOBRO. DESCABIMENTO. VERBAS PRÓPRIAS DO REGIME CELETISTA. RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO.

1. Os contratados pela Administração Pública para atender à necessidade temporária de excepcional interesse público são servidores públicos submetidos a regime jurídico administrativo próprio, valendo dizer submetido às regras da lei que autoriza a contratação por tempo determinado e às bases contratuais firmadas entre as partes.

2. Enquanto o servidor público efetivo possui vínculo estatutário e o empregado público possui vinculo celetista, o contratado temporariamente se submete a um regime jurídico-administrativa especial.

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3. Direito ao recolhimento de FGTS e pagamento das férias em dobro que não se reconhecem aos trabalhadores temporários em razão desta verba ser própria do regime celetista.

4. O art. 19-A da Lei 8.036/90 se aplica tão somente aos empregados públicos regidos pela CLT que ingressaram no serviço público sem a observância da regra atinente ao concurso público prévio, não abrangendo os contratados temporariamente por excepcional interesse público. Isso porque o fato de o contrato de trabalho temporário ser nulo 'ou se tornado nulo em razão de sucessivas e ilegais prorrogações' não transforma automaticamente o seu caráter jurídico-administrativo em celetista (Reclamação 5.863/MT).

[...]

(Apelação Cível 452242-90000552-11.2010.8.17.1280, Rel. Democrito Ramos Reinaldo Filho, 1ª Câmara Regional de Caruaru - 2ª Turma, julgado em 20/04/2017, DJe 10/05/2017)

Dessa forma, não há como sustentar haver qualquer tipo de direito à multas previstas nos arts. 467 e 477 da CLT, férias e 1/3 em dobro e proporcionais, décimo terceiro salário, liberação do depósito do FGTS e multa de 40%, entre outros garantidos exclusivamente a empregados celetistas.

b) DA APLICAÇÃO DO TEMA 551 DA REPERCUSSÃO GERAL DO STF QUANTO AO PAGAMENTO DE DÉCIMO TERCEIRO SALÁRIO E FÉRIAS.

Quanto aos demais pedidos do autor, recentemente, o Pleno do Supremo Tribunal Federal julgou, em sede de repercussão geral (Tema 551), que inexiste direito à décimo terceiro e férias remuneradas acrescidas de um terço dos servidores temporários contratados pela Administração Pública.

Definiu a tese que:

Decisão: O Tribunal, por maioria, apreciando o tema 551 da repercussão geral, negou provimento ao recurso extraordinário e fixou a seguinte tese: "Servidores temporários não fazem jus a décimo terceiro salário e férias remuneradas acrescidas do terço constitucional, salvo (I) expressa previsão legal e/ou contratual em sentido contrário, ou (II) comprovado desvirtuamento da contratação temporária pela Administração Pública, em razão de sucessivas e reiteradas renovações e/ou prorrogações", nos termos do voto do Ministro Alexandre de Moraes, Redator para o acórdão, vencidos a Ministra Rosa

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Weber na fixação da tese, e os Ministros Marco Aurélio (Relator) e Luiz Fux, e os Ministros Cármen Lúcia e Celso de Mello (art. 2º, § 3º, da Resolução nº 642, de 14 de junho de 2019), que proviam o extraordinário fixando tese diversa. Plenário, Sessão Virtual de 15.5.2020 a 21.5.2020.

Conforme dito alhures, a contratação por tempo determinado visa satisfazer necessidade de excepcional interesse público, com arrimo no artigo 37, inciso IX, da Constituição, submetendo-se a um regime especial do Direito Administrativo, decorrente de lei específica que justifica e ampara as contratações. Eis o dispositivo constitucional:

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:

(...)

IX - a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público;

De acordo com a lição do José dos Santos Carvalho, a própria Constituição pretendeu caracterizar a relação funcional como de natureza contratual e especial. O douto administrativista afirma que "cuida-se, de fato, de verdadeiro contrato administrativo de caráter funcional diverso

dos contratos administrativos em geral pelo fato de expressar um vínculo de trabalho subordinado entre a Administração e o servidor", diverso do regime estatutário e do celetista. (CARVALHO

FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo. P. 605, 26 ed. São Paulo: Atlas, 2013.) Assim, o Supremo Tribunal Federal, no TEMA 551, concluiu que, em virtude da natureza de contrato administrativo, aos servidores contratados com prazo determinado para prestação de serviços de excepcional interesse público não há possibilidade de extensão de direitos dos servidores públicos efetivos e tampouco dos empregados públicos contratados celetistas, salvo se a lei instituidora do regime atribuir.

Não é demais rememorar que o autor não ingressou no serviço público através de aprovação em concurso, e sim mediante contrato temporário para atender necessidades transitórias da Administração, razão pela qual não deverá perceber os valores referentes ao e férias remuneradas acrescidas do terço constitucional.

Em consonância com a tese do TEMA 551 do STF, a 2ª Turma da 1ª Câmara Regional de Caruaru vem adotando o entendimento de que os servidores temporários não fazem jus a

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7 décimo terceiro salário e férias remuneradas acrescidas do terço constitucional, salvo exceções, a saber:

EMENTA: CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO. APELAÇÃO. CONTRATO TEMPORÁRIO DE TRABALHO. REGIME JURÍDICO ADMINISTRATIVO ESPECIAL. DIREITO DE 13º SALÁRIO E FÉRIAS + 1/3 CONSTITUCIONAL. NECESSIDADE DE EXISTÊNCIA DE LEI ESPECÍFICA, PREVISÃO CONTRATUAL OU NULIDADE DA CONTRATAÇÃO POR SUCESSIVAS PRORROGAÇÕES. TESE DE REPERCUSSÃO GERAL FIRMADA PELO STF NO RE 1.066.677. RECURSO IMPROVIDO. DECISÃO UNÂNIME.

1. Os contratados pela Administração Pública para atender à necessidade temporária de excepcional interesse público são servidores públicos submetidos a regime jurídico administrativo próprio, mais especificamente às regras da lei autorizadora de sua contratação, como também às bases contratuais firmadas entre as partes. Tem-se, assim, que enquanto o servidor público efetivo possui vínculo estatutário e o empregado público possui vínculo celetista, o contratado temporariamente se submete a um regime jurídico-administrativo especial. Nessa direção é a doutrina: (...) são contratados para exercer funções em caráter temporário, mediante regime jurídico especial a ser disciplinado em lei de cada unidade da federação. (DI PIETRO, 2012, p. 584) – grifos posteriores.

2. Sobre o tema, o STF, analisando com maior profundidade e especificidade a questão, firmou a seguinte tese de repercussão geral: “Servidores temporários não fazem jus a décimo terceiro salário e férias remuneradas acrescidas do terço constitucional, salvo (I) expressa previsão legal e/ou contratual em sentido contrário, ou (II) comprovado desvirtuamento da contratação temporária pela Administração Pública, em razão de sucessivas e reiteradas renovações e/ou prorrogações.” 3. Recurso improvido.

(APELAÇÃO / REMESSA NECESSÁRIA 0008436-70.2016.8.17.2480, Rel. HONORIO GOMES DO REGO FILHO, Gabinete do Des. Honório Gomes do Rego Filho, julgado em 02/07/2020, DJe)

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8 Para este último critério, o Supremo Tribunal Federal não definiu um parâmetro, mas vale destacar que o caso paradigma se referia a 6 anos de contratação temporária com sucessivas renovações.

In casu, a parte autora trabalhou para o Município de Garanhuns somente no período de

18/11/2015 a 31/12/2019 (4 anos consecutivos), ou seja, bem inferior ao do paradigma.

Destarte, pugna pela improcedência do pedido autoral, com fulcro no TEMA 551 de Repercussão Geral do STF.

c) DO NÃO CABIMENTO DE DANOS MORAIS

O fundamento que autoriza a concessão de indenização por danos morais, na ótica do Autor, resume-se ao fato de ser dano moral in re ipsa, ou seja, é presumido, ou seja, decorre da demonstração de uma situação constrangedora consoante a lógica do razoável e a moralidade comum.

Porém, não assiste razão ao Autor, pois, há que se destacar que o fundamento jurídico que enseja a reparação por danos morais remonta, seguramente, a existência de lesão aos direitos da personalidade.

Referidos direitos, na visão de Assis Neto (2017)1, derivam da relação da pessoa

consigo mesmo, a bens que só existem no interior da pessoa, como a honra e a intimidade, por exemplo.

Nesse sentido, Gomes (apud ASSIS NETO 2017, p. 161) afirma que os direitos da personalidade são “[...] direitos considerados essenciais ao desenvolvimento da pessoa humana,

que a doutrina moderna preconiza e disciplina, no corpo do Código Civil, como direitos absolutos”.

Os direitos da personalidade, Excelência, são dotados de várias características, a exemplo da extrapatrimonialidade, que transcende o conteúdo econômico do interesse tutelado em juízo.

Interessante mencionar, ainda, o comentário de Assis Neto (2017, p. 162)2

estabelecendo relação entre dano moral e os direitos personalíssimos:

A indenização pelo dano moral decorrente de violação dos atributos personalíssimos é solução jurídica talhada no labor pretoriano de anos a fio, como forma de não se deixar ao relento quem sofre a violação desses

1 ASSIS NETO, Sebastião. Manual de Direito Civil. 6 ed. rev., ampl. e atual – Salvador: Juspodium, 2017. 2 Vide nota de rodapé n° 5.

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inegáveis ingredientes da personalidade humana e desestimular a sua ofensa pelos demais.

Logo, a indenização se mostra como medida eficaz à compensação de evento danoso que, de alguma forma, veio a lesionar um direito da personalidade.

Contudo, Excelência, a narrativa do Autor não apontou – em nenhum momento – qual o direito da personalidade que restou violado diante do não recebimento das verbas pleiteadas, apontando apenas aspectos patrimoniais.

Todavia, o simples fato do autor não ter recebido as verbas através de tratativas administrativas não ensejam por si só o dever de indenizar.

Neste sentido é a jurisprudência:

REEXAME NECESSÁRIO - RECURSO DE APELAÇÃO CÍVEL – RECLAMAÇÃO TRABALHISTA – SERVIDOR PÚBLICO MUNICIPAL – GARI – CONTRATO TEMPORÁRIO – NULIDADES – VERBAS RESCISÓRIAS DEVIDAS (FGTS, 13º SALÁRIO, FÉRIAS E TERÇO CONSTITUCIONAL) – ADICIONAL DE INSALUBRIDADE – PREVISÃO LEGAL – DANOS MORAIS - DESCABIMENTO - DANOS MATERIAIS - INEXISTÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DE GASTOS - RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO – CORREÇÃO MONETÁRIA – IPCA - SENTENÇA RETIFICADA EM PARTE.

I - Declarada a nulidade da contratação temporária despida de interesse público, por ausência de prévia aprovação em concurso público, deve-se assegurar ao trabalhador contratado os direitos constitucionais ao 13º salário e férias acrescidas de um terço, bem como os depósitos do FGTS relativos ao período laborado.

II - A função de gari por si só já revela o exercício das funções em local insalubre, prescindindo de dilação probatória para se aferir essa conotação, sendo, portanto, devido o adicional de insalubridade.

III - A simples negativa de receber os valores pleiteados, a título de verbas trabalhistas, ou, ainda, pelo exercício de sua atividade durante os anos laborados, sem qualquer demonstração, que tenha lhe trazido prejuízo, não resulta em dano moral ao servidor, senão em dissabor e desolação, sentimentos não indenizáveis.

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IV - O dano material para ser indenizado deve ser demonstrado e comprovado, não sendo possível seu deferimento por meras alegações e presunções dos gastos suportados pelo servidor.

V - O art. 1º-F da Lei 9.494/97, com redação conferida pela Lei 11.960/2009, que trouxe novo regramento para a atualização monetária e juros devidos pela Fazenda Pública, os quais devem ser calculados pelo índice do IPCA no percentual de 6% (seis por cento) ao ano. A jurisprudência consolidada é no sentido de que a correção monetária deve incidir sobre as parcelas devidas aos servidores públicos, desde o momento em que deveriam ter sido pagas.

(TJ-MT - APL: 00086085220108110002 MT, Relator: MARIA APARECIDA RIBEIRO, Data de Julgamento: 24/02/2015, PRIMEIRA CÂMARA DE DIREITO PÚBLICO E COLETIVO, Data de Publicação: 03/03/2015)

Data vênia, a argumentação do Autor não justifica a procedência do pedido, vez que

se embasa na suposta consequência sem, portanto, atentar/apontar a violação ao direito da personalidade, e apresenta apenas um dissabor e desolação, sentimentos não indenizáveis.

Assim sendo, diante da inexistência de prova da ocorrência do dano moral – somado a ausência de lesão a direito da personalidade apontada pela Parte Autora, não existe razão para concluir pela procedência do pedido de indenização por dano moral no caso em apreço, dado que a situação importaria em mero aborrecimento.

V – DOS JUROS E DA CORREÇÃO MONETÁRIA.

O Tribunal de Justiça de Pernambuco, por meio das Câmaras de Direito Público, já firmou entendimento por meio da publicação dos Enunciados 11 e 16, a respeito da aplicação de atualização monetária e juros em débitos contra a fazenda pública que venham a discutir recebimento de verbas relativas a contratos de trabalho, razão pela qual se requer a aplicação dos referidos enunciados no julgamento da presente lide, passando a incidir correção monetária a partir de quando deveriam ter sido efetivamente pagas as verbas e juros a partir da citação, a saber:

ENUNCIADO Nº 11: "Na condenação da Fazenda Pública ao pagamento de verbas remuneratórias devidas a servidores e empregados públicos, incidem juros moratórios, a partir da citação, no (i) percentual de 1% ao mês, nos termos do art. 3º, do Decreto nº 2.322/87, no período anterior a 24.08.2001, data de publicação

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11

da Medida Provisória nº 2.180-35, que acresceu o art. 1.º-F à Lei n.º 9.494/97; (ii) no percentual de 0,5% ao mês, a partir da MP nº 2.180-35/2001 até o advento da Lei n.º 11.960, de 30.06.2009, que deu nova redação ao art. 1.º-F da Lei n.º 9.494/97; e (iii) no percentual estabelecido para caderneta de poupança, a partir de 30.6.2009 (art. 1º-F da Lei nº 9.494/97, com a redação determinada pela Lei nº 11.960/2009.)."

ENUNCIADO Nº 15: "O termo inicial da correção monetária, nas condenações impostas à Fazenda Pública ao pagamento de verbas remuneratórias devidas a servidores e empregados públicos, é o momento em que as parcelas inadimplidas deveriam ter sido pagas."

Este é também o entendimento consolidado do Superior Tribunal de Justiça, conforme julgamento abaixo:

"DIREITO PROCESSUAL CIVIL. JUROS DE MORA EM CONDENAÇÕES IMPOSTAS À FAZENDA PÚBLICA. RECURSO REPETITIVO (ART. 543-C DO

CPC E RES. 8/2008-STJ).

Na hipótese de condenação da Fazenda Pública ao pagamento de diferenças remuneratórias devidas a servidor público, os juros de mora deverão ser contados a partir da data em que efetuada a citação no processo respectivo, independentemente da nova redação conferida pela Lei 11.960/2009 ao art. 1º-F da Lei 9.494/1997. Isso porque a referida alteração legislativa não modificou o momento a ser considerado como termo inicial dos juros moratórios incidentes sobre obrigações ilíquidas, que continuou regido pelos arts. 219 do CPC e 405 do CC. REsp 1.356.120-RS, Rel. Min. Castro Meira, julgado em 14/8/2013".

Diante da jurisprudência e dos Enunciados do TJPE, no caso de uma improvável condenação do Município, a correção monetária deve incidir a partir de quando deveriam ter sido efetivamente pagas as verbas e juros a partir da citação.

VI – DO TETO DO PAGAMENTO POR RPV NO MUNICÍPIO DE GARANHUNS

O Município de Garanhuns, com base no art. 100, § 3º e 4º da Constituição Federal, regulamentou o teto para pagamento de Requisições de Pequeno Valor – RPV, as quais

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12 atualmente correspondem ao máximo de R$ 5.189,82 (cinco mil cento e oitenta e nove reais e oitenta e dois centavos)

Diante disso, caso procedente a presente ação, o valor a ser pago a autora, se superior ao teto de RPV referido acima, deverá ser inscrito na lista de precatório judicial, com base no art. 1º, §2º da Lei Municipal 4327/2016 c/c art. 23 da Lei Federal º 8.906/94.

VII – DOS HONORÁRIOS

Deverá ser calculado a condenação de honorários em favor da Procuradoria do Município de Garanhuns, vez que em razão da sua atuação obterá julgamento improcedente de parte significante dos pedidos do autor, não havendo que se falar em compensação de honorários, em razão da vedação neste sentido trazida pelo atual CPC, bem como, que não há que se falar em suspensão de exigibilidade ao seu pagamento, haja vista que mesmo com a concessão dos benefícios da justiça gratuita tal auspício não exime o sucumbente que arcar com as consequências de sua litigância.

De mais a mais, havendo valores a receber na referida ação, o pagamento de sucumbência em favor da Procuradoria Municipal é medida que se impõe.

IV - DOS PEDIDOS

Ex positis, requer que seja recebida a presente contestação para que:

1 – Preliminarmente, seja revogado o pedido da parte Autora das benesses da justiça gratuita, tendo em vista que não foi comprovada a insuficiência financeira desta;

2 – No mérito, que seja julgado improcedente o pedido de pagamento de décimo terceiro salário e férias em consonância com o Tema 551 da Repercussão Geral do STF;

3 – Ainda no mérito, que seja julgado improcedente o pedido de indenização por danos morais, face a inexistência de fatos que fundamentam o dever de indenizar, tratando-se apenas de mero aborrecimento;

4 – Consequentemente, seja condenada a parte autora ao pagamento de honorários de sucumbência de acordo com o art. 85, §3° do CPC/15.

Informa, desde já, que não possui interesse na realização de audiência de mediação, nos termos do art. 334, §5°, do CPC/2015.

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13 Protesta por todos os meios de provas admitidos em direito

Termos em que, pede deferimento. Garanhuns, 06 de outubro de 2020.

RAFAEL PONTES DE MIRANDA Procurador do Município

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DIRETORIA CÍVEL DO 1º GRAU

AV RUI BARBOSA, 479, - até 1061 - lado ímpar, HELIÓPOLIS, GARANHUNS - PE - CEP: 55295-530 Vara da Fazenda Pública da Comarca de Garanhuns

Processo nº 0004394-41.2020.8.17.2640

AUTOR: ANTONIO MARCOS FERREIRA CARDOSO REU: MUNICIPIO DE GARANHUNS

GARANHUNS, 13 de setembro de 2020. CITAÇÃO E INTIMAÇÃO

Destinatário(s):

Nome: MUNICIPIO DE GARANHUNS - através de seu representante legal

Endereço: Avenida Santo Antônio, 126, Santo Antônio, GARANHUNS - PE - CEP: 55293-904

Através da presente, fica V. Sa. CITADO(A) para tomar ciência de todos os termos da ação em epígrafe, que tramita perante o Juízo acima indicado, e integrar a relação processual, bem como INTIMADO(A) para oferecer contestação, tudo conforme do Despacho de ID 67869394 proferido adiante transcrito e diante da petição inicial, cujas cópias seguem em anexo, como parte(s) integrante(s) deste.

Despacho ID 67869394: R. h. Defiro a gratuidade judicial. Cite-se o réu para, no prazo de 30 (trinta) dias, contestar a ação. Cumpra-se. GARANHUNS, 13 de setembro de 2020. Juiz(a) de Direito

Prazo: O prazo para responder a ação, querendo, é de 15 (quinze) dias.

Advertência: Não sendo contestada a ação no prazo marcado, presumir-se-ão aceitos como verdadeiros os fatos articulados pelo Autor na petição inicial (art. 344 da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015).

JACQUELINE VAZ D EMERY ALVES Diretoria Cível do 1º Grau

Assina por ordem do(a) Juiz(a) de Direito da Vara

A validade da assinatura deste documento poderá ser confirmada na página do Tribunal de Justiça do Estado de P e r n a m b u c o : w w w . t j p e . j u s . b r – P J e - P r o c e s s o J u d i c i a l E l e t r ô n i c o – C o n s u l t a D o c u m e n t o [

https://pje.tjpe.jus.br/1g/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam], utilizando o número do documento (código de

barras) abaixo identificado.

Obs.: O presente processo tramita de forma eletrônica através do sistema PJe. Independentemente de cadastro p r é v i o , a p a r t e / a d v o g a d o p o d e r á r e a l i z a r c o n s u l t a a t r a v é s d o s e g u i n t e e n d e r e ç o e l e t r ô n i c o :

https://pje.tjpe.jus.br/1g/ConsultaPublica/listView.seam

Toda a tramitação desta ação deverá ser feita através do referido sistema, sendo necessário a utilização de Certificação Digital. As instruções para cadastramento e uso do sistema podem ser obtidas através do seguinte endereço na internet: http://www.tjpe.jus.br/web/processo-judicial-eletronico/cadastro-de-advogado

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AUTOR: ANTONIO MARCOS FERREIRA CARDOSO REU: MUNICIPIO DE GARANHUNS

INTIMAÇÃO DE DESPACHO

Por ordem do(a) Exmo(a). Dr(a). Juiz(a) de Direito do Vara da Fazenda Pública da Comarca de Garanhuns, fica(m) a(s) parte(s) intimada(s) do inteiro teor do Despacho de ID 67869394, conforme segue transcrito abaixo:

DESPACHO: R. h. Defiro a gratuidade judicial. Cite-se o réu para, no prazo de 30 (trinta) dias, contestar a ação. Cumpra-se. GARANHUNS, 13 de setembro de 2020. Juiz(a) de Direito

GARANHUNS, 13 de setembro de 2020. JACQUELINE VAZ D EMERY ALVES

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Vara da Fazenda Pública da Comarca de Garanhuns

AV RUI BARBOSA, 479, - até 1061 - lado ímpar, HELIÓPOLIS, GARANHUNS - PE - CEP: 55295-530 - F:(87) 37649074 Processo nº 0004394-41.2020.8.17.2640

AUTOR: ANTONIO MARCOS FERREIRA CARDOSO REU: MUNICIPIO DE GARANHUNS

DESPACHO

R. h.

Defiro a gratuidade judicial.

Cite-se o réu para, no prazo de 30 (trinta) dias, contestar a ação. Cumpra-se.

GARANHUNS, 13 de setembro de 2020

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA VARA DA FAZENDA PÚBLICA DA COMARCA DE GARANHUNS

ANTÔNIO MARCOS FERREIRA CARDOSO, brasileiro, casado, desempregado, portador da

cédula de identidade RG 2001004125880, SSP AL, emitida em 25/03/2019, inscrito no CPF sob nº 059.623.894-09, residente e domiciliado na Rua Tobias Barreto, 302, 1º andar, Heliópolis, CEP:55298-645, Garanhuns/PE

,

neste ato representado por seu advogado in fine signatário, (Doc. 01), vem à presença de Vossa Excelência interpor

AÇÃO DE COBRANÇA C/C INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS

em face do MUNICÍPIO DE GARANHUNS-PE, pessoa jurídica de direito público interno, inscrita no CNPJ 11.303.906/0001-00, sediada na Av. Santo Antônio, nº 126, Centro, Garanhuns - PE, 55.293-904, representado por seu Prefeito ou Procurador nos termos do Art. 75, III, da Li nº 13.105/2015; pelos fatos e direitos a seguir aduzidos:

I – DA GRATUIDADE JUDICIÁRIA

In casu, a Parte Autora não possui condições de pagar as custas e despesas do processo sem prejuízo próprio ou de sua família, conforme consta da declaração de hipossuficiência em anexo, conforme artigo 5º, incisos XXXIV; LXXIV e LXXVII da CFRB/88 e art. 98 e 99, CPC/2015, consoante inteligência do parágrafo único, do artigo 2º da Lei n.º 1.060/50, com as alterações introduzidas pela Lei n.º 7.510/86. (Doc. 02)

Desse modo, a Parte Autora faz jus à concessão da gratuidade de Justiça, portanto, insta ressaltar que entender de outra forma seria impedir os mais humildes de ter acesso à Justiça, garantia maior dos cidadãos no Estado Democrático de Direito.

II – SÍNTESE FÁTICA

Prementemente, calha mencionar que o Autor buscou acordo amigável com a ré por quatro vezes para tentar solucionar o presente litigio, entretanto não logrou êxito.

Neste caso, por não restar outra alternativa ao Autor, o mesmo procura a justiça do Poder Judiciário para sanar esta desordem e evitar o enriquecimento ilícito da ré.

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