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IMPORTÂNCIA DA FORMAÇÃO TÉCNICA NA GESTÃO DA MANUTENÇÃO E ATIVOS NA INDÚSTRIA 4.0

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Academic year: 2021

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(I) SENAI Armando de Arruda Pereira. Professor no curso de Mecatrônica (II) Instituto Federal de Ciência e Tecnologia de São Paulo. Diretoria de Ensino.

IMPORTÂNCIA DA FORMAÇÃO TÉCNICA NA GESTÃO DA MANUTENÇÃO E ATIVOS NA INDÚSTRIA 4.0

JOSÉ ADILSON SILVA DE JESUS(I) LUCIA SCOTT FRANCO DE CAMARGO AZZI COLLET(II)

RESUMO

No atual cenário mundial, o fator humano e sua formação técnica são primordiais para uma organização alcançar seus objetivos e metas quanto à gestão da manutenção e ativos, conhecer como estes ativos são administrados quanto à sua natureza e finalidade para a organização; qual o contexto operacional que este sistema tem no faturamento da organização; suas limitações financeiras e requisitos regulatórios para a retomada do mesmo quanto ao seu funcionamento projetado; as necessidades e expectativas da organização e suas partes interessadas na longevidade do seu negocio. Estes são fatores de influência que devem ser considerados para estabelecer a manutenção e melhoria contínua da gestão de ativos no parque fabril da organização. Sendo assim a eficácia da educação técnica e tecnológica na gestão dos ativos é essencial para as organizações obterem valor por meio do gerenciamento de riscos e oportunidades, pois é necessário atingir equilíbrio na relação custo, risco e desempenho. Portanto, quando a estrutura de gestão é integrada a um sistema de governança fundamentada em algoritmos, elaborados matematicamente com os principais eventos registrados e fornecidos por fabricantes que se apoiam em normas de confiabilidade e testam seus componentes antes de disponibiliza-los ao mercado, o risco passa a ser estatisticamente conhecido e seus impactos negativos passam a ser tangíveis, trazendo oportunidades de melhoria e melhor aproveitamento dos ativos dentro e fora do parque fabril fundamentados na capacidade de aprender a aprender dos seus colaboradores.

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I. TECNOLOGIA APLICADA E HUMANA NA GESTÃO DE MANUTENÇÃO E ATIVOS E SUA IMPORTÂNCIA NA PROJEÇÃO DE SUAS OPERAÇÕES PARA O NOVO MODELO DE INDÚSTRIA 4.0

Atualmente no Brasil, busca-se formar mão de obra operacional, capaz de manter um parque fabril dito da Quarta Revolução Industrial, ou Indústria 4.0, com as futuras digitalizações implantadas, capazes de fornecer uma infinidade de informações para o ser humano, operador ou mantenedor deste sistema e apenas seguir as orientações ali programadas e procedimentais.

Aqui a educação técnica para a indústria 4.0 se constitui como um alicerce para a profissionalização da gestão de ativos como um processo bancário e mecanizado da aprendizagem, homens programados por maquinas (FREIRE, 2000).

Para os principais stakeholders, a completa transformação de toda a esfera de produção industrial por meio da fusão de tecnologias digitais apoiadas na internet, com a indústria convencional deve acontecer com a despersonalização do profissional técnico do chão de fabrica.

Uma importante característica do novo paradigma da Indústria 4.0 é a conectividade entre dispositivos e a exclusão do homem do proprio processo industrial, o que torna o processo flexível a ponto de poder customizar as futuras fabricas apoiadas na filosofia da descaracterização do profissional operacional na manutenção e gestão de ativos.

Em pesquisas recentes, pensa-se numa outra vertente da educação técnica, formar técnicos que pensam, que formalizem as estrategias para resolução de problemas de manutenção e gestão de ativos a fim de aperfeiçoarem os processos de tomada de decisão em função da assertividade de seus mapas mentais.

Uma importante tecnologia que começa então a despontar é o controle das atividades de manutenção por meio de interações gráficas, vistas através de dispositivos mobile, uma extensão do software ERP de gestão da manutenção integrado a dispositivos móveis que permitem ao técnico visualizar e realizar tarefas como: entrada de dados e acesso imediato às informações nas operações de manutenção tanto no planejamento e gestão como diretamente no local da execução em função das informações visualizadas nestes relatórios ou gráficos de tendência, bem como a abertura e fechamento e cancelamento

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de ordens de serviço, coleta acumulativa de dados em qualquer localidade da empresa, controle sobre materiais de almoxarifado de manutenção, inspeções periódicas, cadastros básicos e históricos. Para Silva e Sacomano (2017, p.141):

A tecnologia mobile é um dos caminhos dessa importante jornada de transformação. É uma solução que permite ao setor de gestão de manutenção e ativos entrar em transição da atual geração para a próxima proposta no novo paradigma da indústria 4.0 aumentando de forma significativa à eficiência do processo. Esta tecnologia proporciona melhoria em qualidade, confiabilidade e agilidade para as intervenções da manutenção, permite minimizar o tempo dedicado às tarefas burocráticas viabilizando a inserção e tratativa imediata das informações recolhidas para análise e tomada de decisão, ao mesmo tempo em que reduz custos despendidos com controles manuais e uso intensivo de papel, colaborando para a sustentabilidade.

Então o desafio para a educação 4.0 para o setor de gestão da manutenção e ativos é avançar no uso das tecnologias disponíveis e fundamentar principalmente o “aprender a aprender” do técnico mantenedor.

II. EVOLUÇÃO DA GESTÃO DE MANUTENÇÃO E ATIVOS ATÉ A INDÚSTRIA 4.0

Com a inserção das TDIC’s nas mais diferentes areas indústrias, o técnico mantenedor ou operacional deve possuir em seu portfolio conhecimentos matemáticos refinados sobre interpretação de gráficos de tendência, formulação de sistemas e modelos matemáticos abstratos e concretos para o perfeito funcionamento dos parques fabris. Se o propósito central da gestão da manutenção e ativos é o de manter os equipamentos, instalações e instrumentos operando o mais próximo possível dentro das condições originais do seu projeto, com a máxima disponibilidade e confiabilidade, intensificando a utilização de recursos técnicos, humanos e financeiros, por meio de boas práticas de planejamento e suprindo as necessidades e possibilidades de cada departamento ou setor produtivo.

Sendo assim, um técnico com formação industrial que tenho conhecimentos, habilidades e atitudes em interpretar de forma precisa informações difusas geradas pelas TDIC’s, terá competência diferenciada e capacidade de cumprir

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sua missão frente aos problemas gerados pelo uso contínuo dos equipamentos industriais.

Para Barbieri (2010) é fundamental e determinante que nas operações de gestão de manutenção e ativos o técnico mantenedor ou operacional garanta a qualidade e confiabilidade, para que a indústria possa participar de forma competitiva e sustentável no mercado globalizado ou regional em função de suas próprias características.

Ainda seguindo a definição de Barbieri (2010), gestão de manutenção e ativos é a nomenclatura que mais se adequa à realidade do setor de manutenção, que inclui um profissional totalmente reformulado, portanto, tem sido utilizada para identificar este setor e seu componente humano, tanto para indústria como nas demais operações de manutenção em outros setores que não são propriamente da indústria.

A evolução ao longo do tempo da manutenção pode ser caracterizada em três gerações desde o fim do século XIX (SILVA e SACOMANO, 2018). Estas fases acompanharam naturalmente as gerações das revoluções industriais e a evolução técnica industrial da humanidade. Interessa-nos a revolução do século XXI, denominada de terceira geração da gestão de manutenção e ativos até os dias atuais. e suas características marcantes na formação do técnico que atua e atuará no segmento.

A terceira geração da manutenção (gestão da manutenção e ativos) surge na década de 1970 quando o processo de mudança nas indústrias se acelera e as indústrias já representam a principal atividade econômica, sendo o principal fator de classificação das nações. Nessa fase, uma paralisação de produção afeta custos e qualidade dos produtos, o conserto e a prevenção já não são suficientes. A atuação da manutenção deve ser feita com economia, o que gera a necessidade de sistemas mais confiáveis e com menor impacto nos custos do processo (SILVA e SACOMANO, 2018 p. 139).

O que se espera desta geração formada nesse novo conceito de revolução industrial, segundo Silva e Sacomano, 2018, p.140):

Essa geração consolidou a necessidade de uma manutenção preditiva, com ações de monitoramento da condição do equipamento em tempo real, ou seja, em pleno funcionamento, é também caracterizada pela interação de tecnologias da informação com aplicações de softwares nas operações de gestão, controle e execução de todas as atividades de manutenção.

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III. FORMAÇÃO DO PROFISSIONAL TÉCNICO OBJETIVADO

Na formação deste técnico, além dos conhecimentos sobre o uso das TDIC’s devem ser criadas habilidades e capacidades de interpretações fornecidas por toda este tecnologia e se consubstanciar em modelos matemáticos construídos em função de experiências externas e abertos ao entendimento através do senso acadêmico e sintonizado aos interesses de aprendizagem do técnico frente à nova tecnologia e tendência de mercado na busca dos objetivos mercadológicos da instituição.

Formar para as novas tecnologias é formar o julgamento, o senso critico, o pensamento hipotético e dedutivo, as faculdades de memorizar e classificar, a leitura e a análise de textos e de imagens, a representação de redes, de procedimentos e de estratégias de comunicação (PERRENAUD, 2000, p,128).

Hoje, o fator custo já não é um empecilho para a busca do equilíbrio entre tecnologia informacional e conhecimento intelectual, pois existem no mercado brasileiro empresas que oferecem soluções compatíveis com as possibilidades da indústria nacional, centros de formação espalhados nas mais diferentes regiões brasileiras cumprem este papel, deve-se observar que o centro de estudos garanta uma formação para o uso das futuras tecnologias e o proprio desenvolvimento intelectivo do técnico operacional ou mantenedor.

Como visto o paradigma da Indústria 4.0 pode transformar as operações de manutenção em toda sua estrutura, tornando os técnicos operacionais autônomos e não autômatos, um profissional irrestritamente pensante apoiada nas TDIC’s.

Assim, o setor de manutenção torna-se significativo em sua evolução junto com as revoluções que aconteceram historicamente na indústria atingindo importância estratégica na composição dos diversos modelos de indústria e serviços.

Segundo Silva e Sacomano (2018), - atualmente, o homem de manutenção não figura mais como um profissional que apenas realiza reparos técnicos, ele também analisa e propõe mudanças, participa ativamente no controle dos processos, suas ações figuram nos resultados e ganhos da empresa. O que se objetiva com a educação proposta e baseada nas TDIC’s.

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Então é pertinente observar que não pode acontecer qualquer mudança no processo industrial se a capacidade técnicos da equipe de gestão de manutenção e ativos não estiver alicerçada na capacidade humana de aprender a aprender com estas mudanças. É fundamental também prospectar que as transformações também ocorrerão não só no parque fabril, mas em todo recurso humano envolvido na gestão de alto nível da empresa.

Conclusão

É necessário aliar as tecnologias às novas metodologias com as quais a gestão da manutenção e ativos das empresas pretendem permanecer no mercado, tornando esse processo eficaz, fazendo com que a bagagem de informações que os seus profissionais trazem para a equipe seja transformada em conhecimento. É nesse momento que o a empresa deixa de lado seu antigo papel de debruçar sobre as tecnologias todo seu poder de transformação e passa a ser o mediador, facilitador, de modo que estes profissionais, os quais são atualmente os sujeitos ativos do processo de aprendizagem, explorem as informações, socializem o saber e construam o seu conhecimento tão necessário a perenidade das industriais.

A educação tecnológica não poderá se apoiar apenas no uso das TDIC’s, sem a completa formação profissional do mantenedor. Escolas de formação técnica e tecnológica devem ter em seus planos de ensino e como meta de ensino, alavancar a capacidade de se criar rotinas metacognitivas para os futuros responsáveis pela gestão e manutenção de ativos de uma empresa.

Em função desta responsabilidade se faz necessário a implantação de treinamentos contínuos em duas frentes: o uso das TDIC’s e a formação teórica pratica das ciências que criam as ideias e fundamentam as técnicas e tecnologias.

A vivência na disciplina de Manutenção Industrial, tem nos mostrado dois grandes aspectos da formação técnica e tecnológica. Uma delas e a mais contundente é relação das empresas como a educação e o ensino técnico diz respeito a profissional banqueiro. A observação diz respeito, que o profissional ao chegar à industrial deve apenas seguir os procedimentos informados pelo sistema de diagnósticos da maquina. Fato que desestimula a criação de redes

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cognitivas para a resolução de problemas. As TDIC’s apenas geram informações e se o técnico for capaz de metalizar tais dados com rigor e profusão a verdadeira simbiose entre humano e maquina acontecera com perfeita fluidez. Aprender a aprender, autoregulação são bases para a formação metacognitiva da gestão e manutenção de ativos, focados na pessoa, na tarefa e na estratégia.

Referências

BARBIERI, João Carlos, et al. Inovação e sustentabilidade: novos modelos e proposições/ innovation and sustainability: new models and propositions/innovación y sostenibi-lidad: nuevos modelos y proposiciones. Revista de Administração de Empresas, São Paulo, v. 50, n. 2, p. 146, abr.-jun. 2010.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Indignação: cartas pedagógicas e outros escritos. São Paulo: Editora UNESP, 2000.

PERRENOUD, Philippe. Dez novas competências para ensinar. Porto Alegre: Artmed, 2000.

SACOMANO, José Benedito et al.; organizado por LIMA, Alessandro Wendel Borges de. et al.: Indústria 4.0 : conceitos e fundamentos - São Paulo : Blucher, 2018. 182 p.

VIEIRA, Rosângela Souza. O papel das tecnologias da informação e comunicação na educação: um estudo sobre a percepção do professor/aluno. Formoso - BA: Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF), 2011. v. 10, p.66-72.

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