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BRUNO MAGNANI PACHECO CARACTERIZAÇÃO DO CICLO DE PRODUÇÃO DE MUDAS DE ESPÉCIES FLORESTAIS NATIVAS DO ESTADO DE SERGIPE

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BRUNO MAGNANI PACHECO

CARACTERIZAÇÃO DO CICLO DE PRODUÇÃO DE MUDAS DE

ESPÉCIES FLORESTAIS NATIVAS DO ESTADO DE SERGIPE

SÃO CRISTÓVÃO - SE

2010

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Bruno Magnani Pacheco

CARACTERIZAÇÃO DO CICLO DE PRODUÇÃO DE MUDAS DE ESPÉCIES FLORESTAIS NATIVAS DO ESTADO DE SERGIPE

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Departamento de Ciências Florestais, Universidade Federal de Sergipe, como requisito parcial para obtenção do título de Engenheiro Florestal.

São Cristóvão - SE 2010

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FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA BIBLIOTECA CENTRAL UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

P116c Pacheco, Bruno Magnani Caracterização do ciclo de produção de mudas de espécies florestais nativas do Estado de Sergipe / Bruno Magnani Pacheco. – São Cristóvão, 2010.

32 f. : il.

Monografia (Graduação em Engenharia Florestal) – Departamento de Ciências Florestais, Centro de Ciências Biológicas e da Saúde, Universidade Federal de Sergipe, 2010.

Orientador: Prof. Dr. Robério Anastácio Ferreira.

1. Engenharia florestal. 2. Mudas. 3. Espécies florestais nativas. 4. Índice de qualidade. 5. Sergipe (Estado). I. Título.

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE - UFS CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE - CCBS

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS FLORESTAIS - DCF

CARACTERIZAÇÃO DO CICLO DE PRODUÇÃO DE MUDAS DE ESPÉCIES FLORESTAIS NATIVAS DO ESTADO DE SERGIPE

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Departamento de Ciências Florestais, Universidade Federal de Sergipe, como requisito parcial para obtenção do título de Engenheiro Florestal.

APROVADA: 16 de junho de 2010 ORIENTADO: Bruno Magnani Pacheco

__________________________________ Prof. Dr. Robério Anastácio Ferreira

(Orientador)

________________________________ ______________________________ Prof. Dr. Pedro Roberto Almeida Viégas Profa. Dra. Maria Aparecida Moreira

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AGRADECIMENTOS

Agradeço aos meus pais Nelson e Vanda, que sempre financiaram, apoiaram e incentivaram minhas decisões quanto à carreira profissional que escolhi.

À pessoa que esteve ao meu lado durante todo esse trabalho, que me acompanhou em todos os dias de sol e de chuva no viveiro, avaliando, anotando, medindo, trabalhando junto comigo, proporcionando momentos de muita alegria e satisfação, meu amor Liziane.

Aos amigos que estiveram junto comigo nesse trabalho: Andreza Oliveira, Ednei “Mohamed”, Jean Marcel, André Quaranta, e todos os outros que apoiaram indiretamente.

Ao professor Dr. Robério Anastácio Ferreira pela amizade, orientação e pelos ensinamentos durante toda realização do curso.

Aos professores Prof. Dr. Antônio Américo Cardoso Júnior, Profa. Dra. Andrea Yu Kwan Villar Shan e Profa. MSc. Aucéia Matos Dourado, por compartilharem comigo seus conhecimentos, amizade, dedicação e pelas contribuições para realização deste trabalho.

Ao professor Dr. Eduardo Pagel Floriano, da Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA), pela contribuição, atenção e prestimosidade as minhas dúvidas e questionamentos deste trabalho.

A minha querida irmã Mirela por ter me ajudado no “abstract” desse trabalho. Aos funcionários do Viveiro Florestal e do Departamento de Ciências Florestais da Universidade Federal de Sergipe.

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SUMÁRIO

RESUMO ... i

ABSTRACT ...ii

1 INTRODUÇÃO... 1

2 REVISÃO DE LITERATURA ... 3

2.1 Produção de mudas de essências florestais... 3

2.2 Áreas de reflorestamento... 6

2.3 Qualidade de mudas... 6

2.4 Caracterização das espécies... 9

2.4.1 Mulungu (Erythrina velutina Wild., Fabaceae (Leguminosae - Papilionoideae))9 2.4.2 Aroeira vermelha (Schinus terebenthifolius Raddi., Anacardiaceae )... 9

2.4.3 Tamboril (Enterolobium contorsiliquum (Vell.) Morong., Fabaceae (Leguminosae Mimosoideae) ... 10

2.4.4 Angico (Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan, Fabaceae (Leguminosae Mimosoideae) ... 10

2.4.5 Canafístula (Cassia grandis, Linnaus. f., Fabaceae (Leguminosae-Caesalpinioideae)... 11

3 MATERIAL E MÉTODOS... 13

3.1 Obtenção das mudas ... 13

3.2 Avaliações realizadas ... 15

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ... 17

4.1 Crescimento em altura e diâmetro do colo das mudas ... 17

4.2 Curvas de crescimento de todas as espécies avaliadas ... 21

4.3 Taxa de crescimento relativo para altura e diâmetro do colo das espécies (TCR) 22 4.4 Taxa de crescimento relativo para peso de massa seca de parte aérea, peso de massa seca de raiz e peso de massa seca total ... 23

5. Análise das médias dos principais parâmetros morfológicos avaliados... 24

5.1 Avaliações da altura da parte aérea (H), do diâmetro do colo (D) e da relação altura da parte aérea e diâmetro do colo (H/D)... 24

5.2 Avaliações de peso de massa seca da parte aérea (PMSPA), peso de massa seca de raiz (PMSR), massa seca total (PMST) e relação peso de massa seca da parte aérea e peso de massa seca de raízes (PMSA/PMSR) e índice de qualidade de Dickson (IQD) 25 5 CONCLUSÕES ... 27

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RESUMO

O conhecimento do ciclo de produção de mudas de espécies florestais visando à recuperação ambiental tem se mostrado necessário nos dias atuais, devido ao grau de antropização em que se encontram as florestas e matas ciliares. Os programas voltados a esta recuperação dependem primordialmente da produção de mudas de inúmeras espécies, no ciclo correto e com qualidade, com parâmetros morfológicos ideais e a baixo custo. Considerando-se esta importância e a falta de informações sobre espécies florestais nativas do Estado de Sergipe, este trabalho foi realizado com o objetivo de analisar a qualidade e o ciclo de produção de mudas de espécies florestais, por meio de avaliações de parâmetros morfológicos e suas relações, visando o uso em programas de recuperação ambiental e comercialização em unidades de produção de mudas. O experimento foi conduzido no Viveiro Florestal da Universidade Federal de Sergipe, localizado no município de São Cristóvão, SE (11o00’54”S e 37o12’21”W), em delineamento inteiramente casualizado, com quatro repetições de 5 espécies com 48 mudas de cada espécie. Foram avaliados os seguintes parâmetros morfológicos: diâmetro do colo (D), altura de parte aérea (H), peso de massa seca de raiz (PMSR), peso de massa seca de parte aérea (PMSPA), peso de massa seca total (PMST), Índice de Qualidade de Dickson (IQD), e as relações altura/diâmetro (H/D) e peso de massa seca de parte aérea/peso de massa seca de raiz (PMSPA/PMSR). Foram estudadas cinco espécies florestais nativas de Sergipe: aroeira vermelha (Schinus terebinthifolius Raddi.), canafístula (Cassia grandis L.f.), mulungu (Erythrina velutina Willd.), tamboril (Enterolobium contortisiliquum (Vell.) Morong) e angico (Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan). Os resultados obtidos em relação à taxa de crescimento relativo em altura e diâmetro, bem como em PMSR, PMSPA e PMST, tanto a Schinus terebinthifolius quanto a Anadenanthera colubrina foram superiores às demais espécies. Porém, as espécies que apresentaram os maiores Índices de Qualidade de Dickson (IQD) foram Erythrina velutina e Enterolobium contorsiliquum. Com a realização deste trabalho, foi possível caracterizar o ciclo de produção das espécies estudadas, relacionando-o com padrões ótimos de qualidade para que a mesma possa ser empregada em trabalhos de recuperação ambiental e, ou, comercializada de forma adequada, buscando-se assegurar uma maior sobrevivência destas no campo, após o plantio.

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ABSTRACT

The life cycle inventory of forest species seedling production is becoming necessary nowadays, due to the degree of disturbance found in forests and riparian forests. The programs dedicated to the recovery of forest areas depend primarily on the seedling production of countless species, within the correct cycle and with good quality, reaching the ideal morphologic parameters at low cost. Considering the importance of such inventories and the general lack of information about native forest species from the state of Sergipe, the present study aims to analyze the quality and life cycle of forest species seedling production, through periodic evaluations of the morphologic parameters and its relations, in order to produce seedlings for the use in environmental recovery programs as well as for commercialization in seedling production units. The experiment was conducted in the seedling nursery of the Federal University of Sergipe, located in the city of São Cristóvão in Sergipe (11º00’54”S and 37º12’21”W), in a completely randomized design, with four repetitions of five species with 48 seedlings of each species. The following morphologic parameters were analyzed: Root-collar diameter (D), Stem height (H), dry root weight (PMSR), dry stem weight (PMSPA), Dickson’s quality index (IQD), ratio (H/D) and (PMSPA/PMSR). Five forest species from Sergipe were analyzed: aroeira vermelha (Schinus terebinthifolius Raddi.), canafístula (Cassia grandis L.f.), mulungu (Erythrina

velutina Willd.), tamboril (Enterolobium contortisiliquum (Vell.) Morong) e angico

(Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan). The results obtained about the height and diameter growth rate, as well as in PMSR, PMSPA and PMST show that the Schinus terebinthifolius and the Anadenanthera colubrina were superior to the other analyzed species. However, the species that presented the highest levels in the analysis of the Dickson’s quality index (IQD) were the Erythrina velutina and the Enterolobium contorsiliquum. Thus, it is possible to conclude that the present work has made possible to characterize the life cycle of the studied species for seedling production, comparing this cycle to optimal patterns of quality so that the same production conditions can be applied in environmental recovery programs and/or commercialized adequately, seeking to assure a longer time of survival of such species after their plantation in open field.

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1 INTRODUÇÃO

Atualmente, a preocupação com a preservação ambiental tem se mostrado cada vez mais freqüente em todo o mundo. São inúmeras campanhas promovendo a sensibilização e a conscientização da importância de se preservar as florestas que já existem e restaurar as que se encontram em elevado grau de antropização. Com isso, há um aumento da demanda por serviços e produtos relacionados a espécies florestais, em especial a produção de mudas visando a recuperação de áreas degradadas.

Essa demanda cresce a cada dia e mostra a necessidade do desenvolvimento de pesquisas na área de produção de mudas com qualidade e no ciclo de produção correto, a baixo custo, e com parâmetros morfológicos e fisiológicos ideais, para que a muda seja levada a campo, resista às condições adversas que irão encontrar e atenda aos objetivos dos programas de reflorestamentos.

Programas voltados à recuperação ambiental, bem como ao estabelecimento de reserva legal, envolvem a produção de mudas de inúmeras espécies, preferencialmente nativas da região onde serão realizados, embora as informações necessárias sobre procedimentos para a produção das mesmas no Brasil sejam muito escassas, existindo apenas para aquelas que despertam um maior interesse econômico (CARVALHO, 2000).

Um dos problemas principais dos viveiros que produzem mudas de espécies florestais é conhecer quais são os fatores que afetam o desenvolvimento e a sobrevivência das mudas no campo e quais as características da planta se inter-relacionam com esses atributos. Neste aspecto, a qualidade de mudas pode ser definida como um conjunto de variáveis necessárias para o desenvolvimento e sobrevivência da planta em campo. Portanto, os métodos de produção de mudas, o sistema de manejo, os equipamentos utilizados, o armazenamento e o transporte das mudas influenciarão diretamente no resultado final da produção.

Assim, conhecer o ciclo de produção de mudas em viveiro é de grande relevância no processo de recuperação de áreas degradadas, pois, as mudas de espécies florestais possuem taxas de crescimento diferenciadas, conforme seu grupo ecológico, genótipo, ambiente e época do ano. Por exemplo, as espécies pioneiras e as secundárias iniciais, por serem de rápido crescimento podem atingir padrões de qualidade em um período de 60 a 90 dias. Já as espécies não pioneiras, que compreende as espécies secundárias tardias e as

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climácicas, caracterizadas por seu crescimento lento podem necessitar de um período maior entre 150 a 180 dias ou mais (FARIA, 1999).

A propagação de espécies nativas é, muitas das vezes, limitada pela ocorrência de dormência nas sementes, retardando a sua germinação (SANTOS et al., 2003). De acordo com Kramer e Kozlowski (1972), cerca de um terço das espécies florestais germinam imediatamente em condições favoráveis, mas as demais apresentam algum grau de dormência.

Uma muda padrão de acordo com (ROSE, CARLSON e MORGAN, 1990), é determinada pelas características morfológicas e fisiológicas. Estas, por sua vez, são definidas por fatores genéticos (propágulos) e ambientais (tratos culturais no viveiro) (CARNEIRO, 1995). O êxito no plantio dessas mudas vai depender de parâmetros que, na maioria das vezes, não determinam a qualidade real, uma vez que o padrão de qualidade varia de acordo com a espécie e, para uma mesma espécie, entre diferentes regiões e sítios ecológicos (CARNEIRO, 1995).

Diante do exposto, esse trabalho foi realizado com o objetivo de caracterizar o ciclo de produção e avaliar a qualidade de mudas de espécies florestais nativas de Sergipe, por meio de parâmetros morfológicos, de modo a subsidiar a sua produção em viveiro para fins ecológicos e, ou, econômicos.

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2 REVISÃO DE LITERATURA 2.1 Produção de mudas de essências florestais

Nos últimos anos, a procura por mudas de espécies florestais nativas tem aumentado no Brasil, devido, principalmente, aos diversos programas de recuperação de matas ciliares, recomposição de áreas degradadas e aos demais plantios destinados à proteção ambiental. Esse fato tende a intensificar-se na medida em que cresce a preocupação com as questões ambientais em nosso país (FARIA, 1999). Assim, os estudos sobre espécies nativas devem ser intensificados para que possamos atingir o máximo de eficiência nos programas de recuperação ambiental.

Dentre as vantagens de se utilizar espécies nativas em tais programas, pode-se citar: a contribuição para a conservação da biodiversidade local e regional, protegendo, ou expandindo as fontes naturais de diversidade genética da flora em questão e da fauna a ela associada; vantagens técnicas e econômicas devido à proximidade da fonte de propágulos; facilidade de aclimatação e perpetuação das espécies (OLIVEIRA FILHO, 1994).

A produção de mudas de espécies florestais visando a recuperação de áreas perturbadas e degradadas vem se desenvolvendo a cada dia, baseando-se fundamentalmente na quantidade e na qualidade da muda a ser produzida. Esses atributos são de grande importância no estabelecimento de povoamentos florestais. Baseando-se nisso, as pesquisas científicas bem como os estudos técnicos têm sido realizados com o objetivo de melhorar a qualidade das mudas, assegurando boa adaptação e crescimento após o plantio. Para que isso ocorra, deve-se tomar algumas precauções no que diz respeito à qualidade física e genética das sementes, bem como a colheita, seleção, época de semeadura, profundidade de semeadura e cobertura (HOPPE et al., 2004).

O comportamento das mudas em viveiro é importante para a implantação e recomposição de povoamentos florestais, visto que, o uso de mudas de melhor padrão de qualidade resulta no aumento do percentual de sobrevivência das mesmas após o plantio. Desta maneira, diminui a freqüência dos tratos culturais de manutenção do povoamento recém implantado, garantindo um produto de boa qualidade e com menor custo (HOPPE et al., 2004).

Quando uma floresta é desmatada ou degradada, o processo de regeneração natural dessa vegetação ocorre de maneira lenta quando comparada à implantação através

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do método convencional (plantio de mudas ou semeadura direta). São processos naturais, como germinação de sementes e brotação de troncos e raízes, os responsáveis pelo processo de sucessão da floresta. Assim, a preferência pelo método da regeneração artificial, na maioria dos casos, é decorrente da obtenção de resultados mais rápidos em relação à regeneração natural (BOTELHO e DAVIDE, 2002).

Dessa maneira, a importância principal da produção de essências florestais está relacionada também a um aumento na sua procura para emprego em programas de recuperação ambiental utilizando-se a regeneração artificial, por meio do plantio de mudas ou semeadura direta. O plantio de mudas é o método mais utilizado no Brasil, tanto para recuperação de matas ciliares como para restauração de florestas degradadas. As principais vantagens desse processo são, principalmente, a garantia da densidade do plantio, pela alta sobrevivência, e do espaçamento regular obtido, facilitando os tratos silviculturais. Nestes casos, a qualidade morfo-fisiológica da muda pode garantir a sua sobrevivência e crescimento inicial ou, pode ser responsável pela alta mortalidade e elevar o custo da implantação, além de comprometer o crescimento da floresta (BOTELHO e DAVIDE, 2002).

Já o processo da semeadura direta, no Brasil, não é muito utilizado devido a uma série de fatores que o inviabilizam, tais como: as características do solo que influenciam na germinação das sementes; o ataque de predadores às sementes; o potencial de crescimento de ervas daninhas, competindo de forma agressiva e interferindo no crescimento das espécies arbóreas (BOTELHO e DAVIDE, 2002).

Segundo Ferreira (2002), utilizando-se o sistema de semeadura direta para implantação de matas ciliares, verificou-se que mesmo com a utilização de protetor físico em estudo com cinco espécies pioneiras testadas (Cecropia pachystachya Trec., Senna multijuga (Rich.) Irwin et Barn., Senna macranthera (Collad.) Irwin et Barn., Solanum granuloso-leprosum Dunal e Trema micrantha (L.) Blume), estas não foram beneficiadas em relação à emergência e à sobrevivência. Verificando-se, portanto, que o uso da semeadura direta é de alto potencial, mas que ainda são necessários estudos para que o método possa ter uma melhor eficiência.

Na área de produção de mudas florestais, as pesquisas desenvolvidas em várias partes do mundo priorizam a máxima proteção e a mínima exposição do sistema radicular, com destaque para escolha de recipientes e substratos. Em se tratando de mudas de espécies arbóreas nativas, os sacos plásticos e os tubetes têm sido mais usados como

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recipientes. Entretanto, os recipientes devem apresentar formas e volumes apropriados, evitando-se deformações no sistema radicular das mudas (CARNEIRO, 1995).

De acordo com Gonçalves e Poggiani (1996), a boa formação de mudas destinadas à implantação de povoamentos florestais para a produção de madeira e de povoamentos mistos para fins de preservação ambiental ou, recuperação de áreas degradadas, está relacionada com o nível de eficiência dos substratos. A germinação de sementes, a iniciação do crescimento radicular e da parte aérea está associada à boa capacidade de aeração, drenagem, retenção e disponibilidade de água apresentada pelos substratos. Essas características são altamente correlacionadas entre si, pois as duas primeiras estão diretamente relacionadas com a macroporosidade, enquanto a retenção de água e os nutrientes estão relacionados com a microporosidade e superfície específica do substrato.

No Brasil, no início dos plantios comerciais de espécies florestais, o recipiente mais utilizado para produção, foi o saco plástico. Este recipiente, até os dias atuais, ainda é muito utilizado para este fim, pois, segundo Gomes et al. (1990) e Carneiro (1995), os sacos plásticos têm a vantagem de maior disponibilidade no mercado, menor custo de aquisição e baixo investimento em infra-estrutura na implantação dos viveiros, sendo utilizados principalmente pelos viveiristas que produzem quantidades menores de mudas. Além disto, pode garantir uma maior sobrevivência após o plantio.

De acordo com Davide (2008) o uso dos tubetes plásticos é também bastante difundido na produção e nos plantios de mudas florestais nativas, pois necessita-se de uma quantidade de substrato menor, não há necessidade de poda de raízes, o sistema radicular é mais compacto e estruturado, facilidade de manuseio no viveiro e sua distribuição no campo. No entanto, necessitam de um maior investimento inicial na implantação dos viveiros, maior freqüência de irrigação e a necessidade de constantes adubações de cobertura.

Dessa forma, tem-se preferido a produção de mudas em sacos plásticos às produzidas em tubetes, pois diferentemente dos tubetes, os sacos plásticos possuem maior quantidade de substrato e proporcionam melhores parâmetros morfológicos às mudas, e conseqüentemente, maiores chances de sobrevivência e crescimento inicial no campo. Este tipo de produção acaba sendo mais utilizado para plantios florestais que visam o reflorestamento em áreas degradadas e matas ciliares.

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2.2 Áreas de reflorestamento

Segundo Landim (1996), em Sergipe, como em todo o Nordeste brasileiro, em geral, as áreas remanescentes são pequenas e extremamente fragmentadas com grande impacto antrópico devido aos desmatamentos que ocorrem de forma desordenada e descontrolada em todo estado. No entanto, os solos degradados podem ser recuperados, promovendo uma diminuição dos impactos de várias maneiras como a redução de degradação de outros recursos como a fauna, a flora e a água.

O reflorestamento, então, torna-se uma prática muito importante na recuperação dessas áreas degradadas (zonas ripárias e florestas nativas), pois contribui para se evitar o esgotamento das reservas naturais.

Um dos questionamentos levantados pelos técnicos neste tipo de recuperação refere-se à escolha das espécies que serão plantadas. De acordo com Davide (1994), as principais características desejáveis são espécies vegetais com capacidade para crescer rapidamente, proteger e enriquecer o solo, abrigar e alimentar a fauna, recompor a paisagem e estabelecer o regime de água no solo.

Segundo Faria, Davide e Botelho (1997), o plantio de espécies arbóreas e o acompanhamento através de medições periódicas são, portanto, importantes na escolha das espécies e a melhor forma de plantá-las.

O desenvolvimento dos plantios florestais com mudas de qualidades inferiores poderá ocasionar a morte destas nos primeiros anos de vida (FREITAS e KLEIN, 1993). Neste sentido, a qualidade de mudas torna-se de suma importância para a sobrevivência destas no campo.

2.3 Qualidade de mudas

O estabelecimento de padrões de qualidade em qualquer área implica na escolha de parâmetros e determinação de critérios de avaliação. Parâmetros são as características, qualitativas ou quantitativas, julgadas relevantes para o objeto que está sendo avaliado, enquanto os critérios são os limites estabelecidos para julgamento dos parâmetros (FLORIANO, 2004).

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implantado. O aumento do percentual de sobrevivência decorre do uso de mudas de melhor padrão de qualidade. Por outro lado, mudas de baixo padrão, desenvolvendo-se em altura em ritmo menos acentuado, apresentam menores taxas de incremento/hectare/ano. Este atraso no desenvolvimento implica na redução de ganhos de volume de madeira em programas de produção. As plantas resultantes de um povoamento com estas características têm também a tendência de apresentar menor uniformidade e pior qualidade do fuste. Portanto, ocorrendo um maior incremento em altura nos dois primeiros anos, já justifica a utilização de mudas de melhor padrão de qualidade (CARNEIRO e RAMOS, 1981).

O padrão de qualidade de mudas varia de espécie para espécie, para uma mesma espécie e entre sítios. O objetivo é atingir uma qualidade em que as mudas apresentem características que possam oferecer resistência às condições adversas que poderão ocorrer posteriormente, mesmo tendo sido o plantio efetuado em período de condições favoráveis (CARNEIRO, 1995).

Segundo Brissette (1984), a qualidade da muda só deve ser avaliada no campo de acordo com seu desempenho no plantio ou ainda pode ocorrer dentro do viveiro. Os parâmetros que os especialistas fundamentam-se para conceituar qualidade de mudas são de natureza morfológica que se baseiam nos aspectos fenotípicos e nos fisiológicos que se baseiam nos aspectos internos das mudas (WAKELEY, 1984).

De acordo com Carneiro (1995), as qualidades morfológica e fisiológica das mudas muito têm relação com a qualidade genética, a procedência das sementes e o manejo empregado na produção das mudas. Essas práticas de manejo podem afetar positiva ou negativamente a qualidade das plantas.

A classificação de qualidade de mudas através de parâmetros morfológicos foi sugerido pela primeira vez em 1959 por Flury. Segundo Gomes (2001) a utilização destes parâmetros é justificada pela facilidade de medição e/ou visualização em condição de viveiro. Os parâmetros morfológicos mais utilizados são: altura de parte aérea, diâmetro do colo, o peso de massa seca total, o peso de massa seca de raízes, o peso de massa seca de parte aérea, e as relações entre eles.

Os atributos das mudas necessários para obtenção do sucesso no plantio no campo são os parâmetros morfológicos, que segundo Hunt (1990) recomendou o Índice de Qualidade de Dickson (IQD) como sendo um bom indicador da qualidade das mudas. Esse índice está relacionado com altura, diâmetro do colo, peso de massa seca total, peso de massa seca de parte aérea e peso de massa seca de raiz e, quanto maior for o valor deste índice, melhor será a qualidade da muda produzida (GOMES, 2001).

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A altura da parte aérea fornece uma estimativa do crescimento inicial no campo, sendo tecnicamente aceita como uma boa indicadora do potencial de desempenho das mudas, apesar desse parâmetro ser influenciado por algumas práticas adotadas ainda nos viveiros (MEXAL e LANDS, 1990, citados por GOMES, 2001). Além disto, é um parâmetro de fácil determinação e não é um método destrutivo (GOMES et al., 2002).

A avaliação do diâmetro de colo também é um método não destrutivo e de fácil mensuração, sendo considerado um dos mais importantes parâmetros para determinar a sobrevivência logo após o plantio das mais diversas espécies florestais (GOMES, 2001).

De acordo com Sturion e Antunes (2000), a relação altura/diâmetro do colo constitui um dos parâmetros usados para avaliar a qualidade de mudas florestais, pois, além de exprimir um acúmulo de reservas, assegura maior resistência e melhor fixação no solo após o plantio. Mudas que apresentam diâmetro do colo pequeno e alturas elevadas são consideradas estioladas e possuem qualidade inferior às menores e com maior diâmetro do colo. Essa relação representa um equilíbrio de crescimento desses dois importantes parâmetros num só índice e é tida como “vigor” das mudas (CARNEIRO, 1995). E quanto menor for o seu valor, maior será a capacidade das mudas sobreviverem e se estabelecerem na área do plantio definitivo (CARNEIRO, 1983).

O peso de massa seca de raízes é reconhecido por diversos autores como sendo um dos melhores parâmetros para se estimar sobrevivência e crescimento inicial das mudas no campo (GOMES, 2001). Segundo Brissette (1984), para relação peso de massa seca de parte aérea e peso de massa seca de raiz (PMSPA/PMSR) o valor que melhor representa essa relação é igual a 2,0. Essa relação é considerada como um índice eficiente e seguro para expressar o padrão de qualidade dessas (LIMSTROM, 1963; PARVIAINEN, 1981), porém essa relação não terá tanto significado para o desenvolvimento da muda no campo (BURNETT, 1979).

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2.4 Caracterização das espécies

2.4.1 Mulungu (Erythrina velutina Wild., Fabaceae (Leguminosae - Papilionoideae) É uma espécie originária da América do Sul, Brasil, que pode chegar a 12 metros de altura (LORENZI, 1992). É uma planta que apresenta um bom desenvolvimento no campo, sendo comum sua utilização em plantios de recuperação de áreas degradadas. É uma espécie decídua, heliófita e pioneira, característica de várzeas úmidas e margens de rios da Caatinga da região semi-árida do Nordeste brasileiro. Ocorre sob a forma de indivíduos isolados ou, em alguns casos, em grupos pouco densos, especialmente em áreas rebaixadas, podendo também ser encontrada na orla marítima de Pernambuco e na floresta latifoliada semidecídua de Minas Gerais e São Paulo (DA CUNHA et al.,1996; LORENZI, 1998).

Sua madeira leve apresenta diversas aplicações, desde o uso na confecção de tamancos, jangadas e palitos de fósforo à utilização de moirões para cercas. É comumente encontrada na arborização e em jardins e parque de cidades do Nordeste brasileiro (LIMA, 1989).

2.4.2 Aroeira vermelha (Schinus terebenthifolius Raddi., Anacardiaceae)

Ocorre mais freqüentemente nas florestas pluviais e várzeas úmidas de formações secundárias. No entanto, pode ser encontrada em terrenos secos e pobres, desde Pernambuco até o Rio Grande do Sul (LORENZI, 1992). É uma espécie heliófila e perenifólia. Segundo o autor, por ser pioneira e amplamente disseminada por pássaros, pode ser recomendada para a restauração de áreas de preservação permanentes. É muito utilizada também na arborização urbana pela beleza dos frutos e por possuir um porte pequeno. Por possuir madeira pesada de grande resistência mecânica e densidade elevada pode ser utilizada na fabricação de mourões e também usada como lenha. Pode atingir até 10 metros de altura (LORENZI, 1992).

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2.4.3 Tamboril (Enterolobium contorsiliquum (Vell.) Morong., Fabaceae (Leguminosae Mimosoideae)

É uma espécie largamente distribuída pelo Brasil nos estados da Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pernambuco, Piauí, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Sergipe e São Paulo (ENGEL et al., 1984). É uma espécie bastante apropriada para arborização de regiões com estações bem marcadas. A espécie é heliófila, secundária inicial e mais abundante na floresta estacional semidecidual (DURIGAN et al., 1997). Possui rápido crescimento inicial e é muito rústica, apropriada para reflorestamento de áreas degradadas. Na floresta primária é pouco comum e, quase sempre concentrada em solos úmidos. Em capoeiras e estágios mais adiantados da sucessão secundária sua freqüência é maior. Não produz sementes todos os anos. Sua madeira é leve, macia, pouco resistente e utilizada para fabricação de canoas, caixotaria em geral, brinquedos, compensados, etc (LORENZI, 1992).

Para produção de mudas aconselha-se escarificar as sementes antes da semeadura para aumentar a germinação e depois semeá-las em canteiros ou embalagens individuais mantidos em ambiente semi-sombreado e contendo substrato organo-argiloso. Em seguida cobri-las com uma camada de 0,5cm de substrato peneirado e irrigar duas vezes ao dia. A emergência ocorre em 10-20 dias e, a taxa de germinação é superior a 25%. O desenvolvimento das plantas no campo é extremamente rápido, podendo alcançar 4m de altura aos 2 anos (LORENZI, 1992).

2.4.4 Angico (Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan, Fabaceae (Leguminosae Mimosoideae)

É conhecida popularmente como angico-branco, que ocorre no Brasil nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Distrito Federal, Paraná, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, Espírito Santo e Bahia (CARVALHO, 2003). O angico é uma planta decídua, heliófila e pioneira encontrada naturalmente na Floresta Estacional Semidecidual Montana e Submontana. É encontrada também, com menos freqüência, na Floresta Ombrófila Mista (Floresta com Araucária), principalmente na mata ciliar

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colonização de áreas abertas, possui em média de 10 a 20 metros de altura e pode atingir até 35 metros. Possui floração exuberante, de grande beleza, sendo utilizada na urbanização de estradas, parques e ruas de Curitiba-PR (LORENZI, 2000).

Esta espécie é recomendada para a recuperação de terrenos depauperados, erodidos, bem drenados e para a reposição de mata ciliar em terrenos com inundação. Como produz grande quantidade de sementes, é de fácil germinação, sendo possível produzir elevado número de mudas (LORENZI, 2000).

2.4.5 Canafístula (Cassia grandis, Linnaus. f., Fabaceae (Leguminosae-Caesalpinioideae)

Trata-se de uma espécie pioneira a secundária inicial. É uma árvore decídua, heliófita e indiferente às condições físicas do solo, característica da mata secundária e da floresta primária aberta de terra firme. Produz anualmente grande quantidade de sementes viáveis (PIÑA-RODRIGUES et al., 1997). As árvores maiores atingem dimensões próximas de 30 m de altura e 100 cm de DAP (diâmetro à altura do peito, medido a 1,30 m do solo), na idade adulta. É a maior espécie brasileira do gênero Cassia (PRANCE e SILVA, 1975).

Ocorre nos seguintes estados: Amazonas, Amapá, Bahia, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraíba, Pernambuco, Estado do Rio de Janeiro, Roraima e Sergipe (ANDRADE-LIMA et al., 1979; SOUZA e SIQUEIRA, 2001).

Possui uma madeira moderadamente densa, muito resistente, medianamente dura, de belo aspecto, textura fibrosa, de média durabilidade sob condições adversas. A madeira pode ser empregada na construção civil, principalmente para acabamentos internos. A árvore é extremamente ornamental, principalmente quando em flor, podendo ser usada com sucesso no paisagismo em geral(FONSECA FILHO, 1960; PAULA, 1980).

Está perfeitamente adaptada à região centro-sul do país, onde já é muito empregada na arborização urbana de grandes avenidas. Seu único inconveniente para cultivo em lugares públicos é o tamanho de suas vagens que chegam a pesar quase 1 kg (LORENZI, 1992). Na Região Nordeste, esta espécie tem sua dispersão relacionada a cursos d’água e a baixadas úmidas, suportando ambientes que se tornam gradativamente mais secos, sendo comum nos lagos e depressões da Caatinga litorânea (ANDRADE-LIMA et al., 1979).

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Para a produção de mudas é preciso escarificar mecanicamente as sementes antes da semeadura para aumentar a capacidade de germinação. Recomenda-se semear duas sementes em sacos de polietileno com dimensões mínimas de 20 cm de altura e 7 cm de diâmetro, ou em tubetes de polipropileno grande. As sementes dessa espécie devem ser semeadas a uma profundidade máxima de 2 cm (DUARTE, 1978). A repicagem, quando necessária, pode ser feita de duas a três semanas após a germinação.

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3 MATERIAL E MÉTODOS

O presente trabalho foi realizado no período entre os meses de abril e setembro de 2009 no Viveiro Florestal, do Departamento de Ciências Florestais, da Universidade Federal de Sergipe (UFS), no município de São Cristóvão. O município está localizado na região leste do estado de Sergipe, latitude 11o00’54”S e longitude 37o12’21”W, com

altitude de 47m aproximadamente. Segundo a classificação climática de Köppen-Geiger, a região é do tipo As, com período chuvoso concentrado entre os meses de abril a agosto, temperatura média anual de 25,5 oC, precipitação anual média de 1300 mm e umidade relativa de 75% (IBGE, 2009).

3.1 Obtenção das mudas

As espécies florestais utilizadas foram aroeira, angico, tamboril, mulungu e canafístula, produzidas em sacos plásticos pretos (14x21cm) com volume aproximado de 800 cm³ de substrato, na condição de telado com sombrite a 50% nos primeiros 15 dias após a germinação.

A escolha das espécies para realização desse trabalho baseou-se nos conceitos de Budowski (1965), para quem as pioneiras e secundárias iniciais podem ser encontradas em áreas com condições climáticas e edáficas bem diferentes e que possuem uma ampla distribuição geográfica. Uma observação que faz-se necessária diante deste objeto diz respeito a estas espécies ocorrerem no estado de Sergipe e por serem amplamente utilizadas em reflorestamento de áreas degradadas, conforme destacam (LORENZI, 1992; ENGEL et al., 1984; ANDRADE-LIMA et al., 1979; SOUZA e SIQUEIRA, 2001).

As sementes das espécies utilizadas estavam armazenadas em câmara de armazenamento do Departamento de Ciências Florestais (DCF), acondicionadas em sacos plásticos transparentes e impermeáveis, em temperatura de 6-9 °C e 60 a 65% de umidade relativa do ar.

Antes da semeadura, as sementes foram escarificadas com auxílio de lixa para facilitar a entrada de água nos tegumentos e uniformizar a sua emergência. Após a escarificação, foi feita a semeadura direta nos recipientes sob telado (sombrite) com 50% de sombreamento para obtenção das mudas das seguintes espécies: mulungu, canafístula, tamboril e angico, que foram semeadas 3 ou 4 sementes por recipiente.

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Como substrato foi utilizado terra preta (terra de subsolo), esterco curtido de curral e areia, na proporção 3:1:1, tendo como adubação inicial 5 kg de superfosfato simples, 500 g de cloreto de potássio e 300 g de FTE - BR 12 para cada m³ de substrato. O enchimento dos recipientes foi manual, bem como a semeadura nos recipientes com substrato úmido, na profundidade necessária apenas para cobrir a espessura de cada semente.

Para as sementes da aroeira, por apresentarem tamanhos reduzidos foi feita a semeadura em uma sementeira e posterior repicagem das plântulas para os sacos plásticos, quando as mesmas emitiram o primeiro par de folhas.

Após 15 dias da emergência das plântulas, as mesmas foram levadas a pleno sol para que pudessem ser avaliadas e completar o ciclo de produção. As mudas foram adubadas mensalmente a partir dos 30 dias utilizando-se 6,5g de cloreto de potássio e 1,5g de sulfato de amônio diluídos em um litro de água, distribuindo aproximadamente 3mL por muda. Essa adubação foi feita via água de irrigação com o auxílio de um regador, tomando-se como base a recomendação de Faria (1999).

O experimento foi realizado em delineamento em blocos casualizados com quatro repetições. Cada repetição foi formada por cinco tratamentos (espécies) e, estes, divididos em parcelas com 48 mudas de cada espécie. As repetições foram montadas aleatoriamente por sorteio (Figura 1).

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Nas avaliações, os tratamentos eram compostos por 48 mudas de cada espécie, 24 mudas formavam a bordadura e as 24 restantes formavam a parcela útil. As avaliações de altura de parte aérea e do diâmetro do colo foram feitas quinzenalmente, enquanto que as de peso de massa seca de raiz e peso de massa seca de parte aérea foram feitas mensalmente, por meio de análise destrutiva (Figura 2).

FIGURA 2 - Ilustração da escolha das mudas para retirada das raízes e partes aéreas dentro da parcela útil

3.2 Avaliações realizadas

Os parâmetros morfológicos avaliados foram: a) Altura da parte aérea (H)

A avaliação da altura das plantas foi feita a partir do nível do substrato na altura do colo até a última gema apical, utilizando-se uma régua milimetrada.

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b) Diâmetro do colo (D)

A avaliação do diâmetro do colo foi feita rente ao nível do substrato, por meio de um paquímetro digital (Jomarca, 150 mm com resolução 0.01 mm/ 0.0001” e medição precisa de 0.01 mm).

c) Peso de massa seca da raiz (PMSR) e peso de massa seca da parte aérea (PMSPA) Para a determinação dos PMSR e PMSPA, foram retiradas duas mudas por parcela de cada espécie, seccionadas em raízes e parte aérea as quais foram acondicionadas em sacos de papel e levadas à estufa com circulação e renovação de ar da marca Marconi (modelo MA-035). Ajustou-se a temperatura em 65 °C, por um período de 48 horas e, em seguida, o material foi retirado da estufa e transportado em um dessecador até o Laboratório de Sementes para as pesagens das amostras. Em balança da marca Bel que possuía precisão máxima de 12Kg e mínima de 5g, foram pesadas as amostras de maiores dimensões. As de menores dimensões foram pesadas em uma balança analítica da marca Bel de precisão máxima de 210g e mínima de 100mg.

As avaliações dos pesos de massa seca de parte aérea e do peso de massa seca de raízes iniciaram aos 30 dias após a emergência das plântulas, sendo avaliados mensalmente até o final do ciclo de produção. Posteriormente, foi feita a relação entre PMSPA/PMSR. d) Índice de Qualidade de Dickson (IQD)

A partir dos valores obtidos anteriormente foi determinado o índice de qualidade de Dickson (IQD) segundo a equação abaixo descrita por (DICKSON et al., 1960).

e) Taxa de crescimento relativo (TCR)

Para o cálculo da taxa de crescimento relativo das plantas no viveiro, utilizaram-se os dados obtidos nas medições de todos os parâmetros e aplicou-se a fórmula proposta por (CARNEIRO, 1995).

TCR = Parâmetro final – Parâmetro inicial x 100 Parâmetro inicial

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4 RESULTADOS E DISCUSSÃO 4.1 Crescimento em altura e diâmetro do colo das mudas

Com a variação existente entre os padrões de qualidade de mudas em diferentes sítios, Carneiro (1995) comenta que a qualidade está relacionada à presença de características que possam oferecer à muda, resistência em condições adversas que estas possam estar submetidas no campo. De acordo com Gonçalves et al. (2000), uma muda de boa qualidade deve apresentar altura variando de 20 a 35 cm e diâmetro do colo entre 5 e 10 mm. Por outro lado, vários autores sugerem que mudas de espécies arbóreas estão aptas para o plantio no campo quando a altura da parte aérea estiver entre 15 e 30 cm (PAIVA e GOMES, 2000).

Mais recentemente, o Ministério da Agricultura e Reforma Agrária, por meio da implementação da Lei de Sementes e Mudas de Espécies Florestais (Lei 10.711, Decreto 5.153 de 2004) tem sugerido para várias espécies florestais nativas e exóticas um padrão mínimo de 3mm de diâmetro do colo e 20 cm de altura.

Assim, estabelecendo-se este padrão mínimo, nota-se que para mudas de aroeira vermelha (Schinus terebinthifolius Raddi.) a altura média nas avaliações realizadas aos 15, 30, 45, 60, 75 e 90 dias foi de 3,40cm, 5,09cm, 10,75cm, 18,74cm, 25,52cm e 35,21cm; enquanto para o diâmetro médio do colo foi 0,76mm, 1,34mm, 2,42mm, 3,47mm, 4,37mm e 5,52mm, respectivamente. Considerando-se as avaliações realizadas quanto ao crescimento, tanto em diâmetro do colo como em altura, observou-se que as mudas alcançaram o padrão mínimo para plantio, sugerido por Gonçalves et al. (2000) e Paiva e Gomes (2000) aos 65 dias após a semeadura (Figura 3).

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FIGURA 3 – Avaliações de crescimento em diâmetro do colo e altura de mudas de aroeira vermelha (Schinus terebinthifolius Raddi), em condições de viveiro, para determinação do ciclo de produção.

Analisando-se o crescimento das mudas de angico (Anadenanthera colubrina Vell.) observou-se aos 15, 30, 45, 60, 75, 90, 105, 135 dias alturas médias de 7,22cm, 9,33cm, 13,76cm, 18,78cm, 26,91cm, 35,35cm, 43,31cm, 48,57cm e 58,73cm; enquanto os diâmetros médios do colo observados foram de 1,26mm, 1,58mm, 2,00mm, 2,38mm, 2,86mm, 3,28mm, 3,89mm, 4,33mm e 5,02mm, respectivamente.

Desta maneira, as mudas de angico alcançaram o padrão mínimo para plantio aos 80 dias após a semeadura. Levando-se em consideração o mínimo de 5 mm de diâmetro do colo sugerido por Gonçalves et al. (2000), o ciclo de produção desta espécie pode ser finalizado aos 135 dias, quando a mesma apresentou 5,02 mm de diâmetro médio do colo e 58,73 cm de altura média da parte aérea (Figura 4).

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FIGURA 4 – Avaliação de crescimento em diâmetro do colo e altura de mudas de angico (Anadenanthera colubrinaVell.), em condições de viveiro, para determinação do ciclo de produção.

Para mulungu (Erythrina velutina Wild.) observou-se que a altura média das mudas nas avaliações realizadas aos 15, 30, 45 e 60 dias, foi de 16,22cm, 24,70cm, 32,15cm, 40,24cm, enquanto o diâmetro médio do colo foi de 6,24mm, 8,44mm, 10,77mm, 12,60mm, respectivamente. Utilizando-se a recomendação dos padrões mínimos de diâmetro de colo e altura de parte aérea sugeridos em literatura, observa-se que estes podem ser atingidos aos 20 dias. No entanto, foram realizadas avaliações até os 60 dias, quando as mudas atingiram 12,60mm de diâmetro do colo e 40,24cm de altura de parte (Figura 5).

FIGURA 5 – Avaliações de crescimento em diâmetro do colo e altura de mudas de mulungu (Erythrina velutina Wild.), em condições de viveiro, para determinação do ciclo de produção.

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Para canafístula (Cassia grandis Linnaus.f.) observou-se que a altura média das mudas nas avaliações realizadas aos 15, 30, 45, 60, 75 e 90 dias, foi de 11,05cm, 13,91cm, 18,04cm, 22,01cm, 24,89cm, 30,75cm, enquanto para o diâmetro médio do colo foi de 2,16mm, 2,65mm, 3,25mm, 4,11mm, 5,02mm e 5,52mm, respectivamente.

Deste modo, obteve-se para esta espécie padrões mínimos de diâmetro de colo e altura de parte aérea aos 50 dias, embora as avaliações tenham sido realizadas até os 90 dias, quando as mudas apresentaram 5,52mm de diâmetro do colo e 30,75cm de altura de parte aérea (Figura 6).

FIGURA 6 – Avaliações de crescimento em diâmetro e altura de mudas de canafístula (Cassia grandis Linnaus.f.), em condições de viveiro, para determinação do ciclo de produção.

Para tamboril (Enterolobium contorsiliquum (Vell.) Morong.) observou-se que a altura média das mudas aos 15, 30, 45 e 60 dias foi de 22,41cm, 26,98cm, 34,49cm e 46,73cm, respectivamente; enquanto para o diâmetro do colo foi de 3,16mm, 3,61mm, 4,25mm e 5,05mm, respectivamente. Esta espécie apresentou os padrões mínimos de diâmetro do colo e altura de parte aérea aos 15 dias, embora as avaliações tenham sido realizadas até 60 dias, quando as mudas apresentaram 5,05mm de diâmetro de colo e 46,73cm de altura de parte aérea (Figura 7).

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FIGURA 7 – Avaliações de crescimento em diâmetro de mudas de tamboril (Enterolobium contorsiliquum (Vell.) Morong.), em condições de viveiro, para determinação do ciclo de produção

4.2 Curvas de crescimento de todas as espécies avaliadas

Considerando-se o crescimento das espécies estudadas para determinação do ciclo de produção, na Figura 8 pode-se observar que as espécies que apresentaram um melhor desenvolvimento em altura até os 60 dias foram tamboril 46,73cm e mulungu 40,24cm, com características de comportamento bem semelhantes. Para o diâmetro do colo, no mesmo período, mulungu 12,60mm apresentou maior desenvolvimento, enquanto as demais espécies apresentaram crescimento semelhante e inferior a 6mm.

FIGURA 8 - Avaliação de crescimento em altura da parte aérea e diâmetro do colo de espécies florestais nativas, em condições de viveiro, para determinação do ciclo de produção.

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Analisando-se o crescimento em altura aos 60 dias, as espécies que obtiveram maiores índices foram: mulungu e tamboril, índices acima de 40cm, ou seja, superiores ao padrão sugerido por Gonçalves et al. (2000). Esse resultado evidencia a característica de rápido crescimento inicial de ambas as espécies pertencentes ao grupo ecológico das pioneiras (LORENZI, 1992). Já as demais espécies, canafístula, angico e aroeira, apresentaram no mesmo intervalo de tempo, um desenvolvimento bem semelhante.

Considerando-se o crescimento em diâmetro do colo das mudas e levando-se em consideração o mínimo de 5 mm de diâmetro do colo sugerido por Gonçalves et al. (2000), as espécies canafístula e a aroeira só atingiram esse padrão aos 90 dias, ou seja, no final do ciclo de produção, quando as mesmas atingiram índices iguais a 5,52mm. O mulungu e o tamboril atingiram o padrão mínimo sugerido na literatura aos 15 dias, caracterizando assim, um rápido crescimento não só em altura, como também, em diâmetro do colo, típico de espécies deste grupo ecológico.

Já o angico, apresentou maior desenvolvimento em altura em relação ao diâmetro do colo. O ciclo de produção final correspondeu aos 135 dias, ou seja, o maior dentre as demais espécies, o que comprova essa espécie ser uma secundária inicial, pois ela possui um crescimento rápido e é intolerante à sombra.

4.3 Taxa de crescimento relativo para altura e diâmetro do colo das espécies (TCR) De acordo com os resultados obtidos para a TCR de altura (Tabela 1), observou-se que aroeira apresentou a maior TCR, seguida do angico, expressando maior incremento da altura em relação às demais espécies, as quais apresentaram desenvolvimento semelhante entre si. O coeficiente de variação obtido variou de 15% a 30%. Dentre as espécies estudadas, tamboril apresentou o menor TCR em altura.

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TABELA 1 - Taxa de crescimento relativo em altura de mudas de espécies florestais nativas, em condições de viveiro, considerando-se o ciclo de produção final. (Hi – altura inicial, Hf - altura final e TCR – taxa de crescimento relativo).

Altura total (cm) Espécies Hi Hf TCR(%) Idade (Dias) Aroeira Angico Canafístula Mulungu Tamboril 3,40 7,22 11,05 16,22 22,41 35,21 58,73 30,75 40,24 46,73 935,60 713,43 178,28 148,09 108,52 90 135 90 60 60 C.V (%) - - 26,70 -

De acordo com os resultados obtidos para a TCR de diâmetro do colo (Tabela 2), observou-se que aroeira e angico apresentaram maior crescimento, expressando também o incremento do diâmetro do colo em relação às demais espécies avaliadas. O coeficiente de variação observado foi superior a 30%. Tamboril apresentou menor crescimento relativo em diâmetro do colo.

TABELA 2 - Taxa de crescimento relativo em diâmetro do colo de mudas de espécies florestais nativas, considerando-se o ciclo de produção final. (Di – diâmetro inicial, Df – diâmetro final e TCR – taxa de crescimento relativo).

Diâmetro total (mm) Espécie Di Df TCR(%) Idade (Dias) Aroeira Angico Canafístula Mulungu Tamboril 0,76 1,26 2,16 6,24 3,16 5,52 5,02 5,52 12,70 5,05 626,30 298,41 155,55 103,53 59,81 90 135 90 60 60 C.V (%) - - 59,26 -

4.4 Taxa de crescimento relativo para peso de massa seca de parte aérea, peso de massa seca de raiz e peso de massa seca total

Analisando-se os dados obtidos (Tabela 3) para peso de massa seca de parte aérea, peso de massa seca de raiz e peso de massa seca total, para o peso de massa seca de parte aérea em relação à comparação por espécies, observou-se que aroeira e angico apresentaram a maior TCR. O Tamboril apresentou o menor incremento no peso de massa seca de parte aérea.

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Para o peso de massa seca de raízes, aroeira, angico e canafístula apresentaram as maiores TCR’s, enquanto mulungu apresentou o menor incremento em peso de massa seca de raízes.

Já para o peso de massa seca total, aroeira e angico apresentaram as maiores TCR’s, em relação às demais espécies. O tamboril juntamente com mulungu apresentaram o menor incremento em peso de massa seca total.

TABELA 3 - Taxa de crescimento relativo em peso de massa seca da parte aérea (PMSPA), peso de massa seca das raízes (PMSR) e peso de massa seca total de espécies florestais nativas, em condições de viveiro, para determinação do ciclo de produção final. (PMSPAi – peso de massa seca da parte aérea inicial, PMSRf – peso de massa seca das raízes final, PMSTi – peso de massa seca total inicial, PMSTf – peso de massa seca total final e TCR – taxa de crescimento relativo)

Espécies PMSPAi PMSPAf TCR(%) (g) (g) PMSRi PMSRf (g) (g) TCR(%) PMSTi (g) PMSTf (g) TCR(%) Aroeira Angico Canafístula Mulungu Tamboril 0,19 0,29 0,65 4,31 1,93 4,55 4,49 4,26 24,21 5,04 2294,74 1448,28 555,38 461,72 161,14 0,12 0,20 0,31 1,57 1,21 2,11 7,08 3,74 4,63 6,21 1658,33 3440,00 1106,45 194,90 413,22 0,31 0,49 0,96 5,88 3,14 6,66 11,57 8,00 28,84 11,25 2045,16 2261,22 733,33 390,48 258,60

De acordo com Gomes (2001), que considera o peso de massa seca de raiz um dos melhores parâmetros para se estimar sobrevivência e crescimento inicial das mudas no campo, angico, aroeira e canafístula, respectivamente, apresentaram os melhores índices.

Dessa forma, a TCR, expressa em peso de massa seca total pelas espécies angico e aroeira, evidenciou melhor desempenho dessas espécies, em razão da quantidade de biomassa seca produzida por essas espécies ao longo do ciclo de produção final das mesmas.

5. Análise das médias dos principais parâmetros morfológicos avaliados

5.1 Avaliações da altura da parte aérea (H), do diâmetro do colo (D) e da relação altura da parte aérea e diâmetro do colo (H/D)

Analisando-se os dados obtidos (Tabela 4) para a altura da parte aérea, as espécies tamboril, angico e mulungu apresentaram maiores médias, evidenciando maior desenvolvimento em altura. Essa superioridade pode estar relacionada ao rápido

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crescimento inicial característico do grupo ecológico das pioneiras ou secundárias iniciais as quais pertencem.

Para o diâmetro do colo os dados variaram entre 2,96 a 4,02mm, somente o mulungu foi que obteve 9,51mm de diâmetro, diferenciando-se das demais.

Já para a relação altura de parte aérea e diâmetro de colo (H/D) observou-se que todas as espécies apresentaram índice inferior a 10, padrão recomendado por Birchler et al. (1998). É evidente que quanto menor a média dos diâmetros de colo, maior é o resultado do índice da relação (H/D). Para mudas de Pinus taeda, Carneiro (1995) comenta que para um bom resultado para esta relação os valores médios devem estar entre 5,4 e 8,1. E quando este índice for igual a 10 indicará má qualidade das mudas pelo desequilíbrio entre a média de altura da parte aérea e a do seu diâmetro do colo.

Portanto, as espécies aroeira, canafístula e tamboril mereceram destaque por terem apresentado bons índices de qualidade da relação (H/D), ou seja, uma melhor qualidade de mudas quando comparadas ao angico e mulungu.

TABELA 4 – Valores médios da altura da parte aérea, do diâmetro do colo e da relação H/D das mudas espécies florestais nativas, produzidas em viveiro, para determinação do ciclo de produção final.

Espécie Altura da parte aérea (H)

(cm) Diâmetro do colo (D) (mm) Relação (H/D)

Aroeira 16,45 2,98 5,52

Angico 29,11 2,96 9,83

Canafístula 20,11 3,79 5,30

Mulungu 28,33 9,51 2,98

Tamboril 32,65 4,02 8,12

5.2 Avaliações de peso de massa seca da parte aérea (PMSPA), peso de massa seca de raiz (PMSR), massa seca total (PMST) e relação peso de massa seca da parte aérea e peso de massa seca de raízes (PMSA/PMSR) e índice de qualidade de Dickson (IQD)

Analisando-se os dados da Tabela 5, para pesos de massa seca da parte aérea, peso de massa seca de raiz e total, constata-se que mulungu obteve melhores resultados.

Segundo Gomes (2001), o peso da massa seca constitui uma boa indicação da capacidade de resistência das mudas em condições de campo, mesmo em se tratando de um método destrutivo.

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Segundo Caldeira et al. (2008), para relação peso de massa seca de parte aérea e peso de massa seca de raízes nas mudas a proporção deve ser de 2:1, e a relação inversa deve ser de 1:2. É importante destacar essa relação quando as mudas vão para o campo, pois a parte aérea das mudas não deve ser muito superior que a da raiz, em função de problemas que possam ocorrer em relação à absorção de água para a parte aérea.

Segundo Brissette (1984), o valor do índice que melhor representa essa relação é igual a 2,0 sem, no entanto, definir para quais espécies. No presente estudo, os valores variaram entre 0,69 e 4,60. Sendo assim, as espécies que apresentaram índices mais próximos do ideal foram aroeira (2,04) e canafístula (1,29). Para o mulungu esse índice foi de (4,60), evidenciando diferença significativa em relação ao valor ideal dessa relação.

O Índice de Qualidade de Dickson é mencionado como uma promissora medida morfológica integrada (JOHNSON e CLINE, 1991) e apontado como um bom indicador da qualidade das mudas, pois no seu cálculo deve-se considerar a robustez e o equilíbrio da distribuição da biomassa na muda, ponderando os resultados de vários parâmetros importantes empregados para avaliação da qualidade (FONSECA et al., 2002).

Esse índice está relacionado com altura, diâmetro do colo, peso de massa seca total, peso de massa seca de parte aérea e peso de massa seca de raiz e, quanto maior for o valor deste índice, melhor será a qualidade da muda produzida (GOMES, 2001).

No presente estudo, as espécies que apresentaram os maiores Índices de Qualidade de Dickson, ou seja, melhor qualidade de mudas, foram respectivamente, mulungu, tamboril, canafístula e angico, tendo aroeira o menor índice.

TABELA 5 - Valores médios do peso da massa seca da parte aérea, raiz e total, da relação peso de massa seca das partes aéreas e radicial e do Índice de Qualidade de Dickson de espécies florestais nativas, produzidas em viveiro, para determinação do ciclo de produção final.

Peso de massa seca (g) Espécies

Parte aérea Raiz Total Relação parte aérea/raiz IQD

Aroeira 1,96 0,96 2,92 2,04 0,39 Angico 2,24 3,24 5,48 0,69 0,52 Canafístula 2,39 1,85 4,24 1,29 0,64 Mulungu 14,26 3,10 17,36 4,60 2,29 Tamboril 3,50 3,71 7,21 0,94 0,80

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5 CONCLUSÕES

a) Dentre as espécies estudadas, aquelas que atingiram mais rapidamente o padrão mínimo ideal em altura e diâmetro para serem levadas para o plantio foram: tamboril (22,41cm e 3,16mm) em 15 dias e mulungu (20cm e 7mm) em 20 dias.

b) A canafístula atingiu o mesmo padrão mínimo ideal aproximado em altura (20cm) e diâmetro (3,5mm), aos 50 dias. Aroeira atingiu altura aproximada de (22cm) e diâmetro aproximado de (3,9mm), aos 65 dias. Já o angico atingiu os padrões mínimos em altura aproximada de (30cm) e diâmetro aproximado de (3mm), aos 80 dias.

c) Aroeira e angico apresentaram maior crescimento relativo, tanto em altura quanto em diâmetro, em relação às demais espécies durante todo o ciclo de produção;

d) Aroeira, canafístula e tamboril apresentaram as melhores relações entre altura de parte aérea e diâmetro de colo, evidenciando melhores qualidades de muda;

e) De acordo com o parâmetro relação de peso de massa seca de parte aérea e peso de massa seca de raízes, aroeira e canafístula apresentaram índices mais próximos do ideal que é igual a 2,0;

f) Segundo o Índice de Qualidade de Dickson (IQD), as mudas que obtiveram os maiores índices foram, respectivamente, mulungu, tamboril, canafístula e angico, ficando a aroeira com o menor índice;

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