Redemocratização e
eleições de 1945
No dia 2 de dezembro de 1945, foram
realizadas eleições para a presidência da
República e para a formação de uma Assembléia Nacional Constituinte.
Na ocasião, a chefia de governo estava a cargo de José Linhares, que em 30 de outubro, em
seguida à ação militar que depôs Getúlio
Vargas e pôs fim ao Estado Novo, havia deixado a presidência do Supremo Tribunal Federal para assumir a presidência da República.
Três candidatos disputaram a eleição
presidencial:
O brigadeiro Eduardo Gomes, apoiado por uma ampla
frente de oposição a Vargas reunida em torno da União Democrática Nacional (UDN);
O general Eurico Dutra, apoiado pelo Partido Social
Democrático (PSD), comandado pelos interventores estaduais durante o Estado Novo, e mais tarde pelo Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), cuja base política era formada por trabalhadores urbanos filiados a sindicatos vinculadas ao Ministério do Trabalho;
E Iedo Fiúza, lançado pelo Partido Comunista do Brasil
(PCB), que contava com os votos das camadas médias e populares das grandes cidades brasileiras.
CONSTITUIÇÃO DE 1946
CONSTITUIÇÃO DE 1946
CONSTITUIÇÃO DE 1946
CONSTITUIÇÃO DE 1946 –
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A 5º do Brasil
A 5º do Brasil
A 5º do Brasil
A 5º do Brasil
•Promulgada (assembléia)
•República
•Presidencialismo (5 anos)
•
Independência dos três poderes
•
Voto universal obrigatório alfabetizados e
maiores de 18
Eurico Gaspar Dutra
Alinhamento do Brasil aos EUA no contexto da Guerra Fria
(Imperialismo Cultural);
Rompimento das Relações Diplomáticas com a URSS; Fechamento do PCB; (Os políticos do PCB são cassados);
Aumento das importações (bens de consumo) e Déficit Comercial; Aumento do custo de vida;
Proibição de greves e intervenção em sindicatos;
Plano Salte (saúde, alimentos, transporte e energia);
Pavimentação asfáltica Rio-São Paulo (Via Dutra).
Eurico Dutra, Iedo Fiúza e Eduardo Gomes
: candidatos à presidência nas eleições de 1945.Durante o governo de Dutra, o Brasil foi invadido por uma enxurrada de produtos de consumo não-duráveis,
Nesta charge, publicada em 1947, são destacados os principais problemas do governo Dutra. Repare na referência ao problema do cambio, da inflação e a sempre presente “ameaça comunista”.
Eleições de 1950: Segundo governo de
Vargas (1951 – 1954)
Nacionalistas
Getúlio Vargas o Intervenção do Estado na economia; o Capital estrangeiro limitado e controlado; o Distancia ou oposição aos EUA.Liberais
Carlos Lacerda Economia sem a interferência do Estado; Capital estrangeiro condição p/ o progresso;Em 1950, Vargas voltou ao poder através de eleições democráticas.
Neste governo continuou com uma política nacionalista. Criou a campanha do "Petróleo é Nosso" que resultaria na criação da Petrobrás.
Debates sobre a questão do petróleo:
nacionalistas X liberais
NACIONALISTAS – exploração e refino devia ser
feito por industrias brasileiras.
LIBERAIS – exploração e refino feito por
empresas estrangeiras que atuavam no Brasil (ex: Esso, Texaco, Shell).
3 de outubro de 1953 foi criada a Petrobras .
(vitória nacionalista)
limite da remessa de lucros das empresas
estrangeiras instaladas no brasil. Lei barrada no Congresso. (vitória dos liberais)
CARACTERÍSTICAS GERAIS DO
GOVERNO VARGAS:
POPULISMO – tipo de governo que possui as seguintes
características: autoritarismo, estatismo, corporativismo, culto ao líder combinado com concessões parciais a camada mais pobre da população visando obter seu apoio.
Ocorreu na América Latina entre os anos 30 e 50, e tem em
Getúlio Vargas, no Brasil, Juan Domingo Perón, na Argentina e Lázaro Cardenas, no México seus mais notórios representantes.
O Estado era o “mediador” dos conflitos sociais.
Nacionalismo econômico, com criação de empresas estatais e obras
públicas.
Intervenção do Estado na economia, inspirado no modelo do “New
Características:
Controle dos trabalhadores com criação de leis
(a CLT, é um exemplo disso) e atrelamento dos sindicatos.
Utilização intensa de propaganda governamental
e censura, com a criação da DIP (Departamento de Imprensa e Propaganda), que
cuidadosamente “fabrica” a imagem do “pai do trabalhador”.
Descaso com o trabalhador rural (as leis
trabalhistas não chegavam no campo).
Incentivo ao mercado interno.
Recuperação do preço do café (queima de
estoque).
Incentivos a indústria nacional
(especialmente a de base durante a II
Guerra Mundial), com a criação da CSN
(Companhia Siderúrgica Nacional) e a
nacionalização de refinarias de petróleo.
Queda de Vargas
Enfrentando
um conturbado momento
político, Vargas nomeia João Goulart como
Ministro do Trabalho. Em um período de
extensa atividade grevista, João Goulart
defendeu um reajuste salarial de 100%.
Queda de Vargas
Entre os principais críticos do governo, estava
Carlos Lacerda, membro da UDN, que por meio dos órgãos de imprensa acusava o governo de promover a “esquerdização” do Brasil e praticar corrupção política. Essa rixa entre Vargas e
Lacerda, ganhou as páginas dos jornais quando, em agosto de 1954, Carlos Lacerda escapou de um atentado promovido por Gregório Fortunato, guarda pessoal do presidente.
O suicídio de Vargas
A polêmica sob o envolvimento de Vargas
no episódio serviu de justificativa para que
as forças oposicionistas exigissem a
renúncia do presidente. Mediante a
pressão política estabelecida contra si,
Vargas escolheu outra solução. Na manhã
de 24 de agosto de 1954, Vargas atentou
contra a própria vida disparando um tiro
contra o coração.
O suicídio de Vargas
Na carta-testamento por ele escrita,
Getúlio denunciou sua derrota perante
“grupos nacionais e internacionais” que
desprezavam a sua luta pelo “povo e,
principalmente, os humildes”.
Suicídio de Vargas
Depois dessa atitude trágica, a população entrou em grande comoção. Vargas passou a ser
celebrado como um herói nacional que teve sua vida ceifada por forças superiores à sua luta
popular. Com isso, todo grupo político, jornal e instituição que se pôs contra Getúlio Vargas, sofreu intenso repúdio das massas. Tal reação veio a impedir a consolidação de um possível
golpe de estado. Dessa forma, o vice-presidente Café Filho assumiu a vaga presidencial.
Texto manuscrito da carta
testamento de Getúlio Vargas
Carta testamento
"Deixo à sanha dos meus inimigos, o legado da minha morte. Levo o pesar de não
ter podido fazer, por este bom e generoso povo brasileiro e principalmente pelos mais necessitados, todo o bem que pretendia. A mentira, a calúnia, as mais torpes invencionices foram geradas pela maliginidade de rancorosos e gratuitos inimigos numa publicidade dirigida, sistemática e escandalosa.
Acrescente-se a fraqueza de amigos que não defenderam nas posições que
ocupavam à felonia de hipócritas e traidores a quem beneficiei com honras e mercês, à insensibilidade moral de sicários que entreguei à Justiça, contribuindo todos para criar um falso ambiente na opinião pública do país contra a minha pessoa.
Se a simples renúncia ao posto a que fui levado pelo sufrágio do povo me permitisse viver esquecido e tranqüilo no chão da pátria, de bom grado renunciaria. Mas tal renúncia daria apenas ensejo para, com mais fúria, perseguirem-me e humilharem-me.
Querem destruir-me a qualquer preço. Tornei-me perigoso aos poderosos do dia e às castas privilegiadas. Velho e cansado, preferi ir prestar contas ao Senhor, não dos crimes que não cometi, mas de poderosos interesses que contrariei, ora porque se opunham aos próprios interesses nacionais, ora porque exploravam,
impiedosamente, aos pobres e aos humildes.
Só Deus sabe das minhas amarguras e sofrimentos. Que o sangue dum inocente sirva para aplacar a ira dos fariseus.
Agradeço aos que de perto ou de longe me trouxeram o conforto de sua amizade. A resposta do povo virá mais tarde..."