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Tributário. Informativos STF e STJ (outubro/2017)

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Tributário

Informativos STF e STJ

(outubro/2017)

Professor Mauro Lopes

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(3)

INFORMATIVO 611 – QUINTA TURMA

TEMA: Crime contra a ordem tributária. Condenação transitada em julgado.

Pagamento do tributo. Causa de extinção da punibilidade. Artigo 9º, § 2º, da Lei n. 10.684/2003. Coação ilegal caracterizada.

PROCESSO: HC 362.478-SP, Rel. Min. Jorge Mussi, por unanimidade, julgado em

14/9/2017, DJe 20/9/2017.

DESTAQUE: O pagamento do débito tributário, a qualquer tempo, até mesmo após o

advento do trânsito em julgado da sentença penal condenatória, é causa de extinção da punibilidade do acusado.

(4)

LEI N

o

10.684, DE 30 DE MAIO DE 2003.

(...)

Art. 9

o

É suspensa a pretensão punitiva do Estado, referente aos crimes previstos

nos

arts. 1

o

e

2

o

da Lei n

o

8.137, de 27 de dezembro de 1990

, e nos

arts.

168A

e

337A do Decreto-Lei n

o

2.848, de 7 de dezembro de 1940 – Código Penal

,

durante o período em que a pessoa jurídica relacionada com o agente dos aludidos

crimes estiver incluída no regime de parcelamento.

§ 1

o

A prescrição criminal não corre durante o período de suspensão da pretensão

punitiva.

§ 2

o

Extingue-se a punibilidade dos crimes referidos neste artigo quando a pessoa

jurídica relacionada com o agente efetuar o pagamento integral dos débitos

oriundos de tributos e contribuições sociais, inclusive acessórios.

(5)

EMENTA OFICIAL:

(...) CRIME CONTRA A ORDEM TRIBUTÁRIA. CONDENAÇÃO TRANSITADA EM JULGADO. PAGAMENTO DO TRIBUTO. CAUSA DE EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE. ARTIGO 9º, § 2º, DA LEI 10.684/2003. COAÇÃO ILEGAL CARACTERIZADA. CONCESSÃO DA ORDEM DE OFÍCIO. Com o advento da Lei 10.684/2003, no exercício da sua função constitucional e de acordo com a política criminal adotada, o legislador ordinário optou por retirar do ordenamento

jurídico o marco temporal previsto para o adimplemento do débito tributário redundar na extinção da punibilidade do agente sonegador, nos termos do seu artigo 9º, § 2º,

sendo vedado ao Poder Judiciário estabelecer tal limite. Não há como se interpretar o referido dispositivo legal de outro modo, senão considerando que o pagamento do

tributo, a qualquer tempo, até mesmo após o advento do trânsito em julgado da sentença penal condenatória, é causa de extinção da punibilidade do acusado. Como o

édito condenatório foi alcançado pelo trânsito em julgado sem qualquer mácula, os efeitos do reconhecimento da extinção da punibilidade por causa que é superveniente ao aludido marco devem ser equiparados aos da prescrição da pretensão executória. (...) Ordem concedida de ofício para declarar extinta a punibilidade do paciente, com fundamento no artigo 9º, § 2º, da Lei 10.684/2003.

(6)

Julgados correlatos:

a) (...) A constituição regular e definitiva do crédito tributário é suficiente à tipificação das condutas previstas no art. 1º, I a IV, da Lei nº 8.137/90. A circunstância de, posteriormente, ter sido extinta a

execução fiscal ajuizada, diante da caracterização da prescrição intercorrente do crédito tributário, não afeta a persecução penal. (...) Não é possível a aplicação analógica da norma prevista no artigo 9º, § 2º,

da Lei nº 10.684/2003 - que prevê a extinção da punibilidade dos crimes tributários em caso de pagamento integral do quantum debeatur -, dada a inexistência de semelhança relevante entre o pagamento e a prescrição, à luz da ratio legis que informa o dispositivo (RHC 81446, Min. Maria Thereza de Assis Moura, 6ª Turma, DJe 30/06/02017 ).

b) a garantia aceita na execução fiscal não possui a natureza jurídica de pagamento da exação e,

portanto, não fulmina a justa causa para a persecução penal, pois não configura hipótese taxativa de

extinção da punibilidade do crime tributário (AgRg no AREsp 831.642/PI, Min. Rogerio Schietti Cruz, 6ª Turma, DJe 28/06/2016).

c) Se o pagamento do tributo (...) enseja a extinção da punibilidade nos crimes contra a ordem tributária, o

mesmo entendimento deve ser adotado quando há o pagamento do preço público referente à energia elétrica ou à água subtraídas, sob pena de violação ao princípio da isonomia (AgRg no REsp 1489335,

(7)

INFORMATIVO 612 – PRIMEIRA TURMA

TEMA: Taxa para emissão, renovação, transferência e expedição de segunda via de

certificado de registro de arma de fogo particular. Isenção. Arts. 6º e 11, § 2º, da Lei n. 10.826/2003 (Estatuto do Desarmamento). Extensão aos policiais rodoviários federais aposentados. Impossibilidade. Benefício vinculado ao efetivo exercício do cargo.

PROCESSO: REsp 1.530.017-PR, Rel. Min. Regina Helena Costa, por unanimidade,

julgado em 21/09/2017, DJe 29/09/2017

DESTAQUE: A isenção do recolhimento da taxa para emissão, renovação,

transferência e expedição de segunda via de certificado de registro de arma de fogo particular prevista no art. 11, § 2º, da Lei n. 10.826/2003 não se estende aos policiais rodoviários federais aposentados.

(8)

LEI N

o

10.826, DE 22 DE DEZEMBRO DE 2003

Art. 6

o

É proibido o porte de arma de fogo em todo o território nacional, salvo para

os casos previstos em legislação própria e para: I – os integrantes das Forças

Armadas;

II

-os integrantes de órgãos referidos

nos incisos I, II, III, IV e V do caput do art. 144 da Constituição Federal (...)

Art. 11. Fica instituída a cobrança de taxas, nos valores constantes do Anexo desta

Lei, pela prestação de serviços relativos: I – ao registro de arma de fogo; (...) IV – à

expedição de porte federal de arma de fogo; (...)

§ 2

o

São isentas do pagamento das taxas previstas neste artigo as pessoas e as

instituições a que se referem os incisos I a VII e X e o § 5

o

do art. 6

o

desta

Lei.

(Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008)

(9)

LEI N

o

5.172/1966 - CTN

Art. 111. Interpreta-se literalmente a legislação tributária que disponha

sobre:

I - suspensão ou exclusão do crédito tributário;

II - outorga de isenção;

III - dispensa do cumprimento de obrigações tributárias acessórias.

Art. 176. A isenção, ainda quando prevista em contrato, é sempre decorrente

de lei que especifique as condições e requisitos exigidos para a sua

concessão, os tributos a que se aplica e, sendo caso, o prazo de sua duração.

(10)

EMENTA OFICIAL:

A aposentadoria constitui forma de vacância do cargo público, a qual, ao promover a extinção da relação estatutária, altera a espécie do vínculo mantido pelo servidor com a Administração Pública. (...) Se, por um lado, ao passar à inatividade o servidor é eximido de ônus funcionais, por outro é razoável que deixe de usufruir, via de regra, de direitos e instrumentos colocados à sua disposição para o desempenho efetivo do cargo, discrímen esse justificado por aspectos factuais e axiológicos diferenciados. Embora o agente de segurança pública preserve em certa medida o vínculo institucional com a corporação, esse liame é, a partir da aposentadoria, de cunho preponderantemente previdenciário. A norma isentiva do art. 11, § 2º, da Lei n.

10.826/03, destina-se aos servidores ativos, é dizer, aqueles cuja utilização da arma de fogo, institucional e/ou particular, é indeclinável em virtude do risco a que estão expostos por força do exercício diuturno e efetivo das atribuições do cargo. Ausente previsão legal expressa

autorizadora da extensão do benefício fiscal aos policiais rodoviários federais aposentados, a exegese que se coaduna com a outorga do benefício fiscal do art. 11, § 2º, da Lei n. 10.826/03, é aquela segundo a qual a norma isentiva deve alcançar apenas a esfera jurídica dos policiais no

(11)

INFORMATIVO 612 – PRIMEIRA TURMA

TEMA: Imposto de Renda. Pagamento de precatório judicial. Cessão de crédito. Base

de cálculo. Alíquota aplicável. Natureza do crédito originário.

PROCESSO: REsp 1.405.296-AL, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, por

unanimidade, julgado em 19/09/2017, DJe 28/09/2017

DESTAQUE: A cessão de crédito de precatório não tem o condão de alterar a base de

cálculo e a alíquota do Imposto de Renda, que deve considerar a origem do crédito e o próprio sujeito passivo originariamente favorecido pelo precatório.

(12)

LEI N

o

5.172/1966 - CTN

Art. 43. O imposto, de competência da União, sobre a renda e proventos de

qualquer natureza tem como fato gerador a aquisição da disponibilidade

econômica ou jurídica:

I - de renda, assim entendido o produto do capital, do trabalho ou da

combinação de ambos;

II - de proventos de qualquer natureza, assim entendidos os acréscimos

patrimoniais não compreendidos no inciso anterior.

Art. 123. Salvo disposições de lei em contrário, as convenções particulares,

relativas à responsabilidade pelo pagamento de tributos, não podem ser

opostas à Fazenda Pública, para modificar a definição legal do sujeito

passivo das obrigações tributárias correspondentes.

(13)

EMENTA OFICIAL:

Diante da expedição de precatório judicial, a pessoa física ou jurídica favorecida aufere acréscimo de renda (salvo em caso de execução de verba indenizatória), que configura fato gerador o qual se adéqua à hipótese de incidência legal do Imposto de Renda, nos termos do art. 43, I e II do CTN. Logo, parte do montante pago mediante

precatório deixa de ser da titularidade do favorecido, sendo retida e transferida à Fazenda Pública a título de Imposto de Renda sobre aquele acréscimo patrimonial obtido quando do êxito ao fim da execução. O fato gerador da obrigação tributária

surge no momento da expedição do precatório, quando há aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica da renda, haja vista que o precatório nada mais que um direito de crédito líquido, certo e exigível proveniente de decisão judicial transitada em julgado em favor de um determinado beneficiário. A cessão de crédito desse precatório não tem o condão de alterar a tributação do Imposto de Renda, que deve considerar a origem do crédito e o próprio sujeito passivo originariamente favorecido pelo precatório, ou seja, o cedente, sendo desinfluente a ocorrência de

(14)

EMENTA OFICIAL (continuação):

Assim, em que pese a cessão de crédito de precatório, a retenção é regida por

legislação aplicável ao sujeito passivo do Imposto de Renda (cedente), permanecendo hígidas a base de cálculo e a alíquota originárias (no caso, de 27,5% sobre o valor

constante do precatório, por se tratar de verba salarial), haja vista que a natureza jurídica da renda que o originou não sofre alteração, sendo incabível se opor ao Fisco as

convenções e acordos particulares decorrentes da cessão de crédito, de caráter nitidamente privado, a fim de interferir na definição do sujeito passivo, da base de cálculo ou da alíquota do tributo aqui debatido, diante da vedação expressa do art. 123 do CTN.

(15)

EMENTA OFICIAL (continuação):

Assim, em que pese a cessão de crédito de precatório, a retenção é regida por

legislação aplicável ao sujeito passivo do Imposto de Renda (cedente), permanecendo hígidas a base de cálculo e a alíquota originárias (no caso, de 27,5% sobre o valor

constante do precatório, por se tratar de verba salarial), haja vista que a natureza jurídica da renda que o originou não sofre alteração, sendo incabível se opor ao Fisco as

convenções e acordos particulares decorrentes da cessão de crédito, de caráter nitidamente privado, a fim de interferir na definição do sujeito passivo, da base de cálculo ou da alíquota do tributo aqui debatido, diante da vedação expressa do art. 123 do CTN.

Referências

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