• Nenhum resultado encontrado

Floristica e distribui4;30 espa4;o-temporal das cloroficeas bentonicas em trechos recifais do litoral norte do estado de Pernambuco - Brasil

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Floristica e distribui4;30 espa4;o-temporal das cloroficeas bentonicas em trechos recifais do litoral norte do estado de Pernambuco - Brasil"

Copied!
12
0
0

Texto

(1)

lIoehnca 30(3): 201- tab., 4 fig ..2003

Floristica e distribui4;30 espa4;o-temporal das cloroficeas bentonicas em

trechos recifais do litoral norte do estado de Pernambuco - Brasil

Maria de Fatima de Oliveira-Carvalhol,2,Sonia Maria Barreto Pereirale Carmen Silvia Zickell

Recebido: 26.09.2002: accito: 12.09.2003

ABSTRACT - (Floristic and spatialtemporal distribution of benthic Chlorophyceae in reef intervals at the north coast of the State of Pernambuco - Brazil). The floristic composition of Chlorophyceae at the northern coast of Pernambuco (8°01 '40"-7°33 '40"S and 34°51 '40" -34°49'54 "W) was analyzed, trom samples offour stations: 1 - Pau Amarelo (Paulista); 2 - Jaguaribe (Itamaraca Island); 3 - Pontas de Pedra (Goiana); and 4- Carne de Vaca (Goiana). Samples were collected during rainy (May-July) and dry periods (September-November), in 1997, at intel1idal regions. Forty three infrageneric taxa were identified. The family Caulerpaceae was represented by the highest number of taxa (II species, three varieties and two forms). The station 2 (Pontas de Pedra Beach) had the highest diversity, among stations, with 35 infrageneric taxa. However, the similarity among stations was high, with indices above 50%. Cluster analyses separated Carne de Vaca Beach from the other stations. The infralitoral zone and the reef pools showed the greatest number of taxa with 38 representatives. The majority of Chlorophyceae, about 81.4%, occurred on rocky bottom. Great number of species was found during the dry period, but 31 taxa were observed in both seasons. In both seasonal periods, Calilerpa racemosavar.racemosaand Halimeda opul1/ia

obtained frequency of 100%.

Key words: Chlorophyta, distribution, Pernambuco, Brazil

RESUMO - (Floristica e distribuic;ao espac;o-temporal das cloroficeas bentonicas em trechos recifais do litoral norte do estado de Pernambuco - Brasil). A composic;ao floristica das cloroficeas no litoral norte de Pernambuco (8°01'40"-7° 33'40"S e 34°51 '40"-34°49'54"W) foi analisada coletando-se amostras em quatro estac;oes: 1- Pau Amarelo (Paulista); 2-Jaguaribe (Ilha de Itamaraca); 3- Pontas de Pedra (Goiana) e 4- Carne de Vaca (Goiana). As amostras foram coletadas durante os periodos chuvoso (maio-julho) e seco (setembro-novembro), em 1997, na regiao entre-mares. Foram identifica-dos 43 taxons intragenericos. A familia Caulerpaceae foi melhor representada com II especies, tres variedades e duas formas. A praia de Pontas de Pedra apresentou a maior diversidade, dentre as estac;oes, com 35 taxons infragenericos. Entretanto, a similaridade entre as estac;oes foi alta, com indice de 50%. Quanto

a

riqueza de especies, a analise de agrupa-mento separou a praia de Carne de Vaca das demais estac;oes. A regiao do infralitoral e as poc;as recifais apresentaram maior numero de taxons com 38 representantes. A maioria das clorofkeas, aproximadamente 81,4%, ocorreu em substrato rochoso.

o

grande numero de especies foi encontrado durante0 periodo seco, sendo que 3 1 taxons, foram comuns aos doisperiodos

sazonais. Em ambos os periodosCalilerpa racemosaval'.racemosaeHalimeda oplll1/iaapresentaram 100% de freqUencia. Palavras-chave: Chlorophyta, distribuic;ao, Pernambuco, Brasil

Introdu~ao

o

litoral pernambucano, com aproximadamente J87 km de extensao, integra a zona Nordeste-Oriental, caracterizada pOl' abrigar uma das ficofloras marinhas mais abundantes e diversificadas do litoral brasileiro. Contribui para este fato, a ocorrencia de aguas limpidas, com temperatura e salinidade altas e constantes durante 0 ana e, principalmente, a abundancia de substratos consol idados, representados principalmente pOl' recifes, os quais, propiciam 0

crescimento e desenvolvimento das algas (Oliveira et al. 1999). A flora ficol6gica pernambucana, pOl'tanto, apresenta uma marcante biodiversidade especifica, caracterizada pela ocorrencia de represen-tantes tipicos de regiao tropical (Pereira et al. 2002). Neste litoral, as cloroficeas constituem um grupo bem estudado, porter sido objeto de varios levantamentos floristicos, como os de Pereira (1974) e Ugadim & Pereira (1978), para a flora de profundidade e os de Angeiras (1995), Pereira &

Accioly (1998), Angeira&Pereira (2000) para a flora

I. Universidadc Federal Rural de Pernambuco, Departamento de Biologia. Avenida D. Manoel de Medeiros sin, Dois Irmaos, 52171-030 Reeirc.PE.Bra il.

(2)

202 I-Ioehnea 30(3). 2003

Figura 1. Localizac;ao gcografica do litoral norte do cstado de Pernambuco com as estac;oes dc colcta: Estac;ao I - praia de Pau Amarclo. Estac;ao 2 - praia de Jaguaribe. Estac;ao 3 - praia de Pontas dc Pedra. Estac;ao 4 - praia de Carne de Vaca.

anterior dos recifes no senti do leste, encontra-se quase totalmente emerso durante as mares baixas. Neste local, devido

a

irregularidade do piso recifal, ocorrem d iferentes microhabitats, representados pOI' elevayoes e/ou depressoes. No primeiro caso situa-se 0 plato, caracterizado pela ocorrencia predominante dos representantes dos generos

Gelidiella, GelidiulI1

e

Laurencia.

As depressoes sao constitufdas pelas "poyas recifais", algumas vezes apresentando pequenos tamanhos, cerca de 10 cm, ate dimensoes maiores, de 3 m com profundidade de 2 m. As pOyas recifais de menores dimensoes, em sua maioria sao fechadas, sem comunicayao aparente com 0 oceano durante as mares baixas, enquanto que as de maiores dimensoes, normalmente sao abertas com constante comunicac;:ao com0oceano, mesmo durante as mares baixas.

0

andar infralitoral, sempre imerso, esta situado na patte posterior ao mesolitoral, iniciando a

o u o c o t> u o c ' 0 o=3km ---' --' « a: o f-w o 50' a: w n. 40' _ \ \ \ \ \ \ \ \ o u

"

.a E o E t> a.. t> "0

,,

,

I I I I I I " , I I I I " I I, I t I I I II I ,I I I ' I I , I I I I I , I " I " I I I I I I

"

" I I I I I , I ' I I

Descriyao da area estudada - localiza-se ao norte do estado de Pernambuco ( 8° 01 '40" - 7° 33'40"S e 34°5J'40" - 34°49'54" W) com aproximadamente 70 km de extensao, limitando-se ao suI, com a praia de Punta Del Cifre (Municipio de Olinda) e ao norte com a praia de Carne de Vaca (Municipio de Goiana), fronteira com 0 estado da Parafba (figura I).

o

clima e tropical quente e umido, do tipo As', segundo a classificayao de Koppen (Andrade& Lins, 197J). A temperatura do ar e geralmente elevada, com media anual em torno de 26°C e maxima absoluta superior a 30°C, ocorrendo duas estayoes anuais: estayao ch uvosa (maryo-agosto) com prec ip itayao mensal em torno de 100 mm e estayao seca (setembro-fevereiro), geralmente, com precipitayoes inferiores a 100 mm (Pereira& Eskinazi-Leya J999). A rede hidrografica e constitufda pOI' bacias de rios litoraneos, de pequena extensao, destacando-se os rios Goiana, Botafogo e 19arassu.

A area estudada compreende um complexo recifal (recifes de arenito) e lagunar de grande extensao e pouca largura, conhecido localmente como "mar de dentro" com profundidade inferior a 5 m, fonnando cOl'does, paralelos

a

costa, nem sempre emersos nas mares altas (Pereira 2000). Estas linhas recifais sao constitufdas de embasamento arenftico e arenftico-ferruginoso, estando associadas, freqiiente-mente, a corais e algas calcarias incrustantes, podendo alcanyar varios quilometros de extensao, com largura variando entre 2-4 m (Kempf 1967-69). Em funyao do n fvel das mares, nestas formac;:oes sao reconhecidos andares (regioes) denominados de mesolitoral e infralitoral.

0

mesolitoral, situado na patte

Material e metodos

da regiao entre-mares. Dentre estas pesquisas, apenas a de Pereira (1974) tratou da flora do litoral norte pernambucano, relacionando as algas de profundidade na Ilha de Itamaraca e arredores, com material prove-niente da Expediyao ltamaraca (ITA). Os demais trabalhos foram realizados em praias do litoral suI.

Tendo em vista a lacuna verificada referente aos estudos floristicos ficol6gicos do litoral norte pernambucano, este trabalho tem como objetivo estudar a composiyao e a distribuiyao espayo-temporal das cloroffceas bentonicas na regiao entre-mares, em algumas areas recifais deste litoral, contribuindo para ampl iar0conhecimento sobre a composiyao florfstica

(3)

M.F. Oliveira-Carvalho. S.M.B. Pereira, C.Z. Zickcl: Floristica e distribuic,;ao das c1oroficeas no cst ado de Pernambuco 203

partir da zona de arrebentac;ao. Neste local ha lll11

predominio de rodoficeas, sobretudo, Ceramiales, Coralinales e Gigartinales, embora ocorram represen-tantes de feoficeas e clororiceas (Pereira 2000).

Na area ocon'em tambem substratos inconso-lidados, constituindo extensos fundos arenosos, onde ocorrem alem das algas (Caulerpa, Halimeda, entre outras) prados de faner6gamas marinhas, principalmenteHalodule ll'righlii,abrigando uma flora de algas epifitas bastante diversificada (Pereira &

Eskinazi-Lec;a 1999). Os fundos arenosos sao de origem qualizosa, devido

a

dependencia dos estuarios, constituidos pela acumu1ac;ao de alga calcaria com teor de carbonato geralmente superior a 90% (Kempf

1970).

Coleta e analise dos dados - ap6s coleta previa, as estac;6es foram delimitadas, em func;ao da sua maior diversidade floristica. Desta forma, foram eleitas quatro estac;6es de coletas: Estac;ao I (praia de Pau Amarelo) no Municipio do Paulista; Estac;ao 2 (praia de Jaguaribe) na I1ha de Itamaraca; Estac;ao 3 (praia de Pontas de Pedra) e Estac;ao 4 (praia de Carne de Vaca), ambas no Municipio de Goiana. As estac;6es foram visitadas mensalmente nos meses de maio, junho ejulho (estac;ao chuvosa) e setembro, outubro e novembro (estac;ao seca) de 1997.

0

material foi coletado durante as mares de sizigia, nos andares do mesolitoral e infralitoral, ou atraves de mergulhos livres (poc;as recifais maiores e infralitoral). Tendo em vista a disUincia dos recifes, foi necessaria a utilizac;ao de pequenas embarcac;6es do tipo baitera ou jangada, para visita aos locais.

0

material coletado foi fixado em formol (4%) e ap6s analisado, foi depositado no Herbario Prof. Vasconcelos Sobrinho (PEUFR) da Universidade Federal Rural de Pernambuco, sob os nllmeros (PEUFR 24507-24661), (PEUFR 24681-24723), (PEUFR 30690-31058) e (PEUFR 31067-31 147). A organ izac;ao dos taxons baseou-se em Wynne (1998).

A freqi.iencia de ocorrencia foi determinada pelo calcu10 do percentual de vezes em que a alga foi coletada durante os meses estudados, em relac;ao ao somat6rio de coletas realizadas nas estac;6es. Assim, foram consideradas as seguintes categorias: muito freqiiente >85%; freqi.iente: 85% I-50%; pouco freqiiente: 50% I- 15%; rara~J5%.

A similaridade entre as estac;6es de coletas e estac;6es do ana foi avaliada a partir do indice qualitativo (presenC;a/ausencia) de Dice-Sorensen.0

metodo escolhido foi 0 UPGMA (Iigac;ao media de

grupos), pOl' ser 0 que melhor expressou 0 grupamento dos dados. Para a construc;ao do dendrograma, foi uti Iizado 0 Programa Fitopac (Shepherd 1995).

Resultados e Discussao

Composic;ao floristica

a area estudada, as cloroficeas bentonicas estiveram representadas pOl' 43 taxons infragenericos, sendo 40 especies, cinco variedades e tres formas, distribuidas entre as ordens Ulvales (3 especies), Cladophorales (12 especies), Bryopsidales (22 especies, cinco variedades e tres formas) e Dasycladales (tres especies) (tabela J).A ordem com maior percentual de representantes infragenericos foi Bryopsidales (58%) seguida pOl' Cladophorales (28 %). Os menores percentuais foram registrados para as Ulvales e Dasycladales, com 7 % cad a (figura 2).

TabclaI.Rclai;30 das clorof1ccas bentonicas estudadas. Chlorophyta

Vlvales Ulvaceae

£nterolllorphajlexuosa (Wulfen) J. Agardh Ulva/asciata Delile

U.lactuca L. C1adophorales

Anadyomcnaceae

Anadyolllene stellata (Wulfen)C.Agardh Cladophoraccae

Chaetolllorpha aerea (Dillwyn) Kutz.

C. antennina (Bory) Kutz. Cladophora dallllatica Kutz.

C. vagabunda(L.) C.floek

Rhi::ocloniulII ripariulII(Roth) Kutz. ex Harv. Boodleaceae

Phyllodict)'on anastomosans(Harv.) Kraft& M.J.Wynne Siphonocladaceae

Challlaedoris penicululII (Sol.) EndI.

Cladophoropsis lIIelllbranacea(C. Agardh) Borgesen Dictyosphaeria verslllysii Webcr Bosse

Siphonocladus tropicus (P.Crouan&H. Crouan) J. Agardh Valoniaceae

£rnodeslllis verticillata (Kutz.) Borgesen Bryopsidales

Bryopsidaceae

BI)'opsis pennalG J.V. Lam our. B. pllllllosa(Huds.)C.Agardh Codiaccae

Codilllll isthlllocladlllllVickers Caulerpaccae

(4)

204 Hoehnea 30(3), 2003

Tabcla 1 (com.)

7% 7%

Caulerpaceae

C. cupressoides (H. West in vahl) C. Agardh var.

lycopodium Weber Bosse

r

lycopodium

C. cupressoides (H. West in vahl) C. Agardh var.

lycopodium

r

dislicha Weber Bosse

C.fasligialaMont.

C. kempjiiA.B. Joly&S. Pereira

C. lanuginosa J. Agardh

C. mexicana Sond. ex Kutz.

C. prolijera(Forssk.) J. Y. Lamour.

C. pusil/a (Kutzing) 1. I\gardh

C. racemosa(Forsk.) J. Agardh var. racemosa

C. racemosa (Forsk.) J. Agardh var. occidenlalis

(1.Agardh) Borgesen

C. racemosa(Forsk.) 1. Agardh var.peltala(J.Y. Lamour.) Eubanck

C. serlularioides (S.G. Gmel.) M. Howe

C. verlicil/ala J. Agardh Udoteaceae

Avrainvil/ea longicaulis (Kutz.)G.Murray& Boodle

Boodleopsis pusiI/a (Collins) W.R. Taylor. A.B. Joly& Bernat.

Halimeda opunlia (L.)J. Y. Lamour.

II. luna (1.Ellis& Sol.) J. Y. Lamour.

Penicil/us capilalus Lam.

Udolea cya//llformis Decne. var. cya//llformis

r.

sublilloralis (W.R. Taylor) D. Liller& Liller.

Uflabe/lum (1.Ellis& Sol.) J.Y. Lamour.

U occiden/alis A. Gepp& E.Gepp

Dasycladales

Dasycladaeeae

Neomeris anl7ulala Dickie Polyphysaeeae

Ace/abularia crenulala J. Y. Lamour.

Ace/abularia pusiI/a (M. Howe) Collins

As Bryopsidales e Cladophorales tem sido referidas dentre as Chlorophyta, como as mais expressivas da ficoflora pernambucana, tanto para a flora de profundidade no litoral norte (Pereira 1974), como para a regiao entre-mares no litoral sui (Angeiras 1995, Pereira & Accioly 1998, Angeiras & Pereira 2000). Na flora pernambucana, ambas as ordens (Bryopsidales e Cladophorales) correspondem a cerca de 85% das cloroficeas (Pereira et al. 2002). Em relaryao ao litoral brasileiro, diversos trabalhos tem evidenciado este aspecto, indicando que seus taxons apresentam ampla distribuiryao geografica (Pedrini 1980, Santos 1983, Pereira 1983, Araujo 1983 e Kanagawa 1984).

Neste levantamento, foram identificadas 12 familias, dentre as quais, Caulerpaceae foi considerada a mais representativa, com 14 taxons infragenericos, distribufdos em 11 especies, tres variedades e duas

Figura 2. Pereentual de distribuic,;ao dos Hlxons infragencricos de

cloroficeas por ordens. ~ Ulvales; 0 Cladophorales: •

Bryopsidales: IIIil Dasyeladales.

formas (figura 3, tabela I). Observa-se ainda, que na area de estudo, a ocorrencia de

Caulerpa al11bigua

e C.

fastigiata,

nao foram registradas por Pereira (1974) para a flora de profundidade. Em relaryao ao litoral suI pernambucano, na regiao entre-mares, Angeiras (1995) nao referiu a ocorrencia de C.

kempfii,

C.

lanuginosa

e C.

pusilla.

Este fato pode indicar que tais especies apresentam distribuiry5es limitadas ao litoral norte. No litoral brasileiro, a familia Caulerpaceae destaca-se dentre as Chlorophyta pelo maior numero de especies, com 36 taxons infrage-nericos, entre os quais, 18 foram referidos para0 litoral pernambucano (Oliveira et al. 1999). Recentemente, Pereira et al. (2002) citaram a ocorrencia de 29 taxons desta familia para a costa pernambucana, correspon-dendo a um percentual de 80% da flora brasileira.

De acordo com os dados obtidos no presente estudo, as caulerpaceas tem a capacidade de se fixar a varios tipos de substratos (consolidados, inconsolidados e substratos vivos) por meio de seus eixos estolon iferos, fa to este ja observado por varios autores (Taylor 1960, Pereira 1974 e Lobban &

Harrison 1994). Observa-se assim, que na area estudada, principalmente no substrato rochoso, esses representantes predominam formando grandes populary5es, representadas por extensos tapetes recobrindo consideraveis areas recifais, como por exemplo,

Caulerpa racel11osa,

C.

prolifera,

C.

sertularioides,

entre outras. 0 substrato inconsolidado (arenoso ou biodetritico), presente em todas estary5es de coletas, tambem abriga uma riqueza de especies psamicas

(Caulerpa, Udotea, Penicillus,

Avrainvillea,

entre outros) apresentando populary5es menos densas, se comparadas as encontradas em substrato rochoso. No substrato inconsolidado ha uma maior ocorrencia de taxons do genero

Caulerpa

(c.

racell10sa

var.

racemosa,

C.

racemosa

var.

(5)

M.F. Oliveira-Carvalho. S.M.B. Pereira. C.Z. Zickel: Floristica e dislribui<;ao das c1oroficeas 110est ado de Pernambuco 205

Figura 3. umero de laXOnS infragencricos de cloroflceas distri-buidas pOl' familias.

lycopodium,

C. sertularioides

e C

mexicana).

Este fato foi referido anteriormente para a area estudada (Kempf 1967/69 e Pereira 1974).

A familia Udoteaceae foi a segunda melhor representada, com oito taxons infragenericos, destacando-se os generos

Udotea

(tres especies) e

Halimeda

(duas especies) (figura 3, tabela 1). No presente estudo,0 genera

Udotea

esteve representado

pOI'

U flabellum, U occidentalis

e

U cyathijormis

val'.

cyathijormis

f

sublittoralis.

0

genero

Halimeda

esteve representado pOl'H.

opuntia

eH.

tuna,

sendo a primeira com expressiva ocorrencia na flora local, formando extensos bancos, como verificado pOI' Pereira (2000). Para0 litoral pernambucano,0genero encontra-se representado pelas especies:

H opllntia,

H.

tuna,

H.

disco idea,

H.

incrassata,

H.

simulans

e H.

gracilis

(Bandeira-Pedrosa 2001).

Comparando-se estes dados com a flora de profundidade estudada pOI' Pereira (1974) verificou-se que a regiao entre-mares apreverificou-sentou um numero maior de taxons infragenericos, havendo uma adiyao de 18 taxons:

Enteromorpha jlexuosa, Ulva

jasciata, Anadyomene stellata, Chaetomorpha

aerea,

C.

antennina, Cladophora dalmatica,

C.

vagabunda,

Rhi::oclonium

riparium,

Phyl/odictyon anastol77osans, Cladophoropsis

membranacea, Ernodesmis verticillata, Bryopsis

pennata,

B.

plul77osa,

COlilerpa

al11biglla,

C.

jastigiata,

Boodleopsis

pusil/a,

Udotea

cyathijorl11is

val'.

cyathijorl11is

f.

sublittoralis

e

A cetabliloria pusi I/a.

A tua Imen te, a flora de cloroficeas no litoral norte do estado de Pernambuco encontra-se representada pOl' 56 taxons infragenericos (Pereira et al. 2002).

Numero de laXOI1S infragenericos

Distribuiyao espayo-temporal

Na Estayao 3 (praia de Pontas de Pedra) ocorreu uma maior diversificayao floristica, com 35 taxons infragenericos, sen do sete de ocorrencia exclusiva

(Boodleopis

pusil/a, Caulerpa jastigiata,

C.

verticil/ata,

C.

al11biglla, Cladophoropsis

l77embranacea,

Ernodesmis

vertic illata

e

Siphonocladus tropicus)

(tabela 2). A diversidade verificada nesta estayao esta relacionada a Ulna maior riqueza de substratos encontrados, como0rochoso,0

arenoso e 0 algaceo.

A Estayao 2 (praia de Jaguaribe) foi a segunda mais representativa em numero de taxons, com 26 representantes.

Avrainvillea

longicaulis

e

Acetablilaria crenlilata

somente foram encontradas nesta estayao. As Estayoes 1 (praia de Pau Amarelo) e 4 (praia de Carne de Vaca) apresentaram 22 e 21 taxons, respectivamente. Somente nessa tiltima estayao, observou-se a presenya de

Anadyol11ene

stellata, Chaetol11orpha antennina, Acetabularia

pusilia

e

Udotea cyathijorl11is

val'.

cyathijormis

f.

sublifforalis

(tabela 2).

Das 43 cloroficeas inventariadas,

Ulvajasciata,

U.

lactuca,

Bryopsis plllmosa,

Caulerpa

l11exicana,

C.

racemosa

val'.

racemosa,

C.

racemosa

val'.

occidentalis,

C.

sertularioides,

Dictyosphaeria versluysii, Halimeda opuntia

e

Penicillus capitatus

ocorreram nas quatro estayoes de coleta (tabela 2).

Observa-se que0 infralitoral e as pOyas recifais (piscinas natura is) apresentaram uma maior riqueza de taxons em relayao ao mesolitoral, com 38 taxons infragenericos, sendo 17 taxons exclusivos (tabela 2). Salienta-se que na area estudada, osrecifesda Estayao 2 (Jaguaribe), encontravam-se quase que totalmente submersos nas mares baixas e na Estayao 3, a maioria dos taxons foi coletado nas piscinas natura is. A vegetayao das pOyas recifais pOI' permanecer sempre submersa, esta menos ex posta ao estresse da dessecayao e it elevada temperatura que atinge a regiao do plato (Mansilla &Pereira 1997).

Oliveira et al. (1999) listaram 63 especies para a flora pernambucana, de um total de 167 taxons de cloroficeas referidos para 0 litoral brasileiro. No

entanto, segundo Pereira et a!. (2002) a flora pernambucana encontra-se atualmente representada pOl' 105 taxons de cloroffceas, sen do este numero, bastante relevante, correspondendo a um percentual em torno de 62% da flora brasileira.

16 12 1-1 III Cladophor:lccac ~ • UdOh.'xcac ~ • SiphonocladacC:IC . . . _ Br)oJlsidacco.lc Anad)Olllcn:lCcac D"s)cl'ldaccac Valoniacc:lc Boodlc~cC;IC CodiacC:IC Uh.lccac . . ._ _

(6)

206 Hoehnea 30(3), 2003

Tabela 2, Distribui<;:ao espaeial das elorof1eeas bentonicas eoletadas em: Esta<;:aoJ -praia de Pau Amarelo, Esta<;:ao 2 - praia de Jaguaribe,

Esta<;:ao 3 - praia de Pontas de Pedra, Esta<;:ao 4 - praia de Carne de Vaea do litoralnorte do cstado de Pernambuco.

Taxons infragenerieos Esta<;:oes Regioes Substratos

+ + + Acelablilaria crenlilala* A. pllsilla Anadyomene slellala Avrainvillea longicalilis Boodleopsis pusilia B/yopsis plllmosa B. pennala Calile/pa ambiglla

C. cupressoides var. Iycopodillm

r.

Iycopodillm

C. cupressoides var. Iycopodillm

r.

dislicha C.jasligiala C. kempjii C. lanllginosa C. mexicana C. prolifera C. pllsilla

C. racemosa var. racemosa C. racemosa var. occidenlalis C. racemosa var. pellala C. serllllarioides C. verlicil/ala Chaelomorpha aerea C. anleninna Chamaedoris peniculum Cladophora dalmalica C. vagabunda Cladophoropsis mel1lbranacea Codium iSlhmocladum Diclyosphaeria versluysii £meromorpha jlexuosa £rnodesmis verlicillala Halimeda opunlia H lUna Neomeris annulara Penicillus capilallis Phyl/odiclyon anaslomosans Rhi::oclonium riparium Siphonocladus Iropicus

U.cyalhiformisvar. cyalhiphormis

r.

subliloralis Udolea jlabellum

U. occidenlalis Ull'ajasciala

U.laclllca

+=prcscn~a: -=auscncia: *=sobre concha vazia de ll1olusco o u ~ E

'"

+ + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + o Vl o ..c u o c:: + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + o Vl o c 2 < + + + + + + + + + + + + + + + 0; oJ!

<:

+ + + + + + + + + + + + + + + +

(7)

M.F. Oliveira-Carvalho. S.M.B. Pereira. C.Z. Zickel: Floristica e distribui9aO das c1oroficeas 110estado de Pernambuco 207

Um menor numero de especies foi registrado para o me olitoral com 26 taxons. Cinco especies foram exclusivas: Chaelomorpha anlennina, Anadyolllene ~j{ellala, Cladophoropsis lIIelllbranacea, Diclyosphaeria versluysii

e

Phyllodiclyon anaslol/losans (tabela 2). Algumas destas especies parecem ser caracteristicas deste andar, como

Chaelolllorpha anlennina que foi encontrada na parte superior dos recifes sob forte arrebentayao, observayao esta reforyada por outros autores, que citam sua ocorrencia nas partes superiores dos costoes rochosos e paredes velticais dos recifes batidos (Pedrini

1980, Santos 1983, Kanagawa 1984). Outras, como

Cladophoropsis l11el11branacea e Phyllodiclyon anaslomosans foram encontradas ocorrendo sempre na superficie recifal exposta, formando pequenos tufos isolados. Apesar de Dictyosphaeria versluysii, neste estudo tel' ocorrido apenas no mesolitoral, Pereira

(1974)registrou a sua ocorrencia em profundidade com

ate 18 m para a mesma area.

Quanto ao tipo de substrato, a maior diversidade especifica foi registrada para0substrato consolidado (substrato rochoso) com registro de 35 taxons, dos quais, 14 taxons foram exclusivos deste tipo de substrato (tabela 2).

Para 0 substrato inconsolidado (arenoso ou biodetritico) foram registrados 15 taxons, sendo a maioria dos representantes do genero Caulerpa.

Pereira (1974) comenta que este fato esta ligado ao caracteristico eixo estolonifero, propiciando ao referido genero, mel hoI' adaptayao ao substrato nao rochoso (tabela 2). Ainda para este tipo de substrato, foram registrados os generos portadores de apress6rios bulbosos e pedunculos resistentes, comoAvrainvillea, Penicillus e Udolea. Os substratos arenosos ou biodetriticos constituem-se em formayoes impoltantes nas regioes recifais, possibilitando a ocorrencia de algas psam6fitas, que se mo tram mais abundantes em aguas subtropicais e tropicais (Lobban&Harrison

1994, Dawes 1997).

Muitos representantes de cloroficeas foram encontrados na area estudada como epifitas em substrato algaceo (tabela 2), sendo exclusivas nesta condiyao Cladophora dafmalica, Rhizoclonium ripariulII, Caulerpa jasligiala, C. al11bigua e Boodleopsis pusilla.

Dentre as cloroficeas hospedeiras, Halimeda opunliafoi a especie que abrigou0 maior numero de

epifitas, talvez devido a sua estrutura morfol6gica, formada pOI' articulos fortemente calcificados,

propiciando substrato de consistencia dura paraa flora epifita. Segundo Pereira &Accioly (1998) e Pereira et al.(2002),esta especie ocorre tanto no mesolitoral como no infralitoral, sendo, que neste ultimo, constitu i-se em extensos tapetes, formando bancos de 20 a 30cm de altura. Estas formayoes sao de grande imporHincia, pois nelas desenvolvem-se uma fauna e flora bastante diversificadas. Alem desse aspecto, seu talo, ap6s a mOlte, devido a fragmentayao dos alticulos, constitui um dos principais componentes das facies biodetriticas.

Acelabularia crenulala foi a llllica especie encontrada crescendo sobre concha vazia de molusco, sendo este tipo de condiyao ja referido na flora da Paraiba por Kanagawa(1984).

Dos 43 taxons encontrados, 3 1foram comuns aos dois period os estacionais, isto e, estayao chuvosa e seca (tabela3).Na estayao seca, ocorreu uma maior riqueza com 41 taxons, sendo 10 restritas a este periodo. Geralmente, na estayao seca, alguns fatores hidrol6gicos contribuem positivamente para a ocorrencia de um maior numero de especies, devido a reduyao da pluviosidade, men or turbidez da agua e aumento da salinidade (Gomes 1990).

Durante0 periodo chuvoso, houve uma pequena reduyao no numero de especies, onde as c1oroficeas se fizeram representar por33 taxons, comCaulerpa jasligiala e Boodleopsis pusilla restritas a este periodo. Entretanto, Silva et al. (1987) e Angeiras

(1995)observaram maior riqueza de especies durante

esta estayao, tanto para 0 litoral norte (praia de

Jaguaribe) como para 0 litoral suI de Pernambuco,

respectivamente.

Com relayao

a

freqUencia de ocorrencia, observa-se que, na estayao seca 20 taxons infrage-nericos ocorreram como pouco freqi.ientes(48,78%).

Apenas quatro taxons ocorreram como muito freqi.ientes (9,75%), destacando-se com 100% de freqi.iencia Bryopsis plulllosa, Calilerpa racemosa

var. racemosa e Halimeda opllnlia. Ainda neste periodo, nove(21 ,95%)foram considerados freqlientes, destacando-se com 83,30% Diclyosphaeria versillysii, Penicillus capilalus e Ulva lacluca. As especies raras estiveram representadas pOI' oito taxons

(19,51 %) (tabela 3). Na estayao chuvosa, )8taxons

ocorreram como pouco freqi.ientes(54,54%),enquanto que as categorias muito freqi.iente, freqliente e rara estiveram representadas respectivamente pOI' cinco taxons (15,15%) (tabela 3). Na categoria muito freqliente, destacaram-se com 100% de freqi.iencia

(8)

Tabela 3. Pereenlual de dislribuic;ao salOna I das elorof1eeas benlonicas eoleladas em: Estac;ao I-praia de Pau Amarelo. Estac;ao 2-praia de Jaguaribe. Estac;ao 3-praia de Pontas de Pedra. N 0

Estac;ao 4-praia de Carne de Vaca do litoral norte do estado de Pernambuco. durante0 periodo chuvoso (l11aio-julho) e seco (setel11bro-novembro) de 1997. 00

-Periodo chuvoso Periodo seco 0'

"

:::T

Meses/Estac;oes de coletas Meses/Estac;oes de coletas

"

0>:::l

maio junho julho selembro outubro novembro ~ww

N

0 0 0 o 0 0 0 0 0 0

U <l.l til -.:; <l.l til -.:; <l.l til '0 til <l.l til <l.l til <l.l til '0 0

~

'"

.D

'"

.D

e

o 0 2 .D

e

0

:g

e

2 .D

e

w .... ....

'"

.... ....

'"

....

'"

'"

'"

'"

.g

8

'"

'0 0

'"

'C '0 0

'"

'C '0 0 .~ "S:

'"

'C '0 0 ~ '0 0

'"

~ '0 0 E

'"

'"

~ E

'"

'"

~ E

'"

<l.l ~ ~ ~ E

'"

0 ~ E

'"

<l.l ~ E 0 ~ <l.l '" ~J 0.. ~ 0.. ~ 0.. ::l 0.. :::l 0.. ::l 0.. 0.. (/J

'"

'"

'"

::oRU

'"

oJ)

'"

oJ)

'"

oJ)

c.;

'"

c.; cj c.;

'"

c.; cj c.;

'"

c.; cj c.;

'"

c.; cj c.;

'"

c.; cj c.;

'"

c.; cj '<l. Taxons infi'agencricos ...., ...., ...., 0 ...., ...., ...., Acelab/llaria cren/llala

-

-

-

-

0.0

-

+

-

-

-

-

-

8.3 A. pusil/a

-

-

-

-

-

-

0.0

- -

-

-

-

+ 8.3 Anadyolllene slel/ala +

-

+ + 25.0

-

+ + + 25.0 Avrainvil/ea longicaulis

-

-

0.0

-

-

-

+

-

-

8.3 Boodleopsis pusiI/a +

-

8.3 0.0 Blyopsis plulllosa +

-

+ + + + + + + + 75.0 + + + + + + + + + + + + 100 B. pennala + + + + +

-

-

+ 42.0

-

-

+

-

+ + + 33.3 Caulerpa alllbigua

-

-

-

-

0.0

-

+ +

-

16,6

C.cupressoidesval'.lycopodiulII f.lycopodiulII + + + + + + + + + 75.0 + + + + + +

-

+ + + 75.0

C.cupressoidesval'.lycopodiulII f.disliclw

-

+ + + + + 42.0

-

+ + + +

-

+ + 50.0

C./asligiala +

-

-

-

8.3

-

-

0,0 C. kelllpjii +

-

+

-

-

-

16.6 + + +

-

+ + 41.6 C.lanuginosa +

-

+ +

-

25.0

-

+ + +

-

-

+ 33.3 C. lIIexicana + + + + + +

-

50.0

- -

+ + + + + + + 58.3 C. profifera + + + + + + + + 66.6 + + + + + + + +

-

50,0 C.pus iI/a + + + + 33.3

-

+ + 16.6

C. racelllosaval'.racelllosa + + + + + + + + + + + + 100 + + + + + + + + + + + + 100

C.racelllosaval'.occidenlalis + + + + + + + + + + + 91.6 + + + + + + + + + + + 91,6

C.racelllosaval'.pellala + + +

-

+ 33.3 + + + +

-

+ + 50,0

C. serl/llarioides + + + + + + + + + + + 91.6 + +

-

+ + + + + + + 75.0 C. verlicil/ala

-

-

-

-

-

0.0 +

-

+ + + 25.0 Chaelolllorpha aerea

-

-

+

-

+ 16,6 +

-

-

-

-

8.3 C.anleninna +

-

-

+ + 25.0 + + + 25.0 Challlaedoris penicululII + + + +

-

33.3

-

+ + + +

-

+ + 50.0 Cladophora dallllalica

-

+ 8.3

- -

+

-

-

-

+ 16.6 C. vagabunda

-

-

+

-

+

-

-

16.6 +

-

+ +

-

+

-

33.3 Cladophoropsis lIIelllbranacea

-

-

-

-

-

0.0

- -

-

-

-

+

-

-

-

8.3 CodiulIl iSlhllloclad/l1ll + + +

-

+ 33.3 +

-

+

-

+ + 33.3 Diclyosphaeria versl/lysii + + + +

-

+ + + + + 75.0 + + + + + + + + + + 83.3

(9)

Tabcla 3 (con!.)

Pcriodo chllvoso Mcses/Esta<;oes dc coletas

Periodo scco Mcscs/Esta<;oes de coletas

maio jllnho jlliho sctcmbro olltllbro novclllbro 3::

:n 0.: Taxons infragenericos o ~

'"

E

'"

0.: u Vl .D '" '@ .0 ~ ~ ~ c..:

'"

u

'5

cJ o

..,

i;; E

'"

0.: ~ Vl 'C ~ '" -0 ::::l U oJ) 0... ~ c..:

'"

u

'5

cJ o ~

'"

E

'"

0.: .., Vl .D '" .i: :.-'" -0 ~ ~ ~ c..:

'"

u

'5

cJ o 0 -0 Vl o 0 'i: 'S: <lJ ::::l o....c '<f?U o ~

'"

E

'"

0.: .., Vl .D '" .i: :.-'" -0

5h

~ ~

'"

u

'5

cJ o ~

'"

~ 0.: .., Vl :§

e

'" -0

5b

~ ~ c..:

'"

u

'5

cJ o U i;; E

'"

0.: 'l) .D iii ~ ~ Vl

e

-0 <lJ 0... 0.:

'"

u

'5

cJ o -0

.g

..,

8

..,

o...(/) '<f? Q < rJ

"

n

~ < eo.

p

El1Ierolllorpha jlexlIosa Ern odesIIIis verlicillala Halillleda opllmia J-I. luna Neollleris annlliala Penicilills capilallls Phyllodicl)'on anaslolllosans Rhi:oclonilllll riparilllll Siphonocladlls Iropiclls

U.cyalhijol'lllisval'.cyallll!orlllis

r.

Sllblifforalis Udolea jlabellllill U.occidenlalis Ulva!asciala U.laclllca += presen<;a: -= ausencia + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + 16.6 0.0 100 8.3 25.0 66,6 8.3 0.0 0.0 0,0 50.0 25.0 25.5 91.6 + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + 16,6 8,3 100 8,3 50.0 83,3 16,6 16.6 8.3 25.5 66,6 58.3 66,6 83.3 VJ 3:: w U rJ ri ~ ?' (J N N (i' "" C1l ::::! ~ ~. rJ

"

rJ 0-'" ~

0-"

.(i' ", o 0-e; rJ 0' (3 ::? rJ rJ e; <5 ~ c; 0-o 0-(1) U (1) :;

"

~ 2i o N <=> \0

(10)

210

Hochnca 30(3), 2003

Figura 4. Similaridade das cloroficeas bentonicas nas estayoes de colelas do liloral norte do eSlado de Pernambuco. Os numcros impares(1.3.5.7). correspondcm aos dados obtidos no pcriodo ehuvoso de eada eSlayao e os numcros pares (2.4.6.8) aos dados obtidos no periodo seco.

alterayoes observadas ate 5 milhas da costa. Durante a estayao seca, a area fica livre da influencia terrigena e a isoalina de

36 %0

de salinidade, aumenta a transparencia da agua e a temperatura, que se estabiliza em torno de 28°C (Gomes

1990,

Eskinazi-Leya et al.

1997).

Na praia de Carne de Vaca, representada pelo agrupamento 2, a diferenciayao deve estar relacionada a baixa salinidade e

a

turbidez da agua, fatores que interferem na riqueza floristica. A praia de Carne de Vaca recebe grande influencia do aporte de agua doce, proveniente dos Rios Goiana e Mega6, cujos valores de salinidade variam de

21 ,51

a

37,68%0

(Campelo et al.

1999).

Devido a influencia desses rios,0 tipo de solo

parece nao ser favoravel ao desenvolvimento algal, pois e constituido pOl' areias qual1zosas marinhas e solos indiscriminados de mangues, alem de dep6sitos aluvioes provenientes destes rios. De modo geral, formam fundos instaveis e muitas vezes apresentam certo teor de material fino (lama arenosa), principalmente nas areas pr6ximas

a

foz do Rio Goiana, numa depressao acompanhando 0 recife, no sentido interno (Kempf

1967/9,

Pereira

1974,

Lira

1978,

Silva

1993).

Conclui-se que as estayoes estudadas, em relayao as variayoes temporais, nao apresentaram diferenya na ocorrencia dos taxons e a comparayao entre as estayoes, apesar da variayao apresentada, demonstrou altos indices de similaridade.

7 8

C de Vaca

I

P Amarelo

COlTela~aodofclletiea=0,8692 Media de grupo (UPGMI\)

,

"

P Pcdra Ja~uanbc

r

I 2 '

-I

,---'---~

'

-j

-~ ~, :---, 1.00 0.55

""

0.60 '"

6

0.65 t::

'"

""

0.70

"

N ~ 0.75

~

c: 0.80

"

(; ~ 0.85 <.> <.> 0.90 0 0.95

Caulerpa racemosa

var.

racemosa

e

Halimeda

opuntia.

No grupo das frequentes,

Bryopsis plul710sa

Caulerpa cupressoides

val'.

lycopodium

f.

lycopodium

e

Dictyosphaeria versluysii,

obtiveram os maiores valores, com 75% de freqi.iencia (tabela 3). Em ambos os periodos sazonais, houve\1111predominio

dos taxons pouco freqUentes, sendo

13

representantes comuns aos dois periodos. Verifica-se ainda, que na categoria de muito freqi.iente, encontram-se

Caulerpa

racemosa

val'.

racemosa

e

Halimeda opuntia

com maiores percentuais de ocorrencia. Dados estes que comprovam0 observado pOI' Pereira

(1974).

Quanto

a

analise de similaridade entre as estayoes de coletas, observou-se a ocorrencia de dois ag'upamentos floristicos, mostrando que0 indice foi superior a 50% (figura 4). A separayao das estayoes de coletas em dois agrupamentos f1oristicos, possivelmente, esteja relacionada com a presenya restrita de algumas especies para a Estayao 4 (praia de Carne de Vaca), como

Anadyol71ene stellata,

Chaetomorpha antennina, Acetabularia pusilla

e

Udotea cyathijormis

var.

cyathijormis

f.

sublittoralis.

Este fato pode ser explicado pela pouca disponibilidade de substrato consolidado, associado

a

presenya do Rio Goiana, influenciando na salinidade e turbidez da agua.

o

primeiro agrupamento apresentou similaridade em torno de 68%, com a formayao de dois subgrupos.

o

primeiro subgrupo apresentou similaridade igual a 75%, representado pela Estayao 2 (praia de Jaguaribe) e Estayao 3 (praia de Pontas de Pedra). Ja 0 segundo subgrupo, com similaridade acima de

80%, e representado pela Estayao 1(praia de Pau Amarelo). Com relayao ao segundo agrupamento, a Estayao 4 (praia de Carne de Vaca) resultou em um unico agrupamento, com similaridade abaixo de 70%.

o

primeiro agrupamento floristico (dois subgrupos), possivelmente esteja relacionado

a

abundancia de substrato consolidado (recifes de arenito) e substrato inconsolidado (arenoso ou biodetritico). Apesar dos locais estarem sujeitos

a

influencia de rios, a rede hidrografica exerce pequenas variayoes no que diz respeito a salinidade, e consequentemente

a

turbidez das aguas. A influencia da rede hidrografica sobre as areas costeiras caracteriza-se pOI' pequenas variayoes em suas condiyoes hidrol6gicas, as quais estao em funyao dos dois period os sazonais. Durante a estayao chuvosa, pode ocorrer uma pequena diminuiyao na salinidade

(11)

M.F. Oliveira-Carvalho. 5.M.8. Pereira. C.Z. Zickel: Florislica c dislribui~aodas cioroficcas no cSlado dc Pernambuco 21 I

Agradccimcntos

Os autores expressam seus agradecimentos ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientifico e Tecnol6gico (CNPq), pelas bolsas concedidas aos dois primeiros autores. A Dra. Yocie Yonesh igue-Valentin, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) pela revisao critica do manuscrito.

Litcratura citada

Andrade, G.O. & Lins, R.C 1971. Os climas do Nordeste. In: Vasconcelos Sobrinho (ed.).0 meio e a civiliza<;ao, CONDEPE. Recife, 95-138 p.

Angeiras, J. A. P. 1995. Clorof1ceas bentonicas do Litoral Sui de Pernambuco (Brasil). Disserta<;ao de Mestrado. Universidade Federal Rural de Pemambuco, Recife, 135 p. Angeiras, J.A.P. & Pereira, S.M.B. 2000. Levantamento f1oristico das ordens Ulvales, Cladophorales e Dasycladales (Chlorophyta) do litoral do Estado de Pernambuco (Brasil). In: Anais do Simposio de Ecossistemas Brasileiros: Conserva<;ao. Universidade Federal do Espirito Santo, Vitoria, pp. 128-134. Araujo, M.S.V. 1983. Cloroficeas e feoficeas do litoral

oriental do Estado do Rio Grande do Norte. Disser-ta<;ao de Mestrado. Universidade Federal Rural de Pernambuco, Recife, 289 p.

Bandeira-Pcdrosa, M.E. 200I. Revisao taxonomica do genero Halimeda Lamouroux (Bryopsidales, Chlorophyta) para a costa brasileira. Tese de Doutorado. Universidade Federal Rural de Pemambuco, Recife, )35 p. Campelo, M.J.A., Passavante,J.ZO. & Koening, M.L. 1999. Biomassa fitoplanctonica (clorofila A) e parametros ambientais na Praia de Carne de Vaca, Goiana, Pernambuco, Brasil. Trabalhos Oceanognlficos da Universidade Federal de Pernambuco 27: 27-41. Dawes, CJ. 1997. Marine botany. John Wiley & Sons, Inc.

New York, 480 p.

Eskinazi-Lel;a, E., Silva-Cunha, M.G.G., Koening, M.L., Macedo, S.J. & Costa, K.M.P. 1997. Varia<;ao espacial e temporal do fitoplancton na plataforma continental de Pernambuco - Brasil. Trabalhos Oceanograficos da Universidade Federal de Pernambuco 25: 1-16. Gomes, N.A. 1990. Estrutura e composi<;ao floristica do

fitoplancton na plataforma continental norte de Pernam-buco (Brasil). In: Anais do IV Encontro Brasileiro de Plancton, Universidade Federal de Pernambuco, Recife, pp.35-53.

Kanagawa, A.I. 1984. Clorof1ceas marin has bentonicas do Estado da Paraiba - Brasil. Tese de Doutorado, Universidade de Sao Paulo, Sao Paulo, 470 p.

Kempf, M. 1967/1969. A plataforma continental de Pernambuco (Brasil): nota preliminar obre a natureza do fundo. Trabalhos Oceanograficos da Universidade Federal de Pernambuco 9/ I I: 95-1 10.

Kempf, M. 1970. A plataforma continental de Pernambuco (Brasil). Trabalhos Oceanograficos da Universidade Federal de Pernambuco 9/ I I: I 11-124.

Lobban, CS.& Harrison, P.H. 1994. Seaweed ecology and physiology. Cambridge University Press, Cambridge. 360 p.

Lira, L. 1978. Distribui<;ao de sedimentos na praia submarina entre Pau Amarelo e Carne de Vaca - PE. Omega 2: 95-108.

Mansilla, A.O.M.& Pereira, S.M.B. )997. Caracteriza<;ao qual i-quantitativa das comunidades de macroalgas nas forma<;oes recifais da Praia de Cupe - Pernambuco (Brasil). Trabalhos Oceanograficos da Universidade Federal de Pernambuco 25: 93-109.

Oliveira, E.C, Horta, P.A., Amancio, CE. & Sant'anna, C L. 1999. Algas e angiospermas marin has benticas do litoral brasileiro: diversidade, explora<;ao e conserva<;ao. http://www.Bdt.Org.br./workshop/costa/algas. Pedrini, A.G. 1980. Algas marin has bentonicas da Baia de

Sepetiba e arredores (Rio de Janeiro). Disserta<;ao de Mestrado. Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 397 p.

Pereira, S.M.B. 1974. Cloroficeas marinhas da Ilha de Itamaraca e arredores (Estado de Pernambuco - Brasil). Disserta<;ao de Mestrado, Universidade de Sao Paulo, Sao Paulo, 184 p.

Pereira, S.M.B. 1983. Algas marinhas bentonicas do infralitoral do Estado da Paraiba (Brasil). Universidade Federal Rural de Pernambuco, Tese Professor Titular do depal1amento de Biologia, Recife, 115 p.

Pereira, S.M.B. 2000. Macroalgas bentonicas. In: H.M. Barros, E. Eskinazi-Le<;a, SJ. Macedo & T Lima (eds.). Gerenciamento participativo de estuarios e manguezais. Recife, Ed. Universitaria da Universidade Federal de Pernambuco, pp. 49-65.

Pereira, S.M.B. & Accioly, M.C 1998. Clorof1ceas marinhas bentonicas da praia de Serrambi - Pernambuco. Acta Botanica Brasilica 12: 29-56.

Pereira, S.M.B. & Eskinazi-Lel;a, E. 1999. Estuarine management in Northeast Brazil: plant biodiversity. In: C.A. Brebbia & J.L. Uso (eds.). Ecosystems and sustainable develompton: Wit Press, Recife. pp.70-77. Pereira, S.M.B, Oliveira-Can'alho, M.F.,Angeiras, J.A.P.,

Oliveira, N.M.B., Torres, J., Gestinari, L.M.S., Bandeira-Pedrosa, M.E., Cocentino, A.L.M., Santos, M.D., Nascimento, P.R.F & Cavalcanti, D.R. 2002. Algas marinhas bentonicas do Estado de Pernambuco. Organizado pOI' SETIMA. Diagnostico da Biodiversidade de Pernambuco, Recife, pp. 97-124. Santos, D.P. 1983. Cloroficeas bentonicas marinhas do

estado de Santa Catarina. Disserta<;ao de Mestrado, Universidade de Sao Paulo, Sao Paulo, 166 p.

Shepherd, G.J. 1995. Fitopac 2.0. manual do u uario. Universidade Estadual de Campinas. Campinas. Silva, C V. 1993. Aspecto da ecologia e da distribui<;ao

dos macromoluscos endopsamicos na Praia de Carne de Vaca - PE. Monografia de Bacharelado. Universidade Federal Rural de Pernambuco, Recife, 69 p.

(12)

212 Iloehnea 30(3), 2003

Silva, R.L., Pereira, S.M.B., Oliveira Filho,E.c.&Eston, V.R. 1987. Structure of a bed ofGraci/aria spp. (Rhodophyta) in Northestern Brazil. Botanica Marina 30: 517-523.

Taylor, W.M.R. 1960. Marine algal of the Eastern tropical and subtropical coast of the Americas. Ann. Arbor: The University of Michigan Press, 870 p.

Ugadim,Y.& Pereira, S.M.B. 1978. Deep-water marine algae from Brazil collected by the Recife Commission.I.

Chlorophyta. Ciencia e Cultura 30: 839-842.

Wynne, M.J. 1998. A checklist ofbenthic marine algae of the tropical and subtropical Western Atlantic: first revision. Beiheft Nova Hedwigia ) 16: 1-)55

Referências

Documentos relacionados

RESOLUÇÃO Nº 12, DE 19 DE JULHO DE 2000 Publicada no D.O.U de 20 de julho de 2000 O Conselho Nacional de Recursos Hídricos, no uso das competências previstas no Decreto nº 2.612, de

homens, referindo-se ao modo de viver em sociedade, ou seja, dentro dos limites que são postos em cada momento histórico para se viver o cotidiano, também

estimar a função fronteira do café na região Sul de Minas, bem como identificar a eficiência econômica do emprego de fatores de produção pelos produtores de café na região

Os resultados obtidos com a pesquisa demonstram que a população ainda não esta preocupada em controlar seus recursos, e que nunca havia tido interesse em fazer

A partir da junção da proposta teórica de Frank Esser (ESSER apud ZIPSER, 2002) e Christiane Nord (1991), passamos, então, a considerar o texto jornalístico como

Corrosivo para a pele Categoria 1A H314 Toxicidade aguda Categoria 4 Oral H302 Toxicidade aguda Categoria 4 Inalação H332 Toxicidade sistêmica de órgão-alvo específico -

The salt and heat transport models were calibrated comparing measured and predicted time series of salinity and water temperature for 7 stations, and the RMS of the difference

O presente artigo abordou um estudo sobre a avaliação das cadeias de suprimentos sustentáveis dos operadores logísticos brasileiros. Procurou-se entender e mapear