INTENCIONALIDADE
A acção intencional é constituída por 2 partes:
1.
Um projecto
ou representação mental
2.
A acção
propriamente dita ou seja, a realização exterior do
projecto.
A 1ª seria a
intenção
ou seja, a antecipação da acção e implica
a
concepção
e a
deliberação
onde se ponderam os meios e as
consequências da acção.
A intenção diz respeito àquilo que cada um quer fazer, quer
concretizar, quer obter.
Nem sempre, os seres humanos estão conscientes do que
querem fazer, ignorando, por isso, as razões que os levam à
acção, ou seja os seres humanos manifestam
tendência
para
determinadas coisas.
Biológicas
Universais
Necessidades
Fins/metas
Auto-conservação
TENDÊNCIAS
Psicológicas
Pessoais
Desejos
Objectivos/Projectos
Auto-organizaçao
INTENÇÕES
TENDÊNCIA
Impulso que se dirige por si mesmo, quando não
suporta a força contrária, para um determinado fim
Nas tendências confluem elementos de:
1. Natureza biológica;
2. Natureza social
São as disposições internas de um organismo para
fazer determinadas acções
. As tendências
traduzem-se em
carências
,
faltas
,
necessidades
, que
desequilibram o organismo.
A auto-organização da acção pressupõe consciência
de si, dos objectivos que se quer atingir. É esta força
que permite á pessoas adiar satisfações imediatas
em favor de objectivos a longo prazo
MOTIVAÇÃO
Conceito: A motivação designa um conjunto de forças internas/impulsos que orientam o comportamento de um indivíduo para determinado objectivo, como resposta a um estado de necessidade, carência ou desequilíbrio.).
É um processo que activa, sustenta e dirige um comportamento para um objectivo.
Ciclo motivacional
1.Necessidade. É o motivo, a razão de ser da acção. É provocada por um estado de desequilíbrio devido a uma carência ou privação (ex. falta de alimento no
organismo).
2.Impulso ou pulsão. É a actividade desenvolvida pela necessidade ou motivo, isto é, a energia interna que impele o indivíduo a agir num dado sentido.
(Ex.força que move o indivíduo para obter comida).
3.Resposta. É a actividade desenvolvida e desencadeada pela pulsão para atingir algo. (ex. procurar comida).
4.Incentivo. É o objectivo para o qual se orienta a acção. (Ex. ingerir o alimento). 5.Saciedade. É a satisfação decorrente de se ter atingido o objectivo pretendido
CICLO MOTIVACIONAL
NECESSIDADE (privação)
IMPULSO
(Tensão para satisfazer a necessidade)
COMPORTAMENTOS INSTRUMENTAIS (Condutas orientadas para o
objectivo) SACIEDADE
(Diminuição do impulso ou satisfação da
MOTIVAÇÕES
(
QUANTO À SUA ORIGEM)
INATAS
Nascem com o indivíduo e manifestam-se
independentemente de qualquer aprendizagem.
São comuns a todos os sujeitos e têm origem orgânica. Asseguram a sobrevivência do organismo
COMBINADAS
São as motivações cuja origem está associada a
aspectos de natureza biológica, mas cujo desenvolvimento depende
de factores de ordem individual e social
APRENDIDAS
São necessidades cuja origem se devem à aprendizagem social e cultural (socialização). São necessidades aprendidas pela experiência social
TIPOS DE MOTIVAÇÃO-
Motivações inatas
As motivações inatas são inerentes à estrutura biológica do organismo, tendo por função garantir o equilíbrio orgânico – homeostasia = estado igual(é um processo dinâmico de auto-regulação que assegura a sobrevivência do
organismo).
Exemplos de motivações fisiológicas são: o sono, a dor, a fome, a sede, temperatura, pressão sanguínea, respiração.
O sono é um impulso que tem um papel fundamental no equilíbrio orgânico. É o hipotálamo que regula o sono.
O impulso da dor tem por função a defesa do organismo, conduzindo-o a evitar o estímulo doloroso para manter o equilíbrio orgânico.
A sensação de fome é provocada pelas contracções do estômago, que desencadeiam estímulos internos que nos levam a procurar alimento. O
hipotálamo detecta situações de carência orgânica: sentimos fome. É este estado que nos leva a orientar acções com o objectivo de satisfazer a
necessidade.
A aprendizagem tem um papel importante na satisfação do impulso da fome nos seres humanos: o que comemos, quando e como comemos são
TIPOS DE MOTIVAÇÃO-
Motivações aprendidas
Também designadas de Motivações sociais, adquiridas, secundárias ou sociogénicas):
As motivações sociais variam de pessoa para pessoa (de cultura para cultura) e são adquiridos através do processo de socialização, e resultam do processo de aprendizagem social.
Entre as motivações sociais destacam-se:
Necessidade de afiliação– é o desejo de a pessoa ser aceite e estimada pelos outros, e está relacionada com a vida dos seres humanos em grupos. Existe uma relação entre a afiliação e a necessidade de aprovação social
Necessidade de realização/sucesso– a motivação de realização é o desejo de ser bem sucedido em situações desafiantes. Há uma grande preocupação em alcançar padrões de desempenho elevados, desenvolvendo actividades difíceis, vencendo resistências e obstáculos.
Podemos falar, também, em motivação intrínseca e motivação extrínseca. A primeira é quando uma pessoa tem prazer de realizar algo, e a segunda é quando uma pessoa realiza algo para obter uma recompensa (elogios, prémios, dinheiro...).
Necessidade de poder/prestígio – necessidade de ter uma posição de
determinado nível na sociedade e de ser admirado (por exemplo: pessoas que procuram ocupar lugares de chefia).
TIPOS DE MOTIVAÇÃO-
Motivações combinadas
Designam-se por combinadas porque combinam factores biológicos e
factores sociais/aprendidos. São muito marcadas pela aprendizagem,
mas não são essenciais à sobrevivência do indivíduo nem à manutenção
do equilíbrio do organismo (homeostasia).
Exemplos de motivações combinadas:
Comportamento sexual
– o comportamento sexual está relacionado
com o funcionamento do sistema endócrino (glândulas sexuais), da
hipófise e do hipotálamo. A hipófise actua em ligação com o
hipotálamo na regulação das concentrações das hormonas e são
responsáveis também pela actividade sexual.
O córtex cerebral
desempenha também um papel importante no despertar do interesse
sexual pelos estímulos externos; a imaginação também influencia a
motivação sexual.
A expressão da sexualidade depende da aprendizagem do indivíduo
num determinado contexto social, variando no tempo e de cultura para
cultura. É o contexto sociocultural que, através das leis/normas,
Motivações combinadas
Comportamento maternal
– é determinado por mecanismos
hormonais. A prolactina, segregada pela hipófise, estimula a
produção de leite pelas glândulas mamárias.
O estrogénio e a progesterona são responsáveis pelo aumento das
glândulas mamárias e pela inibição, durante a gravidez, da
libertação da prolactina.
Além disso, o comportamento maternal está marcado por
factores sociais e culturais. O comportamento maternal varia ao
Teorias da Motivação - Maslow
Pirâmide de Maslow
Necessidades fisiológicas – São as mais baixas de todas as necessidades. São vitais para o ser humano e para a sobrevivência da espécie. Exº fome, o sono, o evitar da dor, o desejo sexual, etc. A satisfação destas necessidades domina o
comportamento humano. São as necessidades orgânicas.
Necessidades de segurança – Surgem da necessidade de as pessoas se sentirem protegidas. Manifestam-se na procura de protecção ao meio (abrigo e vestuário) e na busca de um ambiente estável.
Necessidades sociais– estas manifestam o desejo de associação, participação e aceitação por parte dos outros. Quando não satisfeitas o indivíduo pode tornar-se agressivo.
Necessidades de estima – o indivíduo manifesta o desejo de ser reconhecido pela sua competência, isto é, ele procura a aceitação dos outros através da sua prática, da sua actuação. A satisfação da necessidade de estima desenvolve nas pessoas sentimentos de autoconfiança; a sua frustração gera sentimentos de inferioridade.
Necessidades de auto-realização –É a necessidade de as pessoas se
auto-realizarem. O indivíduo procura a aceitação dos outros através da sua prática, da sua actuação. As pessoas que procuram a auto-realização são independentes, criadoras, resistem ao conformismo, aceitam-se a si próprias e aos outros; As pessoas que não concretizam a necessidade de auto-realização são as que manifestam reacções de apatia e indiferença.
TIPOS DE MOTIVAÇÃO-
Teoria psicanalítica
Segundo Freud, o comportamento humano é fundamentalmente motivado por
razões de carácter inconsciente e orientado por pulsões.
A pulsão é uma força ou impulso energético que leva o organismo em direcção
a um fim. A pulsão visa reduzir a tensão proveniente de uma excitação corporal. O comportamento é orientado pela tendência do organismo em reduzir a tensão e ao reduzir a excitação/tensão obtém-se prazer.
As pulsões têm uma origem (fonte), uma finalidade (alvo), uma força e um
objecto.
Fonte da pulsão – zona do corpo que gera a tensão/excitação.
Alvo da pulsão – a finalidade da pulsão é reduzir o estado de excitação
orgânica.
Força da pulsão – a pulsão tem uma energia e um carácter orgânico.
Objecto da pulsão – é o meio que permite a satisfação da pulsão, a descarga
TIPOS DE MOTIVAÇÃO-
Teoria psicanalítica
Para Freud, as motivações que estão na base do nosso comportamento são
em grande parte inconscientes e, por isso, passam-nos despercebidas.
Para Freud, lidar com a ansiedade é o problema central da existência
humana: o comportamento humano está muito longe de ser racional e conscientemente determinado.
Freud considera o ID como base de toda a estrutura psíquica. É inato e
tende imediatamente para a auto-satisfação
O EGO procura encaminhar impulsos, procurando uma solução de
compromisso entre o que desejamos e o que podemos obter, dadas as restrições do meio
O SUPEREGO, instância psíquica que se opõe muitas vezes ao ID, reforça
as restrições morais procurando atingir a perfeição moral.
O ID e o SUPEREGO exercem pressões de sentido oposto que colocam o
EGO numa situação desagradável de estar sempre em perigo.
Como é que ele se defende?
TIPOS DE MOTIVAÇÃO-
Teoria psicanalítica
Para Freud, o organismo é como uma espécie de reservatório desta
energia e, entre as pulsões, destaca a energia sexual (LIBIDO) cujo papel é extremamente importante na determinação do comportamento humano.
À medida que a Libido se acumula e atinge o seu nível crítico, tem de se
dar uma libertação, o que explica que as pessoas acabem por ter comportamentos fora do normal.
As frustrações e os conflitos surgem quando aparecem obstáculos que
impedem a realização dos desejos individuais. Esse obstáculo é exterior ao indivíduo, mas à medida que o Superego se constitui pela interiorização das regras e das normas, o obstáculo torna-se também interno. A estes conflitos Freud chamou conflitos intrapsíquicos
Estas situações conflituosas são um desafio aos indivíduos no sentido de
encontrarem estratégias adequadas à sua resolução. Algumas destas
estratégias são devidas à determinação da vontade que conscientemente resolvem a situações. Mas outras ligam-se a mecanismos inconscientes que Freud designa de Mecanismos de defesa do EU
Freud - Mecanismos de defesa do ego
Surgem para resolver as tensões provocadas pela ansiedade e também
pelas frustrações, constituindo assim, um conjunto de respostas
inconscientes. O recalcamento é o mais importante. Estes mecanismos são respostas comportamentais que reflectem, a personalidade de quem as dá
Todos estes mecanismos apresentam em comum 3 características: Negam, falsificam ou distorcem a realidade;
Operam inconscientemente;
Visam reduzir a tensão interior do indivíduo, ou seja, diminuir-lhe a
Mecanismos de defesa do ego
São mecanismos que visam evitar a angústia resultante dos conflitos
intrapsíquicos. (As pessoas usam esses mecanismos para tentar reduzir a tensão e ansiedade resultantes dos conflitos entre o id, o ego e o
superego). Entre estes mecanismos, destacam-se:
Recalcamento – Processo que consiste em evitar que pensamentos e
desejos inaceitáveis acedam à consciência. O sujeito mantém no id as pulsões, desejos e sentimentos que não pode admitir no seu ego.
Regressão – Consiste em num retorno a uma forma de comportamento
característica de uma fase de desenvolvimento anterior.
Enurese nas crianças provocada pelo nascimento de um irmão. Joana chora sempre que é criticada
Racionalização – Consiste em justificarmos aparentemente de modo
racional certos comportamentos escondendo a sua verdadeira razão de ser. O sujeito utiliza justificações ilusórias para um comportamento inaceitável. Visa proteger a nossa auto-estima
A Ana não quis ser minha namorada. Ainda bem porque não faz o meu género.
Mecanismos de defesa do ego
Deslocamento – Consiste em o sujeito transferir pulsões e emoções de
objectos ameaçadores para objectos menos ameaçadores.
O funcionário que sofre conflitos no emprego e é agressivo ao chegar a casa.
Repreendido pelo pai, David insulta o irmão mais novo
Compensação – Mecanismo de defesa contra qualquer inferioridade
biológica ou psicológica e que consiste na realização de outras actividades que permitem ao indivíduo sentir-se realizado.
Sublimação – Consiste em dar a impulsos inaceitáveis uma forma social e
culturalmente aceitáveis.
O artista que projecta na arte as suas tendências ou frustrações
Um pirómano que ingressa num corpo de bombeiros, modificando a sua relação com o fogo.
Projecção – o sujeito atribui a outros (à sociedade, a pessoas, a
objectos) desejos, ideias, características suas mas que não consegue admitir. Projecta sobre o outro as suas características e sentimentos