13911/1/20 REV 1 UKTF
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Conselho da União Europeia Bruxelas, 28 de janeiro de 2021 (OR. en) 13911/1/20 REV 1 UK 111 Dossiê interinstitucional: 2020/0368(NLE) PROPOSTAde: Secretária-geral da Comissão Europeia, com a assinatura de Martine DEPREZ, diretora
para: Jeppe TRANHOLM-MIKKELSEN, secretário-geral do Conselho da União Europeia
n.° doc. Com.: COM(2020) 834 final/2
Assunto: Proposta de DECISÃO DO CONSELHO nos termos do artigo 218.º, n.º 9, do TFUE, sobre a posição da União sobre o projeto de decisão do Comité Misto relativa à determinação das mercadorias não em risco Envia-se em anexo, à atenção das delegações, o documento COM(2020) 834 final/2.
COMISSÃO EUROPEIA
Bruxelas, 27.1.2021 COM(2020) 834 final/2 2020/0368 (NLE)
COM(2020) 834 final of 10.12.2020 downgraded on 27.1.2021
Proposta de
DECISÃO DO CONSELHO
nos termos do artigo 218.º, n.º 9, do TFUE, sobre a posição da União sobre o projeto de decisão do Comité Misto relativa à determinação das mercadorias não em risco
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EXPOSIÇÃO DE MOTIVOS
1. OBJETO DA PROPOSTA
A Comissão propõe que o Conselho aprove a posição a adotar, em nome da União, no Comité Misto instituído pelo Acordo sobre a Saída do Reino Unido da Grã-Bretanha e da Irlanda do Norte da União Europeia e da Comunidade Europeia da Energia Atómica («Acordo de Saída») sobre uma decisão do Comité Misto que estabelece as condições em que se considera que as mercadorias não estão sujeitas a transformação comercial na Irlanda do Norte, bem como as condições em que as mercadorias introduzidas na Irlanda do Norte não são consideradas como estando em risco de serem posteriormente transferidas para a União.
2. CONTEXTO DA PROPOSTA
O artigo 5.º, n.º 1, do Protocolo relativo à Irlanda e à Irlanda do Norte (a seguir designado por «Protocolo») estabelece o regime aplicável em matéria de direitos aduaneiros às mercadorias introduzidas na Irlanda do Norte:
– para as mercadorias introduzidas na Irlanda do Norte por transporte direto a partir de outra parte do Reino Unido: nenhum direito aduaneiro, a menos que a mercadoria esteja em risco de vir a ser posteriormente transferida para a União – para as mercadorias introduzidas na Irlanda do Norte a partir de países terceiros
que não o Reino Unido: os direitos aduaneiros aplicáveis no Reino Unido, a menos que a mercadoria esteja em risco de ser posteriormente transferida para a União.
Nos termos do artigo 5.º, n.º 2, do Protocolo, qualquer mercadoria introduzida na Irlanda do Norte é considerada como estando em risco de ser posteriormente transferida para a União, a menos que se determine que a mercadoria em causa:
– não é objeto de transformação comercial na Irlanda do Norte
– e preenche os critérios estabelecidos pelo Comité Misto para determinar as mercadorias não em risco de serem posteriormente transportadas para a União. O artigo 5.º, n.º 2, do Protocolo prevê uma decisão do Comité Misto que estabelece as condições em que é cumprido qualquer destes requisitos para considerar que as mercadorias não estão em risco de circular da Irlanda do Norte para a União.
3. POSIÇÃO A ADOTAR EM NOME DA UNIÃO
Condições para considerar as mercadorias como «não em risco» de circular para a União
As mercadorias introduzidas na Irlanda do Norte podem ser consideradas «não em risco» de posterior entrada na União se:
• ou não existe qualquer incentivo económico para as transferir para a UE através da Irlanda do Norte devido ao diferencial tarifário aplicável, o que significa que
• para mercadorias provenientes da Grã-Bretanha: a pauta aduaneira é nula
• para as mercadorias provenientes de outros países terceiros: o direito da UE é inferior ou igual ao direito do Reino Unido,
ou se for assegurado que o risco de serem transferidas para a UE é minimizado, nomeadamente porque o importador é reconhecido como comerciante que vende apenas a consumidores finais na Irlanda do Norte («Trusted Trader Scheme»). A aplicação do artigo 5.º, n.º 1, do Protocolo através do Trusted Trader Scheme exige um acompanhamento particularmente diligente por parte da União. A fim de permitir à União reagir se estes regimes se revelarem insuficientemente sólidos, a decisão do Comité Misto prevê garantias processuais que permitem pôr termo à abordagem nela prevista (cláusula de caducidade).
4. BASE JURÍDICA
O artigo 218.º, n.º 9, do Tratado sobre o Funcionamento da União Europeia (TFUE) prevê a adoção de decisões do Conselho que definam «as posições a tomar em nome da União numa instância criada por um acordo, quando essa instância for chamada a adotar atos que produzam efeitos jurídicos, com exceção dos atos que completem ou alterem o quadro institucional do acordo».
A decisão que o Comité Misto é chamado a adotar é um ato que produz efeitos jurídicos. O ato previsto será vinculativo para as partes, em conformidade com o artigo 166.º do Acordo. O ato previsto não completa nem altera o quadro institucional do Acordo.
Por conseguinte, a base jurídica processual da decisão proposta é o artigo 218.º, n.º 9, do TFUE.
5. PUBLICAÇÃO DO ATO PREVISTO
Uma vez que a decisão do Comité Misto diz respeito à aplicação das disposições substantivas do Protocolo, é conveniente publicá-la no Jornal Oficial da União Europeia após a sua adoção.
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2020/0368 (NLE)Proposta de
DECISÃO DO CONSELHO
nos termos do artigo 218.º, n.º 9, do TFUE, sobre a posição da União sobre o projeto de decisão do Comité Misto relativa à determinação das mercadorias não em risco
O CONSELHO DA UNIÃO EUROPEIA,
Tendo em conta o Tratado sobre o Funcionamento da União Europeia, nomeadamente o artigo 218.º, n.º 9,
Tendo em conta a proposta da Comissão Europeia, Considerando o seguinte:
(1) O Acordo sobre a Saída do Reino Unido da Grã-Bretanha e da Irlanda do Norte da União Europeia e da Comunidade Europeia da Energia Atómica («Acordo de Saída») foi celebrado pela União através da Decisão (UE) 2020/135 do Conselho1, de 30 de janeiro de 2020, e entrou em vigor em 1 de fevereiro de 2020.
(2) O artigo 166.º do Acordo de Saída habilita o Comité Misto a adotar decisões relativamente a todas as matérias previstas no Acordo. O Protocolo relativo à Irlanda e à Irlanda do Norte do Acordo de Saída («Protocolo») faz parte integrante desse Acordo.
(3) O artigo 5.º, n.º 1, do Protocolo prevê a aplicação dos direitos aduaneiros aplicáveis no âmbito do direito da União às mercadorias introduzidas na Irlanda do Norte que sejam consideradas em risco de serem posteriormente transportadas para a União. As mercadorias que não estejam em tal risco estão isentas de direitos aduaneiros ou sujeitas aos direitos aduaneiros aplicáveis no Reino Unido.
(4) Nos termos do artigo 5.º, n.º 2, todas as mercadorias introduzidas na Irlanda do Norte devem ser consideradas como estando em risco de serem posteriormente transportadas para a União. Para serem consideradas «não em risco» neste âmbito, as mercadorias introduzidas na Irlanda do Norte não devem ser objeto de transformação comercial nem satisfazer os critérios estabelecidos numa decisão do Comité Misto.
(5) Os critérios aplicáveis às mercadorias não sujeitas a transformação comercial devem igualmente respeitar o facto de, em conformidade com o artigo 6.º do Protocolo, a Irlanda do Norte fazer parte do território aduaneiro do Reino Unido e refletir o compromisso das partes do Protocolo de que a sua aplicação deve ter um impacto tão reduzido quanto possível na vida quotidiana das comunidades da Irlanda e da Irlanda do Norte.
(6) As mercadorias introduzidas na Irlanda do Norte podem ser consideradas como não estando em risco de serem posteriormente transportadas para a União se o diferencial pautal for igual a zero ou se for assegurado que não existe qualquer incentivo para os operadores económicos transferirem mercadorias para a Irlanda do Norte unicamente como escolha da pauta aduaneira aplicável.
(7) Por conseguinte, é conveniente estabelecer a posição a tomar, em nome da União, no âmbito do Comité Misto.
ADOTOU A PRESENTE DECISÃO:
Artigo 1.º
A posição a adotar em nome da União no Comité Misto, criado pelo artigo 164.º do Acordo de Saída, sobre a decisão a tomar nos termos do seu artigo 12.º do Protocolo baseia-se no projeto de decisão do Comité Misto anexo à presente decisão.
Artigo 2.º
A decisão do Comité Misto é publicada no Jornal Oficial da União Europeia.
Artigo 3.º A presente decisão entra em vigor na data da sua adoção.
Feito em Bruxelas, em
Pelo Conselho A Presidente