R
EGIME TRANSFUSIONAL E IMPACTO DATERAPIA QUELANTE DE FERRO NA
TALASSEMIA MAJOR
Monica Veríssimo
O
BJETIVOS DO TERAPIA TRANSFUSIONAL Crescimento normal e atividade física
Hipoxemia crônica
Hiperplasia medular compensatória
hipervolemia alterações ósseas
eritropoese extramedular
Esplenomegalia e hiperesplenismo
Absorção do ferro intestinal
Melhora da função cardíaca
P
ONTOS A SEREM DISCUTIDOS NA TERAPIATRANSFUSIONAL EM TALASSEMIA
Quando iniciar transfusão e quem deve receber ?
Como processar o sangue para que a transfusão seja
efetiva e segura ?
Qual o nível de Hemoglobina ideal pra a transfusão ser
eficiente ?
Quais são as mais graves reações relacionadas a
transfusão?
Pode a necessidade transfusional afetar o sucesso da
quelação?
Q
UANDO INICIAR EQ
UEM TRANSFUNDIR?
Diagnóstico laboratorial confirmado de Talassemia major;
Critérios Laboratoriais:
Hb <7,0 g/dl em duas ocasiões diferentes(intervalo maior que 2 semanas). Excluir todas as outras causas que podem ter
contribuído para queda ;
Critérios Clínicos e Laboratoriais, a saber:
Hb >7,0 g/dl com mudanças faciais, crescimento comprometido ,
fraturas ou hematopoiese extramedular
Nas formas graves a transfusão regular iniciará nos
primeiros dois anos de vida. Nas formas mais leve é possível começar mais tarde, dependendo da queda de Hb ou
complicações
Guidelines for the Clinical Management of Thalassemia.2009 Porter JB. Hemoglobin 2009
P
ROCESSAMENTO DO SANGUE1. Estocagem do sangue:
A hemoglobina é uma proteína que transporta
oxigênio.Durante a estocagem do sangue ocorre a perda progressiva de 2,3 DPG,o que promove o encurtamento da vida média das hemácias e como conseqüência maior
necessidade transfusional. Recomendação:
Concentrado de hemácias estocado em soluções aditivas
- usar até 14 dias da coleta.
Concentrado de hemácias estocado em CPDA- usar tão
fresco quanto possível.
P
ROCESSAMENTO DO SANGUE2. Leucodepleção:
Deve-se reduzir os leucócitos para 5x106 por unidade.
Limite crítico para evitar ou minimizar reações adversos atribuídas a leucócitos.
Prevenir sensibilização para HLA em pacientes que poderão se candidatar ao TMO
Morell A, ZLB Central Laboratory Swiss Red Cross, Bern Switzerland, 2000.Pathogen inactivation of labile blood products
Reações Adversas Agentes causadores
Reação febril não hemolítica Citocinas liberadas por GB;Ac Hla em pacientes
Aloimunização de receptores HLA Antígenos HLA em GB doadores.
Infecções transmitidas por infecção Agentes infecciosos transmitidos por celulas
PROCESSAMENTO DO SANGUE
M
ÉTODOS DE LEUCODEPLEÇÃO1. Filtros pré estocagem -de
escolha
Sangue total coletado com dispositivo que tem um filtro na linha .
Procedimento ocorre até 8 horas da coleta.
Retardar por pouco tempo permite que leucócitos fagocitem bactérias que possam estar na bolsa;
2. Filtração laboratorial ( de
bancada)
Concentrado de hemácias são
preparados a partir de sangue total e então filtrados no banco de
sangue.
Pode ocorrer aumento de reações transfusionais devido a liberação de citocinas oriundas de leucócitos durante estocagem;
Porter J B. Hemoglobin 2009
Guidelines for the Clinical Management of Thalassemia. 2009
N
ÍVEL DE HEMOGLOBINA ÓTIMO XF
REQÜÊNCIA O intervalo transfusional recomendado hoje varia de 2 a 5
semanas com o objetivo de manter Hb pré transfusional de 9-10,5g/dl;
Este regime transfusional permite atividade física normal
,promove crescimento adequado,inibe a atividade
eritropoiética da medula e minimiza o acúmulo de ferro
transfusional. (Cazzola 1996,1997)
Se doença cardíaca ou outras condições como não supressão
da eritropoese ineficaz (massa extramedular
esplenomegalia,etc) deve-se manter Hb pré de 10-11g/dl
A Hb média alvo deve ser de 12g/dl com Hb pós
transfusional de 14-15g/dl
V
OLUME
A
SER
TRANSFUNDIDO
Hematócrito das hemácias de doadores
Au me nto alvo em nivel de He mogl obina 50 % 60% 70% 80% 1 g/dl 4,2 ml/kg 3,5ml/kg 2,8ml/kg 2,6ml/kg 2g/dl 8,4ml/kg 7,0ml/kg 5,6ml/kg 5,2ml/kg 3g/dl 12,6ml/kg 10,5ml/kg 8,4ml/kg 7,8ml/kg 4g/dl 16,8ml/kg 14ml/kg 11,2ml/kg 10,4ml/kg
N
ECESSIDADE TRANSFUSIONAL ANUAL(
ML/
KG)
Quantidade média anual de volume sanguíneo recebida pelo
paciente;
Cálculo : Número de transfusões x vol.recebido
Peso corporal
Saber a necessidade transfusional anual de cada paciente é
fundamental para identificar mudanças que podem corresponder a hiperesplenismo ou presença de hemólise secundária a anticorpos ;
Guidelines for the Clinical Management of Thalassemia.2009
T
RANSFUSÃO E OB
AÇO A necessidade transfusional em pacientes não
esplenectomizados são mais altas que pacientes esplenectomizados( em média 30 %);
Atualmente,com modernos regimes de quelação não se
justifica realizar esplenectomia a menos que as taxas transfusionais chegam a variações não manejáveis,num contexto de baço aumentado.
Em geral a hipertransfusão pode diminuir o tamanho do
baço e diminuir a necessidade transfusional
C
OMPLICAÇÕES TRANSFUSIONAIS:
A
LOIMUNIZAÇÃO O desenvolvimento de um ou mais Ac. eritrocitários
(aloimunização) é uma complicação comum da terapia crônica transfusional ( 3 - 28%);
A prevalência da aloimunização aumenta com retardo do início da
transfusão. Quando menor de 1 ano é ao redor de 7,7%. Se maior de 1 ano é ao redor de 27,9% (1);
Prevenir esta complicação é possível através do monitoramento
dos pacientes com testes que possam detectar os novos Ac.
Ao diagnóstico deve-se realizar tipagem completa e
Fenotipagem ABO ,Rh (D),C , E, Kell e demais antígenos imunogênicos.
A
LOIMUNIZAÇÃO
Programa de hipertransfusão : Transfusão de Hemácias
Fenotipadas para ABO, Rh(D),C,E ,Kell – mínimo;
Antes de cada transfusão realizar testes de compatibilidade
completa e pesquisa de anticorpos eritrocitários;
Se novos Ac aparecerem - identificação mandatória para
evitar reações hemolíticas futuras;
Relato completo de tipagem eritrocitária , fenótipo, Ac e
reações transfusionais devem ser mantidos para cada paciente;
Guidelines for the Clinical Management of Thalassemia.2009 Spanos T . Vox sanguinis .1990
T
RANSMISSÃO DE AGENTES INFECCIOSOS Infecções a partir de vírus,bactérias e parasitas são
grande risco para transfusão de sangue;
Novos agentes continuam a emergir como Doença de
Creutzfeldt-Jakob e virus West Nyle.
Avanços tecnológicos que estão disponíveis e estratégias
específicas para seleção de doadores e triagem de produtos podem influenciar a prevalência de agentes infecciosos na população de doadores;
Futuras estratégias envolvem pré tratamento de
hemácias para eliminar agentes conhecidos ou desconhecidos
I
MPACTO DA TRANSFUSÃO NO BALANÇO DE FERRO O peso do paciente, a quantidade de sangue transfundido, o
volume das bolsas , o hematócrito são informações-chave que devem originar um relato para o calculo da taxa de
acúmulo de ferro e consequente/e calcular a dose apropriada do quelante de ferro.
Carga de ferro transfusional anual :
Necessidade transfusional anual x média Ht x 1,08mg Fe por ml de hemácias puras.
Carga transfusional de ferro diária é dividir valor acima por
365 dias
Sabe-se que a média da carga de ferro transfusional em
pacientes com talassemia é 0,40mg/kg/d. (1)
C
ONCLUSÃO
O regime transfusional adequado e individualizado deve ser
preconizado para cada paciente de forma a inibir a eritropoese ineficaz, corrigir a anemia e reduzir a absorção de ferro
intestinal;
Hemoglobina pré variando de 9,0 – 10g/dl e pos no máximo
de 14-15g/dl;
Concentrado de hemácias fenotipado e deleucotizado ;
Reações transfusionais devem ser detectadas precocemente e
podem, ser prevenidas ;
Verificar o rendimento transfusional pois se reduzido pensar
em hemólise por Ac ou hiperesplenismo;
A sobrecarga de ferro é dependente da necessidade
S
OBRECARGA DEF
ERRO E COMPROMETIMENTO ORGÂNICO 100% 30% Normal: sem produção de NTBI Sobrecarga de ferro Subsequente formação de NTBI/LPI no plasma Saturação de transferrina• Transfusões de sangue frequentes, ou
• Eritropoese ineficaz levando a um aumento da absorção do ferro
Fe Fe Fe Fe Fe Fe Fe Toxicidade do ferro nos órgãos Hipófise Paratireoide Tireoide Coração Fígado Pâncreas Gonadas T ransf err in s atu rati on %
F
ERRITINAS
ÉRICA ER
ISCO DES
OBRECARGA DEF
ERRO Serum ferritin < 2,500 μg/L on > 2/3 of occasions Surv iv a l pr o ba bility 0 5 10 15 0 0.25 0.50 0.75 1.00 Serum ferritin > 2,500 μg/L on > 1/3 of occasions Years of follow-upMaintenance of lower serum ferritin levels is a positive indicator of survival
at UCLH (unpublished data)
Mudanças na ferritina refletem mudanças no LIC ;
Avaliação seqüencial da ferritina fornece um bom
índex de quelação 1.
Manutenção de ferritina <2500ug/l significantemente
correlaciona-se com sobrevida livre de doença
cardíaca 2-5.
1.Olivieri NF, et al. N Engl J Med. 1994;331:574-8. 2. Gabutti V, Piga A. Acta Haematol. 1996;95:26-36. 3. Telfer PT, et al. Br J Haematol. 2000;110:971-7. 4. Davis BA, et al. Blood. 2004;104:263-9. 5. Borgna-Pignatti C, et al. Haematologica. 2004;89:1187-93
Variável
Normal
Sobrecarga de Ferro
Leve
Moderada
Grave
Ferritina
(ng/mL)< 300
≥ 300 a
< 1000
≥ 1000 a
< 2500
≥ 2500
CHF
(mg Fe/g ps)< 3
3 a 7
>7 a <15
≥ 15
T2*
(ms)≥ 20
≥ 14 a
< 20
≥ 8 a
< 14
< 8
Fibrose, Cirrose Hepática, Diabetis Mellitus, Miocardiopatia, etc
Doença Cardíaca e Morte Precoce
CHF=concentração hepática de ferro
Q
UELAÇÃO
DE
FERRO
:
Desferoxamina (Desferal) Deferiprone (Ferriprox) Deferasirox (Exjade)
biodisponibilidade oral ruim e vida média plasmática encurtada
Administração inconveniente
Adesão inadequada levando ao aumento
de mortalidade1
Reações locais com dor
Equipamento não disponível em muitos
países
L
IMITAÇÕES
DA
T
ERAPIA
COM
DFO
Infusão SC lenta 3–7 x por semana
Sobrevida em pacientes
talassêmicos em uso de DFO
T2* MRI: A
VALIAÇÃO DE SOBRECARGA DE FERRO CARDÍACOAnderson LJ et al. Eur Heart J 2001;22:2171–2179, Oxford University Press, with permission
F raçã o d e ejeção v en tr icu lar esq u erd a (% ) 0 50 70 40 30 20 10 60 80 90 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 T2* cardíaco (ms) T2* cardíaco : 37 ms em um coração normal T2* cardíaco : 4 ms em um coração com sobrecarga grave de ferro
Perda de correlação entre Ferro
Hepático e Ferro Cardíaco
Liver Liver
N
ÃO
HÁ
CORRELAÇÃO
ENTRE
FERRITINA
E
T2*
CARDÍACO
EM
PACIENTES
PORTADORES
DE
T
ALASSEMIA
M
AJOR
R
ELAÇÃO
ENTRE
T2*
CARDÍACO
E
DESENVOLVIMENTO
DE
FALÊNCIA
CARDÍACA
Kirk P, et al. J Cardiovasc Magn Reson. 2009;11( Suppl 1):o2.
0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0 30 60 90 120 150 180 210 240 270 300 330 360 Propo rç ão d e pac ientes des env ol v endo in suficiencia ca rdíac a (% )
Tempo de seguimento (dias)
< 6 ms
6–8 ms
8–10 ms
E
STUDOP
ROSPECTIVODFO
XDFP
Pennell DJ Berdoukas V et al Blood on line dez.2005 12 13 14 15 16 17 18
Baseline 6 months 12 months
My o c a r d ia l T 2 * (m s ) Cardiac Iron p= 0.77 p= 0.040 p= 0.023 65 67 69 71 73 75
Baseline 6 months 12 months
L V Ej e c ti o n F r a c ti o n (% ) Cardiac Function p= 0.34 p= 0.074 p= 0.0034 DFP DFO DFP DFO
DEFERIPRONE :
EFEITOS ADVERSOS
Sintomas
gastrointestinais; Artropatias;
Elevação transitória das enzimas hepáticas ; Def. de zinco ; Fibrose hepática ; Neutropenia e Agranulocitose (0,5 a 3,8%) ;
Tanner MA, Galanello R, Dessì C et al Circulation 2007
D
EFERASIROX
EM
Β
-
THALASSEMIA
INDUZ
MUDANÇAS
NA
SOBRECARGA
DE
FERRO
QUE
SÃO
DOSE
DEPENDENTE
:
Study 107 Deferasirox 5 10 20 30 Doses (mg/kg/day) Deferasirox 5 10 20 30 Doses (mg/kg/day) Deferasirox (n=296) Deferasirox (n=268) DFO <25 25–35 35–50 ≥50 DFO <25 25–35 35–50 ≥50 DFO (n=290) DFO (n=273) -20 -15 -10 -5 0 5 10 M ean ± S D c h ange in LI C (m g Fe/g d w) -3000 -2500 -2000 -1500 -1000 -500 0 500 1000 1500 2000 2500 M e an ± S D c h an ge in ser u m fer ri tin (μ g/ L)Porter JB, et al. Blood. 2008;112:[abstract 5423].
E
XPERIÊNCIA COM FERRITINA SÉRICA< 1,000
ΜG/L
174 pacientes adultos e pediatricos (dos 474 no total) foram quelados para ferritina sérica < 1,000 μg/L
% de pacientes que atingem ferritina sérica < 1,000 µg/L
Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5
A incidência de eventos adversos relacionados a droga não parecem aumentar durante o período após ferritina sérica diminuir para <1000ug/L
PERFIL DE EVENTOS
ADVERSOS POR TODO TEMPO DE USO DEDFX
EM PACIENTES COMT
ALASSEMIA MAJORCappellini MD, et al. Blood. 2011;118:884-93.
Paci ent es (% ) Eventos adversos 10 8 6 4 2 0 9 7 5 3 1 Aumento de Creatinina sérica Dor abdominal
Nausea Eritema Vomitos Diarrea Ano 1 (n = 296) Ano 2 (n = 282) Ano 3 (n = 234) Ano 4 (n = 213) Ano 5 (n = 196)
S
EGUIMENTO DE5
ANOS DE USO DEDFX M
UDANÇAS NA FERRITINA SÉRICA(n) (422) (433) (375) (343) (286) (253) (244) (220) (154)
Cappellini MD, et al. Blood. 2008;112:[abstract 5411]. Estudos 105–108: dados de 4.5 anos
3,000 2,500 2,000 1,500 1,000 500 0 Tempo (meses) Ferr itina Sérica M edia na ( μ g /L) Do se M ed ia de de fera sir o x ( m g /k g /dia ) 30 25 20 15 10 5 0 Dose de DFX Ferritina Sérica Basal 3 6 9 12 15 18 21 24 27 30 33 36 39 42 45 48 51 54
Dose média diaria atual de DFX:
22.1 ± 6.4 mg/kg/dia (variando de 6–37)
N = 472 basal
Estudo principal (DFO)
Pacientes, n
< 10 ms 24 24 24 24
10–< 20 ms 47 47 47 44
Todos 71 71 71 68
Redução de ferro cardíaco com DFX: Melhora
continuada em T2* cardíaco
Pennell D, et al. Haematologica. 2012 Jan 22. [Epub ahead of print]. CI = intervalo d e confiança; .
†p = 0.0012 versus basal; ‡p < 0.001 versus basal
Linha pontilhada indica T2*cardíaco normal ≥ 20 ms
10.5‡ 7.7 8.6 † 9.4‡ 15.0 17.7‡ 20.3‡ 22.3‡ Basal 12 24 36 Tempo ( meses) M édi a g eo m étri ca T2 * ± 9 5 % C I (m s) > 5–< 10 ms 10–< 20 ms Todos os pacientes 0 5 10 20 30 15 25 17.1‡ 15.6‡ 13.9‡ 12.0
C
ONCLUSÃO
A sobrecarga de ferro secundária à transfusão de sangue
promove injuria tecidual em vários órgãos como coração ,pâncreas, fígado, gônadas, rins;
O regime de quelação de ferro visa prevenir estas injurias que
apresentam liberação de radicais livres e deve ser iniciado precocemente;
A terapia quelante deve ser individualizada e temos tres
quelantes disponíveis no Brasil. Cada um deles tem sua
indicação baseada nos vários parâmetros disponíveis para o monitoramento da sobrecarga de ferro;
B
IBLIOGRAFIA
1-Cappellini MD, Cohen A, Eleftheriou A, et al.Guidelines for the Clinical
Management of Thalassemia.Nicosia, Cyprus: Thalassaemia International
Federation; 2009;
2-Kirk P, Roughton M, Porter JB, et al. Cardiac T2*
magnetic resonance for prediction of cardiac complications in thalassemia major. Circulation.2009;120(20):1961-1968
3-Galanello R and Origa R. Beta –Thalassaemia. Orphanet Journal of Rare Diseases 2010 5:11;
4-Rachmilewitz EA, Giardina PJ. How I treat thalassemia. Blood. 2011;118(13):3479-3488.
5-Hoffbrand VA,Taher A, Cappellini MD, How I treat Iron overload. Blood 2012;120:3657-3669.