Versão Oficial
Altemar Dutra
Altemar Dutra
Altemar Dutra
Altemar Dutra
EF95
E S T Ú D I O F - programa número 95
Á U D I O T E X T O
Música-tema entra e fica em BG;
Locutor - A Rádio Nacional apresenta ESTUDIO F,
Momentos Musicais da Funarte
Apresentação de Paulo César Soares
Paulo César: - De músico autodidata no interior do Espírito Santo, ele se tornou crooner de boate no Rio de Janeiro. Era apenas o começo da estrada para aquele que se tornaria um ícone do bolero, não só no Brasil e na América Latina, mas também entre o público latino residente nos Estados Unidos.
Entra “O Trovador” (MP3) fica brevemente e cai em BG.
Paulo César: - Das Américas para o Estúdio F, o trovador Altemar Dutra é o destaque da Série Intérpretes.
Paulo César: - Altemar Dutra de Oliveira nasceu no dia 6 de outubro de 1940 em Aimorés, no estado de Minas Gerais. Ainda pequeno, mudou-se com a família para Colatina no Espírito Santo. Nessa época, ganhou da mãe um violão, que aprendeu a tocar sozinho. Já dominando o instrumento, estreou num programa de calouros da Rádio Difusora de Colatina. No seu repertório de menino, havia músicas de Francisco Alves. Ao longo da carreira, Altemar voltaria a reverenciar seu ídolo, gravando canções que foram sucessos do Rei da Voz como, por exemplo, a música “Malandrinha”, de Freire Júnior.
Entra “Malandrinha” e rola inteira.
Paulo César: - A vitória no programa de calouros na Rádio Difusora de Colatina transformou Altermar Dutra em sucesso na cidade. Incentivado por isso, ele foi para o Rio de Janeiro com apenas 17 anos tentar a sorte na carreira artística. No bolso, trazia uma carta de apresentação para o compositor Jair Amorim, que, percebendo o seu talento, apresentou-o a vários amigos do meio musical. Assim, Altemar conseguiu se apresentar na boate Baccarat. Como ainda era menor de idade, teve várias vezes que se esconder do Juizado de Menores, mas nada que abalasse sua força como crooner nas noites cariocas.
Paulo César: - Na boate Baccarat, o talento de Altemar Dutra chamou a atenção da cantora Helena de Lima, que o convidou para se apresentar na boate O Cangaceiro, uma das mais famosas do Rio de Janeiro entre 1960 e 1965. Nesta vitrine, o cantor fez amizade com várias pessoas do meio artístico, mas foi Joãozinho, membro do Trio Iraquitã, quem o levou para a Odeon em 1963. Na gravadora, Altemar lançou com sucesso o seu primeiro disco, no qual se destaca a faixa "Tudo de mim", um bolero de autoria da dupla Evaldo Gouveia e Jair Amorim.
Entra “Tudo de Mim” (MP3) e rola inteira.
Paulo César: - A partir da música “Tudo de Mim”, Altemar Dutra passou a ser sempre requisitado por Evaldo Gouveia e Jair Amorim, tornando-se uma espécie de intérprete ideal da dupla. Deles, gravou boleros que se tornaram clássicos como “Que Queres Tu de Mim?”. Ao lado de “Serenata da Chuva”, este foi o grande sucesso do cantor em 1964.
Entra “Que queres tu de mim?” e rola inteira.
Paulo César: - No próximo bloco, Altemar Dutra faz escola, canta as brigas de Amor e conquista a América.
Locutor: - Estamos apresentando Estúdio F, Momentos Musicais da Funarte.
I N T E R V A L O
• Insert Chamada Funarte
Bloco 2
Bloco 2
Bloco 2
Bloco 2
Locutor: - Continuamos com Estúdio F
Entra “O Trovador” (MP3), cai em BG e permanece brevemente durante a fala de Paulo César.
Paulo César: - Em 1965, Altemar Dutra lançou o LP "Sentimental demais", cuja faixa título traduz o sentimentalismo exacerbado que marcou também o estilo de outros cantores da época como Anísio Silva e Orlando Dias. Segundo o especialista em MPB Rodrigo Faour, esses artistas surgiram impulsionados pelo sucesso dos sambas-canções dramáticos de Adelino Moreira que fizeram muito sucesso na voz de Nelson Gonçalves no começo dos anos 50. Normalmente versando sobre questões amorosas, esse tipo de canção passou a fixar-se como um gênero, que até hoje tem seguidores no cenário musical, tais como: Agnaldo Timóteo, Nelson Ned, Odair José, Fernando Mendes, José Augusto, Elymar Santos e as duplas sertanejas dos anos 90.
Entra “Sentimental Demais” e rola inteira.
Paulo César: - Além da faixa título, outro sucesso marcante de Altemar Dutra presente no LP “Sentimental Demais” é a música “O Trovador”, que lhe valeu a denominação pela qual, ainda hoje, o cantor é carinhosamente chamado por seus eternos fãs. Em 1966, ano seguinte a esses dois sucessos, Altemar lançou outro clássico do sambolero composto por Evaldo Gouveia e Jair Amorim. Trata-se de “Brigas”, música pela qual o cantor disse em um programa da Rede Globo que gostaria de ser lembrado.
Paulo César: - Depois de um sucesso atrás do outro, a carreira de Altemar Dutra ultrapassou as fronteiras nacionais e se espalhou por toda a América Latina. Em meados da década de 60, as versões dos seus sucessos em espanhol chegaram a vender 500 mil cópias no continente, dando-lhe prestígio e fazendo com que gravasse com Lucho Gatica, um dos maiores ícones do bolero.
Entra medley “Sinceridad”, “Contigo em la distancia” e “Historia de un amor” (MP3) e rola inteiro.
Paulo César: - Da América Latina, Altemar Dutra partiu em 1969 para o mercado de música latino-americana dos Estados Unidos. Lá, obteve vários sucessos e se tornou um dos mais famosos cantores latinos. Nessa época, lançou o LP "O Trovador das Américas", no qual, entre as diversas músicas em espanhol, há faixas em português como "Ébrio de amor", de Romancito Gomes e Palmeira.
Paulo César: - No próximo bloco, Altemar Dutra aposta em novos compositores e emplaca mais um grande sucesso antes de sair de cena precocemente.
Locutor: - Estamos apresentando Estúdio F, Momentos Musicais da Funarte.
I N T E R V A L O
• Insert Chamada Funarte
Bloco 3
Bloco 3
Bloco 3
Bloco 3
Locutor: - Continuamos com Estúdio F
Entra “O Trovador” (MP3), cai em BG e permanece brevemente durante a fala de Paulo César.
Paulo César: - Altemar Dutra começou a década de 70 embalado pela repercussão de “Bloco da Solidão”, mais uma composição de Evaldo Gouvêa e Jair Amorim que se tornou um clássico em sua voz. Outro destaque na carreira do cantor nessa fase é o LP “Sempre Romântico”. Lançado em 1977, esse disco traz canções como “Olhinhos de Menino” de Luiz Vieira e “Um Jeito Estúpido de Amar”, de Isolda e Milton Carlos, que virou sucesso na voz de Roberto Carlos. Em contrapartida, um grande sucesso do Rei também composto por Isolda que ganhou uma bela gravação de Altemar Dutra foi “Outra Vez”.
Entra “Outra Vez” e rola inteira.
Paulo César: - No começo da década de 80, Altemar Dutra mantém a sua linha romântica, mas diversifica seu rol de compositores. Passaram a figurar em seus discos nomes de então jovens artistas como Beto Guedes, Gonzaguinha, Joanna, Ronaldo Bastos e Oswaldo Montenegro, de quem ele gravou o sucesso “Bandolins”.
Entra “Bandolins” e rola inteira.
Paulo César: - Outro compositor importante na carreira de Altemar Dutra foi Tito Madi, de quem gravou várias composições, entre elas “Escuta”. Esta música está entre seus sucessos ao lado de “Meu Velho”, versão que é considerada umas das mais belas canções que falam da figura paterna.
Paulo César: - No dia 9 de novembro de 1983, Altemar Dutra morreu vitimado por um derrame cerebral durante um show em Nova York, cidade onde possuía um público cativo desde o começo dos anos 70. Dois anos antes dessa saída de cena precoce aos 43 anos de idade, o cantor estourou com o sucesso “Eu nunca mais vou te esquecer”, de Moacir Franco.
Entra “Eu nunca mais vou te esquecer” e rola inteira.
Paulo César: - Altemar Dutra foi casado com a também cantora de boleros Marta Mendonça e teve dois filhos: Deusa Dutra e Altemar Dutra Jr, ambos profundos conhecedores da obra do pai. Após sua morte, diversos nomes importantes da MPB gravaram canções imortalizadas pela interpretação única de Altemar Dutra que ninguém nunca mais vai esquecer por toda vida.
Entra música-tema do Estúdio F e fica em BG;
Paulo César: - O programa de hoje foi roteirizado pelo jornalista Cláudio Felicio. O Estúdio F é apresentado toda semana pela Rádio Nacional do Rio de Janeiro e nas Rádios Nacional de Brasília e da Amazônia, emissoras EBC - Empresa Brasil de Comunicações. Os programas da série também são uma das atrações do Canal Funarte. Acessem a nossa rádio virtual. O endereço é www.funarte.gov.br/canalfunarte. Cultura ao alcance de um clique! Você também pode ouvir o programa pelo site da EBC: www.ebc.com.br. Quem quiser pode escrever para nós, o endereço é: Praça Mauá número 7 - 21 andar, Rio de janeiro - CEP/ 20081-240
Se quiser mandar um e-mail, anota aí: estudiof@ebc.com.br
Paulo César: - Valeu Pessoal! Até a próxima!!!
