• Nenhum resultado encontrado

Martin Freeman - Como Interpretar Seu Mapa Astral

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Martin Freeman - Como Interpretar Seu Mapa Astral"

Copied!
133
0
0

Texto

(1)

« o n • t l â *

*

- ( o ° ) - . fei, f " % eagjraQtg f t t • n -* « % * * 1

c o m o y s j U E E i m

SEU MAiz\ A S T R A !

Um guia conciso das técnicas básicas

de

análise e interpretação do mapa astral.

2» EDIÇÃO

: '

EDITORA NOVA FRONTEIRA

(2)

Martin Freeman

COMO INTERPRETAR

SEU MAPA ASTRAL

Tradução de

MARIA DA CONCEIÇÃO PENAFORT QUEIRÓS

CLÁUDIA LAMARÃO DO NASCIMENTO

1988

EDITORA NOVA FRONTEIRA

(3)

SUMÁRIO

Introdução 7 Capítulos 1. O Horóscopo 11 2. Abordagens à Interpretação 15 3. Os Planetas 19 4. Os Signos 34

5. Mais sobre os Signos 54

(5. As Casas 63 7. Planetas nos Signos e nas Casas 73

8. Os Aspectos 102

P. Miscelânea 126

10. Palavras Finais 131

Lista de palavras-chave

(4)

INTRODUÇÃO

E

m minha experiência no ensino da astrologia a alunos de todos os níveis, uma questão que é sempre levantada refere-se à arte da síntese. Analisar um horóscopo não é muito difícil. O aprendiz prova-velmente usa primeiro uma série de manuais para obter uma inter-pretação precisa de cada colocação no mapa e, então, à medida que ele ou ela for aprendendo gradualmente os princípios, cada interpre-tação isolada pode ser dada a partir do conhecimento pessoal. Mas o próximo passo, da análise à síntese, muitas vezes parece enorme, como se um vasto abismo se estendesse pelo caminho. O aluno pode se sentir frustrado e incapaz, e desejar um par de botas-de-sete-léguas para ajudá-lo a vencer o obstáculo.

A análise do mapa fornece as peças do quebra-cabeça; a síntese possibilita a união destas peças a fim de que se encaixem perfeita-mente, deixando ver um quadro coerente, interessante e útil. Espero que este livro torne mais fácil ao estudante caminhar em direção à arte da síntese. Parte de uma série, este volume condensa algumas das mi-nhas visões pessoais sobre a interpretação astrológica, reunidas de-pois de muitos anos de estudo sobre o assunto e de trabalho como consultor astrológico. Também reflete algo do que aprendi ao lecio-nar, e espero que este ato de partilhar seja uma contribuição positiva para o incremento do legítimo conhecimento astrológico.

Não é um livro extenso e, como tal, é limitado em seu alcance, mas representa um volume atualizado e prático sobre a interpretação do mapa astral que será valioso na biblioteca de qualquer astrólogo. Suas metas são relativamente simples. Qualquer pessoa que tenha um mapa astral bem configurado e que haja assimilado o que este livro contém deve ser capaz não só de realizar uma interpretação básica 7

(5)

dele, abrangendo todos os símbolos normalmente usados, como tam-bém de voltar-se para uma síntese do seu significado, uma compreen-são mais profunda do que está por trás das interpretações convencio-nais do manual.

Porém, nenhum livro sozinho — muito menos um deste tamanho — pode fornecer todas as respostas à interpretação astrológica — e a arte da síntese é uma habilidade que não pode ser alcançada imediata-mente através do estudo específico ou pelo aprendizado de certas fór-mulas. Ela cresce com a experiência e a maturidade -— mas há certas atitudes mentais, sugestões e caminhos, que levarão mais rapida-mente àquela direção. São estas propostas que este livro espera indi-car, dando palpites aqui, esclarecendo ali e, onde possível, apresen-tando uma informação astrológica padrão de forma sintética, em vez de fragmentada.

Meu único interesse na astrologia é utilizá-la como instrumento para a autocompreensão e o desenvolvimento psicológico. O mapa mostra, potencialmente, todos os tipos de caráter à disposição do in-divíduo. Nem todos, porém, parecem ser conscientes e há diversas formas de utilizar esse material, mas o estudo e a compreensão do que o mapa representa ajudarão sempre qualquer pessoa a conhecer-se melhor. Pode ajudar a trazer à consciência o que está inconsciente e, à medida que este processo se desenvolve, o indivíduo começará a revelar sua própria realidade, aprendendo a aceitar que ele é o que é, e descobrindo como usar seu potencial de maneira eficaz. A leitura de mapa mais importante feita por qualquer astrólogo será sempre a sua própria e será sempre a mais longa, durando toda uma vida.

Não acredito que a astrologia funcione porque um complexo de raios cósmicos se imprima na cabeça de um bebê assim que ele vem ao mundo, criando um modelo de caráter e desenvolvimento vital. Talvez quando a pesquisa científica voltar-se adequadamente à para-ciência, serão descobertas forças sutis que poderão mostrar que há uma resposta desta natureza, mas no momento não estamos prepara-dos para entendê-la em tal nível, se é que ela existe. Minha própria compreensão da astrologia cai na áréa do simbolismo holístico — o princípio da sincronicidade de C. G.Jung é a maneira mais satisfatória de explicá-lo. O que quer que aconteça num momento do tempo leva em conta a qualidade daquele momento. Se pudermos entender o significado simbólico do modo pelo qual os céus estavam configura-dos num determinado momento, então poderemos entender poten-8

(6)

cialmente o significado do que quer que haja acontecido naquele mo-mento — e um dos mais complexos de todos os acontecimo-mentos é o início da vida de um ser humano.

Muitos astrólogos (inclusive eu mesmo) acreditam na reencarna-ção. Embora possa não ser uma crença aceitável por todos, ela merece consideração pois os dois assuntos se adaptam bem um ao outro. Se a alma é essa constante unidade imortal dentro de cada indivíduo, en-tão cada vida é apenas uma pequena parte de um processo muito maior. Acredita-se que nas vidas passadas a alma experimentou mui-tas coisas, desenvolveu cermui-tas habilidades e, sem dúvida, cometeu al-guns erros. Esta alma é mais antiga e mais sábia do que uma pessoa pode ser numa só vida e graças a esta sabedoria lhe é dito para esco-lher a próxima vida a ser vivida. Então, se esse é o caso, cada pessoa escolhe, na verdade, o meio social e econômico para nascer, o sexo, os pais, as características herdadas e o momento do nascimento, esco-lhendo assim também o mapa como um potencial para aquela vida. (Isto é válido para um nascimento natural, mas há discussão no caso de nascimentos induzidos. Ou a carta não é tão escolhida ou a alma decidiu-se por uma vida com a complicação adicional de uma in-dução.)

A crença na reencarnação encoraja atitudes muito mais tolerantes para com o próximo, pois é difícil julgar se uma pessoa está fazendo um bom trabalho numa vida difícil ou uma confusão numa vida tran-qüila. Além disso, o destino e o livre-arbítrio são colocados de algum modo em proporção — a alma escolhe a vida (destino), mas aquela vida pode se desdobrar em muitas formas diferentes (livre-arbítrio). Por exemplo, numa carta fortemente sagitariana, o indivíduo pode es-tar destinado a não ser nada canceriano, mas ele tem livre-arbítrio no modo pelo qual expressa suas qualidades sagitarianas.

Qualquer estudo sério de astrologia, que pretenda não permane-cer superficial, lançará muito rápido o aluno em domínios profunda-mente filosóficos e misteriosos, mas o assunto sempre permanece fir-memente baseado na realidade da estrutura do sistema solar. Assim, a astrologia tem a posição singular de ser uma ponte entre o técnico e o simbólico, entre a realidade concreta e a não-racional, e, finalmente, talvez entre a ciência e a religião. É um assunto antiqüíssimo, que pode ter tido seus altos e baixos na história, mas é algo que decidida-mente nega-se a desaparecer.

Assim, a astrologia está bem plantada na consciência da raça hu-9

(7)

mana e profundamente enraizada no inconsciente coletivo — e, para continuar com a terminologia jungiana, adquire a qualidade de um arquétipo. O estudo da astrologia nos possibilita fazer contato com este antigo depósito de energia e conhecimento em muitos níveis, al-guns conscientes, outros inconscientes. Ao ler um horóscopo no jor-nal, uma pessoa toca-o sem saber, mas o aluno sério, numa jornada astrológica mais longa, poderá pesquisar profundamente esta fonte, e descobrirá muitos tesouros de valor inestimável.

>

(8)

1

O HORÓSCOPO

/

E

importante que o astrólogo entenda a realidade do horóscopo ou mapa astral, pois este é o ponto concreto onde começa a interpre-tação, o alicerce da ponte que vai unir o vão entre a ciência e a astrono-mia de um lado e as suscetibilidades da compreensão humana de ou-tro. O horóscopo de um indivíduo é apenas um mapa dos céus, for-mado num determinado momento do tempo — aquele momento no qual a pessoa respirou pela primeira vez e começou sua vida fisioló-gica independente da mãe. O mapa é desenhado com a Terra no cen-tro, tendo o Sol, aLua e os planetas situados no céu em relação à Terra. Fica mais fácil compreendermos o que é exatamente um horós-copo — e o lugar que nosso sistema solar ocupa na vastidão do espaço — se primeiro nos imaginarmos sendo uma nave interplanetária ao

longe, nos confins do universo. Espalhadas na infinita distância flu-tuam galáxias, espirais de estrelas aglomeradas, suspensas no espaço como uma partícula de poeira num raio de sol que brilha numa sala deserta. Se guiarmos a nave em direção àquela galáxia, que afinal é a nossa, podemos focalizar nossa atenção numa determinada estrela, não especialmente grande e localizada próximo à margem do agrupa-mento. Aquela estrela é o nosso Sol, e à medida que nós nos aproxi-mamos dela vemos que tem satélites próprios, girando à sua volta em movimento equilibrado, atraídos por seu campo de gravidade. Os sa-télites são os planetas, e movimentam-se de tal modo que, se obser-vássemos lateralmente, veríamos as linhas de suas órbitas como um disco, fino e achatado. Visto de cima, nosso sistema solar parece algo como a Figura 1 — sem escala e livre de irregularidades. Assim, vistos da Terra, o Sol, a Lua e os planetas parecem viajar na mesma órbita, como se ao longo do aro de uma roda-gigante em volta da Terra. Em

(9)

termos muito simples, o sistema solar é um fenômeno bidimensional, achatado, assim refletido em nosso horóscopo ou mapa.

Figura 1. Diagrama esquematizado do sistema solar (tal como no nascimento do Príncipe Charles)

Os signos do zodíaco, tais como usados no zodíaco tropical, são ape-nas doze divisões, cada uma com 30" ao longo daquela órbita ovalada dos planetas em volta da Terra. Eles não correspondem exatamente às constelações do mesmo nome, mas são medidos a partir do Primeiro Ponto de Áries — um ponto astronômico no espaço, usado igual-mente por astrônomos, navegadores e astrólogos. Assim, nossa repre-sentação do sistema solar na Figura 1 apareceria no horóscopo como a Figura 2 (as posições usadas são as do nascimento do Príncipe Charles).

O sistema solar está em constante movimento. A Lua circunda a Terra a cada 27 dias e 1/3, enquanto a Terra e os outros planetas cir-cundam o Sol em períodos diversos. Assim, no horóscopo, o Sol visto 12

(10)

Figura 2. Horóscopo simplificado ou mapa dos céus (como no nascimento do Príncipe Charles)

da Terra parece circundar todo o zodíaco num ano — cerca de um mês por signo. A Lua leva dois ou três dias para passar por um signo, enquanto os planetas longínquos, Urano, Netuno e Plutão, podem le-var entre 7 e 32 anos por signo. Por isso, o horóscopo está em cons-tante mutação assim como os planetas, vistos da Terra, viajam através dos signos às suas diferentes velocidades estabelecidas.

Há ainda um segundo movimento no horóscopo, causado pela ro-tação da Terra. Imagine um dia no começo da primavera.* O Sol é visto, da Terra, no signo de Áries. Na madrugada daquele dia — ama-nhecer —, o Sol, e aquela parte da roda do zodíaco conhecida como Aries, aparecem por sobre o horizonte oriental. Ao meio-dia, o Sol e Áries estão em algum ponto alto do céu e uma outra parte do zodíaco, *No Hemisfério Norte, o início da primavera coincide com a entrada do Sol em Áries.

(N. da T.)

(11)

provavelmente Câncer, está subindo no horizonte. Ao anoitecer, Áries também se põe no horizonte ocidental e o signo oposto (Libra) estará subindo no leste. Na madrugada do dia seguinte, o Sol e Áries nova-mente parecem subir, mas o Sol moveu-se uma pequena distância (cerca de um grau) através do signo. Os outros planetas e a Lua tam-bém terão se movimentado distâncias diferentes através do zodíaco.

O Ascendente é um aspecto importante do horóscopo, tanto na in-terpretação quanto por ser o ponto a partir do qual são contadas as doze casas. Será analisado detalhadamente mais adiante neste livro. Mas neste estágio apenas é relevante saber que há sempre dois-movi-mentos acontecendo dentro do horóscopo — os planetas através dos signos e a aparente rotação diária em volta da Terra.

(12)

2

ABORDAGENS À INTERPRETAÇÃO

U

ma vez dominados os cálculos básicos*, o aluno sério geralmente considera a profunda interpretação do horóscopo como a carac-terística mais difícil da astrologia. O mapa astral apresenta uma massa de informação — muito ampla, paradoxal, complexa e muitas vezes conflitante. É realmente uma tarefa ousada, tanto analisar quanto sin-tetizar estes dados, a fim de que a leitura de um caráter possa ser apre-sentada a uma pessoa de maneira tanto útil quanto compreensível. Mas se o mapa astral deve refletir de forma autêntica a complexidade que possui um ser humano, então a informação que ele dá e sua inter-pretação têm de ser um processo complicado. Entretanto, podemos abordar o assunto de modo simples e metódico e isto nos ajudará a descobrir um caminho fácil através do labirinto.

Estes são os quatro ingredientes básicos do mapa:

Os Planetas

Princípios básicos de experiência ou energias de vida. Todos os planetas aparecem no mapa de cada um de nós, mas se manifestam de modos diferentes e com forças variáveis.

Os Signos

Estilos ou modos de expressão. Estas são as lentes através das quais as energias planetárias se filtram e brilham, adquirindo sombras e in-tensidades variáveis. Todos os signos estão em cada mapa, mas com diferentes graus de importância.

* Estes são tratados num outro livro desta série, Natal Charting, de John Filbey.

(13)

As Casas

Campos de atividade ou áreas de experiência. As casas cobrem tudo aquilo que se relaciona com a vida, mas cada casa adquire níveis diferentes de importância em mapas diferentes.

Os Aspectos

Forças que se unem entre os planetas. Os aspectos criam uma es-trutura dinâmica dentro do mapa.

Assim, cada unidade de interpretação é apenas uma energia plane-tária se manifestando através de um signo em particular, enfocando os assuntos da casa na qual está colocada e unindo-se ao resto do mapa pela posição.

Há dez planetas (os astrólogos compreendem que o Sol e a Lua não são planetas no sentido astronômico, mas assim se referem a eles por conveniência) e há doze signos e casas onde eles podem estar coloca-dos. Assim, as várias combinações são incontáveis, mesmo antes de serem consideradas as inúmeras possibilidades de posição. Há ma-neiras alternativas de abordar a interpretação destes dados, e cada pessoa tende a desenvolver uma abordagem que lhe sirva especifica-mente e usa suas habilidades de uma forma apropriada e satisfatória. Mas eu advirto cada aluno para iniciar-se com um sistema metódico, usando palavras-chave para os ingredientes astrológicos básicos. Al-guns tipos de pessoas podem desenvolver facilmente e aperfeiçoar o sistema de palavras-chave, de modo que ele se transforme num.artifí-cio de interpretação eficiente, em sintonia com o que, quase sem dú-vida alguma, será sua maneira prática, lógica e organizada de abordar a vida. Essas pessoas se sentirão à vontade com a análise, estrutura e categorização e acharão fácil construir o mapa astrológico tijolo por tijolo, começando com bases amplas sobre as quais colocam a estru-tura principal e completando o trabalho com o detalhe e realce apro-priados. A análise astrológica por computador tenta fazer isso, mas os tijolos são colocados metodicamente uns em cima dos outros, sem qualquer percepção estética — quaisquer tentativas de unir, associar um aspecto a outro e sintetizar têm uma inevitável esterilidade meca-nizada. O método de palavras-chave como abordagem à interpretação precisa ter o toque humano, e um astrólogo, ao utilizar esta aborda-gem, será sempre capaz de fazer interpretações corretas e diretas.

A astrologia é um assunto que não só atinge potencialmente todas 16

(14)

as áreas de experiência, mas também tem a capacidade de criar um sistema de união entre elas. Ela lida essencialmente com seres huma-nos, oferecendo um vislumbre de seu verdadeiro caráter, seus para-doxos e suas possibilidades de vida. A interpretação astrológica sensí-vel e útil é fluida e coordenada. Há muita gente que acha mais fácil olhar a si mesma como sendo feita de compartimentos estanques, mas isto é inconveniente, já que contribui para uma falta de integração dentro de suas psiques e limita seu potencial. O exagerado apego ao sistema de palavras-chave agrava esta tendência, tanto no cliente quanto no astrólogo.

Para alguém cuja forma de avaliar e experimentar a vida é baseada no sentimento e na intuição, o sistema de palavras-chave pode ser apenas uma estrutura temporária — um meio para atingir um fim. E ele não será mais necessário quando as habilidades estiverem desen-volvidas, possibilitando a interpretação unificada que fluirá suave e prontamente após o estudo do mapa. A experiência e a prática muito contribuirão para esta maturidade de interpretação, acoplada à ati-tude em relação ao conhecimento astrológico, que um astrólogo sério jamais deixa de adquirir, impregnando-se de informação, utili-zando-se dela e aplicando-a no mundo.

A mera análise de uma carta natal é comparativamente fácil e qual-quer um, talvez até mesmo um computador, pode fazer dela um traba-lho razoável. A síntese, unindo todos os fios multicores numa única trama, é uma habilidade mais imprecisa e é citada em várias partes deste livro. No momento, deixemos o aluno concentrar o estudo não só na simples astrologia, apesar de sua importância, mas em duas ou-tras áreas também. A primeira é a observação das pessoas, pois os seres humanos e suas experiências de vida fazem 90% da astrologia. A observação consciente e a percepção de como as pessoas vivem suas vidas, por que agem daquela maneira e quais são suas motivações, tudo isso desenvolve habilidades interpretativas. A segunda é o exame de si mesmo. Quanto maior a autoconsciência de uma pessoa, mais em sintonia ela estará com sua própria realidade e propósito. Isto a equipará melhor para a interpretação com discernimento, para fugir daqueles pontos obscuros que fazem uma pessoa não ver nos outros o que não pode ver em si mesma, evitando a armadilha de introduzir julgamentos de valor pessoal à interpretação do mapa de um outro ser humano, diferente, particular.

Mas embora a interpretação seja desenvolvida, o aluno deve lem-17

(15)

brar-se que o mapa astral é um mapa do potencial. As possibilidades latentes no mapa não ocorrem automaticamente: elas têm de ser ex-traídas e utilizadas completamente, do mesmo modo que uma sim-ples mão de cartas pode ser jogada com diversos graus de sucesso. Porque a mais simples realidade do mapa astral é ser apenas um mapa dos céus num determinado momento do tempo, então sua simbolo-gia pode aplicar-se a qualquer criação que tenha ocorrido naquele momento: um ser humano, uma escrivaninha, um gato siamês, um ne-gócio ou o que quer que seja. Um gato siamês, sem dúvida, tem uma oportunidade maior de manifestar o potencial de seu mapa do que uma escrivaninha, mas tem potencial muito menor do que um ser hu-mano. O negócio terá um potencial dissimulado ou diferente e sua 'consciência' pode se dar em vários níveis. Um pragmático argumen-taria, sem dúvida, que a escrivaninha não tem potencial e o negócio não teria consciência; um esotérico sustentaria que tudo vive, mesmo objetos aparentemente 'inanimados'. Mas o ponto importante é que, considerando-se seres humanos, eles estão todos em diversos níveis de consciência e têm, portanto, oportunidades diferentes para reali-zar o potencial de seus mapas. Não há maneira de se saber qual é esse nível apenas pelo horóscopo, portanto a interpretação tem de ser apresentada com a consciência deste fato aliada à habilidade e à sensi-bilidade.

(16)

3

OS PLANETAS

T

odos os ingredientes que compõem a interpretação astrológica são símbolos — não apenas signos ou rótulos. Estes últimos for-necem simplesmente uma quantidade limitada de informação sobre uma característica ou qualidade particular, mas são sempre subordi-nados ao que eles descrevem ou para o qual apontam. Os símbolos, por outro lado, possuem um potencial em constante expansão e são sempre maiores do que nós podemos apreender no primeiro mo-mento. Portanto, eles nos levam adiante para maior compreensão, da mesma forma que um rio leva um barco, ora depressa, ora devagar, ao longo de um cenário sempre diferente, conduzindo eventualmente ao oceano — vasto e insondável, mas de algum modo passível de ser conhecido pelo explorador diligente.

E não obstante, o estudo de cada aspecto individual — planeta, signo ou casa — ainda conserva uma sensação de categorização, incli-nando-se mais para a análise e a fragmentação, do que para a meta da síntese que nós buscamos. É útil, portanto, estar sempre consciente, ao longo de nossos estudos, das conexões e agrupamentos que exis-tem na astrologia em tão diversas formas.

Por exemplo, há diversas inter-relações entre os planetas que po-demos considerar. O Sol e a Lua têm a maior visibilidade e impacto físico na Terra e podem ser considerados sob certo ponto de vista como um par. O Sol traz calor e luz, sempre aparecendo como um disco de ouro no céu. Ele é poderoso e masculino como um deus, constante na sua doação de energia. Seus caprichos e cor mudam ape-nas como resultado da atmosfera da Terra—nuvens, nevoeiro, nebli-na — e quando a Terra gira 180° sentimos sua falta nebli-na escuridão e nebli-na friagem. ALua é o corpo mais próximo de nosso planeta, visivelmente

(17)

brilhante à noite, com a textura das nuvens de dia e sempre mudando a aparência durante cada mês. Ela é uma deusa—feminina, receptiva, misteriosa, influenciando as massas aquáticas da Terra na cheia e na vazante das marés.

Se usarmos a analogia de uma família, o Sol e a Lua são como pai e mãe na nossa ordem planetária. Entre os dois, no espaço, estão as ór-bitas de Mercúrio e Vénus, o filho e a filha. Mercúrio, o rapaz, ansioso por aprender, possui a qualidade de um azougue, conquistando para si o trabalho de mensageiro dos deuses. Vénus é Afrodite, a linda filha, desejosa de amor e relacionamento.

Além da órbita da Terra está Marte, o planeta vermelho. Ele é o filho mais velho que saiu pelo mundo em busca de seu destino, levando sua espada na mão. Estes cinco formam a família planetária mais pró-xima e podemos considerá-los como os que têm a influência mais pessoal no mapa astral. Nenhum deles leva mais de dois meses para passar através de um signo zodiacal (a Lua leva apenas alguns dias), e todos eles mudam rapidamente suas posições no mapa, criando di-ferenciação contínua à medida que passam as semanas.

Além de Marte estão os asteróides, fragmentos de rocha que algum dia podem ter sido um planeta sólido, e além dos asteróides estão Jú-piter e Saturno. Estes dois corpos, planetas maiores do nosso sistema solar, são os mais distantes que podem ser vistos a olho nu. Na família planetária, Júpiter é o tio jovial, sempre otimista e muito divertido. Ele gosta de trazer presentes, mesmo se ele não pode pagá-los e embora as crianças o adorem, se ficar tempo demais, sua exuberância pode ser cansativa. Saturno é o avô, um professor que nunca se aposentou; rígido e crítico para com a geração jovem, ele parece formidável aos jovens e imaturos. Mas ele tem muita sabedoria que partilhará quando for abordado com respeito.

Saturno e Júpiter são como duas grandes forças sociais equilibra-das: a preservação e a expansão. Eles agem como um traço-de-união entre o mundo ocupado da família planetária — os planetas pessoais — e as questões mais amplas do coletivo—o destino da raça humana — simbolizado pelos planetas exteriores.

Estes planetas, Urano, Netuno e Plutão, foram descobertos depois da invenção do telescópio e provavelmente John Keats estava pen-sando em Urano, visto pela primeira vez pouco antes de seu nasci-mento, quando escreveu (do "Homero" de Chapman): "Então senti-me como um observador dos céus/ Quando um novo planeta penetra 20

(18)

no seu conhecimento." A conscientização fascinante cie que Saturno

não era o limite do sistema solar, deve ter fascinado muitas mentes criativas daquela época. Esses planetas exteriores estão além de qual-quer analogia com uma família planetária, representando mais uma Trindade da iNova Era para a raça humana—Magi oferecendo dons de esclarecimento, inspiração e transformação.

Agora vamos considerar cada um dos planetas individualmente e com mais detalhes.

O Sol

O Sol representa a necessidade básica de auto-expressão consciente no mapa. É a célula de energia solar no caráter de uma pessoa — o senhor e o doador da vida — e simboliza a maneira pela qual aquele indivíduo vai brilhar para o mundo. O Sol é o senso de identidade de uma pessoa. A facilidade ou segurança com a qual ele será capaz de projetar sua individualidade dependerá da harmonia dos aspectos para com o Sol e o grau no qual a sua colocação equilibra ou conflita com outros fatores no mapa.

O Sol é um princípio masculino e tem a ver com a coragem, poder, autoconfiança e vontade. Ele simboliza a autoridade e o propósito, o que dita as regras, pai e marido. Seu potencial é o pico da maturidade construtiva. A generosidade, vitalidade e a criatividade nascem de sua fonte. O Sol é a auto-suficiência em abundância, com bastante energia para irradiar calor e vida à sua volta.

O símbolo do Sol © é como um diagrama do sistema solar, uma célula ou um átomo, insinuando o poder e a criatividade que o Sol representa no mapa. O pontinho no centro é a semente, a primeira centelha de vida, a única essência dimensional de onde nasce toda a vida. O círculo é a totalidade, o fluxo interminável de energia que oferece a meta do eu individualizado como uma possibilidade para todos. O próprio círculo muitas vezes é mencionado como espírito. Toda criação pode ser vista neste único símbolo, lembrando-nos da unidade divina que promete a cada um de nós ser Deus em potencial.

Os antigos adoravam o Sol e atribuíam numerosas divindades ao poderoso astro dourado no céu. Tais deuses como Ra, Apolo, Helios, Shakuru, Shamash e Osíris têm nomes de poder mágico. À medida que os sons são pronunciados, nós liberamos o poder dos arquétipos. Podemos ver Khepri, o Deus-Escaravelho, empurrando a bola do Sol 21

(19)

diante dele, ou temos visões de carruagens de fogo passando veloz-mente no céu enquanto os deuses do Sol fazem suas inevitáveis via-gens diárias.

Palavras-chave do Sol: Identidade, auto-expressão consciente, poder, autoridade.

A Lua

A Lua brilha no céu com a luz refletida do Sol. Na astrologia corres-ponde á maneira pela qual nós refletimos e reagimos ao que está acontecendo à nossa volta. Tem a ver com nossos sentimentos, emo-ções e instintos e, da mesma forma que a Lua influencia as marés de nosso planeta, assim ela simboliza a cheia e a vazante de nossa nature-za emocional, nossas melancolias e mutabilidade. É o arquétipo da mãe que está dentro de todos nós, homem ou mulher, se nos preocu-parmos em buscá-lo, pois é através da Lua que expressamos instintos maternais — cuidado, proteção e sensibilidade. Diz-se que a Lua tem ligação com o passado e é desta fonte primitiva que fluem nossas res-postas a instintos naturais. A Lua é um princípio feminino e associa-se à personalidade interior, à receptividade, à passividade. Ela pode atuar como guia interno ao mais profundo inconsciente, uma imagem disfarçada em mistério, ligando o sombrio mundo pessoal do incons-ciente ao mundo mais claro da consciência pessoal.

O símbolo para a Lua )) é a representação do seu quarto crescente na transição de nova a cheia. Mas também pode ser vista como dois meios-círculos. Eles tomam a forma de uma tigela, um recipiente femi-nino dando forma a tudo que é posto nele. O meio-círculo, diversa-mente do círculo fechado, é finito e incompleto, quase como se esti-vesse lutando pela totalidade. É freqüentemente descrito como repre-sentante da alma — uma afirmação que não deve ser interpretada ao pé da letra, mas que mostra simbolicamente mais uma vez a qualidade de união da Lua, aqui entre o potencial solar do espírito e os elemen-tos mais extrovertidos e básicos do mapa.

Na mitologia, a Lua é associada a divindades tanto masculinas quanto femininas, mas são as deusas da Lua que simbolizam mais ade-quadamente os princípios astrológicos lunares e o arquétipo femi-nino — ísis, deusa-mãe; Ártemis, associada à natureza; Parvati, uma 22

(20)

deusa hindu da fertilidade e do poder feminino; e Hécate, mistério, magia e trevas.

Palairas-chave da Lua: Reação, receptividade, instinto, emoções, melancolia.

O Sol e a Lua formam a integração básica do masculino e do femi-nino do mapa — yin-yang, ativo-passivo. Esta é a relação interior onde um casamento harmonioso internamente leva à integração psicoló-gica externa. De igual modo, na relação exterior, na comparação dos horóscopos (sinastria), procuramos vínculos de aspectos ou afinida-des zodiacais entre a Lua num mapa (o do homem em particular), e o Sol no outro mapa. Em qualquer relacionamento, sabendo que a Lua nos ajuda a entender a receptividade da outra pessoa — 'falar ao seu signo lunar' é sempre bom conselho. O adulto maduro, quando em sua fase positiva, usará e exibirá suas características do signo solar. Mas quando o ego ainda não está formado, a criança mostrará fre-qüentemente as qualidades do signo lunar mais fortemente do que outros fatores do mapa. Isto porque cada ato nos primeiros dois ou três anos de vida é uma reação, uma resposta ao caleidoscópio fantás-tico e excitante do meio ambiente à sua volta — novas visões, novos sons, novos cheiros e novas sensações tácteis. O pequeno ser ainda não desenvolveu a auto-identidade do Sol.

Mercúrio

Mercúrio representa a comunicação em todas as suas formas — fala-da, lifala-da, escrita, ensinada e pensada. O processo de união favorecido pelo envio de mensagens é simbolizado por Mercúrio e 'estar ocu-pado' é a marca mais autêntica do planeta. Na verdade sua simples pas-sagem pelo zodíaco reflete sua qualidade de corpo-ocupado — Mer-cúrio ora está à frente, ora atrás de seu Sol, em cuja órbita se destaca, como seu satélite mais próximo, mas nunca está a mais de 28° de dis-tância. No mapa astral, Mercúrio indica a mentalidade e a capacidade intelectual do indivíduo, como ele fala, como pensa e o modo como sua mente funciona. Evidencia as habilidades de raciocínio, a capaci-dade de ensinar e de aprender e, em manifestação evoluída, a trans-formação de energias espirituais em matéria. A versatilidade e nature-za inquisidora de Mercúrio reporta-nos à idéia da criança na nossa fa-23

(21)

mília planetária — ela está ansiosa por aprender e está interessada em tudo. Mas do mesmo modo que uma criança antes da puberdade tem um interesse apenas insignificante na identidade sexual, assim Mer-cúrio é considerado neutro e hermafrodita e suas qualidades tendem a ser especialmente tingidas, não apenas por seu signo e colocação na casa, mas também por qualquer outro planeta formando um aspecto com ele.

Visualmente, o símbolo de Mercúrio ^ quase se parece com um pequeno manequim com orelhas levantadas — alerta e ansioso em passar informação. Simbolicamente consiste no círculo do espírito sobre a cruz da matéria, sobreposto pelo semicírculo da alma — uma combinação aberta a várias interpretações, todas elas podendo ajudar a ampliar nossa compreensão dos princípios do planeta. Talvez o es-pírito esteja baseado na matéria através da qualidade intuitiva da alma; talvez a acumulação de lembranças das várias encarnações que uma alma possui seja suprema, tanto sobre o espírito quanto sobre a ma-téria, no que se refere à qualidade mercurial da inteligência ativa. O símbolo também pode ser visto como uma representação do cadu-ceu, o bastão mágico com duas cobras enroscadas em volta da haste, algumas vezes encimada por um símbolo alado. O caduceu é um sím-bolo complexo que merece estudo mais profundo, mas em termos simples ele representa o poder da sabedoria que pode trazer a felici-dade e a boa sorte. Ele protege os mensageiros, que sempre o por-taram, e também tem ligações importantes com a cura, sendo usado até hoje como um emblema da profissão médica.

O deus Mercúrio era romano, mas o seu correspondente no Pan-teon grego era Hermes. Ele tinha um capacete alado, usava sandálias e atuava como mensageiro dos deuses. Cuidava de todos os viajantes e era o deus do comércio, dos jogos e da trapaça. O Vótan teutônico (Odin, na mitologia nórdica), embora um deus da guerra, é associado a Mercúrio, como Thoth no antigo Egito.

Palavras-chave de Mercúrio-, Comunicação — a palavra escrita e fala-da, intelecto, a mente.

Vénus

Vénus é um planeta do relacionamento, harmonia e beleza. Sua colo-cação no mapa mostra o anseio por uma ligação pessoal íntima, a ca-24

(22)

pacidade de amar e de ser amado. Também indica apreciação da arte e da beleza e é um dos indicadores da criatividade no mapa. A atração é uma força poderosa e Vénus a utiliza com sentimento e energia. Em-bora o planeta seja um princípio feminino, não é necessariamente passivo — lembrem-se do ardor de uma jovem apaixonada. Vénus pode se manifestar de forma apaixonada, sensual e extravagante, mas também com charme e beleza. Astrólogos antigos referiam-se a Vénus como o 'menor benéfico'.

O símbolo $ sugere que há um equilíbrio entre a cruz da matéria e o círculo do espírito, mas que o espírito é supremo. De um modo mais prosaico, pode-se ver o símbolo como o espelho de mão no qual a jovem se admira. É também o símbolo biológico para a mulher.

A Vénus romana era Afrodite para os gregos e governava o amor, os prazeres sensuais, a fertilidade e a beleza. Ela nasceu no mar onde ha-viam caído os órgãos genitais decepados de Urano. Outras deusas do amor incluem Ishtar (assírio-babilônia) e Frija, Freva ou Frig (celta-teutônica). Esta última gostava tanto de lindos colares que era capaz de passar uma noite com cada um de seus vários ourives anões, a fim de obter o colar que ela admirava especialmente.

Palairas-chave de Vénus-, Amor, atração, beleza, harmonia.

Marte

Marte é o símbolo da energia, do vigor, da positividade e da agressão. Por ser um planeta tão poderoso, a energia pode freqüentemente es-tar polarizada na sua manifestação. O guerreiro pode se tornar selva-gem, atacando indiscriminadamente, saqueando e estuprando cruel-mente, enquanto num exército bem treinado o poder está sob contro-le e pode ser direcionado com eficiência e disciplina. A energia canali-zada do planeta destaca o aspecto corajoso e determinado do princí-pio masculino — a confrontação é direta e confiante, a ação é forte e eficaz. Marte impõe o respeito quando utilizado com harmonia, mas basta uma ligeira perda de controle para que esta energia provoque o medo, o ressentimento e o ódio. A iniciativa e a independência vêm de Marte, atos que freqüentemente implicam um corte indefinido para com os padrões antigos e as comodidades restritivas. Na verdade, Marte está associado a todos os objetos cortantes, não apenas espadas de guerreiros, mas facas, escalpos e outros instrumentos afiados.

(23)

O símbolo para Marte foi inicialmente concebido para ser o contrá-rio de Vénus e foi desenhado como a cruz acima do círculo ò . Este foi modificado para o símbolo fálico e agressivo utilizado até hoje O", re-presentando o masculino na biologia e o ferro na física. O símbolo mais antigo coloca as considerações materiais (a cruz) acima do es-pírito (o círculo) — assuntos espirituais podem ser completamente esquecidos na busca por realizações materiais ou, por outro lado, pode demonstrar que a vida espiritual ainda tem de ser vivida no mundo material, onde o viajante precisa de coragem e determinação para a sobrevivência e o progresso.

As divindades associadas ao princípio de Marte são os heróis e os deuses da guerra. Marte, o deus guerreiro, foi mais importante para os romanos conquistadores do que seu equivalente Ares foi para os gre-gos. Foi Marte que apadrinhou Rómulo e Remo, fundadores de Roma. Odin (Voden ou Vótan) era o deus da guerra nórdico, e Hércules, um herói arquetípico, também simboliza o princípio de Marte no horós-copo.

Pa la i >ras - chat >e de Marte: Energia, vigor, confrontação e determi-nação.

Júpiter

Júpiter é o maior planeta do sistema solar. Ele leva cerca de um ano para viajar através de um só signo e, portanto, cerca de doze anos para fazer uma volta completa no zodíaco. Ele gira rápido no seu eixo, ro-dopiando uma vez a cada dez horas e é formado quase totalmente por substâncias gasosas — também fisicamente irradia energia, ao contrá-rio da maioria dos outros planetas que a absorvem. Adequadamente, a evolução numa escala grandiosa é o princípio de Júpiter no horós-copo. É o planeta do otimismo, de infinitas possibilidades e de vastos horizontes —- mundos novos a explorar, novas filosofias para enri-quecer a mente e compreensão mais ampla da consciência espiritual que leva à sabedoria. Júpiter costuma ser conhecido como 'o grande benfeitor' e freqüentemente confere benevolência e boa sorte a to-dos os seus contatos. Certamente tende a trazer à tona o melhor do signo e da casa nos quais está colocado, pois o prazer, a preservação e a felicidade são suas qualidades. Mas algumas vezes Júpiter traz coisas boas demais para ser verdade — o excessivo prazer pela comida con-26

(24)

duz ao alargamento da cintura, o zelo religioso exagerado gera não somente longos sermões mas também fanatismo. Entusiasmo e oportunismo excessivos podem provocar desapontamentos ou mesmo a desgraça. Canalizar a energia é muito importante indepen-dente do fator astrológico. Onde Júpiter não está especialmente bem colocado no mapa, sua energia pode fugir alegremente do controle. É com paciência e maturidade que uma existência de prazeres torna-se a estrada para a sabedoria.

O próprio símbolo é otimista2|.— o semicírculo da alma sobe um pouco por sobre a cruz da matéria e sugere uma sabedoria maior para com as coisas materiais.

Na mitologia, o deus romano Júpiter, Zeus para os gregos e as di-vindades paralelas nas outras culturas, algumas vezes parecem mais poderosas até mesmo que os deuses do Sol — talvez porque estes seres nunca são retratados como longínquos. A sabedoria, o aprendi-zado e a justiça eram seus atributos; o trovão e o raio, seu poder visível. Thor-Donar (teutônico) e Indra (hindu) são deuses extrovertidos, poderosos, governando os trovões, enquanto Vishnu, o guardião, re-presenta a mais profunda sabedoria de Júpiter.

Palavras-chave de Júpiter •. Desenvolvimento, oportunidade, justiça, religião, preservação.

Saturno

A limitação é um dos princípios de Saturno. É o 2? maior planeta e representa o limite do sistema solar visível a olho nu. O planeta é cir-cundado por seus anéis, um cinturão de poeira de rocha gelada e frag-mentos — uma contenção simbólica adequada aos princípios astroló-gicos do planeta. Ele leva cerca de dois anos e meio para passar de um signo a outro e em média 29 anos e meio para completar a volta pelo zodíaco. Saturno é um dos planetas mais importantes da carta e ape-sar disso um dos menos compreendidos. Os astróligos medievais co-nheciam-no como 'o grande nefasto' e, de fato, seus princípios podem ser considerados em parte como disciplina, dificuldade, limitação, responsabilidade e trabalho árduo. Mas Saturno é também o profes-sor, aquele que parece ter o hábito de marcar exames antes que o alu-no tenha aprendido a lição. Isto parece impiedoso, mas na realidade os ensinamentos estão sempre à disposição do aluno que procura por 27

(25)

eles. E se ele procura com cuidado e os encontra, então Saturno será visto como um velho sábio.

Cada um de nós tem uma alma que escolheu combater a dificul-dade de expressar o espírito através do material básico de um corpo humano. Saturno representa aquele campo de batalha; mas as dificul-dades que podem ser inicialmente experimentadas não raro se trans-formam em qualidades que são, apesar de sérias, valiosas — dever, controle, conservação, estabilidade e paciência. Porém, há um lado mais profundo em Saturno que precisa ser compreendido. Seu efeito se faz sentir ao dificultar a manifestação das qualidades de seu signo, nos assuntos de sua casa e em quaisquer aspectos planetários. A difi-culdade é um sentimento de desconfiança ou mesmo medo, uma in-quietação mal definida, limitando assim a expressão do signo, casa e aspecto. O indivíduo, então, ou se encolhe amedrontado ou anula os sentimentos negativos compensando-os com atitudes positivas. A in-quietação não pode ser ignorada ou varrida para debaixo do tapete; tem de ser aceita, confrontada, compreendida e elaborada a fim de que a energia saturnina na carta possa ser transformada na força que ela promete.

O símbolo!"? é quase exatamente o contrário do de Júpiter — refle-tindo os opostos dos dois princípios do planeta. A cruz da matéria se sobrepõe ao semicírculo da alma, mostrando a disciplina do mundo material que a alma escolheu experimentar.

Na mitologia, Saturno é Cronos, um dos muitos frutos da união en-tre Gea, a mãe-terra, e Urano, o céu esen-trelado, que foi também seu primeiro filho. Cronos, mancomunado com sua mãe, castrou seu meio-irmão e depois tomou de seus pais a supervisão da criação do mundo. Ele engoliu cada um de seus próprios filhos até que caiu na armadilha de engolir uma pedra em vez da criança Zeus. A velha pro-fecia foi cumprida quando Cronos foi destronado por seu filho, for-çado a vomitar seus outros filhos e então banido para o exílio além da terra e do mar. Lá ele tornou-se o Senhor do Tempo.

Palavras-chave de Saturno: Lições a serem aprendidas, responsabili-dade, dever, restrição, limitação.

Saturno e Júpiter são duas grandes forças equilibradas operando entre os corpos 'pessoais' que se movem rapidamente e os planetas 28

(26)

exteriores, os indicadores do coletivo, que se movem lentamente. Jú-piter pode enaltecer as qualidades mais brandas do signo e da casa em que está colocado, enquanto Saturno produz a seriedade e as dores crescentes que precedem a maturidade. Saturno é o mais forte, a in-fluência mais notória dos dois, tanto no mapa astral quanto, especial-mente, pelo trânsito. Mas se as lições de Saturno são abordadas com consciência e compreensão, então as oportunidades oferecidas por Júpiter tornam-se mais atingíveis.

Os três planetas exteriores, freqüentemente citados como a oitava mais alta', não têm tanta influência pessoal como os sete planetas in-teriores, visíveis a olho nu — suas posições e aspectos mútuos são os mesmos para todas as pessoas nascidas há um longo período de tempo. Por isso, eles se relacionam com gerações inteiras e com ener-gias coletivas que afetam a sociedade como um todo. Mas a maneira pela qual eles se integram com o resto da carta, paradoxalmente, tem uma forte influência. Seus aspectos para com os planetas pessoais e sua possível angulosidade são particularmente importantes. Quando isto acontece o indivíduo tem uma oportunidade potencial de experi-mentar e trabalhar com as energias coletivas, alargando seus horizon-tes e sua esfera de influência. Isto poderia ser feito através de alguma contribuição especial à sociedade ou talvez em termos de evolução pessoal — mas a escolha a ser feita tem que ser consciente e agarrada a oportunidade. Os planetas pessoais fundem-se mais com o signo no qual estão colocados e permitem a manifestação da influência daque-le signo; enquanto os planetas exteriores, quando fortes numa carta, trazem consigo mais de sua própria energia, direta e pura, para o cará-ter do indivíduo.

Urano

O primeiro dos planetas exteriores, Urano, foi descoberto em 1781 — por acaso, pois tanto astrônomos quanto astrólogos naquela época acreditavam que nada havia além de Saturno. Visível apenas por teles-cópio (a não ser em raras circunstâncias quando pode ser visto a olho nu), Urano leva cerca de sete anos em cada signo e uma média de 84 anos para circundar o zodíaco. Astronomicamente, o planeta é excên tricô, seu eixo de rotação pendendo levemente do horizontal, resul-tando que cada pólo experimenta alternadamente uma estação quente outra fria, a cada quarenta e dois anos do nosso tempo. Sua 29

(27)

descoberta se deu na época da Revolução Francesa, da Revolução In-dustrial e da Guerra da Independência Americana. Na astrologia os princípios de Urano são mudança revolucionária, inventividade, acontecimentos inesperados e excentricidade. Muitos se perguntam se sua descoberta 'causou' os acontecimentos históricos da época ou se, ao contrário, os astrólogos determinaram as influências dele de-vido ao que estava acontecendo no mundo. A resposta não é nenhuma destas. É um caso de sincronicidade — os acontecimentos foram sig-nificativamente coincidentes. A humanidade tinha evoluído a ponto de poder tomar em sua percepção consciente a energia de Urano; ao mesmo tempo, os acontecimentos uranianos foram acontecendo no mundo à volta dela. O planeta esteve sempre ali, porém, anterior-mente, sua influência estava latente.

A revolução pode nascer de várias raízes — um desejo anárquico de expulsar o velho regime, uma reação petulante contra o status

quo ou um ideal humanitário querendo acelerar a evolução. Urano olha sempre para o futuro, sentindo intuitivamente as possibilidades, sintonizando-se com comunicações de freqüência mais alta. Real-mente, Urano é muitas vezes descrito como a oitava mais alta de Mer-cúrio. Thomas Edison definiu um gênio como "um por cento de ins-piração e 99 por cento de transins-piração" — Urano é este um por cento: o raio precisando sempre daquele fio condutor que o traz são e salvo à terra. A progressividade do planeta também produz excentricidade, divergências e rebelião, muitas vezes expressas de maneiras muito in-tensas, nervosas e imprevisíveis.

O símbolo $ parece uma complexa antena de televisão em cima de um globo, mas algumas interpretações chamam a atenção somente para o H maiúsculo de Herschel, o descobridor do planeta. Talvez es-tas sejam fugas à complexidade da construção do próprio símbolo. A cruz da matéria localiza-se no círculo do espírito como o velho glifo de Marte, mas há também dois semicírculos separados, voltados para fora. Estes podem ser dois receptores da alma acrescentando um co-nhecimento superior à cruz material elevada no espírito. Ou talvez os semicírculos da alma estejam voltados parajanus, sugerindo a entrada de uma porta sagrada para novos e inesperados níveis de compreen-são. Não há uma explicação correta única, mas a meditação nas possili-dades pode levar à percepção intuitiva de compreensão mais pro-funda.

Como um deus, Urano era o céu estrelado e não era cultuado na 30

(28)

Grécia antiga. Mas na Rig-Veda o céu e a terra eram conhecidos como o casal imortal' ou 'os avós do mundo'. A união de Urano com Gea, sua mãe, não só criou o mundo, mas também começou a linhagem dos deuses. Mesmo seus genitais castrados, ao caírem no mar fizeram Afrodite nascer das espumas, e as Fúrias se ergueram do chão no qual seu sangue foi derramado.

Palavras-chave de Urano: Mudança repentina ou inesperada, in-ventividade, originalidade, revolução.

Netuno

Netuno liga-nos às energias místicas de um outro mundo. Ele propor-ciona o contato com a intangibilidade de tal modo que a inspiração, a espiritualidade, os poderes físicos e outros extremos de sensibilidade ficam disponíveis a qualquer um que se liberte de seus laços e per-mita que ocorra o misterioso processo. O refinamento é parte deste processo, mas o equilíbrio é superior. Além disso, a natureza rarefeita das energias de Netuno torna-se facilmente distorcida e abusada. Tra-ga essa intangibilidade ao mundo cotidiano e a fraude, a ilusão, o idea-lismo e a fantasia aparecerão. Enganosa e sedutoramente ela nos em-bala na confiança renovada de Lethe — lembrando-nos que Netuno também está associado às drogas, álcool, anestesia e escapismo. Ne-tuno é um par de óculos cor-de-rosa, um castelo no ar ou sete véus escondendo uma sedutora odalisca que se transforma apenas num outro fantasma depois que a dança acaba. A magia do mundo material pode ser tão facilmente substituída pela magia muitas vezes mais trai-• çoeira do mundo espiritual — mas se a pessoa se agarra rapidamente

à réstia de luz prateada, como um 'sutratma' guiando através da névoa, ela será capaz de se ligar à realidade mais altamente refinada prome-tida por Netuno: amor universal, a manifestação superior de Vénus. O planeta foi descoberto em 1846 sob circunstâncias confusas e mal compreendidas. Perderam-se os cálculos, as comunicações não tinham data e, na noite clara em que pretendiam vê-lo pela primeira vez, uma nuvem misteriosa apareceu obscurecendo o céu. Netuno le-va 165 anos para viajar pelo zodíaco e passa cerca de 14 anos em cada signo. A história da música popular e a indústria cinematográfica (am-bas regidas por Netuno) podem ser seguidas através dos ciclos de mu-danças do signo.

(29)

Na mitologia, Netuno era deus do mar com deveres um tanto inde-finidos, talvez porque os romanos fossem meio desinteressados do mundo marítimo. Os gregos reconheciam Poséidon como um deus poderoso rivalizando com Zeus, deus dos céus e Hades, deus do sub-mundo. Este deus das águas era tão irascível e licencioso como todos os outros do Olimpo e não como o Netuno da astrologia. Talvez ainda haja mitos mais profundos a serem desvendados, mas a simbologia dos domínios de Poséidon permanece. A água está em toda parte. Ela toma várias formas: líquido claro, espuma opaca, neve, gelo, vapor, nuvem. Ela refresca e dá vida ou corrói e destrói mesmo a rocha mais sólida, imperceptível mais inevitavelmente. Ela lava e purifica, mas pode também afogar.

O símbolo se assemelha ao tridente de um deus marinho, mas pode ser visto também como o cadinho da alma com a cruz da matéria atravessada mas suspensa.

Palavras-chave de Netuno: Refinamento, inspiração, misticismo, de-cepção, confusão.

Plutão

Plutão é o princípio da transformação no mapa astral e ele acrescenta uma dimensão mais profunda e intensa a tudo que toca. Onde Urano é a destruição e a mudança das estruturas externas, Plutão é a transfor-mação interior—o terremoto, o vulcão e a semente que possui poder suficiente para forçar o seu crescimento, mesmo que eventualmente através do concreto. Plutão promete o potencial da fénix — aquele pássaro mitológico que entra no fogo, morre e renasce, ascendendo com plumagem maravilhosamente renovada. Assim há também uma conexão com a morte, literal e simbolicamente. Antes de qualquer coisa nascer novamente, o velho deve morrer e embora a purgação do fogo não seja sempre fácil, a substância regenerada torna-se aço tem-perado. Temos de entender a natureza da crise. Não é a tragédia que pode parecer, mas uma oportunidade para novo crescimento — em chinês o caracter para 'crise' é idêntico ao de 'perigo e oportunidade' — um desafio excitante. Plutão é geralmente considerado como sendo a mais alta expressão de Marte, mas algumas fontes sugerem Mercúrio. Certamente há um elo com a comunicação mais complexa na qual Plutão se associa à psicologia, explorando profundezas pes-32

(30)

soais, os drenos do inconsciente. Também confronta a morte em to-das as suas formas — o orgasmo sexual da besta de duas costas, que os elisabetanos chamavam de 'a pequena morte', a morte da velha perso-nalidade e talvez a preparação para a morte do corpo, liberando o veí-culo físico da alma.

O planeta foi conhecido por volta de 1905, os primeiros anos da psicologia profunda, mas se manteve escondido até sua verdadeira vi-são em 1930. Esta foi a época dos nazistas na Alemanha e os sindicatos do crime na América. Foi também quando os meios de libertar o imenso poder do átomo infinitesimal tornaram-se uma realidade para a humanidade.

Plutão leva 248 anos para se movimentar à volta do zodíaco, e pode levar algo em torno de 13 a 32 anos para mover-se num único signo. Isto se dá graças à sua singular órbita oblíqua, que também o faz entrar na órbita de Netuno de vez em quando durante seu ciclo de dois sé-culos e meio. Isto aconteceu no final de 1978 e permanecerá assim até março de 1999. Está mais próximo em 1989. Plutão também estará em seu próprio signo de Escorpião de 1983 a 1995. O período de agora até o final do milênio será certamente um período especialmente plu-tônico, uma renovada purgação para o planeta Terra e para a raça hu-mana.

Dois símbolos são usados para Plutão. E é um monograma das

iniciais tanto do seu descobridor Percival Lowell quanto de seu nome (parece que o nome foi sugerido por uma menina de onze anos que estava pensando no cachorro de Disney e não no deus do submundo. Estranhas são as formas de sincronicidade). O outro símbolo Ç* su-gere que o espírito está pairando no semicírculo da alma acima da cruz da matéria. É quase como se um átomo permanente de criação estivesse passando por um processo alquímico, sendo aquecido pela existência e experiência no mundo material.

Todas as culturas antigas tinham seus deuses do submundo (Orcus, Dis, Supai, Yawa, Osíris, Anúbis, Hei) mas foi para os gregos que Plu-tão ou Hades imperavam. Ele raptou Perséfone para seu reino das tre-vas e freqüentemente usava um capacete que o tornava invisível. Mas ele era também o deus das fortunas enterradas e da riqueza mineral e foi ele que fez as colheitas crescerem do fundo da terra.

Palavras-chave de Plutão: Transformação, regeneração, morte e re-nascimento, eliminação, a fénix.

(31)

4

OS SIGNOS

A

s doze divisões iguais no espaço ao longo da roda do zodíaco são como doze lentes diferentes de intrincada complexidade e diver-sas combinações de cores. Elas tingem o raio simbólico de energia cintilante em cada planeta, modificando sutilmente os princípios

pla-netários puros, embelezando e realçando, mas permitindo ainda a

formação de muitos padrões diferentes, cada um, no entanto, uma manifestação válida da combinação planeta/signo. Pois nada é fixo na astrologia. Estamos estudando um assunto que é uma das estruturas da fluidez da vida e há muitas maneiras diferentes de deixar fluir as energias do planeta/signo. O conhecimento destas alternativas é a

consciência psicológica e isto dá escolha ao indivíduo — e responsa-bilidade — de como as energias podem ser utilizadas.

Ao nos aproximarmos de uma compreensão das doze lentes do zo-díaco, devemos passar através de vários agrupamentos que têm certas interpretações em comum — dualidades, elementos e qualidades — e isto nos possibilitará construir nosso conhecimento dos signos gra-dual mas completamente.

Dualidade

Os doze signos podem ser divididos mais simplesmente em dois gru-pos — gru-positivo/negativo, masculino/feminino. O último não se refere ao gênero sexual tanto quanto arquétipo masculino ou princípios fe-mininos. Quer estejamos num corpo de homem ou de mulher, todos temos a dualidade dentro de nós, o yin-yang, o ativo-passivo, as vibra-ções alternadas de energia como na corrente elétrica. Parte do nosso autoconhecimento e de nossa capacidade para interpretar um horós-34

(32)

copo individual é relacionada ao grau em que podemos equilibrar e utilizar estas duas influências opostas mas complementares.

Os signos são, alternadamente, positivos e negativos, mas os signos opostos têm a mesma polaridade. Não há criticismo implícito nos sig-nos negativos, como não há nenhuma supremacia da masculinidade implícita, pois cada um precisa do outro. Os seis signos masculinos tendem a ser mais positivos, expressivos e atirados, enquanto os femi-ninos se inclinam para a receptividade e o controle. Yin recebe, yang dá; entre eles a semente é fecundada e nova vida é criada.

(33)

Elementos

Na astrologia há quatro elementos — Fogo, Terra, Ar e Água — e os diagramas mostrarão que seus signos formam triângulos dentro da roda do zodíaco. Os signos do Fogo e do Ar têm em comum o fato de serem todos yang/masculinos e os da Terra e da Água são yin/femi-ninos.

SAGITARIO

Figura 4

Os três signos do Fogo manifestam sua polaridade positiva-ativa através da vibração e entusiasmo. Verdadeiramente fogosos, eles pro-duzem energia, calor e aquela figura criativa que pode algumas vezes ser vista nas chamas flamejantes ou nas brasas quentes da lareira. Mas o fogo também se consome e se reduz a cinzas se lhe é permitido sair

(34)

do controle. A excitação e um sopro da visão que abrange todas as possibilidades podem ter uma certa magia, mas os signos do fogo geralmente falham ao transportar suas idéias visionárias para a reali-dade. O espírito de aventura é forte, algumas vezes a ponto de prolon-gar uma pausa para uma carícia suave ou um momento de meiguice.

Os três signos da Terra manifestam a polaridade passiva-yin no pragmatismo e no cuidado. A qualidade bem enraizada deste ele-mento concede uma habilidade natural para lidar sensível e eficiente-mente com o mundo material. Infelizeficiente-mente, os signos da Terra adqui-riram uma imagem monótona e nada aventureira. Injustificada, porém, já que todo crescimento físico necessita de raízes e o espírito precisa da matéria para sua manifestação. A aventura da semente em-baixo da terra à medida que ela começa a crescer é um dos mais exci-tantes e criativos atos da natureza.

(35)

Os três signos do Ar expressam a polaridade positiva-masculina em seu desejo comum de se comunicar, externando uma energia baseada na mente. O ar é um meio invisível de união comum a toda a humani-dade, fundamental à vida e à carreira de Prana. A natureza humana destes três signos pode ser na verdade uma corrente de ar fresco e sua inteligência e clareza no lidar com idéias, palavras e conceitos esti-mula e revigora. Mas uma brisa mais fria também pode soprar, pois quando o intelecto reina supremo, o sentimento e a emoção são silen-ciados pela mente racional e seu código de realidade finita.

Os três signos aquáticos manifestam sua polaridade negativa-passi-va na sensibilidade e impressionabilidade, do mesmo modo que um

líquido precisa de um recipiente e toma a sua forma. As emoções vêm e vão como a maré; os sentimentos são tranqüilos, encrespados ou

(36)

turbulentos como o mar — mas há sempre nas profundezas muitas correntes em redemoinho. Tal sensibilidade concede aos signos da Água uma compaixão que burla os outros elementos, mas embora a água possa limpar e refrescar, ela também pode inundar, molhar e afogar. Estes signos podem ser instáveis e covardes, de modo que al-gumas vezes a iniciativa e o propósito evaporam ou desaparecem.

Qualidades

As três qualidades são Cardinais, Fixos e Mutáveis, formando cruzes na roda do zodíaco. Cada uma é composta de um signo de cada ele-mento.

Cardinais: Os quatro cardinais são os signos da iniciativa. Eles são talhados para começar qualquer aventura nova, desbravando e mani-festando uma criatividade empreendedora. Mas a vontade poderosa e independente pode tornar-se impaciente e cruel se a automotivação ceder por completo.

Fixos: A palavra 'fixo' é uma descrição agradavelmente adequada para estes quatro signos. Todos têm as qualidades comuns da determina-ção, lealdade e consistência. Uma vez que uma pessoa, com os signos fixos fortes em seu mapa, tenha mirado um alvo, há pouca coisa que

(37)

possa detê-la: ela é persistente e digna de confiança. As manifestações menos desejáveis desta energia fixa são a teimosia, a intolerância e uma incapacidade de lidar com a mudança ou aceitá-la, quando ela ocorre.

Mutáveis: A mutabilidade é adaptável e flexível. Onde estes signos são fortes há uma habilidade para distribuir e utilizar energia — os signos Cardinais iniciam e criam, os Fixos consolidam e preservam, mas os Mutá-veis disseminam, tanto aplicando construtivamente quanto desperdi-çando. Estes signos podem sofrer uma falta de perseverança e de

pro-Observação das pessoas

Nesta altura devemos mencionar novamente a observação das pes-soas. Os seres humanos são inexplicáveis e entretanto previsíveis; ir-racionais mas adoráveis. Eles têm a felicidade e o medo, esperanças e dúvidas, fraquezas e dons criativos. São paradoxos encarnados e, ape-sar disso, deuses em potencial. Observando esta gente — estranhos, amigos, amados e conhecidos (e, é claro, você mesmo, pois você é um deles — muito embora você use um espelho que distorce sua própria imagem) — não só amplia seu conhecimento astrológico básico, mas 40

(38)

também reforça o elo entre a teoria astrológica e aqueles seres reais no mundo, lutando mais ou menos com sucesso por suas vidas. Ex-perimente este joguinho a qualquer hora dessas — no trem, numa festa, no trabalho ou onde quer que outros seres humanos estejam reunidos. Observe as pessoas por alguns minutos e então decida se elas são predominantemente Fogo, Terra, Ar ou Água; Cardinais, Fi-xos ou Mutáveis. Isto é melhor do que 'adivinhe qual é o signo dele' ou traduzir a combinação Elemento-Qualidade para um signo, pois, a menos que você possa calcular o mapa completo deles, não poderá saber se captou o signo solar, o lunar, o Ascendente, ou um signo com um 'stellium', um agrupamento de vários outros planetas.

(39)

Tendo examinado os agrupamentos de dois, três ou quatro signos, e tomado nota dos significados dos Elementos e das Qualidades, esta-mos agora em condições de elaborar uma interpretação de cada signo. Sobre esta estrutura podemos então construir características individuais de signo, terminando com uma compreensão simétrica da natureza de nossas doze lentes do zodíaco. Três grupos de pala-vras-chave são oferecidos. Estas demonstram a manifestação positiva ou natural, a expressão menos construtiva ou distorcida e as palavras que caem entre as duas. É dado também um princípio fundamental para ajudar a compreensão intuitiva do signo.

ÁRIES: Positivo - Cardinal - Fogo T

O primeiro signo do zodíaco é empreendedor, cheio de iniciativa e ardendo em entusiasmo — a combinação Cardinal-Fogo é poderosa e complementar e assim há uma determinação em tudo o que é ten-tado. O símbolo é o carneiro. Forte e simples, esta criatura abaixa sua cabeça e arremete, dando cabeçadas persistentes com o cenho duro entre os chifres curvados para trás. O temperamento de Áries perma-nece o mesmo, uma vez que a decisão de começar já tenha sido to-' mada: nada o impedirá. Para os que o querem seguir, ele se torna um líder notável, corajoso e dando um bom exemplo, mas qualquer um que não esteja com ele faria melhor saindo do seu caminho. Este car-neiro pode ser um rolo compressor que aplaina todos os obstáculos. Na verdade, aríetes são pintados como se tivessem uma cabeça de neiro na sua extremidade de ataque. O glifo mostra os chifres do car-neiro, mas também sugere uma representação dos primeiros reben-tos verdes brotando da semente no chão, fortes e cheios de esperan-ças, abrindo seu caminho para cima e para fora — primavera simbóli-ca de qualquer novo empreendimento. O símbolo poderia ser visto também como a cavilha de ferro batido, demarcando uma exigência numa terra virgem — 'Esta é minha', diz o pioneiro.

Áries é o signo da individualidade, a manifestação pura do ser e uma qualidade simples no modo pelo qual as energias do signo se manifestam. A coragem vem naturalmente, porque o propósito é único: as dificuldades devem ser superadas ou destruídas, nunca evi-tadas ou transigidas. Mas os guerreiros ficam sem sossego em tempo de paz e começam a procurar batalhas para lutar e desafios para en-frentar. É fácil para o ariano preocupado com o ego exprimir-se como 42

(40)

egoísta, uma filosofia simples da centralidade do indivíduo, ingênuo e insensível. A energia de Áries' vibra com o poder, mas, uma vez tomada a iniciativa, geralmente o entusiasmo diminui e a falta de continui-dade resulta num fracasso da outrora orgulhosa tentativa.

Tônica-, "A energia primordial se manifesta. •

Palavras-chave:

Empreendedor Determinação Agressivo/Briguento Decisivo Auto-interesse Impulsivo

Líder e Pioneiro Positivo Insensível Corajoso Impaciente

TOURO: Negativo - Fixo - Terra tí

O elemento Terra e a qualidade Fixo fazem de Touro um carvalho bem enraizado no chão. Digno de confiança, inabalável e prático, este signo funcionará na sua velocidade própria e a seu próprio tempo. O símbolo é o touro, um animal forte, às vezes calmo, mas que, provo-cado, chega à raiva intensa e poderosa, o glifo é um pictograma da cabeça do touro — simples, sólido e expressivo. Este segundo signo, tal como Áries, também tem uma qualidade simples, mas aqui associa-da à natureza: uma relação viva com a terra, a fertiliassocia-dade, tudo o que cresce e a beleza que não foi enfeitada com as complexidades huma-nas. Há a sensualidade da Deusa Terra em Touro. Tal contato com o mundo material natural pode trazer uma certa possessividade ao signo — um desejo de riqueza, investimento ou dinheiro gasto em objetos de conforto, beleza ou valor.

Os taurinos são geralmente artísticos, apreciando as cores mais suaves e as superfícies macias; tomar uma parte da mãe-terra, argila ou pedra, e transformá-la em algo belo, teria um apelo típico. O cuidado e o conservadorismo taurino vêm da conscientização que a ordem na-tural da vida sempre consegue bons resultados. A paciência é uma vir-tude e aparelhos modernos criam mais problemas do que soluções — mas estas são filosofias que podem levar à monotonia e à inatividade, a menos que haja uma consciência da necessidade de novo cresci-mento para cima e não apenas de raízes crescendo para baixo.

(41)

Tônica: "Meu alimento cresce naturalmente da Terra."

Palavras-chave:

Leal e Honrado Amante da natureza Possessivo Produtivo Terreno e Sensual Lento e Sólido Artístico Conservador Ambicioso Calmo e Tranqüilo Obstinado

GÊMEOS: Positivo - Mutável - A r n

Em termos simples, Gêmeos é adaptável (Mutável) e intelectual (Ar). Mas esta mesma combinação cria sua própria complexidade, uma tra-ma colorida de circuito de computador, brilhantemente desenhada e rápida na operação. Os gêmeos simbolizam este signo e representam a dualidade em todos os aspectos. São normalmente descritos como dois garotos ou um menino e uma menina, e refletem a sede de saber e a experiência pela qual cada criança curiosa suspira. Mas são muito nervosos e impacientes e querem o conhecimento imediatamente — e todo ele — assim, a complexidade do signo nasceu não de uma pro-funda maturidade, mas antes de uma confusão criada pelos próprios gêmeos. O glifo representa da mesma forma a dualidade, mas ele tam-bém pode simbolizar os pilares gêmeos do portão da sabedoria.

O geminiano tem a capacidade de se envolver com muitas coisas diferentes ao mesmo tempo e, mais do que isso, ele precisa de tal varie-dade a fim de viver em harmonia e manifestar suas qualivarie-dades. Mas a tentação é não fazer nada profundamente e, porque ele é bastante

es-Tônica: "A mente comunica correntes de informação."

Palairas-chave:

Eloqüente Inquisidor Superficial

Versátil Espirituoso Trapaceiro e Amoral Pensador Objetivo Ágil e Alegre Falta concentração Alerta Excitável

(42)

perto para realizar o seu intento, a superficialidade torna-se seu mé-todo de variar cada vez mais e a amoralidade mantém a consciência neutralizada. A comunicação em todas as suas formas é essencial — lendo, escrevendo e conversando. Mesmo na velhice, a desenvoltura,

a sagacidade e a destreza mental da juventude são aparentes — Gê-meos é o Peter Pan do zodíaco.

CÂNCER: Negativo — Cardinal - Água cs

Estas qualidades e combinações de elementos criam um paradoxo e

uma complexidade latente no quarto signo. A cardinalidade é empendedora e cheia de propósitos, enquanto a Água é emocional e re-ceptiva. O glifo do signo sugere o seio materno ou a fertilização do ovo pelo esperma. O próprio signo é simbolizado pelo caranguejo e podemos aprender muito sobre o signo através desta criatura. Vi-vendo nos cantos de lagos rochosos e na areia, é tímido e inseguro por natureza, e todavia tem garras semelhantes a tenazes que podem ser usadas agressivamente.

Os cancerianos precisam de segurança e são tão arraigados a seus lares quanto um caranguejo o é à sua concha, mas lutarão protetora-mente se eles ou suas famílias forem ameaçados. O caranguejo tem uma concha externa dura, mas é mais suave e vulnerável interior-mente. Muitos cancerianos escondem ou protegem suas emoções sob uma dura couraça, especialmente aqueles homens que se sentem um pouco inseguros de sua masculinidade e são reticentes quanto à de-monstração de sensibilidade.

As tenazes dos caranguejos são brandidas num espetáculo de aparente agressividade. Há um forte instinto maternal dentro do

Tônica: "Os seres amados são criados com proteção."

Palavras-chave:

Indulgente Maternal Suscetível Protetor Família e Segurança Desgarrado

Compreensivo Reprimido Chantagista emocional Bom e Zeloso Apegado

Referências

Documentos relacionados

1) Identificar as principais alterações clínicas em cães com hipotireoidismo iatrogênico induzido por metimazol. 2) Comparar as alterações clínicas e fisiopatológicas

Grupos de pesquisa: Comunicação e Cultura do Ouvir (FCL); Artemídia e Videoclip (Unesp). 3 Palavras extraídas do início do livro “José e seus irmãos”, de Thomas

- não são indicados na gravidez: depleção do volume sanguíneo, perfusão útero-placentária; complicações maternas e fetais; não está associado a efeitos teratogênicos, mas

quantificar os benefícios para efeito de remunerar o seu gerador. A aprovação da idéia e a autorização para sua implementação dependem da alta administração,

Esta  tela  mostra  a  confirmação  do  agendamento  que  inclui  as  datas  de  realização,  os  dias  dimensionados  versus  os  ofertados  e  o  registro 

O objetivo deste trabalho é mostrar os resultados das novas projeções populacionais para Estado do Rio Grande do Sul e os modelos de estimativas populacionais municipais a

Será concedido, exclusivamente, aos empregados da categoria, mencionados na cláusula da abrangência, um reajuste salarial, no percentual de 7%(sete por cento), a incidir sobre

Amanda Pereira dos Santos Rocha Técnico(a) de Enfermagem. Ana Carolina Leite de Souza