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Aplicação da NR-18 em obras de infraestrutura viária: estudo de caso na Grande Florianópolis

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Academic year: 2021

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ÉRICA MACHADO

FERNANDA DAS GRAÇAS PEREIRA

APLICAÇÃO DA NR18 EM OBRAS DE INFRAESTRUTURA VIÁRIA: ESTUDO DE CASO NA GRANDE FLORIANÓPOLIS

Palhoça 2019

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ÉRICA MACHADO

FERNANDA DAS GRAÇAS PEREIRA

APLICAÇÃO DA NR18 EM OBRAS DE INFRAESTRUTURA VIÁRIA: ESTUDO DE CASO NA GRANDE FLORIANÓPOLIS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Engenharia Civil da Universidade do Sul de Santa Catarina como requisito parcial à obtenção do título de Engenheiro Civil.

Orientador: Prof. Carlo Roberto Bavaresco

Palhoça 2019

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Dedicamos essa pesquisa a Deus, nossos pais e aos mestres que participaram dessa construção de novos saberes.

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AGRADECIMENTOS

Nossos agradecimentos primeiramente a Deus, que nos proporcionou uma vida com saúde, proteção e coragem para enfrentar diversos obstáculos e conquistar mais uma etapa em nossas vidas.

As nossas famílias, namorados, que estiveram o tempo inteiro nos apoiando, incentivando e torcendo para que pudéssemos realizar mais um sonho.

A todos os nossos professores, mestres da caminhada, por seus sábios ensinamentos, pela dedicação, pelo incentivo e amizade, em especial ao nosso professor Carlos Roberto Bavaresco pela paciência e confiança que nos foi repassada. Todos deixaram sua marca, e contribuíram para quem nos tornamos hoje, deixamos assim, nossa eterno agradecimento e respeito.

O primeiro degrau decidimos pisar sem a real noção do que nos esperava durante todo esse percurso acadêmico, científico, cultural, mas, acima de tudo de formação humana.

Nessa caminhada nunca mais seremos as mesmas, a passagem pelos bancos acadêmicos, transformam nossa maneira de ver o mundo e nos vermos perante o mundo. Futuras profissionais da área de Engenharia Civil reforça nosso compromisso e responsabilidade por nossos atos, ética e profissionalismo. De forma que tudo isso incorpora em nossas vidas, buscando uma vida mais ética, com mais atitude e mais compromisso. Nossa profunda gratidão a todos que contribuíram nesse ciclo de nossas vidas.

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“Suba o primeiro degrau com fé. Não é necessário que você veja toda a escada. Apenas dê o primeiro passo”. (MARTIN LUTHER KING, 1965)

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RESUMO

A indústria da construção civil desempenha um papel importante no desenvolvimento econômico e social do Brasil, por ser um dos setores responsável pela maior fonte geradora de emprego. Porém o elevado índice de acidentes de trabalho e ocorrências fatais gerados por este setor reflete de modo negativo em toda a sociedade. Um dos principais causadores de acidentes na indústria da construção civil continua sendo a falta de conscientização profissional, além da cultura, tanto por parte dos empregadores quanto por parte dos empregados, os quais não dão a devida importância as Normas de Segurança do Trabalho, como forma de evitar e prevenir acidentes. Assim, é evidente a importância de se avaliar as condições e o meio ambiente de trabalho, para evitar ou minimizar os riscos físicos, químicos, biológicos, ergonômicos e de acidentes, em cada situação. Como forma de mudar esse quadro e prevenir os acidentes de trabalho, é necessário um maior comprometimento e conscientização por parte de todos os envolvidos no setor, passando pela qualificação de mão-de-obra e por uma fiscalização mais criteriosa do Ministério do Trabalho. Visar a segurança do trabalho desde o início das obras, na fase de elaboração do projeto, onde deverá ser analisado os possíveis riscos e os meios de neutraliza-los. O objetivo deste trabalho foi avaliar como a segurança no trabalho é aplicada pelos principais envolvidos na obra. A coleta de dados se deu por meio da elaboração de um checklist com base na NR 18 com os itens que mais se adequaram as obras de infraestrutura. O checklist foi aplicado em duas obras de uma mesma empresa, a fim de analisar o grau de cumprimento da NR 18 nos canteiros de obras de infraestrutura na Grande Florianópolis. Através da análise dos resultados desse estudo de caso puderam-se verificar quais itens estão ou não sendo cumpridos a fim de preservar a segurança do trabalhador. Após a aplicação do checklist, verificou-se um alto índice de cumprimento da norma. Obteve-se um resultado global de 13% de não cumprimento e respectivamente 87 % de cumprimento da NR 18.

Palavras-chave: Construção Civil. Acidentes de Trabalho. NR 18. Obras de Infraestrutura.

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ABSTRACT

The construction industry plays an important role in Brazil's economic and social development, as it is one of the sectors responsible for the largest source of employment. However, the high rate of occupational accidents and fatalities generated by this sector reflects negatively on society as a whole. One of the main causes of accidents in the construction industry remains the lack of professional awareness, as well as culture, by both employers and employees, who do not give due weight to the Occupational Safety Standards as a way to prevent and prevent accidents. Thus, the importance of assessing working conditions and the environment is evident, to avoid or minimize the physical, chemical, biological, ergonomic and accident risks in each situation. As a way to change this situation and prevent occupational accidents, greater commitment and awareness on the part of all those involved in the sector is required, including the qualification of labor and more careful supervision by the Ministry of Labor. Aim at work safety since the beginning of the works, in the project preparation phase, where the possible risks and the means of neutralizing them should be analyzed. The objective of this work was to evaluate how safety at work is applied by the main people involved in the work. Data collection occurred through the elaboration of a checklist based on NR 18 with the items that best fit the infrastructure works. The checklist was applied to two works of the same company in order to analyze the degree of compliance with NR 18 at infrastructure sites in Greater Florianópolis. Through the analysis of the results of this case study it was possible to verify which items are or are not being fulfilled in order to preserve worker safety. After applying the checklist, there was a high rate of compliance with the standard. An overall result of 13% non-compliance and respectively 87% non-compliance with NR 18 was obtained.

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LISTA DE ABREVIAÇÕES

AFT - Auditores Fiscais do Trabalho

ART - Anotação de Responsabilidade Técnica ASO - Atestado de Saúde Ocupacional

CA - Certificado de Aprovação

CAT - Comunicação de Acidente do Trabalho

CBIC - Câmara Brasileira da Indústria da Construção CIPA - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes CLT - Consolidação das Leis do Trabalho

CNAE - Classificação Nacional de Atividades Econômicas CNI - Confederação Nacional da Indústria

CNICM - Centro Nacional de Información de Ciencias Médicas CNTI - Confederação Nacional dos Trabalhadores na Indústria CPN – Comitês Permanentes Nacional

CPR – Comitês Permanentes Regionais CUT - Central Única dos Trabalhadores

DSST - Departamento de Segurança e Saúde no Trabalho DRT - Delegacia Regional do Trabalho

EPI - Equipamento de Proteção Individual

FUNDACENTRO- Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho

INSS - Instituto Nacional do Seguro Social ISSA - International Social Security Association MPS - Ministério da Previdência Social

MPT – Ministério Público do Trabalho NR - Norma Regulamentadora

OIT - Organização Internacional do Trabalho

PCMAT - Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção

PCMSO - Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional PIB - Produto Interno Bruto

PPRA - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais RTP – Regulamento Técnico de Procedimentos

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SST - Segurança e Saúde no Trabalho

SSST – Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho

SESMT - Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1- Dados extraídos do site da Previdência Social apontando em números os

registros de acidentes de trabalho por ramo em 2016. ... 19

Tabela 2- Acidentes de trabalho da construção civil (2006/2012). ... 23

Tabela 3 - Instalações Sanitárias ... 35

Tabela 4 - Vasos Sanitários ... 36

Tabela 5 - Chuveiros ... 38

Tabela 6 - Alojamentos ... 40

Tabela 7 - Local para Refeições ... 46

Tabela 8 - Lavanderia ... 47

Tabela 9 - Área de Lazer ... 49

Tabela 10 - Máquinas, Equipamentos e Ferramentas Diversas ... 50

Tabela 11 - EPI ... 55

Tabela 12 - Transporte de Trabalhadores em Veículos Automotores ... 56

Tabela 13 - Sinalização ... 59

Tabela 14 - Treinamento ... 62

Tabela 15 - Ordem e Limpeza ... 64

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Distribuição de acidente do trabalho em Santa Catarina 2017 ... 18

Figura 2- Banheiro químico (Obra 1) ... 37

Figura 3 - Banheiro Químico (Obra 2) ... 38

Figura 4 - Chuveiro (Obra 1) ... 39

Figura 5 - Chuveiro (Obra 2) ... 39

Figura 6 - Chuveiro 2 (Obra 2) ... 40

Figura 7 - Beliche (Obra 2) ... 42

Figura 8 - Armários (Obra 1) ... 42

Figura 9 - Fornecimento de água (Obra 1) ... 43

Figura 10 - Fornecimento de água (Obra 2) ... 43

Figura 11 - Alojamento (Obra 1) ... 44

Figura 12 - Alojamento (Obra 2) ... 44

Figura 13 - Quarto (Obra 1) ... 45

Figura 14 - Quarto (Obra 2) ... 45

Figura 15 - Local de Almoço (Obra 2) ... 47

Figura 16 - Máquina de lavar (Obra1) ... 48

Figura 17 - Tanque (Obra 2) ... 49

Figura 18 - Escavadeira (Obra 1) ... 52

Figura 19 - Motoniveladora (Obra 1) ... 53

Figura 20 - Rolo Compactador (Obra 1) ... 53

Figura 21 - Fresadora ( Obra 2 ) ... 53

Figura 22 - Vibroacabadora (Obra 2) ... 54

Figura 23 - Comboio ... 54

Figura 24 - Funcionário utilizando EPI (Obra 1) ... 55

Figura 25 - Funcionários utilizando EPI (Obra 2) ... 56

Figura 26- Transporte (Obra1) ... 58

Figura 27 - Transporte (Obra 2) ... 58

Figura 28- Sinalização (Obra 1) 100 m ... 60

Figura 29- Sinalização (Obra 1) - 200 m ... 60

Figura 30 - Sinalização de obras na pista (Obra 1) ... 60

Figura 31 - Sinalização de máquinas na pista (Obra 1) ... 60

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Figura 33- Sinalização (Obra 2) - 100 m ... 61

Figura 34- Sinalização Desvio (Obra 2) ... 61

Figura 35 - Sinalização Homens e Máquinas na Pista (Obra 2) ... 61

Figura 36 - Documento de treinamento ... 63

Figura 37 - Limpeza da Obra 1 ... 64

Figura 38 - Limpeza da Obra 2 ... 64

Figura 39 - Gráfico de Comparativo de Atendimento a Norma... 66

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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ... 9 1.1 JUSTIFICATIVA... 11 1.2 OBJETIVOS ... 12 1.2.1 Objetivo Geral ... 12 1.2.2 Objetivos Específicos ... 12 2 REFERENCIAL TEORICO ... 13

2.1 ASPECTOS HISTÓRICOS SOBRE A SEGURANÇA NO TRABALHO ... 13

2.2 ACIDENTES DO TRABALHO ... 16

2.2.1 ACIDENTES DE TRABALHO NA INFRAESTRUTURA ... 19

2.3 APLICAÇÃO DA NR 18 NAS OBRAS DE INFRAESTRUTURA ... 24

2.4 NORMA DNIT - CANTEIRO DE OBRA PADRÃO PARA OS DIVERSOS TIPOS DE EMPREENDIMENTOS RODOVIÁRIOS - PADRONIZAÇÃO ... 31

3 MÉTODO ... 33

3.1 INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS ... 33

3.2 ESTRUTURA DO CHECKLIST ... 34 3.3 DESCRIÇÃO DA OBRA ... 34 4 APLICAÇÃO DO CHECKLIST ... 35 4.1 PCMAT ... 35 4.2 ÁREAS DE VIVÊNCIA ... 35 4.2.1 Instalações Sanitárias ... 35

4.3 MAQUINAS, EQUIPAMENTOS E FERRAMENTAS DIVERSAS ... 50

4.4 EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL ... 55

4.5 TRANSPORTE DE TRABALHADORES EM VEÍCULOS AUTOMOTORES ... 56

4.6 SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA ... 58

4.7 TREINAMENTO... 62

4.8 ORDEM E LIMPEZA ... 63

5 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS ... 65

5.1 COMPARATIVO DE OBRAS ... 65

6 CONCLUSÃO ... 68

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1 INTRODUÇÃO

A contribuição da indústria da construção civil para economia brasileira é de fato enormemente significativa por ser um dos setores que mais empregam. Todavia, quando é colocada em pauta a questão da Segurança do Trabalho do setor, se observa um histórico negativo em suas estáticas quanto aos acidentes do trabalho: Entre 2012 e 2018, foram registrados 4.503.631 acidentes de trabalho, os dados são do Observatório Digital de Saúde e Segurança do Trabalho do Ministério Público do Trabalho (MPT).

São de fato diversos fatores que contribuem para esses elevados índices de acidentes de trabalho na indústria da construção civil no Brasil. A falta de especialização dos profissionais, riscos de queda, mudanças de ambiente e esforço físico em excesso, são apenas alguns apontamentos que atualmente cooperam para que tais acidentes aconteçam. Tanto que em 1978, por meio da Portaria nº 3.214, o setor foi contemplado com a NR-18 – Obras de Construção, Demolição e Reparos, a qual também realizou a aprovação das demais normas regulamentadoras. Porém as mudanças não foram conforme o esperado e o setor continuou ocupando o topo do ranking dos que mais se acidentavam e matavam no Brasil.

Segundo Vale (2005), em 1983, a NR-18 passou pela sua primeira alteração, dando-lhe maior abrangência e um conteúdo mais técnico e atualizado. Entretanto, ainda estava em falta a qualidade nas questões de segurança e saúde do trabalho.

Para reverter o cenário nacional e alcançar melhores níveis de segurança no trabalho, tomou-se partida dos níveis de exigências mínimos, os quais foram definidos com a alteração realizada em 04 de julho de 1995, na qual a NR-18 passou a ser descrita como Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção. Na qual, a aplicação da norma não era apenas em canteiros de obras, mas sim em todo meio ambiente de trabalho da indústria, sem restrições ao tipo de obra. Foi evidente que essa mudança na norma trouxe um grande avanço, porém, ainda existem muitas dúvidas quanto aos questionamentos e interpretação em relação a viabilidade técnica e econômica de algumas das exigências nela contida.

A problemática tange no foco da pesquisa evidenciar justamente as dificuldades existentes no setor, especificamente a aplicabilidade da Norma Regulamentadora 18. A aplicabilidade dessa norma é segurança para o trabalhador e

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para as empresas de possíveis responsabilizações sobre a imprudência e imperícia nos procedimentos laborais.

A rotatividade de colaboradores do setor é um fator ao qual leva as empresas a baratear seus custos, uma vez que aquele colaborador dificilmente ficará muito tempo na empresa, onde acaba não sendo realizados os investimentos adequados em treinamento e materiais de segurança, podendo apontar como uma relevante hipótese da pesquisa. No entanto, a adequação dos canteiros de obra a NR-18, traz benefícios a todos os envolvidos e por consequência o aumento da produtividade, ademais os custos das indenizações e multas geradas pela aplicação da fiscalização são bem menores do que o cumprimento das exigências legais para segurança do trabalhador.

Ainda há de se destacar a importância da conscientização da mão-de-obra a realizarem as práticas de segurança e comportamentos mais seguros dentro do canteiro de obra que possuí toda adaptação de segurança. Além da reciclagem constante é necessário que a própria empresa fiscalize, para garantir que o trabalhador apenas inicie suas atividades com todos seus equipamentos de segurança e ambiente seguro.

O estudo em questão, dessa forma, fará uma análise teórico-empírica para posterior estudo de caso, levando em consideração a localização e seleção de ruas do entorno da Grande Florianópolis e obras de infraestrutura viária nelas existentes; realização de levantamento e registro bibliográficos sobre as aplicações da NR-18, sinalizações nas obras em andamento, pesquisa sobre legislação, NR-18 e especificações técnicas existentes e aplicáveis em obras de infraestrutura.

Especificamente em obras viárias, ao qual esta pesquisa tem o foco, há de se destacar os procedimentos de segurança de trabalho voltados para a área. Dessa forma para melhor desenvolver a pesquisa será realizada inicialmente uma abordagem no primeiro capítulo sobre questões relacionadas à segurança no trabalho, todos os apontamentos conceituais e históricos. Posteriormente, no segundo capítulo serão ressaltados aspectos legais e relevantes quanto aos acidentes de trabalho. Ainda no terceiro capítulo será discorrido sobre a aplicabilidade da NR-18, nesse caso, com o olhar sobre o PCMAT, que é um programa no qual estabelece procedimentos de ordem administrativa, de planejamento e de organização, com intuito de prevenir acidentes de trabalho em todas as esferas do segmento. Por fim, apresentando as fontes de formação e consulta desta pesquisa bibliográfica.

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1.1 JUSTIFICATIVA

Se tratando de Segurança do Trabalho há de se observar que a discussão tange os fatores de risco da integridade humana na sua atividade laboral. Apesar da importância da implementação de diretrizes de segurança e saúde do trabalho, ainda ocorre imprudência e imperícia nos diversos setores que envolvem alto risco das atividades de trabalho. Para Saurin et al. (2000), a segurança exerce um papel secundário na gestão das empresas de construção.

A NR-18 vem contribuir para que se tome medidas necessárias a fim de evitar acidentes de trabalho, assim diminuindo a crescente estatística do setor tocante ao tema.

A aplicabilidade da NR-18 é, contudo, assegurar ao trabalhador que se possam ter condições básicas de segurança, para que este execute seu labor sem riscos. É certificar de antemão que o trabalhador terá condições aptas para trabalhar com segurança.

Ainda é através da aplicação da NR-18 que encontra-se base legal para que as obras sejam realizadas com mais segurança, ainda mais que ela exige a elaboração e o cumprimento do PCMAT (Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção) e juntamente determina as condições seguras para os trabalhadores nas atividades a serem realizadas nas obras.

No entanto, ainda há de se observar que a Norma Regulamentadora 18 (NR-18) por sua vez, ainda possui suas limitações, podendo assim definir suas exigências como requisitos mínimos a serem aplicados, para então preservar a integridade humana.

A falta de conscientização, redução de custos, a falta de fiscalização intensiva dos órgãos responsáveis perante a aplicabilidade das leis e normas vigentes, configuram um cenário desastroso perante a segurança do trabalho na indústria da construção civil.

Compreendido que a construção civil é um setor que apresenta um número elevado de acidentes e que possui diversas particularidades que a diferem de outros ramos industriais, é de suma importância que sejam realizados estudos e pesquisas voltados a este setor no que se refere à segurança e saúde do trabalhador.

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Conjuntamente, ressaltada a importância da aplicação da NR-18, se justifica o aprofundamento do estudo presente, o qual terá sua análise fundamentada em registros bibliográficos e estatísticas voltadas para a construção, reforma, reparos em obras de infraestrutura viária do entorno da Grande Florianópolis.

1.2 OBJETIVOS

1.2.1 Objetivo Geral

O objetivo geral dessa pesquisa é verificar a aplicação da NR 18 em obras de infraestrutura viária, no entorno da Grande Florianópolis.

1.2.2 Objetivos Específicos

- Verificar a forma de aplicação da NR 18 em obras de infraestrutura viária;

- Identificar os fatores de risco na segurança do trabalho em obras de infraestrutura viária;

- Identificar os principais requisitos de segurança presentes na NR 18;

- Demonstrar ações que estão sendo empregadas para atendimento a NR 18 e a legislação;

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2 REFERENCIAL TEORICO

2.1 ASPECTOS HISTÓRICOS SOBRE A SEGURANÇA NO TRABALHO

Com o intuito de subsistência os antepassados trabalhavam para suprir suas necessidades, tanto às funções destinadas ao cultivo, quanto as atividades relacionadas com a criação de animais, nesse período histórico, sem intenção e ideais de dominação. Em remotos registros encontramos vestígios das primeiras civilizações onde é possível verificar a existência do trabalho, essa atividade laborativa destinada então às camadas mais inferiores.

Costa (2003, p. 15), sobre esse período, cita que o trabalho era destinado às camadas mais baixas da sociedade carente. O autor ainda acrescenta que os escravos na época poderiam ser mortos ou mutilados por seus amos. Nesse período não se falava de quaisquer tipos de proteção a integridade do trabalhador.

Tocante ao tema Oliveira e Piza (2016, p. 16) corroboram que:

A informação mais antiga sobre a segurança do trabalho está registrada em um documento egípcio. O papiro Anstacius V fala da preservação da saúde e da vida do trabalhador e descreve as condições de trabalho de um pedreiro. Também no Egito, no ano de 2.360 a. C., uma insurreição geral dos trabalhadores deflagrada nas minas de cobre, evidenciou ao faraó a necessidade de melhorar as condições de vida dos escravos.

O Brasil desenvolveu-se baseado na agricultura e pecuária, por ter sido colônia de Portugal por muito tempo, e demorou a pensar na segurança do trabalho.

De acordo com Rudek (2007) “as primeiras fábricas que iniciaram suas atividades no Brasil instalaram-se ainda no século XIX, num cenário marcado pela ideologia colonial escravista, tornando a atividade fabril bastante desfavorável. ”

Os problemas relacionados aos acidentes de trabalho eram os mesmos encontrados na Revolução Industrial, na Inglaterra. Nessa época não existia no Brasil leis específicas para segurança do trabalho, foi somente em 1944, onde o Governo de Getúlio Vargas estava no comando, que se cria a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Foi assim que o país obteve as primeiras leis referente ao trabalho, as quais tratam sobre horários, formas de pagamentos e sobre Saúde e Segurança do Trabalho (SST), incluindo a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA).

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Nessa comissão, parte dos funcionários eleitos pelos empregados e parte escolhida pelo empregado, passa a ter o poder e dever de propor medidas de prevenção em seus locais de trabalho, de acordo com Pereira (2001).

Pereira (2001) também descreve que, o surgimento da Revolução Industrial na Inglaterra veio acompanhada de muitas transformações para a sociedade, principalmente para a classe trabalhadora. Essas transformações foram um tanto quanto negativas no que se refere ao bem-estar físico e psicológico do trabalhador, os quais eram obrigados a executar longas jornadas de trabalho em ambientes inapropriados e sem segurança, tendo que trabalhar com máquinas tecnologicamente avançadas, com as quais não estavam habituados, causando assim graves acidentes de trabalho como: desgaste físico, mutilação, intoxicação, entre outros.

As péssimas condições de trabalho, nesse período da Revolução Industrial, levaram a um altíssimo número de mortes e mutilações, muitas revoltas foram surgindo e criando pressões a fim de buscar novas condições de trabalho, mais dignas das quais os trabalhadores estavam vivenciando nessa época.

Costa (2003, p. 18), quanto ao período afirma que:

A dignidade do trabalhador, que antes não era questão importante para os industriais, com o início da nova era social em que caberia ao Estado procurar nivelar o interesse da sociedade, e não apenas o individual, passou a ter outro sentido de consideração.

Toda a pressão existente da classe trabalhadora por melhores condições de trabalho fez surgir dessa forma novas relações jurídicas também sobre o contexto que os trabalhadores viviam. Discutindo então questões sobre as jornadas de trabalho, sistematização de procedimentos preventivos na atividade laboral, melhoria nas condições de higiene e ventilação nos espaços de produção. Foi esse momento que encontramos de maneira mais expressiva algumas leis que começam a regulamentar as atividades dos trabalhadores em função dos grandes riscos crescentes que estavam causando uma enorme quantidade de acidentes. Então foram criadas as Normas Regulamentadoras pela portaria nº 3.214, em 8 de junho de 1978. Sendo que atualmente existem 36 NR’S, que tratam diretamente sobre segurança e saúde no trabalho. ” (ALMEIDA, 2016).

A legislação atual vigente traz em todas esferas normas legais para definir todas as situações que envolvam essa relação de segurança do trabalhador na sua atividade, desde a Constituição Federal, CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas),

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normas regulamentadoras, leis complementares, decretos e portarias, ainda na esfera internacional a OIT (Organização Internacional do Trabalho) e a OMS (Organização Mundial de Saúde). Além disso, também foi criado a Previdência Social, que é um seguro social para que os trabalhadores acidentados possam estar protegidos em caso de necessidade, sendo um avanço para a Segurança do Trabalhador.

A Previdência Social é o seguro social disponível para pessoa que contribui. É uma instituição pública que objetiva reconhecer e conceder direitos aos trabalhadores segurados. A renda repassada pela Previdência Social é utilizada para substituir a renda do trabalhador contribuinte, quando ele fica impossibilitado de trabalhar, seja por doença, invalidez, idade avançada, morte e desemprego involuntário, ou mesmo a maternidade e a reclusão.

Entre as normas mencionadas, a NR-18 é a que regulamenta a Segurança e Saúde dos trabalhadores na Indústria da Construção Civil, se trada das Condições e Meio Ambiente de Trabalho. Essa norma determina diretrizes de ordem administrativa, de planejamento e organização, com intuito de implantar medidas de controle e sistema de prevenção para segurança e saúde nos processos, nas condições e no meio ambiente de trabalho na indústria da construção civil. (BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego, 2012)

A partir então se definindo um conceito de segurança de trabalho, Barbosa e Barsano (2018, p. 9) assim entendem:

“A segurança do trabalho é a ciência que estuda as possíveis causas dos acidentes e incidentes durante a atividade laboral do trabalhador. Seu principal objetivo é a prevenção de acidentes, doenças ocupacionais e outras formas de agravos à saúde do profissional. Ela atinge sua finalidade quando consegue proporcionar ambos, empregado e empregador, um ambiente de trabalho saudável e seguro, garante a certeza de que vão laborar em um ambiente agradável e seguro...”

Contudo, é necessária ainda uma larga fiscalização dos órgãos governamentais para que se possa garantir a efetividade de todo aparado jurídico existente, construído ao longo da história, que visa a proteção, prevenção e extinção dos acidentes de trabalho. Nesse sentido, Santos (2012, p.38) descreve:

No MTE, a fiscalização de SST é realizada exclusivamente pelos auditores fiscais do trabalho (AFT) – denominação atual dos seus inspetores do trabalho, lotados nas suas diversas unidades descentralizadas – e sob a coordenação técnica da SIT. Embora seja realizada prioritariamente por AFTs subordinados tecnicamente ao DSST, é responsabilidade de todos estes inspetores, já que este tipo de inspeção é inseparável daquela realizada para verificar outras exigências trabalhistas tais como a formalização do contrato,

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jornadas, períodos de descanso etc. Desse modo, a apresentação que se segue refere-se em grande parte à inspeção trabalhista como um todo, e não apenas à realizada na área de SST.

A Segurança do Trabalho deve ser considerada um investimento e não uma despesa para as empresas, pois é evitando acidentes de trabalho que a empresa reduz gastos, sendo eles com funcionários, máquinas, equipamentos, além dos gastos com indenizações por acidentes.

Dessa forma, este Trabalho de Conclusão de Curso salienta o estudo voltado para a situação dos trabalhadores em obras de infraestrutura viária, visando a aplicação da NR-18. Em todas as funções existentes, desde construções, reparos, manutenção dentre outras atividades que são realizadas por trabalhadores na indústria da construção. A seguir serão examinadas algumas peculiaridades voltadas para esse setor, apontando e analisando os principais aspectos das atividades laborativas que envolvem a segurança do trabalho.

2.2 ACIDENTES DO TRABALHO

Toda relação de trabalho seja ela por contrato determinado ou indeterminado, gera uma situação de risco para o trabalhador. Configurado o acidente de trabalho os prejuízos em diversas esferas podem se tornar gigantescos.

A Lei nº 8.213 de 1991, que dispõe sobre os Planos de Benefícios da Previdência Social, em seu artigo 19, conceitua:

Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa ou pelo exercício do trabalho dos segurados referidos no inciso VII do art. 11 desta Lei, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade de desenvolvimento do trabalho.

O artigo 11 da lei supracitada, delimita quem são os segurados obrigatórios da Previdência Social. A mesma lei irá definir também sobre as doenças profissionais ou ainda ocupacionais, que estão equiparadas com acidentes de trabalho, no seu artigo 20, explica que as doenças profissionais são produzidas ou desencadeadas pelo exercício do trabalho peculiar a determinada atividade e constante da respectiva relação elaborada pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social. Ainda existe a doença do trabalho, que esta última pode ser adquirida ou desencadeada em função de condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione

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diretamente, constante da relação mencionada no inciso I do artigo 20. (BRASIL, 1991).

A lista de doenças ocupacionais das hipóteses previstas na Lei nº 8.213/91 não são exaustivas, pois nos casos os quais não estiverem relacionadas na legislação é executado diretamente e se relaciona com a Previdência Social, podendo considera-la assim como acidente de trabalho.

Ainda equipara a acidente de trabalho, de acordo com o Art. 21 da lei em estudo, Lei nº 8.213/91, as situações ligadas ao trabalho, mesmo que não se tenha causa única, haja contribuído diretamente para a morte do segurado, para redução ou perda da sua capacidade para o trabalho, ou ainda da mesma forma que tenha produzido lesão que exija atenção médica para a sua recuperação. (BRASIL, 1991).

O artigo supracitado da lei mencionada, ainda elenca em seus incisos, os acidentes sofridos pelo segurado no local e no horário do trabalho, em consequência de:

a) ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por terceiro ou companheiro de trabalho; b) ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa relacionada ao trabalho; c) ato de imprudência, de negligência ou de imperícia de terceiro ou de companheiro de trabalho; d) ato de pessoa privada do uso da razão; e) desabamento, inundação, incêndio e outros casos fortuitos ou decorrentes de força maior;

Nas configurações legais da lei, ainda foi elencado as doenças provenientes de contaminação acidental do empregado no exercício de sua atividade. Acidentes ocorridos fora do local de trabalho e horário de trabalho este sendo executado por ordem ou na realização da empresa. Na prestação, mesmo que ainda está, espontânea, de qualquer serviço à empresa para lhe evitar prejuízo ou ainda possa lhe proporcionar proveito. Na situação das viagens a serviço, também se inclui, nesse item a lei ainda expressa a situação de treinamentos, ora financiados pela empresa para reciclagem do colaborador, podendo estar com veículo de responsabilidade da empresa ou seu próprio transporte. Se ressalta ainda nesse contexto a análise de acidentes de trabalho em função da legislação em foco, a responsabilidade da empresa quanto o percurso da residência para o local de trabalho ou deste para aquela, independente nesta situação do meio de locomoção. (BRASIL, 1991).

A Lei nº 8.213/91 ainda explica que os horários destinados a refeição ou descanso, ou por ocasião da satisfação de outras necessidades fisiológicas, desde

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que ocorram no local do trabalho ou durante este, se considera que esse colaborador está em exercício do seu labor. (BRASIL, 1991).

A Lei nº 10.666/2003, em seu artigo 10, trata do Fator Acidentário de Prevenção (FAP), onde os acidentes de trabalho irão repercutir no cálculo desse fator, além das repercussões legais. E ainda por consequência para o próprio Estado, o qual através do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) irá prestar os benefícios de auxílio-doença acidentário, auxílio-acidente, habilitação e reabilitação profissional e pessoal, aposentadoria por invalidez e ainda a pensão por morte aos seus beneficiários. (BRASIL, 2003).

Deflagrada a situação de acidente de trabalho, a referida lei prevê a abertura da CAT (Comunicação de Acidente do Trabalho), que se trata de um documento no qual a empresa fará a emissão do acidente do trabalho, de trajeto ou ainda doença ocupacional. Prevista no art. 169 da Consolidação das Leis de Trabalho (CLT) e ainda na Lei nº8.213/1991 (Lei que dispõe sobre os Planos de Benefícios da Previdência Social).

Cabe a empresa a obrigatoriedade de emissão do acidente de trabalho, mesmo que não venha ocorrer o afastamento das atividades laborativas do funcionário. Cabendo multa conforme a lei em seus artigos 286 e 336 do Decreto 3.048/99. Além do controle de estatísticas a CAT é uma garantia junto ao empregado quanto aos seus direitos e benefícios existentes junto a Instituto de Seguridade Social. (BRASIL, 1999). A Previdência Social (2017, P.247) apresenta a distribuição de acidente do trabalho, por motivo no estado de Santa Catarina e apresenta na Figura sua composição:

Figura 1 - Distribuição de acidente do trabalho em Santa Catarina 2017

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Conforme a Previdência Social (2017, p.645) com relação à cidade de Florianópolis, disponibiliza alguns dados sobre os acidentes de trabalho comunicados e não comunicados no ano de 2016 e 2017. São ao total no ano de 2016, 3.011 acidentes de Trabalho, sendo com registro de CAT 2.249, acidente típico com 1.628, acidente de trabalho no trajeto com 563, acidente de trabalho sendo o motivo doença com 58, acidentes sem CAT 762 e 11 óbitos registrados. Já no ano de 2017, foram um total de 2.955 acidente de trabalho, com 2.284 registro de CAT, Acidente típico com 1.617, Acidente de trabalho no trajeto com 612, Acidente de Trabalho sendo o motivo doença com 55, Acidentes sem CAT 671 e 3 óbitos registrados.

2.2.1 ACIDENTES DE TRABALHO NA INFRAESTRUTURA

No Brasil a indústria da Construção Civil se destaca por apresentar uma grande diversidade de risco de acidentes e de doenças relacionada às condições de trabalho e dos aspectos específicos de cada obra. Nunes (2016) explica que o setor é que contribui relevantemente para estatísticas de acidente do trabalho no Brasil, sendo responsável por 20% dos acidentes registrados na Previdência Social.

Segundo a NBR 14280: 2001 (Cadastro de acidente do trabalho – Procedimento e classificação), o acidente de trabalho é definido como ocorrência imprevista e indesejável, instantânea ou não, relacionada como exercício do trabalho, de que resulte ou possa resultar lesão pessoal. A tabela a seguir mostra os dados extraídos do site da Previdência Social apontando em números os registros de acidentes de trabalho por ramo em 2016.

Tabela 1- Dados extraídos do site da Previdência Social apontando em números os registros de acidentes de trabalho por ramo em 2016.

CNAE Quantidade de Acidentes de Trabalho

Total Com CAT Registrada Sem CAT

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Total Motivo

Típico Trajeto Doença do Trabalho 4110 – Incorporação de empreendimentos imobiliários 13.905 12.905 11.016 1.732 157 1.000 4120 – Construção de edifícios 49.504 43.328 35.654 6.983 691 6.176 4211 – Construção de rodovias e edifícios 13.588 12.634 11.047 1.491 96 954 4212 – Construção de obras de arte especiais 5.388 5.016 4.390 510 116 372 4213 – Obras de urbanização 2.226 1.987 1.638 330 19 239 4221 – Obras para geração e distribuição de energia elétrica e para telecomunicações 20.820 14.805 12.792 1.843 170 6.015 4222 – Construção de redes de abastecimento de água, coleta de esgoto e construções correlatas 1.775 1.618 1.345 261 12 157 4223 – Construção de redes de transporte por dutos, exceto para

água e esgoto 454 291 226 56 9 163 4291 – Obras portuárias, marítimas e fluviais 532 506 452 40 14 26 4292 – Montagem de instalações industriais e de estruturas metálicas 7.379 6.785 5.952 758 75 594

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4299 – Obras de engenharia civil não

especificadas anteriormente 8.037 7.382 6.173 1.079 130 655 4311 – Demolição e preparação de canteiros de obras 197 178 138 36 4 19 4312 – Perfurações e sondagens 396 367 302 56 9 29 4313 – Obras de terraplanagem 3.417 3.065 2.480 542 43 352 4319 – Serviços de preparação do terreno não especificados anteriormente 203 184 142 36 6 19 4321 – Instalações elétricas 6.466 5.937 4.396 1.473 68 529 4322 – Instalações hidráulicas, de sistemas de ventilação e refrigeração 2.545 2.361 1.648 664 49 184 4329 – Obras de instalações em construções não especificadas anteriormente 2.740 2.503 1.839 613 51 237 4330 – Obras de acabamento 5.092 4.537 3.486 924 127 555 4391 – Obras de fundações 2.079 1.913 1.712 176 25 166 4399 – Serviços especializados para construção não especificados anteriormente 7.339 6.566 5.331 1.120 115 773 SOMA 154.082 134.868 112.159 20.723 1.986 19.214

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Segundo Nunes (2016, p. 23), algumas causas que geram acidentes de trabalho no Brasil são: não utilizar o equipamento adequado; negligência na instrução ao trabalhador; falta de conhecimento técnico; atitudes imprudentes; ausência ou negligência na fiscalização; não-cumprimento de leis trabalhistas; negligência aos direitos dos trabalhadores; não-manutenção ou não-reposição de maquinários; mão-de-obra desqualificada pelo baixo custo; alta rotatividade de mão-de-obra: dificulta o treinamento dos trabalhadores; trabalho exposto ao tempo; materiais perigosos, como a energia elétrica, e materiais insalubres como a cal, o cimento e produtos químicos; diversidade das etapas de produção, o que exige medidas de segurança distintas; situação do canteiro de obras: as instalações dos canteiros de obras, por serem provisórias, dificultam a manutenção das condições higiênicas e da organização do canteiro.

De acordo com Costa (2009), o setor da Construção Civil apresenta as piores condições de segurança e um dos maiores índices de acidentes a nível mundial. O Brasil não difere dos índices mundiais, apresentando um dos maiores números de acidentes de trabalho ocorrendo na indústria da construção civil. O autor ainda assevera que o setor da infraestrutura é um dos principais responsáveis por essas estatísticas.

De acordo com o Mobussconstrucao (2018), a infraestrutura é o conjunto de obras que serve como base para o funcionamento das cidades, formado pelas redes básicas de distribuição e condução. Ou seja, são todos os elementos que permitem que a população viva confortavelmente: por meio de rodovias e do sistema viário, da energia elétrica, da drenagem, das canalizações de esgoto, do gás e da água potável, entre outras facilidades.

As obras de infraestrutura são obras que demandam de grande porte e ainda de profissionais em diferentes áreas até a finalização da obra. Exigindo dessa forma uma equipe de supervisão qualificada para o acompanhamento de toda execução.

Observa-se que as obras de infraestrutura, em especial obras viárias, são sempre obras essenciais que visam assegurar principalmente a qualidade e segurança das mesmas, em função da pavimentação ou ainda dos equipamentos utilizados, mantendo-as assim no padrão correto e necessário. (COSTA, 2009).

Ainda Silveira (2010), os trabalhadores que exercem suas atividades em obras de infraestrutura viária estão expostos a riscos de lesões derivado da circulação de veículos de construção e equipamentos no interior das zonas de trabalho, acrescido

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pela passagem de veículos automóveis, que circulam muitas vezes em alta velocidade. Estes trabalhadores, independente das suas atividades, ficam expostos a condições de baixa iluminação, de pouca visibilidade e estão sujeitos à diversas condições climáticas.

Segundo Silveira (2010), um estudo realizado pela Advanced Research On Road Work Zone Safety Standards in Europe, revelou que as áreas de zona de trabalho em vias ativas têm, geralmente, as maiores taxas de acidentes se comparado com as zonas onde não existem quaisquer trabalhos. Os estudos sobre o comportamento dos condutores de veículos nessas zonas de trabalho revelam que o excesso de velocidade, frenagens repentinas e distâncias inadequadas entre os veículos são frequentes e implicam diretamente na segurança dos trabalhadores, sendo comportamentos caracterizados como alto risco e que assumem influência negativa na segurança da obra.

Até 2012, temos as seguintes estatísticas voltadas para o setor, onde podemos observar claramente que as obras de infraestruturas apresentam os maiores índices se comparado aos outros grupos do setor, a tabela 2 apresenta os dados extraídos da previdência social:

Tabela 2- Acidentes de trabalho da construção civil (2006/2012).

Fonte: Silva (2015)

Alguns riscos nas atividades de obras de infraestrutura viária são existentes pela execução das seguintes atividades de etapas importantes do processo, tais como: Limpeza e desmatamento do terreno; Drenagem: Terraplenagem; Subleito; Leito; Sub-base; Base; Revestimento, de acordo com (Krossa, 2014).

Ainda, segundo Almeida (2018), há outros riscos que essas atividades propriamente dessas atividades que são: Ruídos, fadiga, altas temperaturas, chuvas, atropelamentos por veículos automotivos, conflitos regionais, picadas de animais, postura inadequada, esforço físico, quedas, contato e inalação de produtos químico, etc.

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É necessário que os trabalhadores tenham obrigatoriamente cartão de vacina em dia, e que suas vestimentas estejam adequadas para o ambiente da obra de acordo com todas as especificidades da NR-18. A utilização das fitas refletivas nas vestimentas, protetor auricular, chapéus, botas, óculos, máscaras, luvas são indispensáveis na operacionalização das atividades desses trabalhadores nas obras. Outra observação da necessidade de evitar a realização de trabalhos em horários de temperaturas extremas, a necessidade de se fazer intervalos para descanso e para isso é necessário também realizar antecipadamente um estudo sobre a região que deverá contemplar os documentos obrigatórios para se iniciar as obras de infraestrutura.

2.3 APLICAÇÃO DA NR 18 NAS OBRAS DE INFRAESTRUTURA

No dia 8 de junho de 1978 o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) aprovou, através da portaria nº 3.214, a emissão das Normas Regulamentadoras, as quais tinham como objetivo a regulamentação e normatização das atividades relacionadas à segurança e saúde no ambiente de trabalho, suprindo assim, a carência normativa relacionada ao prevencionismo.

Dentre as normas existentes, a NR-18 caracteriza-se por se específica ao setor da construção civil. De início a norma era voltada para “obras de construção, demolição e reparos” e visava à melhoria das condições de trabalho na indústria da construção, tendo como objetivo esclarecer as condições necessárias de saúde do trabalhador, a melhoria na qualidade de vida e prevenção de acidentes de trabalho.

Em sua redação inicial, a NR-18, estabelece diretrizes de ordem administrativa, de planejamento e de organização, que objetivam a implementação de medidas de controle e sistemas preventivos de segurança nos processos, nas condições e no meio ambiente de trabalho na Indústria da Construção.

Em termos de avanço para a melhoria das condições de segurança e saúde do trabalhador a NR-18 passou por algumas modificações, até se tornar objeto de um significativo processo de alteração, como descreve Vale (2005):

Em 1983, a NR-18 passou por uma primeira modificação, lhe foi conferida maior abrangência e um conteúdo mais técnico e atualizado. No entanto, ainda não havia chegado o momento do tão esperado salto de qualidade nas questões de segurança e saúde do trabalho. O início deste processo, ainda

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em andamento, só ocorreu alguns anos depois, mais precisamente em junho de 1994, quando foi iniciado o trabalho de revisão da norma por um Grupo Técnico de Trabalho (VALE, 2005: 2).

Segundo Júnior (2015) em 1994, a Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho do Ministério do Trabalho (SSST/MTb), deu início ao processo de revisão da NR-18, ao processo foi criado um Grupo Técnico de Trabalho constituído por técnicos da FUNDACENTRO, SSST/MTb e DRT sob coordenação da FUNDACENTRO. Só então, após muita discussão e sistematização do grupo, foi elaborada uma primeira versão da reformulação da NR-18, encaminhada posteriormente para entidades, empresas e profissionais para apresentarem sugestões e contribuições.

Após essa etapa, a SSSM/MTb fez a publicação no Diário Oficial da União, a portaria nº 17 com a minuta do Projeto de Reformulação da nr-18 para que novas sugestões e contribuições pudessem ser encaminhadas. Foram recebidas “cerca de três mil sugestões, propostas e contribuições de aproximadamente trezentas entidades, empresas e profissionais da comunidade” (FUNDACENTRO, 1998).

Em 04 de julho de 1995, pela portaria n° 04, foi constituída uma comissão tripartite e paritária, por representantes do governo (SSST/MTb, DRT E Fundacentro), representantes dos empregadores (CNI, CBIC, CNICM) e representantes dos trabalhadores (CNTI, CUT e Força Sindical), para sistematização de todo material recebido, bem como conduzir o processo de elaboração da última versão da NR-18. Foi então, no dia 7 de julho de 1995, que a comissão após chegar a um consenso, publicou no Diário Oficial da União o novo texto da Norma Regulamentadora 18.

Na lista de principais modificações no texto da NR-18, pode-se destacar as seguintes:

a) A implantação do Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria de Construção – PCMAT, com intuito de formalizar medidas de segurança que devem ser introduzidas em canteiros de obras;

b) A criação dos Comitês Permanentes Nacional e Regionais sobre condições e meio ambiente de trabalho na indústria da construção. A composição destes é feita através de grupos tripartite e paritários;

c) A comunicação prévia à DRT, antes do início de qualquer obra de construção, demolição ou reparo, do endereço e tipo de obra, das datas previstas do início e conclusão e número máximo previsto de trabalhadores;

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d) Os Regulamentos Técnicos de Procedimentos – RTP, que têm por intuito mostrar meios de como alguns itens da NR 18 podem ser implantados. Tais procedimentos não são de cumprimento obrigatório, podem ser vistos como sugestões.

e) Definição de parâmetros mínimos para áreas de vivência em canteiros de obras (instalações sanitárias, vestiários, alojamentos, locais para refeições e cozinha, lavanderia e áreas de lazer), para que assim seja garantida condições mínimas de higiene e segurança do trabalhador;

f) Todos os trabalhadores devem receber treinamento admissional e periódico; e g) Instalação de pelo menos um elevador de passageiros em edifícios em construção com 12 ou mais pavimentos, ou altura equivalente ou obras com oito ou mais pavimentos cujo canteiro de obra possua pelo menos trinta trabalhadores.

Na indústria da Construção Civil os trabalhadores são expostos a diversas situações de risco, que na maioria das vezes poderiam ser evitadas se fossem seguidas as devidas orientações das normas de segurança, em particular a NR-18 que é especifica para a Construção Civil. Porém ainda hoje, muitas empresas não conseguiram se ajustar às requisições da legislação, tornando o setor da construção civil responsável por boa parte dos acidentes de trabalho.

Pesquisas comprovam que o cumprimento da NR-18 resulta em benefícios consideráveis, tanto para os trabalhadores quanto para as próprias empresas. Segundo Buanchi (1997), devido aos investimentos em programas de qualidade, segurança e medicina do trabalho, obtém-se os seguintes resultados:

• Melhor integração entre os diferentes níveis hierárquicos; • Diminuição do “medo” de diálogo;

• Melhoras em relação à disposição ao trabalho; • Redução das faltas (absenteísmo);

• Redução da rotatividade da mão-de-obra;

• Maior interesse dos operários quando ao aprimoramento profissional; • Melhor qualidade nos serviços; e

• Redução pequena, mas gradativa nos custos.

Atualmente a NR-18 passa por constante revisão e alterações que são desempenhadas através das reuniões realizadas pelo Comitê Permanente Nacional – CPN e pelos Comitês Permanentes Regionais – CPR’s. Essas mudanças são

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necessárias e procuram adaptar à implementação da norma nos canteiros de obras, com intuído de formar condições mínimas de segurança às novas tecnologias que surgem na Indústria da Construção.

De acordo com a NR-18, o projeto de execução e implantação das proteções coletivas precisa estar em conformidade com as fases de execução da obra, o qual deve fazer parte dos documentos que integram o PCMAT.

A introdução da necessidade de elaboração do PCMAT representa um avanço na segurança nos canteiros de obras. Este documento passa ser encarado como um instrumento gerencial de apoio para a organização do trabalho na obra, abordando administrativos e técnicos.

Segundo Brasil (1999), os documentos que integram o PCMAT exigidos pela NR-18 no subitem 18.3.4 são:

a) Memorial sobre condições e meio ambiente de trabalho nas atividades e operações, levando-se em consideração riscos de acidentes e de doenças do trabalho e suas respectivas medidas preventivas;

b) projeto de execução das proteções coletivas em conformidade com as etapas de execução da obra;

c) especificação técnica das proteções coletivas e individuais a serem utilizadas; d) cronograma de implantação das medidas preventivas definidas no PCMAT em conformidade com as etapas de execução da obra;

e) layout inicial e atualizado do canteiro de obras e/ou frente de trabalho, contemplando, inclusive, previsão de dimensionamento das áreas de vivência;

f) programa educativo contemplando a temática de prevenção de acidentes e doenças do trabalho, com sua carga horária.

A Norma Regulamentadora 18, reconhece e antecipa os riscos existentes nos canteiros de obra com a finalidade de controlar esses riscos eliminando ou reduzindo os acidentes de trabalho que asseveram essa larga estatística no setor. Nunes (2016) explica que de acordo com a Previdência Social o setor é responsável por mais de 20% dos acidentes de trabalho.

A NR-18, determina que são obrigatórios a elaboração e o cumprimento do PCMAT nos estabelecimentos com 20 trabalhadores ou mais, comtemplando os aspectos da NR e outros dispositivos completares de segurança.

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Nesse caso, não importando se são trabalhadores contratados diretamente da empresa ou ainda por responsabilidades de terceiros, bastando somente que o canteiro de obras tenha 20 ou mais trabalhadores.

De acordo com Nunes (2016, p. 561), para os canteiros com menos de 20 trabalhadores, não é necessária a elaboração do PCMAT, mas apenas do PPRA:

O PCMAT deve contemplar todos os riscos ocupacionais existentes em todas as fases da obra (demolição, terraplanagem, fundação, estrutura, alvenaria, reboco, acabamento, etc.) e o PPRA (das empresas terceiras presentes no canteiro) deve ser elaborado considerando apenas os riscos ambientais, previstos no PCMAT, correspondentes a atividade da empresa terceirizada no canteiro.

Quanto às diferenças existentes em relação ao PCMAT e o PPRA, se pode afirmar que ambos os programas tem o mesmo objetivo, porém o PPRA, de acordo com Fiesp (2003), o Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA) está regulamentado pela NR-9, a qual tem como objetivo a preservação da saúde e integridade do trabalhador, por meio da antecipação, avaliação e controle dos riscos ambientais existentes, ou que possam vir a existir no ambiente de trabalho, visando a proteção ao meio ambiente e recursos naturais. Já o PCMAT visa mais a parte de evitar propriamente os acidentes de trabalho, de uma maneira bem objetiva.

Segundo Brasil (2013), o PCMSO é regulamentado pela NR-7, que é o Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional, que deve considerar os riscos do PCMAT ou PPRA (Programa de Prevenção de Riscos Ambientais), que se refere aos exames médicos obrigatórios para as empresas. Sendo eles: exame admissional, exame periódico, de retorno ao trabalho, de mudança de função, demissional e exames complementares. Após ser realizado o exame, o médico emitirá para cada um deles, um Atestado de Saúde Ocupacional – ASO, no qual deve apresentar a definição de apto ou inapto para a função específica que o trabalhador vai exercer, exerce ou já exerceu.

De acordo com a portaria SIT n. 296 de 16 de dezembro de 2011, o PCMAT deve ser elaborado por profissional legalmente habilitado na área de Segurança no trabalho. Ainda a Lei 7.410/85, regulamentada pelo Decreto 92.530/86 e a resolução CONFEA 359/1991, preveem a competência aos engenheiros de segurança do trabalho para elaboração do PCMAT e sua execução igualmente.

A Resolução nº. 359/1991, dispões sobre o exercício profissional o registro e as atividades do Engenheiro de Segurança do Trabalho. Em seu art. 4° define as

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atividades dos Engenheiros, Arquitetos, na especialidade de Engenharia de Segurança do Trabalho, sendo dentre elas, supervisionar, coordenar e orientar tecnicamente os serviços de Engenharia de Segurança no Trabalho, ainda estudar as condições de segurança dos locais de trabalho das instalações e equipamentos, com vistas especialmente quanto a questão dos riscos, seja ele de poluição, higiene, de trabalho, ergonomia, ainda proteção ao incêndio e saneamento.

Além de vistoriar, avaliar, realizar perícias, laudos, indicar riscos quanto a exposição a agentes agressivos de riscos físicos, químicos ou biológicos. Criar medidas preventivas e corretivas, programas, políticas voltadas para o cumprimento das normas que tange as Segurança no Trabalho. Igualmente orientar a parte de treinamentos específicos para Segurança no Trabalho, propondo medidas preventivas e avaliando os riscos de qualquer natureza.

Outrora ainda existem alguns posicionamentos quanto às atribuições dos técnicos de segurança do trabalho, que conforme portaria n. 3.275/89 qualifica para diversas funções nos canteiros de obra. No entanto, a SIT ressalta, de acordo com (Nunes,2016 p. 566), os técnicos de segurança no trabalho possuem atribuições complementares e operacionais em relação ao PCMAT, não lhes competindo, no entanto, assumir a sua elaboração.

De acordo com a NR-18 em seu item 18.3.3 a implementação do PCMAT nos estabelecimentos é de responsabilidade do empregador ou condomínio, deve estar permanentemente nos canteiros de obra para sua efetiva implementação, e dever ser mantido a disposição do Ministério do Trabalho e Emprego,

Nunes (2016, p. 566) explica que:

Considerando o PCMAT com o programa de gestão de riscos ocupacionais do canteiro de obras, caberá ao responsável por sua elaboração antecipar-se aos riscos potenciais e/ou reconhecer os riscos evidentes em cada etapa da obra e projetar/implementar as medidas adequadas de controle de tais riscos. A execução de uma obra, seja ela de construção civil leve (prédio, galpão, etc.), ou de construção pesada (ponte, usina hidroelétrica, estrada etc.), expõe o trabalho em regra a diferentes riscos. Na construção ou manutenção de uma rede de esgotos, por exemplo, o trabalhador estará exposto a diversos agentes biológicos, químicos, físicos, e certamente exposto ao risco de acidentes, como queda de altura, choque etc. Portanto o PCMAT dessa obra deve contemplar os riscos ambientais e de acidentes.

Cabe salientar que o PCMAT não possui prazo de validade, e conforme a norma obedece algumas hierarquias, tais como medidas que eliminam ou reduzam a utilização ou a formação de agentes prejudiciais à saúde, as medidas que previnam a

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liberação ou disseminação desses agentes no ambiente de trabalho e por fim as medidas que reduzam os níveis ou a concentração desses agentes de trabalho. (BRASIL, 2014)

A NR-9, em seu item 9.3.4 traz a hierarquia quanto a situação de comprovação de inviabilidade técnica da adoção das medidas de proteção coletiva, ou ainda quando estas não forem suficientes, sendo inicialmente necessário as medidas que dizem respeito a esfera administrativa ou de organização de trabalho e a utilização do equipamento de proteção individual.

Ainda com relação a NR-18, no item 18.37.4, especifica que os trabalhadores habilitados são aqueles que comprovem perante o empregador e a inspeção do trabalho uma das condições de capacitação, mediante a curso específico do sistema oficial de ensino, e ainda capacitação, mediante a curso especializado ministrado por centros de treinamento que tenha reconhecimento pelo sistema oficial de ensino. E posterior no item 18.37.5 os trabalhadores qualificados, se trata daqueles que comprovem ao empregador e a inspeção do trabalho a capacitação de treinamento realizado pela empresa, a capacitação mediante a curso que fora ministrado por instituições sejam elas públicas ou privadas, e por fim experiência comprovada na carteira de trabalho de no mínimo 6 meses.

Referente às obras de infraestrutura viária é de fato relevante a segurança do trabalho perante a proteção da integridade física dos trabalhadores que exercem esse tipo de função na construção civil. A aplicação da NR-18 e do PCMAT são indispensáveis nesse setor

O desafio da Segurança no Trabalho em função da aplicação da NR-18 em função da infraestrutura viária é erradicar, prevenir, orientar, fiscalizar e somar esforços para diminuir as lesões nos trabalhadores relacionadas com esta matéria. São muitas melhorias em relação à atenção a essa problemática, além a atenção quanto ao controle de tráfego e configurações das áreas de trabalho, a limitação da velocidade evitando a colisão dos motoristas nos trechos de obras.

A situação de obras acaba gerando uma tensão aos motoristas que circulam naquela zona, há ainda os motoristas distraídos, os que possuem reações inesperadas que quando percebem a sinalização demonstram dificuldades em se manter nos desvios, causando impactos a segurança de todos.

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O problema é ainda mais agravado quando estão a ocorrer obras que não têm muita visibilidade, levando os condutores a ignorar completamente as restrições de velocidade. Muitos utilizadores da estrada, especialmente os condutores, simplesmente não têm a percepção da sua vulnerabilidade aos equipamentos de construção e a fragilidade dos trabalhadores em relação às suas viaturas e estão determinados a conduzir de uma forma agressiva a centímetros dos obstáculos. A velocidade é, portanto, um fator relevante no estabelecimento de operações de trabalho seguras e por tal motivo é recomendado que sejam postas em prática medidas para manter a velocidade adequada, por exemplo através do apoio da polícia e da utilização de radares.

Existem então vários fatores de riscos quando envolvem o trabalhador da construção civil em obras de infraestrutura. São fatores internos e externos que contribuem para as estáticas negativamente. A aplicação da NR-18 em observância a todos os equipamentos de segurança previstos na norma e o mapeamento de riscos realizado pelo PCMAT são fundamentais para que o seja respeitada a integridade do trabalhador.

Essa pesquisa por fim, irá correlacionar todos os apontamentos, históricos, conceituais e legais explanados com a apresentação de estudo de caso.

2.4 NORMA DNIT - CANTEIRO DE OBRA PADRÃO PARA OS DIVERSOS TIPOS DE EMPREENDIMENTOS RODOVIÁRIOS - PADRONIZAÇÃO

Ao realizar-se o estudo deparou-se com outra norma aplicável em obras de infraestrutura além da NR 18. A norma do DNIT é baseada em algumas outras normas, inclusive a NR 18, além das normas, NBR 12.284/1991 – Áreas de vivência em canteiros de obra, NR 21- Trabalhos a Céu Aberto, NR 24 – Condições Sanitárias e de Conforto no Local de Trabalho, e mais algumas especificações do próprio órgão.

De acordo com o Instituto de Pesquisas Rodoviárias – IPR (2019):

Esta norma define a sistemática a ser empregada na execução de canteiro de obra padrão para diversos tipos de empreendimentos rodoviários. O canteiro central consiste em uma área fixa da obra base de apoio para os demais canteiros, onde se dispõe os setores administrativos, técnico, recreativo, ambulatorial, alimentar, almoxarifados, oficinas, posto de abastecimento, manutenção e alojamentos. O canteiro de apoio dispõe-se em pontos intermediários do trecho em obra com finalidade de atender um raio de influência específico, diminuindo os custos de transportes.)

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Neste trabalho não utilizou-se a norma do DNIT, apenas optou-se por informar que além da NR 18 existe uma norma de ‘’Canteiro de Obra Padrão para os diversos tipos de empreendimentos rodoviários – Padronização’’, do órgão responsável pelas rodovias Brasileiras, o DNIT.

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3 MÉTODO

Neste capítulo é apresentada a metodologia utilizada para cumprir os objetivos propostos nesta pesquisa.

O método de pesquisa utilizado neste trabalho envolveu procedimentos técnicos de coleta de dados, levantamento e estudo de campo. Justifica-se pela lista de verificação aplicada aos canteiros de obras, seguida de análise quantitativa para formular as conclusões, porém com mais aprofundamento nas observações, sem pretensão estatística.

Como instrumento de coleta de dados foi utilizado um checklist, para os dados coletados por observação direta de obras de infraestrutura urbana sobre o seu atendimento à Norma Regulamentadora 18. Esta lista de verificação é resultado de adaptação dos itens da NR 18 que se enquadram nas obras de infraestrutura urbana. Seguiu-se a elaboração do instrumento de pesquisa: uma lista de verificação dos itens da NR-18 (BRASIL, 2018).

Após a realização das visitas às obras escolhidas, com a aplicação da lista de verificação e registro fotográfico, fez-se a tabulação dos dados. A partir dos dados obtidos, procedeu-se à análise dos resultados, culminando com as conclusões, respaldadas pela revisão bibliográfica.

3.1 INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS

A lista de verificação, ou checklist, foi o instrumento selecionado para coleta de dados nos canteiros de obras por ser de fácil manuseio; por permitir organizar o roteiro a ser percorrido durante a visita ao canteiro de obras e por facilitar a tabulação dos dados nela registrados.

Trata-se de uma lista de verificação, ou checklist, do cumprimento da NR-18 (BRASIL, 2018) por parte da empresa. Traz em suas colunas os itens da NR-18 (BRASIL, 2018), que são discriminados e numerados em subitens, seguidos de duas alternativas, devendo apenas uma delas ser marcada, referente ao seu cumprimento: ‘‘ATENDE’’, quando cada subitem está em conformidade com a norma, “NÃO ATENDE”, quando o subitem não atende. (Nunes, 2016)

Desse modo, a nota obtida por uma obra em um determinado item, tópico ou a nota global da obra corresponde a uma razão entre o total de subitens “Atende” e o

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total de subitens “Atende” e “Não Atende”, no item analisado (soma dos “Atende” e dos “Não Atende”), multiplicando-se o resultado por dez para que a nota final seja tabulada em uma escala que varia de zero a dez, conforme a Equação 1. (Nunes, 2016)

Equação 1

𝑁𝑁𝑅18 = “Sim" × 10/ ("Sim” + “𝑁ã𝑜"). (Nunes, 2016)

3.2 ESTRUTURA DO CHECKLIST

1. Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção - PCMAT;

2. Áreas de Vivência

3. Máquinas, Equipamentos e Ferramentas Diversas; 4. Equipamentos de Proteção Individual;

5. Transporte de Trabalhadores em Veículos Automotores; 6. Sinalização de Segurança;

7. Treinamento; e 8. Ordem e Limpeza.

3.3 DESCRIÇÃO DA OBRA

As obras estudadas estão localizadas na região da grande Florianópolis, sendo a primeira em Palhoça, tendo sido verificada na fase de terraplenagem. Essa obra conta com uma equipe de quatro pessoas nessa fase. A segunda obra é em Florianópolis verificada na fase de capa asfáltica. Essa equipe é formada por 15 homens.

(41)

4 APLICAÇÃO DO CHECKLIST

Para verificar se a obras estão atendendo a norma, elaborou-se tabelas contendo os itens e sub itens, mostrando se a obra 1 e 2 atendem ou não as exigências da NR 18.

4.1 PCMAT

As obras estudadas possuíam menos de 20 trabalhadores no canteiro, portanto dispensa-se o PCMAT.

4.2 ÁREAS DE VIVÊNCIA

De acordo com a norma, na seção áreas de vivência, os canteiros de obra devem possuir, instalações sanitárias, vestiário, alojamento, local de refeições, lavanderia e área de lazer.

Em obras de pavimentação há uma dificuldade em instalar áreas de vivência de acordo com a norma. Isso se deve ao fato da obra, na maioria das vezes, ocorrer em uma via movimentada, não havendo espaço para grandes estruturas. Há também a questão do tempo, tornando-se uma obra rápida para não atrapalhar o trânsito local. Portanto, em função do tempo e do espaço não é possível instalar grandes canteiros de obra. A seguir será verificado se a obras estudadas atendem ou não à norma.

4.2.1 Instalações Sanitárias

O primeiro item a ser analisado é instalações sanitárias. A seguir, a tabela 3 mostra quais itens estão ou não de acordo com a NR 18.

Tabela 3 - Instalações Sanitárias

18.4.2 Instalações Sanitárias Obra 1 Obra 2

18.4.2.3 As instalações sanitárias devem: Atende

Não

atende Atende

Não atende a) ser mantidas em perfeito estado de conservação e higiene; X X b) ter portas de acesso que impeçam o devassamento e ser

construídas de modo a manter o resguardo conveniente; X X

c) ter paredes de material resistente e lavável, podendo ser

Referências

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