Mandado de Segurança
Material para acompanhamento de aulas, Professor Luiz Marcello de Almeida PereiraFormato ABNT, para citação desta apostila em trabalhos acadêmicos:
PEREIRA, L. M. A. Mandado de Segurança. Curso de Direito
Constitucional I. Salvador: Centro Universitário Estácio de Sá, 2016. Apostila.
Mandado de Segurança
Luiz Marcello de Almeida Pereira marcello@lextra.com.br
Sumário
• Generalidades • Cabimento • Ato impugnado
• Direito líquido e certo
• Fato • Direito • Lesão ou ameaça • Subsidiariedade • Prazo • Legitimidade ativa • Legitimidade passiva • Procedimento • Mandado de Segurança Coletivo
Generalidades
• Natureza Jurídica • Direito fundamental• Garantia de outros direitos • Ação constitucional
• Finalidade • Espécies
• Repressivo • Preventivo
Quadro normativo
• Constituição
• 5º, LXIX e LXX
• Legislação
• Lei 12.016/09(LMS)
Cabimento, na Constituição e na Lei
LXIX - conceder-se-ámandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por
habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público;
Art. 1o Conceder-se-á
mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por
habeas corpus ou habeas data, sempre que, ilegalmente ou com abuso de poder, qualquer pessoa física ou jurídica sofrer violação ou houver justo
receio de sofrê-la por parte de autoridade, seja de que
categoria for e sejam quais forem as funções que exerça.
Relação de direito material
Direito público Direito privado
Competência
Direitos
Direitos
Direitos
Competência
Direitos
Ilegalidade ou abuso de poder Direito líquido e certoIlegalidade ou abuso de poder Direito líquido e certo Relação de direito material Impetrado Impetrante Relação de direito processual
Ação ou omissão
Art. 1o Conceder-se-ámandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por
habeas corpus ou habeas data, sempre que, ilegalmente ou com abuso de poder, qualquer pessoa física ou jurídica sofrer violação ou houver justo
receio de sofrê-la por parte de autoridade, seja de que
categoria for e sejam quais forem as funções que exerça.
• Ato ou omissão de autoridade
• Omissão pode ser em ato vinculado ou discricionário • Vinculado estabelece
obrigação precisa • Gera direito
• Discricionário permite juízo de conveniência e
oportunidade • Não gera direito
Vício do ato
Ilegalidade
Abuso de
poder
Excesso
Desvio
Ilegalidade
Art. 1o Conceder-se-ámandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por
habeas corpus ou habeas data, sempre que, ilegalmente ou com abuso de poder, qualquer pessoa física ou jurídica sofrer violação ou houver justo
receio de sofrê-la por parte de autoridade, seja de que
categoria for e sejam quais forem as funções que exerça.
• Princípio da legalidade • CR, 5º, II
• CR, 37, caput
• Atos de competência vinculada
• Critério pode ser a
Constituição ou ato diverso da lei
• Regimento Interno da Casa, no controle de constitucionalidade
Abuso de poder: excesso de poder
Art. 1o Conceder-se-ámandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por
habeas corpus ou habeas data, sempre que, ilegalmente ou com abuso de poder, qualquer pessoa física ou jurídica sofrer violação ou houver justo
receio de sofrê-la por parte de autoridade, seja de que
categoria for e sejam quais forem as funções que exerça.
• Incompetência • Formal
• Material
• Ato de decisão fora da "moldura" kelseniana
Abuso de poder: desvio de poder
Art. 1o Conceder-se-ámandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por
habeas corpus ou habeas data, sempre que, ilegalmente ou com abuso de poder, qualquer pessoa física ou jurídica sofrer violação ou houver justo
receio de sofrê-la por parte de autoridade, seja de que
categoria for e sejam quais forem as funções que exerça.
• Atos cometidos dentro do gradiente de
discricionariedade • Art. 3º do CLP/CF
• Bem comum e finalidade específica do ato
• Não é necessário que seja comprovado com exatidão, basta convencer o juiz, que conhece a realidade social
Abuso de poder: desvio de poder
Art. 1o Conceder-se-ámandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por
habeas corpus ou habeas data, sempre que, ilegalmente ou com abuso de poder, qualquer pessoa física ou jurídica sofrer violação ou houver justo
receio de sofrê-la por parte de autoridade, seja de que
categoria for e sejam quais forem as funções que exerça.
• Atos cometidos dentro do gradiente de
discricionariedade • Art. 3º do CLP/CF
• Bem comum e finalidade específica do ato
• Não é necessário que seja comprovado com exatidão, basta convencer o juiz, que conhece a realidade social
Vício do ato Ilegalidade Ato vinculado Abuso de poder Ato discricionário Excesso Incompetência Desvio Finalidade
Ato
• Em qualquer função da soberania • Legislação • Administração ou • Jurisdição • Ato concreto • MS repressivo • MS preventivo • Ato abstrato• Apenas MS preventivo do ato concreto
• Mesmo que pessoa jurídica seja de direito privado • LMS, 1º, § 2º, in fine
• Exemplos
• Fonte retentora do tributo (empregador, no caso do IR) • Empresa pública, em caso de licitação (STJ, 333)
• Concessionária, ao exercer alguns serviços públicos • Sanção contra servidor
• Se estatutário, cabe MS • Se for celetista, não cabe
• Ato do servidor, seja ele estatutário ou celetista, se realizado em regime de direito público, é impugnável por MS
• Presidente do colegiado presta as informações
• Mesmo que seu voto tenha sido vencido
• Autoridade não é o presidente, é o colegiado (STF, MS 22.284)
Decisão colegiada
Ato complexo, composto e
procedimento
• Ato complexo
• Demanda conjugação de mais de uma decisão
• Autoridade é o último que interveio
• Mesmo que ato impugnado seja de terceiro (como na súmula 627, STF)
• Demais órgãos devem ser notificados
• Atacável apenas quando acaba, salvo MS preventivo
• Ato composto
• Demanda decisão primária e outra, secundária e
meramente homologatória • Autoridade é quem pratica o
ato principal
• Procedimento
• Autoridade é quem preside • Ato é do órgão, autoridade
STF,
627
“No mandado de segurança contra a
nomeação de magistrado da competência do
Presidente da República, este é considerado
autoridade coatora, ainda que o fundamento
da impetração seja nulidade ocorrida em fase
anterior do procedimento.”
Direito líquido e certo: norma
Direito
objetivo
Hipótese
Deve ser
objetivo
Direito
Fatos
Direito
subjetivo
Direito líquido e certo: fatos
Direito
objetivo
Hipótese
Deve ser
objetivo
Direito
Fatos
Sujeito
Realiza
Hipótese
Direito
subjetivo
Direito líquido e certo: subsunção
Direito
objetivo
Hipótese
Deve ser
objetivo
Direito
Fatos
Sujeito
Realiza
Hipótese
Direito
subjetivo
Direito líquido e certo
Direito
objetivo
Hipótese
Deve ser
objetivo
Direito
Fatos
Sujeito
Realiza
Hipótese
Direito
subjetivo
Sujeito
É titular de
subjetivo
Direito
Direito líquido e certo
Direito líquido e certo: fatos
Art. 1o Conceder-se-ámandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por
habeas corpus ou habeas data, sempre que, ilegalmente ou com abuso de poder, qualquer pessoa física ou jurídica sofrer violação ou houver justo
receio de sofrê-la por parte de autoridade, seja de que
categoria for e sejam quais forem as funções que exerça.
• Precisamente explicados • É o fato que é certo e líquido • Documentalmente
comprovados
• Provas devem acompanhar a inicial
• Salvo no caso de posse de documento essencial pela autoridade ou por terceiro (LMS, 6º, §§ 1º e 2º)
Lei do Mandado de Segurança, 6º
§ 1º No caso em que o documento necessário à prova do alegado se ache em repartição ou
estabelecimento público ou em poder de autoridade que se recuse a fornecê-lo por certidão ou de terceiro, o juiz ordenará,
preliminarmente, por ofício, a exibição desse documento em original ou em cópia
autêntica e marcará, para o cumprimento da ordem, o prazo de 10 (dez) dias. O escrivão extrairá cópias do documento para juntá-las à
Documento fora da
posse do impetrante
• Se na posse da autoridade coatora • Notificação única, para
informações e documento (LMS, 6º, § 2º)
• Se na posse de terceiro, alheio à lide
• Será notificada para exibição do documento original ou cópia autêntica, em 10 dias (LMS, 6º, § 1º)
Lei do Mandado de Segurança, 6º
§ 2º Se a autoridade que tiver procedido dessa maneira for a própria
coatora, a ordem far-se-á no próprio instrumento da notificação.
§ 3º Considera-se
autoridade coatora aquela que tenha praticado o ato impugnado ou da qual emane a ordem para a sua prática.
Direito líquido e certo: direitos
Art. 1o Conceder-se-ámandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por
habeas corpus ou habeas data, sempre que, ilegalmente ou com abuso de poder, qualquer pessoa física ou jurídica sofrer violação ou houver justo
receio de sofrê-la por parte de autoridade, seja de que
categoria for e sejam quais forem as funções que exerça.
• Fundamento jurídico do pedido não precisa ser simples
• STF, Súmula 625:
• “Controvérsia sobre matéria de direito não impede
concessão de mandado de segurança.”
Direito líquido e certo: direitos
Art. 1o Conceder-se-ámandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por
habeas corpus ou habeas data, sempre que, ilegalmente ou com abuso de poder, qualquer pessoa física ou jurídica sofrer violação ou houver justo
receio de sofrê-la por parte de autoridade, seja de que
categoria for e sejam quais forem as funções que exerça.
• Direito pode ser inexistente • Juiz colmatará a lacuna • LINDB, 4º
• Analogia • Costumes • Princípios
• Direito pode ser impreciso • Juiz concretizará conceitos
Direito líquido e certo: direitos
Art. 1o Conceder-se-ámandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por
habeas corpus ou habeas data, sempre que, ilegalmente ou com abuso de poder, qualquer pessoa física ou jurídica sofrer violação ou houver justo
receio de sofrê-la por parte de autoridade, seja de que
categoria for e sejam quais forem as funções que exerça.
• Trata-se de condição especial da ação de MS • Da sua ausência decorre
denegação processual, por carência de ação
Lesão ou ameaça
Art. 1o Conceder-se-ámandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por
habeas corpus ou habeas data, sempre que, ilegalmente ou com abuso de poder, qualquer pessoa física ou jurídica sofrer violação ou houver justo
receio de sofrê-la por parte de autoridade, seja de que
categoria for e sejam quais forem as funções que exerça.
• Repressivo • Preventivo
• "justo receio"
• Deve haver norma geral prevendo o ato que se teme
Subsidiariedade
Art. 1o Conceder-se-ámandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por
habeas corpus ou habeas data, sempre que, ilegalmente ou com abuso de poder, qualquer pessoa física ou jurídica sofrer violação ou houver justo
receio de sofrê-la por parte de autoridade, seja de que
categoria for e sejam quais forem as funções que exerça.
• Habeas corpus: direito de locomoção
• Habeas data: direito à informação sobre o impetrante
• Direito-meio e direito-fim: • Cabe MS para garantir entrada
do advogado em penitenciária, se o fim é exercer profissão
Prazo
• LMS, art. 23 “Art. 23. O direito de requerer mandado de segurança extinguir-se-á decorridos 120 (cento e vinte) dias, contados da ciência, pelo interessado, do ato impugnado.”• Prazo decadencial
• Não afetado pelo 219 do novo CPC:
Art. 219. Na contagem de prazo em dias, estabelecido por lei ou pelo juiz, computar-se-ão somente os dias úteis.
Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se somente aos prazos processuais.
Legitimidade ativa:
titularidade de direitos individuais
Sujeitos de direito Individuais Pessoas Físicas Jurídicas De direito público De direito privado Entes despersonalizados Transindividuais Coletivos Difuso (Sociedade)
Legitimidade ativa:
titular de direito público subjetivo
• Pessoas
• Físicas
• Brasileiros ou estrangeiros • Residentes ou não no país
• Jurídicas • De direito privado • De direito público • Entes despersonalizados • Públicos • Chefia do Executivo • Mesa do Legislativo • Fundos financeiros • ... • Privados • Espólio • Condomínio • Massa falida • ...
Legitimidade ativa:
Inclusive agentes políticos
• Membro do MP • Parlamentar
• Direito público subjetivo à participação em processo legislativo legítimo
• Após a aprovação do projeto perdem a legitimidade, posto que já não há processo legislativo do qual participar
• Magistrados ...
Litisconsórcio ativo
"Quando o direito ameaçado ou violado couber a várias pessoas, qualquer delas poderá requerer o mandado de segurança.“
(LMS: 1º, § 3º)
• Não pode haver ingresso de novo autor após o despacho da inicial (LMS, 10, § 2º)
• Habilitação de herdeiros (CC, 1055)
• Não pode ocorrer, salvo se caso tem repercussões patrimoniais
Terceiro, titular de direito idêntico
• LMS, 3º
“Art. 3º O titular de direito líquido e certo
decorrente de direito, em condições idênticas, de
terceiro poderá impetrar mandado de segurança a
favor do direito originário, se o seu titular não o
fizer, no prazo de 30 (trinta) dias, quando
notificado judicialmente.”
Terceiro, titular de direito idêntico
C
las
sific
aç
ão
Ana
Bárbara
Carla
Débora
Eliane
Nom
eação
Ana
Bárbara
Carla
Débora
Eliane
Terceiro, procedimento
• C (prejudicada pela inação do titular) notifica judicialmente B (titular)
• Após os 30 dias de inércia por B, C tem 120 para mover MS (LMS, 3º, parágrafo único) Fato 30 Prazo de B 120 Notificação Prazo de C 120
Legitimidade passiva: parte
• Parte é a pessoa jurídica!
• Saída da autoridade (pessoa física), não extingue o feito • Substituída, no processo, pelo próximo representante da
PJ com a mesma competência
Legitimidade passiva: autoridade
• Estipulação legal da definição de autoridade: “§ 3o Considera-se
autoridade coatora aquela que tenha praticado o ato impugnado ou da qual emane a ordem para a sua prática.” (LMS, 6º, § 3º) • Autoridade é quem • Ordena • Executa ou • Omite
• Autoridade não é parte
• Apenas dá informações
• Não haveria ilegitimidade, se incorretamente indicada • Mas a maioria dos juízes
extingue o feito, por falta de condição da ação
Informações não são contestação
• Notificação
• Ausência ou perda de prazo não tem
consequências processuais
• Mas pode ter consequências administrativas!
• Citação
• Revelia: presunção relativa de veracidade e
legitimidade do arguido na inicial
Informações pelo
superior hierárquico
• Corrige erro da inicial
• Substitui processualmente o impetrado • Avoca o ato
Competência delegada
• Lei 9.784/99, 14, § 3º: “§ 3º As decisões adotadas por delegação devem
mencionar explicitamente esta qualidade e considerar-se-ão editadas pelo
delegado .”
• O delegado é autoridade • STF, 510
“Praticado o ato por
autoridade, no exercício de competência delegada, contra ela cabe o mandado de segurança ou a medida judicial.”
Não há delegação
• Concessionárias e permissionárias de serviços públicos
• Atuam em nome próprio, na prestação do serviço (CR, 175, caput)
“Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos.”
Prestadoras de serviços:
Seguridade social e educação
• Constituição permite
atuação privada, mantendo o dever do Estado • Não há concessão ou permissão, mas autorização • Jurisprudência considera autoridade a área de Educação, não as outras
• Em regra, autoridade federal
• Sistema do art. 211, CR
• Nas universidades estaduais, é estadual
• Mas é federal, em caso de delegação específica, como as da Lei de Diretrizes e Bases da Educação, 9º, § 3º (9.394/96)
ONGs
• Não são autoridade, salvo
• Delegação
• Ato em regime público
• Licitação, etc.
• Legislação
• Lei 9.637/98
• Lei 9.790/99 (OSCIPs)
Franquia (Correios)
Inicial ()
CPC“Art. 319. A petição inicial indicará:
I - o juiz a que é dirigida;”
• Advogado, sempre
• Procurador de autarquia não precisa juntar procuração (STF, 664)
• A competência é dada pela autoridade
Competência Federal
para julgar o MS
• Se a União, autarquia ou empresa pública federal forem interessadas (CR, 109, I)
• Autoridade federal (CR, 109, VIII)
• Se as consequências patrimoniais do ato forem suportadas pela União (LMS, 2º)
• Juntas comerciais (STF, RE 199.793-RS)
• É competência do juiz federal dizer se a competência é federal ou estadual (STJ, 150)
Inicial: partes
“II - os nomes, os
prenomes, o estado civil, a existência de união estável, a profissão, o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no
Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica, o endereço eletrônico, o domicílio e a residência do autor e do réu;” • Qualificação completa apenas do impetrante • Impetrado • Indicação da autoridade e da pessoa jurídica (LMS, 6º) • Indicado erroneamente • Principalmente quando a determinação da autoridade é difícil, o juiz pode corrigir • É comum, entretanto, haver
a extinção do feito por ilegitimidade da parte
Inicial: causa de pedir
“III - o fato e os
fundamentos jurídicos do pedido;”
• Prova documental apenas, sem perícia ou prova oral • Documentos juntados
também na cópia que será enviada na notificação da autoridade
Inicial: provas
• Se documento estiver na posse de autoridade ou órgão
• Terceiro, alheio à lide
• Será notificada para exibição do documento original ou cópia autêntica, em 10 dias (LMS, 6º, § 1º)
• Autoridade coatora, há notificação única, para informações e documento (LMS, 6º, § 2º)
Inicial: partes
“III - o fato e os fundamentos jurídicos do pedido;” • Qualificação completa apenas do impetrante • Impetrado • Indicação da autoridade e da pessoa jurídica (LMS, 6º) • Indicado erroneamente • Principalmente quando a determinação da autoridade é difícil, o juiz pode corrigir • É comum, entretanto, havera extinção do feito por ilegitimidade da parte
Inicial: pedido
“IV - o pedido, com as suas
especificações;” • Ordem judicial para que a autoridade expeça o ato
• Neste caso o ato é de atribuição exclusiva da autoridade
• Realização do ato pelo juiz, em substituição da
autoridade
• Chamado de
"concessão do direito“
Valor da causa
• Estimativo, se não houver alcance patrimonial • Preciso, se houver
• Pagam-se custas
• O 5º, LXXVII (CR) não exclui as custas do MS
• A Lei 9.265/96, que regulamentou este dispositivo, tampouco excluiu o MS
• Na Justiça Federal, a Lei 9.289/96 não excluiu o MS
• STF, 667: “Viola a garantia constitucional de acesso à jurisdição a taxa judiciária calculada sem limite sobre o valor da causa.”
Indeferimento da inicial
• Emenda, inicialmente • Indeferimento nos
seguintes casos (LMS, 10)
• Não cabe MS
• Ausência de requisitos legais • Extemporaneidade, pelo
prazo do MS
• Do indeferimento cabe apelação (LMS, 10)
• Com possibilidade de reconsideração, pelo juiz • Apelação pode vir
acompanhada de novos documentos, se forem novos ou necessários
• Agravo para o órgão
especial ou o pleno, se em tribunal (LMS 10, § 1º)
Desistência
• Independe da anuência do réu
• CPC, 267, § 4º, não se aplica
Requisitos da liminar
• Direito líquido e certo • Urgência
• Força da liminar decorre da CR, portanto lei não pode suspender a possibilidade jurídica de sua concessão (como aconteceu com o Plano Collor).
Informações
• Prazo de 10 dias (LMS, 11) • Não há revelia
• LMS não prevê revelia ou crime de desobediência para a
desídia
• Mas pode haver responsabilidade
administrativa da autoridade relapsa
• Não há citação!
• A notificação não tem a advertência do CPC, 250, II • Informações devem ser
juntadas, mesmo fora do prazo
• São inadmissíveis • Pedido contraposto • Reconvenção
• Assinatura da autoridade • Procurador pode assinar junto,
mas não substitui a autoridade • Matéria de exceções
processuais
• Não cabem exceções no MS • Devem figurar nas informações • No parecer do MP
• Nas alegações da pessoa jurídica
Ministério Público
• Atuação, quando houver interesse público (CPC, 82, III)
• Não atua em processo extinto de plano (STF, MS 23.51-DF)
• Prazo
• 10 dias após despacho das informações (LMS, 12 c/c 7º, I)
• STJ, 99: “O ministério público tem legitimidade para
recorrer no processo em que oficiou como fiscal da lei, ainda que não haja recurso da parte.”
Julgamento sem mérito
• Denega-se MS nos casos previstos no CPC (LMS, 6º, § 5º) • Não impede outro MS (LMS, 6º, § 6º)
• Não impede outra ação, fora do prazo decadencial
• STF, 304: “Decisão denegatória de mandado de segurança, não fazendo coisa julgada contra o impetrante, não impede o uso da ação própria.”
Consequências da decisão de mérito
• Desobediência (330, CP)
• Para o STF agente público não comete desobediência (HC 76.888-PI)
• Resistência, no MS, é desobediência (LMS, 26)
• Sem prejuízo das sanções administrativas, crimes de responsabilidade ou
improbidade administrativa
• Nomeação de terceiro para realizar o ato, mormente se ato for material
• Multa diária
• Mas quem paga é a administração, não o administrador
Não cabem honorários advocatícios
• LMS, art. 25:
“Art. 25. Não cabem, no processo de mandado de segurança, a interposição de embargos infringentes e a condenação ao pagamento dos honorários advocatícios, sem prejuízo da aplicação de sanções no caso de litigância de má-fé.” • STF, 512: “Não cabe condenação em honorários de advogado na ação de mandado de segurança.” • STJ, 105: “Na ação de
Mandado de Segurança não se admite condenação em honorários advocatícios.”
Recursos
• Apelação
• Prazo em dobro para a Fazenda Pública (CPC, 188) • Inclusive autarquias e fundações (Lei 9.469/97, art. 10) • Empresas públicas e sociedades de economia mista não
• Remessa obrigatória
• Inclusive empresas públicas e sociedades de economia mista (STF, RE 220.906-DF)
Mandado de Segurança
Coletivo
Legitimidade ativa (LMS, 27)
• Ministério Público
• Partido político com representação no Congresso • Organização sindical ou entidade de classe
• Associação legalmente constituída e em funcionamento há 1 ano
Direitos ou interesses (LMS, 27)
• “Direitos líquidos e certos da totalidade, ou de parte, dos seus membros ou associados, na forma dos seus estatutos e desde que pertinentes às suas
finalidades”
• Coletivos
“assim entendidos, para efeito desta Lei, os
transindividuais, de
natureza indivisível, de que seja titular grupo ou
categoria de pessoas ligadas entre si ou com a parte
contrária por uma relação jurídica básica;”
Liminar
• Não pode ser inaudita altera pars
• Representante judicial da pessoa jurídica de direito pública deve se pronunciar em 72 horas
Coisa julgada no MS coletivo
• Faz coisa julgada para os substituídos pelo
impetrante (22, caput) • Não induz litispendência
• Autor de ação individual
• Se desistir dentro de 30 dias (a contar da ciência do MSC) • É protegido pela coisa
julgada do MSC • Se não, não
Bibliografia
• GAJARDONI, Fernando da Fonseca; DELLORE, Luiz;
ROQUE, Andre Vasconcelos e OLIVEIRA JR., Zulmar Duarte de. Teoria Geral do Processo, in Comentários ao CPC de 2015, p. 690. São Paulo: Método, 2015.