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FL. 1 de 6 VOTO PROCESSO: / INTERESSADO: Copel Distribuição S.A. - Copel Dis. RELATOR: Diretor André Pepitone da Nóbrega

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VOTO PROCESSO: 48500.000092/2014-27

INTERESSADO: Copel Distribuição S.A. - Copel Dis RELATOR: Diretor André Pepitone da Nóbrega RESPONSÁVEL: DIRETORIA – DIR

ASSUNTO: Recurso Administrativo interposto pela Copel Distribuição S.A. - Copel Dis em face do Auto de Infração nº 16/2014, lavrado pela Superintendência de Fiscalização dos Serviços de Eletricidade – SFE, que trata da apuração da Diferença Mensal de Receita – DMR diante da introdução de critérios unificados, para conceder descontos às unidades consumidoras integrantes da Subclasse Residencial Baixa Renda, em 2009 I. RELATÓRIO

2. A Superintendência de Fiscalização dos Serviços de Eletricidade – SFE fiscalizou a Copel Distribuição S.A. - Copel Dis, a fim de verificar os cálculos da Diferença Mensal de Receita – DMR para as unidades consumidoras integrantes da Subclasse Residencial Baixa Renda da Concessionária, em 2009. 3. Após notificar a Concessionária, por constatar que a Copel Dis não observou a metodologia estabelecida na Resolução Normativa nº 89, de 25 de outubro de 2004 (vigente à época), para o cálculo da DMR relativa a 2009, a Fiscalização decidiu emitir o Auto de Infração nº 16/2014-SFE, em 7 de março de 2014, mediante o qual aplicou à Copel Dis multa de R$ 119.834,87, correspondente a 0,002070% do faturamento da Concessionária entre dezembro/2012 e novembro/2013.

4. A penalidade foi aplicada por se constatar , após análise remota do Sistema ACL da Concessionária, infração relacionada à apuração da DMR de 2009 referente à subvenção econômica concedida à Subclasse Residencial Baixa Renda, especificamente da seguinte Não Conformidade: “Não Conformidade NC1: A Copel Dis não cumpriu o disposto no art. 2º da Resolução Normativa nº 89/2004”.

5. A infração foi tipificada no art. 6º, inciso XXII, Resolução Normativa nº 63, de 12 de maio de 2004:

Art. 6º Constitui infração, sujeita à imposição da penalidade de multa do Grupo III: [...]

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XXII – solicitar à ANEEL, em desacordo com as disposições legais e regulamentares, a homologação de valores de diferença mensal de receita referente à subvenção econômica concedida à Subclasse Residencial Baixa Renda; [...]”.

6. O Quadro 1 apresenta o resumo das penalidades aplicadas pelo Auto de Infração nº 16/2014-SFE: NÃO CONFORMIDADE Dispositivo Violado Tipificação na REN no 63/2004 Percentual Máximo Percentual Aplicado Multa NC1 Art. 2º da Resolução Normativa nº 89/2004 Art. 6º, XXII 1% 0,002070 R$ 119.834,87

Quadro 1 – Resumo das penalidades do Auto de Infração nº 16/2014-SFE Fonte: Auto de Infração nº 16/2014-SFE.

7. Inconformada, a Copel Dis protocolou Recurso Administrativo contra o Auto de Infração. 8. A SFE, em juízo de reconsideração, decidiu acatar, em parte, os argumentos apresentados pela Recorrente e revisar a dosimetria utilizada, para reduzir a multa para R$ 51.414,37, correspondentes a 0,0009% do faturamento anual da Concessionária.

9. Em 26 de maio de 2014, o Processo foi distribuído, por sorteio, a esta Relatoria.

10. A Procuradoria Federal na ANEEL – PFANEEL, por meio do Parecer nº 442, de 9 de setembro de 2014, analisou juridicamente o Processo.

II. FUNDAMENTAÇÃO

Tempestividade

11. Nos termos do art. 33 da Resolução nº 63, de 12 de maio de 2004, que dispõe sobre os procedimentos para regular a imposição de penalidades aos agentes setoriais, “[...] o prazo para interposição de recurso será de dez dias, contado do recebimento do AR”.

12. O Auto de Infração nº 16/2014-SFE foi recebido pela Recorrente em 13/3/2014 – quinta-feira. Dessa forma, o prazo recursal iniciou em 14/3/2014 – sexta-feira – e terminou em 23/3/2014 – domingo – dia não útil. Esse fato prorrogou o prazo final para o 1º dia útil seguinte, que ocorreu em 24/3/2014 – segunda-feira.

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13. Verifica-se que a Recorrente interpôs a petição recursal em 21/3/2014 – sexta-feira, sendo, pois, tempestivo o Recurso. Assim, preenchidos os requisitos formais (tempestividade, legitimidade e interesse), merece conhecimento o Recurso.

Mérito

14. Consoante consta da Exposição de Motivos do Auto de Infração, a Autuada, ao calcular a DMR relativa a 2009, não observou a metodologia fixada pela Resolução Normativa nº 89, de 2004, pois, de 608 casos escolhidos aleatoriamente, a Fiscalização constatou que a Concessionária não identificou corretamente 14 unidades consumidoras enquadradas no benefício da tarifa social. Em 8 casos, não foram encontradas, no sistema informatizado disponibilizado pela Concessionária – denominado ACL –, as faturas de todos os meses de 2009, o que levou a Fiscalização a não considerar, para calcular a média de consumo, todos os meses de 2009; em 1 a SFE constatou que a Distribuidora calculava a média de consumo sem levar em conta as casas decimais, e, em 5 outros, não foram encontradas as declarações de renda que comprovavam o enquadramento das unidades consumidoras na Subclasse Baixa Renda.

15. A Recorrente apresentou as faturas de 2009 não localizadas e solicitou a exclusão das 8 unidades consumidoras; requereu a exclusão das 5 para as quais não foram localizadas as declarações de renda, argumentando que não havia legislação que a obrigasse a guardar tal documentação por mais de 5 anos; que os cálculos foram realizados em unidade de medida (kWh) que não utilizava casas decimais e que a Resolução Normativa nº 485, de 29 de agosto de 2002, não apresentou qualquer orientação quanto à utilização de arredondamento ou truncamento. Requereu, ainda, a conversão da multa em advertência, haja vista o caráter educativo da fiscalização, e a revisão da dosimetria com a exclusão das sanções irrecorríveis dos últimos 4 anos cujos processos punitivos estão em julgamento.

16. Nota-se que a SFE, no juízo de reconsideração, por considerar a apresentação dos documentos, ainda que na fase recursal, acatou o pedido de exclusão da infração das 8 UCs cujas faturas de 2009 não foram localizadas. Consequentemente, a Fiscalização recalculou a abrangência da infração (de 2,3% para 0,9868%) e reduziu a multa para R$ 51.414,37.

17. Considera-se acertada a decisão da SFE, haja vista que, nos termos do art. 38 c/c o art. 60 da Lei nº 9.784, de 29 de janeiro de 1999, o recorrente pode, mesmo na fase recursal, juntar documentos e pareceres ou requerer diligências e perícias.

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18. Observa-se, entretanto, que, mesmo após excluir as 8 UCs, restaram uma com erro no cálculo da DMR e 5 erroneamente classificadas na Subclasse Residencial Baixa Renda. Assim, a Não Conformidade NC1 deve ser mantida, com a revisão da dosimetria proposta pela SFE.

19. A Recorrente não tem razão, todavia, ao sustentar que não havia norma que a obrigasse a guardar os documentos cadastrais dos integrantes da Subclasse Residencial Baixa Renda por mais de 5 anos. A Resolução Normativa nº 89, de 2004, estabelece que as distribuidoras devem manter o cadastro da Subclasse Residencial Baixa Renda até que sejam fiscalizadas:

Art. 2º [...]

§ 6º Até que sejam fiscalizadas pela ANEEL, as concessionárias e permissionárias de distribuição de energia elétrica devem organizar e manter, desde abril de 2002, o

cadastro e os históricos de leitura e de faturamento da subclasse Residencial Baixa Renda, devendo, após a fiscalização, manter apenas os dados referentes a abril de 2002.

(Incluído pela REN ANEEL 315 de 13.05.2008.) (grifo nosso)

20. A Recorrente também não tem razão, ao alegar que os cálculos não devem utilizar casas decimais, pois realizados em kWh, e que a Resolução Normativa nº 485, de 2002, não contém regra, para utilizar arredondamento ou truncamento. Com efeito, como alegado pela própria Distribuidora, não deve ser utilizado qualquer arredondamento ou truncamento no cálculo da DMR, exatamente porque não há previsão normativa nesse sentido. Acresce-se que a Resolução Normativa nº 414, de 9 de setembro de 20101, é

expressa ao vedar truncamento ou arredondamento das grandezas elétricas:

Art. 213. É vedado à distribuidora proceder ao truncamento ou arredondamento das grandezas elétricas e dos valores monetários, durante os processos de leitura e realização de cálculos.

Parágrafo único. Na fatura a ser apresentada ao consumidor, a distribuidora deve efetuar o truncamento de valores monetários com duas casas decimais e, das grandezas elétricas, com a quantidade de casas decimais significativas.

21. Consideram-se improcedentes os pedidos de anulação do Auto de Infração, por inexistir dolo ou culpa na infração, por não aplicação do princípio da razoabilidade e ainda por motivação insuficiente. Ao contrário do alegado pela Recorrente, a infração é de mera conduta, sendo, portanto, irrelevante o elemento volitivo da conduta. Entende-se que os critérios utilizados pela SFE foram suficientemente motivados, isonômicos, proporcionais e razoáveis, não havendo razão que indique a necessidade de reforma, haja vista que se pautaram nos limites da discricionariedade conferida pela legislação ao administrador público.

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22. Está igualmente sem amparo legal o pedido para excluir as sanções irrecorríveis nos últimos 4 anos cujos processos punitivos se encontrem-se em julgamento. De fato, consoante manifestação da PFANEEL no Parecer nº 442, de 2014, haja vista a independência das instâncias jurisdicional e administrativa, basta o trânsito em julgado na esfera administrativa, para que seja aplicável o gravame previsto no art. 15 da Resolução Normativa nº 63, de 2004.

23. A Recorrente requereu ainda a conversão da multa em advertência, sem, entretanto, apresentar fundamentação relativa aos requisitos estipulados no art. 8º da Resolução Normativa nº 63, de 2004. Entende-se que tal pedido não deve ser acatado, porquanto a irregularidade não pode ser considerada de pequeno potencial ofensivo, já que afeta a utilização de recursos públicos federais.

24. A propósito da dosimetria adotada na fixação da multa, verifica-se que o valor, após o juízo de reconsideração, corresponde a 0,0009% do faturamento anual da Recorrente, percentual muito aquém do máximo de 1% previsto na Resolução Normativa nº 63, de 2004, para infrações do Grupo III.

III. DIREITO

25. A análise apresentada encontra fundamentação nos seguintes dispositivos normativos: a) Lei nº 9.784, de 29 de janeiro de 1999;

b) Resolução Normativa nº 63, de 12 de maio de 2004; c) Resolução Normativa nº 273, de 10 de julho de 2007.

IV. DISPOSITIVO

26. Com apoio nessa fundamentação e no que consta no Processo nº 48500.000092/2014-27, voto por conhecer do Recurso Administrativo interposto pela Copel Distribuição S.A. - Copel Dis e, no mérito, dar-lhe parcial provimento, para reduzir a multa imposta pelo Auto de Infração nº 16/2014-SFE, por infração relacionada à homologação de valores de Diferença Mensal de Receita – DMR referente à subvenção econômica concedida à Subclasse Residencial Baixa Renda em 2009, para R$ 51.414,37 (cinquenta e um mil, quatrocentos e quatorze reais e trinta e sete centavos), a serem recolhidos conforme a legislação vigente.

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ANDRÉ PEPITONE DA NÓBREGA Diretor

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AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA – ANEEL

DESPACHO Nº , DE 20 DE OUTUBRO DE 2015.

O DIRETOR-GERAL DA AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA - ANEEL, no uso de suas atribuições regimentais, tendo em vista deliberação da diretoria e o que consta no Processo nº 48500.000092/2014-27, decide, conhecer do Recurso Administrativo interposto pela Copel Distribuição S.A. - Copel Dis e, no mérito, dar-lhe parcial provimento para reduzir a multa imposta pelo Auto de Infração nº 16/2014-SFE, por infração relacionada à homologação de valores de Diferença Mensal de Receita – DMR referente à subvenção econômica concedida à Subclasse Residencial Baixa Renda em 2009, para R$ 51.414,37 (cinquenta e um mil, quatrocentos e quatorze reais e trinta e sete centavos), a serem recolhidos conforme a legislação vigente.

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