3º SEMINÁRIO DO COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA DA
UNIVERSIDADE DE FRANCA
PROFA. BRANCA MARIA DE OLIVEIRA SANTOS PROFA. MARIA GEORGINA TONELLO
FRANCA 25 e 26 DE AGOSTO DE 2011
EIXOS TEM
EIXOS TEM
Á
Á
TICOS
TICOS
I. Contextualização: Ética, Moral e Bioética II. Contexto
Histórico:Regulamentações-Resolução 196/96
III. A redação científica: aspectos formais e éticos
Eixo Temático I
Contextualização: Ética, Moral,
Bioética
O que é ética?
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Do grego ethos (caráter, modo de ser de uma pessoa). Ética é um conjunto de valores morais e princípios
que norteiam a conduta humana na sociedade. É o juízo, julgamento de valores (é diferenciar o certo do errado). É a reflexão da moral dentro de um contexto.
-Julgamento de determinada ação ou comportamento moral dos homens em sociedade
(articula-se com o conceito de justiça social)
Função: estabelecer equilíbrio e bom funcionamento
O que é ética?
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MoralMoral: se fundamenta na obediência a :
normas, tabus, costumes ou mandamentos culturais, hierárquicos ou religiosos recebidos (atos, costumes e valores de uma comunidade).
*criança ao nascer é amoral- os valores vão sendo aprendidos
ÉÉticatica: se fundamenta no bom modo de :
Origem: grego: bios, vida + ethos, relativo à
ética. Ponte entre a ática e a tecnologia.
-É o estudo transdisciplinar: Biologia,Medicina,
Filosofia (Ética) e Direito (Biodireito)
- Investiga as condições necessárias para a administração responsável da vida humana, animal e responsabilidade ambiental.
Termo cunhado pelo pastor evangélico alemão Fritz Lahr (1895-1953), em 1927.
Déc. 70 – necessidade de discussão:
- desenvolvimento tecnológico x humanismo - superar a dicotomia: ciênciaXvalores
éticos
- Dilemas: aborto, eutanásia, biossegurança, biotecnologia, intervenção genética em humanos.
Princípios da Bioética
2005 - Conferência Geral da UNESCO adotou a Declaração Universal sobre Bioética e Direitos Humanos, que consolida os princípios fundamentais da bioética.
JUSTIÇA
: associada preferencialmente com as relações entre grupos sociais. Preocupa-se com a equidade na distribuição de bens erecursos: uma tentativa de igualar as
oportunidades de acesso. É dar ao indivíduo o que lhe é direito (não ceder a interesses)
Dever de, intencionalmente, não causar mal
e/ou danos a seu paciente (os danos jamais poderão superar os benefícios)
O risco de causar danos é inseparável de
uma ação ou procedimento que está moralmente indicado.
Eticamente um possível
dano pode estar justificado
Não Maleficência
Prejuízo
BENEFICÊNCIA
fazer o bem. Obrigação moral de agir para o
benefício do outro.
Expressa no Juramento de Hipócrates: “Usarei o
tratamento para ajudar os doentes, de acordo com minha habilidade e julgamento e nunca o utilizarei para prejudicá-los”.
Promover ações:
a) para prevenir e remover o mal ou problema;
b) para fazer o bem, entendido aqui como a saúde física,
emocional e mental. Pesar benefícios versus riscos e/ou
AUTONOMIA
Capacidade de uma pessoa para decidir fazer ou
buscar aquilo que ela julga ser o melhor para si mesma (valoriza a opinião e escolha dos sujeitos).
Duas condições fundamentais:
a) capacidade para agir intencionalmente; pressupõe compreensão para decidir
b) liberdade, estar livre de qualquer influência controladora para a tomada de posição
A ética, em
seu
nível público busca:- evitar a discriminação, marginalização e segregação social
- garantias de igualdade de direitos, riscos e benefícios
Eixo Temático II
Contexto Histórico
Regulamentações- Resolução
196/96
Ética na pesquisa científica
(estabelecer limites) 14
Resolução 196/96- MS (10 de outubro de 1996)
estipula condições de admissibilidade para projetos envolvendo seres humanos e animais
*determina o papel dos Comitês de Ética em Pesquisa e da Comissão Nacional de Ética (CONEP)
O que é ético na pesquisa?
Consentimento livre e informado (TCLE)
O direito de recusa a participar sem quaisquer ônus O direito à informação e orientação
Sigilo
Ética na pesquisa científica
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O que não é ético em pesquisa?
Contrariar os preceitos anteriores
Vincular a continuidade no atendimento ou quaisquer outros
beneficios à participação ou continuidade na pesquisa
Falta de orientação e reconhecimento destes direitos
Uso posterior de dados coletados sem registro adequado ou
desconsiderando aspectos sociais, culturais, crenças e os costumes
Histórico da Resolução 196/96
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- Fundamenta- se nos principais documentos e diretrizes internacionais sobre pesquisas que envolvem seres humanos:
Código de Nuremberg (1947)- primeiro conjunto de normas
internacionais
Declaração dos Direitos do Homem (1948)
Declaração de Helsinque (1964 e suas versões posteriores de 1975, 1983
e 1989, 2008)
Acordo Internacional sobre Direitos Civis e Políticos (ONU, 1966,
aprovado pelo Congresso Nacional Brasileiro em 1992)
Propostas de Diretrizes Éticas Internacionais para Pesquisas Biomédicas
Envolvendo Seres Humanos (CIOMS/OMS 1982 e 1993)
Diretrizes Internacionais para Revisão Ética de Estudos Epidemiológicos
Histórico da Resolução 196
(cont.) 17Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 e Código de Direitos do Consumidor,
Código Civil e Código Penal,
Estatuto da Criança e do Adolescente,
Lei Orgânica da Saúde 8.080, de 19/09/90
Lei 8.142, de 28/12/90 (participação da comunidade na gestão do Sistema
Único de Saúde),
Decreto 99.438, de 07/08/90 (organização e atribuições do Conselho
Nacional de Saúde),
Decreto 98.830, de 15/01/90 (coleta por estrangeiros de dados e
materiais científicos no Brasil),
Lei 8.489, de 18/11/92, e Decreto 879, de 22/07/93 (dispõem sobre
retirada de tecidos, órgãos e outras partes do corpo humano com fins humanitários e científicos),
Lei 8.974, de 05/01/95 (uso das técnicas de engenharia genética e
liberação no meio ambiente de organismos geneticamente modificados),
Lei 9.279, de 14/05/96 (regula direitos e obrigações relativos à
Princípios norteadores
18Sob a ótica do indivíduo e das coletividades:
Autonomia- consentimento livre e esclarecido (livre-arbítrio)
dos indivíduos-alvo e a proteção a grupos vulneráveis e aos legalmente incapazes;
Não maleficência - garantia de que danos previsíveis serão evitados ;
Beneficência- ponderação entre riscos e benefícios,
comprometendo-se com o máximo de benefícios e o mínimo de danos e riscos;
Justiça- relevância social da pesquisa, garantia de igual
consideração dos interesses envolvidos, não perdendo o sentido de sua destinação sócio-humanitária .
Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido
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Requisitos:
a) ser elaborado pelo pesquisador responsável, expressando o cumprimento de cada uma das exigências acima;
b) ser aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa que referenda a investigação;
c) ser assinado ou identificado por impressão dactiloscópica, por todos e cada um dos sujeitos da pesquisa ou por seus representantes legais;
d) ser elaborado em duas vias, sendo uma retida pelo sujeito da pesquisa ou por seu representante legal e uma arquivada pelo pesquisador.
TERMO DE CONSENTIMENTO
LIVRE E ESCLARECIDO
Linguagem acessível (seguintes aspectos):
Justificativa, objetivos e procedimentos utilizados na
pesquisa;
Desconfortos e riscos possíveis e benefícios
esperados;
Métodos alternativos existentes;
Forma de acompanhamento e assistência e seus
TERMO DE CONSENTIMENTO
LIVRE E ESCLARECIDO
Garantia de esclarecimentos sobre a inclusão em grupos controle ou placebos;
Liberdade de recusa para participar da pesquisa ou retirar seu consentimento a qualquer tempo;
Sigilo (privacidade e confidencialidade);
Ressarcimento das despesas decorrentes da participação na pesquisa;
A redação científica
Aspectos formais e
éticos
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PASSOS DA PESQUISA
- Escolha do assunto e delimitação do tema
- Revisão da bibliografia (fontes documentais,
palavras-chave)
- Leitura do material (respeitar a ordem das idéias e
fatos do texto original; descrever as conclusões do autor, empregar expressões diretas
PASSOS DA PESQUISA
(cont.)
-Introdução (visão global, importância e
situação no tempo e no espaço);
-Definição dos objetivos (propósitos do
estudo; ação proposta para responder à dúvida - frases concisas, redigidos de forma impessoal; pode ser apresentado mais de um objetivo, classificados quanto à sua abrangência - gerais e específicos)
PASSOS DA PESQUISA
(cont.)
-
Finalidade (razões que justificam arealização da pesquisa; convencimento da
sua importância; contribuições que a
pesquisa poderá trazer atingindo-se os
objetivos propostos). Não deve apresentar
citações de autores. Deve apenas
ressaltar a importância da pesquisa
PASSOS DA PESQUISA
(cont.)
- Justificativa (contribuições da pesquisa;
importância do conhecimento que se pretende buscar; motivo pela escolha do tema; relevância social/ acadêmica/ científica)
- Definição dos materiais e métodos (tipo da pesquisa, local, participantes, procedimento da coleta de dados; instrumento de coleta de dados; critérios de inclusão e exclusão; considerações éticas; análise e apresentação dos dados, cronograma)
PASSOS DA PESQUISA
(cont.)
- Comunicação dos resultados; linguagem precisa, formal (quadros, tabelas, gráficos,…..)
- Discussão e interpretação dos
resultados/resultados de outros autores
PASSOS DA PESQUISA
(cont.)- Considerações finais
- Referências (normas ABNT, Vancouver)
-Tudo o que foi citado no corpo do texto (Artigos, livros, capítulos, documentos, etc)
ASPECTOS ÉTICOS- PLANEJAMENTO E EXECUÇÃO DA PESQUISA CIENTÍFICA - Qualificação do pesquisador - Responsabilidade do pesquisador - Seleção da amostra
ÉTICA EM PESQUISA
Aspectos éticos /planejamento e execução (cont.)
-Seleção do tratamento
- Dimensionamento da amostra - Riscos da pesquisa
- Uso de placebos
- Pesquisa envolvendo grupo controle com portador de doença e deformidade
EIXO TEMÁTICO IV
CONEP- Comissão Nacional de Ética em Pesquisa
Criada pela Resolução 196/96 - instância colegiada, de
natureza consultiva, educativa e formuladora de diretrizes e estratégias.
Atribuição:
- Exame dos aspectos éticos das pesquisas
Missão:
-Elabora e atualiza diretrizes e normas para a proteção dos sujeitos de pesquisa
-Coordena a rede de CEPEs das instituições
-Avalia e acompanha os protocolos de pesquisa encaminhados pelos CEPEs
SISNEP – Sistema de Informação sobre ética em Pesquisa
• sistema de informações via internet sobre pesquisas
envolvendo seres humanos.
• O pesquisador registra sua pesquisa na pagina do SISNEP,
que fornece uma folha de rosto preenchida que deve ser anexada ao projeto para apresentá-lo ao Comitê de Ética.
• Gera um número único que corresponde ao Certificado de
CEPE- Comitê de Ética em Pesquisa
“é um colegiado interdisciplinar e
independente, com “munus público”, que deve
existir nas instituições que realizam pesquisas envolvendo seres humanos no Brasil, criado para defender os interesses dos sujeitos da pesquisa em sua integridade e dignidade e para contribuir no desenvolvimento da pesquisa
dentro de padrões éticos” (Res. CNS n.º
CEPE - UNIFRAN
o Encaminhamento tem fluxo contínuo,
o Reuniões mensais,
• Entrada com 20 dias de antecedência da
reunião, através de um protocolo de
CEPE - UNIFRAN
(cont.)
a) Check-list;
b) Anteprojeto de Pesquisa Detalhado; c) Curriculum Vitae ou Lattes resumido; d) Folha de Rosto;
CEPE - UNIFRAN
(cont.)
f) TCLE (inicialmente, apenas modelo) g) Tornar resultados públicos
h) Termo de compromisso do pesquisador ou orientador;
i) Declaração da Instituição colaboradora;
j) Declaração da Instituição colaboradora; após aprovação do CEPE/UNIFRAN
CEPE - UNIFRAN
Projetos avaliados – parecer consubstanciado em reunião
do Comitê, com seguinte enquadramento:
APROVADO e ENCAMINHADO (apreciação CONEP/MS)
RETIRADO (transcorrido o prazo e o protocolo permanece pendente)
APROVADO COM PENDÊNCIA
Ao pesquisador cabe:
a) apresentar o protocolo, devidamente instruído ao
CEPE, aguardando o pronunciamento deste, antes de iniciar a pesquisa;
b) desenvolver o projeto conforme delineado;
c) elaborar e apresentar os relatórios parcial e final;
d) apresentar dados solicitados pelo CEPE, a qualquer
Ao pesquisador cabe (cont.)
e) manter em arquivo, sob sua guarda, por 5 anos os dados
da pesquisa, contendo fichas individuais e todos os documentos recomendados pelo CEPE;
f) encaminhar os resultados para publicação, com os
devidos créditos aos pesquisadores associados e ao pessoal técnico participante do projeto;
g) justificar, perante o CEPE, interrupção do projeto ou a