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ESTIMADOR BAYESIANO EMPÍRICO PARA ESTIMAR NASCIMENTOS A PARTIR DE DADOS DO SINASC EM PEQUENAS ÁREAS: uma análise comparativa dos anos 2000 e 2010

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ESTIMADOR BAYESIANO EMPÍRICO PARA ESTIMAR

NASCIMENTOS A PARTIR DE DADOS DO SINASC EM PEQUENAS

ÁREAS: uma análise comparativa dos anos 2000 e 2010

Felipe Henrique de SouzaFlávio Henrique Miranda de Araújo FreirePalavras-chaves: Sub-registro de Nascimentos, Estimador Bayesiano empírico, Fator de

ajuste, Grau de cobertura de nascimentos.

RESUMO:

O Sistema de Informação de Nascidos Vivos (SINASC) é importante sistema de armazenamento de informações sobre nascimentos no Brasil. Foi implantado em 1990 pelo DATASUS (Departamento de Informática do SUS), e vem tendo notáveis avanços com relação à qualidade das informações fornecidas. A melhoria desse sistema é fundamental para que se tenham estimativas confiáveis de nível e padrão da fecundidade segundo os mais variados níveis de agregação geográfica. Diante dessa importância, esse trabalho propõe o uso de uma metodologia que possibilita um ajuste nas informações originais de maneira que minimize o efeito de flutuações aleatórias, sobretudo no nível municipal, e corrija eventuais sub-notificações de registros de nascimentos. Nesse trabalho aplica-se a metodologia a um Estado de cada Região do Brasil: Rio Grande do Norte no Nordeste, Pará no Norte, Goiás na região Centro-Oeste, Rio de Janeiro no Sudeste e Paraná na região Sul. Com o objetivo de ajustar as informações de nascimentos do SINASC, corrigindo sub-registros e minimizando a variabilidade oriunda de flutuações aleatórias em pequenas áreas utilizando o estimador bayesiano empírico. As estimativas de nascimentos são obtidas por faixa etária da mãe na ocasião do parto, utilizando o estimador bayesiano empírico proposto por James Stein (Marshall, 1991), para cada município dos Estados citados, nos anos de 2000 e 2010. Esse método foi escolhido, por trabalhar bem com áreas que tenham baixo contingente populacional, ou seja, aplica-se a pequenas áreas. Após estimar os nascimentos é possível obter um fator de ajuste que, em tese estaria corrigindo tanto efeitos de flutuações aleatórias quanto sub-registros. Todos os Estados tiveram graus de cobertura acima de 95%, tanto em 2000, quanto em 2010, portanto, considerado de boa qualidade no nível estadual de acordo com a RIPSA (2008) e IBGE (2007). Entre as capitais dos cinco Estados, todas tiveram cobertura acima de 99%. No nível estadual, não houve diferença significativa de cobertura dos registros de nascimentos entre os anos 2000 e 2010. Já no nível municipal, é possível perceber diferenças entre os dois anos em análise. Nos Estados do Rio de Janeiro e do Pará, por exemplo, houve aumento na quantidade de municípios com dados que podem ser utilizados de forma direta, sem a necessidade de correção. A faixa etária da mãe com menor cobertura dos dados, foi entre 40 e 49 anos. Em 2000 todos os Estados, com exceção do Rio Grande do Norte (RN), tiveram maior cobertura dos registros de nascimentos na faixa etária de mães entre 15 e 19 anos. O RN teve maior cobertura entre as mães de 20 a 29 anos. Já em 2010 todos os Estados tiveram a maior cobertura observada entre as mães de 20 a 29 anos.

Trabalho apresentado no XVIII Encontro Nacional de Estudos Populacionais, ABEP, realizado em Águas de Lindóia/SP – Brasil, de 19 a 23 de novembro de 2012.

Estatístico, mestrando em Demografia pelo Programa de Pós-Graduação em Demografia – PPGDEM do Departamento de Estatística da Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN.

(felipehenrique87@yahoo.com.br) ″

Estatístico (UFRN), mestre e doutor em Demografia pela Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG. Professor do Programa de Pós-Graduação em Demografia e do Programa de Pós-Graduação em Estudos Urbanos e Regionais da Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN. (fhfreire@ccet.ufrn.br)

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1 INTRODUÇÃO

As estatísticas vitais, registros sobre mortalidade e natalidade, são de extrema importância na definição de políticas publicas. Diante dessa necessidade o Departamento de Informática do SUS - DATASUS, órgão da Secretaria Executiva do Ministério da Saúde, implantou o Sistema de Informação de Mortalidade – SIM e o Sistema de Informação de Nascidos Vivos – SINASC. O SIM, mais antigo, foi criado em 1975 para a obtenção regular de dados sobre mortalidade no país. Já o SINASC, que é de 1990, tem por objetivo reunir informações epidemiológicas referentes aos nascimentos informados em todo território nacional, tendo como fonte as Declarações de Nascidos Vivos emitidas pelos estabelecimentos de saúde do país.

Um problema comum nos países subdesenvolvidos é a deficiência na cobertura dos registros, tanto de óbitos quanto de nascimentos, o que no Brasil não é diferente. Na tentativa de aumentar a cobertura desses registros o país tem investido nessas bases de dados conseguindo melhoras significativas. Segundo o relatório dos indicadores sociodemográficos e de saúde (IBGE, 2009), a cobertura do SINASC em 2000, para todo o país, era de 87,6% avançando em 2006 para 91,8%. Nas regiões Norte e Nordeste, que são as menos desenvolvidas do país, a situação é mais complicada, tendo subcobertura de nascimento superior a 20% em 2006 (IBGE, 2009).

Os dados sobre nascidos vivos são essenciais para conhecer a natalidade, fecundidade, estrutura da população, taxas e índices que utilizam a quantidade de nascidos vivos, entre outras estatísticas. Por isso, é necessário que as bases de dados disponíveis no SINASC sejam de boa qualidade, o que neste caso significa ter um alto nível de cobertura.

O SINASC é importante sistema de armazenamento de informações sobre nascimentos no Brasil, que vem tendo notáveis avanços com relação à qualidade das informações fornecidas, em que pese algumas regiões ainda apresentarem dados deficitários de nascimentos, sobretudo em pequenos municípios das regiões Norte e Nordeste do País.

Além das sub-notificações, há outra dificuldade que é trabalhar com áreas pouco populosas como é o caso dos pequenos municípios.

Freire (2001), alerta para uso das metodologias específicas para a correção de sub-registro em pequenas áreas, afirmando que:

“Como alguns municípios apresentam baixos contingentes populacionais, além de constituírem populações abertas à migração, metodologias específicas que contemplem as problemáticas inerentes às estimativas de pequenas áreas são exigidas, evidenciando a relevância de se buscar a construção de metodologias baseadas em métodos estatísticos e demográficos que sejam capazes de contribuir para a correção dos sub-registro.” A melhoria do SINASC é fundamental para que se tenham estimativas confiáveis de nível e padrão da fecundidade segundo os mais variados níveis de agregação geográfica. Diante dessa importância, esse trabalho propõe o uso de uma metodologia que possibilita um ajuste nas informações originais de maneira que minimize o efeito de flutuações aleatórias, sobretudo no nível municipal, e corrija eventuais sub-notificações de registros de nascimentos. A metodologia utilizada foi estimador bayesiano empírico de James Stein, utilizado por Marshall (1991), aplicada para os anos de 2000 e 2010, a um Estado de cada Região do Brasil: Rio Grande do Norte (RN) no Nordeste, Pará (PA) no Norte, Goiás (GO) na região Centro-Oeste, Rio de Janeiro (RJ) no Sudeste e Paraná (PR) na região Sul.

A estimativa desse grau de cobertura será feita para cada município por grupo etário da mãe, considerando as faixas sugeridas em CARVALHO et al (1998). A idade da mãe é aquela na ocasião do parto, em anos completos. As faixas trabalhadas serão de 15 a 19 anos,

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de 20 a 24 anos, de 25 a 29 anos, de 30 a 34 anos, de 35 a 39 anos, de 40 a 44 anos e de 45 a 49 anos.

2 ANTECEDENTES

Segundo IBGE (2007), a Rede Interagencial de Informações para a Saúde – RIPSA, que é coordenada pela Organização Pan-Americana da Saúde - OPAS e pelo Ministério da Saúde, estabeleceu 10% de sub-registro como limite para a utilização dos dados em indicadores demográficos e de saúde.

Outra classificação da cobertura de registros de nascimentos é a fornecida pelo IBGE (2007), que indica três faixas: a primeira, com sub-registro maior que 10%, considerada deficitária para o cálculo direto de indicadores demográficos e de baixa cobertura; a segunda, com percentuais de sub-registro entre 5,1% e 10%, cujos dados são utilizados para o cálculo direto de indicadores demográficos, mas sem a cobertura ideal em termos de registro; e a terceira, com sub-registro de até 5%, considerada de boa qualidade estatística, tanto para fins demográficos quanto sociais.

O mesmo autor dá algumas justificativas para a existência do sub-registro no Brasil: “As condicionantes que contribuem para existência do sub-registro decorrem, em grande parte, da desigualdade socioeconômica do País, observada através de diversos indicadores. O sub-registro de nascimentos, nesse sentido, reflete, em parte, a exclusão social de parcela da população brasileira, sobretudo aquela que vive em condições de maior isolamento social e geográfico, com níveis educacionais e econômicos mais baixos e com menor acesso à informação e aos serviços de saúde e de justiça.”

Além do SINASC, que tem como fonte as Declarações de Nascidos Vivos emitidas pelos estabelecimentos de saúde, o Brasil também tem no Registro Civil do IBGE uma fonte de informações sobre nascimentos. O Registro Civil, que não será avaliado neste estudo, tem como fonte as certidões de nascimentos feitas nos cartórios de registro civil de pessoas naturais, de acordo com RIPSA (2008):

“A cobertura do SINASC em 2004, estimada em 90% do total de nascidos vivos no país, supera amplamente a de nascimentos registrados em cartório. Apenas na região Nordeste a cobertura é menor que 90%, estando estimada em mais de 80%. Também para este sistema esforços tem sido feitos pelos órgãos gestores para a melhoria da cobertura e da qualidade de dados.”

O Brasil vem tendo uma melhora na cobertura de registro de nascimentos, saindo de 20,7% de sub-registro em 1999, para 8,2% em 2009. Um dos fatores que contribuíram para esse avanço foi à lei n. 9.534, de 10.12.1997, que estabelece a gratuidade da primeira via dos registros de nascimentos e de óbitos (IBGE, 2009).

Com relação aos dados do SINASC, o Brasil saiu de 87,5% de cobertura para 91,8% em 2006. O Norte e o Nordeste do país também avançaram, mas ainda precisam melhorar, pois em 2006 ambos ainda tinham sub-registro acima de 20%, enquanto as demais regiões já tinham notificação abaixo de 10%. O Sul, mostrando seu desenvolvimento, já tem sub-registro próximo de zero neste ano (IBGE, 2009).

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3 METODOLOGIA 3.1 Fontes de dados1

Os dados de população foram coletados dos dois últimos censos demográficos brasileiros de 2000 e 2010, realizados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esses dados foram obtidos no Sistema de Recuperação Automática do IBGE – SIDRA, sistema desenvolvido pelo IBGE para a divulgação de bancos de dados agregados, disponibilizando dados como os de estatísticas de registro civil, estatísticas vitais, informações da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios - PNAD, dos censos, entre outros.

Os dados sobre nascimentos foram coletados no Departamento de Informática do SUS - DATASUS, órgão da Secretaria Executiva do Ministério da Saúde, com a responsabilidade de coletar, processar e disseminar informações sobre saúde. Os dados foram coletados por faixa etária da mãe, para todos os municípios do Rio Grande do Norte, para os anos de 2000 e 2010. O ano de 2010 é a publicação mais recente desses dados, por parte do DATASUS.

3.2 Ajustes da população

Ao necessitar de dados sobre a população, surge a dúvida sobre qual população usar, pois a todo o momento, pessoas estão morrendo, nascendo, imigrando e emigrando, ou seja, estão ocorrendo incrementos e decrementos na população.

Diante da impossibilidade de saber quanto tempo cada pessoa viveu naquela área durante um ano, é adotado como estimativa da medida de pessoas/ano, a população existente no meio do ano, mais especificamente em primeiro de julho.

Os dados de população coletados foram os dos censos demográficos de 2000 e 2010, os quais têm data de referência em primeiro de agosto. Sendo assim, se fez necessário estimar a população de primeiro de julho dos anos estudados.

Para estimar a população desejada foi utilizado o método de crescimento geométrico, cuja taxa de crescimento é calculada com a fórmula abaixo:

Em que:

Pf– População final; Pi– População inicial;

t- Diferença de tempo entre a população inicial e final; r- Taxa de crescimento geométrico.

E depois é estimada a população desejada por:

Entre 2000 e 2010 alguns municípios no Brasil se emanciparam, para que não fique duas configurações diferentes com relação à quantidade de municípios, a de 2000 sem essas novas cidades e a de 2010 com, foi feito um ajuste, onde considera-se que em 2000 o município criado posteriormente já existia, possibilitando assim a comparação entre os dois anos estudados. Nos Estados do Rio Grande do Norte e do Rio de Janeiro surgiu um município entre 2000 e 2010, já em Goiás foram criados mais quatro municípios neste período. No Paraná e no Pará não foi criado nenhum novo município neste intervalo de tempo.O ajuste foi feito com base nos dados de população e nascimentos de 2001, disponíveis no DATASUS.

Para realização do ajuste, é necessário ter os dados de população para 2000 e para 2001, que é o primeiro ano com dados disponíveis sobre os municípios emancipados.

1

Agradeço a Vagner Gomes Vitaliano, Graduando em Estatística na Universidade Federal do Rio Grande do Norte, pelo auxilio na coleta dos dados.

(3.2.1)

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5

se aos dados de 2000 do município de origem da emancipação, a proporção de divisão populacional entre o município emancipado e aquele do qual ele se emancipou, que seria o município de origem. Da mesma forma é feito com os nascimentos.

Por exemplo, no caso do Estado do Rio Grande do Norte, em 2001 passou a ter 167 municípios, com a criação do município de Jundiá, que se emancipou de Várzea. Soma a população dos dois municípios em 2001, e faz uma proporção para saber a participação de cada um. Depois disso aplica-se essa proporção aos dados de Várzea em 2000, obtendo assim a população estimada de Jundiá e de Várzea para o ano de 2000. O mesmo procedimento é aplicado para os nascimentos.

No SINASC há outro problema além do sub-registro, o registro incompleto das informações. Algumas declarações de nascidos vivos não são preenchidas completamente, faltando informações como a idade e município da mãe. Porém neste trabalho não será feita correção para essas não respostas. Os nascimentos com idade e ou municípios ignorados foram divididos proporcionalmente, considerando o total de nascimentos do Estado.

3.3 Estimador bayesiano empírico

Um problema comum na estimação de taxas em pequenas áreas é a flutuação aleatória, fenômeno que ocorre quando são estimadas taxas, índices ou proporções para áreas que tenham baixo contingente populacional. Nessas áreas, a variabilidade dessas taxas é muito alta, e com o acréscimo ou decréscimo de poucos casos a taxa aumenta ou diminui de forma exorbitante.

Sempre que for necessário estimar uma taxa ou outra medida que dependa da população, para um bairro, setores censitários, regiões da cidade ou até mesmo para municípios com baixo contingente populacional, haverá o problema da flutuação aleatória, e como se sabe, estimadores que tenham variabilidade alta, não são de boa qualidade. Sendo assim, para trabalhar nesse nível espacial faz-se necessário um estimador que suavize o efeito da flutuação aleatória. Marshall (1991) trabalhou uma solução para esse problema, aplicando um estimador com o objetivo de suavizar a flutuação aleatória de taxas de mortalidade para menores de cinco anos, em setores censitários de Aukland, na Nova Zelândia. Esse estimador é conhecido como bayesiano empírico de Jame Stein.

A ideia do estimador bayesiano empírico utilizado por Marshall (1991) e que será também aplicado neste trabalho, é utilizar informações de áreas maiores para melhorar a estimativa dessas pequenas áreas, sejam elas bairros, setores censitários ou municípios, amenizando assim os efeitos da flutuação aleatória. Para isso é necessário que as áreas menores estejam inseridas dentro das maiores. Neste trabalho, como área maior serão consideradas as mesorregiões administrativas do Estado, que são subdivisões dos estados brasileiros, que agrupam diversos municípios de uma área geográfica com similaridades econômicas e sociais. Diferentemente dos municípios e das unidades federativas as mesorregiões não são entidades política ou administrativa.

Nesse trabalho o estimador bayesiano empírico não será aplicado a uma taxa de incidência. O objetivo é estimar nascimentos de um município a partir da relação entre os nascimentos observados e os esperados sob a hipótese de que o risco de natalidade para todos os municípios daquela mesorregião é o mesmo. Neste sentido, o estimador bayesiano empírico será aplicado para estimar os nascimentos esperados, segundo grupos etários, em cada município do Estado.

O estimador bayesiano empírico, como o próprio nome já revela, faz parte da estatística bayesiana, sendo assim possui uma distribuição a priori que neste caso não é especificada, cujos momentos são estimados a partir dos dados observados.

A operacionalização do método é da seguinte forma:

Assume-se que os nascimentos esperados têm uma distribuição Poisson.

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Onde, Espi são os nascimentos esperados para o município i, se o risco de um nascimento ocorrer no município i é o mesmo que numa área maior ( ) dado por:

Onde:

ni – população no município i;

NVAr - Nascimentos observados da área maior ; PAr- População da área maior ;

θi - é o risco de um município i ter mais ou menos nascimentos do que os nascimentos esperados em i, sob a hipótese de que o risco de nascimentos neste município é o mesmo que o risco da área maior Ar.

Segundo Marshall (1991), o estimador com menor erro quadrático médio para θ i é o estimador bayesiano empírico dado por:

Onde:

- Estimador bayesiano empírico Ki – Estimador inicial

, que será igual a 1, já que e sendo N o

número de pequenas áreas, neste caso municípios.

O termo ci é o fator de contração para a média, e é dado por:

Para

Onde, , em que ni indica a população da área menor (município) i. Finalmente, se obtém os nascimentos estimados para o município i:

O estimador da fórmula (3.3.3) foi aplicado aos municípios. Para exemplificar, será utilizado o município de Natal, que pertence à mesorregião Leste. O estimador para este município, considerou todos os demais municípios da mesorregião Leste. Dessa forma é obtida a estimativa de nascidos vivos para o município de Natal, tendo como área maior a mesorregião. Isso foi aplicado a todos os municípios do Estado, em 2000 e depois em 2010, de forma separada e independente.Em anexo há o desenvolvimento teórico do método.

3.4 Grau de cobertura

Nesse trabalho foi aplicado o estimador bayesiano empírico para estimar os nascimentos de cada município dos Estados por faixa etária da mãe, com essa estimativa, é possível obter o grau de cobertura dos registros de nascimentos somado a uma suavização da flutuação aleatória e, consequentemente, o fator de ajuste para todos os municípios dos os cinco Estados das cinco regiões do Brasil, nos anos de 2000 e 2010.

É necessário ressaltar que, quando o método estimar uma quantidade de nascimentos inferior à observada, será adotado como estimativa o próprio valor observado, nesse caso o grau de cobertura será igual a um, o que pode acontecer numa faixa etária específica, ou em todas as faixas etárias, consequentemente para o município como um todo. (CAVALINE E PONCE DE LEON, 2008) (3.3.2) (3.3.4) (3.3.3) (3.3.5) (3.3.6)

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7

Como medidas da qualidade da cobertura dos registros de nascimentos, são usados o grau de cobertura e o fator de ajuste que são definidos da seguinte forma:

sendo:

GrCob- Grau de cobertura Nasobs- Nascimentos observados

Nasest- Nascimentos estimados pelo estimador bayesiano empírico FatorAjust - Fator de ajuste

3.5 Recursos computacionais

Para as análises estatísticas foi utilizado o programa computacional R versão 2.15.1 e para produção dos Mapas foi utilizado o programa computacional TerraView 4.1.0, ambos gratuitos, sendo que o primeiro é de código aberto. Para organização dos dados foi utilizado o Excel 2007.

4 RESULTADOS

4.1 Grau de cobertura e fator de ajuste

Nas tabelas serão apresentados o número de municípios da mesorregião (N), os graus de cobertura, mínimo e o geral que é calculado dividindo a soma dos nascimentos observados pela soma dos nascimentos esperados em todos os municípios da respectiva mesorregião, obtendo dessa forma o grau de cobertura da área maior. Com base neste, é calculado o fator de ajuste (geral).

O Rio Grande do Norte, que fica localizado na Região Nordeste, tem 167 municípios divididos em quatro mesorregiões. Goiás, que é da Região Centro-Oeste tem 246 municípios e cinco mesorregiões. Enquanto que Pará e Rio de Janeiro, respectivamente das Regiões Norte e Sudeste, têm seis mesorregiões cada, sendo que o primeiro tem 143 municípios e o segundo tem 92. Já Paraná localizado no Sul do País, tem o maior número de municípios entre os Estados estudados, 399 e também o maior número de mesorregiões, 10.

Na Tabela 1 é possível observar que com exceção da mesorregião Agreste, que no ano de 2010 teve cobertura de 94,23%, todas as mesorregiões do Rio Grande do Norte, e até mesmo o próprio Estado, tiveram grau de cobertura de nascimentos acima de 95%, apontando assim para uma boa qualidade dos dados considerando as grandes áreas. A mesorregião Agreste foi a que teve menor nível de cobertura tanto 2000, quanto em 2010. Enquanto que os maiores graus de cobertura nos dois anos estudados foram observados na mesorregião Leste, onde está localizado a Capital do Estado, e a sua Região Metropolitana , na qual vivem a maior parte da população do RN.

O município com a menor cobertura em todo o Estado no ano de 2000 foi Bodó, localizado na mesorregião Central, com uma cobertura de 65,85%. Em 2010 o menor valor foi 53,66% na mesorregião do Agreste, no município de Ruy Barbosa.

Em 2000 24,55% dos municípios do Rio Grande do Norte tinham dados de registros de nascimentos com cobertura menor que 90%, portanto, não podiam ser utilizados de forma direta de acordo com a RIPSA. Já em 2010 a quantidade de municípios com essa limitação dos dados aumentou um pouco passando para 26,95% do total de cidades do Estado. Dos 75,45% dos municípios do RN com dados acima de 90% de cobertura em 2000, 52,69% tinham dados excelentes, já em 2010 dos 70,03% que tinham dados que podiam ser utilizados sem necessidade de correção, 50,30% de boa qualidade estatística, segundo RIPSA (2008) e IBGE (2007). (Figura 1)

(3.4.2) (3.4.1)

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Natal, a capital do RN, teve uma insignificante queda do grau de cobertura, em 2000 o grau era de 99,94% passando em 2010 para 99,79%. Essa queda também se repete em todas as mesorregiões e no Estado como um todo.

Tabela 1

Estatísticas referentes à cobertura de nascimentos dos municípios do RN em 2000 e 2010, por mesorregião:

Mínimo Geral Fator de

ajuste1 Mínimo Geral

Fator de ajuste1 AGRESTE 43 66,15 95,21 1,050 53,66 94,23 1,061 CENTRAL 37 65,85 95,44 1,048 63,47 95,42 1,048 LESTE 25 69,64 99,27 1,007 76,93 98,85 1,012 OESTE 62 71,43 97,14 1,029 68,74 96,18 1,040 TOTAL - RN 167 65,85 97,74 1,023 53,66 97,14 1,029 Mesorregião N 2000 2010

Fonte: Elaboração própria com base nos dados do SINASC/DATASUS e SIDRA/IBGE. 1-Fator de ajuste geral para a grande área.

Figura 1

Distribuição espacial do Grau de Cobertura dos municípios do Rio Grande do Norte para os anos de 2000 e 2010:

Fonte: Elaboração própria com base nos dados do SINASC/DATASUS e SIDRA/IBGE.

Na Tabela 2 observa-se que nos dois anos estudados, todas as mesorregiões do Estado do Pará da região Norte, tiveram grau de cobertura acima de 97%, e o Estado como um todo ficou com cobertura aproximadamente de 98,9%, apontando assim para uma boa qualidade considerando as grandes áreas. O menor nível de cobertura tanto 2000, quanto em 2010 foi na mesorregião do Marajó, enquanto que os maiores graus de cobertura nos dois anos estudados foram observados na região Metropolitana de Belém, sendo essa a única mesorregião do Estado a ter grau de cobertura acima de 99%. A mesorregião da região Metropolitana de Belém também se destaca no ano de 2010, tendo todos os seus municípios com grau de cobertura acima de 90%, o nível mínimo considerado pela RIPSA para utilização dos dados sem necessitar de correções. Nesta mesorregião está localizada a Capital do Estado e a sua Região Metropolitana, apesar de ser a mesorregião que tem menos municípios, nela habitam quase 30% da população de todo o Pará de acordo com o Censo 2010.

Já no nível municipal, a menor cobertura em todo o Estado ocorreu na mesorregião Sudeste Paraense, 60,89% no município de Cumaru do Norte no ano de 2000, esse foi o menor valor nos dois anos estudados. Em 2010 o menor valor foi 66,31% na mesorregião do Marajó, em Santa Cruz do Arari.

Dos 143 municípios do Estado, 41 tinham dados de nascimento com cobertura menor que 90% em 2000 e 45 em 2010, representando assim 13,99% e 10,49% respectivamente. Já

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entre os municípios com dados que podem ser utilizados sem correção que em 2000 eram 86,01%, em 2010 chegou a 89,51%, ou seja, a quantidade de cidades com dados de boa qualidade estatística, de acordo com RIPSA (2008) e IBGE (2007), aumentou em quase 8% entre 2000 e 2010, passando de 70,63% para 78,32% (Figura 2).

Em 2000 os municípios de Alenquer da mesorregião Baixo Amazonas, Portel no Marajó, Abaetetuba e Cametá no Nordeste Paraense e Paragominas no Sudeste Paraense, tiveram cobertura total dos dados de nascimento segundo o estimador bayesiano empírico de James Stain. Já em 2010 Alenquer e Portel tiveram novamente cobertura total, além deles também tiveram grau de cobertura de 100% os municípios de foram Cametá, Mocajuba, Oeiras do Pará e Viseu da mesorregião Nordeste Paraense, Jacareacanga no Sudoeste Paraense e Itupiranga, Marabá e Novo Repartimento no Sudeste Paraense (Figura 2). A cidade de Belém nos dois anos teve aproximadamente 99,9% de cobertura dos nascimentos.

Nas mesorregiões Baixo Amazonas e Sudoeste Paraense e no Estado do Pará como um todo há uma queda no grau de cobertura de 2000 para 2010, já nas mesorregiões Marajó, Nordeste Paraense e Sudeste Paraense houve um aumento do grau de cobertura e na mesorregião Metropolitana de Belém o grau de cobertura foi o mesmo para os dois anos.

Tabela 2

Estatísticas referentes à cobertura de nascimentos dos municípios do PA em 2000 e 2010, por mesorregião:

Mínimo Geral Fator de

ajuste1 Mínimo Geral

Fator de ajuste1 Baixo Amazonas 14 79,83 98,68 1,013 78,37 98,51 1,015 Marajó 16 79,60 97,77 1,023 66,31 98,09 1,019 Metropolitana de Belém 11 81,08 99,50 1,005 94,60 99,50 1,005 Nordeste Paraense 49 76,08 98,41 1,016 84,86 98,60 1,014 Sudoeste Paraense 14 87,42 98,73 1,013 86,21 98,31 1,017 Sudeste Paraense 39 60,89 98,69 1,013 77,91 98,86 1,012 TOTAL - PA 143 60,89 98,88 1,011 66,31 98,86 1,012 Mesorregião N 2000 2010

Fonte: Elaboração própria com base nos dados do SINASC/DATASUS e SIDRA/IBGE. 1-Fator de ajuste geral para a grande área.

Figura 2

Distribuição espacial do Grau de Cobertura dos municípios do Pará para os anos 2000 e 2010:

Fonte: Elaboração própria com base nos dados do SINASC/DATASUS e SIDRA/IBGE.

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Na Tabela 3 é possível observar que nos dois anos estudados, todas as mesorregiões do Estado de Goiás localizado na região Centro-Oeste, tiveram grau de cobertura acima de 90%, e o Estado como um todo ficou com cobertura de 97,92% em 2000 e 97,52% em 2010, apontando assim para uma boa qualidade considerando as grandes áreas. No ano de 2000 a mesorregião Sul Goiano teve o maior grau de cobertura do Estado, com 99,85%, já em 2010 a melhor cobertura foi observada na mesorregião Leste Goiano, sendo também de 99,85%. Enquanto que os menores níveis de cobertura observados entre as mesorregiões ocorreram no Noroeste Goiano nos tanto em 2000, quanto em 2010, sendo 95,66% e 93,60%, respectivamente. Na mesorregião Sul Goiano em 2000 e na mesorregião Leste Goiano em 2010 todos os municípios tiveram grau de cobertura acima de 90%.

Em 2000 o município com a menor cobertura foi Mimoso de Goiás, com 44,06% na mesorregião Leste Goiano. Já em 2010 o município com o pior resultado foi Mossâmedes, do Centro Goiano, com 30,05%.

Dos 246 municípios do Estado de Goiás, 78 tinham dados de nascimento com cobertura menor que 90% em 2000 e 99 em 2010, representando assim 31,71% e 40,24% respectivamente. Em 2000 68,29% dos municípios tinham dados que podem ser utilizados sem correção baseado em RIPSA (2008), em 2010 essa porcentagem caiu para 59,76%. Já os municípios com dados considerados de boa qualidade estatística, com cobertura acima de 90%, representavam 56,91% 2000 passaram a ser apenas 38,62%, caindo em mais de 15% neste intervalo (Figura 3).

Em 2000 cinco municípios do Estado tiveram cobertura total dos nascimentos Goiás do Noroeste Goiano, Campos Belos e São João d'Aliança no Norte Goiano, Abadia de Goiás no Centro Goiano e Rio Verde e Vianópolis na mesorregião Sul Goiano. Em 2010 essa quantidade caiu para quatro e nenhum dos que tiveram 100% em 2000 repetiu o desempenho, Aragarças na mesorregião do Noroeste Goiano, Cavalcante no Norte Goiano e Formosa e Novo Gama no Leste Goiano, foram as cidades com cobertura total. A Capital do Estado, Goiânia teve cobertura de aproximadamente 99,9% nos dois anos (Figura 3).

Entre 2000 e 2010 apenas a mesorregião Leste Goiano teve melhora no grau de cobertura, todas as mesorregiões e o Estado como um todo, tiveram queda na cobertura de nascimentos, segundo o estimador bayesiano empírico de James Stain. Mas as diferenças são muito pequenas, e não são consideradas significantes.

Tabela 3

Estatísticas referentes à cobertura de nascimentos dos municípios do GO em 2000 e 2010, por mesorregião:

Mínimo Geral Fator de

ajuste1 Mínimo Geral

Fator de ajuste1 Noroeste Goiano 23 55,68 95,66 1,045 70,21 93,60 1,068 Norte Goiano 27 57,52 95,37 1,049 46,05 94,47 1,059 Centro Goiano 82 46,06 97,88 1,022 30,05 97,81 1,022 Leste Goiano 32 44,06 97,50 1,026 90,05 99,85 1,002 Sul Goiano 82 91,61 99,85 1,001 56,18 95,84 1,043 TOTAL - GO 246 44,06 97,92 1,021 30,05 97,52 1,025 Mesorregião N 2000 2010

Fonte: Elaboração própria com base nos dados do SINASC/DATASUS e SIDRA/IBGE. 1-Fator de ajuste geral para a grande área.

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Figura 3

Distribuição espacial do Grau de Cobertura dos municípios do Goiás para os anos 2000 e 2010:

Fonte: Elaboração própria com base nos dados do SINASC/DATASUS e SIDRA/IBGE.

Na Tabela 3 são apresentados os resultados do Estado do Rio Janeiro localizado na região Sudeste, nos dois anos estudados todas as mesorregiões tiveram grau de cobertura acima de 95%, e o Estado como um todo ficou com cobertura aproximadamente de 99,3%, apontando assim para uma boa qualidade considerando as grandes áreas. O menor nível de cobertura tanto 2000, quanto em 2010, foi observado na mesorregião do Noroeste Fluminense. A mesorregião região Metropolitana do Rio de Janeiro teve grau de cobertura de aproximadamente 99,6% nos dois anos estudados, sendo que em 2000, essa mesorregião teve a melhor cobertura do Estado. Já em 2010 a maior cobertura foi observada na mesorregião Norte Fluminense, com grau de cobertura 99,99%. Na mesorregião Norte Fluminense em 2010 todos os municípios tiveram grau de cobertura acima de 99% e na mesorregião Sul Fluminense também em 2010, todos os municípios tiveram grau de cobertura acima de 90%.

Nenhum município do Estado teve grau de cobertura inferior a 70%, a menor cobertura observada no Estado foi em 2010 no município de Comendador Levy Gasparian na mesorregião Centro Fluminense, 72,77%. Já em 2000 a menor cobertura foi em Trajano de Moraes localizado também na mesorregião Centro Fluminense, com 73,06%.

Tanto em 2000, quanto em 2010 o Rio de Janeiro foi o Estado com menor porcentagem de municípios com dados inferiores a 90% de grau de cobertura de registros de nascimentos, sendo respectivamente 13,04% e 9,78%. Já quanto aos municípios com dados considerados pela RIPSA (2008) e IBGE (2007) de boa qualidade estatística, o Estado tem o melhor resultado de 2000 com 75,00% e o segundo melhor em 2010, com 77,17% ficando atrás apenas do Pará.

Em 2000 nove municípios do Estado tiveram cobertura total dos nascimentos, Angra dos Reis e Piraí na mesorregião Sul Fluminense e Belford Roxo, Itaguaí, Japeri, Mangaratiba, São João de Meriti, Teresópolis, Vassouras na região Metropolitana do Rio de Janeiro. Já em 2010 foram quatro municípios com 100% de cobertura, Campos dos Goytacazes no Norte Fluminense, Cantagalo e Três Rios no Centro Fluminense e Armação dos Búzios na mesorregião Baixadas (Figura 4). A capital do Estado em ambos os anos teve cobertura de aproximadamente 99,99%.

De 2000 para 2010 o Estado do Rio de Janeiro e a mesorregiões Norte Fluminense, Centro Fluminense e Baixadas aumentaram a cobertura de nascimentos, enquanto que nas

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12

mesorregiões Noroeste Fluminense, Sul Fluminense e Metropolitana do Rio de Janeiro a cobertura diminuiu. Mas, não há diferenças significativas.

Tabela 4

Estatísticas referentes à cobertura de nascimentos dos municípios do RJ em 2000 e 2010, por mesorregião:

Mínimo Geral Fator de

ajuste1 Mínimo Geral

Fator de ajuste1 Noroeste Fluminense 13 82,23 97,34 1,027 84,47 96,59 1,035 Norte Fluminense 9 81,55 98,07 1,020 99,71 99,99 1,000 Centro Fluminense 16 73,06 97,46 1,026 72,77 97,50 1,026 Baixadas 10 83,77 97,66 1,024 89,93 98,51 1,015 Sul Fluminense 14 88,45 98,79 1,012 91,92 98,10 1,019

Metropolitana do Rio de Janeiro 30 89,79 99,66 1,003 78,62 99,60 1,004

TOTAL - RJ 92 73,06 99,33 1,007 72,77 99,35 1,007

Mesorregião N

2000 2010

Fonte: Elaboração própria com base nos dados do SINASC/DATASUS e SIDRA/IBGE. 1-Fator de ajuste geral para a grande área.

Figura 4

Distribuição espacial do Grau de Cobertura dos municípios do Rio de Janeiro para os anos 2000 e 2010:

Fonte: Elaboração própria com base nos dados do SINASC/DATASUS e SIDRA/IBGE.

Na Tabela 4 se observa que no Estado do Paraná, localizado na região Sul do país, todas as mesorregiões tiveram grau de cobertura acima de 90% nos dois anos estudados, e o Estado como um todo ficou com cobertura aproximadamente de 97,9%, apontando assim para uma boa qualidade considerando as grandes áreas. O menor nível de cobertura tanto em 2000, quanto em 2010 foi observado na mesorregião do Centro Ocidental Paranaense, tendo cobertura de 95,01% e 94,59% respectivamente. Enquanto os melhores resultados foram observados na região Metropolitana de Curitiba com 99,96% de cobertura nos dois anos estudados. A mesorregião Noroeste Paranaense também teve mais de 99% de cobertura de nascimentos nos dois anos. Essas duas mesorregiões também tem resultados excelentes no nível municipal, todos os municípios que fazem parte delas ficaram com grau de cobertura acima de 90% nos anos estudados, sendo que no caso da mesorregião Metropolitana de Curitiba, nenhum município teve grau de cobertura abaixo de 96%.

Apesar dos ótimos resultados no nível de mesorregião e de Estado também, no Paraná ainda há municípios com grau de cobertura bem abaixo do desejado, em Ângulo localizado na mesorregião Norte Central Paranaense o grau de cobertura em 2000 foi de 54,55% e em 2010 o menor grau de cobertura foi observado na mesorregião Oeste Paranaense, no

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município de Diamante do Sul, 62,38%. Curitiba, a capital do Estado, teve aproximadamente 99,99% de cobertura dos nascimentos nos dois anos estudados.

Estado do Paraná teve uma pequena alteração quanto à quantidade de municípios com dados de qualidade, a variação foi 0,5%, passando de 24,06% em 2000 para 24,56% em 2010. Assim, aproximadamente 75% dos municípios ficaram com cobertura acima de 90%, nos dois anos estudados. Tanto em 2000, quanto em 2010, pouco mais da metade dos municípios ficaram com grau de cobertura acima de 95% (56,14% em 2000 e 53,38% em 2010).

Os municípios que tiveram cobertura total dos nascimentos em 2000, de acordo com o estimador bayesiano empírico foram Paranavaí e Umuarama na mesorregião Noroeste Paranaense, Campo Mourão no Centro Ocidental Paranaense, Cândido de Abreu e Ibiporã no Norte Central Paranaense, Castro no Centro Oriental Paranaense, Foz do Iguaçu no Oeste Paranaense, Salgado Filho no Sudoeste Paranaense, Pinhão e Rio Bonito do Iguaçu Centro-Sul Paranaense, General Carneiro no Sudeste Paranaense e Fazenda Rio Grande, Lapa, Paranaguá, Piraquara e São José dos Pinhais na região Metropolitana de Curitiba. Os municípios Paranavaí, Foz do Iguaçu, Fazenda Rio Grande, Lapa, Paranaguá, Piraquara e São José dos Pinhais repetiram o desempenho de 2010, tendo 100% de cobertura dos dados, além desses Cianorte no Noroeste Paranaense, Rio Azul no Sudeste Paranaense, Pinhais e Pontal do Paraná na região Metropolitana de Curitiba também tiveram cobertura total dos dados (Figura 5).

Praticamente não houve mudanças nos resultados por mesorregião, quando se comparam os resultados agregados nos dois anos do estudo. As diferenças observadas não são significantes.

Tabela 5

Estatísticas referentes à cobertura de nascimentos dos municípios do PR em 2000 e 2010, por mesorregião:

Mínimo Geral Fator de

ajuste1 Mínimo Geral

Fator de ajuste1

Noroeste Paranaense 61 91,55 99,82 1,002 96,25 99,82 1,002

Centro Ocidental Paranaense 25 71,32 95,01 1,053 81,03 94,59 1,057

Norte Central Paranaense 79 54,55 97,14 1,029 63,66 97,35 1,027

Norte Pioneiro Paranaense 46 55,48 95,34 1,049 63,59 94,40 1,059

Centro Oriental Paranaense 14 89,23 97,85 1,022 78,55 97,69 1,024

Oeste Paranaense 50 61,54 96,95 1,031 62,38 96,70 1,034 Sudoeste Paranaense 37 61,55 95,78 1,044 71,04 94,71 1,056 Centro-Sul Paranaense 29 80,54 97,11 1,030 74,79 96,68 1,034 Sudeste Paranaense 21 60,74 97,06 1,030 77,93 95,59 1,046 Metropolitana de Curitiba 37 96,84 99,96 1,000 96,09 99,96 1,000 TOTAL - PR 399 54,55 97,99 1,021 62,38 97,89 1,022 Mesorregião N 2000 2010

Fonte: Elaboração própria com base nos dados do SINASC/DATASUS e SIDRA/IBGE. 1-Fator de ajuste geral para a grande área.

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Figura 5

Distribuição espacial do Grau de Cobertura dos municípios do Paraná para os anos 2000 e 2010:

Fonte: Elaboração própria com base nos dados do SINASC/DATASUS e SIDRA/IBGE.

4.2 Análise do grau de cobertura por grupo etário da mãe:

Nesta seção se analisa os resultados por grupo etário. Cabe destacar que o estimador bayesiano empírico foi operacionalizado por grupo etário quinquenal, mas uma vez estimado o número esperado de nascimentos, o cálculo do grau de cobertura foi feito agrupando-se em faixas etárias decenais para obter maior robustez nos resultados. A exceção ficou por conta do grupo etário de 15 a 19 anos, por se tratar de um grupo de mães adolescentes, foi deixado isolado para se verificar a qualidade da informação desses nascimentos de mulheres ainda não adultas.

Na Tabela 6, é possível observar que para todos os Estados, nos dois anos estudados, a faixa etária da mãe com menor cobertura dos dados, foi entre 40 e 49 anos. No Rio Grande do Norte em 2010 e em Goiás nos dois anos, a cobertura dessa faixa ficou abaixo de 90%, grau mínimo para utilização direta dos dados. O Rio de Janeiro foi o Estado onde foram observados os melhores resultados nessa faixa etária, sendo tanto em 2000, quanto em 2010 acima dos 95% de cobertura, considerado por RIPSA (2008) e IBGE (2007) dados de boa qualidade estatística. Para os demais Estados apenas a faixa etária entre 40 e 49 anos, não ficou acima desse nível.

Em 2000 todos os Estados, com exceção do Rio Grande do Norte, tiveram maior cobertura dos registros de nascimentos na faixa etária de mães entre 15 e 19 anos. O RN teve maior cobertura entre as mães de 20 a 29 anos. Já em 2010 todos os Estados tiveram a maior cobertura observada entre as mães de 20 a 29 anos.

No Rio de Janeiro nos dois anos estudados, a única faixa etária que não ficou com cobertura próxima de 99% foi a das mães entre 40 e 49 anos. Entre 2000 e 2010 as faixas etárias intermediárias, de 20 a 39 anos, foram as que tiveram melhora na cobertura de dados. No Pará foi observada uma situação semelhante ao RJ, tendo queda na cobertura nas idades extremas, 15 a 19 anos e 40 a 49 anos.

No Rio Grande do Norte a melhora na cobertura de dados não ocorreu em nenhuma das faixas etárias, todas tiveram uma diminuição na cobertura entre 2000 e 2010. Mas não se trata de diferenças significantes.

Goiás teve melhora na cobertura entre as mães mais velhas, aquelas entre 30 e 49 anos, e queda entre as que têm de 19 a 29 anos. Já o Paraná, só teve melhora na cobertura entre as mães de 20 a 29 anos. Mas, novamente, as diferenças são muito pequenas.

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Tabela 6

Grau de cobertura e fator de ajuste para 2000 e 2010 por faixa etária da mãe (em anos) para os Estados estudados:

15 a 19 20 a 29 30 a 39 40 a 49 15 a 19 20 a 29 30 a 39 40 a 49 GrCob 98,07 98,13 96,95 90,97 97,77 97,99 95,46 89,68 FatorAjus 1,020 1,019 1,031 1,099 1,023 1,020 1,048 1,115 GrCob 99,30 99,19 97,44 92,16 99,15 99,19 97,93 92,05 FatorAjus 1,007 1,008 1,026 1,085 1,009 1,008 1,021 1,086 GrCob 98,64 98,34 95,71 86,74 98,11 98,18 96,18 87,78 FatorAjus 1,014 1,017 1,045 1,153 1,019 1,018 1,040 1,139 GrCob 99,59 99,51 98,92 97,07 99,49 99,62 99,06 96,53 FatorAjus 1,004 1,005 1,011 1,030 1,005 1,004 1,010 1,036 GrCob 98,49 98,39 97,11 92,15 98,33 98,51 97,06 91,36 FatorAjus 1,015 1,016 1,030 1,085 1,017 1,015 1,030 1,095 GO RJ PR Estado Índice 2000 2010 RN PA

Fonte: Elaboração própria com base nos dados do SINASC/DATASUS e SIDRA/IBGE. GrCob - Grau de cobertura (%)

FatorAjus - Fator de ajuste

4.3 Medidas de fecundidade, calculadas com os nascimentos corrigidos pelo fator de ajuste encontrado com o estimador bayesiano empírico:

Nos cinco Estados, tanto em 2000, quanto em 2010 as maiores taxas de fecundidade foram observadas entre as mães jovens, de 20 a 24 anos. Entre 2000 e 2010 houve queda em todas as taxas especificas de fecundidade, para todos os Estados. Nos dois anos o Pará se diferencia dos outros Estados, tendo as maiores taxas de fecundidade entre as mães mais jovens, e menores taxas entre as mães mais velhas, mostrando assim um padrão de fecundidade mais jovem do que os outros estados em análise. Em 2000, Goiás também se diferencia dos demais, principalmente no que se refere às mães mais velhas. Em 2010 com exceção do Pará, todos tem comportamento semelhante, quanto às taxas de fecundidade. O Rio de Janeiro mostra um padrão de fecundidade envelhecido, as taxas de fecundidade entre as mães mais jovens são as mais baixas e entre as mães mais velhas são as mais altas. (Figura 6)

Figura 6

Taxa Especifica de Fecundidade (TEF por 1000 mulheres)2 por Estado para os anos 2000 e 2010, calculada com os nascimentos corrigidos pelo fator de ajuste encontrado:

Fonte: Elaboração própria com base nos dados do SINASC/DATASUS e SIDRA/IBGE.

Na Tabela 7 é observado as taxas de fecundidade total, em todos nos cinco Estados houve queda no período estudado. A maior queda é observada no Estado do Rio Grande do Norte, que em 2000 tinha a maior taxa. Em 2010 a maior taxa foi a do Estado do Pará, com

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1,99. As menores taxas foram observadas em Goiás em 2000 e no Rio de Janeiro em 2010. Em 2000 apenas Goiás e o Rio de Janeiro tinham taxa de fecundidade total abaixo do nível de reposição, que é 2,1. Já em 2010 todos os Estados estavam abaixo desse nível.

Tabela 7

Taxa de Fecundidade Total (TFT) por Estado para os anos 2000 e 2010, calculada com os nascimentos corrigidos pelo fator de ajuste encontrado:

2000 2010 RN 2.31 1.72 PA 2.22 1.99 GO 1.99 1.65 RJ 2.07 1.62 PR 2.16 1.76 Estado TFT

Fonte: Elaboração própria com base nos dados do SINASC/DATASUS e SIDRA/IBGE.

5 DISCUSSÕES E CONSIDERAÇÕES FINAIS

Todas as mesorregiões dos cinco Estados estudados tiveram grau de cobertura superior a 90%, possibilitando assim a utilização dos dados das mesorregiões de forma direta para cálculos de indicadores demográficos e de saúde sem a necessidade de correção segundo RIPSA (2008) e IBGE (2007).

A melhor cobertura dos dados de nascimentos em todas as mesorregiões foi observada em 2010 na mesorregião Norte Fluminense, a qual teve grau de cobertura 99,99%. Em 2000 a maior cobertura ocorreu na região Metropolitana de Curitiba com 99,96%. Enquanto que a menor cobertura entre as mesorregiões no ano de 2000 foi a mesorregião Centro Ocidental Paranaense, 95,01% e em 2010 Noroeste Goiano com 93,6%, sendo essa o menor grau de cobertura de uma mesorregião observado em todo o estudo.

Entre os Estados a melhor cobertura foi observada no Rio de Janeiro, tanto em 2000 quanto em 2010, sendo esse o único a ultrapassar os 99% de cobertura dos registros de nascimentos. O Estado com menor cobertura tanto em 2000, quanto em 2010 foi o Rio Grande do Norte, tendo valores de 97,74% e 97,14%, respectivamente. Todos os Estados tiveram graus de cobertura acima de 95%, sendo assim de acordo com a RIPSA (2008) e IBGE (2007) considerado a nível estadual de boa qualidade estatística, para fins demográficos. Entre as capitais dos cinco Estados todas tiveram cobertura acima de 99%.

Com exceção do Rio de Janeiro, que teve um aumento de 0,02% no grau de cobertura dos dados de nascimentos, todos os Estados tiveram queda na cobertura entre 2000 e 2010, porém essa queda aparentemente foi inexpressiva, já que a maior diferença foi observada no Rio Grande do Norte, com uma queda de 0,6% de 2000 para 2010.

Os Estados do Rio de Janeiro e do Pará foram os únicos que tiveram um aumento na quantidade de municípios com dados que podem ser utilizados de forma direta, sem a necessidade de correção, de acordo com RIPSA (2008) e IBGE (2007). Os Estados do Paraná, Rio Grande do Norte e Goiás tiveram queda de 0,5%, 2,4% e 8,5%, respectivamente, no número de municípios com grau de cobertura superior a 90%.

No nível municipal, divisão territorial mais usada nos cálculos de índice, taxas entre outras medidas que dependem dos nascimentos, destaca-se as mesorregiões Metropolitana de Curitiba e Noroeste Paranaense, ambas do Estado do Paraná, nas quais todos os municípios tiveram grau de cobertura acima de 90%, nos dois anos estudados, possibilitando assim o uso dos dados de nascimentos desses municípios de forma direta, sem a necessidade da utilização de métodos de correção (RIPSA, 2008). Os dados dos municípios da mesorregião Sul Goiano em 2000 e das mesorregiões Norte Fluminense e Sul Fluminense, no Rio de Janeiro,

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Metropolitana de Belém e Leste Goiano em 2010, também tem cobertura acima de 90%, podendo assim ser utilizados de forma direta.

O menor grau de cobertura entre os municípios dos Estados estudados foi observado em Goiás, tanto em 2000, quanto em 2010, sendo o de 2000 na cidade de Mimoso de Goiás, com 44,06% e o de 2010 no município Mossâmedes, localizado no Centro Goiano, com 30,05%, essa foi a menor cobertura observada nos municípios em todo o estudo.

Para todos os Estados, nos dois anos estudados, a faixa etária da mãe com menor cobertura dos dados, foi entre 40 e 49 anos. No Rio Grande do Norte em 2010 e em Goiás nos dois anos, a cobertura dessa faixa ficou abaixo de 90%. O Rio de Janeiro foi o Estado onde foram observados os melhores resultados nessa faixa etária, sendo tanto em 2000, quanto em 2010, acima dos 95% de cobertura, o que para RIPSA (2008) e IBGE (2007) são considerados de boa qualidade estatística.

Em 2000 todos os Estados, com exceção do Rio Grande do Norte, tiveram maior cobertura dos registros de nascimentos na faixa etária de mães entre 15 e 19 anos. O RN teve maior cobertura entre as mães de 20 a 29 anos. Já em 2010, todos os Estados tiveram a maior cobertura observada entre as mães de 20 a 29 anos. Quanto a esse sub-registro maior nas idades avançadas, acredita-se que se deve ao fato de que nessa faixa etária o evento nascimento é ainda mais raro e pela natureza da metodologia isso pode gerar uma maior diferença entre os valores observados e esperados, gerando assim um menor grau de cobertura.

Comparando os resultados deste trabalho com resultados do IBGE (2007), verifica-se que entre os cinco Estados estudados, apenas o Paraná não apresentou grau de cobertura neste estudo maior do que aqueles das estatísticas de registro civil do IBGE. Todos os outros Estados têm maior sub-registro3

O Rio de Janeiro e o Paraná que nesse estudo tiveram excelentes resultados, são colocados pelo IBGE (2007) dentro do grupo de Unidades da Federação com boa qualidade das estatísticas de nascimentos. Completam esse grupo os Estados de São Paulo, Rio Grande do Sul e Santa Catarina e o Distrito Federal, sendo essa a única unidade da federação que pertence a esse grupo e não está localizada nem no Sul e nem no Sudeste brasileiro. Mostrando assim a melhor qualidade dos dados nessas duas regiões do País.

nas estatísticas de registro civil de 2007. Essa diferença pode ser explicada pela origem das fontes de dados, no registro civil os dados são obtidos a partir das certidões de nascimentos feitas nos cartórios de registro civil de pessoas naturais, enquanto que o SINASC, fonte de dados trabalhada neste artigo, tem suas informações obtidas no próprio estabelecimento de saúde, por meio das Declarações de Nascidos Vivos.

Em 2000, apenas Goiás e o Rio de Janeiro tinham taxa de fecundidade total abaixo do nível de reposição, que é 2,1. Já em 2010 os cinco Estados estudados estavam abaixo desse nível. Com relação as taxas especificas de fecundidade, nos dois anos o Pará se diferencia dos outros Estados, tendo as maiores taxas de fecundidade entre as mães mais jovens, já entre as mães mais velhas, o Estado tem as menores taxas, mostrando assim um padrão de fecundidade jovem. Enquanto que no Rio de Janeiro ocorre o oposto, há um padrão de fecundidade envelhecido, as taxas de fecundidade entre as mães mais jovens são as mais baixas e entre as mães mais velhas são as mais altas.

Os Estados estudados apresentaram evolução na cobertura de nascimentos, o IBGE (2007) já apontava para uma significante melhora dos dados no Brasil. Entretanto a nível municipal o País ainda busca avanços, principalmente naqueles municípios menos

3

Os percentuais de sub-registro do IBGE (2007) são obtidos através da razão entre o número de nascidos vivos informados pelos Cartórios e o número de nascimentos estimados pelas projeções efetuadas no âmbito do Projeto UNFPA/BRASIL (BRA/02/P02) - População e Desenvolvimento, na Coordenação de População e Indicadores Sociais, do IBGE.

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desenvolvidos, pois como mostra o mesmo autor à desigualdade socioeconômica, a exclusão social, a dificuldade ao acesso a educação, a serviços de saúde e justiça e até mesmo o isolamento geográfico contribuem para a ocorrência de sub-registro.

Na literatura referente aos métodos de estimação de sub-registro, há outras metodologias, com maior arcabouço teórico em termos demográficos, mas que são de aplicação limitada em nível de áreas menores, pois nesse nível de desagregação, muitos pressupostos não são atendidos. É nesse sentido que se busca novas opções metodológicas para níveis de pequenas áreas e o estimador bayesiano empírico é uma opção, inclusive possibilitando análise por faixa etária. Obviamente, como todo trabalho de pesquisa, avanços podem ser incorporados, inclusive seria importante tentar combinar esse método com métodos demográficos indiretos para estimação de fecundidade.

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6.REFERÊNCIAS:

CARVALHO, J. A. de. Crescimento populacional e estrutura demográfica no Brasil: Belo Horizonte: UFMG/Cedeplar, 2004.

CARVALHO, J. A. M. de. SAWYER, D. O. & RODRIGUES, R. do N. Introdução a alguns conceitos básicos e medidas em demografia: Belo Horizonte: Série Textos didáticos N. 1 ABEP, 1994. 63P. (ou Segunda Edição, 1998).

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(20)

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7. ANEXO:

Desenvolvimento teórico do Estimador Bayesiano Empírico para estimar nascimentos esperados por município:

Para aplicação do método as seguintes definições são necessárias: Assume-se que os nascimentos esperados têm uma distribuição Poisson.

Espi – Nascimentos esperados para o município i, se o risco de um nascimento ocorrer no município i é o mesmo que numa área maior ( ).

Onde:

ni – população no município i;

NVAr - Nascimentos observados da área maior ; PAr- População da área maior .

θi - é o risco de um município i ter mais ou menos nascimentos do que os nascimentos esperados em i, sob a hipótese de que o risco de nascimentos neste município é o mesmo que o risco da área maior Ar.

Então:

O estimador inicial e natural do θi é

Assumindo o arcabouço teórico de (Marshall, 1991), tem distribuição a priori não especificada com média e variância .

Calculando a esperança e variância de ki, estimador de θi. ESPERANÇA:

Mas, Então:

VARIÂNCIA:

Já foi visto que , falta encontrar

Em uma distribuição de Poisson, a variância e a esperança são iguais, logo: Então:

Com isso tem-se que: Ficando assim com:

(7.10) (7.9) (7.8) (7.7) (7.6) (7.2) (7.1) (7.3) (7.3) (7.4) (7.5)

(21)

21 e

(Marshall, 1991) sugere uma simplificação, na qual a esperança e a variância de θi passam a ser constantes para todas as áreas:

e

Outro resultado de (Marshall, 1991), é que o estimador com menor erro quadrático médio para θi é o estimador bayesiano empírico dado por:

Onde:

- Estimador bayesiano empírico Ki – Estimador inicial

, que será igual a 1, já que e sendo N o

número de pequenas áreas, neste caso municípios. →

Como já foi visto adotou-se e . Com isso,

e

Ainda é necessário conhecer os estimadores das variâncias de θi e Ki, o que equivale a conhecer Â.

Tomando-se s2 como sendo a estimativa da variância de k ponderada pelo tamanho da área i, tem-se:

, em que ni indica a população da área menor (município) i. Considere:

Considere ainda:

então, substituindo (7.19) em (7.20) temos:

Portanto, a partir da expressão da esperança de s2 tem-se um estimador para A, que é dado por: Logo, (7.25) (7.24) (7.23) (7.22) (7.21) (7.20) (7.19) (7.18) (7.16) (7.15) (7.14) (7.13) (7.12)

Referências

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